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1 TEP Luisa Tejerizo 6° semestre CARDIOLOGIA TROMBOEMBOLISMO PULMONAR (TEP) AULA 4 1.DEFINIÇÃO • Consiste na obstrução aguda da circulação arterial pulmonar pela instalação de coágulos sanguíneos geralmente oriundos da circulação venosa sistêmica, com redução ou cessação do fluxo sanguíneo pulmonar para área afetada. • Essa condição que envolve TEV nada mais é do que um conjunto entre TVP e TEP • TEP + TVP = TEV • Essas condições interrelacionadas constituem o tromboembolismo venoso no qual, a trombose venosa profunda TVP é o evento básico e o TEP, a principal complicação aguda. • 40% dos que tem TVP irão fazer TEP • 30% que tem TEP, achamos o trombo na perna pelo doppler. • Trombo formado na vasculatura venosa profunda dos membros inferiores que de deslocou para coração →artérias pulmonares 2.EPIDEMIOLOGIA • 3° causa de morte entre as DCV • Grave porem negligenciada, o reconhecimento da doença é subnotificado • Incidência anual: varia de 23 a 69 casos para cada 100.000 habitantes • Mortalidade: 30% nos pacientes não tratados • Mortalidade: 2,5 a 10% nos pacientes tratados adequadamente • 25% - Manifestação inicial (morte súbita cardíaca) • • Dor torácica + dispneia + hemoptise – Pensa em TEP imediatamente, porém só acontece em 20% dos casos. Nem sempre vem a manifestação clássica. • Manifestação clínica: dor pleurítica (dor ventilatório- dependente) / dispneia/ hemoptise/ hipoxemia/ hipocapnia/ febre/ sincope ou pre sincope/ instabilidade hemodinâmica (em alguns casos) • A apresentação clinica é variável, nem sempre será a manifestação clássica, nem sempre diversos sintomas. • 70% em média não são fechados diagnósticos, não reconhece. OBS: hipocapnia na gasometria (paciente está com taquipneia, expele muito Co2, altera PH → alcalose respiratória, manifestação mais comum. O trombo pode vim do membro superior, inferior, e 80% dos casos vem dos MMII 30% dos dopplers de MMII são positivos no paciente com embolia pulmonar, porque o trombo já migrou. 3.FATORES PREDISPONENTES (60%) • Histórico familiar e/ou pessoal de trombose • Obesidade • Imobilidade permanente ou temporária • Gestantes • Reposição hormonal, uso de anticoncepcional oral • Portador de câncer • Idade > 65 anos • E hoje covid 19: efeito que predispõe embolia pulmoar Obs: muitas vezes o paciente pode não ter nenhum fator predisponente, pode ser questão genética. 2 TEP Luisa Tejerizo 6° semestre Tríade de virchow: 1. Lesão endotelial/inflamação 2. Estase Venosa (predispõe ao trombo) 3. Hipercoagulabilidade (alteração da crase sanguínea por processo de hipercoagulabilidade Conclusão: Gera uma pós carga de VD aumentada por uma sobrecarga pressórica O trombo ocluiu, agudamente gera hipertensão pulmonar por oclusão do trombo, a partir da surgem citocinas inflamatórias que ajudam a reduzir oxido nítrico, aumentando resistência vascular pulmonar por vasoconstricção, que somada a oclusão aguda do trombo gera hipertensão pulmonar aumentando pós carga do VD → gerando desarranjo do miocárdio direito, que dilata, e provoca disfunção do debito sistólico do VD, tensão na parede fazendo com que tenha desequilíbrio entre oferta e demanda de 02, reduzindo fluxo coronariano e isquemia de VD. → VD dilatado e disfuncionante. O fluxo de VD será a pre carga do ventrículo esquerdo posteriormente, porque depois do VD → pulmão através das artérias pulmonares →irá para o VE através das veias pulmonares . Logo,se tem disfunção do VD, ir reduzir pre carga do VE, diminuirá volume sistólico, reduzindog DC → gerando hipotensão → hipoperfusão → fisiopatogenia do TEP maciço. Hipertensão pulmonar + hipoperfusão = diz muito sobre TEP. Imagem: Foto de ecocardiograma transtorácico, com VD dilatado e rechaça pegando septo e empurrando para VE, que fica pequeno. VD sofre tanta pressão pela pulmonar retrogradamente que dilata, acumula sangue, debito sistólico é reduzido por conta da menor quantidade de sangue no VE, e é gerada a compressão extrínseca do VD por meio do septo, reduzindo DC → hipotensão. OBS: IAM por embolia seria se obstruísse as coronárias! 3 TEP Luisa Tejerizo 6° semestre Porque paciente com TEP faz hipoxemia? Importante entender os conceitos: Espaço morto: desequilíbrio na relação ventilação/ perfusão, ventila, mas não perfunde, porque tem obstrução no local da perfusão. O shunt: desvio de fluxo para áreas que não estão sendo embolizadas, predomínio da perfusão sobre ventilação.Nas áreas que não tiveram oclusão, será privilegiada com mais sangue, fazendo desvio de fluxo e perfundindo demais. Vaso e broncoconstrição: reflexa por deficiência da produção de surfactante, gerando colapso alveolar. O conjunto gera hipoxemia. 