Buscar

unid_1 Enfermagem Interdisciplinar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Autora: Profa. Ana Carolina Lopes Ottoni Gothardo
Colaboradora: Profa. Renata Guzzo
Enfermagem Interdisciplinar
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
Professora conteudista: Ana Carolina Lopes Ottoni Gothardo
Graduada em Enfermagem pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Campinas) em 2002, mestre em Ciências 
da Saúde em 2012 e doutora em Ciências da Saúde pela Faculdade de Enfermagem da Universidade Estadual de 
Campinas (Unicamp) em 2016. Possui especialização (MBA) em Administração Hospitalar com ênfase em Auditoria 
pela Universidade Castelo Branco-RJ em 2011. Experiência de 12 anos na atuação como enfermeira assistencial e 
coordenadora de Unidade de Terapia Intensiva Adulto. É professora titular da Universidade Paulista (UNIP) desde 2012, 
ministrando aulas na graduação e na pós-graduação em Enfermagem.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
G684e Gothardo, Ana Carolina Lopes Ottoni.
Enfermagem Interdisciplinar / Ana Carolina Lopes Ottoni 
Gothardo. – São Paulo: Editora Sol, 2018.
68 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXIV, n. 2-080/18, ISSN 1517-9230.
1.Enfermagem interdisciplinar. 2.Programa Nacional de 
Segurança do Paciente. 3.Modelos assistenciais. I.Título
CDU 616-083
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Vitor Andrade
 Elaine Pires
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
Sumário
Enfermagem Interdisciplinar
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 FUNDAMENTOS CIENTÍFICOS SOBRE ONCOLOGIA E TERAPÊUTICA ONCOLÓGICA .................9
1.1 Epidemiologia do câncer no Brasil ...................................................................................................9
1.2 A enfermagem na terapêutica oncológica ................................................................................ 10
2 CUIDADOS PALIATIVOS E MODELOS ASSISTENCIAIS ........................................................................ 11
2.1 Aspectos históricos do cuidado paliativo ................................................................................... 11
2.2 Conceito e princípios de cuidados paliativos............................................................................ 13
2.3 O cuidado paliativo no Brasil .......................................................................................................... 14
3 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL DA SAÚDE DO HOMEM (PNAISH) ................. 15
3.1 Violência ................................................................................................................................................... 17
3.2 Alcoolismo e tabagismo .................................................................................................................... 18
3.3 Tumores .................................................................................................................................................... 19
3.4 Outras causas de mortalidade ......................................................................................................... 20
3.5 Direitos sexuais e direitos reprodutivos ...................................................................................... 20
3.6 Prevenção de violências e acidentes ............................................................................................ 21
4 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA .......................... 22
4.1 Aspectos conceituais e históricos da relação entre saúde e trabalho ............................ 23
4.2 Saúde do trabalhador articulada com saúde ambiental ...................................................... 24
4.3 Riscos ambientais ................................................................................................................................. 25
4.4 Acidente de trabalho........................................................................................................................... 26
4.5 Ações de vigilância .............................................................................................................................. 26
4.6 Biossegurança na saúde .................................................................................................................... 27
Unidade II
5 PROGRAMA NACIONAL DE SEGURANÇA DO PACIENTE (PNSP) .................................................. 32
5.1 Evento adverso ...................................................................................................................................... 33
5.2 Dez passos para a segurança do paciente.................................................................................. 35
5.2.1 Passo 1 – identificação do paciente ................................................................................................ 35
5.2.2 Passo 2 – cuidado limpo e cuidado seguro (higienização das mãos) ................................ 36
5.2.3 Passo 3 – cateteres e sondas (conexões corretas) ..................................................................... 36
5.2.4 Passo 4 – cirurgia segura ..................................................................................................................... 36
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
5.2.5 Passo 5 – sangue e hemocomponentes (administração segura) ........................................ 37
5.2.6 Passo 6 – paciente envolvido com sua segurança .................................................................... 38
5.2.7 Passo 7 – comunicação efetiva ......................................................................................................... 38
5.2.8 Passo 8 – prevenção de queda .......................................................................................................... 39
5.2.9 Passo 9 – prevenção de lesão por pressão ................................................................................... 40
5.2.10 Passo 10 – segurança na utilização da tecnologia ................................................................. 41
6 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO NEGRA ......................................... 42
6.1 A população negra no Brasil e a luta pela cidadania ............................................................ 43
6.2 A situação de saúde da população negra no Brasil e seus 
determinantes sociais ................................................................................................................................44
7 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE DOS POVOS INDÍGENAS ..................................... 46
7.1 Contexto histórico ............................................................................................................................... 46
7.2 Situação atual de saúde da população indígena .................................................................... 47
8 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA ................................................. 52
8.1 Saúde da população em situação de rua ................................................................................... 55
8.2 Estratégias e ações de saúde voltadas para a população em situação de rua............ 57
7
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
APRESENTAÇÃO
Interdisciplinaridade é uma questão de atitude. Uma atitude diferente a ser assumida diante do 
problema do conhecimento é a substituição de uma concepção fragmentária do ser humano para 
uma unitária. Também pode ser associada ao desenvolvimento de certos traços da personalidade, 
tais como: flexibilidade, confiança, paciência, intuição, capacidade de adaptação, sensibilidade 
em relação às demais pessoas, aceitação de riscos, adaptação às diversidades, receptividade a 
novos papéis (TORRES, 1998).
A interdisciplinaridade envolve indagações sobre o sentido e a pertinência das colaborações entre 
as disciplinas, visando um conhecimento do “humano”. Nesse sentido, ela é chamada a postular um 
novo tipo de questionamento a respeito do saber, do homem e da sociedade. Não é uma moda, mas 
corresponde a uma nova etapa de desenvolvimento do conhecimento. Não se trata de postular uma 
nova síntese do saber, mas sim de constatar um esforço por aproximar, comparar, relacionar e integrar 
os conhecimentos (JAPIASSU, 1976).
Partindo do conceito de disciplina na Enfermagem, entendêmo-la como uma maneira de trabalhar de 
forma articulada as disciplinas do curso de Enfermagem, capacitando o aluno a avaliar as situações sob 
múltiplos enfoques possibilitados pela interação entre as disciplinas e, dessa forma, construir sistemas 
conceituais interligados e aptos ao desenvolvimento de respostas eficazes, integrando os conteúdos 
relativos às particularidades do cuidar e da administração da assistência.
Os objetivos desta disciplina são: instrumentalizar o aluno para o uso crítico dos conceitos 
e métodos presentes no corpo de disciplinas cursadas nos semestres anteriores; associar a 
responsabilidade do cuidar à dimensão da estrutura administrativa nos diferentes locais de 
trabalho; enfocar os aspectos interdisciplinares da enfermagem visando o desenvolvimento da 
reflexão sobre as conexões existentes entre essas disciplinas; desenvolver o raciocínio clínico 
tendo em vista os aspectos holísticos do ser humano; aprimorar as habilidades de analisar as 
situações criticamente e avaliá-las clinicamente.
Entretanto, o estudo do conteúdo e as leituras complementares se fazem necessárias para atingir 
esses objetivos.
Bons estudos!
INTRODUÇÃO
Historicamente, a enfermagem sustenta seus princípios em base interdisciplinar, construindo um 
corpo de conhecimento com mudanças na pesquisa, no ensino e na assistência, proporcionando novas 
interlocuções com as ciências de qualquer natureza.
Nesse sentido, não se pode deixar de evocar um desvio que se situa na fronteira entre o ensino e o 
currículo de enfermagem com disciplinas como anatomia, biofísica, bioquímica ou, ainda, da área das 
ciências humanas, que, embora não transbordem a questão da interdisciplinaridade, criam uma tensão 
8
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
nas fronteiras dessas disciplinas e o objeto de estudo da enfermagem, cujas concepções de cuidado e 
suas vertentes – atualmente ancoradas no humanismo, na ética, na prevenção e na redução de danos e 
riscos com a saúde – efetuam um deslocamento em direção às ciências da vida.
