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Ciências Politicas e Sociais completo

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Ciências Políticas e Sociais:
Lista de Revisão 1
01 Analise a imagem apresentada a seguir.
A imagem apresentada retrata o processo de mobilidade social existente nas classes sociais existentes na sociedade de
consumo. Karl Marx, um dos principais pensadores das Ciências Sociais, apresenta a teoria da divisão da sociedade em
classes sociais a partir da posição dos indivíduos no meio produtivo e refuta a divisão da sociedade a partir do consumo de
mercadorias. Com base nos conhecimentos debatidos nas aulas, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, as
classes sociais derivadas do processo de divisão da sociedade pela posição dos indivíduos no meio produtivo segundo Karl
Marx.
B) Burguesia e Proletariado.
02 Leia atentamente o texto a seguir:
A filosofia de Zygmunt Bauman, o pensador da modernidade líquida
“Fluidez” é a qualidade de líquidos e gases. (…) Os líquidos, diferentemente dos sólidos, não mantêm sua forma com
facilidade. (…) Os fluidos se movem facilmente. Eles “fluem”, “escorrem”, “esvaem-se”, “respingam”, “transbordam”,
“vazam”, “inundam” (…) Essas são razões para considerar “fluidez” ou “liquidez” como metáforas adequadas quando
queremos captar a natureza da presente fase (…) na história da modernidade” (…) “Tudo é temporário, a modernidade (…)
– tal como os líquidos – caracteriza-se pela incapacidade de manter a forma”. (Zygmunt Bauman)
Fonte: https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/a-filosofia-de-zygmunt-bauman-o-pensador-da-modernidade-liquida/ 
O sociólogo Zygmunt Bauman apresenta a teoria de que a modernidade assumiu uma forma líquida a partir do século XX.
A forma assumida pela modernidade gerou, segundo o pensador, diversas repercussões na vida dos indivíduos. Neste
cenário, assinale a alternativa que apresenta, segundo Zygmunt Bauman, o sentimento que afeta de maneira
predominante os indivíduos na sociedade atual, destacando que tal sentimento impacta nas relações afetivas, nas
amizades e também na trajetória profissional dos indivíduos na sociedade moderna.
A) incerteza.
03 Leia atentamente o trecho apresentado a seguir:
Os contratualistas foram filósofos que, entre os séculos XVI e XVIII, afirmaram que as origens da sociedade e também do
Estado estavam vinculadas à um “contrato social” assumido pelos homens: eles poderiam viver sem poder e/ou
organização, mas “aceitaram” firmar um pacto que estabeleceu as regras de convívio social e de subordinação política. É
importante destacar que os contratualistas foram os responsáveis pelo desenvolvimento de teorias que sustentavam a
necessidade de formas de governo variadas.
Assinale a alternativa que cita corretamente os principais pensadores chamados de contratualistas.
C) Hobbes, Locke e Rousseau.
04 Ele afirmava que a origem das desigualdades existentes entre os homens estava diretamente vinculada à noção de
propriedade privada. Segundo este pensador, a simples existência da possibilidade de posse da propriedade privada gerou
uma separação dos indivíduos em dois grupos distintos: os detentores de propriedade privada e os excluídos da posse
dessa propriedade.
Assinale a alternativa que cita o pensador destacado no texto do enunciado.
E) Jean-Jacques Rousseau.
05 Três grandes revoluções (transformações profundas que geraram rupturas no modelo existente) que abalaram
completamente o modelo de sociedade que vigorava até o século XVIII, proporcionando o surgimento de um novo modelo
de agrupamento social (Sociedade Moderna Industrial). As grandes revoluções foram:
A) Revolução Francesa, Revolução Industrial e Revolução Científica.
Lista de Revisão 2
01 No Brasil os poderes dos cidadãos nas decisões legislativas são transferidos para outras pessoas, por
meio de eleições, gerando uma forma de democracia na qual os poderes dos eleitores são delegados aos
eleitos. Assim, os cidadãos passam a eleger outras pessoas para ocuparem os seus espaços no processo de
tomada de decisões legislativas. O modelo de democracia apresentado no enunciado é:
C)Democracia Representativa.
02 A identidade é uma forma de representar a construção das características de um indivíduo a partir de
três elementos: linguagem, história do coletivo e cultura. Todas as ações e obras da humanidade devem ser
preservadas, pois elas influenciam de maneira direta na construção da identidade e dos próprios indivíduos.
A memória de uma sociedade é constitutiva das identidades cultural e social, ou seja, sem a preservação da
memória não existe nenhuma forma de identidade
A partir dos elementos apresentados nas aulas sobre a formação da Identidade dos indivíduos na 
sociedade moderna, e também dos elementos destacados no enunciado, leia as afirmações a seguir 
sobre as formas de identidade existentes e assinale V para as verdadeiras e F para as falsas:
( ) A identidade cultural é ligada ao alinhamento/aproximação dos indivíduos por meio de 
determinadas características ligadas a produção cultural de um povo e/ou de um grupo social.
( ) A identidade social de um indivíduo é formada através do tempo e possui um caráter mutável, pois 
pode ser modificada e/ou remodelada pela incorporação de novas características (valores, crenças, 
pensamentos, atitudes etc.) por parte do indivíduo nas novas relações sociais cotidianas que ele 
desenvolver.
( ) A identidade política é ligada a aproximação/afinidade de um indivíduo a determinada filosofia 
política (ex. um individuo pode ser adepto aos ideais políticos da socialdemocracia, do liberalismo ou 
do socialismo).
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
A) V, V, V.
03 Leia o texto a seguir:
QUE MULTICULTURALISMO SE QUER PARA O BRASIL?
Livio Sansone
Uma das vítimas da “guerra ao terror” tem sido o próprio multiculturalismo, uma tentativa de pensar 
um convívio mais harmônico transformando a dupla negativa diferença/distância na dupla positiva 
diversidade/tolerância. Tanto em parte da Europa como nos Estados Unidos hoje há uma ênfase 
governamental muito forte, com respaldo de boa parte da opinião pública, contra o apoio público a 
instituições étnicas “outras”, sobretudo quando de origem islâmica. Assim pode se ter um país como a 
Inglaterra, onde a linguagem do Estado tem incorporado a linguagem ou jargão da diversidade, quer 
dizer, é importante mostrar uma Inglaterra multirracial em suas manifestações públicas, mas onde, de 
fato, o grau de tolerância para experimentos multiculturais ou transculturais na educação está reduzido
ao mínimo.
Fonte: http://cienciaecultura.bvs.br/pdf/cic/v59n2/a13v59n2.pdf
O Multiculturalismo (pluralismo cultural) é marcado pela convivência pacífica de vários grupos culturais
em uma determinada região (cidade, país e/ou território), entretanto o texto acima apresenta um dos 
fenômenos negativos que impedem a consolidação da perspectiva multicultural. Assinale a alternativa 
que apresenta este fenômeno negativo:
A) Intolerância.
04 Leia o texto a seguir:
O que são movimentos sociais?
O direito de manifestação é assegurado pelo artigo 5º, XVI, da Constituição Federal de 1988. E nos 
últimos anos, muitas pessoas saíram às ruas lutando pelos seus direitos, e colocando o conceito de 
movimento social em pauta. […] Os movimentos sociais são formados por grupos de indivíduos que 
defendem, demandam e/ou lutam por uma causa social e política. É uma forma da população se 
organizar, expressar os seus desejos e exigir os seus direitos. São fenômenos históricos, que resultam 
de lutas sociais, que vão transformando e introduzindo mudanças estruturais nas sociedades.
Fonte:https://www.politize.com.br/movimentos-sociais.
Com base nas informações apresentadas pelo texto e nas aulas da disciplina de Ciências Políticas e 
Sociais, assinale a alternativa que apresenta a principal característica dos movimentos sociais:
B) Os Movimentos Sociais não são predeterminados e, assim, necessitam de condições objetivas para 
existirem. Eles buscam atingir os objetivos coletivos de um determinado grupo social.
05 Leiao texto a seguir:
STF mantém decretos que proíbem cultos e missas na pandemia.
Placar foi de 9 a 2 por permitir restrições às atividades religiosas presenciais. Apenas Nunes Marques e 
Dias Toffoli divergiram.
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter os decretos estaduais e municipais que proibiram 
atividades religiosas coletivas durante a pandemia, com o objetivo de evitar a disseminação do 
coronavírus e um maior colapso do sistema de saúde. O placar foi de 9 a 2. Os ministros Alexandre de 
Moraes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Marco 
Aurélio Mello e Luiz Fux acompanharam o relator, ministro Gilmar Mendes. Já os ministros Nunes 
Marques e Dias Toffoli, que eram contrários aos decretos, ficaram vencidos.
Fonte: https://valor.globo.com/politica/noticia/2021/04/08/stf-nunes-marques-vota-para-derrubar-
decretos-que-suspendem-cultos-e-missas-na-pandemia.ghtml.
https://valor.globo.com/politica/noticia/2021/04/08/stf-nunes-marques-vota-para-derrubar-decretos-que-suspendem-cultos-e-missas-na-pandemia.ghtml
https://valor.globo.com/politica/noticia/2021/04/08/stf-nunes-marques-vota-para-derrubar-decretos-que-suspendem-cultos-e-missas-na-pandemia.ghtml
https://www.politize.com.br/movimentos-sociais
http://cienciaecultura.bvs.br/pdf/cic/v59n2/a13v59n2.pdf
No texto apresentado o Supremo Tribunal Federal (instância máxima do poder judiciário brasileiro) 
tomou uma decisão que foi questionada por muitas pessoas, inclusive pelo presidente da República Jair
Bolsonaro. Com base nas aulas da disciplina Ciências Políticas e Sociais, assinale a alternativa que 
apresenta a principal função do poder judiciário no Estado Contemporâneo – que inclusive justifica a 
decisão tomada pelo STF no caso citado no texto apresentado.
A) O Judiciário deve apresentar a interpretação da legislação à luz da Constituição Federal e fiscalizar o 
seu cumprimento.
Aula 1 - Correntes de Pensamento das Ciências Sociais
As ciências políticas e sociais possuem três grandes correntes de pensamento: o Positivismo, a Crítica Política e a
Ciência Compreensiva. 
 
