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Prévia do material em texto

1
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
2
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
SERVIÇO SOCIAL EM FOCO II
UNIASSELVI 2015
Organização
Vera Lúcia Hoffmann Pieritz
 
Autoria
Cristiana Montibeller
Denise da Silva Vieira
Joelma Crista Sandri Bonetti
Marines Selau Lopes
Silvana Braz Wegrzynovski
Reitor da Uniasselvi
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitora de Ensino de Graduação a Distância
Prof.ª Francieli Stano Torres
Pró-Reitor Operacional de Graduação a Distância
Prof. Hermínio Kloch
Editor-Chefe
Prof. Evandro André de Souza
Editoração e Diagramação
Djenifer Luana Kloehn
Capa
Djenifer Luana Kloehn
Revisão Final
Harry Wiese
José Rodrigues
Publicação Online
Propriedade do Centro Universitário Leonardo da Vinci
3
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
360
P615s Pieritz, Vera Lúcia Hoffmann 
 Serviço social em foco II/ Vera Lúcia Hoffmann Pieritz (Org.) Indaial : 
UNIASSELVI, 2015.
 212 p. : il.
 
 ISBN 978-85-7830-xxx-x
 
1. Serviço social. 
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
Ficha catalográfica 
Elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri – UNIASSELVI – Indaial.
4
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
SERVIÇO SOCIAL EM FOCO II
É com muita alegria que lhes apresento a segunda edição da publicação 
Serviço Social em Foco, na qual se teve por desafio tecer um debate acerca dos 
principais conceitos e fundamentos da práxis profissional do assistente social, 
além de apresentar novidades relativas ao Serviço Social contemporâneo.
O conjunto de artigos debate as concepções sócio-históricas, econômicas, 
políticas e culturais associadas à identidade profissional do assistente social, 
oferecendo reflexões sobre as principais teorias clássicas do pensamento social 
e do pensamento político, perpassando pelas correntes filosóficas e econômicas 
dos séculos XX e XXI. 
Igualmente, este material proporcionará a você momentos de reflexão 
no que tange às concepções do capitalismo e do Estado, sem esquecer de fatos 
relevantes ao desenvolvimento da história política do Brasil contemporâneo.
Vale ressaltar que serão abordadas ponderações a respeito da concepção 
de desenvolvimento e do neodesenvolvimentismo, além de abordar alguns 
aspectos relativos ao trabalho alienado e sociabilidade no capitalismo, entre outros 
aspectos norteadores da construção da subjetividade e dos movimentos sociais.
Por conseguinte, tratar-se-á de um assunto muito importante para 
a nossa atuação profissional, pois enfatiza a questão da ética, da legislação, 
das atribuições, das competências e da instrumentalização profissional teórico-
técnico-operativa do Serviço Social, alimentando reflexões sobre a legislação que 
regulamenta o nosso fazer profissional, os dilemas éticos contemporâneos, como 
a questão do sigilo profissional, além das diferenças entre as atribuições e as 
competências do assistente social nos dias de hoje.
PREFÁCIO
5
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
Adentraremos também nas questões que são objetos norteadores de 
nossa profissão, que são as expressões da questão social. E, para tanto, nesta 
obra procuraremos revisitar as implicações das expressões sociais da questão 
social e a formulação, implementação, execução e avaliação de projetos, 
serviços, programas e políticas sociais. Para, assim, compreender a amplitude da 
terminologia do termo da questão social e seu acirramento e globalização.
Ao mesmo tempo, também trabalharemos questões da atualidade, tais 
como: as novas configurações sociais para o serviço social, a profissão do serviço 
social mediante uma trajetória das funções tradicionais às provocações perante as 
novas configurações de regulação sociopolíticas.
Assim, faz-se necessário abordarmos também as questões pertinentes 
da aplicação e importância da estatística para o serviço social, em que será 
realizada uma análise dos principais indicadores sociais da realidade brasileira.
Para finalizar este arcabouço de informações relativas à atuação 
profissional do assistente social, abordar-se-á um assunto novo, que está nas 
mídias, que é a questão da guarda compartilhada. Neste sentido, desvelaremos 
como se dá a atuação do serviço social na implementação e garantia dos direitos 
que estão prescritos na Lei nº 13.058/2014, que regula a guarda compartilhada no 
Brasil.
Vale salientar que os textos reunidos nesta publicação são frutos das 
problematizações e estudos realizados pela equipe de professores, e organizada 
pela Coordenadora do Curso de Bacharelado em Serviço Social da UNIASSELVI, 
pois o mesmo reflete a base conceitual da profissão e sua práxis profissional.
PROF.ª VERA LúCIA HOFFMANN PIERITz 
CRESS Nº 4016 DA 12ª REgIãO
COORDENADORA DO CURSO DE BACHARELADO EM SERVIçO SOCIAL
UNIASSELVI - NEAD
6
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
SUMÁRIO
UNIDADE 1 ................................................................................................. 11
APRESENTAçãO ....................................................................................... 11
TÓPICO 1: TEORIAS CLÁSSICAS DO PENSAMENTO SOCIAL E DO 
PENSAMENTO POLÍTICO ............................................................................. 12
1.1 ÉMILE DURKHEIM ............................................................................... 12
1.2 KARL MARX .......................................................................................... 13
1.3 MAX WEBER ........................................................................................ 14
1.4 PENSAMENTO POLÍTICO.................................................................... 15
1.5 ADAM SMITH ........................................................................................ 15
1.6 ARISTÓTELES ...................................................................................... 16
1.7 JEAN-JACQUES ROSSEAU ................................................................ 17
1.8 JOHN LOCKE ....................................................................................... 18
1.9 NICOLAU MAQUIAVEL ......................................................................... 20
1.10 PLATãO............................................................................................... 22
1.11 THOMAS HOBBES ............................................................................. 23
AUTOATIVIDADE ........................................................................................ 24
7
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
TÓPICO II – PRINCIPAIS CORRENTES FILOSÓFICAS DO SÉCULO XX: 
MARXISMO, NEOTOMISMO, FENOMENOLOGIA E NEOPOSITIVISMO .... 26
2.1 MARXISMO ........................................................................................... 26
2.2 NEOTOMISMO...................................................................................... 27
2.3 FENOMENOLOgIA ............................................................................... 29 
2.4 NEOPOSITIVISMO ............................................................................... 30
AUTOATIVIDADE ........................................................................................ 32
TÓPICO III – CONCEPÇÕES E ANÁLISES DO CAPITALISMO E 
CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO ................................................................ 33
AUTOATIVIDADE ........................................................................................ 38
TÓPICO IV – DESENVOLVIMENTO DA HISTÓRIA POLÍTICA BRASILEIRA: 
REPÚBLICA VELHA E ESTADO NOVO ........................................................ 40
4.1 REPúBLICA VELHA .............................................................................. 40
4.2 ESTADO NOVO .................................................................................... 42
AUTOATIVIDADE ........................................................................................ 44TÓPICO V – CONCEPÇÃO DE DESENVOLVIMENTO E DO NEOLIBERALISMO: 
TRABALHO ALIENADO E SOCIABILIDADE NO CAPITALISMO ................ 47
AUTOATIVIDADE ........................................................................................ 59
TÓPICO VI – OBJETIVAÇÕES HUMANAS E A CONSTRUÇÃO DA 
SUBJETIVIDADE ............................................................................................ 61
AUTOATIVIDADE ........................................................................................ 63
8
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
TÓPICO VII – A CULTURA E AS IDENTIDADES COLETIVAS: UMA ANÁLISE 
DAS DIFERENTES DIMENSÕES CULTURAIS E SUAS CORRELAÇÕES COM 
O ESTADO E O MERCADO ........................................................................... 65
AUTOATIVIDADE ........................................................................................ 70
REFERÊNCIAS ........................................................................................... 72
UNIDADE 2 ................................................................................................. 75
APRESENTAçãO ....................................................................................... 75
TÓPICO I – O SERVIÇO SOCIAL E A LEGISLAÇÃO QUE O 
REGULAMENTA ...................................................................................... 75
AUTOATIVIDADE ........................................................................................ 77
TÓPICO II – A EVOLUÇÃO HISTÓRICA NO SERVIÇO SOCIAL E A 
COMPREENSÃO DA MORAL E DA ÉTICA .................................................. 80
AUTOATIVIDADE ........................................................................................ 81
TÓPICO III – DILEMAS ÉTICOS CONTEMPORÂNEOS: O SIGILO 
PROFISSIONAL .............................................................................................. 83
AUTOATIVIDADE ........................................................................................ 84
TÓPICO IV – EVOLUÇÃO E ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS DO SERVIÇO 
SOCIAL ........................................................................................................... 85
AUTOATIVIDADE ........................................................................................ 87
TÓPICO V – AS DIFERENÇAS ENTRE AS ATRIBUIÇÕES E AS COMPETÊNCIAS 
DO ASSISTENTE SOCIAL ............................................................................. 89
AUTOATIVIDADE ........................................................................................ 92
9
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
TÓPICO VI – A ASSOCIAÇÃO DA INSTRUMENTALIDADE E DA COMUNICAÇÃO 
NO SERVIÇO SOCIAL ................................................................................... 94
AUTOATIVIDADE ........................................................................................ 97
