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BIO548 Biogeografia- Perguntas Bloco 3

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Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS 
BIO548 – Biogeografia – B 
 
Bloco 3 - Avaliação 
1) Sobre a distribuição mundial de diversidade, discorra: Por que o gradiente de zonas 
climáticas latitudinais não explica em grande parte o gradiente de diversidade 
biológica? (Discuta elementos que corroboram essa afirmação e que a negam). (1 
ponto) 
Geralmente associa-se a variação da biodiversidade entre as latitudes por conta da 
produtividade potencial que varia entre as regiões, principalmente por questões 
relacionadas a exposição da luz solar, porém o gradiente de biodiversidade pode variar 
por conta de fatores ecológicos (maior produtividade primaria nos trópicos), históricos 
(eventos de glaciações), geográficos (alterações de relevo), climáticos (mudanças de 
temperatura extremas), etc. O determinante da diversidade biológica não é a 
latitude em si, mas as variáveis ambientais correlacionadas com a latitude. 
2) Em que critérios ecológicos e históricos se baseiam a afirmativa de que regiões com 
ocorrência de formações tropicais (Florestas pluviais ou Savanas) apresentam 
potencialmente maior diversidade? (1 ponto) 
As zonas terrestres tropicais possuem uma área superficial total similar 
climaticamente maior que as zonas terrestres em latitudes mais altas, com flutuações de 
temperatura de mesma magnitude. Isso pode estar relacionado a níveis mais altos de 
especiação e níveis mais baixos de extinção nos trópicos. Além disso, a maior parte da 
superfície da Terra foi tropical ou subtropical durante o Terciário, o que pode explicar, 
em parte, a maior diversidade atual nos trópicos como resultado de processos 
evolucionários e históricos. A maior radiação solar nos trópicos aumenta a 
produtividade, que, por sua vez, é tida como responsável pelo aumento da 
biodiversidade. Temperaturas mais altas podem representar menores tempos de geração 
e maiores taxas de mutação, acelerando assim a especiação nos trópicos. Soma-se 
também o histórico das glaciações onde tais regiões foram menos afetadas e serviram de 
refúgios ecológicos por estarem mais preservadas e com um clima mais tolerante. 
3) As regiões Neártica e Paleártica apresentam baixa diversidade e baixo grau de 
endemismo. Correlacione essas características com aspectos abióticos e históricos 
para explicar os padrões dessas regiões (1 pontos) 
As regiões Neártica e Paleártica apresentam uma baixa produtividade primaria 
devido a menor incidência da luz solar por conta de fatores latitudinais e junto as 
temperaturas extremas estes fatores contribuem para a baixa diversidade nestas regiões. 
Historicamente estas regiões foram as mais afetadas nos períodos de glaciação, 
passando por uma grande perda de biodiversidade, levando mais tempo para se 
recuperarem. Seu baixo endemismo se deve ao fato de que estas regiões possuem 
contato com outras desde quando formavam Laurasia, e outras fronteiras se formaram 
mais recentemente com outros eventos tectônicos, permitindo um fluxo de organismos 
entre elas e assim compartilhando grupos e clados semelhantes. 
4) A Região Australiana apresenta-se como uma das regiões mais ímpares com relação 
a sua composição, diversidade e nível de endemismo. Sobre esta região, escreva: 
a) Explique o histórico de formação da fauna de mamíferos da Austrália (1.5 
ponto) 
 Com a deriva continental a Austrália não teve nenhum contato com outras 
massas de terra, este isolamento provocou uma maior especiação e diversificação de sua 
fauna, sendo a de mamíferos composta basicamente por marsupiais que migraram para 
lá no início da evolução do grupo quando o continente ainda possuía contato com 
antártica e áfrica, assim tendo um tempo para sua diversificação e evolução, sem a 
presença de mamíferos placentários, que por seu desenvolvimento vivíparo ímpar, são 
competidores dos marsupiais. Com a colonização humana vários animais placentários 
foram introduzidos na fauna australiana, criando um desequilíbrio ecológico numa 
fauna que passou milhões de anos isolada, sem mecanismos para reagir as espécies 
exóticas. 
b) Enumere e explique quatro (4) componentes que explicam a baixa diversidade 
de famílias e elevada taxa de endemismo de mamíferos da Região Australiana. 
(1,5 ponto) 
1 – Por conta de seu isolamento de todas as outras regiões biogeográficas, a região 
australiana se especializou de maneira muito potencializada, principalmente os 
mamíferos marsupiais, sem outros grupos competidores. 
2 – Por ser uma ilha, o fluxo de animais dela para outras regiões é extremamente 
limitado, a baixa taxa de migração leva a uma baixa diversidade de famílias. 
3 – Durante o processo de deriva continental a Austrália também passou por mudanças 
de latitudes e alterações climáticas que direcionaram a fauna australiana em sua 
unicidade. Além disto, por conta de seu tamanho e distribuição geográfica, a região 
australiana possui diversos tipos de biomas em sua extensão. 
4 - A Linha de Wallace, linha hipotética que separa as regiões biogeográficas da Ásia e 
da Australásia corresponde, a grosso modo, à fronteira da placa tectónica euroasiática 
com a Placa Indo-australiana. Esta fronteira continental impediu a formação de 
corredores que favoreciam uma migração asiática, com excepção da avifauna. 
 