Assim, do ponto de vista epistemológico, a tensão que a temática favorece com o predomínio da 
interdisciplinaridade produz no escopo das construções teóricas de enfermagem ricas experiências e 
conteúdos para dimensionar e clarificar o cuidado de enfermagem como objeto de estudo de que se 
ocupam os profissionais através de pesquisas em direção à arte, à técnica e à ciência.
Boa leitura!
9
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR
Unidade I
1 FUNDAMENTOS CIENTÍFICOS SOBRE ONCOLOGIA E TERAPÊUTICA ONCOLÓGICA
1.1 Epidemiologia do câncer no Brasil
O câncer é uma doença causada pelo crescimento anormal e desordenado das células e atinge pessoas 
de todos os sexos, idades, culturas e situações socioeconômicas. Está entre as principais causas de morte, 
criando um impacto psicológico na percepção da sexualidade, da imagem pessoal e da autoestima de 
maneira muito significativa. Dividindo-se rapidamente, essas células tendem a serem muito agressivas 
e incontroláveis, determinando a formação de tumores malignos que podem espalhar-se para outras 
regiões do corpo. As causas de câncer são variadas, podendo ser externas e internas ao organismo ou 
estar inter-relacionadas.
Embora o câncer afete todas as faixas etárias, sua maior suscetibilidade está relacionada sobretudo 
aos fatores extrínsecos, tais como: ambiente, dieta, estresse e hábitos de vida. Trata-se de uma doença 
complexa, que pode ser de longa duração e comprometer significativamente a vida dos indivíduos 
nas dimensões biológica, social e afetiva, exigindo assistência especializada de diferentes profissionais 
(SOUZA; SANTO, 2008).
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) destaca que os fatores de risco de câncer, em uma determinada 
população, dependem diretamente das características biológicas e comportamentais dos indivíduos que 
a compõem, bem como das condições sociais, ambientais, políticas e econômicas que os permeiam, ou 
seja, são altamente influenciados pela cultura do grupo ao qual pertencem.
Hoje, o câncer vem se mostrando como uma das principais causas de mortalidade no mundo, 
merecendo especial atenção por parte dos profissionais de saúde para amenizar o sofrimento, pois mesmo 
havendo cura para muitos casos, a taxa de mortalidade é muito alta. Nos países em desenvolvimento, 
os casos são diagnosticados em estágios avançados e, por conseguinte, a sobrevida média é menor 
quando comparada aos países desenvolvidos, cerca de 40% após cinco anos, e a média mundial 
estimada é de 49%. É uma doença com possibilidade de cura. Todavia, caso não seja possível, pode-se 
estabelecer cuidados que visem diminuir o sofrimento dos doentes e de seus familiares.
O câncer repercute de maneira expressiva no indivíduo, e as restrições físicas e psíquicas decorrentes 
da doença implicam mudanças significativas, levando a pessoa a afastar-se do convívio pessoal ou 
interromper projetos de vida. No estágio avançado, 90% dos pacientes queixam-se de dor moderada a 
severa, suficiente para reduzir suas atividades e exigir medicações, sendo a dor secundária a evolução 
da patologia (SILVA et al., 2011).
10
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
Unidade I
1.2 A enfermagem na terapêutica oncológica
O paciente com câncer deve contar com uma ampla estrutura de apoio para enfrentar as diferentes 
etapas do processo, pois requerem intensos cuidados, exigindo da equipe de enfermagem conhecimento 
científico e habilidades para reconhecer sinais e/ou sintomas subjetivos próprios desses indivíduos 
(SOUZA; VALADARES, 2011).
Diante do câncer, o paciente oncológico passa por completa mudança em suas relações sociais, 
familiares e consigo mesmo, portanto, é necessário que haja assistência humanizada capaz de vê-lo 
como alguém que sofre, mas que não perdeu sua essência. A assistência de enfermagem para pacientes 
com câncer deve ser vista como cuidado pleno, encorajador, afetuoso e comprometido em auxiliarna 
adaptação às novas condições de vida.
O câncer remete ao medo de mutilações (desfiguramento), à perspectiva de tratamentos dolorosos e 
de muitas perdas provocadas pela doença, e muitos consideram-no uma doença incurável. Além disso, 
o câncer traz consigo vários significados, na maioria negativos, e essa situação de sofrimento conduz a 
um estado psíquico com características específicas (SOUZA; SANTO, 2008).
Diante de uma patologia como o câncer, o envolvimento familiar é inevitável. A família é a principal 
instituição social na qual o indivíduo inicia suas relações afetivas, cria vínculos e internaliza valores. 
Essa relação apresenta-se de forma interligada como se fosse a extensão do outro, pois acredita-se 
que a experiência de uma doença grave traz modificações no modo de pensar, sentir e agir das pessoas 
(SOUZA; SANTO, 2008).
A oncologia visa à diminuição do impacto das possíveis alterações físicas e emocionais e dos efeitos 
colaterais adversos do tratamento quimioterápico. A fim de proporcionar maior qualidade de vida aos 
pacientes, a oncologia surge como uma especialidade que, por excelência, viu-se confrontada com a 
necessidade de avaliar as propostas, já que, muitas vezes, na busca de acrescentar “anos à vida”, era 
deixada de lado a necessidade de acrescentar “vida aos anos” (CHAVES; GORINI, 2011).
A percepção pelo enfermeiro dos problemas relacionados à morte e ao adoecer é fortemente influenciada 
por suas vivências, conhecimentos, valores éticos e pessoais. Nessa perspectiva, cada indivíduo, paciente, 
profissional ou familiar deve ser considerado como único, tendo necessidades, valores e crenças específicas. 
O impacto da doença e hospitalização do paciente e a influência da interação familiar sobre a causa e sua 
cura tem obrigado a enfermagem a um compromisso de incluí-la nos cuidados de saúde.
Os cuidados de enfermagem ao paciente com câncer devem ser individualizados, pois cada fase da 
vida apresenta transformações fisiológicas e psíquicas. O paciente está fragilizado e com uma perspectiva 
de sobrevida reduzida. Por isso, diante de um diagnóstico de uma doença neoplásica, ocorre um grau 
de sofrimento. Com eficiente comunicação, o enfermeiro deve promover maior aproximação com esse 
paciente para identificar suas necessidades e proporcionar melhor qualidade de vida a ele.
A importância do relacionamento entre paciente, equipe de enfermagem e família no processo de 
cuidar inclui os seguintes aspectos: a maneira pela qual é dada a notícia, a clareza com que é abordado 
11
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR
o assunto e a abertura que é ofertada ao paciente e a sua família para que seja possível conversar sobre 
seu sofrimento, sentimentos, dúvidas e recuperação.
A pessoa com câncer precisa de ajuda da enfermagem na identificação de seus problemas para 
que possa enfrentá-los de forma realista, participar ativamente da experiência e, se possível, encontrar 
soluções para eles.
Nesse sentido, é possível notar o valor do enfermeiro para o controle do medo, da fragilidade, 
das angústias e das dificuldades encontradas na experiência da internação através da assistência de 
enfermagem fornecendo suporte psicossocial, provendo conforto e cuidados devidos para esse contexto.
 Saiba mais
Para um estudo mais aprofundado dos fundamentos científicos sobre 
oncologia e estimativa, leia:
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Estimativa 2018. Incidência de 
câncer no Brasil. Rio de Janeiro: Inca, 2018. Disponível em: <http://www.inca.
gov.br/estimativa/2018/estimativa-2018.pdf>. Acesso em: 8 maio 2018.
2 CUIDADOS PALIATIVOS E MODELOS ASSISTENCIAIS
2.1 Aspectos históricos do cuidado paliativo
O cuidado paliativo confunde-se historicamente com o termo hospice, que definia abrigos 
(hospedarias) destinados a receber e cuidar de peregrinos. O relato mais antigo remonta ao século V, 
quando Fabíola, discípula de São Jerônimo, cuidava de viajantes vindos da Ásia, da África e dos países 
do leste no Hospício do Porto, em Roma (NICÉSIO, 2012).
Várias instituições de caridade surgiram na Europa no século XVII, abrigando pobres, órfãos e 
doentes. Essa prática propagou-se com organizações religiosas católicas e protestantes que, no 
século XIX, passaram a ter características de hospitais (BATALHA, 2017).