TÓPICO VII – OS TERMOS TÉCNICOS E A ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO 
ASSISTENTE SOCIAL ................................................................................... 99
AUTOATIVIDADE ........................................................................................ 104
REFERÊNCIAS ........................................................................................... 106
UNIDADE 3 ................................................................................................. 109
APRESENTAçãO ....................................................................................... 109
TÓPICO I – A AMPLITUDE DA TERMINOLOGIA DO TERMO DA QUESTÃO 
SOCIAL ........................................................................................................... 110
AUTOATIVIDADE ........................................................................................ 116
TÓPICO II – A GLOBALIZAÇÃO E O ACIRRAMENTO DAS EXPRESSÕES DA 
QUESTÃO SOCIAL ........................................................................................ 118
AUTOATIVIDADE ........................................................................................ 127
TÓPICO III – ESPAÇOS OCUPACIONAIS DO ASSISTENTE SOCIAL NO 
PRIMEIRO, SEGUNDO E TERCEIRO SETORES ......................................... 130
AUTOATIVIDADE ........................................................................................ 135
TÓPICO IV – PROJETOS DE PESQUISA E PROJETOS DE INTERVENÇÃO 
PROFISSIONAL A PARTIR DA ELABORAÇÃO, EXECUÇÃO, AVALIAÇÃO E 
COMUNICAÇÃO (PUBLICAÇÃO DE RESULTADOS) .................................. 137
COMPETÊNCIAS DO ASSISTENTE SOCIAL E DEMAIS PROFISSIONAIS . 142
10
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
ATRIBUIçÕES ESPECÍFICAS SOMENTE DO ASSISTENTE SOCIAL ..... 143
AUTOATIVIDADE ........................................................................................ 147
REFERÊNCIAS ........................................................................................... 149
UNIDADE 4 ................................................................................................. 152
APRESENTAçãO ....................................................................................... 152
TÓPICO I – A PROFISSÃO DO SERVIÇO SOCIAL MEDIANTE UMA TRAJETÓRIA 
DAS FUNÇÕES TRADICIONAIS ÀS PROVOCAÇÕES PERANTE AS NOVAS 
CONFIGURAÇÕES DE REGULAÇÃO SOCIOPOLÍTICA ............................. 153
AUTOATIVIDADE ........................................................................................ 167
TÓPICO II – A IMPORTÂNCIA DA ESTATÍSTICA PARA O SERVIÇO 
SOCIAL........................................................................................................... 169
AUTOATIVIDADE ........................................................................................ 183
TÓPICO III – O SERVIÇO SOCIAL: ANALISANDO OS PRINCIPAIS 
INDICADORES SOCIAIS DA REALIDADE BRASILEIRA ............................ 185
AUTOATIVIDADE ........................................................................................ 200
TÓPICO IV – O SERVIÇO SOCIAL E A LEI Nº 13.058/2014 – GUARDA 
COMPARTILHADA ......................................................................................... 202
AUTOATIVIDADE ....................................................................................... 207
REFERÊNCIAS ........................................................................................... 208
11
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
UNIDADE 1
CONCEITOS SÓCIO-HISTÓRICOS, ECONÔMICOS, POLÍTICOS E CULTURAIS 
ASSOCIADOS À IDENTIDADE PROFISSIONAL
Denise da Silva Vieira
Marines Selau Lopes
APRESENTAÇÃO 
Nesta unidade serão abordadas as teorias clássicas do pensamento 
social: Émile Durkheim, Karl Max e Weber, e alguns clássicos do pensamento 
político, tais como: Adam Smith; Aristóteles; Jean-Jacques Rousseau; John 
Locke; Nicolau Maquiavel; Platão e Thomas Hobbes. As correntes filosóficas e 
econômicas do século XX e XXI, o desenvolvimento da história política brasileira: 
República Velha e Estado Novo.
Caro(a) acadêmico(a)! Vamos iniciar nossos estudos procurando 
compreender o sistema capitalista. Assim, constataremos que o mercado é um 
organismo utilizado no capitalismo para concentrar a riqueza nas mãos de poucos. 
E que, para impedir que o mercado destrua a si próprio, o Estado intervém quando 
o mercado apresenta sinais de perigo, pois o crescimento e a riqueza centralizada 
agravam ainda mais as desigualdades sociais. 
Em seguida, veremos como se gerou a discussão sobre o desenvolvimento 
e o neoliberalismo. Neste sentido, como profissionais do Serviço Social, se faz 
necessário seguir o processo de reflexão e amadurecimento profissional, bem 
como a inserção nas lutas sociais recentes, lutas estas de ampliação de direitos, 
de democracia, de participação social e na ação coletiva do trabalho.
Posteriormente estudaremos as objetivações humanas e a construção 
da subjetividade. Desta forma, concluiremos que a subjetividade, portanto, não é 
refém do processo social, mas componente integrante, tanto pode ser resultado 
como criadora do próprio processo.
12
SERVIÇOSOCIAL em foco ii
Para finalizar, faremos uma análise das diferentes dimensões culturais e 
suas correlações com o Estado e o mercado. Assim, veremos que a cultura é uma 
extensão do processo social, da vida de uma sociedade. Não pertence apenas a 
um conjunto de técnicas e visões. 
--------------- [ TÓPICO 1: TEORIAS CLÁSSICAS DO PENSAMENTO 
SOCIAL E DO PENSAMENTO POLÍTICO ] ---------------
Denise da Silva Vieira
Apresentaremos uma breve explanação dos clássicos da sociologia, tais 
como: Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber.
1.1 ÉMILE DURKHEIM
 David Émile Durkheim nasceu em 15 de abril de 1858, em Paris. Foi 
sociólogo, psicólogo social e filósofo francês. Designou a disciplina acadêmica e, 
com Karl Marx e Max Weber, é comumente citado como o principal arquiteto da 
ciência social moderna e considerado um dos pais da sociologia. Émile Durkheim 
destaca que na vida em sociedade o homem defronta-se com regras de conduta 
que não foram diretamente criadas por ele, mas que existem e devem ser seguidas. 
Afirma que os fatos sociais são objetos de estudo da sociologia, sendo estas regras 
e normas coletivas que norteiam a vida dos indivíduos em sociedade.
 Preocupava-se, em seu trabalho, como a sociedade poderia conservar sua 
integridade e coerência na modernidade. Teve várias publicações, destacamos o 
seu primeiro trabalho sociológico relevante, “Da divisão do Trabalho Social” (1893), 
dentre outros de grande importância. 
 Durkheim também estava intensamente preocupado com a aceitação 
da sociologia como ciência legítima. Aprimorou o positivismo originalmente 
13
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
estabelecido por Auguste Comte, solicitando o que poderia ser considerado como 
figura de realismo epistemológico, bem como a utilização do método hipotético-
dedutivo na ciência social. 
 A sociologia, na sua visão, era a ciência das criações, entendida em seu 
sentido mais amplo como as "crenças e modos de comportamento instituídos 
pela coletividade", tendo como objetivo descobrir fatos sociais estruturais. Foi um 
amplo defensor do funcionalismo estrutural, uma perspectiva fundamental tanto 
em sociologia como em antropologia. Para Durkheim, a ciência social deve ser 
puramente holística, na qual a sociologia precisa estudar os fenômenos atribuídos 
à sociedade em geral, em vez de se limitar às ações específicas dos indivíduos.
1.2 KARL MARX
 Karl Heinrich Marx nasceu em 5 de maio de 1818, em Londres. É 
considerado um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina 
comunista moderna. Atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político 
e jornalista. Seu pensamento tem influências em várias áreas, tais como: Filosofia, 
Geografia, História, Direito, Sociologia, Literatura, Pedagogia, Ciência Política, 
Antropologia, Economia e Teologia, e também Biologia, Psicologia, Comunicação, 
Administração, Física, Cosmologia, Arquitetura e Ecologia.
 Suas teorias sobre a sociedade, economia e política, também conhecidas 
como marxismo, destacam que as sociedades humanas avançam através da luta 
de classes, na qual, de um lado, há conflito entre a classe burguesa que controla a 
produção e, de outro, o proletariado que fornece a mão de obra para a produção. 
Foi eleito o maior filósofo de todos os tempos, juntamente com Durkheim e Max 
Weber.
 Em sua principal obra sobre a economia foram ressaltadas as bases 
e compreensão atual do trabalho e sua relação com o capital, influenciando o 
pensamento econômico.
14
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
 Marx destaca o capitalismo como a “ditadura burguesa”, ou seja, somente 
a classe rica tem seu próprio benefício, em que o capitalismo causa conflitos 
internos que dirigiriam à sua autodestruição e substituição por um novo sistema, 
o socialismo. Ressalta que a sociedade socialista seria governada pela classe 
trabalhadora, sendo chamada de "ditadura do proletariado", o "Estado dos 
trabalhadores" ou "democracia dos trabalhadores".
 Acreditava que o socialismo seria uma estratégia revolucionária para 
derrubar o capitalismo e ocasionar mudanças socioeconômicas para o país. 
1.3 MAX WEBER
 Karl Emil Maximilian Weber nasceu em 21 de abril de 1864, em Munique, 
Alemanha. Era um intelectual, jurista e economista alemão e foi um dos fundadores 
da Sociologia. Também foi considerado um dos fundadores do estudo moderno da 
sociologia, com influência na economia, filosofia, no direito, na ciência política e na 
administração. 
 Iniciou sua carreira acadêmica na Universidade Humboldt, de Berlim, 
posteriormente veio a trabalhar nas universidades de Munique. Publicou várias 
obras, entre elas destacamos “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, 
onde traz uma discussão e reflexões sobre a sociologia da religião.
 Para Weber a religião era uma das razões não exclusivas do porquê as 
culturas do Ocidente e do Oriente, desenvolvendo-se de formas variadas, salientando 
a importância de algumas qualidades específicas do protestantismo ascético, que 
levou ao surgimento do capitalismo, da burocracia, do estado racional e legal nos 
países ocidentais. Destaca outro trabalho importante, “a política como vocação”. 
Segundo Weber, o Estado estava definido como "uma entidade que reivindica o 
monopólio do uso legítimo da força física", um significado que se tornou central 
no estudo contemporâneo da ciência política no Ocidente. Em suas contribuições 
mais apreciadas são muitas vezes mencionadas como a "Tese de Weber".
15
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
1.4 PENSAMENTO POLÍTICO
 Faremos uma breve explanação sobre os clássicos do pensamento 
político, na visão de alguns pensadores, tais como: Adam Smith, Aristóteles, Jean-
Jacques Rousseau, John Locke, Nicolau Maquiavel, Platão e Thomas Hobbes.
