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5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 Patologia UCXIV Fígado e Vias Biliares Hepatite A – HAV Benigna, aguda, autolimitada, não cronifica Transmissão fecal oral (água e alimentos contaminados), e o vírus é eliminado 2 a 3 semanas antes e 1 semana após início da icterícia Menos de 0,1% hepatite fulminante (raro causar falência hepática por HAV) Incubação de 3 a 6 semanas Eliminado pela resposta imune do hospedeiro, sem estabelecer estado de portador (diferentemente das hepatites B e C) Febre, icterícia, fadiga e perda de apetite Pode ser detectado no soro e saliva Vacina! Hepatite B – HBV Pode ser: 1. Hepatite aguda com recuperação e eliminação do vírus (assim como HAV) 2. Hepatite crônica não progressiva 3. Doença crônica progressiva que termina em cirrose 4. Hepatite fulminante com necrose hepática maciça (transplante) 5. Um estado de portador “saudável” assintomático. Características: Incubação de 2 a 26 semanas, permanece no sangue em estados agudos e crônicos 70% sintomas discretos ou ausências de sintomas 30% anorexia, febre, icterícia e dor QSD Maioria autolimitada Hepatite fulminante em 0,1 a 0,5% *Principal hepatite que causa hepatocarcinoma Vacina! Transmissão: Prevalência elevada: vertical (gestação) Prevalência intermediária: horizontal, entre crianças Baixa prevalência: DST, drogas intravenosas Infecção aguda com resolução: Progressão para infecção crônica: 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 Hepatite C – HCV Fatores de risco: Drogas intravenosas Múltiplos parceiros sexuais Procedimentos cirúrgicos nos últimos 6 meses Ferimentos por agulha Contatos múltiplos com um indivíduo infectado pelo HCV Atividade profissional na área médica ou odontológica Importante: Crianças - transmissão vertical. Incubação 4 a 6 semanas (9 semanas) 85% assintomática no início 80 a 90% evolui para doença crônica, porém não tanto para carcinoma hepatocelular como a HBV Cirrose em até 1/3 dos casos Infecção aguda com resolução: Progressão para infecção crônica: Hepatite D – HDV *Depende do HBV para seu ciclo de injúria hepática Coinfecção HDV e HBV: HBSAG necessário para produção de vírions completos de HDV. Hepatite aguda grave e insuficiência hepática fulminante e maior progressão para doença crônica. Usuários de drogas. Superinfecção crônica de HBV por HDV causará infecção crônica em 80 a 90%. Apenas HDV: não causa problemas hepáticos Hepatite E – HEV Autolimitada, aguda (muito parecida com HAV) Transmissão entérica por água contaminada pelos animais Zoonótica com reservatórios em macacos, gatos, porcos e cães. 30 a 60% hepatite aguda esporádica na Índia Importância: 20% de mortalidade em gestantes Incubação 4 a 5 semanas Maioria não cronifica ou tem viremia persistente (detecção no sangue após curada) Morfologia das hepatites Biópsia (não é obrigatório), dados clínicos e sorologia Biópsia confirma e faz diagnóstico diferencial com outras patologias como hemocromatose, esteatose, alterações com risco de malignidade o Mais aplicável em hepatites crônicas que agudas o Importante para graduar o grau de lesão hepática Biópsia avalia: extensão, graduação da lesão, inflamação e progressão da cicatrização Alterações morfológicas podem se sobrepor Algumas alterações são típicas de determinadas patologias Hepatite aguda: Macro: fígados normais ou mosqueados (pontinhos), necrose maciça (hepatite fulminante – contrai o fígado) Micro: vírus hepatotrópicos: mononucleares (mesmo aguda, não tem neutrófilos), sobreposição de achados. o HAV: plasmócitos. o Define hepatite aguda: necrose irregular ou hepatite lobular. Mais ao redor da veia centrolobular (zonas 2 e 3) 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 