Positivismo
O Positivismo é uma corrente filosófica que se desenvolveu no transcorrer do século XIX. Os principais pensadores
do positivismo foram Auguste Comte (fundador desta corrente de pensamento) e Émile Durkheim (principal
pensador desta corrente de pensamento).
 
Desde seu nascimento, o positivismo de Auguste Comte apresentava um enorme sentimento antimetafísico, ou
seja, Comte sustentava que qualquer forma de produção de conhecimento/ciência não passível de comprovação
(por meio da observação empírica) não possuía sentido/significado. Neste cenário, a sociedade deveria ser
estudada através de uma forma de “microscópio social”. O positivismo sustenta-se na concepção de que a
explicação de todos os fenômenos sociais (os que atingem a sociedade) devem partir do conhecimento científico
(sustentado em métodos confiáveis).
 
Já Émile Durkheim (1858-1917) foi um importante sociólogo francês e o principal expoente da corrente sociológica
e filosófica do positivismo. Durkheim sustentava que a sociedade deveria ser analisada a partir de fenômenos que
possuíssem amplitude coletiva, ou seja, a sociedade deveria ser investigada levando em conta fenômenos
conceituados como fatos sociais. Os fatos sociais, segundo o Durkheim, são instrumentos importantes para se
conhecer a sociedade, tendo em vista que possuem três características de vital importância: são ao mesmo tempo
coercitivos (atingem os indivíduos mesmo contra sua vontade), gerais (podem atingir todos os indivíduos da
sociedade) e são externos (a sua natureza é externa ao indivíduo – pois são sociais).
 
Crítica Política 
O principal expoente da corrente de pensamento conhecida como Crítica Política foi Karl Marx (1818-1883). O
pensador alemão foi responsável pelo desenvolvimento de uma forma de sociologia crítica à sociedade moderna
industrial, apresentando elementos que apontavam a existência de diversos impactos sociais causados aos
indivíduos, neste modelo de sociedade, pela separação da sociedade em classes sociais. As classes sociais, segundo
Marx, são constituídas a partir da posição dos indivíduos no meio produtivo. Os que fazem parte do grupo detentor
dos meios de produção são integrantes da classe burguesa e os indivíduos que trabalham nos meios de produção
são integrantes da classe proletária. Segundo Karl Marx, a origem das desigualdades sociais (existentes nesta
sociedade) é ligada a divisão da sociedade em classes sociais, tendo em vista que uma classe social se torna
dominante economicamente (burguesia) e a outra classe social se torna dominada economicamente e
politicamente (proletariado).
 
Compreensiva/ Individualista
Max Weber (1864-1920) foi um sociólogo alemão que teve um papel importante na consolidação das Ciências
Sociais como disciplina científica. O pensador alemão destacava que a sociologia deveria centrar os seus esforços
na construção de um modelo científico (tipo ideal) que permitisse a compreensão da sociedade a partir dos
indivíduos. Segundo Max Weber, os indivíduos e as suas ações sociais individuais devem ser estudados, tendo em
vista que suas ações sociais racionais são responsáveis pela transformação da sociedade. Em síntese, os indivíduos
possuem papel de destaque na sociedade e devem ser estudados. Max Weber destaca que as ações sociais
individuais devem ser alvos de estudo da sociologia, tendo em vista que as ações sociais são transformadoras. As
ações sociais existentes são: ação tradicional, ação afetiva, ação racional com relação a fins, ação racional com
relação a valores. 
 
Conclusão
Durante a Idade Média a ideia de unidade da razão, ligada aos primórdios da sociedade capitalista, foi uma
característica da “luta” entre a igreja e os poderes seculares. No decorrer da Idade Moderna, o poder foi
secularizado e uma mudança social passou a ser necessária. Neste cenário, o racionalismo passa a ser
predominante, tendo como característica o desenvolvimento das teorias psicológica e sociológica. O estudo
científico das transformações sociais que impactaram a sociedade a partir das grandes revoluções (Revolução
Francesa, Revolução Industrial e Revolução Inglesa) sustentou o desenvolvimento da sociologia como disciplina
científica. Auguste Comte e Émile Durkheim (Positivismo), Karl Marx (Crítica Política) e Max Weber
(Compreensivo/Individualista) foram os principais pensadores da sociologia clássica e seus métodos ainda estão
presentes no cenário das pesquisas sociais contemporâneas. 
 
Vídeo com orientações importantes para a resolução dos exercícios da aula 
https://zoom.us/rec/share/wLa_3boros7in2fDIJw2uniDZ7-
fUqY0On9H26gpw1vUSlO6PofT0f0h5Ecgoofp.blMW0oV4GpPG2Qst 
 
Atividade Extra 
Nome da atividade: Texto – 150 anos de Max Weber
Link para o texto https://portalseer.ufba.br/index.php/revistapreludios/article/view/14216
 
Referência Bibliográfica 
FRIEDE, Reis, Curso de ciência política e teoria geral do estado. Rio de Janeiro: Editora Freitas Bastos, 2003. 
 MARCON, Kenya Jeniffer (org), Sociologia contemporânea. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.
LEITE, Fernando. Ciência Política: da Antiguidade aos dias de hoje. Curitiba: InterSaberes, 2016.
01 Segundo Castro, a Sociologia surge como área científica responsável pela análise aprofundada dos desdobramentos e
transformações da sociedade moderna. Assinale a alternativa que cita, corretamente, o grande teórico que alterou o nome
da ciência que estudava a sociedade, dando a ela o nome de Sociologia.
D) Auguste Comte
02 A primeira corrente de pensamento da sociologia foi o positivismo (que foi fundada por Auguste Comte – primeiro
“sociólogo”). O positivismo de Auguste Comte apresentava um enorme sentimento anti metafísico, ou seja, sustentava que
todas as formas de produção de conhecimento não passíveis de comprovação (empírica) nãopossuíam
sentido/significado. Neste contexto, leia as assertivas abaixo acerca desta questão:
I - A sociedade passa a ser estudada através de uma forma de “microscópio social”.
II- Diversos métodos são desenvolvidos no processo de busca pela explicação racional para os diversos fenômenos sociais
que surgem na sociedade moderna.
III – O positivismo pregava que a produção de conhecimento deveria ser sustentada em fenômenos que não podem ser
comprovados.
Está correto o que se diz em:
D) I e II apenas
03 O papel do cientista social se mantém centrado na busca da construção de conhecimentos críticos, que atendam as
expectativas de buscarem respostas para questionamentos sociais e teóricos. O cientista social usa suas técnicas (métodos
científicos) como lupa social, buscando “enxergar melhor” a sociedade.
Assinale a alternativa que destaca o papel desempenhado pelo cientista social, conforme apresentado no enunciado.
D) Investigador social
04 Comte acreditava que os problemas sociais e as sociedades, em geral, deveriam ser estudados com o mesmo rigor
científico das demais ciências naturais. A partir dessa premissa, Augusto Comte cunhou o nome “Sociologia”, que seria
dado à nova área de estudo que se dedicaria às sociedades. Qual era o objetivo principal da sociologia de Comte?
D) entender as leis que regem nosso mundo social, ajudando-nos a compreender os processos sociais e dando-nos
controle direto sobre os rumos que nossas sociedades tomariam.
05 (Unicentro) “A ação social (incluindo tolerância ou omissão) orienta-se pela ação de outros, que podem ser passadas,
presentes ou esperadas como futuras (vingança por ataques anteriores, réplica a ataques presentes, medidas de defesa
diante de ataques futuros). Os ´outros` podem ser individualizados e conhecidos ou uma pluralidade de indivíduos
indeterminados e completamente desconhecidos”. (Max Weber. Ação social e relação social. In M.M. Foracchi e J.S
Martins. Sociologia e Sociedade. Rio de Janeiro, LTC, 1977, p.139).
Max Weber, um dos clássicos da sociologia, autor dessa definição de ação social, que para ele constitui o objeto de estudo
da sociologia, apontou a existência de quatro tipos de ação social. Quais são elas?
D) Ação tradicional, ação afetiva, ação racional com relação a fins, ação racional com relação a valores.
06 (Unicentro) Max Weber, um dos fundadores da Sociologia, tinha amplo conhecimento em muitas áreas afins a essa
ciência, tais como economia, direito e filosofia. Assim, ao analisar o desenvolvimento do capitalismo moderno, buscou
entender a natureza e as causas da mudança social. Em sua obra, existem dois conceitos fundamentais, ou seja,
E) Ação social e racionalidade.
Aula 2 - Conceito de sociedade e os objetivos das Ciências Sociais
Conceito de Sociedade
A sociedade é uma abstração que possui características complexas, sendo composta por diversos agrupamentos,
possuindo também diversas configurações que merecem ser estudadas. De maneira geral, podemos definir sociedade
como uma forma de organização social que está sustentada em elementos políticos, sociais, culturais e econômicos, que
resultam de um processo de socialização dos indivíduos (interação social). A sociedade contemporânea começou a
constituir o seu formato atual a partir de alguns acontecimentos históricos que geraram rupturas no modelo social
existente até então. Tais acontecimentos históricos geraram diversos impactos no funcionamento do meio social existente
até aquele momento. Os principais acontecimentos históricos que deram origem ao modelo atual de sociedade foram as
revoluções sociais e econômicas.
 