 Primeiramente, vamos compreender o termo política: “deriva do grego 
polis (polis-cidade, urbe) e polités (polités – cidadão, civil), guardando, portanto, 
em seu significado etimológico, o segredo de sua identidade”. (BITTAR, 2002, p. 
28).
 Entende-se por política a ciência da direção de um Estado ou Nação, 
ou seja, é também um método de negociação para compatibilizar interesses. 
Conforme Bittar (2002, p. 27): “Política tem relação com os modos de organização 
do espaço público, objetivando o convívio social”.
 O termo "ciência política", segundo Cicco e gonzaga (2011, p. 178), “é o 
estudo de teorias e casos práticos da política, bem como a análise e a descrição 
dos sistemas políticos e seu comportamento”, ou seja, é a teoria e prática da 
política, que consiste no estudo por parte do governo com o intuito de analisar e 
compreender a realidade social, histórica e seu funcionamento. 
 A política engloba tudo o que trata da cidade e de direitos do cidadão. 
Sendo através das decisões comuns consensuais ou não e de votação, também 
das discussões e deliberações realizadas no espaço público com propostas 
comuns a todos. 
1.5 ADAM SMITH
 Nasceu em 5 de junho de 1723, em Kirkcaldy. Foi um filósofo e economista 
escocês. Teve como cenário para a sua vida o atribulado Século das Luzes, o 
século XVIII. 
16
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
 Considerado o pai da economia moderna, foi o mais importante teórico do 
liberalismo econômico. Autor de "Uma investigação sobre a natureza e a causa da 
riqueza das nações", a sua obra mais conhecida, a qual é usada como referência 
para gerações de economistas, procurando sempre demonstrar que a riqueza das 
nações resulta do desempenho dos sujeitos que, movidos até mesmo pelo seu 
próprio interesse, provocavam o crescimento econômico e a inovação tecnológica.
 Esperava que a iniciativa privada devesse atuar livremente, com pouca 
ou nenhuma influência do governo. Sendo que a concorrência livre entre os 
diferentes fornecedores alteraria não só a queda do preço dos produtos, como 
também as constantes inovações tecnológicas, com o intuito de amortecer o custo 
de fabricação e abater os concorrentes.
 A divisão do trabalho foi um fator evolucionário influente a propulsionar a 
economia. Neste sentido, os ensinamentosde Adam Smith exerceram uma rápida 
e intensa abrangência na burguesia (negociantes, industriais e financistas), uma 
vez que almejavam abolir com os direitos feudais e com o mercantilismo.
1.6 ARISTÓTELES
 Aristóteles nasceu em 384 a.C., na cidade antiga de Estagira, na grécia. 
Grande filósofo grego, astrônomo e matemático, fixou residência em Atenas aos 
17 anos, onde conheceu Platão e se tornou seu discípulo. Direcionou as suas 
diversas obras, principalmente “A Política”, ao campo político. Apresentou uma 
visão realista do Estado, abordando também a cidade, a família, as riquezas, os 
regimes políticos e fez crítica a Platão.
 Seus escritos abrangem os mais variados assuntos, tais como física, 
metafísica, as leis da poesia e do drama, o governo, entre outros. É visto como um 
dos fundadores da filosofia ocidental.
Aristóteles destaca três formas de governo: a monarquia, a aristocracia e 
a democracia. Conforme Cicco e gonzaga, (2011, p. 192) “todas devem buscar o 
bem comum da polis (espécie de comunidade que possui seus próprios fins), sob 
17
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
pena de se tornarem formas corruptas ou desvirtuadas, degenerando-se então 
sob a forma de tirania, oligarquia e demagogia”. 
Classificou as formas de governo como três boas e três desvirtuadas. Na 
sua visão, as boas são consideradas aquelas que visam ao bem comum, ou seja, 
que visam favorecer aos governados e não apenas aos governantes. E as que não 
visam o bem comum são formas desvirtuadas de governo.
QUADRO 1 – CONSIDERAçÕES BOAS E DESVIRTUADAS
CONSIDERADAS BOAS CONSIDERADAS DESVIRTUADAS
Monarquia: Poder centrado em uma 
pessoa física, ou seja, governo de um.
Aristocracia: Poder no qual o Estado 
é governado por um grupo de pessoas.
Democracia ou Politeia: governo de 
uma maioria, do povo.
Tirania: Forma distorcida, contrária de 
Monarquia.
Oligarquia: Forma impura, degenerada 
de Aristocracia.
Demagogia ou Olocracia: a corrupção 
da Democracia.
FONTE: A autora
1.7 JEAN-JACQUES ROSSEAU
 Nasceu em genebra em 28 de junho de 1712, foi um admirável filósofo, 
teórico político, escritor e compositor autodidata suíço. Respeitado como um dos 
principais filósofos do Iluminismo e um precursor do Romantismo.
 Rousseau pondera que as instituições educativas corrompem o indivíduo e 
tiram-lhe a liberdade. Contudo, destaca que para a criação de um novo indivíduo e 
de uma nova sociedade, seria preciso educar a criança de acordo com a natureza, 
ampliando progressivamente seus sentidos e razão com vistas ao livre-arbítrio e à 
capacidade de avaliar.
18
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
 Autor de várias obras. A terceira análise rousseauniana corresponde ao 
livro terceiro, se refere às possíveis formas de governo, que são a democracia, a 
aristocracia e a monarquia, e suas características e princípios. A partir do oitavo 
capítulo, que vai se destacando o tipo de Estado, ou seja, que forma de governo 
funciona melhor, se a democracia é boa em cidades pequenas, a aristocracia 
em Estados médios e a monarquia em Estados grandes. No décimo capítulo, 
Rousseau expõe como o excesso dos governos pode degenerar o Estado. 
 Destacando ainda, no nono capítulo que o principal objetivo de uma 
sociedade política é a prevenção e prosperidade dos seus membros.
 Em sua obra “O contrato social”, destaca a preocupação filosófica e política 
de Rousseau. “O contrato social possui existência na teoria de Rousseau, e não 
corresponde a uma realidade aferível empiricamente”. (BITTAR, 2002, p. 185).
 O contrato social trata de um acordo instituído entre as pessoas com vistas 
à fundação da sociedade, sendo divisor de águas entre o estado de natureza e o 
estado cívico.
1.8 JOHN LOCKE
John Locke nasceu em 29 de agosto de 1632, em Wrington, na 
Inglaterra. Foi um filósofo inglês, estudou em Oxford, onde se formou em Medicina, 
posteriormente se tornou professor daquela universidade. Suas principais obras 
foram: Cartas sobre a tolerância, Ensaios sobre o entendimento humano e os Dois 
tratados sobre o governo civil. 
Conhecido como defensor da liberdade e da tolerância religiosa, foi 
considerado o fundador do empirismo, “doutrina segundo a qual todo o conhecimento 
deriva da experiência” (WEFFORT, 2006, p. 83). O mesmo autor diz ainda que 
“como filósofo, Locke é conhecido pela teoria da tábula rasa do conhecimento, 
desenvolvida no ensaio sobre o entendimento humano”. (WEFFORT, 2006, p. 83). 
A partir do conhecimento adquirido é que se desenvolve essencialmente o próprio 
conhecimento. Segundo Weffort (2006, p. 83),
19
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
A teoria da tábula rasa é, portanto, uma crítica à doutrina 
das ideias inatas, formulada por Platão e retomada 
por Descartes, segundo a qual determinadas ideias, 
princípios e noções são inerentes ao conhecimento 
humano e existem independentemente da experiência. 
Na busca do conhecimento, através das experiências, o ser humano vai 
estabelecendo novas formas de trabalho, o livre consentimento da sociedade para 
a formação de governos, sendo estes, para Locke, os principais fundamentos do 
estado civil.
Pontua o “Estado de natureza” e o “Estado Político”, sendo que, no Estado 
de natureza todos têm que fazer valer a lei natural. Acreditava que o trabalho era o 
que dava direito à propriedade, desde que não prejudicasse ninguém, assim ficaria 
assegurado o direito ao fruto do trabalho.
John Locke define as formas de governo como “a comunidade pode ser 
governada por um, por poucos ou por muitos, conforme a escolha a monarquia, 
oligarquia ou democracia”. (WEFFORT, 2006, p. 87). Pontua que esta escolha 
poderá incidir sobre o governo misto. Defende como forma de governo a monarquia 
absoluta, “desconhecendo limitações de qualquer natureza, é incompatível com 
os justos fundamentos da sociedade civil”. (MALUF, 1995, p. 121). A adaptação da 
sociedade e organização do Estado foi estabelecida em benefícios próprios, não 
sendo possível neste segmento a afirmação do poder com amplitude, ao contrário do 
que o bem público estabelece. Conforme Weffort (2006, p. 88), “Os direitos naturais 
inalienáveis do indivíduo à vida, à liberdade e à propriedade constituem para Locke 
o cerne do estado civil e ele é considerado por isso o pai do individualismo liberal”. 
Locke pontua que os princípios de um direito natural do Estado, baseado 
na concordância e submissão dos poderes Executivo e Legislativo, de direito de 
resistência, são garantidas com as diretrizes fundamentais do Estado Liberal.
Com os princípios de um direito natural do Estado, baseado na 
concordância e submissão dos poderes Executivo e Legislativo, de direito de 
resistência, Locke pontua as diretrizes fundamentais do Estado Liberal. “Locke 
assinala que ‘a liberdade não é licença, mas obediência à lei natural’”. (BITTAR, 
2002, p. 166).
20
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
1.9 NICOLAU MAQUIAVEL
Nicolau Maquiavel nasceu em Florença, na Itália, no dia 3 de maio de 
1469. Foi historiador, poeta, diplomata e músico italiano. Foi reconhecido como 
fundador do pensamento e da ciência política moderna. Escreveu diversas obras, 
sendo a mais reconhecida “O Príncipe”.
Com 29 anos de idade, ingressa na vida pública exercendo um cargo 
de destaque, sendo interrompida quando os Médici recuperaram o poder. 
