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Gabarito_AD1_Agraria do Brasil

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CEDERJ/UERJ – GEOGRAFIA 
Disciplina: Geografia Agrária do Brasil – Professor: Luis Felipe Umbelino 
GABARITO AD1 – 2021.1 
Aluno: ________________________________________________________ 
 
1 – A Geografia Agrária por ser um segmento da Geografia teve o seu desenvolvimento 
ligado ao próprio desenvolvimento da Ciência geográfica e por estar diretamente ligada 
a fatores ligados a natureza, seus estudos foram, por muito tempo, atrelados aos aspectos 
físicos da Geografia, dando à Geografia Agrária um caráter físico. 
No entanto, a partir da década de 1950, com o desenvolvimento da Geografia Teorética 
ou Geografia Pragmática, fundada no neopositivismo, passa a ser a base analítica da 
Geografia, a Geografia Agrária passa a adotar também gráficos, mapas, tabelas, entre 
outros, dando um caráter mais econômico, focando na produção agrícola e na organização 
do espaço agrário. 
Sendo assim, a natureza passa a ser vista como recurso e assim usada de acordo com os 
interesses econômicos dominantes. Mesmo com a ascensão da Geografia Crítica e do 
pensamento marxista, a Geografia Agrária ainda permanece vendo a natureza como 
capital e a distribuição da renda atribuída a partir da sua transformação vista como bem é 
o enfoque da nova discussão. 
Desse modo, tanto da Geografia Teorética quanto a Crítica, trouxeram para a Geografia 
Agrária conceitos da economia e da sociologia, vinculando-a às questões espaciais de 
planejamento, onde os estudos encontram momentos com caráter mais interrelacionista, 
tentando mesclar os fatores naturais com os sociais, como momentos de caráter mais 
dualista. 
 
2 – Segundo Ferreira (2001) a Geografia Agrária brasileira possuiu quatro diferentes 
períodos. São eles: 
Os estudos não geográficos – concentrando trabalhos feitos antes de 1934, quando a 
Geografia é institucionalizada no país. As principais contribuições desse período são 
relatos de viajantes e textos não literários, que retratavam a vida e paisagens do território 
brasileiro; 
A Geografia Agrária Clássica – entre os anos de 1934 até meados de 1960, recebendo a 
influência de geógrafos franceses e alemães. Com a adoção do método científico baseado 
na análise da paisagem a partir da sua descrição, interpretação e síntese. Uma das 
principais técnicas adotadas na Geografia desse período foi o trabalho de campo. Apesar 
do processo de urbanização e industrialização está em desenvolvimento no país, a 
agricultura ainda se configura como a principal atividade que mantém nossa economia; 
A Geografia Quantitativa – de meados de 1960 até a próxima década, o desenvolvimento 
das imagens e da ciência da computação interferiram no processo de estudo da Geografia, 
ampliando as suas possibilidades de abordagens. Os trabalhos de campo são substituídos 
por modelos matemáticos e estatísticos. Com o desenvolvimento urbano e industrial da 
sociedade brasileira em pleno vapor, aliado à modernização da agricultura, as temáticas 
voltadas ao planejamento e à organização espacial da produção e produtividade são 
colocadas em evidências; 
A Geografia Agrária Social – A partir de meados da década de 1970, questões ligadas ao 
abastecimento urbano e crescimento populacional ganham destaque nas discussões 
geográficas. A agricultura passa a ser analisada a partir das questões vinculadas ao 
desenvolvimento rural. As transformações bruscas na estrutura da produção do campo a 
partir do processo de modernização da agricultura marcam esse contexto 
socioeconômico. Temas como pequena produção, agricultura familiar e agroindústrias, 
são incluídos nessa discussão. 
 
