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Dermatites eczematosas: DERMATITE DE CONTATO POR IRRITANTE PRIMÁRIO: Nestes casos, um irritante é qualquer agente químico capaz de produzir inflamação quando aplicado sobre a pele na concentração e tempo suficientes, sem a participação do mecanismo de memória imunológica (sem sensibilização prévia). A DCIP é uma das principais causas de doenças ocupacionais, onde temos como exemplo a dermatite das mãos das donas de casa, desencadeadas pelo uso de sabões e detergentes, que inicia nas polpas digitais e eminências palmares, levando a xerodermia, fissura e descamação. DERMATITE DE CONTATO ALÉRGICA: A reação alérgica ocorre em pessoas predispostas, caracterizando uma reação de hipersensibilidade do tipo celular. Como ocorre? O hapteno (Haptenos são pequenas moléculas que jamais poderiam induzir uma resposta imune quando administradas sozinhas, mas que podem quando acopladas a uma molécula carreadora). A célula de Langerhans através do complexo principal de histocompatibilidade é capaz de reconhecer e processá-lo, migrando até a área paracortical do linfonodo adjacente, onde os linfócitos são sensibilizados. Com isso, há formação dos linfócitos de memória que permanecem no gânglio regional e dos linfócitos efetores que ganham a corrente sanguínea, o que vai levar a disseminação da sensibilidade de contato. Diagnóstico: É baseado na morfologia e na topografia das lesões, associado ao teste provocativo ou teste de contato epicutâneo (simula ou induz a resposta alérgica através do contato com a substância suspeita). Dermatologia Aline Lessa – P6 UC17 OBS: como se trata de uma reação do tipo celular, o uso de imunossupressores pode originar resultado falso-negativo, mas o uso de anti-histamínico não interfere na resposta. Tratamento: o Lesões localizadas: - Fase exsudativa aguda ou subaguda: Compressas e banhos de permanganato, água boricada. Corticoides em cremes. Antibioticoterapia concomitante em caso de infecção secundária. - Fase crônica (liquenificada), na qual predominam a xerodermia e o espessamento da pele: Emolientes, corticoides, ceratolíticos. o Lesões disseminadas: - Corticoesteroide sistêmico em baixas doses. DERMATITE ATÓPICA: Processo inflamatório cutâneo crônico, pruriginoso e recorrente. Devido ao intenso prurido, podem ser observadas pápulas, escoriações e liquenificação, que se distribuem nas regiões flexurais. São reconhecidos diversos fatores que participam da sua patogênese: o Fatores genéticos: - História familiar em 70% dos casos. o Fatores fisiológicos: - Psicofisiologia: tendência à hiperatividade. - Prurido: autoperpetuador e agravado no período noturno. - Sudorese: agrava ou incita o prurido. - Reatividade vascular anômala: vasoconstricção periférica e dermografismo branco. o Fatores imunológicos: - Elevação de IgE: correlaciona-se com a gravidade da doença. - Deficiência seletiva de IgA. - Depressão imune celular. OBS: não existem achados exclusivos da doença, sendo necessário o estabelecimento de critérios que podem ser divididos em maiores e menores. o Critérios maiores: São os aspectos mais importantes da doença. - Prurido: observado em todos os pacientes com dermatite atópica, o que facilita infecção secundária. - Morfotopografia: a morfologia das lesões eczematosas modifica-se com a faixa etária. - Cronicidade e recidivas: aspecto evolutivo da doença e relacionado aos fatores agravantes. o Critérios menores: - História pessoal ou familiar positiva. - Dermatografismo branco: o atrito na pele leva à vasoconstrição. - Xerose. - Hiperlinearidade palmar. - Pitiríase alba. - Queratose pilar: pápulas foliculares, frequentes na lateral dos braços. - Palidez centro facial e escurecimento periocular. - Prega de Dennie-Morgan: dupla prega infraorbitária. - Sinal de Hertogue: redução dos folículos pilosos no terço distal das sobrancelhas secundária ao prurido. - Tubérculo de Kaminsky: protuberância centrolabial superior. - Dermatite das mãos. - Infecções cutâneas: relacionadas ao prurido e pela imunodeficiência celular. - Alterações oculares: ceratocone, catarata subcapsular anterior. Tratamento: Cuidados gerais: o Ambientais: banhos, vestuário, cortinas, brinquedos e almofadas, camas, animais domésticos... todos os materiais devem ser de fácil lavagem para evitar o acúmulo de ácaros. o Alimentares: prova de exposição/exclusão. o Apoio psicológico aos pais. o Corticoesteroides: mais indicado o uso de corticoide tópico de média ou alta potência (deve-se evitar em crianças os de alta potência pela maior probabilidade de efeitos sistêmicos). o Antibioticoterapia sistêmica: está indicada nas formas extensas, mesmo sem evidência clara de infecção secundária. o Anti-histamínicos sedativos: há agravamento noturno, interferindo na qualidade do sono. o Imunomoduladores e imunossupressores.
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