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FNC-IE-UNICAMP Oferta de Moeda Exogeneidade Endogeneidade absoluta Endogeneidade parcial FNC-IE-UNICAMP Variável exógena Na teoria macroeconômica, variável exógena é aquela cujo nível é fixado pelo governo = f( política econômica) => não é determinada com o modelo = f( comportamento do setor privado no mercado). Na estimação estatística, variável exógena = f( variáveis explicativas não observáveis ) => arbítrio metodológico = f( objetos de definição, pela abrangência do modelo - economia fechada ou aberta, com ou sem intervenção do Estado, etc.) FNC-IE-UNICAMP Oferta de Moeda Exógena 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Quantidade de Moeda Ju ro s M d" M d' M s” M s’ FNC-IE-UNICAMP Abordagem da exogeneidade da oferta de moeda Na abordagem da oferta de moeda exógena, desdenha-se o conceito de entesouramento e de desentesouramento, segundo critério de atender às necessidades da circulação = f( P°, T °, 1/V ° ). Sem o conceito de incerteza, as diversas formas de moeda estão sempre em circulação ativa => se estão em excesso, segundo a Teoria Quantitativa da Moeda, desvalorizarão. FNC-IE-UNICAMP Teoria ortodoxa A teoria ortodoxa tem como referência modelo de troca que leva a equilíbrio geral, ao qual a moeda é acrescentada como variável exógena => vista como simples numerário intermediário que aumenta a eficiência das trocas face ao escambo direto. Para monetarista, oferta de moeda é exógena, ou seja, é aquela que as autoridades monetárias quiserem => o Banco Central pode e deve estabelecer metas para os agregados monetários e pode e deve atingi-las => somente a falta de "fibra moral" de seus dirigentes impediria isso. FNC-IE-UNICAMP Abordagem da moeda endógena Na abordagem da moeda endógena, a entrada da moeda em circulação ativa depende das necessidades transacionais e não de sua oferta potencial. O valor da moeda-mercadoria não depende de sua "escassez", em concepção anti- quantitativista, seja marxista (explicado pela teoria do valor-trabalho), seja keynesiana (explicado pela teoria dos preços e não da moeda). FNC-IE-UNICAMP Críticas à noção de oferta de moeda exógena 1. oferta da moeda creditícia = f( contratos de crédito e/ou de vendas a prazo) => não pode ser independente da demanda de crédito = “serviço financeiro sob encomenda”. 2. empréstimos (que criam depósitos) = f( decisões de mutuantes e mutuários) => críticas ao automatismo e à causalidade do modelo de multiplicador X discricionariedade. 3. acomodacionismo em última instância = f( risco de crise sistêmica): Bancos Centrais dão assistência de liquidez aos bancos comerciais; FNC-IE-UNICAMP Críticas à noção de oferta de moeda exógena 4. Bancos Centrais tentam controlar o estoque de moeda, indiretamente, através de fixação da taxa de juros de referência; 5. reação político-social contra o controle absoluto da quantidade da moeda => custo da recessão e falências (inclusive de instituições financeiras); 6. administração dos passivos (inovação financeira) => bancos são capazes de acomodar variações na demanda por crédito => sem o custo punitivo do redesconto e a fiscalização do Banco Central. FNC-IE-UNICAMP Endogeneidade Absoluta da Oferta da Moeda 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Quantidade de Moeda Ju ro s M s' M d" M d' FNC-IE-UNICAMP Posição "horizontalista” Posição "horizontalista” (Basil Moore): a oferta de moeda, em amplo sentido, é não somente derivada do crédito, mas também plenamente determinada por sua demanda. Hipóteses: 1. para bancos individuais, a quantidade efetiva de oferta de crédito é variável não- discricionária; 2. as autoridades monetárias estão destinadas a acomodar plenamente a oferta de base monetária baseada em sua demanda. FNC-IE-UNICAMP “Formadores de preços" e "tomadores de quantidade" Saque a descoberto: linha de crédito pré-compromissado, garantido pelos bancos a seus clientes = prova do caráter não-discricionário desta variável. Nos sistemas financeiros modernos, os bancos não podem modificar, por sua própria iniciativa, o volume de crédito a pagar = f( decisões