Revoluções Econômicas e Sociais 
 
Podemos destacar três grandes revoluções (transformações profundas que geraram rupturas no modelo existente) que
abalaram completamente o modelo de sociedade que vigorava até o século XVIII, proporcionando o surgimento de um
novo modelo de agrupamento social (Sociedade Moderna Industrial). As grandes revoluções foram: Revolução Francesa,
Revolução Industrial e Revolução Científica.
 
1 Revolução Francesa
 
A Revolução Francesa ocorreu no ano de 1789 na França e gerou uma grande ruptura do modelo político que vigorava até
então, a monarquia absolutista. Esse acontecimento proporcionou alguns questionamentos às ideias que sustentavam o
regime monárquico. A monarquia absolutista mantém o seu poder por meio da religião, tendo em vista que o clero se
constituía como grupo garantidor do regime absolutista. Assim, quando o poder centralizado e concentrado do monarca
passa a ser questionado, o poder do clero (religião) também o é. 
 
A Revolução Francesa foi marcada por ideias racionalistas, as quais questionavam o papel do clero na sociedade, e
iluministas que buscavam o desenvolvimento da iluminação por meio da ciência. Os principais ideais que sustentaram a
Revolução Francesa foram liberdade, igualdade e fraternidade. 
 
2. Revolução Industrial
Entre os séculos XVII e XIX, a sociedade passou por diversas transformações sociais rápidas e intensas, que foram originadas
por diversos acontecimentos de ordem produtiva e econômica, sendo classificados posteriormente como fruto da
Revolução Industrial. O desenvolvimento de equipamentos tecnológicos alterou toda a forma de relacionamento existente
até então entre os indivíduos, sendo que a produção deixou de ser realizada de maneira artesanal e passou a ser de
maneira organizada e padronizada, principalmente, com o desenvolvimento de máquinas a vapor, a combustão e novos
métodos produtivos. 
A sociedade passou a se organizar a partir da nova modalidade produtiva, ou seja, a revolução industrial mudou
completamente a forma de organização existente até então. 
 
3. Revolução Científica
 
A partir do século XIX, a ciência moderna passou a ter um papel de relativa importância na sociedade moderna, tendo em
vista que a superação das explicações metafísicas (sem base racional) abriu caminho para o desenvolvimento de novas
formas de pensamento além do conhecimento religioso. Assim, a sociedade passou a ter uma nova vertente na busca pelo
desenvolvimento de conhecimentos: a ciência moderna. A ciência moderna é sustentada em métodos padronizados,
testes rigorosos e explicações confiáveis, resultando em uma mudança significativa no comportamento das pessoas. 
 
Objetivos da Ciências Sociais 
 
As Ciências Sociais surgiram como disciplina científica para buscar explicações para os diversos fenômenos sociais que
atingiam esse novo modelo de sociedade. Nesse sentido, podemos afirmar que de maneira geral o objetivo dessa nova
disciplina é auxiliar na busca pela compreensão, de maneira lógica, crítica e científica, das estruturas de funcionamento da
sociedade e da transformação em todas as suas esferas (política, cultural, social e econômica). 
 
A sociologia surgiu, neste contexto, para auxiliar no processo de reconhecimento das estruturas desta nova sociedade,
compreendendo os seus avanços (aspectos positivos) e os seus atrasos (aspectos negativos), sendo denominada como a
ciência da sociedade. Destaca-se que o papel da sociologia se tornou de grande relevância com as rápidas transformações
que atingiram (e ainda atingem) a sociedade moderna, necessitando de novos instrumentos e novas pesquisas para
explicar os fenômenos que circulam na sociedade.
01 (PUC-Campinas) O novo processo de produção introduzido com a Revolução Industrial, no século XVIII, caracterizou-se
pela:
B) Realização da produção em grandes unidades fabris e intensa divisão do trabalho.
02 Três grandes revoluções (transformações profundas) abalaram completamente o modelo de sociedade que vigorava
até o século XVIII e deram sustentação para o surgimento de um novo modelo de agrupamento social (Sociedade
Moderna Industrial) foram: Revolução Francesa, Revolução Industrial e Revolução Científica. Leia, atentamente, as
afirmações abaixo acerca desta questão:
I. A Revolução Francesa, ocorrida em 1789, trouxe diversas transformações na forma de pensar o mundo (de maneira
filosófica - Iluminismo),juntamente com o surgimento de novos ideais políticos e, também, com o desenvolvimento de
novas formas de organização do poder.
II. Entre os séculos XVIII e XIX a sociedade passou por diversas transformações sociais rápidas e intensas, que tiveram como
origem em acontecimentos da ordem econômica, que foram classificados posteriormente como Revolução Industrial.
III. A tentativa de buscar explicações lógico-racionais para os diversos fenômenos que acompanham a humanidade desde o
seu surgimento (acentuadas pelo desenvolvimento de novas estruturas, ex. sociedade). A elaboração de métodos racionais
e rigorosos deixou de lado práticas pautadas em tradições populares e religiosas. O rompimento com a lógica não formal
na busca pela “verdade” trouxe implicações profundas na sociedade (e nos seres humanos) com o surgimento da Ciência
Moderna.
Está correto o que se diz em:
E) Todas as Afirmações estão corretas.
03 O desenvolvimento das complexidades sociais (características da abstração da sociedade) teve origem no processo
civilizatório e teve como consequência o surgimento de um modelo de sociedade que necessita de estudos sobre a sua
estrutura e o seu funcionamento. Neste cenário, diversos acontecimentos históricos influenciaram de maneira significativa
no desenvolvimento da sociedade, tal como, nas suas transformações.
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, os principais acontecimentos que geraram transformações na
Sociedade Moderna.
D) Revolução Francesa, Revolução Industrial e Revolução Científica.
04 (Unicentro 2011) Entende-se por socialização o processo por meio do qual:
A) O indivíduo aprende a ser um membro da sociedade.
05 (UEM - 2011) Sobre a relação entre a revolução industrial e o surgimento da sociologia como ciência, assinale o que for
correto.
A) A consolidação do modelo econômico baseado na indústria conduziu a uma grande concentração da população no
ambiente urbano, o qual acabou se constituindo em laboratório para o trabalho de intelectuais interessados no estudo dos
problemas que essa nova realidade social gerava.
06 (SEDUC/2016) Leia o texto abaixo:
"No século XIX, a consolidação do sistema capitalista na Europa irá fornecer os elementos que servirão de base para o
surgimento da Sociologia como ciência particular. No início desse século, o pensamento de Saint Simont (1760-1830), de
G.W.E. Hegel (1770-1830) e de David Ricardo (1772-1823), entre outros, será o elo para que Auguste Comte (1789-1857) e
Karl Marx (1818 1883) desenvolvam suas reflexões sobre a sociedade de maneiras radicalmente divergentes”.
TOMAZZI, Nélson Dácio. Iniciação à Sociologia. Atual: São Paulo, 1993.
Identifique as duas revoluções modernas que criaram as condições para a emergência da Sociologia como ciência:
C) Revolução Industrial e Revolução Francesa.
Aula 3 - Sociedade em Mudança
Sociedade em Mudança
O ser humano tem seu significado prático determinado através de suas semelhanças e diferenças. Assim, segundo Simmel,
a humanidade está vinculada, diretamente, ao contato com as diferenças, e são essas diferenças existentes (contato com
diferentes) entre os indivíduos que geram as transformações na sociedade. A sociedade moderna atingiu um elevado grau
de diferenciação, que sustenta um processo de transformação social em ritmo também acelerado. As transformações
sociais constituem-se como vetores da sociedade em mudança, sendo que, atualmente, as mudanças ocorrem em um
ritmo acelerado. As mudanças sociais são acompanhadas pelo elevado grau de desenvolvimento tecnológico presente na
sociedade contemporânea, gerando o desenvolvimento de novas formas de relacionamento na sociedade. 
 
Sociedade das Necessidades 
 
Segundo Zygmunt Bauman, podemos afirmar que as transformações ocorridas no cotidiano da sociedade moderna (e que
tanto impactam a vida dos indivíduos) são alimentadas por uma necessidade natural dos seres humanos por mudanças.
Entretanto o anseio humano por novidades também remete ao surgimento de uma sociedade sustentada por
necessidades. 
Os seres humanos anseiam por mudanças, por novidades e por transformações; assim, as novas necessidades que surgem
neste modelo de sociedade – e marcam os indivíduos – são retroalimentadas por um modelo de produção industrial de
larga escala. Ou seja, quando uma necessidade é sanada, ao mesmo tempo, a sociedade cria uma necessidade nova nos
indivíduos, que novamente buscam nas mercadorias produzidas por este modelo de sociedade a sua satisfação. Assim,
esta sociedade possibilita que o ser humano se reconheça e se realize nas suas necessidades mais profundas, mas também
o aprisiona nessas necessidades ao transformá-lo em simples mercadorias das mesmas.
 
Mundo Líquido 
No cenário de mudanças e transformações contínuas na sociedade, o sociólogo polonês, Zygmunt Bauman, afirma que a
modernidade (e o próprio mundo) são condicionados a uma nova realidade: realidade líquida. A realidade líquida é a
representação de que nada mais é sólido nesta sociedade, tudo assume um caráter líquido (podendo evaporar a qualquer
momento), assim, os indivíduos passam a viver em um mundo de incertezas. 
O mundo de incertezas gera um determinado medo/receio nos indivíduos, tendo em vista que seu cotidiano é rodeado de
situações que não permitem a percepção de concretude das relações existentes na sociedade. A sociedade do mundo
líquido é o reflexo do mundo de incertezas que marca a sociedade contemporânea.
 