O Movimento Hospice Moderno foi introduzido pela inglesa Cicely Saunders. Com formação humanista 
e médica, em 1967 fundou o St. Christopher’s Hospice, cuja estrutura não só permitiu a assistência aos 
doentes, mas o desenvolvimento de ensino e pesquisa, recebendo bolsistas de vários países.
Na década de 1970, o encontro nos Estados Unidos entre Cicely Saunders e Elisabeth Klüber-Rossfez 
fez com que o movimento crescesse naquele país.
Em 1982, o Comitê de Câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS) criou um grupo de trabalho 
responsável por definir políticas para o alívio da dor e cuidados do tipo hospice que fossem recomendados 
12
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
Unidade I
em todos os países para pacientes com câncer. O termo cuidado paliativo, já utilizado no Canadá, 
passou a ser adotado pela OMS devido à dificuldade de tradução adequada da expressão hospice em 
alguns idiomas (BATALHA, 2017).
A OMS publicou sua primeira definição de cuidados paliativos em 1990: cuidado ativo e total para 
pacientes cuja doença não é responsiva a tratamento de cura. O controle da dor, de outros sintomas e 
de problemas psicossociais e espirituais é primordial. Seu objetivo é proporcionar a melhor qualidade 
de vida possível para pacientes e familiares. Essa definição foi revisada em 2002 e substituída pela atual 
(BATALHA, 2017).
Figura 1 – Middlesex Hospital, Londres
Figura 2 – Médica inglesa Cicely Saunders
13
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR
2.2 Conceito e princípios de cuidados paliativos
Segundo a definição da OMS, revista em 2002, cuidado paliativo é
[...] uma abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e seus 
familiares, que enfrentam doenças que ameacem a continuidade da vida, 
por meio da prevenção e do alívio do sofrimento. Requer identificação 
precoce, avaliação e tratamento da dor e outros problemas de natureza 
física, psicossocial e espiritual (INCA, 2018).
O cuidado paliativo não se baseia em protocolos, mas em princípios. Não se fala mais em terminalidade, 
mas em doença que ameaça a vida. Indica-se o cuidado desde o diagnóstico, expandindo nosso campo 
de atuação. Não falaremos em impossibilidade de cura, mas na possibilidade ou não de tratamento 
modificador da doença, afastando dessa forma a ideia de “não ter mais nada a fazer”. Pela primeira 
vez, uma abordagem inclui a espiritualidade entre as dimensões do ser humano. A família é lembrada, 
portanto, assistida também após a morte do paciente, no período de luto (BATALHA, 2017).
 Observação
Os cuidados paliativos pautam-se em conhecimentos inerentes às 
diversas especialidades, possibilidades de intervenção clínica e terapêutica 
nas diversas áreas de conhecimento da ciência médica e de habilidades 
específicas.
A OMS publicou, em 1986, princípios que regem a atuação da equipe multiprofissional de cuidados 
paliativos. Esses princípios foram reafirmados na sua revisão em 2002 e estão listados a seguir:
— Promover o alívio da dor e de outros sintomas desagradáveis.
— Não acelerar nem adiar a morte.
— Afirmar a vida e considerar a morte um processo normal da vida.
— Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente.
— Oferecer um sistema de suporte que possibilite ao paciente viver tão 
ativamente quanto possível até o momento da sua morte.
— Oferecer sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a 
doença do paciente e o luto.
— Oferecer abordagem multiprofissional para focar as necessidades dos 
pacientes e seus familiares, incluindoacompanhamento no luto.
14
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
Unidade I
— Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso 
da doença.
— Iniciar o mais precocemente possível o cuidado paliativo, 
juntamente com outras medidas de prolongamento da vida, como 
quimioterapia e radioterapia, e incluir todas as investigações 
necessárias para melhor compreender e controlar situações 
clínicas estressantes (NICÉSIO, 2012).
Nas últimas décadas, assistimos ao envelhecimento progressivo da população, assim como ao 
aumento da prevalência de câncer e outras doenças crônicas. Em contrapartida, o avanço tecnológico 
alcançado principalmente a partir da segunda metade do século XX, associado ao desenvolvimento da 
terapêutica, fez com que muitas doenças mortais se transformassem em crônicas, levando à longevidade 
de seus portadores. No entanto, apesar dos esforços dos pesquisadores e do conhecimento acumulado, 
a morte continua sendo uma certeza e ameaça o ideal de cura e preservação da vida para o qual nós, 
profissionais da saúde, somos treinados (BATALHA, 2017).
Os pacientes fora de possibilidade de cura acumulam-se nos hospitais, recebendo invariavelmente 
assistência inadequada, quase sempre focada na tentativa de recuperação, utilizando métodos invasivos 
e de alta tecnologia. Essas abordagens, ora insuficientes, ora exageradas, em geral ignoram o sofrimento 
e são incapazes, por falta de conhecimento apropriado, de tratar os sintomas mais prevalentes, sendo a 
dor o principal e mais dramático. Não se trata de cultivar uma postura contrária à medicina tecnológica, 
mas de questionar o uso excessivo da tecnologia e refletir sobre a nossa conduta diante da mortalidade 
humana, tentando o equilíbrio devido entre conhecimento científico e humanismo para resgatar a 
dignidade da vida e a possibilidade de morrer em paz (BATALHA, 2017).
Cada vez mais encontramos em nossos serviços pacientes idosos, portadores de síndromes demenciais 
de variadas etiologias ou com graves sequelas neurológicas. Devemos enfrentar o desafio de nos 
conscientizar do estado de abandono a que esses pacientes estão expostos, inverter o atual panorama 
dos cuidados oferecidos e tentar implantar medidas concretas, como criação de recursos específicos, 
melhoria dos cuidados oferecidos nos recursos já existentes, formação de grupos de profissionais e 
educação da sociedade em geral (BATALHA, 2017).
Os cuidados paliativos despontam como alternativa para preencher essa lacuna nos cuidados ativos 
aos pacientes.
2.3 O cuidado paliativo no Brasil
O cuidado paliativo no Brasil teve seu início na década de 1980 e conheceu um crescimento 
significativo a partir do ano 2000, com a consolidação dos serviços já existentes e pioneiros e a criação 
de outros não menos importantes. Hoje já são mais de quarenta iniciativas em toda a nação.
Ainda é pouco, levando-se em consideração a extensão geográfica e as necessidades de nosso país. 
Os profissionais de saúde têm grande responsabilidade nesse projeto. É preciso firmar um compromisso 
15
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR
para ajudar a construir um futuro promissor para os cuidados paliativos, a fim de que um dia, não muito 
distante, todo cidadão brasileiro possa se beneficiar dessa boa prática.
 Saiba mais
Para mais informações no manejo com o paciente em cuidados 
paliativos, leia:
ACADEMIA NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS (ANCP). Manual 
de cuidados paliativos ANCP. 2. ed. ANCP, 2012. Disponível em: <http://
formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/24326/4052575_345331.pdf>. Acesso 
em: 6 maio 2018.
 Lembrete
O cuidado paliativo não se baseia em protocolos, mas em princípios.
3 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL DA SAÚDE DO HOMEM (PNAISH)
A proposição da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem 
visa qualificar a saúde da população masculina na perspectiva de linhas de 
cuidado que resguardem a integralidade da atenção.
O reconhecimento de que os homens adentram o sistema de saúde por meio 
da atenção especializada tem como consequência o agravo da morbidade 
pelo retardamento na atenção e maior custo para o SUS. É necessário 
fortalecer e qualificar a atenção primária, garantindo, assim, a promoção da 
saúde e a prevenção aos agravos evitáveis.
Vários estudos comparativos, entre homens e mulheres, têm comprovado 
o fato de que os homens são mais vulneráveis às doenças, sobretudo 
às enfermidades graves e crônicas, e que morrem mais precocemente 
que as mulheres (NARDI et al., 2007; COURTENAY, 2007; LAURENTI et 
al., 2005) [...] a despeito da maior vulnerabilidade e das altas taxas de 
morbimortalidade, os homens não buscam, como as mulheres, os serviços 
de atenção básica.