Afastado da vida pública, Maquiavel inicia uma nova fase estudando os clássicos, 
posteriormente dando vida às suas obras, tais como: O Príncipe (1512 a 1513), 
A arte e a guerra (1513 a 1519) e outras. Era reconhecido como o fundador do 
pensamento e da ciência política moderna, pelo fato de escrever sobre Estado e 
governo.
Maquiavel classifica as formas de governo em termos dualistas: de 
uma parte, a monarquia e poder singular, e de outra, a República ou poder plural. 
Acredita em três formas boas de governo: são ideais a monarquia, a aristocracia 
e a democracia. 
Segundo Cicco e Gonzaga (2011, p. 80), “afirma que todos os governos 
que existem ou já existiram apresentam-se sempre como repúblicas ou principados 
(monarquias)”.Repúblicas não apresentam características de vitaliciedade e 
nem hereditariedade do governo. Sua forma pode manifestar-se por meio da 
democracia, aristocracia e timocracia (sistema de governo em que preponderam 
os ricos) ou oligarquia. O Principado pode ser hereditário dos governos, podendo 
se manifestar como monarquia ou tirania. Salientamos que para Maquiavel a forma 
de governo tem que ser eficaz, atingindo a paz social, que seria o objetivo maior a 
ser alcançado pelo governante. 
Para Maquiavel, o Estado real é capaz de impor a ordem, tendo como 
ponto de partida e chegada a realidade concreta. Conforme Weffort (2006, p. 17), 
“esta é a sua regra metodológica: ver e examinar a realidade tal como ela é e não 
como se gostaria que ela fosse”. 
21
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
Maquiavel apresenta duas forças opostas quanto ao fator social de 
instabilidade, “uma das quais provém de não desejar o povo ser dominado nem 
oprimido pelos grandes, e a outra de quererem os grandes dominar e oprimir 
o povo” (O Príncipe, cap. IX). Salienta que “se todos quisessem o comando, a 
oposição seria resolvida pelo governo dos vitoriosos”. (WEFFORT, 2006, p. 20). 
O problema político é encontrar estratégias que atribuem equilíbrio às 
relações, que sustentem uma determinada correlação de forças. Maquiavel coloca 
que há duas respostas à anarquia decorrente da natureza humana e ao confronto 
entre grupos sociais: “o Principado e a República”. (WEFFORT, 2006, p. 20) 
O mesmo autor diz que “A escolha de uma ou de outra forma institucional não 
depende de um mero ato de vontade ou de considerações abstratas e idealistas 
sobre o regime, mas da situação concreta”. (WEFFORT, 2006, p. 20). Acreditava 
que quando a nação se encontra ameaçada seria necessário um governo forte, com 
estratégias e com instrumentos de poder capazes de inibir as forças fragmentadas. 
Maquiavel descrevia a política como sendo uma prática de homem livre 
de freios extraterrenos, sujeito da história, prática esta que exigia virtú (equivalente 
a virtude), o domínio sobre a fortuna, ou seja, agir de maneira correta diante das 
situações. 
Para Maquiavel, a política tem uma ética e lógica próprias, para se 
pensar e fazer política que não se enquadra no tradicional moralismo piedoso “a 
resistência à aceitação da radicalidade de suas proposições é seguramente o que 
dá origem ao ‘maquiavélico’”. (WEFFORT, 2006, p. 24). Para Maquiavel, o governo 
ideal é aquele que consegue consolidar as forças desfavoráveis presentes na 
sociedade, equilibrando o anseio daqueles que impõem o domínio e a resistência 
dos que não aceitam ser dominados.
22
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
1.10 PLATÃO
Nasceu em 428/427 a.C., em Atenas, Grécia antiga, e foi um filósofo 
matemático. Escreveu diversos diálogos filosóficos, foi o fundador da Academia 
em Atenas, a primeira Instituição de Ensino Superior, contribuiu na construção dos 
alicerces naturais da ciência filosófica.
Suas principais obras foram: O Banquete, A República. Nesta última 
descreve sobre a importância da arte de governar. Afirma que os governantes 
devem ser filósofos; classifica a política como defensora da justiça, onde o bem 
deveria sempre prevalecer, com diálogos entre os governantes e os governados; 
toma como base as frases de seu mestre Sócrates, para as proposições de 
modelos de cidade, estado, nação, justiça e cidadania.
Platão classifica as formas de governo em graus de degenerescência, 
ou seja, degenerando de aristocracia passando para a timocracia, oligarquia, 
democracia, até resultar na forma de tirania, que para ele é a pior forma de 
governo. Presenciou as primeiras discussões sobre a democracia, queda das 
aristocracias, tiranias, após guerras. Acreditava que a aristocracia e a monarquia 
são formas boas de governo. Segundo Cicco e gonzaga (2009, p. 77), “o governo 
aristocrático é aquele dos que possuem [...] virtudes, o governo monárquico seria 
bom, pois o governo pensaria nos seus súditos. Nos bons governos imperam o 
logos, a sabedoria e a virtude”. Segundo Bittar (2002, p. 47), “A política depende 
das leis para realizar-se, efetivar-se e ser praticada. Contudo, a missão das leis 
não se exaure em apenas proibir e coibir, devendo também estimular, incentivar, 
educar”.
Para Platão, o Estado ideal é completamente baseado na justiça, as 
responsabilidades políticas deveriam ser para o governo um preparado para 
administrar a cidade. Destacava a possibilidade de filósofos assumirem o governo, 
tendo em vista que estavam preparados para representar a sociedade, com alto 
grau de formação e conhecimento. 
23
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
1.11 THOMAS HOBBES
Thomas Hobbes nasceu em 5 de abril de 1588, na Inglaterra, e foi um 
filósofo inglês, matemático, teórico político, autor de várias obras. Entre elas estão: 
“Leviatã”, onde expõe seu ponto de vista sobre a natureza humana, e “Do cidadão”, 
onde descreve as necessidades de governos e sociedades. 
Na obra Leviatã, Hobbes dispôs o poder de um Estado eclesiástico e 
civil. Conforme Cicco (2011, p. 215), “Estado de natureza e Estado Político civil, 
que podem ser definidos pela oposição. O Estado de natureza é uma construção 
ficcional que se apresenta de modo conflituoso, beligerante, um verdadeiro 
estado de guerra”. Segundo Bittar (2002, p. 142), “O Estado, o homem artificial, 
ganharam grande repercussão no universo da teoria política, e é um dos grandes 
predecessores da era dos monarcas”.
A sociedade se incorporava conforme suas necessidades e sobre o 
medo, sendo estas situações sanadas com o aparecimento do Estado político e 
organizado, trazendo recursos e estratégias para impedir o fim da espécie humana. 
“A drástica solução é a organização do Estado Político, de modo que a força de 
todos se opusesse ao egoísmo de cada um e com isso fossem garantidas a vida, 
a segurança e a organização”. (CICCO & gONzAgA, 2011, p. 216). 
Em seu entrosamento, na circunstância da natureza, os indivíduos, na 
batalha pela sobrevivência, promovem a guerra, porém pelo clima do medo e 
da consciência de que é melhor viver em paz, os indivíduos, em comum acordo, 
submetem-se a um poder soberano.
Para Hobbes, esta teoria pessimista considerava que o homem é 
o lobo do homem e esta luta de todos contra todos tem como consequência o 
desaparecimento da sociedade. O mesmo autor diz que “para que haja paz, o 
indivíduo abre mão de suas liberdades naturais em troca de uma liberdade civil 
que garante sua vida” (CICCO, 2011, p. 216). Contudo, este princípio apresenta 
como um favor do poder absoluto do governante. 
Sendo Hobbes um defensor do Estado absoluto, ao qual o indivíduo, em 
última análise, deve se dominar, a fim de afiançar sua própria característica de 
24
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
sobrevivência, visto que o estado de natureza já não é mais aceitável no contexto 
social.
AUTOATIVIDADE
1) Referente à teoria dos clássicos do pensamento político, avalie as 
afirmações a seguir:
I. Maquiavel classifica as formas de governo em termos dualistas: de um lado 
a monarquia, de outro a república. Acreditava em três formas boas de governo: 
monarquia, aristocracia e democracia.
II. Thomas Hobbes defende a teoria pessimista, considerava que o homem é 
o lobo do homem e esta luta de todos contra todos tem como consequência o 
desaparecimento da sociedade.
III. Platão defendeu os direitos naturais e jusnaturalistas como direito do homem, 
com direito à propriedade e liberdade, sendo o Estado ideal baseado na justiça.
É CORRETO o que se afirma em:
A) – I, apenas.
B) – II, apenas.
C) – I e II, apenas.
D) – II e III, apenas.
E) – I, II e III.
2) Consideramos um fator de suma importância o fato de que a sociologia 
se desenvolveu e se completa na medida em que assimila as grandes 
contribuições de seus grandes mentores. Entre eles podemos destacar 
três dos principais pensadores clássicos da Sociologia, a saber: Marx, 
Durkheim e Weber, que contribuíram com suas considerações.
A respeito dos clássicos da sociologia, avalieas afirmações a seguir.
I. Durkheim afirma que os fatos sociais são objeto de estudo da sociologia, sendo 
estas regras e normas coletivas que norteiam a vida dos indivíduos em sociedade. 
25
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
II. Marx destaca que as sociedades humanas avançam através da luta de classes: 
de um lado, o conflito entre a classe burguesa que controla a produção e, de outro, 
o proletário fornecendo a mão de obra para a produção. 
III. Weber destaca que as sociedades humanas avançam através da produção em 
massa, fornecendo mão de obra para o proletariado. 
IV. Durkheim confirma que a ciência possui um papel político fundamentalmente 
crítico em relação à sociedade e seus proletariados.
V. Weber ressalta que a ciência possui um papel político fundamentalmente crítico 
em relação à sociedade capitalista. 
É CORRETO apenas o que se afirma em:
A – I, II e IV.