Sociedade do coletivo
Nesta sociedade, os indivíduos são condicionados pelo pensamento do coletivo e, assim, a sociedade moderna ao se tornar
“flexível e líquida” condiciona os indivíduos a seguirem os padrões coletivos. Não existe nenhuma forma racional para os
indivíduos se desvincularem deste modelo de sociedade que os aprisiona. 
O indivíduo passa a ser reflexo de uma sociedade que não tem mais solidez e rigidez, ou seja, nesta sociedade os próprios
indivíduos passam a ser “indivíduos líquidos”.
 
Sociedade aprisionada pela tecnologia 
Ao assumirem o papel de mercadorias da sociedade em transformação, os homens passam a fazer parte de uma falsa
realidade (realidade distorcida), na qual estão inclinados diante de suas próprias criações, como 
se as mercadorias fizessem parte dos seres humanos ou fossem eles próprios. As tecnologias (smartphones, por exemplo)
passam a ser parte dos indivíduos, sendo que quando estão distantes uma forma de abstinência passa a acompanhar os
indivíduos, como se estivesse faltando uma parte do seu próprio corpo. 
01 O _________, descrito por Bauman, possibilita que o ser humano se reconheça e se realize nas suas necessidades mais
profundas, mas também o aprisiona nessas necessidades (ou pseudonecessidades) ao transformá-lo em simples
mercadorias das mesmas (BAUMAN, Z. apud. CASTRO (org.), 2014).
Assinale a alternativa que preenche, corretamente, a lacuna do texto apresentado no enunciado:
D) Mundo líquido
02 O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, que é um dos sociólogos contemporâneos mais reconhecido (pela
complexidade das suas obras), afirma que a modernidade assumiu uma esfera mutável (tornando o “mundo líquido” para
ser mais literal) na qual a incerteza passa a ser um ator predominante na cena social (sociedade). Leia as assertivas abaixo
acerca desta questão:
I – Esta sociedade é marcada pela liquidez e centrada na incerteza.
II – Os Indivíduos foram transformados em meros consumidores.
III- Os consumidores foram transformados em mercadorias.
IV – A sociedade é rígida e a mutação não se concretiza plenamente.
Está correto o que se diz em:
A) I, II e III apenas
03 Segundo Bauman, a sociedade moderna “evoluiu” para um modelo de sociedade marcada pelo consumo, pela
incerteza e, principalmente, pela liquidez. Com base neste contexto, analise as afirmações a seguir e marque V para a(s)
verdadeira(s) e F para a(s) Falsa(s).
( ) A sociedade contemporânea se apresenta (de maneira objetiva) como opressora das vontades individuais.
( )A sociedade contemporânea assume um papel repressor e redutor dos indivíduos em consumidores.
( ) A sociedade contemporânea transforma os consumidores em mercadorias.
( ) A sociedade contemporânea é marcada, fortemente, pela rigidez nas relações sociais.
E) V – V – V- F
04 (UEL – 2006) O misterioso da forma da mercadoria reside no fato de que ela reflete aos homens as características
sociais do seu próprio trabalho, como características objetivas dos próprios produtos do trabalho e, ao mesmo tempo,
também da relação social dos produtores com o trabalho total como uma relação social existente fora deles, entre objetos.
(Adaptado: MARX, Karl. O Capital. São Paulo: Nova Cultural, 1988. p. 71.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que, para Marx:
E) A mercadoria, no contexto do modo capitalista de produção, possui caráter fetichista, refletindo os aspectos sociais do
trabalho
05 “A “__________” do “sujeito”, e a maior parte daquilo que essa subjetividade possibilita ao sujeito atingir, concentra-se
num esforço sem fim para ela própria se tornar, e permanecer, uma mercadoria vendável. A característica mais
proeminente da sociedade de ____________ – ainda que cuidadosamente disfarçada e encoberta – é a transformação
dos consumidores em __________…”. (BAUMAN, Z. apud. CASTRO (org.), 2014 pg. 121).
Assinale a alternativa que preenche, corretamente, as lacunas:
D) Subjetividade; consumidores; mercadorias
06 “A “subjetividade” do “sujeito”, e a maior parte daquilo que essa subjetividade possibilita ao sujeito atingir, concentra-se
num esforço sem fim para ela própria se tornar, e permanecer, uma mercadoria vendável. A característica mais
proeminente da sociedade de consumidores – ainda que cuidadosamente disfarçada e encoberta – e a transformação dos
consumidores em mercadorias…”. (BAUMAN, Z. apud. CASTRO (org.), 2014 pg. 121).
Leia, atentamente, a afirmação de Bauman,e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o “tipo de
sociedade” caracterizada pelo autor:
D) Sociedade Líquida
Aula 4 - Pólis Grega e Política
O período da Antiguidade Clássica foi fortemente marcado pelo desenvolvimento de regimes políticos que subsidiaram o
surgimento dos existentes na nossa sociedade atual. As características herdadas da pólis grega e o pensamento de
Aristóteles - filósofo que idealizou o conceito de Política – ainda estão presentes no cotidiano da sociedade
contemporânea. O pensamento de Nicolau Maquiavel, pensador que idealizou os preceitos políticos da sociedade
moderna, também é de grande relevância para a sociedade atual. 
 
Pólis Grega 
No decorrer da Antiguidade Clássica, as cidades-estados da Grécia Antiga, chamadas de pólis, possuíam um regime político
que era sustentado na participação de todos os cidadãos em uma assembleia que deliberava sobre os assuntos comuns
(públicos). Tais cidades-estados com assembleias recebiam o nome de politéia. A politéia possuía características próprias,
que a distinguia de dois regimes já conhecidos na Grécia Clássica (Democracia e Aristocracia), na concepção de leis (com
suas qualidades), independentemente do seu regime político.
 
Aristóteles – Fundador da Política 
Aristóteles (384 a. C. – 322 a. C.) cunhou o termo “política” na sua grande obra chamada A Política, destacando que o
tratado deve ser considerado o primeiro tratado sobre a natureza, as divisões do Estado, e sobre várias formas de governo
que sucederam a sua obra. O conceito de política pode ser considerado, segundo Aristóteles, como a arte ou ciência do
governo, isto é, como uma manifestação humana de gerir problemas coletivos e públicos, visando o bem comum (bem da
coisa pública). Aristóteles é considerado, até os dias atuais, como o pai da política e o grande pensador da Política na
história da humanidade.
 
Nicolau Maquiavel - 
Nicolau Maquiavel (1469 – 1527) inaugurou na modernidade a busca pela compreensão da natureza humana
(aprofundada, posteriormente, pelos pensadores Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau) afirmando que os
homens devem ser controlados para que a sua natureza ingrata e covarde seja dominada. Assim, o seu principal livro (“O
Príncipe”) se tornou um genuíno manual político para o controle dos homens (utilizado amplamente no cotidiano da
sociedade moderna).
 
Segundo Maquiavel, a instalação de um governo estável e duradouro é o grande desafio de um monarca, tendo em vista
que a natureza ingrata da humanidade tende a gerar desordem e caos. Neste cenário, os governantes devem desenvolver
a prática da submissão dos indivíduos às suas vontades. Assim, o problema central da análise política de Maquiavel é
descobrir como pode ser resolvido o inevitável ciclo de estabilidade e caos que circula a política moderna.
 
Política na Era Moderna
A Política na Era Moderna passou a ser conhecida como “ciência do Estado”, “doutrina do Estado”, “ciência política” e
“filosofia política”, para enfim ser habitualmente empregada para indicar a atividade, ou o conjunto de atividades, que está
ligado ao gerenciamento do Estado atual. Neste cenário, o governo no âmbito do Estado passa a direcionar o andamento
da política, sendo ela reduzida à ciência burocrática de controle das atividades do Estado na resolução de problemas
comuns. Assim, na atualidade, a política está ligada, diretamente, ao processo de desenvolvimento de novas práticas de
sustentação dos princípios da eficiência e da eficácia.
 