unilaterais dos tomadores de empréstimos, dentro do limite pré-estabelecido, devido à existência do saque a descoberto em “cheques especiais” ou cartões de crédito). Bancos são formadores de preços (price setters) e tomadores de quantidade (quantity takers), na relação com seus clientes, no mercado de varejo e atacadista X não no mercado interbancário e na relação com o Banco Central. FNC-IE-UNICAMP Endogeneidade absoluta da oferta da moeda 1. caráter não-discricionário (após a fixação dos juros e do compromisso de crédito) do volume efetivo dos empréstimos bancários concedidos, 2. capacidade do Banco Central fixar somente a taxa de juros básica de referência. FNC-IE-UNICAMP Endogeneidade Parcial da Oferta da Moeda 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Quantidade de Moeda Ju ro s M d" M d' M s FNC-IE-UNICAMP Corrente pós-keynesiana fundamentalista Outra corrente pós-keynesiana (fundamentalista): a curva de oferta de moeda não é horizontal, mesmo se todos depósitos criados retornem ao sistema bancário = f( bancos estão preocupados com os crescentes graus de exposição, ou suas relações de alavancagem ) Mesmo que os bancos não sejam estritamente restritos pela quantidade de moeda, suas disposições para fazer empréstimos devem ser uma função de suas disposições de assumirem posições ilíquidas, nos ativos = f( 1. estado de expectativas em longo prazo, face à lucratividade; 2. posições de balanços dos bancos; 3. preferências de portfolios do público; 4. políticas do Banco Central ) FNC-IE-UNICAMP Fundamentalistas As Autoridades Monetárias possuem alguma capacidade de controlar os agregados monetários. Para desempenhar suas tarefas institucionais, tendem a acomodar a oferta de moeda à demanda por ela, evitando largas flutuações nas taxas de juros = f( grandes flutuações: 1. aumentariam a instabilidade financeira, 2. romperiam a eficiência dos mercados, 3. induziriam formas de inovação financeira, reduzindo os controles das autoridades monetárias sobre esses mercados, 4. a produção e o emprego cairiam dramaticamente ) FNC-IE-UNICAMP Mark-up flexíveis Grau de inclinação da oferta de moeda = f( política discricionária do Banco Central + variação do spread bancário ) = f( risco do credor ) Se os mark-up dos bancos são flexíveis, então não faz sentido representar uma curva de oferta de moeda como horizontal. FNC-IE-UNICAMP Dúvidas quanto à representação gráfica sem independência estatística? estática (dado corte temporal) ou dinâmica? só moeda-creditícia? bancos ou Banco Central? ex-ante ou ex-post? FNC-IE-UNICAMP Micro versus Macro discricionaridade ex-ante dos bancos individuais e passividade ex-post do sistema bancário. maior parte dos empréstimos bancários = f( promessas de empréstimos previamente negociadas) = f( taxa de juros prefixada ). Sem automatismo: esta decisão microeconômica depende também 1. de avaliação do projeto, 2. do perfil do risco do tomador, 3. das garantias oferecidas, 4. do próprio grau de exposição e risco de credor; logo, os bancos, ativamente, escolhem em que mercados entrar e disputar. FNC-IE-UNICAMP Fuga do controle da oferta de moeda fuga do controle da oferta de moeda: 1. administração de ativos e passivos, 2. mercado interbancário e 3. internacionalização dos mercados financeiros e dos próprios bancos => cobertura de exigências de maiores reservas = f( passivos criados pelos empréstimos). criação de quase-moeda = f( para banco: passivo para fugir do redesconto [juros punitivos] e do compulsório [custo não remunerado] + para o público não-bancário: ativofacilmente transformável de recebedor de juros em transferível por cheque ) => conciliação de interesses entre banco e cliente fora da regulação do Banco Central. FNC-IE-UNICAMP Argumento básico Sob o ponto de vista do sistema bancário, a quantidade total de moeda creditícia efetivamente ofertada (resultante ex-post das múltiplas decisões particulares) deve ser vista como endogenamente determinada pela demanda. FNC-IE-UNICAMP fercos@eco.unicamp.br h2p://fernandonogueiracosta.wordpress.com/
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