B – I, II e V.
C – I, III e V.
D – II, III e IV.
E – II, IV e V.
26
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
------------- [ TÓPICO II – PRINCIPAIS CORRENTES 
FILOSÓFICAS DO SÉCULO XX: MARXISMO, NEOTOMISMO, 
FENOMENOLOGIA E NEOPOSITIVISMO ] -------------
Denise da Silva Vieira
Apresentaremos uma breve explanação acerca das principais correntes 
filosóficas do século XX, tais como: Marxismo, Neotomismo, Fenomenologia e 
Neopositivismo, proporcionando uma base de entendimento destas correntes 
ocorridas no século XX.
2.1 MARXISMO
Elaboradas por Karl Marx e Friedrich Engels, Marxismo é considerado 
um conjunto de ideias filosóficas, econômicas, políticas e sociais e que foram 
desenvolvidas mais tarde por outros seguidores. Fundamentado na concepção 
materialista e dialética da história, explica a vida social conforme a dinâmica da 
base produtiva das sociedades e das lutas de classes daí consequentes. 
O marxismo abrange o indivíduo como um ser social histórico, possuindo 
a competência de trabalho e desenvolvendo a produtividade, diferenciando o 
indivíduo dos outros animais, sendo que possibilita o avanço de sua emancipação 
da escassez da natureza, proporcionando a ampliação das potencialidades 
humanas. 
Conforme Sciacca (1966, p. 289), 
O marxismo leninista-stalinista não se satisfaz com 
tornar o homem uma determinação da natureza, da qual 
faz parte aparentemente o dominador, fazendo-o uma 
“célula” da sociedade: a “assimilação” do homem e dos 
seus fins à natureza é acompanhada com a assimilação 
do indivíduo à sociedade, dado que esta é todo o homem 
e é todo do homem. O homem como pessoa não tem sua 
“dignidade ontológica”: a sua “existência social”. 
27
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
A emancipação do proletariado se resume por meio da liberação da classe 
operária, para os trabalhadores da cidade e do campo, rompendo na origem 
a propriedade privada, empregadora do proletariado, transformando a base 
produtiva no sentido de socialização dos meios de produção, sobre o controle 
social dos próprios produtores de acordo com os interesses humanos adequados. 
Entusiasmando os mais distintos setores da atividade humana ao longo do século 
XX, tais como na política, análise e interpretação dos fatos sociais, morais, 
artísticos, históricos e econômicos e também a prática sindical. O marxismo foi 
utilizado desvirtuadamente, tendo como embasamento para as doutrinas oficiais, 
aproveitadas nos países socialistas e nas sociedades pós-revolucionárias.
Ainda segundo Sciacca (1966, p. 290).
Também a moral e a arte devem “engajar-se” na luta de 
classe, contribuir para a destruição da classe burguesa 
ou capitalista, exaltar (a arte) os esforços heroicos do 
proletariado na luta que se empenhou por esta destruição 
e para a construção de novo mundo socialista.
O marxismo superou as ideias dos seus antecessores, passando a ser 
considerado uma corrente político-teórica com envolvimento de uma extensa 
gama de pensadores e militantes, tornando-se necessário observar as diversas 
tendências e definições do marxismo.
2.2 NEOTOMISMO
 
Surgiu no século XIX, com o intuito de reviver a filosofia de São Tomás 
de Aquilo (pensador político). O Neotomismo é uma corrente filosófica, a fim 
de atender aos problemas contemporâneos. No final do século XIX, decorrente 
da industrialização e do desenvolvimento do capitalismo, surge a condição de 
exploração e miséria na vida dos operários na Europa, levando a Igreja a se 
posicionar e visando a crise e decadência da moral e dos costumes cristãos. 
Através das ideias de Tomás de Aquino, a Igreja usa estratégias para o 
enfrentamento desta situação. A ideia de Tomás de Aquino é conhecida como o 
28
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
tomismo, doutrina filosófica cristã, destinada às explicações das relações entre a 
verdade revelada e a filosofia, ou seja, entre a fé e a razão. Tais conceitos não se 
chocam, são distintos e harmônicos. 
O tomismo marca a história da filosofia e do homem até o século XVIII, 
estendendo-se até o início do século XX. A retomada da ideia de Tomás de Aquino 
faz unir os pensadores católicos para a conquista do pensamento contemporâneo, 
ou seja, a Igreja ressuscitando o tomismo, levando a filosofia escolástica para as 
cátedras universitárias.
O Neotomismo, segundo o pensamento de Descartes (filósofo francês) 
é toda a filosofia moderna que se organizava com falhas e equívocos, sendo 
responsáveis pela crise do mundo contemporâneo. Notada como um desvio 
metafísico e espiritual, sendo superada somente com a retomada do tomismo. 
Sendo que o retorno desta filosofia se estenderá a todos. Contudo, no campo 
social, segue a filosofia de Tomás de Aquino.
Far-se-á intensamente presente e marcando intensamente o serviço 
social. A repercussão do Neotomismo na teoria/prática profissional dos assistentes 
sociais pode ser percebida até os dias atuais. Neste sentido, o trabalho dos 
primeiros assistentes sociais estava voltado à classe trabalhadora, na perspectiva 
da conciliação das classes sociais, com o objetivo de “moldar” o homem e integrá-
lo à sociedade, aos valores, à moral e aos bons costumes. A partir da década de 
60 estas ideias vêm sendo questionadas, porém nos dias atuais ainda se pode 
perceber a presença de princípios cristãos.
Conclui-se que há uma influência teórica na formação histórica do serviço social, 
pois o Neotomismo marca fortemente o início da profissão, sendo que o pensamento 
de Tomás de Aquino acaba influenciando os embasamentos teóricos do serviço 
social desde seu início, e a Igreja Católica tem uma importante participação neste 
processo. 
29
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
2.3 FENOMENOLOGIA
O termo Fenomenologia vem do grego phainesthai – aquilo que se 
apresenta ou que se mostra – e logos – explicação, estudo. Assegura a importância 
dos fenômenos da consciência, com o objetivo de serem estudados em si mesmos, 
ou seja, tudo o que poderemos conhecer do mundo resume-se a esses fenômenos, 
a elementos e ideais que existem na mente, denominados por uma palavra que 
representa a sua essência, sua "significação". 
O método científico está na afirmação de uma "verdade provisória" útil, 
verdade esta até que um novo acontecimento manifeste outra realidade. 
Segundo Sciacca (1966, p. 298), “A fenomenologia é ciência eidética, 
isto é, capta a presença imediata das essências antes de quaisquer mediações. 
É ela intuição das essências, diversas da ciência dos fatos que se funda sobre a 
experiência sensível”.
 Fenomenologia é conhecida como o estudo da consciência e dos elementos 
da consciência. A redução fenomenológica, "epoche", processo informado pelos 
sentidos e mudado em um conhecimento de consciência, ou seja, estar consciente 
de alguma coisa. Sejam imagens, fantasias, atos, relações, pensamentos, 
memórias, sentimentos, entre outros, fazem parte das nossas experiências já 
vivenciadas.
 O conceito foi criado pelo filósofo Edmund Husserl (1859-1938), ele 
atuava como matemático, cientista, pesquisador e professor das faculdades de 
göttingen e Freiburg im Breisgau, na Alemanha. 
 Segundo Sciacca (1966, p. 299), “Em todos os problemas metafísicosexiste um “insuprimível” elemento irracional que é tal para nós e não em si. A 
ontologia (fundamento da metafísica) é o ser na sua pureza, purificado de qualquer 
determinação”.
 As regras metafísicas abordam os problemas centrais da filosofia teórica, 
ou seja, são experiências em descrever os fundamentos, condições, leis, estrutura 
30
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
básica, causas ou princípios, bem como o sentido e a intenção da realidade como 
um todo ou dos indivíduos em geral.
 A ontologia é um ramo central da metafisica, tendo como objetivo a 
investigação referente às categorias básicas do indivíduo e como se relacionam 
uns com os outros. Outro ramo é a cosmologia, que se preocupa em estudar a 
totalidade de todos os fenômenos no universo.
 Não podemos confundir fenomenologia com fenomenalismo. Este não 
expõe a complexidade da estrutura intencional da consciência que o indivíduo 
tem dos acontecimentos, ou seja, tudo o que permanece são as percepções 
ou probabilidades permanentes das sensações, chamado de fenômeno. Já a 
fenomenologia analisa a semelhança entre a consciência e o indivíduo. 
A influência da fenomenologia no serviço social iniciou com os programas 
de pós-graduação, principalmente na PUC/São Paulo e Porto Alegre e do Rio de 
Janeiro. Com objetivo de renovação dos projetos operativos do serviço social, 
seguindo como orientação metodológica um modo fenomenológico. 
Contudo, a fenomenologia surge como uma nova sugestão teórica para o 
serviço social, analisando o movimento dos profissionais, que procuravam aplicar 
mais qualidade à prática profissional.
2.4 NEOPOSITIVISMO
 Neopositivismo, também conhecido por Positivismo lógico, é um modelo 
filosófico geral, desenvolvido por membros do Círculo de Viena, com base no 
pensamento empírico tradicional e no desenvolvimento da lógica moderna. Surgiu 
no início do século XX com o Círculo de Viena e foi liderado por Moritz Schlick, 
um grupo de discussão composto por cientistas e filósofos com o intuito de instituir 
uma nova filosofia da ciência, com rigorosa demarcação do científico e do não 
científico. 
31
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
Segundo Sciacca (1966, p. 299),
O Círculo de Viena ou empirismo lógico. A filosofia como 
análise da linguagem científica, de modo a adiantar 
prognósticos e a formular as condições do seu controle 
por meio dos dados de observação. Tudo o que não é 
dado de experiência ou verificável fisicamente é sem 
sentido (fisicalismo); os problemas da metafísica são 
sem sentido.