Muitos agravos poderiam ser evitados caso os homens realizassem, com 
regularidade, as medidas de prevenção primária. A resistência masculina 
à atenção primária aumenta não somente a sobrecarga financeira da 
sociedade, mas também, e, sobretudo, o sofrimento físico e emocional do 
16
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
Unidade I
paciente e de sua família, na luta pela conservação da saúde e da qualidade 
de vida dessas pessoas.
Tratamentos crônicos ou de longa duração têm, em geral, menor adesão, 
visto que os esquemas terapêuticos exigem um grande empenho do 
paciente, que, em algumas circunstâncias, necessita modificar seus hábitos 
de vida para cumprir seu tratamento. Tal afirmação também é válida para 
ações de promoção e prevenção à saúde, que requer, na maioria das vezes, 
mudanças comportamentais.
Grande parte da não adesão às medidas de atenção integral, por parte do 
homem, decorre das variáveis culturais. Os estereótipos de gênero, enraizados 
há séculos em nossa cultura patriarcal, potencializam práticas baseadas em 
crenças e valores do que é ser masculino. A doença é considerada como um 
sinal de fragilidade que os homens não reconhecem como inerentes à sua 
própria condição biológica. O homem julga-se invulnerável, o que acaba 
por contribuir para que ele cuide menos de si mesmo e se exponha mais às 
situações de risco (BOZON, 2004). A isto se acresce o fato de que o indivíduo 
tem medo que o médico descubra que algo vai mal com a sua saúde, o que 
põe em risco sua crença de invulnerabilidade.
Os homens têm dificuldade em reconhecer suas necessidades, cultivando o 
pensamento mágico que rejeita a possibilidade de adoecer. Além disso, os 
serviços e as estratégias de comunicação privilegiam as ações de saúde para 
a criança, o adolescente, a mulher e o idoso.
Uma questão apontada pelos homens para a não procura pelos serviços 
de saúde está ligada a sua posição de provedor. Alegam que o horário do 
funcionamento dos serviços coincide com a carga horária do trabalho. Não 
se pode negar que na preocupação masculina a atividade laboral tem um 
lugar destacado, sobretudo em pessoas de baixa condição social, o que 
reforça o papel historicamente atribuído ao homem de ser responsável pelo 
sustento da família. Ainda que isso possa se constituir, em muitos casos, 
uma barreira importante, há de se destacar que grande parte das mulheres, 
de todas as categorias socioeconômicas, faz hoje parte da força produtiva, 
inseridas no mercado de trabalho, e nem por isso deixam de procurar os 
serviços de saúde.
Outro ponto igualmente assinalado é a dificuldade de acesso aos serviços 
assistenciais, alegando-se que, para marcação de consultas, há de se 
enfrentar filas intermináveis, que, muitas vezes, causam a “perda” de um 
dia inteiro de trabalho, sem que necessariamente tenham suas demandas 
resolvidas em uma única consulta (GOMES; NASCIMENTO; ARAÚJO, 2007).
17
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR
A compreensão das barreiras socioculturais e institucionais é importante para 
a proposição estratégica de medidasque venham a promover o acesso dos 
homens aos serviços de atenção primária, a fim de resguardar a prevenção e 
a promoção como eixos necessários e fundamentais de intervenção.
A Política de Atenção Integral à Saúde do Homem deve considerar a 
heterogeneidade das possibilidades de ser homem. As masculinidades 
são construídas historica e socioculturalmente, sendo a significação da 
masculinidade um processo em permanente construção e transformação. 
O ser homem, assim como o ser mulher, é constituído tanto a partir do 
masculino como do feminino. Masculino e feminino são modelos culturais 
de gênero que convivem no imaginário dos homens e das mulheres.
Essa consideração é fundamental para a promoção da equidade na atenção 
a essa população, que deve ser considerada em suas diferenças por idade, 
condição socioeconômica, étnico-racial, por local de moradia (urbano ou 
rural), pela situação carcerária, pela deficiência física e/ou mental e pelas 
orientações sexuais e identidades de gênero não hegemônicas.
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, portanto, 
além de evidenciar os principais fatores de morbimortalidade, explicita o 
reconhecimento de determinantes sociais que resultam na vulnerabilidade da 
população masculina aos agravos à saúde, considerando que representações 
sociais sobre a masculinidade vigente comprometem o acesso à atenção 
integral, bem como repercutem de modo crítico na vulnerabilidade dessa 
população às situações de violência e de risco para a saúde.
Mobilizar a população masculina brasileira pela luta e garantia de seu 
direito social à saúde é um dos desafios dessa política. Ela pretende tornar 
os homens protagonistas de suas demandas, consolidando seus direitos de 
cidadania (BATALHA, 2017).
3.1 Violência
A violência é um fenômeno difuso, complexo, multicausal, com raízes em fatores sociais, culturais, 
políticos, econômicos e psicobiológicos, envolvendo práticas em diferentes níveis.
O homem é mais vulnerável à violência, seja como autor, seja como vítima. Os homens 
adolescentes e jovens são os que mais sofrem lesões e traumas devido a ofensivas, e essas agressões 
sofridas são mais graves e demandam maior tempo de internação em comparação às sofridas pelas 
mulheres (SOUZA, 2005).
Determinados processos de socialização têm o potencial de envolver os homens em episódios 
de violência. A agressividade está biologicamente associada ao sexo masculino e, em grande parte, 
18
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
Unidade I
vinculada ao uso abusivo de álcool, de drogas ilícitas e ao acesso às armas de fogo. Sob o ponto de vista 
sociocultural, violência é uma forma social de poder que fragiliza a própria pessoa que a pratica.
3.2 Alcoolismo e tabagismo
Conforme dados da Organização Mundial de Saúde, cerca de 2 bilhões de pessoas consomem bebidas 
alcoólicas no mundo. O uso abusivo do álcool é responsável por 3,2% de todas as mortes e por 4% de 
todos os anos perdidos de vida útil. Na América Latina, cerca de 16% dos anos de vida útil perdidos estão 
relacionados ao uso abusivo dessa substância. Esse índice é quatro vezes maior do que a média mundial 
e torna o problema da prevenção e do tratamento dos transtornos associados ao consumo de álcool 
uma grande dificuldade para a saúde pública (BRASIL, 2007c).
A magnitude desse problema estigmatiza e promove exclusão social. No Brasil, há cerca de 6 milhões 
de pessoas nessa situação. Homens e mulheres bebem com frequências diferentes. Esse fenômeno 
também é notado na América Latina, conforme Relatório do Banco Mundial (2002). Contudo, há certas 
características a serem observadas: os homens iniciam precocemente o consumo de álcool, tendem a 
beber mais e a ter mais prejuízos em relação à saúde do que as mulheres (BRASIL, 2007c).
No Brasil, as internações de mulheres por transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de 
álcool, segundo o Datasus (2006), representaram 2% de todas as internações por transtornos mentais e 
comportamentais; os homens, 20% (BRASIL, 2007c).
Avaliar os determinantes sociais de vulnerabilidade do homem para os problemas com o álcool 
torna-se imperioso para a construção de ações efetivas de prevenção e promoção da saúde mental 
desse público. Na medida em que o uso do álcool, como apontam diversos estudos, está sendo iniciado 
cada vez mais precocemente por homens e mulheres, as ações de promoção e prevenção para jovens e 
adolescentes também merecem mais investimento e controle.
Transtornos graves associados ao consumo de álcool e outras drogas (exceto 
tabaco) afetam pelo menos 12% da população acima de 12 anos, sendo o 
impacto do álcool dez vezes maior que o do conjunto das drogas ilícitas, 
segundo o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas 
(CEBRID, 2006). A prevalência de dependentes de álcool também é maior 
para o sexo masculino: 19,5% dos homens são dependentes de álcool, 
enquanto 6,9% das mulheres apresentam dependência. Segundo esses 
dados, para cada seis pessoas do sexo masculino que faz uso de álcool, 
uma fica dependente. Entre as mulheres, essa proporção é 10:1 (CEBRID, 
2005). De acordo com a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP, 2007), 
52% dos brasileiros acima de 18 anos bebem, pelo menos, uma vez ao ano. 
Destes, 65% são homens e 41% são mulheres. Do conjunto dos homens 
adultos, 11% bebem todos os dias e 28% consomem bebida alcoólica de 1 a 
4 vezes por semana (BRASIL, 2008).