5) A Região Neotropical tem um dos maiores índices de endemismo quando 
comparada às demais regiões biogeográficas do globo (com exceção da 
Australiana), além de uma grande diversidade. Com relação à Região Neotropical, 
responda: 
a) Enumere 3 elementos essenciais ao desenvolvimento desses grandes graus de 
endemismo e/ou diversidade (1 ponto) 
Alta produtividade primaria e disponibilidade de recursos, a ciclagem da energia ocorre 
mais rapidamente e em maior quantidade; clima mais consistente com épocas bem 
definidas de pluviosidade e de seca prolongada, além de temperaturas menos 
extremas/negativas, diferente das regiões temperadas; Há maior heterogeneidade 
espacial e, portanto, mais nichos, e com maior competição leva-se então ao surgimento 
de nichos mais estreitos pela necessidade de especificidade na busca dos recursos. 
b) Houve, ao longo da história da Região Neotropical, importantes contribuições à 
constituição de sua fauna, entre eles o contato com a Região Neártica. Descreva 
de que maneira a Região Neártica ajudou a formar a fauna Neotropical. 
(1,5 ponto) 
O contato entre as regiões neotropical e neártica deu-se pela formação do istmo do 
panamá e o encontro das faunas se deu em eventos conhecidos como Grande 
Intercambio de Biotas Americanas (GIBA). A partir destes eventos ouve fluxo 
migratório entre as regiões, com a chegada de novos animais a fauna neotropical que 
competiram diretamente com os espécimes endêmicos, que passaram um período 
evolutivo isolados, bem como novos predadores que acabaram por selecionar as presas 
e abrir espaços/nichos para novos organismos. O sucesso nos imigrantes nortenhos na 
América do Sul representa um dos maiores exemplos de evolução rápida em grande 
escala. A hipótese mais provável é de que as espécies do Norte tinham um longo 
histórico de “alcance” e dispersão, não só na América do Norte, mas também na 
Eurásia. Devido ao isolamento após a fragmentação da Pangeia, o mesmo não ocorreu 
na América do Sul. Parte intrigante dessa desigualdade se baseia a presença de 
mamíferos carnívoros eficientes entre as áreas do Norte. Em contraste, na América do 
Sul onde encontrava-se na maioria marsupiais. As poucas espécies remanescentes de 
mamíferos carnívoros na América do Sul não conseguiram competir com os carnívoros 
vindos do Norte. Além disso, os herbívoros sul-americanos não tinham qualquer 
experiência prévia com os carnívoros do porte dos da América do Norte, o que não 
contribuiu para a distribuição dessas populações. 
6) Busque na internet (artigos) um exemplo em que um organismo tenha resposta à 
Diagonal Seca (também chamada de Diagonal de vegetações abertas)da América do 
Sul. Anexe a referência bibliográfica. (1,5 ponto) 
As rãs do gênero Dermatonotus, monotípico, são um táxon endêmico de regiões da 
diagonal seca, e passam a maior parte do tempo enterradas, vindo a superfície 
esporadicamente durante eventos de chuvas torrenciais, ocasião em que demonstra 
comportamento reprodutivo explosivo. 
- SÃO PEDRO, Vinícius de Avelar. Filogeografia de anfíbios da diagonal de áreas 
abertas da América do Sul. 2014. 129f. Tese (Doutorado em Ecologia) - Centro de 
Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2014.

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