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mediada e escondida pela renovação periódica da venda de si mesmo,
pela troca de seus patrões individuais e pela oscilação do preço de
mercado do trabalho.427
O processo de produção capitalista, considerado como um todo
articulado ou como processo de reprodução, produz por conseguinte
não apenas a mercadoria, não apenas a mais-valia, mas produz e re-
produz a própria relação capital, de um lado o capitalista, do outro o
trabalhador assalariado.428
MARX
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poucos condados em que as condições não asseguram ao arrendatário título irestrito de
propriedade sobre os jornaleiros agrícolas. A indústria de mineração oferece aos últimos
uma alternativa. O arrendatário, em oposição à regra, só aceita aqui, portanto, em arren-
damento, terras nas quais encontram-se cottages para os trabalhadores. O aluguel das
cottages constitui parte do salário. Essas cottages denominam-se hind’s houses. ottages
denominam-se hind’s houses. Elas são alugadas aos trabalhadores sob determinadas obri-
gações feudais, sob um contrato chamado bondage (servidão) e que obriga o trabalhador,
por exemplo, a colocar em seu lugar sua filha etc., durante o tempo em que esteja ocupado
em outra parte. O trabalhador mesmo chama-se bondsman. Essa relação mostra também
o consumo individual do trabalhador como consumo para o capital ou consumo produtivo —
de um lado totalmente novo: “É curioso observar como o próprio excremento desse bondsman
conta como emolumento pago por ele a seu patrão calculista. (...) O arrendatário não permite,
em toda a vizinhança, nenhuma latrina que não a sua e não tolera a esse respeito nenhuma
diminuição de seu direito de suserano”. (Public Health, VII. Rep. 1864, p. 188.)
427 Recorda-se que, no trabalho das crianças etc., mesmo a formalidade da venda de si mesmo
desaparece.
428 "O capital pressupõe o trabalho assalariado, o trabalho assalariado o capital. Condicionam-se
reciprocamente e se criam reciprocamente. Um trabalhador, numa fábrica de algodão, produz
apenas tecidos de algodão? Não, ele produz capital. Ele produz valores que servem de novo
para comandar seu trabalho e para criar mediante o mesmo novos valores." (MARX, Karl.
“Lohnarbeit und Kapital”. In N[eue] Rh[einische] Z[eitung]. nº 266, de 7 de abril de 1849.)
Os artigos que, com esse título, foram publicados na N. Rh. Z. são fragmentos das conferências
que dei em 1847 sobre aquele tema, na Associação dos Trabalhadores Alemães em Bruxelas,
e cuja impressão foi interrompida pela revolução de fevereiro.

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