A Política moderna é marcada pela administração de Estados que possuem uma relação direta com o antagonismo da sua
fundação: o mundo privado. Na sua perspectiva moderna, o Estado passa a gerir questões relacionadas ao mundo privado,
distanciando-o da sua função idealizada por Aristóteles: gerir a coisa pública.
01 “Viver na ________ não é, pois, viver numa comunidade de sábios virtuosos, nem de religiosos, ou de conformistas ou
de guerreiros, ou de ricos ou de pobres. A pólis é, como diz exemplarmente ________ na ___________, uma pluralidade”.
(MIRANDA FILHO, M. apud. QUIRINO, C. G.; VOUGA, C.; e BRANDÃO, G. M. (org.) 1998. pg. 28)
Assinale a alternativa que preenche, corretamente, as lacunas:
D) Pólis; Aristóteles; Política
02 Aristóteles, concebido como o fundador do conceito política, escreveu uma importante obra filosófica, e embrionária,
da Ciência Política com o nome Política. Os gregos, na Antiguidade Clássica, já possuíam uma forma complexa de
organização “política”, sendo responsáveis pelo desenvolvimento de dois dos regimes políticos de maior envergadura
histórica. Assinale a alternativa que cita, corretamente, os dois regimes políticos criados na Grécia Antiga (citados no
enunciado desta questão).
C) Aristocracia e Democracia
03 Maquiavel inaugura a busca pela compreensão da natureza humana aprofundada, posteriormente, pelos
jusnaturalistas Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau) afirmando que os homens devem ser doutrinados
para que a sua natureza ingrata e covarde seja controlada. Assinale a alternativa que cita, corretamente, a obra de
Maquiavel considerada como um manual político (inclusive nos dias atuais).
A) O Príncipe
04 Os pensadores clássicos da Grécia Antiga, que observaram e relataram o cotidiano da pólis, podem ser considerados os
primeiros pensadores da “ciência política” (constituída como disciplina científica dezenas de séculos depois). Assinale a
alternativa que cita, corretamente, os dois principais pensadores da política na Grécia Antiga.
D) Aristóteles e Platão
05 Com o decorrer da história, os modelos e conceitos “idealizados” pelos filósofos da Grécia Clássica já não atendiam
plenamente as necessidades da “política” no final da Idade Média e início da Idade Moderna. Justamente neste cenário,
surgiu uma das figuras mais controversas da história da organização política. Assinale a alternativa que cita, corretamente, o
pensador que revolucionou a Ciência Política no final da Idade Média.
E) Nicolau Maquiavel
06 A democracia tornou-seum dos regimes de governo mais conhecidos, tendo em vista o seu “caráter de participação
popular”. Entretanto, é necessário destacar que a democracia surgiu na Grécia Clássica com uma proposta de governo
diferente da perspectiva democrática utilizada no cotidiano atual da sociedade. Neste contexto, leia as assertivas abaixo
acerca desta questão:
I. Na antiguidade clássica, a democracia surgiu com uma proposta de deliberação em praça pública de medidas a serem
tomadas no âmbito do governo
II. Na conjuntura moderna, os poderes dos cidadãos (nas decisões) não são transferidos para representantes, impedindo,
assim, o desenvolvimento da democracia sustentada na representação (democracia representativa).
III. Na conjuntura moderna (gerada pelo crescimento das cidades – transformadas em metrópoles), a tomada de decisões
em praça pública pelos cidadãos tornou- se inviável.
Está correto o que se diz em:
B) I e III apenas
Aula 5 - Política na Modernidade
Contratualistas
Em geral, os contratualistas foram filósofos que, entre os séculos XVI e XVIII, afirmaram que as origens da sociedade e
também do Estado estavam vinculadas à um “contrato social” assumido pelos homens: eles poderiam viver sem poder
e/ou organização, mas “aceitaram” firmar um pacto que estabeleceu as regras de convívio social e de subordinação
política. É importante destacar que os contratualistas foram os responsáveis pelo desenvolvimento de teorias que
sustentavam a necessidade de formas de governo variadas (Thomas Hobbes defendia o governo forte de um Estado
reduzindo o campo de liberdade dos homens; já John Locke, por sua vez, defendia um governo limitado do Estado –
gerando a liberdade para os homens)
 
Estado de natureza em Thomas Hobbes: Igualdade Relativa
 
A igualdade relativa dos homens, proposta por Hobbes na sua grande obra Leviatã, poderia gerar diversos conflitos no
interior do Estado, pois causava violência e insegurança entre os indivíduos. Assim, o pensador defendia que esse Estado
deveria utilizar, de maneira racional, medidas de controle e de repreensão.
Hobbes não acreditava que os homens eram absolutamente iguais; entretanto, afirmava que eles eram “tão iguais que...”,
ou seja, em determinadas situações a igualdade dos homens era colocada à prova pelo Estado ou pelos seus governantes.
Segundo Hobbes, os estavam estariam no seu estado de natureza em uma guerra contínua de todos contra todos, levando
a uma miséria universal, a insegurança constante e o medo de morte violenta. Assim, era necessário um Estado forte para
reprimir os instintos primitivos que reinavam sobre os homens. Neste cenário, é importante destacar que, segundo o
pensador, existia uma liberdade relativa entre os homens, tendo em vista que apenas alguns teriam qualidades de
governante, levando ao surgimento de pequenos grupos de homens que tinham a qualidade de governo para sustar os
instintos mais primitivos dos indivíduos. Um Estado com um sistema centralizador de poder pode ser facilmente associado
a uma ditadura, ou seja, a base para o governo defendido por Thomas Hobbes é o regime ditatorial.
 
John Locke – Estado de Natureza
 
Para John Locke os homens no seu Estado de Natureza vivem em estado de perfeita liberdade, e não dependem da
vontade de qualquer outro homem para suas ações. Os direitos dos homens precederam o Estado e a Sociedade. Logo, o
Estado não poderia exercer controle sobre a liberdade natural dos indivíduos. Locke defendia que o Estado tivesse um
papel mínimo no controle, e propôs uma espécie de individualismo liberal (na qual os indivíduos tinham seus “direitos”
naturais resguardados – como a sua própria liberdade). O pensador defendia que o Estado tivesse um papel mínimo no
controle e estrutura, assim, uma espécie de individualismo liberal (na qual os indivíduos tinham seus “direitos” naturais
resguardados – como a sua própria liberdade). 
 
A liberdade dos indivíduos no seu Estado Natural deveria ser preservada pelo Estado e pelas leis. Segundo Locke, a
natureza humana é sustentada em liberdades que geram a vida harmônica e sustentável dos homens. Desta forma, não
deveria existir nenhuma legislação que regulasse os direitos existentes no estado de natureza dos indivíduos, tendo em
vista que qualquer legislação que regulasse a vida dos homens poderia gerar desequilíbrios na sociedade (tendo em vista
que seriam contrárias ao estado natural dos homens). John Locke é um dos precursores do liberalismo político, assim,
podemos associar as teorias de Locke com o desenvolvimento da Democracia Moderna (sustentada nos ideais liberais). O
governo que permite a participação popular e restringe a atuação do Estado ao essencial é a base para o pensamento
político de John Locke (contrapondo o pensamento de Thomas Hobbes – que defendia um regime ditatorial para controlar
os instintos primitivos dos homens). 
 
Conclusão
 
Thomas Hobbes e John Locke foram (e continuam sendo atualmente) dois dos principais pensadores da Política Moderna,
e apresentaram propostas para a organização burocrática do Estado que estava se constituindo. É importante destacar que
o Estado Moderno surge com a centralização do poder político no final da era medieval, gerando a necessidade da
constituição de formas de governos que permitissem a organização desta nova instituição política (Estado Moderno). Neste
cenário, Thomas Hobbes e John Locke deram uma contribuição significativa para o desenvolvimento do cenário político e
social construído no decorrer dos últimos séculos. 
 
