Anatomia do Fígado

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ANATOMIA: SISTEMA DIGESTÓRIO 
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Fígado 
 O fígado apresenta diversas atividades 
metabólicas, armazena glicogênio e secreta a bile. A 
bile sai do fígado pelos ductos hepáticos direito e 
esquerdo, que se unem para formar o ducto hepático 
comum, que se une ao ducto cístico para formar o 
ducto colédoco, o qual se abre na parte descendente 
do duodeno; a bile é secretada pelo fígado 
continuamente, mas entre as refeições ela é 
armazenada na vesícula biliar. 
 
Anatomia de superfície e relações do fígado 
 O fígado ocupa as regiões de hipocôndrio 
direito, epigástrio e parte do hipocôndrio esquerdo. 
Está situado profundamente às costelas VII a XI. Esse 
órgão se movimenta com as excursões do diafragma 
e com o decúbito (veja a próxima imagem). 
 
 Faces hepáticas 
 O fígado apresenta 2 faces, uma diafragmática e 
uma visceral: 
• Face diafragmática: é a face superior do fígado 
que se relaciona à cúpula do diafragma. Entre o 
diafragma e o fígado existem os recessos 
subfrênicos direito e esquerdo (os recessos são 
separados pelo ligamento falciforme), que é 
formado pelo revestimento de peritônio da caixa 
torácica. 
• Face visceral: é a face inferior do fígado, que fica 
em contato com os órgãos viscerais que se 
relacionam ao fígado (estômago, pâncreas, rins 
esquerdo e suprarrenal esquerda). A parte da 
cavidade peritoneal que fica imediatamente 
inferior à face visceral é chamada de recesso sub-
hepático. Entre o rim e o fígado esquerdos, esse 
recesso forma uma projeção que fica entre os dois 
órgãos, chamado de recesso hepatorrenal (bolsa 
de Morison → o líquido que drena da bolsa 
omental flui para esse recesso). 
 
 Na região posterior da face diafragmática do 
fígado, entre os recessos subfrênico e hepatorrenal, 
existe uma área sem a presença de peritônio; essa 
área é chamada de área nua do fígado, em que está 
em contato direto com o diafragma. Essa área nua é 
delimitada pelo chamado ligamento coronário, que 
é nada mais que uma reflexão do peritônio em volta 
dessa área (limites dos recessos hepatorrenal e 
subfrênico). 
 
 O ligamento coronário forma na região inferior o 
ligamento triangular direito. Para a esquerda, o 
ligamento coronário forma o ligamento triangular 
esquerdo. Partindo da parte inicial do lig. triangular 
esquerdo, surge o ligamento falciforme (contínuo 
com a lâmina anterior do ligamento coronário; na 
região anterior, o ligamento falciforme da 
continuidade como o ligamento redondo) e o 
omento menor (contínuo com a lâmina posterior do 
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ligamento coronário). Todos esses ligamentos 
destacados tem a função de manter o fígado 
acoplado à cúpula diafragmática. 
 Como demonstra a imagem anterior, o recesso 
hepatorrenal é contínuo com o recesso superior da 
bolsa omental. 
 
 Além disso, na área nua do fígado a VCI atravessa 
o sulco da veia cava. 
 A face visceral do fígado não apresenta peritônio 
no seu contato com a vesícula biliar (fossa da vesícula 
biliar) e na porta do fígado (fissura transversal por 
onde entram e saem os vasos e nervos do fígado – 
veia porta, artéria hepática, vasos linfáticos, plexos 
nervosos hepático e ductos hepáticos). 
 