4.ESCORES 4.1ESCORE DE WELLS Os escores são importantes para ser um somatório da conduta e reduzir falhas diagnósticas. Sinais clínicos de TVP: edema unilateral, eritema Versão simplificada: 4.2 ESCORE DE GENEBRA 5. DIAGNOSTICO Alta suspeição clínica + exames: • ECG ok • Rx tórax: fica muito rico quando tem alteração de câmera direita, avalia alargamento do mediastino, parênquima, pneumotórax, diagnostico diferencial, derrame pleural • D dímero (VPN elevado) • Troponina • gasometria arterial • ecocardiograma • doppler de membros inferiores • AngioTC tórax (VPP elevado) • cintilografia pulmonar V x Q. • Angiografia pulmonar: “de padrão ouro” • RNM não é recomendada para excluir TEP 4 TEP Luisa Tejerizo 6° semestre 5.1 ALTERAÇÕES NO ECG: • Fibrilação atrial • Taquicardia sinusal: 40% mais comum • BRD • Inversão onda T de V1 até V4 • S1 Q3 T3 / inversão de TV1-V4 (onda S presente no QRS na derivação DI, onda Q na derivação DIII e T invertido na derivação DIII) • Evidencia de sobrecarga de câmera direita Corresponde a sobrecarga no VD. Essa alteração diz MUITO sobre TEP, além da FC alta. 5.2 RX DE TÓRAX O que procura no raio x de tórax na embolia? Derrame pleural, atelectasia laminar, elevação de diafragma da cúpula direita, aumento da artéria pulmonar IMAGEM 1 Imagem 1: Sinal de westermark: redução da vascularização em determinada região. Relacionado com oligoemia, redução da perfusão por obstrução de alguns ramos segmentares ou lobares da artéria pulmonar. Oligoemia: diminuição do volume de sangue para determinada região do pulmão. Imagem 2: Sinal de concorva de humton: como uma imagem em cunha no parênquima do pulmão, cuja a sua base está voltada para a parte periférica do mesmo, enquanto a sua ponta é localizada em direção ao centro do pulmão. Relacionado com infarto pulmonar IMAGEM 2 Área que infartou, morte celular, opacidade triangular em basepulmonar, faz lesão triangular. 5 TEP Luisa Tejerizo 6° semestre IMAGEM 3 Seta verde: elevação de hemicúpula direita por conta da redução do volume do pulmão por atelectasia, por vasoconstrição alveolar e bronquiectasia Azul: Aumento do átrio direito *VD empurra VE, aumentando AD Sinal na seta azul: sinal radiográfico de aumento da artéria pulmonar, dilatação da artéria pulmonar Retificação do arco meio da aorta, que vai dizer sobre sinal de palla → o ramo interlobar descendente da artéria pulmonar direita é aumentado, causando aparência salsichoide em direção ao lobo médio direito da radiografia de tórax. O arco estará abaulado ou retificado, falando muito sobre dilatação da arteria pulmonar e sinal de palla Seta vermelha: Aumento do AD, empurrando o lado esquerdo. 5.3 D DÍMERO • produto da degradação da fibrina. • Se vier normal, paciente n tem trombo. Mas, esse valor que nega só tem valor alto em paciente que tem baixa probabilidade ou intermediaria de TEP, ou improvável comrelação ao score. D dímero afasta a doença, tem alto valor preditivo negativo EX: Paciente jovem, dor pleurítica sem outras informações, é viável pensar em embolia mas, com baixa probabilidade, se vier D dímero normal – alta chance de ser, do ponto de vista de embolia 5.4 TROPONINA Situação: Eletro normal, Rx normal, a troponina pode vim positiva? Pode! Pede história clínica, exames laboatoriais.. • Troponina positiva no TEP é no paciente que está associada a repercussão de câmera direita com infarto ou isquemia de VD. 5.5 GASOMETRIA ARTERIAL • Alteração mais comum, por conta da hipoxia. Alcalose respiratória altamente frequente, paciente apresenta- se com taquipneia • Pode ser hipocapnia, taquipneia em estágios leves Graves: acidose metabólica e hipercapenia 5.6 ECOCARDIOGRAMA • repercussão na câmara direita, fala sobre hipertensão pulmonar, olha VD empurrando VE, no qual fica comprimido. 5.7 DOPPLER DE MEMBROS INFERIORES 6 TEP Luisa Tejerizo 6° semestre • busca de trombo na circulação venosa profunda. Se der positivo e paciente tem dispneia, taquipneia – pode ser sugestivo de embolia pulmonar associada. • Nem sempre acha, porque o trombo pode ter migrado 5.8 ANGIOTOMOGRAFIA DE TÓRAX: • valor preditivo elevado, quem tiver trombo nesse exame, é quase 100% de acurácia, tem valor confirmado! Ele confirma, tem alto valor preditivo positivo. Situação: D dímero negativo + risco intermediário = alta chance de embolia pulmonar D dímero positivo → faz angio de torax Se já for alto risco não faz D dímero, faz angio de tórax imediatamente 5.9 CINTILOGRAFIA PULMONAR • ventilação x perfusão, exame que é possível ver que está ventilando e visualiza má perfusão, registro da própria fisiopatogenia. • Bom para quem tem alergia a contraste • Se positivo, pode tratar 5.10 ANGIOGRAFIA PULMONAR padrão ouro, mas é invasiva, quase não usa. Preferível a angiotc RNM não é recomendada para excluir TEP. IMAGEM 3 Imagem pendular: trombo, representando por T de rosa na imagem. O trombo nesse caso pode migrar para circulação sistêmica ou pulmão. Essa paciente tinha troponina positiva Alto risco de embolizar. FLUXOGRAMA PARA TRATAMENTO 7 TEP Luisa Tejerizo 6° semestre
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