Thomas Hobbes defendia que o Estado tivesse autonomia total para controlar os homens e seus instintos primitivos
(instintos que poderiam inclusive levá-los a morte), e John Locke defendia que o Estado não usurpasse a liberdade existente
no Estado de Natureza dos homens, tendo apenas um papel de organizar burocrático da sociedade, sem restringir os
direitos existentes no Estado de Natureza dos homens. Assim, o cenário idealizado por estes dois grandes contratualistas
criou a base para o desenvolvimento político do Estado no decorrer dos últimos séculos.
01 Thomas Hobbes afirmava que os governantes (em um estado absolutista) não poderiam estar sob as mesmas leis dos
seus governados, tendo em vista que as leis que deveriam reger os governantes deveriam ser as leis naturais. A
diferenciação dos governantes no cumprimento das leis, proposta por Hobbes, é veementemente refutada por John
Locke, que afirmará que qualquer diferenciação no âmbito do poder e das leis romperia com o princípio de igualdade,
presente no estado de natureza dos homens. Assinale a alternativa que cita, corretamente, o regime de governo defendido
por Hobbes.
D) Ditadura
02 (ENEM- 2013.2)
TEXTO I
Não é sem razão que o ser humano procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou
pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de propriedade. (LOCKE, J.
Segundo tratado sobre governo: ensaio relativo à verdadeira origem, extensão e objetivo do governo civil. São Paulo: Abril
Cultural, 1978)
TEXTO II
Para que essas classes com interesses econômicos em conflitos não destruam a si mesmas e à sociedade numa luta estéril,
surge a necessidade de um poder que, na aparência, esteja acima da sociedade, que atenue o conflito, mantenha-o dentro
dos limites da ordem. (ENGELS, F. In: GALLINO, L. Dicionário de sociologia. São Paulo: Paulus, 2005 - adaptado) Os textos
expressam duas visões sobre a forma como os indivíduos se organizam socialmente.
Tais visões apontam, respectivamente, para as concepções:
A) Liberal, em defesa da liberdade e da propriedade privada — Conflituosa, exemplificada pela luta de classes
03 O contratualismo é uma escola de pensamento a partir da qual várias interpretações sobre a natureza humana e o
surgimento das sociedades civis foram concebidas. Para os contratualistas, o ser humano:
B) vivia em um estado de natureza anterior às organizações sociais ou políticas que temos hoje
04 (ENEM - 2014.2) Sendo os homens, por natureza, todos livres,iguais e independentes, ninguém pode ser expulso de
sua propriedade e submetido ao poder político de outrem sem dar consentimento. A maneira única em virtude da qual
uma pessoa qualquer renuncia à liberdade natural e se reveste dos laços da sociedade civil consiste em concordar com
outras pessoas em juntar-se e unir-se em comunidade para viverem com segurança, conforto e paz umas com as outras,
gozando garantidamente das propriedades que tiverem e desfrutando de maior proteção contra quem quer que não faça
parte dela. (LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1978) Segundo a
Teoria da Formação do Estado, de John Locke, para viver em sociedade, cada cidadão deve:
D) Concordar com as normas estabelecidas para a vida em sociedade
05 (ENEM - 2016.2)
TEXTO I
Até aqui expus a natureza do homem (cujo orgulho e outras paixões o obrigaram a submeter se ao governo), juntamente
com o grande poder do seu governante, o qual comparei com o Leviatã, tirando essa comparação dos dois últimos
versículos do capítulo 41 de Jó, onde Deus, após ter estabelecido o grande poder do Leviatã, lhe chamou Rei dos Soberbos.
Não há nada na Terra, disse ele, que se lhe possa comparar. (HOBBES. T. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 03)
TEXTO II
Eu asseguro, tranquilamente, que o governo civil é a solução adequada para as inconveniências do estado de natureza, que
devem certamente ser grandes quando os homens podem ser juízes em causa própria, pois é fácil imaginar que um
homem tão injusto a ponto de lesar o irmão dificilmente será justo para condenar a si mesmo pela mesma ofensa. (LOCKE,
J. Segundo tratado sobre o governo civil. Petropolis; Vozes, 1994)
Thomas Hobbes e John Locke, importantes teóricos contratualistas, discutiram aspectos ligados à natureza humana e ao
Estado. Thomas Hobbes, diferentemente de John Locke, entende o estado de natureza como um(a):
A) condição de guerra de todos contra todos, miséria universal, insegurança e medo da morte violenta
06 (ENEM – 2015.1) A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, embora por
vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim,
quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para
que um deles possa com base nela reclamar algum benefício a que outro não possa igualmente aspirar.
(HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 03)
Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam o mesmo objeto, eles:
A) Entravam em conflito
Aula 6 - Rousseau e o Estado de Natureza
Jean-Jacques Rousseau (1712- 1778) 
Jean-Jacques Rousseau, o terceiro contratualista, afirmava que o homem é livre no seu Estado de Natureza, entretanto ele
perde a sua liberdade natural com a sua entrada na ordem da sociedade civil (na Sociedade e no Estado). O pensador
afirmava que a liberdade civil (dentro da Sociedade e do Estado) não é a mesma liberdade do Estado de Natureza dos
homens, e, assim, não seria possível atingir tal liberdade dentro da ordem da sociedade civil. 
Segundo Rousseau, ao abrir mão da sua liberdade natural para ingressar na ordem civil, o homem abandona mão da sua
própria natureza, assumindo características completamente diferentes do seu estado natural, ou seja, ele perde
completamente a sua condição de homem natural. Esse homem natural é bom por natureza, não precisando de
regulamentações do Estado e da Sociedade, sendo que elas constituem uma violência ao Estado de Natureza do homem.
Segundo Rousseau, a origem das desigualdades entre os homens está diretamente ligada à existência da propriedade
privada, tendo em vista que os homens são divididos em dois grupos: os que possuem posse de propriedade privada e os
que não possuem posse de propriedade privada. Tal situação é uma característica do modelo de sociedade que evoluiu ao
longo da história e repercute até os dias atuais.
Propriedade Privada – Contratualistas
O tema da propriedade privada é de grande relevância para os pensadores contratualistas (idealizadores do Contrato Social
assinado pelos homens ao ingressarem na sociedade civil). Os três principais pensadores contratualistas (Hobbes, Rousseau
e Locke) pensavam a natureza da propriedade privada de maneira distinta. 
 Para Thomas Hobbes, a propriedade não existe no estado de natureza dos homens; logo, também não deveria ser
garantida pelo Estado e pela sociedade civil. A propriedade privada deveria ser direcionada aos homens que
estivessem no poder, tendo em vista que os indivíduos não deveriam ser detentores de tais direitos.
 Para John Locke a propriedade privada já existia no estado de natureza dos homens, sendo inclusive anterior à
própria sociedade. Portanto, a garantia da propriedade privada deve fundamentar a existência do Estado e da
própria sociedade, tendo em vista que a garantia da propriedade privada efetivaria a garantia do próprio estado de
natureza do homem.
 Jean-Jacques Rousseau, por sua vez, reitera que com o contrato social o homem perde a sua liberdade natural.
Entretanto, o pensador francês afirma que os homens ganham em troca a liberdade civil e o direito de acesso à
propriedade privada. No seu estado de natureza, não existiria a necessidade da busca por propriedade privada.
Destaca-se que Rousseau afirmava que a origem das desigualdades existentes entre os homens estava diretamente
vinculada à noção de propriedade privada. Segundo Rousseau, a simples existência da possibilidade de posse da
propriedade privada gerou uma separação dos indivíduos em dois grupos distintos: os detentores de propriedade privada
e os excluídos da posse dessa propriedade. Assim, a origem das desigualdades existentes entre os homens (nesta
sociedade) é fruto direto da existência da propriedade privada. É possível perceber que as liberdades individuais naturais
são substituídas pelas liberdades da sociedade civil, e, segundo Rousseau, os homens abrem mão da sua liberdade natural
em troca da promessa da possibilidade de posse da propriedade privada.
 Conclusão
O estudo sobre o estado de natureza dos homens é a base das teorias de grandes pensadores da filosofia moderna, dentre
eles, Rousseau, Hobbes e Locke. O estado de natureza é uma construção teórica dos grandes pensadores do
jusnaturalismo, assim, a análise do estado de natureza dos homens é a base do pensamento moderno, direcionando o
processo de compreensão dos homens, no seu estado natural e na sua essência social. A propriedade privada está
inserida de maneira direta nas discussões sobre o estado de natureza e sobre as desigualdades sociais geradas pelo seu
desenvolvimento. Neste cenário, a leitura de Rousseau, Hobbes e Locke ainda se constitui como ferramenta de grande
importância nos estudos contemporâneos.
01 O conflito entre e Hobbes e Locke, presente na concepção do estado de natureza do homem, se apresenta também na
concepção de propriedade. Se para _________ a propriedade é fruto do Estado, para ________ a propriedade privada já
existia no estado de natureza dos homens, sendo inclusive anterior a própria sociedade. Assim, não é legítimo que o Estado
assuma o controle da propriedade natural dos homens. Já _______ reitera que com o contrato social o homem perde a
sua liberdade natural, mas “ganha” em troca a liberdade civil e o direito de propriedade.
Assinale a alternativa que preenche, corretamente, as lacunas:
D) Hobbes; Locke; Rousseau
02 “O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos demais não deixa de ser mais
escravo do que eles. (…) A ordem social, porém, é um direito sagrado que serve de base a todos os outros. (…) Haverá
sempre uma grande diferença entre subjugar uma multidão e reger uma sociedade. Sejam homens isolados, quantos
possam ser submetidos sucessivamente a um só, e não verei nisso senão um senhor e escravos, de modo algum
considerando-os um povo e seu chefe.Trata-se, caso se queira, de uma agregação, mas não de uma associação; nela não
existe bem público, nem corpo político.”
(Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social. [1762]. São Paulo: Ed. Abril, 1973, p. 28,36.)
No trecho apresentado, o autor:
A) Argumenta que um corpo político existe quando os homens encontram-se associados em estado de igualdade política
03 "O homem natural é tudo para si mesmo; é a unidade numérica, o inteiro absoluto, que só se relaciona consigo mesmo
ou com seu semelhante. O homem civil é apenas uma unidade fracionária que se liga ao denominador, e cujo valor está
em sua relação com o todo, que é o corpo social. As boas instituições sociais são as que melhor sabem desnaturar o
homem, retirar-lhe sua existência absoluta para dar-lhe uma relativa, e transferir o eu para a unidade comum, de sorte que
cada particular não se julgue mais como tal, e sim como uma parte da unidade, e só seja percebido no todo.”
ROUSSEAU, J. J. Emílio ou da Educação. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
A visão de Rousseau em relação à natureza humana, conforme expressa o texto, diz que:
A) O homem civil é formado a partir do desvio de sua própria natureza
4 (Unioeste 2013) “Com isto se torna manifesto que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum
capaz de os manter a todos em respeito, eles se encontram naquela condição que se chama guerra; e uma guerra que é de
todos os homens contra todos os homens. […] E os pactos sem a espada não passam de palavras, sem força para dar
segurança a ninguém. Portanto, apesar das leis da natureza (que cada um respeita quando tem vontade de respeitá-las e
quando pode fazê-lo com segurança), se não for instituído um poder suficientemente grande para nossa segurança, cada
um confiará, e poderá legitimamente confiar apenas em sua própria força e capacidade, como proteção contra todos”.
(HOBBES).
Considerando o texto citado e o pensamento político de Hobbes, seguem as afirmativas abaixo:
I. A situação dos homens, sem um poder comum que os mantenha em respeito, é de anarquia, geradora de insegurança,
angústia e medo, pois os interesses egoísticos são predominantes, e o homem é lobo para o homem.
II. As consequências desse estado de guerra generalizada são as de que, no estado de natureza, não há lugar para a
indústria, para a agricultura nem navegação, e há prejuízo para a ciência e para o conforto dos homens.
III. O medo da morte violenta e o desejo de paz com segurança levam os indivíduos a estabelecerem entre si um pacto de
submissão para a instituição do estado civil, abdicando de seus direitos naturais em favor do soberano, cujo poder é
limitado e revogável por causa do direito à resistência que tem vigência no estado civil assim instituído.
IV. Apesar das leis da natureza, por não haver um poder comum que mantenha a todos em respeito, garantindo a paz e a
segurança, o estado de natureza é um estado de permanente temor e perigo da morte violenta, e “a vida do homem é
solitária, pobre, sórdida, embrutecida e curta”.
V. O poder soberano instituído mediante o pacto de submissão é um poder limitado, restrito e revogável, pois no estado
civil permanecem em vigor os direitos naturais à vida, à liberdade e à propriedade, bem como o direito à resistência ao
poder soberano.
Das afirmativas feitas acima:
D) as afirmações III e V estão incorretas
05(Ufu 2012) ‘Para bem compreender o poder político e derivá-lo de sua origem, devemos considerar em que estado
todos os homens se acham naturalmente, sendo este um estado de perfeita liberdade para ordenar-lhes as ações e
regular-lhes as posses e as pessoas conforme acharem conveniente, dentro dos limites da lei de natureza, sem pedir
permissão ou depender da vontade de qualquer outro homem.” LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo. São
Paulo: Abril Cultural, 1978.
A partir da leitura do texto acima e de acordo com o pensamento político do autor, assinale a alternativa correta:
C) Segundo Locke, a origem do poder político depende do estado de natureza
06 (Uel 2011) Leia o texto a seguir.
Justiça e Estado apresentam-se como elementos indissociáveis na filosofia política hobbesiana. Ao romper com a
concepção de justiça defendida pela tradição aristotélico-escolástica. Hobbes propõe uma nova moralidade relacionada ao
poder político e sua constituição jurídica. O Estado surge pelo pacto para possibilitar a justiça e, na conformidade com a lei,
se sustenta por meio dela. No Leviatã (caps. XIV-XV), a justiça hobbesiana fundamenta-se, em última instância, na lei natural
concernente à autoconservação, da qual deriva a segunda lei que impõe a cada um a renúncia de seu direito a todas as
coisas, para garantir a paz e a defesa de si mesmo. Desta, por sua vez, implica a terceira lei natural: que os homens
cumpram os pactos que celebrarem. Segundo Hobbes, “onde não há poder comum não há lei, e onde não há lei não há
injustiça. Na guerra, a força e a fraude são as duas virtudes cardeais”.
(HOBBES, T. Leviatã. Trad. J. Monteiro e M. B. N. da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1997. Coleção Os Pensadores, cap. XIII.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Hobbes, é correto afirmar:
D) As noções de justiça e de injustiça, como as de bem e de mal, têm lugar a partir do momento em que os homens vivem
sob um poder soberano capaz de evitar uma condição de guerra generalizada de todos.
Aula 7 - O Estado Moderno e a Sociedade Civil
Estado Moderno: Surgimento
O Estado Moderno se estabeleceu, a partir do século XV, como instituição responsável pela
institucionalização de mecanismos de coerção e poder. Ele é marcado pelo surgimento das cidades, pela
centralização do poder em uma única instituição, pelo desenvolvimento das práticas comerciais e pelo
mercantilismo. O poder centralizado é a figura fundamental para a fundação do Estado Moderno, marcado
também pela concentração do poder no Estado (e nos grupos que ocupavam o poder estatal), pela
cobrança unificada de tributos para “bancar” a burocracia estatal (segurança, organização política,
organização militar e organização social) e pela definição de um território geográfico (delimitando a área de
poder do Estado). Os tributos/impostos se tornaram o principal mecanismo de manutenção do
funcionamento do Estado Moderno. O Estado Moderno, segundo Max Weber, pode ser definido “como
uma comunidade humana que pretende, com êxito, o monopólio do uso legítimo da força física dentro de
um determinado território”. A evolução desse Estado levou ao desenvolvimento de algumas fases distintas:
Estado Absolutista, Estado Liberal, Estado Totalitário, Estado do Bem-Estar Social e Estado Neoliberal.
Estado Absolutista
O Estado Absolutista marcou a primeira fase do Estado Moderno, e foi caracterizado pela centralização dos
poderes nas mãos de monarcas absolutos Logo, todos os poderes emanam do monarca (poder executivo,
poder legislativo e poder judiciário). Todas as decisões eram relacionadas aos interesses e diretrizes
determinadas pela monarquia (e pelas classes que ocupavam o topo do poder neste regime – Nobreza e
Clero).
Estado Liberal
O Estado Liberal é representante do interesse geral da sociedade e, neste sentido, não se define com
vínculos a interesses de qualquer classe social em específico ou quaisquer outros grupos particulares. O
Estado Liberal é marcado pelo surgimento da separação de poderes de maneira autônoma e independente,
criados de acordo com as premissas de Montesquieu. O Estado Liberal é constituído a partir do século XVII
com as ideias do liberalismo político 
Estado Totalitário
O Estado Totalitário é marcado pelo surgimento de regimes totalitários no início do século XX, sendo
consequência direta das crises que atingiram o Estado Liberal no final do século XIX. Como resposta a tais
crises enfrentadas pelo Estado Liberal, o Estado Totalitário foi marcado pelo fortalecimento das instituiçõesdo Estado e pelo enfraquecimento do mercado e das dos indivíduos no processo de tomada de decisões e
na organização da sociedade. Os principais regimes, no século XX, que marcaram o Estado Totalitário, foram
o Estado Fascista (Nacional-Socialismo na Alemanha) e o Estado Soviético (Socialismo Real na URSS – União
das Repúblicas Socialistas Soviéticas).
Estado do Bem-Estar Social
O Estado do Bem-estar Social (Welfare State) surge com o final da Segunda Grande Guerra (1930 – 1945)
como resposta aos modelos de Estado Liberal e Totalitário. Nesse modelo, o Estado assume o papel de
agente promovedor do Bem-estar da população, garantindo os meios necessários para sua sobrevivência
(sistema de saúde, educação e demais necessidades sociais). O Estado do Bem-estar Social é marcado por
uma alta carga tributária, tendo em vista que os custos assumidos pelo Estado (neste modelo) são elevados,
e são bancados com os tributos cobrados dos contribuintes.
Estado Neoliberal
O Estado Neoliberal surgiu na década de 1970 como resposta às crises enfrentadas pelo modelo do Estado
de Bem-estar Social (Welfare State). As crises econômicas (principalmente a crise do petróleo), a elevada
taxa de desemprego, e a elevada carga tributária levaram o Estado do Bem-estar Social a uma grande crise,
sendo que a saída idealizada por economistas liberais foi a redução do tamanho da máquina pública e a
transferência da responsabilidade do bem-estar social para os indivíduos (o Estado deixou de ser o agente
promotor do Bem-estar da população). Tais ações resultaram na redução da carga tributária, na redução do
tamanho do Estado (com a privatização das empresas públicas) e na autonomia e liberdade do mercado.
Sociedade Civil
A sociedade civil surge através das relações estabelecidas pelos indivíduos no seu meio social, mediadas por
normas sociais criadas e estabelecidas de maneira coercitiva aos indivíduos. A sociedade é o próprio grupo
regido pelos costumes cotidianos estabelecidos pela cultura, pelas tradições e pela organização social dos
indivíduos – presentes ou não em lei. Todos os indivíduos, ao nascerem, são inseridos (automaticamente)
nas estruturas que organizam a vida civil no cotidiano da sociedade (através de um contrato social). Neste
cenário, a política passa a ser estabelecida como uma ferramenta burocrática de coerção, para a
organização da vida civil dos indivíduos. Segundo Foucault, a ideia de sociedade civil corresponde a uma
expansão da participação política da população. Assim, de forma alguma ela pode ser considerada como um
fortalecimento passivo do Estado, tampouco um movimento oligárquico, sendo direcionada para a
organização da população e dos grupos sociais (em que as relações sociais e de poder independem de uma
ação estatal ou da centralização do poder em figuras de autoridade).
Vídeo com orientações importantes para a resolução dos exercícios da aula
https://zoom.us/rec/share/Gzyv1RpsL013w8Nj_-CnbNKkwdzigQfxeJZF5iO3XGkxI__J59IyFwtac-
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Atividade Extra
Nome da atividade: Filme A Onda “Die Welle” (Dennis Gansel) - 2011
Sinopse: “ Este filme, inspirado no livro de mesmo nome (A Onda), expõe uma história baseada em fatos
reais ocorrida na Alemanha. A trama se inicia quando o Professor Rainer Wenger, simpatizante do
anarquismo, é direcionado a assumir as aulas sobre autocracia - ideologia que significa poder ilimitado e
absoluto - para alunos do ensino médio. A história se desenrola a partir de uma pergunta: É possível instituir
um regime totalitário na Alemanha? ” Https://www.politize.com.br/6-filmes-sobre-politica-que-merecem-
ser-assistidos/
01 (Uece 2019) O Estado moderno pode ser corretamente definido como:
D) Uma comunidade humana que pretende, com êxito, o monopólio do uso legítimo da força física
dentro de um determinado território.
02 (Uel 2019) As reflexões liberais tenderam a acentuar, até o século XIX, a compreensão de que o
Estado era a expressão da Razão. Nessa forma de compreensão liberal, é correto afirmar que o Estado:
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https://zoom.us/rec/share/Gzyv1RpsL013w8Nj_-CnbNKkwdzigQfxeJZF5iO3XGkxI__J59IyFwtac-m8vB4e.kyaaSWyARePp4ZGp
https://www.politize.com.br/6-filmes-sobre-politica-que-merecem-ser-assistidos/
https://www.politize.com.br/6-filmes-sobre-politica-que-merecem-ser-assistidos/
E) Representaria os interesses do conjunto da sociedade, pairando, portanto, acima das classes sociais e de
suas demandas específicas.
03 A tribo não possui um rei, mas um chefe que não é chefe de Estado. O que significa isso?
Simplesmente que o chefe não dispõe de nenhuma autoridade, de nenhum poder de coerção, de nenhum
meio de dar uma ordem. O chefe não é um comandante, as pessoas da tribo não têm nenhum dever de
obediência. O espaço da chefia não é o lugar do poder. Essencialmente encarregado de eliminar conflitos
que podem surgir entre indivíduos, famílias e linhagens, o chefe só dispõe, para restabelecer a ordem e a
concórdia, do prestígio que lhe reconhece a sociedade. Mas evidentemente prestígio não significa poder, e
os meios que o chefe detém para realizar sua tarefa de pacificador limitam-se ao uso exclusivo da palavra.
CLASTRES. P. A sociedade contra o Estado. Rio de Janeiro: Francisco Alves. 1982 (adaptado).
O modelo político das sociedades discutidas no texto contrasta com o do Estado Liberal burguês porque se 
baseia em:
C) Intervenção consensual e autonomia comunitária.
04 FGV-2018 - Tribunal Superior Eleitoral (TSE) monta força-tarefa anti-fake news para as eleições de
2018. Reúna 145 milhões de eleitores brasileiros, 120 milhões de usuários do WhatsApp, outros 130 milhões
no Facebook, opiniões políticas extremamente polarizadas e fake news em profusão. A combinação de
todos estes fatores durante as eleições presidenciais, em 2018, preocupa o TSE, que criou um Conselho
Consultivo sobre Internet e Eleições, agregando representantes da Justiça Eleitoral, do Governo Federal, do
Exército Brasileiro e da sociedade civil. A proibição do financiamento de campanhas por empresas pode
intensifi car o uso de redes sociais, o que torna ainda mais importante controlar a difusão de notícias falsas a
respeito dos candidatos, influenciando o resultado das eleições, como ocorreu no pleito presidencial norte-
americano, de 2016. Adaptado de https://dialogando.com.br
As afirmativas a seguir descrevem corretamente situações de fake news, à exceção de uma. Assinale-a.
A) Conteúdo enganoso: quando situações ou personagens políticas são criticadas com ironia e, suas
imperfeições, destacadas.
05 (Unimontes 2015) A sociedade civil é crescentemente o agente transformador em regimes
políticos democráticos, podendo determinar o curso do Estado. É um fenômeno histórico que resulta do
processo de diferenciação social.
Considerando essa perspectiva de análise, assinale a alternativa INCORRETA.
C) A sociedade civil é um movimento oligárquico de defesa do fortalecimento tecnocrático e passivo
do Estado.
06 (UFC) A partir de 1989, a América Latina incorpora o neoliberalismo. Este modelo, contestado por
diferentes grupos e movimentos sociais, caracterizou-se, neste continente, por
E) instaurar um conjunto de ideias políticas e econômicas capitalistas que defendeu a diminuição da
ingerência do Estado na economia.
Aula 8 - Democracia Moderna
Democracia
A democracia surgiu na Grécia Clássica (Antiguidade Clássica) com uma proposta de governo que permitisse que o cidadão
ateniense participasse do processo de tomada de decisões políticas de maneira direta, sem a necessidade de ser
representado por outros indivíduos. Neste cenário, o regime clássico existente na antiguidade clássica se difere da
perspectiva democrática utilizada no cotidiano atual da nossa sociedade. 
Na antiguidade clássica, a democracia surgiu com uma proposta de deliberação em praça pública de medidas a serem
implementadas no âmbito do governo,potencializando o papel do cidadão no cenário político. O regime constitui-se como
https://dialogando.com.br/
uma das formas de governo mais reconhecidas, tendo em vista que o seu “caráter de participação popular” se tornou
referência no cenário político mundial. 
A conjuntura moderna (gerada pela transformação da sociedade e crescimento das cidades – transformadas em
metrópoles) praticamente inviabilizou o processo de tomada de decisões em praça pública, sendo assim a participação
direta dos cidadãos tornou- se inviável. Neste cenário, a partir do século XVII diversas propostas de regimes de soberania
popular foram analisadas, e a representativa se mostrou mais eficiente e ganhou maior relevância.
 