o Inflamação portal mínima ou ausente. Necrose ou apoptose. Necrose aguda grave – ao redor de veias centro- lobulares. Necrose em ponte (veia - espaço porta) Necrose maciça leva à hepatite fulminante e óbito Hepatite crônica: Macro: de acordo com fase Micro: infiltrado portal mononuclear, varia de graduação de um para outro Hepatite de interface e lobular Cicatrização: principalmente no espaço portal, porta- porta, porta veia centro-lobular (cirrose) Sinais que caracterizam etiologia viral o HBV: hepatócitos em vidro fosco o HCV: lesão ductal, agregados linfoides portais, esteatose (pode estar presente em todos os quadros de hepatite crônica), linfócitos no espaço-porta Hepatócitos com aspecto em vidro fosco na HBV crônica: coloração mais “apagada” do citoplasma, homogêneo. Quadro marrom: IMHQ Expansão característica do espaço portal por um infiltrado linfoide denso em HCV crônica: 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 Lesão e reparo: Acúmulo de gordura e bilirrubina (colestase) Necrose: hipóxia e isquemia Apoptose: vírus, autoimune, medicamentos e toxinas Necrose de hepatócitos Apoptose de hepatócitos: vírus, hepatite autoimune, medicamentos, etc Necrose confluente se a lesão continuar: veia central para espaço-porta Hepatócitos restantes se dividem, mostram-se reativos Células tronco: principalmente nas hepatites crônicas, formando estruturas semelhantes a ductos – permite e regeneração Cicatrizes: feitas por célula estrelada hepática perissinusoidal – miofibroblastos miogênicos (produzem colágeno). Interação entre células de Kupffer, hepatócitos e células inflamatórias Lesões graves, colapso reticulina (faz a sustentação dos hepatócitos, visto que o fígado não tem tecido conjuntivo) → septos fibrosos → cirrose Principais linfócitos envolvidos: TCD4+ e TCD8+ Insuficiência hepática Hepatite persistente, não tratada, descobre a doença apenas em cirrose ou em insuficiência hepática. Aguda: o Fulminante: 2 semanas após icterícia o Subfulminante: 3 meses após o Encefalopatia hepática 6 meses após diagnóstico: fígado reduzido, hepatócitos alterados e ilha de células normais. Sem cicatrizes Crônica agudizada: 6 meses após diagnóstico; autoimune, medicamentos, infecções agudas, HAV e HBV Crônica com necrose: o Carcinoma hepatocelular o Insuficiência hepática crônica – HBV, HCV, NASH, HAlcoólica o Nódulos regenerativos envoltos por fibrose Necrose hepática maciça – causada por superdosagem de acetaminofeno: Hepatite aguda: necrose peri veia centrolobular, espaço porta preservado, esteatose: 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 Cirrose: nódulos macro e micro Tamanho, padrão e grau variáveis Reações ductulares de acordo com progressão, por exemplo na cirrose Podem regredir Progressão e regressão Cirrose alcoólica em um etilista ativo: faixas espessas de colágeno separam os nódulos cirróticos de vários tamanhos: Cirrose alcoólica após um longo período de abstinência: maior parte das cicatrizes desapareceu (muito raro) Hipertensão portal: Hemorroidas Circulação colateral Ascite Varizes esofágicas Angiomas cutâneos aracniformes Desnutrição Encefalopatia hepática: principal. Esplenomegalia Infecções bacterianas, parasitárias e helmínticas Esquistossomose, Entamoeba histolytica, trematódeos hepáticos (Fasciola hepatica), equinocócicas Staphylococcus aureus, Salmonella typhi, Treponema pallidum Bactérias, fungos, helmintos e outros parasitos e protozoários o Ascendente – intestino e trato biliar o Colangite ascendente: TGI → colédoco → colecistite → colangite o Semeadura vascular: intestino → sistema porta o Invasão direta Colecistite bacteriana: invasão direta Lesão penetrante Hepatite autoimune Hepatite crônica e progressiva: características