 O neopositivismo reduziu o conhecimento à ciência e empregou o 
verificacionismo, para abandonar a metafísica não como falsa, mas como derrubada 
de significado. A importância da ciência levou positivistas lógicos acentuados a 
estudar o método científico para descobrir a lógica da teoria da confirmação, “a 
análise da linguagem como exame da estrutura lógica das categorias científicas”. 
(SCIACCA, 1966, p. 299).
 Nos dias atuais, o neopositivismo é desconsiderado pela maioria dos 
filósofos. Mas as correntes filosóficas distendidas de Kuhn (estabelecendo o 
caráter paradigmático da ciência) e Paul Feyerabend (demonstrando que na 
prática científica a ciência não evolui segundo normas preestabelecidas) causaram 
graves problematizações de suas ideias.
 Já no fim dos anos 30, os membros do Círculo de Viena se espalharam 
devido à morte de Schlick, ocorrida na Alemanha; o grupo também se rompeu 
devido aos avanços do nazismo. O neopositivismo foi conquistado por Alfred Jules 
Ayer, na Inglaterra.
 Entretanto, após receber diversas críticas de alguns filósofos, o 
neopositivismo foi cada vez mais "abandonado" pelos seus defensores. E no final 
dos anos 60, o movimento já apresentava praticamente seu fim.
 Através de um movimento em semelhança, a filosofia idealista que 
rondava as universidades alemãs da época, o neopositivismo apresentou como 
características marcantes a busca por uma ciência integrada, a antimetafísica, 
através do verificacionismo, obtendo significado de conhecimentos analítico (pode 
32
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
ser explicado por ele mesmo) e sintético (afirmações sobre o mundo real, pela 
observação).
AUTOATIVIDADE
3) (Questão 17 – ENADE 2010) As principais vertentes de fundamentação 
teórico-metodológica que emergiram no bojo do Movimento de 
Reconceituação foram: a vertente _______________, caracterizada pela 
incorporação de abordagens funcionalistas e estruturalistas e, mais tarde, 
sistêmicas (matriz positivista), voltadas a uma modernização conservadora 
(NETTO, 1994, p. 164); a vertente de inspiração _______________, 
centrada na análise do vivido e das vivências dos sujeitos; e a vertente 
_______________, que remete a profissão à consciência de sua inserção 
na sociedade de classes.
Assinale a opção cujas palavras preenchem corretamente as lacunas, na ordem 
em que estão dispostas no texto. 
A) modernizadora, fenomenológica, marxista. 
B) fenomenológica, modernizadora, marxista. 
C) sistêmica, marxista, modernizadora. 
D) marxista, sistêmica, fenomenológica. 
E) sistêmica, fenomenológica, marxista. 
33
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
--------------- [ TÓPICO III – CONCEPÇÕES E ANÁLISES DO CAPITALISMO 
E CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO ] ---------------
Marines Selau Lopes
O capitalismo é um sistema socioeconômico que se instalou inteiramente 
após o século XVIII. Nele, os elementos utilizados para produzir e distribuir as 
mercadorias são de domínio privado com fins lucrativos, investimentos estes que 
são considerados indispensáveis para a expansão econômica.
Esse sistema intensifica a luta de classes, ou seja, a exploração do 
proletariado pela burguesia.
FIgURA 1 – LUTA DE CLASSES
FONTE: Disponível em: <http://www.blogdozebrao.com.br/v1/category/charges/page/22/>. Acesso em: 
20 maio 2015.
Desta forma, podemos afirmar que o mercado é um organismo utilizado 
no capitalismo, por indivíduos para concentrar a riqueza nas mãos de poucos. 
Assim, para impedir que o mercado destrua a si próprio, o Estado intervém quando 
o mercado apresenta sinais de perigo, pois o crescimento centralizado da riqueza 
arquiteta e agrava as desigualdades sociais. Desta forma, a intervenção do Estado 
se mostra necessária para instituir um mínimo de igualdade entre os indivíduos, 
pois, sem este equilíbrio, a vida em sociedade, no sistema capitalista, seria 
drasticamente afetada.
34
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
Ao fazer referência ao Estado, estamos tratando de uma organização 
que possui poder legítimo sobre um determinado território e os indivíduos que nele 
habitam. Neste sentido, a população acolhe a determinação do Estado que dita 
regras, cobra impostos, julga e pune os transgressores. 
Assim, considerando a legitimidade, podemos dizer que o Estado não 
possui concorrência e desempenha de maneira monopolista o sumo poder nas 
sociedades atuais. 
O Estado possui outras duas características, para além do caráter 
monopolista, estas se referem à universalidade e à inclusividade. A universalidade 
significa que as decisões do Estado representam a todos. Na questão da 
inclusividade, significa dizer que o Estado poderá intervir conforme as circunstâncias 
exigirem, para atender ao interesse público.
Referente às funções de poder do Estado, três são consideradas funções 
imprescindíveis. Sendo que na contemporaneidade, estas três funções passaram a 
ser exercidas por órgãos correspondentes de forma harmônica e interdependente:
Legislativa: elaborar as leis necessárias para a manutenção da vida em sociedade.
Executiva: administrar a coisa pública, ou seja, assegurar de fato o 
cumprimento das leis.
Judiciária: julgar os atos praticados, conforme as leis existentes.
FIgURA 2 – AS TRÊS FUNçÕES INDISPENSÁVEIS DO ESTADO
FONTE: Disponível em: <http://summaria.blogspot.com.br/2013/03/o-que-sao-instituicoes-sociais.
html>. Acesso em: 29 maio 2015.
35
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
No Brasil, como também na maioria dos países, o poder do Estado se 
dá através de três entes federativos: federal, estaduale municipal. Mas também 
existem outros países com variações na organização formal dos Estados.
Independente da organização, o Poder Executivo é preponderante 
e ascendente aos demais poderes. Isso se justifica, porque o governo e as 
instituições que desempenham as funções executivas são os órgãos que dispõem 
dos meios para cumprir as decisões dos outros poderes, ou seja, executam as 
políticas do Estado.
Ao Poder Executivo, também conhecido por governo, compete cobrar 
impostos que custeiam o funcionamento dos demais poderes do Estado. Também 
cabe ao governo transformar as pretensões do Estado em atos; assim, essa 
atribuição faz dele o poder preponderante sobre os demais. O governo ainda 
exige dos legisladores um constante aprimoramento nas leis que conduzem 
o funcionamento do Estado, que por sua vez demanda atenção das ações do 
governo. Mas isso não significa que as funções de um poder têm mais relevância 
que as de outro, e sim, que o governo e o conjunto das instituições que executam 
as funções possuem maior peso que o Legislativo e o Judiciário, pois são as 
instituições do governo que possibilitam ou deveriam possibilitar, no sentido amplo, 
a integridade, liberdade e bens dos cidadãos. 
Da mesma forma que a essência do poder do Estado não se altera com 
as variações de sua organização formal (União, Estado e Município), como é o 
caso do Brasil desde a Constituição de 1988, ou como a França, em que o poder do 
Estado se dá por esferas nacionais e as autoridades locais não possuem autonomia 
normativa, também a forma de seu regime (presidencialismo ou parlamentarismo) 
não interfere para a maior ou menor força do governo (Executivo).
 
36
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
FIgURA 3 – SISTEMA DE gOVERNO NO BRASIL
FONTE: Disponível em: <http://www.debatesculturais.com.br/o-brasil-e-presidencialista/>. Acesso em: 
29 maio 2015.
Segundo Coelho (2009, p. 21), 
[...] a força de um governo depende, em grande parte, 
do apoio que suas propostas políticas e proposições 
legislativas encontrarem no parlamento; da sintonia 
entre suas ações e as expectativas dos eleitores; e da 
relação mantida com os diferentes grupos organizados 
da sociedade [...].
 Desta forma, independente do regime, a legitimidade só é reconhecida 
pela sociedade se a resposta que dá atende à expectativa. Assim, o governo 
depende também de uma estrutura administrativa suficiente para transformar as 
diretrizes em ações concretas para o bem da sociedade. 
 A capacidade de intervenção do Estado na sociedade, ou seja, governar 
um país, Estado ou município, empregando esforços para produzir benefícios de 
interesse coletivo, vem sendo reconhecida na sociedade contemporânea através 
do termo governança. A governança é reconhecida quando o Estado passa a se 
concentrar na sua função de coordenador dos vários esforços públicos e privados 
para produzir bens coletivos. Assim sendo, a boa governança é a habilidade do 
Estado de também saber lidar com o mercado. Segundo Coelho (2009, p. 22), “o 
mercado pode ser definido como um sistema de trocas do qual participam agentes 
e instituições interessadas em vender ou comprar um bem ou prestar ou receber 
um serviço”. 
37
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
 O mercado também é administrado tendo que cumprir determinadas 
leis, mas estas nem sempre são justas com a sociedade. Pois, os indivíduos que 
possuem poder de decisão no nível econômico, também possuem o anseio de 
elevar ao máximo o lucro. Assim, a adequada relação entre o Estado e o mercado 
que se daria através da oferta e da demanda não passa de um mero devaneio. 
Desta forma, o mercado, principalmente na era do sistema capitalista, não 
consegue atingir o objetivo de ser autorregulável, tendo que se equilibrar entre o 
liberalismo econômico (liberdade do mercado de produzir e comercializar bens e 
serviços sem interferência estatal) e a intervenção do Estado (ação com vistas a 
obter objetivos que irão fomentar o crescimento da economia e a diminuição das 
desigualdades, o crescimento do nível de emprego e dos salários, ou a correção 
das imperfeições do mercado). 
FIgURA 4 – ALTERNÂNCIA DA INTERVENçãO DO ESTADO E DO MERCADO
FONTE: Disponível em: <http://slideplayer.com.br/slide/1267268/>. Acesso em: 15 maio 2015.