Democracia Representativa
Na Democracia Moderna, os poderes dos cidadãos (nas decisões) são transferidos para representantes, gerando uma
forma de democracia sustentada na representação (Democracia Representativa). Eles passam a eleger representantes
para ocuparem os seus espaços no processo de tomada de decisões. 
A positividade da tomada de decisões pelos próprios cidadãos “cravou” na democracia uma conotação positiva.
Entretanto, os cidadãos perderam o protagonismo no processo de tomada de decisões, abdicando de ter uma atuação
deliberativa para assumir um papel de fiscalização. É necessário destacar que, desde o século XVIII, diversos pensadores
apresentaram críticas ao modelo de representação, tendo em vista que o distanciamento dos indivíduos do processo
decisório geraria a segregação de grande parte deles da participação ativa na democracia. Edmund Burke, Immanuel Kant e
Benjamin Constant apresentaram elementos que questionavam a participação política dos indivíduos das camadas
inferiores da sociedade. 
Segundo Edmund Burke, a democracia representativa criaria a “noção” de que seria necessário o desenvolvimento de
atributos para se tornar um bom governante, sendo que apenas a classe social superior (burguesia) conseguiria atingi-los.
Benjamin Constant apresentava a ideia de que o trabalho aprisionava as grandes massas, dificultando, assim, o acesso dos
grupos de trabalhadores do processo de participação ativa na política. 
Immanuel Kant, por sua vez, afirmava que apenas os detentores de posses de propriedade privada (geradoras de riqueza)
conseguiriam participar ativamente do processo decisório na política. Assim, os três pensadores apresentavam as
limitações que circulavam a democracia representativa a partir do século XVIII.
 