3 – Toda a terra brasileira no período colonial pertencia a Coroa portuguesa e a lei de 
Sesmarias regulamentava a sua distribuição. Sendo assim, a plantação de cana-de-açúcar 
e a criação de gado configuraram-se como estruturadores do espaço agrário brasileiro. As 
fazendas de lavoura de cana concentravam-se no litoral, enquanto as fazendas de gado 
ocuparam as áreas interioranas. No entanto, a ocupação não se deu de forma uniforme 
sobre o território, havendo espaços consideráveis entre uma fazenda e outra. Podemos 
considerar que a fazenda canavieira e os engenhos são o foco de atenção da Coroa 
portuguesa e sua disseminação pelo território brasileiro fator importante da ocupação do 
nosso território. Nesse sentido, podemos destacar que tanto as fazendas de gado como a 
da cana-de-açúcar foram objetos importantes para o processo de ocupação do território 
brasileiro, bem como elementos centralizadores da economia nacional. 
 
4 – A atividade canavieira foi responsável, juntamente com a fazenda de gado e mais 
tarde com a atividade mineradora, pela estruturação e organização do espaço agrário 
brasileiro. Ocupando primeiramente a área litorânea, a atividade canavieira estava 
organizada internamente por meio do engenho de cana, configurando assim sua estrutura 
espacial. A atividade monocultora da cana-de-açúcar era responsável pelas atividades de 
processamento da cana, transformando-a em mercadoria e a partir daí era exportada. Vale 
salientar que a montagem de um engenho-fábrica exigia um poder aquisitivo alto e nem 
todo produtor tinha condições financeiras para tal, dependendo das instalações do vizinho 
para efetuar a moagem da cana. Tal fato, explicitava as relações de poder existentes no 
espaço canavieiro brasileiro. 
Todavia, durante o período minerador, as atenções da metrópole foram voltadas para esta 
atividade, que recebe maiores investimentos e colocam a atividade açucareira em segundo 
plano. Só com o declínio da atividade mineradora que a atividade da cana volta ao cenário 
nacional, mas sob nova configuração econômica. Forçados pela concorrência holandesa 
no Caribe, que empregou novas formas de produção além de tecnologia, a produção aqui 
no Brasil precisou de adequar às novas exigências do mercado, bem como no processo 
produtivo. De imediato é feito a substituição da espécie da cana produzida no Brasil, 
passando da cana crioula para a cana caiana, devido a sua maior rentabilidade. Em seguida 
troca-se a fonte de energia motriz do engenho-fábrica de tração animal para energia 
hidráulica e posteriormente para a máquina a vapor. Todo esse processo de 
transformações desde o plantio da cana até o seu processamento culminará com a 
substituição do engenho-fábrica pela usina. Assim, vários engenhos foram incorporados 
à usina, aumentando a concentração fundiária. 
 
5 – A partir da abolição do tráfico negreiro no Brasil, o trabalhador escravo foi sendo 
gradativamente substituído pelo trabalhador livre. A partir daí, o escravo é convertido em 
agregado, que funciona como uma espécie de parceiro e só posteriormente que este 
trabalhador é convertido em morador. Só a partir das práticas capitalistas no campo, 
principalmente com a modernização da agricultura brasileira que há a transformação do 
morador em trabalhador volante diarista. Apesar de termos um trabalhador livre, ele 
continua trabalhando nas terras do seu antigo dono, desenvolvendo uma relação de 
trabalho subordinada, sob a influência do novo patrão. Assim, o proprietário de terra o 
domínio sob a força de trabalho que necessita e a manutenção da sua atividade produtiva. 
A transformação do engenho em usina, juntamente com a expansão da ferrovia transforma 
a mão-de-obra advinda da escravidão em força de trabalho disponível para a atividade 
agroindustrial do processamento da cana-de-açúcar. Em termos gerais, temos que com a 
abolição da escravidão no Brasil mudou-se a condição social do escravo, transformando-
o em trabalhador livre, porém não mudou a sua situação econômica. Se antes eles 
dependiam do senhor de engenho, agora passam a depender dos baixos salários pagos 
pelos donos das usinas.

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