 Fissuras sagitais 
 O fígado também é dividido por duas linhas 
imaginárias chamadas de fissuras: a fissura sagital 
direita e a fissura sagital esquerda. 
• Fissura sagital direita: é o sulco contínuo formado 
anteriormente pela fossa da vesícula biliar e 
posteriormente pelo sulco da veia cava 
• Fissura sagital esquerda (ou fissura umbilical): é o 
sulco contínuo formado anteriormente pela fissura 
do ligamento redondo e posteriormente pela 
fissura do ligamento venoso. O ligamento 
redondo é o remanescente fibroso da veia 
umbilical no feto; já o ligamento venoso é o 
remanescente do ducto venoso fetal. 
 A porta do fígado é uma linha transversal feita 
entre as duas fissuras (formando uma letra H) por 
onde entram os vasos e nervos hepáticos. 
 
 Omento menor 
 O omento menor é uma membrana formada por 
peritônio que sai do fígado e vai para o estômago. 
Ele é formado pelo ligamento hepatoduodenal e 
pelo ligamento hepatogástrico. 
• Lig. hepatoduodenal: estende-se da porta do 
fígado até o duodeno e envolve as estruturas que 
atravessam a porta do fígado 
• Lig. hepatogástrico: estende-se entre o sulco para 
o ligamento venoso do fígado e a curvatura menor 
do estômago 
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 Impressões na face visceral 
 A face visceral do fígado apresenta impressões 
dos órgãos viscerais que estão relacionados com 
essa face: 
• Área gástrica e pilórica: onde fica o lado direito da 
face anterior do estômago 
• Área duodenal: onde fica a parte superior do 
duodeno 
• Fossa da vesícula biliar: onde fica a vesícula biliar 
• Área cólica: onde fica a flexura direita do colo e 
colo transverso direito 
• Áreas renal e suprarrenal: onde fica o rim e a 
glândula suprarrenal esquerdos 
 
 
Lobos anatômicos do fígado 
 O ligamento falciforme, que passa em um plano 
mediano ao fígado, divide esse órgão em dois lobos, 
um lobo direito (maior) e um lobo esquerdo (menor). 
Outros 2 lobos estão presentes na face inferior do 
fígado; eles são delimitados pelas duas fissuras 
sagitais e a porta do fígado os separa, sendo 
chamados de lobo quadrado (fica anterior e 
inferiormente) e lobo caudado (fica posterior e 
superiormente) 
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Subdivisão funcional do fígado 
 Funcionalmente, o fígado pode ser dividido em 
uma parte direita e uma parte esquerda, em que cada 
parte recebe seu próprio ramo primário da a. 
hepática e veia porta, sendo também drenada pelo 
seu próprio ducto hepático. 
 
OBS! O lobo caudado recebe uma vascularização 
independente da bifurcação da tríade portal e é 
drenado por uma ou duas pequenas veias hepáticas, 
que entram direto na VCI. 
 
 As partes direita e esquerda do fígado são 
separadas por uma linha imaginária, chamada de 
fissura portal principal, onde está a veia hepática 
média dentro do fígado. Essa fissura é contínua com 
a fissura sagital direita na face visceral; a junção das 
duas fissuras, na clínica, que circunda 360º o fígado é 
chamado de linha de Cantlie. 
 Por conseguinte, cada parte (direita e esquerda) 
é subdividida em uma parte medial e outra lateral 
pela fissura portal direita (divide a parte direita do 
fígado) e pela fissura umbilical (divide a parte 
esquerda do fígado), que são paralelas à Linha de 
Cantlie. Nessas fissuras estão localizados 
internamente as veias hepáticas direita e esquerda. 
 Além disso, um plano é traçado horizontalmente 
no nível das partes horizontais dos ramos direito e 
esquerdo da tríade portal, chamado de plano 
hepático transverso. Esse plano subdivide quase 
todas as divisões medias e laterais das partes 
esquerda e direita do fígado, a exceção é a divisão 
medial da parte esquerda do fígado. Dessa forma, 
tem-se 7 segmentos hepáticos, que, somado ao lobo 
caudado que é “independente”, formam 8 
segmentos hepáticos. Os segmentos II a VIII são 
contados em sentido horário pela parte anterior do 
fígado; o lobo caudado é o segmento I (veja a 
próxima imagem para uma melhor compreensão das 
divsões). 
 