das doenças autoimunesem geral: predisposição genética, associação com outras doenças autoimunes, presença de autoanticorpos e resposta terapêutica à imunossupressão. Diagnóstico diferencial com outras hepatites Pode levar à cirrose, cronificar, etc Desencadeantes podem incluir infecções virais ou exposição a medicamentos ou toxinas *Tipo 1: meia-idade e idosos, presença de anticorpos antinucleares (ANA), anti actina de músculo liso (SMA), antimitocôndria (AMA) e antiantígeno hepático solúvel/fígado-pâncreas (anti-SLA/LP) *Tipo 2: geralmente em crianças e adolescentes, presença de anticorpos antimicrossomais de fígado- rim tipo 1 (anti-LKM-1) e anticorpos anticitosolhepático tipo 1 (ACH-1). Características: Fase inicial de destruição intensa do parênquima, seguida rapidamente por reparo tecidual. Pode ser subclínica Pode levar a necrose e inflamação de interface ou confluente ou colapso parenquimatoso Predomínio de plasmócitos Rosetas hepatocitárias: hepatócitos regenerados 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 Lesão hepática induzida por medicamentos e tóxicos Toxicidade direta ou mecanismo imunológico Associação temporal: quanto mais tempo toma, mais chance de desenvolver Previsíveis (intrínsecas): dose dependente (algumas medicações não podem ser tomadas por +7 dias) Imprevisíveis (idiossincráticas): depende do hospedeiro. Propensão de montar uma resposta imune ao estímulo antigênicoou à velocidade com que o agente pode ser metabolizado Acetoaminofeno, clorpromazina, cloroquina Doenças hepáticas metabólicas hereditárias Hemocromatose: depósito de ferro Absorção excessiva de ferro: depósito em fígado e pâncreas, coração, articulações e órgãos endócrinos. Regulado pela absorção. Mais comum: hereditárias Podem ser adquiridas nas transfusões repetidas Talassemias e síndromes mielodisplásicas Grave: ferro > 50g Pode levar a cirrose micronodular, DM (deposição no pâncreas), pigmentação cutânea anormal, etc Hepcidina: regulador negativo na absorção de ferro. Reduzida na hereditária Depósitos hemossiderina nos tecidos (hepatócitos e demais células e espaços), cirrose, fibrose pancreática Grânulos azuis: depósitos de ferro no fígado Doença de Wilson: depósito de cobre Autossômico recessivo, gene ATP7B Insuficiência da excreção de cobre na bile e incapacidade de incorporação na ceruloplasmina Acúmulos tóxicos de cobre: fígado, cérebro, olhos Alterações hepáticas variáveis Olhos anéis Kayser-Fleischer: Deficiência de A1-antitropsina: Autossômico recessivo Níveis redizidos de α1AT circulante Inibe proteases – elastase, catepsina G e a proteinase 3 de neutrófilos Enfisema pulmonar No fígado: acúmulo de α1AT mal dobrada, hepatócitos periportais primeiro Pode levar a cirrose Acúmulo de A1-antitripsina (nódulos roxos) e esteatose hepática: 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 Síndromes colestáticas Bile: emulsificação da gordura dietéticano lúmen do intestino através da ação detergente dos sais biliares e a eliminação de bilirrubina, excesso de colesterol, xenobióticos e outrosprodutos de eliminação que são insuficientemente hidrossolúveis para serem excretados na urina Levam à icterícia e colestase (acúmulo de bile dentro do hepatócito) Causas: Hiperbilirrubinemia predominantemente não conjulgada: excesso de produção de bilirrubina, captação hepática reduzida e/ou conjugação prejudicada de bilirrubina Hiperbilirrubinemia predominantemente conjugada: excreção hepatocelular reduzida, fluxo biliar intra- hepático ou extra-hepático prejudicado *Colestase: Obstrução extra ou intra-hepática canais biliares Defeito excreção da bile pelos hepatócitos Icterícia, prurido, xantomas de pele ou sintomas relacionados com a má-absorção intestinal (deficiências