Democracia em Questionamento
Nas últimas décadas, a democracia deixou de ser um regime voltado para a tomada de decisões por todos os cidadãos
para se tornar um mero adjetivo positivo, que é utilizado para que governos (de todas as formas – inclusive por ditaduras)
se assumirem positivamente frente ao povo (e frente a outros governos também). 
Na atualidade, a democracia moderna é marcada pelo questionamento de sua eficiência e eficácia, abrindo caminho para
o surgimento de governos/regimes totalitários, que distanciam a população da participação em pleitos políticos. O uso da
violência do Estado contra a população (violência militar e institucional) marca fortemente o processo político de diversos
países do mundo. A democracia representativa possui diversas limitações (como as apresentadas por Edmund Burke,
Benjamin Constant e Immanuel Kant), entretanto, o regime ainda é o melhor e o único reconhecido pela comunidade
internacional como legítimo.
01 A democracia constitui como um dos regimes de governo mais conhecidos, tendo em vista o seu “caráter de
participação popular”. Entretanto é necessário destacar que a democracia surgiu na Grécia Clássica com uma proposta de
governo diferente da perspectiva democrática utilizada no cotidiano atual da sociedade. Neste contexto, leia as assertivas
abaixo acerca desta questão:
I. Na antiguidade clássica, a democracia surgiu com uma proposta de deliberação em praça pública de medidas a serem
tomadas no âmbito do governo
II. Na conjuntura moderna, os poderes dos cidadãos (nas decisões) não são transferidos para representantes, impedindo,
assim, o desenvolvimento da democracia sustentada na representação (democracia representativa).
III. Na conjuntura moderna (gerada pelo crescimento das cidades – transformadas em metrópoles), a tomada de decisões
em praça pública pelos cidadãos se tornou inviável.
Está correto o que se diz em:
D) I e III apenas
02 (Enem 2012) É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política não consiste
nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que é independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer
tudo o que as leis permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os
outros também teriam tal poder.
(MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997 (adaptado).
A característica de democracia ressaltada por Montesquieu diz respeito:
B) Ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à conformidade às leis.
03 (Enem 2017) O conceito de democracia, no pensamento de Habermas, é construído a partir de uma dimensão
procedimental, calcada no discurso e na deliberação. A legitimidade democrática exige que o processo de tomada de
decisões políticas ocorra a partir de uma ampla discussão pública, para somente então decidir. Assim, o caráter deliberativo
corresponde a um processo coletivo de ponderação e análise, permeado pelo discurso, que antecede a decisão.
(VITALE, D. Jürgen Habermas, modernidade e democracia deliberativa. Cadernos do CRH (UFBA), v. 19, 2006 (adaptado).
O conceito de democracia proposto por Jürgen Habermas pode favorecer processos de inclusão social. De acordo com o
texto, é uma condição para que isso aconteça o(a):
B) Debate livre e racional entre cidadãos e Estado
04 TEXTO I
A ação democrática consiste em todos tomarem parte do processo decisório sobre aquilo que terá consequência na vida
de toda coletividade.
GALLO, S. et al. Ética e Cidadania. Caminhos da Filosofia. Campinas: Papirus, 1997 (adaptado).
TEXTO II
É necessário que haja liberdade de expressão, fiscalização sobre órgãos governamentais e acesso por parte da população
às informações trazidas a público pela imprensa.
Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 24 abr. 2010.
Partindo da perspectiva de democracia apresentada no Texto I, os meios de comunicação, de acordo com o Texto II,
assumem um papel relevante na sociedade por
B) Fornecerem informações que fomentam o debate político na esfera pública.
05 (Enem 2010) A chegada da televisão
A caixa de pandora tecnológica penetra nos lares e libera suas cabeças falantes, astros, novelas, noticiários e as fabulosas,
irresistíveis garotas-propaganda, versões modernizadas do tradicional homem-sanduíche.
(SEVCENKO, N. (Org). História da Vida Privada no Brasil 3. República: da Belle Époque à Era do Rádio. São Paulo: Cia das
Letras, 1998.)
A TV, a partir da década de 1950, entrou nos lares brasileiros provocando mudanças consideráveis nos hábitos da
população. Certos episódios da história brasileira revelaram que a TV, especialmente como espaço de ação da imprensa,
tornou-se também veículo de utilidade pública, a favor da democracia, na medida em que:
B) Revelou para o país casos de corrupção na esfera política de vários governos.
06 (Enem 2016) A democracia deliberativa afirma que as partes do conflito político devem deliberar entre si e, por meio de
argumentação razoável, tentar chegar a um acordo sobre as políticas que seja satisfatório para todos. A democracia ativista
desconfia das exortações à deliberação por acreditar que, no mundo real da política, onde as desigualdades estruturais
influenciam procedimentos e resultados, processos democráticos que parecem cumprir as normas de deliberação
geralmente tendem a beneficiar os agentes mais poderosos. Ela recomenda, portanto, que aqueles que se preocupam
com a promoção de mais justiça devem realizar principalmente a atividade de oposição crítica, em vez

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