19
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR
 Lembrete
A proposição da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do 
Homem visa qualificar a saúde da população masculina na perspectiva de 
linhas de cuidado que resguardem a integralidade da atenção.
3.3 Tumores
Os tumores que incidem com maior frequência na faixa etária de 25-59 anos são oriundos dos 
aparelhos digestivo, respiratório e urinário. Cerca de 43,2% de todos os tumores assinalados na Classificação 
Internacional de Doenças (CID) 10, capítulo II, tem origem no aparelho digestório (BRASIL, 2008).
A mortalidade por câncer do aparelho digestório, no ano de 2005, teve sua maior expressão numérica 
no câncer de estômago, ainda que imediatamente seguida pelo câncer de boca e de esôfago.
As neoplasias malignas do aparelho respiratório determinaram o maior número de mortalidade na 
faixa populacional dos 25-59 anos, tendo ocorrido mais de 12 mil óbitos no ano (BRASIL, 2008).
No contexto geral das dez neoplasias malignas que mais regularmente causaram a morte, logo após 
o câncer de pulmão, traqueia e brônquios, aparece o câncer de próstata.
O câncer da próstata é uma neoplasia que comumente apresenta evolução muito lenta, de modo 
que a mortalidade poderá ser evitada quando o processo é diagnosticado e tratado com precocidade.
Uma estimativa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) para o aparecimento de novos casos 
de cânceres aponta o de próstata como o mais frequente, só superado pelo câncer de pele não melanoma.
Ao falar de neoplasias malignas do aparelho urinário, não se pode deixar de mencionar o câncer 
de pênis. Trata-se de um tumor raro, relacionado com as baixas condições socioeconômicas e à má 
higiene íntima.
No Brasil, esse câncer representa cerca de 2% de todas as neoplasias que atingem o homem, sendo 
mais frequente nas regiões Norte e Nordeste, havendo estados, como o Maranhão, nos quais sua 
incidência supera até a do câncer de próstata.
 Observação
Entre os tumores, há de se assinalar a hipertrofia prostática benigna, 
que atinge a maioria da população masculina após os 50 anos, produzindo 
diversos sintomas urinários com impacto bastante negativo sobre a 
qualidade de vida das pessoas.
20
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
Unidade I
3.4 Outras causas de mortalidade
Além das causas externas e dos tumores, há muitas outras causas de mortalidade que podem ser 
assinaladas.Entre as doenças do aparelho digestivo, por exemplo, podemos destacar as do fígado, 
que, no ultimo ano, foram responsáveis por 70% das causas de morte de homens de 25-59 anos. 
Destas, 46% deve-se à doença alcoólica, 36% à fibrose e cirrose e 18% a outras doenças do fígado 
(BRASIL, 2008).
Os tumores do aparelho digestivo, as neoplasias malignas do lábio, cavidade oral e faringe 
foram as que apresentaram o maior número de internações (8.744), seguidas pelo câncer de 
estômago (5.316), pelo câncer de cólon (5.085) e pela neoplasia maligna de esôfago (4.715). No 
caso do aparelho respiratório, as neoplasias malignas da traqueia, dos brônquios e dos pulmões 
foram responsáveis, em 2007, por 3.836 internações, seguidas pelo câncer de laringe, com 3.237 
casos (BRASIL, 2008).
Entre as internações por tumores do aparelho urinário, acentuamos a neoplasia maligna da próstata, 
com 2.377, enquanto outros tumores malignos do aparelho genital masculino foram responsáveis por 
2.183, seguidas de 1.510 casos de neoplasia maligna da bexiga. Em termos de doenças do aparelho 
circulatório, o resultado das internações hospitalares, na maior parte, deve-se aos acidentes coronarianos 
(40,5%) seguidos pela hipertensão arterial (18,7%) (BRASIL, 2008).
3.5 Direitos sexuais e direitos reprodutivos
É preciso conscientizar os homens do dever e do direito à participação no planejamento reprodutivo. 
A paternidade não deve ser vista apenas do ponto de vista da obrigação legal, mas, sobretudo, como um 
direito do homem a participar de todo o processo, desde a decisão de ter ou não filhos, como e quando 
tê-los, bem como do acompanhamento da gravidez, do parto, do pós-parto e da educação da criança.
Vale ressaltar que os adolescentes e adultos jovens também devem ser reconhecidos como sujeitos 
dos direitos sexuais e reprodutivos, e é importante destacar que sua vida sexual e reprodutiva pode estar 
imersa em preconceitos.
A paternidade na adolescência não deve ser encarada somente como algo a ser evitado. 
Os adolescentes e jovens adultos devem ser assistidos diante de suas necessidades e projetos de vida, e 
não apenas segundo a percepção do profissional de saúde. A eles devem ser disponibilizados informações 
e métodos contraceptivos. Na eventualidade de uma gravidez, o vital é assegurar condições para que a 
paternidade seja vivenciada de modo responsável.
Em relação à terceira idade, as pessoas devem ser consideradas como sujeitos de direitos 
sexuais, reconhecendo que o exercício da sexualidade não é necessariamente interrompido com o 
avanço da idade. A sexualidade é uma importante dimensão da vida subjetiva, afetiva e relacional 
das pessoas.
21
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR
3.6 Prevenção de violências e acidentes
Os acidentes e as violências correspondem às causas externas de morbidade e mortalidade, 
representadas no capítulo XX da CID-10. Os acidentes englobam as quedas, o envenenamento, 
o afogamento, as queimaduras, o acidente de trânsito, entre outros; já as violências são eventos 
considerados intencionais e compreende a agressão, o homicídio, a violência sexual, a negligência, a 
violência psicológica, a lesão autoprovocada etc. Tanto os acidentes quanto as violências são eventos 
passíveis de prevenção.
Os custos com as violências são inúmeros e abrangem desde as perdas humanas com o desenvolvimento de 
sequelas permanentes ou não e o sofrimento causado para as vítimas e os familiares – o que não pode 
ser mensurado – até os custos com tratamento de saúde, despesas previdenciárias e absenteísmo no 
trabalho. Por conta dessas questões, é essencial reforçar a relevância desses agravos enquanto problema 
de saúde pública.
No Brasil, as causas externas representam a terceira causa de morte entre crianças de 0 a 9 anos, 
passando a ocupar a primeira posição na população de adultos jovens (10 a 49 anos) e detêm a terceira 
posição entre indivíduos acima de 50 anos.
Entre as causas externas, os acidentes de trânsito e os homicídios expressam as principais causas de 
internação e óbitos. Sua ocorrência está relacionada, na maioria das vezes, a atitudes e posturas que 
levam ao aumento de riscos e a situações a eles vinculadas.
A vigilância de violências e acidentes tem o objetivo de subsidiar ações de enfrentamento dos 
determinantes e dos condicionantes das causas externas, que se tornaram objeto de vigilância e de 
prevenção em saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a coordenação do Ministério da Saúde 
em uma perspectiva intersetorial. Para tal, priorizam-se os grupos em situação de vulnerabilidade, com 
base no direito à saúde e à vida, incentivando a formação de redes de atenção e proteção às pessoas 
vítimas de violências e acidentes, buscando, dessa forma, garantir a atenção integral, a promoção da 
saúde e a cultura de paz.
Esse monitoramento tem subsidiado a elaboração de políticas públicas e de ações de saúde que 
estão voltadas para o enfrentamento desses problemas. Instituída em 2004, por meio da Portaria 
GM/MS nº 936, de 18 de maio de 2004, a Rede Nacional de Prevenção das Violências e Promoção 
da Saúde e Cultura de Paz tem por objetivos:
— Promover a articulação da gestão de conhecimento sobre o agravo 
por meio da qualificação da vigilância de violências.
— Desenvolvimento de pesquisas.
— Formulação de indicadores, disseminação de conhecimentos e práticas 
bem-sucedidas, criativas e inovadoras nacionais, regionais e locais.
22
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
Unidade I
— Implementar a troca de experiências de gestão e formulações de 
políticas públicas intersetorias e intrasetoriais.
