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QUESTÕES SEMÂNTICA DOS VERBOS

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QUESTÕES – SEMÂNTICA DOS VERBOS
QUESTÃO 1
Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. (LISPECTOR, Clarice. Para não esquecer. São Paulo: Siciliano, 1992.)
(UERJ / 2007 – Exame de Qualificação) No fragmento acima, as formas verbais sublinhadas estabelecem com o verbo que lhes é imediatamente anterior, respectivamente, relações de:
(A) simultaneidade e anterioridade
(B) anterioridade e posterioridade
(C) anterioridade e simultaneidade
(D) simultaneidade e posterioridade
QUESTÃO 2
Entre as folhas do verde O
(...) O príncipe acordou contente. Era dia de caçada. Os cachorros latiam no pátio do castelo. (...)
Lá embaixo parecia uma festa. (...) Brilhavam os dentes abertos em risadas, as armas, as trompas que deram o sinal de partida.
Na floresta também ouviram a trompa e o alarido. (...) E cada um se escondeu como pôde. Só a moça não se escondeu. Acordou com o som da tropa, e estava debruçada no regato quando os caçadores chegaram.
Foi assim que o príncipe a viu. Metade mulher, metade corça, bebendo no regato. A mulher tão linda. A corça tão ágil. A mulher ele queria amar, a corça ele queria matar. Se chegasse perto será que ela fugia? Mexeu num galho, ela levantou a cabeça ouvindo. Então o príncipe botou a flecha no arco, retesou a corda, atirou bem na pata direita. E quando a corça-mulher dobrou os joelhos tentando arrancar a flecha, ele correu e a segurou, chamando homens e cães.
Levaram a corça para o castelo. Veio o médico, trataram do ferimento. Puseram a corça num quarto de porta trancada.
Todos os dias o príncipe ia visitá-la. Só ele tinha a chave. E cada vez se apaixonava mais. Mas corça-mulher só falava a língua da floresta e o príncipe só sabia ouvir a língua do palácio.
Então ficavam horas se olhando calados, com tanta coisa para dizer.
Ele queria dizer que a amava tanto, que queria casar com ela e tê-la para sempre no castelo, que a cobriria de roupas e jóias, que chamaria o melhor feiticeiro do reino para fazê-la virar toda mulher.
Ela queria dizer que o amava tanto, que queria casar com ele e levá-lo para a floresta, que lhe ensinaria a gostar dos pássaros e das flores e que pediria à Rainha das Corças para dar-lhe quatro patas ágeis e um belo pêlo castanho.
Mas o príncipe tinha a chave da porta. E ela não tinha o segredo da palavra.
(...) E no dia em que a primeira lágrima rolou dos olhos dela, o príncipe pensou ter entendido e mandou chamar o feiticeiro.
Quando a corça acordou, já não era mais corça. Duas pernas só e compridas, um corpo branco. Tentou levantar, não conseguiu. O príncipe lhe deu a mão.
Vieram as costureiras e a cobriram de roupas. Vieram os joalheiros e a cobriram de jóias. (...) Só não tinha a palavra. E o desejo de ser mulher.
Sete dias ela levou para aprender sete passos. E na manhã do oitavo dia, quando acordou e viu a porta aberta, juntou sete passos e mais sete, atravessou o corredor, desceu a escada, cruzou o pátio e correu para a floresta à procura da sua Rainha.
O sol ainda brilhava quando a corça saiu da floresta, só corça, não mais mulher. E se pôs a pastar sob as janelas do palácio. 						(COLASANTI, Marina. Uma ideia toda azul. São Paulo: Global, 1999.)
(UERJ / 2007– Exame de Qualificação) Uma característica do mundo narrado é a de ser indiferente ao tempo cronológico. Assim, mesmo os tempos pretéritos podem ser usados para indicar o momento presente da narrativa.
O verbo em destaque que representa esse momento presente é:
(A) “Se chegasse perto será que ela fugia?”
(B) “E cada vez se apaixonava mais.”
(C) “que queria casar com ela”
(D) “que pediria à Rainha das Corças”
QUESTÃO 3
Astroteologia
[...]
Por mais de 40 anos, cientistas vasculham os céus com seus radiotelescópios tentando ouvir sinais de civilizações inteligentes. (...) Infelizmente, até agora nada foi encontrado. Muitos cientistas acham essa busca uma imensa perda de tempo e de dinheiro. As chances de que algo significativo venha a ser encontrado são extremamente remotas.
Em quais frequências os ETs estariam enviando os seus sinais? E como decifrá-los? Por outro lado, os que defendem a busca afi rmam que um resultado positivo mudaria profundamente a nossa civilização. A confirmação da existência de outra forma de vida inteligente no universo provocaria uma revolução. Alguns até afirmam que seria a maior notícia já anunciada de todos os tempos. Eu concordo.
Não estaríamos mais sós. Se os ETs fossem mais avançados e pacíficos, poderiam nos ajudar a lidar com nossos problemas sociais, como a fome, o racismo e os confrontos religiosos. Talvez nos ajudassem a resolver desafios científicos. Nesse caso, quão diferentes seriam dos deuses que tantos acreditam existir? Não é à toa
que inúmeras seitas modernas dirigem suas preces às estrelas e não aos altares.
GLEISER, Marcelo. Folha de São Paulo, 01/03/2009
(UERJ / 2010 – Exame de Qualificação)
“Não estaríamos mais sós.”
O uso do tempo verbal em que se encontra o vocábulo grifado se justifica porque se trata de:
(A) processo habitual
(B) conclusão pontual
(C) situação hipotética
(D) acontecimento passado
QUESTÃO 4
Múltiplo sorriso
Pendurou a última bola na árvore de Natal e deu alguns passos atrás. Estava bonita. Era um pinheiro artificial, mas parecia de verdade. Só bolas vermelhas. Nunca deixava de armar sua árvore, embora as amigas dissessem que era bobagem fazer isso quando se mora sozinha. Olhou com mais vagar. Na luz do fim da tarde, notou que sua imagem se espelhava nas bolas. Em todas elas, lá estava seu rosto, um pouco distorcido, é verdade – mas sorrindo. “Estão vendo?”, diria às amigas, se estivessem por perto. “Eu não estou só.”
SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: Tinta Negra, 2010.
(Uerj / 2011-Exame de Qualificação)
“Estão vendo?”, diria às amigas, se estivessem por perto.
O trecho acima revela o choque entre o mundo imaginário da personagem e a realidade de sua solidão. Esse choque entre imaginação e realidade é enfatizado pela utilização do seguinte recurso de linguagem:
(A) o uso das aspas duplas
(B) o emprego dos modos verbais
(C) a presença da forma interrogativa
(D) a referência à proximidade espacial

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