Assim, a relação entre o Estado e o mercado não é linear, pois ela 
oscila de forma alternada. Há momentos em que precisa haver a intervenção do 
Estado, pois a economia do mercado ameaça o bem-estar da sociedade civil. Para 
Campa (1985, p. 12), “O dualismo entre Estado e sociedade civil explicita-se na 
impossibilidade de se propor, quanto ao Estado, um princípio tutelar, e quanto 
à sociedade, uma multiplicidade de posições de poder que comporta o plano 
econômico, bem como o plano conjetural”. Assim, existem momentos em que a 
intervenção do Estado já não se apresenta adequada e a falta de crescimento 
econômico também passa a ameaçar o bem-estar da sociedade civil. 
Para concluir, salientamos que o mercado é um organismo utilizado no 
capitalismo para concentrar a riqueza nas mãos de poucos. Mas, para impedir que 
o mercado destrua a si próprio, o Estado intervém quando o mercado apresenta 
sinais de perigo, pois o crescimento centralizado da riqueza arquiteta e agrava as 
38
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
desigualdades sociais. Desta forma, a intervenção do Estado se mostra necessária 
para instituir um mínimo de igualdade entre os indivíduos, pois sem este equilíbrio 
a vida na sociedade capitalista seria drasticamente comprometida no seu cerne.
AUTOATIVIDADE
4) No século XVIII instalou-se um sistema socioeconômico que até hoje 
persiste. Esse sistema intensifica a luta entre as camadas abastadas e 
populares. As camadas abastadas são as detentoras dos elementos 
utilizados para produzir e distribuir as mercadorias produzidas, mas são 
as camadas populares que utilizam sua força de trabalho na produção 
destas mercadorias. Sobre esse sistema, assinale a alternativa CORRETA:
A) ( ) O referido sistema socioeconômico é o capitalismo, seu principal objetivo é 
adquirir lucro.
B) ( ) O projeto de sociedade neste sistema é coletivo, ele estabelece estratégias 
que projetam transformação social.
C) ( ) O projeto ético-político dos capitalistas é pautado no seu exercício profissional 
que visa o bem comum. 
D) ( ) O Estado e o mercado possuem o mesmo objetivo neste sistema, ou seja, 
a equidade social.
5) O Estado possui um aparelhamento que tem poder legitimado pelos 
indivíduos para determinar regras, arrecadar impostos, julgar e penitenciar 
os transgressores. As decisões tomadas por ele devem representar 
a todos, conforme as ocorrências exigirem, no sentido de atender ao 
interesse público. Com relação ao aparelhamento do Estado, analise as 
sentenças a seguir:
I- O Legislativo tem a função de elaborar as leis necessárias para a manutenção 
da vida em sociedade.
II- O Executivo tem a função de administrar a coisa pública, ou seja, assegurar de 
fato o cumprimento das leis.
39
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
III- O Judiciário tem a função de elaborar os atos que serão praticados no futuro, 
conforme as leis existentes.
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
A) ( ) As sentenças I e III estão corretas. 
B) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
C) ( ) Somente a sentença I está correta.
D) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
40
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
---------- [ TÓPICO IV – DESENVOLVIMENTO DA HISTÓRIA 
POLÍTICA BRASILEIRA: REPÚBLICA VELHA E ESTADO NOVO ] ----------
Denise da Silva Vieira
4.1 REPÚBLICA VELHA
A República Velha iniciou no governo de getúlio Vargas, estendendo-se 
até a Revolução de 30 (golpe na oligarquia). Através de um movimento militar com 
apoio variado da economia cafeeira, pois o Império deixou a desejar referente à 
proteção dos barões do café, entre outros grupos regionais. Consequentemente, 
ocorreu a adoção do trabalho assalariado, entre outros, chegando ao fim o regime 
escravocrata. A República Velha foi dividida pelos historiadores em dois períodos.O primeiro foi chamado de República da Espada, dominado pelos 
setores mobilizados do exército, com apoio dos republicanos, com o objetivo de 
centralizar o poder por receio da volta da monarquia e evitar uma possível divisão 
do Brasil. Foi consequência das contradições do Império, do crescimento urbano, 
da substituição do trabalho escravo pelo assalariado. 
Em 1870, após o fim da guerra do Paraguai, o exército representava 
os anseios de elevação econômica e política das classes médias urbanas. 
Também nesta década formou-se o Partido Republicano, dividindo-se em dois 
grupos políticos: históricos ou evolucionistas e os revolucionários ou idealistas. 
Os evolucionistas pregavam uma organização republicana baseada nas teorias 
positivistas de Augusto Comte, legitimando o modelo federalista (cada estado teria 
sua autonomia própria). Os idealistas defendiam maior participação da sociedade 
nas decisões políticas do governo.
Este período iniciou na Proclamação da República até a eleição de 
Prudente de Moraes, conhecido como o primeiro presidente civil.
A República Oligárquica, no segundo período, iniciou em 1894 até 
a Revolução de 1930. Destacou-se por ter maior poder por parte das elites 
regionais, especialmente no sul e sudeste do país. Portanto, as oligarquias eram 
dominadas por forças políticas republicanas de São Paulo e Minas gerais, estas 
41
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
se denominavam políticas do café com leite, por conta da importância econômica 
de produção de café e leite para a contribuição na economia brasileira da época.
Prudente de Moraes foi eleito graças às articulações do Partido 
Republicano Federal (1894-1898), sendo o primeiro presidente civil. Predominando 
uma política baseada na agroexportação.
A revolta popular de maior expressão neste período foi a guerra de 
Canudos. Prudente também resolveu os problemas de fronteiras com a guiana 
Francesa e anexou ao país a Ilha de Trindade (litoral do ES). 
FIgURA 5 - O BRASIL NO ANO DO CENTENÁRIO DE SUA INDEPENDÊNCIA 
EM 1922
FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica_Velha>. Acesso em: 12 maio 
2015. 
42
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
4.2 ESTADO NOVO
O Estado Novo ocorreu no governo de getúlio Vargas, em 10/11/1937, 
com duração até 29/10/1945. Teve este nome devido ao regime político brasileiro. 
Tendo como característica a centralização do poder, nacionalismo, 
anticomunismo e autoritarismo. Considerado regime autoritário, por conta 
disso alinhava-se com outros regimes autoritários no mundo. Naquele tempo, 
considerava-se a Alemanha e a Itália como os dois países que mais representavam 
o autoritarismo na Europa. 
Aguardando as eleições de janeiro de 1938, disputadas por José Américo 
de Almeida (situacionista) e Armando de Sales Oliveira (oposicionista), houve uma 
denúncia pelo governo de getúlio Vargas, referente à existência de um suposto 
plano comunista para a tomada do poder, conhecido como Plano Cohen. 
Este foi um documento escrito por Olímpio Mourão Filho (capitão 
integralista), membro do serviço secreto, e teve a intenção de simular uma 
revolução comunista no Brasil. Posteriormente, descobriu-se ter sido forjado pelo 
capitão, dando início ao golpe Militar de 1964.
FIgURA 6 – ESTADO NOVO: PERÍODO DE CONTROLE E CONCESSãO AOS 
TRABALHADORES
FONTE: Disponível em: <http://www.brasilescola.com/historiab/vargas.htm>. Acesso em: 18 maio 
2015. 
O Plano Cohen foi um documento revelado pelo governo brasileiro que 
abordava um suposto plano para a tomada do poder pelos comunistas. Teve 
43
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
como consequência uma instabilidade política gerada por ataques comunistas, 
preocupados com novas revoluções comunistas, sendo que várias vezes foi 
decretado o estado de sítio no Brasil (medida provisória de proteção do Estado). 
Sem oposição, getúlio Vargas promoveu um golpe no Estado, instaurando uma 
ditadura militar, com pronunciamento transmitido em rádio por todo o país. Alguns 
anos mais tarde foi confirmado que o documento foi forjado, com o objetivo de 
justificar a instauração da ditadura do Estado Novo, em 1937.
FIgURA 7 - PLANO COHEN
FONTE: Disponível em: <http://www.historiabrasileira.com/files/2010/01/plano-cohen.jpg>. Acesso em: 
18 maio 2015.
Segundo ghiraldelli (2003, p. 82), 
No campo da política educacional, o Estado Novo pode 
ser apresentado como o criador de uma legislação dada 
pela nova Constituição e por uma série de leis definidas 
pelo ministro da Educação gustavo Capanema – as 
chamadas “leis orgânicas de ensino”.
A partir da legislação máxima, o Estado Novo praticamente abriu mão de 
sua responsabilidade referente à educação pública, admitindo assim apenas um 
papel subsidiário em relação ao ensino. 
Com o ordenamento alcançado em 1934, determinando a educação 
como um direito de todos e responsabilidade dos poderes públicos, desobrigando 
44
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
assim o Estado de conservar e ampliar o ensino público. Já a Carta de 1937 
(Constituição Brasileira de 1937) não se preocupava em deliberar ao Estado uma 
educação geral através de uma organização de ensino público e gratuito. Segundo 
ghiraldelli (2003, p. 83), 
Os ricos proveriam seus estudos através do sistema 
público ou particular e os pobres, sem usufruir desse 
sistema, deveriam ter como destino as escolas 
propedêuticas a um grau mais elevado, teriam de 
contar com a boa vontade dos ricos para com as caixas 
escolares. 
Contudo, o artigo 129 (CF de 1937) determinou como sendo o primeiro 
dever do Estado a conservação do ensino pré-vocacional e profissional, destinados 
às classes menos favorecidas, ou seja, não tendo que esperar a boa vontade dos 
ricos para ter garantia ao estudo. 
Para tanto, com a decretação das leis orgânicas entre 1942 e 1946, 
chamadas de “Reforma Capanema”, esta ordenava os ensinos primários, 
secundários, industrial, comercial, normal e agrícola, considerando como sendo 
uma reforma elitista e conservadora, vingando já nos anos de liberação do regime, 
no final do Estado Novo, Este período foi conhecido como ditadura, um regime 
sem o funcionamento do Congresso Nacional, sem partidos legais e sem eleições, 
com intuito de melhor servir aos interesses do regime econômico colocando em 
prática a sua política de domínio do poder.