— Fomentar o intercâmbio das práticas de atenção integral às pessoas 
vivendo situações de violência e segmentos populacionais sob risco.
— Intercambiar as formas de participação da sociedade civil, organizações 
não governamentais e comunidades no desenvolvimento de 
estratégias de enfrentamento à violência, de atuação sobre os 
determinantes sociais em saúde e de promoção da cultura de paz.
— Acompanhar o desenvolvimento dessas estratégias nas várias esferas 
de gestão (BRASIL, 2004).
As principais atribuições da Rede Nacional envolvem a qualificação da gestão para o trabalho de 
prevenção de violências e promoção da saúde e de cultura de paz; qualificar e articular a rede de atenção 
integral às pessoas em situação de violências; desenvolver ações de promoção da saúde e prevenção 
de violências para grupos populacionais vulneráveis visando à atuação nos determinantes sociais e 
na autodeterminação dos sujeitos; garantir a implantação da notificação de violências interpessoais e 
autoprovocadas e promover e participar de políticas e ações intersetoriais e de redes sociais que tenham 
como objetivo a prevenção de violências e a promoção da saúde e da cultura de paz (BRASIL, 2004).
A partir de 2013, com a publicação da Portaria nº 1.378, de 9 de julho de 2013, o financiamento 
das ações de vigilância e prevenção de violências e acidentes passa a integrar o piso fixo de vigilância 
em saúde. As competências de cada ente federado no que tange às responsabilidades com a gestão 
das ações de vigilância em saúde também são definidas nesse instrumento. Entre elas, destaca-se a 
vigilância e prevenção dos agravos não transmissíveis (violências e acidentes) e dos seus fatores de 
risco e ações de promoção em saúde. Para a gestão e execução das ações em destaque, coordenadas 
pelo Núcleo de Prevenção de Violências e Promoção da Saúde, recomenda-se que os instrumentos de 
gestão local (planos de saúde, programas anuais de trabalho, programação orçamentária e financeira, 
entre outros) contemplem o elenco de ações de sua competência quanto à vigilância e prevenção de 
violências e acidentes e à promoção da saúde e da cultura de paz (BRASIL, 2013b).
4 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA
“Todo trabalhador, rural ou urbano, do setorpúblico ou privado, assalariado, autônomo, doméstico, 
aposentado ou desempregado, tem direito a uma atenção integral à saúde e, portanto, é sujeito da 
Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT)”, conforme a Portaria nº 1.823, de 
23 de agosto de 2012 (BRASIL, 2012b).
Uma das principais questões que a PNSTT traz é a organização descentralizada do serviço de saúde, 
por meio da qual a esfera federal atua estabelecendo políticas e instrumentos que devem ser estudados e 
executados pelas esferas estaduais e municipais. Nesse sentido, os resultados dessa política dependerão 
diretamente de como a questão trabalho será abordada nos planos estaduais e municipais de saúde, que 
23
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR
devem priorizar a promoção e a proteção da saúde dos trabalhadores e a redução da morbimortalidade 
associada à ocupação. Tais objetivos devem ser alcançados mediante a execução de ações de promoção, 
vigilância, diagnóstico, tratamento, recuperação e reabilitação da saúde.
O fortalecimento da Vigilância em Saúde do Trabalhador (Visat) é foco dessa política, que pressupõe, 
entre outras coisas:
Harmonização dos instrumentos de registro e notificação de agravos e 
eventos de interesse comum aos componentes da vigilância; incorporação 
dos agravos relacionados ao trabalho, definidos como prioritários para fins 
de vigilância, nas listagens de agravos de notificação compulsória, nos 
âmbitos nacional, estaduais e municipais; investimentos na ampliação da 
capacidade técnica e nas mudanças das práticas das equipes das vigilâncias; 
e estímulo à participação dos trabalhadores e suas organizações, sempre que 
pertinente, no acompanhamento das ações de vigilância epidemiológica 
(BRASIL, 2012b).
É importante que se perceba que essa política não é um instrumento que surge para mudar as 
legislações já existentes, e sim para consolidar e legitimar o que vem sendo construído. É de conhecimento 
geral que apenas a criação de políticas não é suficiente para a garantia de um SUS perfeito, ainda 
falta muito; gestores, profissionais e usuários precisam perceber-se responsáveis pela saúde pública, 
diminuindo a distância entre “o SUS que temos e o SUS que queremos”.
4.1 Aspectos conceituais e históricos da relação entre saúde e trabalho
A tendência geral de expansão produtiva do capitalismo, a partir do século XX, possibilitou certa 
“incorporação da classe trabalhadora por meio do consumo de massa, trazendo-lhe alguns ganhos 
materiais, os quais se converteram nos meios de convencimento sustentadores da política de negociação 
de classe” (PANIAGO, 2009, p. 3).
Assim, o término do século XX e o início do século XXI são marcados por profundas transformações 
nos processos e nas relações de trabalho que têm impactado fortemente a classe trabalhadora.
O fenômeno da reestruturação produtiva traz consigo mudanças qualitativas e quantitativas na vida 
dos trabalhadores, tornando-os inseguros em relação ao mercado de trabalho, ao emprego, à geração de 
renda, às formas de contratação e à sua representação. Pode-se afirmar que as mutações no mundo do 
trabalho criaram uma classe trabalhadora mais heterogênea, mais fragmentada e complexificada, entre 
qualificados e desqualificados, mercado formal e informal, jovens e velhos, homens e mulheres, estáveis 
e precários, imigrantes, entre outros.
Esse conjunto de fatores incide sobre todos os segmentos dos trabalhadores na divisão sociotécnica 
do trabalho e suas implicações têm repercutido gravemente na relação saúde/trabalho. Dito de outro 
modo, as mudanças na esfera produtiva intensificaram a exploração da força de trabalho e o desgaste 
da saúde do trabalhador.
24
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
Unidade I
4.2 Saúde do trabalhador articulada com saúde ambiental
As inter-relações produção/trabalho, ambiente e saúde, determinadas 
pelo modo de produção e consumo hegemônico em uma dada sociedade, 
são a principal referência para entender as condições de vida, o perfil de 
adoecimento e morte das pessoas, a vulnerabilidade diferenciada de certos 
grupos sociais e a degradação ambiental [...] para construir alternativas de 
mudança capazes de garantir vida e saúde para o ambiente e a população.
Para a produção de bens e riquezas, são requeridos matérias-primas, trabalho 
e tecnologia. Ao longo da história humana, particularmente a partir do 
século XVI, no mundo ocidental, a natureza tem sido vista como uma fonte 
inesgotável de recursos para os empreendimentos humanos, provendo o 
processo produtivo de insumos e energia, permitindo a acumulação de capital.
O avanço científico-tecnológico mobilizado para a produção, guiado pelo 
mito da inesgotabilidade dos recursos naturais, induz a exploração sem limites. 
A ética instituída da supremacia dos humanos sobre os outros seres do 
planeta reforça esse comportamento.
Entretanto, para que a produção aconteça, o trabalho humano é, e sempre 
será, indispensável, mesmo em situações de extrema automação. Assim, 
o círculo virtuoso e perverso da economia se sustenta pela exploração 
da natureza e do trabalhador, gerando a degradação ambiental e as 
cargas biológicas, sociais, psíquicas, econômicas, políticas e culturais 
que afetam a saúde dos trabalhadores e de suas famílias, produzindo 
desigualdades sociais e ambientais em uma cultura legitimadora desse 
processo de desenvolvimento.
As críticas ao modelo de desenvolvimento puramente econômico e seus 
impactos sobre as condições de vida, a saúde e doença e sobre o ambiente 
têm aproximado os campos da saúde do trabalhador e da saúde ambiental.
O encontro desses campos disciplinares articula-se, no plano teórico, pela 
visão sistêmica da relação sociedade-natureza e pela centralidade do 
modo de produção definido pelo modelo de desenvolvimento adotado e 
se concretiza no processo saúde-doença. Os territórios abrigam diferentes 
processos produtivos, que não mais se restringem ao interior das fábricas 
e indústrias, determinando a distribuição diferenciada da exposição dos 
indivíduos e coletivos, aos agentes, cargas e riscos de dano para a saúde, e 
assim o perfil de adoecimento.