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Vasos sanguíneos do fígado 
 O fígado tem irrigação dupla, da veia porta e da 
artéria hepática. 
 A veia porta apresenta 40% mais O2 do que as 
veias comuns sistêmicas. Ela traz cerca de 75% do 
sangue hepático e sustenta o parênquima hepático, 
levando todos os nutrientes absorvidos pelo sistema 
digestório para os sinusoides hepáticos (com 
exceção dos lipídios, que são absorvidos pelo 
sistema linfático). O sangue da a. hepática é 
distribuído para as estruturas não parenquimatosas, 
como o ductos biliares intra-hepáticos. 
 A veia porta é formada pela união das veias 
mesentérica superior e esplêcnica, posteriormente 
ao colo do pâncreas, e ascende anteriormente à VCI 
para compor a tríade portal no ligamento 
hepatoduodenal. 
 
 Já a a. hepática é um ramo dotronco celíaco, que 
forma a artéria hepática comum e, depois da 
bifurcação da artéria gastroduodenal, forma a artéria 
hepática própria. 
 
 Na porta do fígado, a veia porta e a artéria 
hepática se dividem em dois ramos, que suprem a 
parte direita e a parte esquerda do fígado. Por 
conseguinte, cada ramo se subdivide em ramos que 
suprem as partes lateral e medial de cada parte do 
fígado. Então, cada segmento medial e lateral é 
subdividido de novo para suprir cada segmento 
hepático (II ao VIII segmento). 
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 Entre as divisões estão as veias hepáticas direita, 
intermédia e esquerda, que são intersegmentares em 
sua distribuição e função, drenando sangue venoso 
dos segmentos adjacentes. As veias hepáticas, 
formadas pela união das veias coletoras que, por sua 
vez, drenam as veias centrais do parênquima 
hepático, abrem-se na VCI logo abaixo do diafragma. 
A fixação dessas veias à VCI ajuda a manter o fígado 
em posição. 
 
Drenagem linfática 
 Os vasos linfáticos do fígado podem ser 
divididos em superficiais e profundos: 
• Vasos linfáticos superficiais: estão presentes na 
cápsula fibrosa do fígado (cápsula de Glisson) 
• Vasos linfáticos profundos: acompanham as 
ramificações da tríade portal e veias hepáticas; sua 
linfa é formada nos espaços pesissinusoidais (de 
Disse), que são drenados para as tríades portais 
intralobulares, onde estão esses vasos linfáticos 
profundos. 
 Os vasos linfáticos superficiais das partes 
anteriores das faces diafragmática e visceral do 
fígado e os vasos linfáticos profundos que 
acompanham as tríades portais convergem em 
direção à porta do fígado. Os vasos linfáticos 
superficiais drenam para os linfonodos hepáticos 
dispersos ao longo dos vasos e ductos hepáticos no 
omento menor. Desses linfonodos, ocorre a 
drenagem para os linfonodos celíacos, que, por sua 
vez, drenam para a cisterna do quilo (saco dilatado 
na extremidade inferior do ducto torácico). 
 Os vasos linfáticos superficiais das partes 
posteriores das faces diafragmática e visceral do 
fígado drenam para a área nua do fígado. Aqui eles 
drenam para os linfonodos frênicos, ou unem-se aos 
vasos linfáticos profundos que acompanharam as 
veias hepáticas que convergem na VCI, e seguem 
com essa grande veia através do diafragma para 
drenar nos linfonodos mediastinais posteriores 
 
 
Inervação do fígado 
 Os nervos do fígado são derivados do plexo 
hepático, o maior derivado do plexo celíaco. O plexo 
hepático acompanha os ramos da artéria hepática e 
da veia porta até o fígado. Esse plexo é formado por 
fibras simpáticas do plexo celíaco e fibras 
parassimpáticas dos troncos vagais anterior e 
posterior. As fibras nervosas acompanham os vasos e 
os ductos biliares da tríade portal. Além da 
vasoconstrição, sua função não é clara.