AUTOATIVIDADE
6) (Questão 13 – ENADE 2007) É hoje consensual que, no Brasil, o Serviço 
Social se origina no seio do movimento católico, mas seu processo 
de profissionalização e legitimação está vinculado à expansão das 
grandes instituições assistenciais em um período histórico marcado 
pelo aprofundamento do corporativismo do Estado e por uma política 
econômica industrializante. A expansão do proletariado urbano cria a 
45
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
necessidade política de controlar e absorver este contingente. O Estado, 
incorporando parte das reivindicações populares, amplia a base legal da 
cidadania, mediante uma intensa legislação social e sindical. 
Este período da história brasileira refere-se à(ao): 
(A) República Velha (1889-1930).
(B) Segunda República (1930-1937). 
(C) Estado Novo (1937-1945). 
(D) Quarta República (1945-1964). 
(E) Transição democrática (1985-1988).
7) Referente ao Plano Cohen, avalie as afirmações a seguir:
I. Tratava-se de um documento revelado pelo governo brasileiro que abordava 
um suposto plano para a tomada do poder pelos comunistas. 
II. O Plano Cohen teve como consequência uma instabilidade política gerada por 
ataque aos comunistas e burgueses.
III. Alguns anos mais tarde foi confirmado que o documento foi forjado, com o 
objetivo de justificar a instauração da ditadura do Estado Novo, em 1937.
IV. O documento foi uma estratégia para equilíbrio da economia, gerando 
crescimento nas indústrias, consequentemente, abertura de novos empregos.
V. Tratava-se de um documento revelado pelo governo brasileiro que abordava 
um crescimento na economia e abertura de novas empresas. 
É CORRETO o que se afirma em:
A – I, apenas.
B – II e IV, apenas.C – I e III, apenas.
D – II, III e V, apenas.
E – I, II, III e IV.
46
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
8) A República Velha iniciou no governo de Getúlio Vargas, estendendo-se 
até a revolução de 30 (golpe na oligarquia). Foi através de um movimento 
militar com apoio variado da economia cafeeira, pois o império deixou 
a desejar referente à proteção dos barões do café, entre outros grupos 
regionais. Consequentemente, ocorreu a adoção do trabalho assalariado, 
entre outros, chegando ao fim o regime escravocrata. A República Velha 
foi dividida pelos historiadores em dois períodos. Em relação a esta 
divisão, avalie as afirmações a seguir: 
I . O primeiro período foi chamado República da Espada, dominado pelos setores 
mobilizados do exército, com apoio dos republicanos, com o objetivo de 
centralizar o poder por receios da volta da monarquia e evitar uma possível 
divisão do Brasil.
I I . A República Oligárquica, no segundo período, iniciou em 1870 até a Revolução 
de 1930. Teve como característica a maior concentração de poder por parte das 
elites regionais, especialmente no sul e sudeste do país. 
III. As oligarquias eram dominadas por forças políticas republicanas de São Paulo 
e Rio de Janeiro, esta se denominava política do café com leite, por conta 
da importância econômica de produção de café e leite para a contribuição na 
economia brasileira da época.
IV. A República Oligárquica no segundo período iniciou em 1894 até a Revolução 
de 1930. Teve como características por ter maior poder por parte das elites 
regionais, especialmente no sul e sudeste do país. 
V. Na República da Espada, os evolucionistas pregavam uma organização 
republicana baseada nas teorias positivistas de Marx.
É CORRETO o que se afirma em:
A – I, apenas
B – II e IV, apenas.
C- I e IV, apenas.
D – II, III e V, apenas.
E – I, II, III e IV.
47
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
---------- [ TÓPICO V – CONCEPÇÃO DE DESENVOLVIMENTO E 
DO NEOLIBERALISMO: TRABALHO ALIENADO E SOCIABILIDADE 
NO CAPITALISMO ] ----------
Marines Selau Lopes
Ainda no século XIX, um filósofo chamado Karl Marx já salientava que no 
processo de produção capitalista, o trabalhador era uma simples peça da cadeia 
produtiva. Neste sentido, o trabalhador se alienava, pois não era mais proprietário 
dos objetos que possibilitavam seu desenvolvimento e de seu trabalho. Assim, o 
homem desconhecia a totalidade do processo produtivo, como também perdia até 
mesmo o controle sobre o ritmo da produção. 
FIgURA 8 – TRABALHO ALIENADO
FONTE: Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.
php?foto=371&evento=4>. Acesso em: 9 maio 2015.
Mas, na perspectiva do referido filósofo, ainda chegaria o momento em 
que o capitalismo atingiria seu ponto máximo em relação ao desenvolvimento. 
Assim, esse não traria mais qualquer progresso à humanidade. Desta forma, o 
proletariado tomaria o poder e acabaria com a sociedade de classes. Sendo que 
haveria igualdade entre os homens, todos poderiam desenvolver totalmente seu 
potencial, pois viveriam em abundância.
48
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
Ao final do século XIX, profundas mudanças ocorreriam na sociedade e 
na economia capitalista. Estas não confirmaram a expectativa de Marx. 
Na atualidade, os proprietários dos meios de produção são a minoria na 
sociedade, mas possuem os meios para explorar a classe dos proletários, que, em 
resumo, são os trabalhadores. Ou seja, no capitalismo, o proletariado é detentor 
da força de trabalho, mas não é proprietário dos meios de produção. Sendo que o 
tempo gasto para produzir uma determinada mercadoria define o valor da mesma. 
Assim, o trabalhador, para viver, vende a única mercadoria de que é dono, ou seja, 
sua força de trabalho. 
No capitalismo, o salário que é pago ao trabalhador é apenas uma mísera 
parte do que ele produziu, pois o valor maior do tempo trabalhado é destinado aos 
proprietários dos meios de produção, meios estes que, em geral, são as máquinas, 
fábricas e outras ferramentas. Esse valor é a mais-valia, termo que foi empregado 
por Karl Marx para definir a diferença entre o valor final da mercadoria produzida 
e a soma do valor dos meios de produção. A mais-valia representa o grau de 
exploração do trabalho assalariado no sistema capitalista.
Nas últimas décadas, o tema “Desenvolvimentismo” volta a ser 
vastamente discutido. Agora não mais sob o prisma da necessidade de mudanças 
estruturais, como previa Marx. Na atualidade, o tema gera debates em torno do 
desenvolvimento econômico e social. 
O tema é de grande relevância, considerando a atual circunstância 
advinda da crise do capitalismo. São aparentes os impactos nas condições de vida 
da classe trabalhadora, causando o aprofundamento das expressões das questões 
sociais, como o desemprego ou emprego precário, o aumento da pobreza, a falta 
de moradia, a fome e as diversas violências que vivenciamos diariamente.
Na década passada o presidente eleito unificou os programas de 
proteção social, do governo anterior. O programa Bolsa Família foi ampliado, 
a grandeza do programa trouxe importante contribuição para o crescimento do 
mercado consumidor do interior do país, em especial da região Nordeste.
49
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
No atual governo, é requerido que o Estado continue com a 
responsabilidade pelo “bem-estar social”. Na tentativa de promover o 
desenvolvimento social, é cada vez maior a injeção de transferências financeiras 
através de programas: 
[...] Programa Bolsa Família, complementado por 
outros, como: Minha Casa Minha Vida, Benefício de 
Prestação Continuada; Programa de Erradicação do 
Trabalho Infantil; Programa Brasil Carinhoso; Programa 
Brasil para Todos; Programa Nacional de Inclusão de 
Jovens (urbano; campo e trabalho); Política Nacional 
de Assistência Estudantil; Programa Universidade para 
Todos (PROUNI); Fundo de Financiamento Estudantil 
(FIES), todos articulados sob a lógica de acesso ao 
consumo, a busca de equidade social. (SIMIONATTO, 
2013, p. 8).
Mesmo que as citadas alternativas sejam válidas, são apenas atenuantes 
das consequências do Neoliberalismo – que tem como objetivo principal promover 
o aumento da circulação de mercadoria no mundo. Na economia, a interferência 
do Estado vem sendo ínfima, geralmente opera apenas como regulador, também 
defende políticas de privatizações e abertura econômica.
 Assim, não se vislumbram no cenário estatal propostas de mudanças 
direcionadas a alterações concretas na superação das disparidades sociais.
FIgURA 9 - SÁTIRA À DESIgUALDADE SOCIAL QUE DIFERENCIA AS PESSOAS 
NAS CONDIçÕES DE ACESSO A NOVAS OPORTUNIDADES 
FONTE: Disponível em: <http://www.alunosonline.com.br/upload/conteudo_
legenda/760d02d8490a718aad29cf3c33bfc51b.jpg>. Acesso em: 9 abr. 2015. 
50
SERVIÇO SOCIAL em foco ii
Na prática também se vislumbram alternativas assumidas pela classe 
dominante. Estas buscam enfrentar a questão social com ações filantrópicas, na 
tentativa de atrelar as ações sociais ao plano neoliberal. Mas, acredito que, como 
Lemos (2014, p. 9),
A realidade impõe a necessidade de cotidianamente 
revisitarmos e adensarmos as pesquisas sobre a 
profissão, não apenas para ampliarmos o conhecimento, 
mas como estratégia ético-política de enfrentamento 
das contradições da “questão social” no capitalismo 
contemporâneo.
Das perspectivas de Marx, a transformação ocorrida no plano político 
pode ser considerada a mais importante, pois a democratização das sociedades 
liberais foi consagrada com o direito ao voto às mulheres na maioria dos países 
democráticos. 
Contestando quem apostava que democracia e capitalismo fossem 
incompatíveis, a concretude vivenciada pelo século XX mostrou que ambos 
poderiam conviver numa mesma sociedade.
A respeito da economia, o século XX ficou conhecido como a era 
tecnológica e organizacional. As mudanças que aconteceram nos processos de 
todos os setores produtivos transformaram o panorama econômico do ponto de 
vista da classe operária. 
No decorrer do

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