A desigualdade na distribuição da exposição aos fatores de risco para a 
saúde tem sido denunciada pelo movimento da justiça ambiental, também 
25
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR
denominado ambientalismo popular ou dos pobres ao afirmar que a maior 
carga de exposição aos riscos tecnológicos e ambientais gerados pelos 
processos de produção e consumo recai sobre os trabalhadores de baixa 
renda, grupos sociais discriminados, povos étnicos tradicionais, populações 
marginalizadas nas periferias das grandes cidades.
Na perspectiva da saúde, o ambiente deve ser entendido como território 
vivo, dinâmico, constituído por processos políticos, históricos, econômicos, 
sociais e culturais, no qual se materializa a vida humana, por meio de 
políticas públicas formuladas utilizando o conhecimento disponível, com a 
participação e controle social. Assim, as ações de saúde ambiental e saúde 
do trabalhador devem estar articuladas nos serviços de saúde, uma vez que 
os riscos gerados direta e indiretamente pelos processos produtivos afetam 
o meio ambiente e a saúde das populações e dos trabalhadores de modo 
particular (DIAS et al., 2009).
 Saiba mais
Para mais conhecimento sobre saúde do trabalhador articulada à saúde 
ambiental acesse:
PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO. Coordenação de Vigilância 
em Saúde (Covisa). Programa de Vigilância em Saúde do Trabalhador. 
São Paulo, [s.d.]. Disponível em: <http://www.cvs.saude.sp.gov.br/up/16.
COVISA_SP.pdf>. Acesso em: 2 maio 2018.
4.3 Riscos ambientais
Os riscos ambientais podem ser físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos (ou de 
acidentes). As duas últimas categorias, embora nãocontempladas pela NR 9, que trata do Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais, devem ser observadas da mesma maneira, já que o objetivo principal é 
garantir a segurança de toda a equipe.
A seguir, a descrição detalhada de cada uma das categorias:
Riscos físicos: aqueles que se referem às características físicas do ambiente, 
ligadas a fontes de energia como vibrações, ruídos excessivos, temperatura 
extrema, pressão anormal, radiação, tanto nas formas ionizantes quanto 
não ionizantes e alterações sonoras, como o ultrassom e o infrassom.
Riscos químicos: produtos, substâncias ou ainda compostos químicos que 
estão sujeitos à absorção por parte do organismo, seja através do contato 
26
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
Unidade I
direto, pelas vias respiratórias ou ainda ingeridos, como gases ou vapores, 
névoas, fumaça ou poeira.
Riscos biológicos: são as diferentes formas de micro-organismos aos quais 
os colaboradores possam estar expostos e cujo contato se dá através da 
pele, da ingestão ou ainda pelas vias respiratórias, como fungos, bactérias, 
protozoários, vírus ou parasitas.
Riscos ergonômicos: são os riscos de natureza física ou psicológica causados 
pela não adequação do ambiente de trabalho às limitações fisiológicas 
dos indivíduos, como sobrecarga de peso, intenso esforço físico, postura 
inadequada, jornada excessiva de trabalho, exigência de produtividade 
desproporcional, trabalho noturno, repetição de movimentos, entre outros 
fatores que causam estresse físico ou mental.
Riscos de acidentes ou mecânicos: são os agentes de riscos relacionados 
a máquinas, equipamentos e outros elementos que podem causar dano 
através da incidência de acidentes de trabalho. Dentre eles, ausência de 
equipamento de proteção, ferramentas com defeito ou inadequadas, risco 
de explosão ou incêndio, luminosidade inadequada, armazenamento e 
estocagem inadequados, animais peçonhentos, entre outros fatores que 
aumentem o risco de acidentes (BRASIL, 1978).
4.4 Acidente de trabalho
A ocorrência de acidentes do trabalho gera consequências traumáticas. Na maioria das vezes, causa 
mutilações, invalidez permanente e outros danos que não se limitam ao corpo físico do trabalhador, 
afetando também sua integridade psicológica. Pode até causar sua morte, com repercussões aos 
familiares, inclusive para a sociedade de modo geral, bem como para os cofres públicos.
Em regra, todos perdem com os acidentes do trabalho. Se todos amargam prejuízos visíveis, é possível 
concluir pela lógica que investir em prevenção de acidentes proporciona diversos benefícios, como 
retorno financeiro para o empregador, decorrente da diminuição do seu passivo no tocante a gastos 
com verbas indenizatórias concedidas pela via judicial a trabalhadores acidentados no desempenho 
de seu labor, no reconhecimento dos trabalhadores pelo padrão ético das empresas e, sobretudo, na 
melhoria das contas da Previdência Social, o que nem sempre é facilmente perceptível aos olhos de 
alguns empresários de visão capitalista.
4.5 Ações de vigilância
Os serviços de vigilância em saúde do trabalhador, municipais ou regionais, deverão investigar de 
modo integrado, obrigatoriamente, as ações gerais de vigilância do SUS, os acidentes de trabalho fatais 
graves e os ocorridos com trabalhadores com menos de 16 anos de idade.
27
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR
Nos acidentes acometendo adolescentes com 16 anos ou mais, será obrigatória a apuração apenas 
dos fatais ou graves. Os demais acidentes podem e devem ser examinados conforme as prioridades e os 
recursos locais e regionais.
A investigação dos casos poderá ser feita em conjunto com outros órgãos públicos afins, como 
o Ministério do Trabalho, a Polícia Militar e Civil e o Ministério Público. No tocante às análises de 
acidentes, a diretriz de hierarquização nos leva a propor níveis de aprofundamento das avaliações a 
serem desenvolvidas pelas equipes de vigilância.
O nível mais simples de análise consiste na utilização de listas de verificação baseadas no cumprimento 
de aspectos previstos em normas legais relativas à atividade, por exemplo, normas regulamentadoras do 
MTE, normas de vigilância, entre outras. Em outras palavras, os serviços de saúde que não possuem equipes 
de Saúde do Trabalhador ou equipes de Vigilância em Saúde capacitadas para o desenvolvimento de exames 
aprofundados devem conduzir pelo menos investigações preliminares. O tipo mais simples de levantamento 
de informações pode basear-se em questões formuladas a partir de itens de legislação de segurança já 
existentes ou publicações técnicas que tratem de avaliação de condições de segurança naquela atividade.
As informações contidas na Ficha de Notificação de Acidentes do Trabalho do Sistema Nacional 
de Agravos de Notificação deverão permitir desenhar o perfil de acidentados e acidentes de trabalho 
no território em questão: idade e sexo do acidentado, dias e horas do dia em que mais se acidentam, 
número médio de vítimas de acidentes por mês e ano, empresas ou ramos de atividade com maior 
número de vítimas ou com vítimas com lesões de maior gravidade, parte do corpo atingida, natureza da 
lesão sofrida, aspectos do processo causal etc.
Dois tipos de informações parecem particularmente importantes tendo em vista a prevenção e a 
atenção à saúde em caso de acidentes: aquelas relativas aos aspectos do processo causal e das lesões 
sofridas pelas vítimas distribuídas conforme citado e, sempre que necessário, de modo cruzado, por 
exemplo, distribuindo lesões identificadas segundo aspectos do processo causal ou local de ocorrência.
Nos termos da Portaria nº 3.098 (BRASIL, 1998), do Ministério da Saúde, que aprova a Norma Operacional 
de Saúde do Trabalhador, compete a esses municípios o estabelecimento de rotina de sistematização e 
análise dos dados gerados no atendimento aos agravos à saúde associados ao trabalho, de modo a orientar 
as intervenções de vigilância, a organização dos serviços e das demais ações em Saúde do Trabalhador e a
Utilização dos dados gerados nas atividades de atenção à Saúde do 
Trabalhador, com vistas a subsidiar a programação e avaliação das ações de 
saúde neste campo, e alimentar os bancos de dados de interesse nacional 
(BRASIL, 1998).
4.6 Biossegurança na saúde
A biossegurança pode ser definida como um conjunto de medidas que busca minimizar os riscos inerentes 
a uma determinada atividade. Esses riscos não são apenas aqueles que afetam o profissional que desempenha 
uma função, e sim todos aqueles que podem causar danos ao meio ambiente e à saúde das pessoas.