nutricionais das vitaminas lipossolúveis A, D ou K) Morfologia depende da gravidade do caso Acúmulo de pigmentos biliares no citoplasma dos hepatócitos Obstrução aguda de grandes ductos biliares com colangite ascendente: infecção sobe pelos ductos biliares Cirrose decorrente de colangite biliar primária Colestase neonatal: Hiperbilirrubinemia conjugada prolongada no recém-nascido Atresia biliar: obstrução completa ou parcial de vias biliares, 3 primeiros meses. Hepatite neonatal Hepatócitos transformados em células gigantes, desarranjo lobular, apoptose focal e colestase hepatocelular e canalicular. Reação ductular e fibrose portal Hepatócitos grandes, multinucleados, com bile no interior: 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 Colangiopatias autoimunes Colangite biliar primária Colangite esclerosante primária Cirrose biliar primária: processo inflamatório ao redor do ducto biliar Colangite esclerosante primária: fibrose ao redor do ducto biliar Distúrbios circulatórios Nódulos e tumores Hiperplasia nodular focal: Solitários ou múltiplos que podem se desenvolver no fígado, não cirrótico Alterações locais suprimento sanguíneo – malformações, inflamações, trauma Adultos jovens e meia idade NÃO evoluem para malignidade Hiperplasia: difícil diferenciar do tecido normal 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 Neoplasias benignas: Hemangiomas cavernosos Adenomas hepatocelulares: baixo, intermediário e alto risco para malignização (hormônios sexuais) Mulheres em uso de ACO – com a parada, regridem Adenoma de células hepáticas. Cordões de hepatócitos, com suprimento vascular arterial (seta). NÃO tem espaço porta! Neoplasias malignas Carcinoma hepatocelular (CHC): mais comum Mais de 85% dos casos ocorrem em países com altas taxas de infecção crônica pelo HBV. Doenças crônicas: virais HBV, HCV, uso de aflotoxina, álcool, também estão relacionados o Álcool aumenta o risco com o HBV, HCV e, possivelmente, até o consumo de cigarro. o Distúrbios herdados: hemocromatose hereditária e a deficiência de α1AT e, em menor grau, doença de Wilson. o A síndrome metabólica, juntamente com a obesidade, diabetes melito e NAFLD Massa uni ou multifocal ou difusos Bem diferenciados a anaplásicos Não forma trabéculas, alterações nucleares, hepatócitos tentam formar ductos; bem agressivo Colangiocarcinoma: Ductos biliares intra-hepáticos e extra-hepáticos Inflamação crônica, mutações somáticas ou alterações epigenéticas nas células dos ductos biliares Fatores de risco: infestação por trematódeos hepáticos (Opisthorchis e Clonorchis), doença inflamatória crônica dos grandes ductos biliares (colangite esclerosante primária), hepatolitíase e doença hepática fibropolicística Pequenos nódulos firmes e acinzentados na parede do ducto biliar. Podem ser difusos, polipoides ou papilares Diferentemente do carcinoma hepatocelular, não necessariamente tem relação com HBV ou cirrose hepática 5° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ARM 2025.1 Vesícula biliar Cálculos de colesterol: amarelados Cálculos pigmentados: mais em asiáticos Colecistite calculosa aguda: obstrução do ducto cístico ou colo da vesícula Colecistite acalculosa aguda: cirurgias, traumas, queimaduras (desidratação) Colecistite crônica: episódios repetidos de colecistite aguda Colecistite crônica: Infiltrado de células inflamatórias crônicas: Colecistite crônica: Seio de Rokitansky-Aschoff contendo um cálculo biliar pigmentado fragmentado Carcinoma da vesícula biliar: extremamente raro Mais em mulheres, 7ª década Extremamente agressivos Cáculos biliares: fator de risco 95% Infiltrante ou exofítico Adenocarcinoma 5% CEC Adenocarcinoma da vesícula biliar
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