28
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
Unidade I
No que diz respeito aos profissionais de saúde, a biossegurança preocupa-se com as instalações 
laboratoriais, as boas práticas em laboratório, os agentes biológicos aos quais o profissional está exposto 
e até mesmo a qualificação da equipe de trabalho. Isso é importante porque, nesses locais, existe a 
frequente exposição a agentes patogênicos, além, é claro, de riscos físicos e químicos.
Não obstante muitos profissionais considerarem a biossegurança como norma que dificulta a 
execução de seu trabalho, as regras que a regem garantem a saúde do trabalhador e do restante da 
população. O não cumprimento das normas básicas de biossegurança pode acarretar problemas como 
transmissão de doenças e até mesmo epidemias.
Uma das principais normas de biossegurança em hospitais, clínicas e laboratórios diz respeito à 
higienização das mãos. Elas sempre devem ser lavadas antes do preparo e da ministração de medicamentos 
e do manuseio do paciente. Apesar de simples, essa é uma das medidas que mais evitam a propagação 
de doenças.
Os profissionais de saúde também devem ficar atentos aos seus equipamentos de proteção, tais 
como jalecos e aventais, que devem ser usados apenas no local detrabalho, e nunca em áreas públicas 
ou mesmo em refeitórios e copas no interior da unidade de saúde. Além disso, é vital não abraçar 
pessoas ou carregar bebês utilizando jalecos, uma vez que existe o risco de contaminá-los.
Apesar de ser uma recomendação conhecida por todos os profissionais da saúde, é muito comum 
observar essas pessoas utilizando jalecos em áreas públicas e transportando-os de maneira inadequada. 
Isso pode ocasionar o transporte de agentes patogênicos para fora das unidades de saúde, causando 
doenças na população.
Um ponto que merece destaque é a propagação de bactérias resistentes, que em geral são encontradas 
restritas ao ambiente hospitalar, porém podem ser facilmente levadas até a população em virtude da 
falta de conhecimento das normas de biossegurança.
As luvas também são equipamentos cruciais de proteção. Elas devem ser usadas sempre que 
necessário e trocadas após cada procedimento. Após a remoção, é fundamental dar a destinação correta 
a esse material, assim como a todos os itens que tiveram contato com resíduo biológico. O descarte 
correto é substancial para a segurança de todos.
Os profissionais de saúde estão expostos frequentemente a material biológico, por isso os riscos de 
contaminação podem ser altos a depender da atividade realizada. Os acidentes com esses profissionais 
usualmente envolvem ferimentos com agulhas ou outro utensílio cortante e contato direto com sangue 
ou elementos contaminados. Entre os mais envolvidos com esses acidentes, destacam-se os profissionais 
de enfermagem.
Diante da exposição frequente a agentes patogênicos, recomenda-se que os profissionais de saúde 
mantenham atualizadas suas carteiras de vacinação. As vacinas são umas das melhores formas de 
prevenção contra doenças infecciosas.
29
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR
É importante frisar que qualquer acidente ocorrido com os profissionais da saúde durante o 
desenvolvimento de sua atividade é considerado um acidente de trabalho. Em casos de acidentes com 
material biológico, é essencial lavar o local de contato ou a lesão e notificar a chefia imediata, que 
examinará o acidente. Essa análise observará qual material biológico esteve envolvido e como ocorreu 
o acidente. Depois, será observado se o utensílio pode ou não transmitir HIV e hepatites. Se for esse o 
caso, será necessária a realização de uma quimioprofilaxia. Após esse momento, ocorrerá o seguimento 
clínico laboratorial apropriado.
Indica riscos físicos
Legenda:
Cores Tamanho dos círculos
Indica risco pequeno
Indica risco médio
Indica risco grande
Indica riscos químicos
Indica riscos biológicos
Indica riscos ergonômicos
Indica riscos de acidentes
Figura 3 – Quadro de cores e grau referente a cada risco
 Observação
Um exemplo clássico de despreparo em relação à biossegurança foi o 
acidente em 1987 com Césio 137, em que um aparelho de radioterapia foi 
abandonado em uma clínica desativada. O descarte inadequado causou 
consequências graves à população de Goiás, que ficou exposta à radiação.
 Resumo
Nesta unidade, identificamos que a incidência de câncer tem crescido no 
Brasil, assim como em todo o mundo, acompanhando a mudança do perfil 
etário da população. Hoje, o câncer já representa a segunda maior causa de 
morte no Brasil. Esse crescimento tem se refletido no aumento do número 
de tratamentos ambulatoriais, das taxas de internações hospitalares e dos 
recursos públicos demandados para custear os tratamentos.
Nas fases iniciais do câncer, o tratamento geralmente é agressivo, com 
objetivo de cura ou remissão, e isso é compartilhado com o doente e sua 
30
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
Unidade I
família de maneira otimista. Quando a doença já se apresenta em estágio 
avançado ou evolui para essa condição mesmo durante o tratamento com 
intenção curativa, a abordagem paliativa deve entrar em cena no manejo 
dos sintomas de difícil controle e de alguns aspectos psicossociais associados 
à doença. Na fase terminal, em que o paciente tem pouco tempo de vida, 
o tratamento paliativo se impõe para, através de seus procedimentos, 
garantir qualidade de vida.
O término de uma terapia curativa para o câncer não significa o fim de um 
tratamento ativo, mas mudanças em focos de tratamento. A OMS enfatiza 
que o tratamento ativo e o paliativo não são mutuamente excludentes e 
propõe que muitos aspectos dos cuidados paliativos devem ser aplicados 
mais cedo, no curso da doença, em conjunto com o tratamento oncológico 
ativo, sendo aumentados gradualmente como um componente dos 
cuidados do paciente do diagnóstico até a morte. A transição do cuidado 
ativo para o cuidado com intenção paliativa é um processo contínuo e sua 
dinâmica difere para cada paciente.
Os cuidados paliativos devem incluir as investigações necessárias para 
o melhor entendimento e manejo de complicações e sintomas estressantes 
tanto relacionados ao tratamento quanto à evolução da doença. Apesar 
da conotação negativa ou passiva do termo paliativo, a abordagem e o 
tratamento paliativo devem ser eminentemente ativos, em especial 
em pacientes portadores de câncer em fase avançada, em que algumas 
modalidades de tratamento cirúrgico e radioterápico são essenciais para 
controlar os sintomas. Considerando a carga devastadora de sintomas 
físicos, emocionais e psicológicos que se avolumam no paciente com 
doença terminal, faz-se necessário um diagnóstico precoce e condutas 
terapêuticas antecipadas, dinâmicas e ativas, respeitando-se os limites do 
próprio paciente.
Também demos ênfase à saúde do trabalhador, aos riscos de exposição 
e à biossegurança. A saúde do trabalhador é um campo da saúde coletiva 
que compreende práticas interdisciplinares e interinstitucionais, com raízes 
na medicina social latino-americana, sendo influenciado pela experiência 
italiana. Sua abordagem busca superar a saúde ocupacional e a medicina 
do trabalho, pois além da medicina e engenharia de segurança, inclui outras 
disciplinas: a epidemiologia, a administração e planejamento em saúde e as 
ciências sociais em saúde.
Entendemos que o processo saúde-doença dos trabalhadores tem 
relação direta com o seu trabalho e não deve ser reduzido a uma relação 
monocausal entre doença e um agente específico, ou multicausal, entre 
a doença e um grupo de fatores de riscos (físicos, químicos, biológicos, 
31
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
7/
05
/1
8
ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR
mecânicos) presentes no ambiente de trabalho. Saúde e doença estão 
condicionadas pelas condições de vida das pessoas e são expressas entre 
os trabalhadores também pelo modo como vivenciam as condições, 
os processos e os ambientes em que trabalham. Por tais motivos é que 
a atuação da área de saúde do trabalhador ultrapassa os limites do SUS 
e deve ser realizada fatalmente em conjunto com outras áreas do Poder 
Público, com a cooperação da sociedade e dos próprios trabalhadores 
organizados, pois são eles que conhecem de fato seu ofício e os riscos a 
que estão submetidos.

Outros materiais