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Dermatites eczematosas 1 📄 Dermatites eczematosas Os termos “dermatiteˮ e “eczemaˮ são frequentemente utilizados como sinônimos. Quando o termo “eczemaˮ é usado sozinho, geralmente se refere à dermatite atópica (eczema atópico). “Eczematosoˮ também conota algumas escamas, crostas ou escoriações serosas, em oposição ao mero eritema. O termo “dermatiteˮ é normalmente utilizado com qualificadores (por exemplo, “dermatite de contatoˮ) para descrever vários distúrbios da pele. Características histopatológicas de todas as dermatites eczematosas: espongiose, hiperceratose e acantose Dermatite atópica Também denominado eczema constitucional ou neurodermite disseminada. Geralmente associada à asma e/ou rinite alérgica e, eventualmente, à urticária Caracteriza-se pelo curso crônico, com períodos de crises e de acalmia, de surtos de eczema, manifestando-se isolada ou simultaneamente ou intercalando-se com crises de asma ou rinite. Acomete, principalmente, crianças. Dermatites eczematosas 2 Patogenia O eczema é um conjunto de quadros clínicos que apresentam no início do seu desenvolvimento, dermatite espongiótica (edema intercelular da epiderme), podendo evoluir com formação de liquenificação. As doenças eczematosas são caracterizadas por pele seca e pruriginosa, com evolução crônica recorrente. Eczema agudo Eritema, edema, vesículas. Eczema crônico Liquenificação O eczema resulta da interação entre fatores relativos ao organismo (predisposição genética) e elementos externos a ele. � Fatores genéticos Identificaram mudanças nos genes Filagrana e loiricrina, que levam a alteração da barreira epidérmica: diminuem a função da barreira, permitindo maior penetração de proteínas ambientais e favorece os Staphylococcos. � Fatores não imunológicos Alterações metabólicas, fisiológicas: fenômenos psicofisiológicos, prurido, sudorese, xerose cutânea, reatividade vascular cutânea anômala � Fatores imunológicos Imunidade humoral (níveis séricos de IgE quando associado a manifestações alérgicas respiratórias) e celular (desvio para a função Th2 é intenso). Principais critérios: Prurido: manifestação constante na dermatite atópica, em todas as suas fases Morfotopografia: A. Na criança- acometimento facial, região malar, poupando o maciço centro-facial. B. No adulto- liquenificação nas áreas flexurais, dobras antecubitais, poplíteas e região do pescoço Tendência à cronicidade e/ou recidivas frequentes História familiar ou pessoal de manifestações atópicas; xerose; pitiríase alba; exagero das linhas palmares; palidez centro-facial com escurecimento orbitário; prega de Dennie- Dermatites eczematosas 3 Morgan (dupla prega infrapalpebral); sinal de Hertogue (madarose das sobrancelhas causada por trauma determinado pelo prurido) Existem três períodos evolutivos: na infância, no período pré-puberal e na idade adulta Infantil Lesões vésico-secretantes-crostosas em regiões malares. O prurido é variável. A complicação mais frequente é a infecção secundária. Infecção grave pelo contato como vírus do herpes simples ou da vacina → erupção variceliforme de Kaposi. A evolução se dá por surtos, com predomínio nos 2 primeiros anos de vida. Dermatites eczematosas 4 Pré-puberal Continuação do eczema infantil ou surgie alguns anos após o desaparecimento deste. São comprometidas as regiões de dobras, com áreas de liquenificação com escoriações (de dermatite crônica). Raramente há infecção secundária. Evolui por surtos. *Dermatite atópica infantil. Lesões típicas na face e placas eczematosas nos membros superiores. A foto surpreende o ato de coçar o membro superior. *Dermatite atópica infantil. Uma localização característica da dermatite atópica em crianças é a região ao redor da boca. Nesta criança, há liquenificação, fissuras e crosta. *Dermatite atópica tipo eczema infantil. Lesões vésico-secretantes e crostosas nas regiões malares. Maciço centro-facial poupado. Dermatites eczematosas 5 Adulto Atinge preferencialmente as áreas de flexão. Caracteriza-se por liquenificação e escoriações, sendo o prurido variável. Pele seca ligeiramente descamativa, apresentando o dermografismo branco. Evolução por surtos, com períodos de melhora e de agudização. Pode se generalizar chegando a síndrome eritrodérmica. *Eczema atópico pré-puberal. Áreas de eritema, liquenificação acentuada e escamas nas dobras antecubitais. *Dermatite atópica do adulto. Lesões disseminadas no tronco sob a forma de placas eczematosas subagudas e crônicas. *Dermatite atópica do adulto. Nesta mulher jovem, observa-se liquenificação em flexuras de braço. Dermatites eczematosas 6 Diagnóstico Clínico, por meio de anamnese, morfotopografia das lesões, presença de prurido e cronicidade. Eventualmente, pode ser demonstrado, em particular nos casos em que a dermatite atópica se associa a manifestações atópicas respiratórias, aumento de IgE. Tratamento A DA é afecção crônica, recidivante. Assim, o tratamento deve ser orientado para diminuir a sintomatologia e a reação inflamatória, reconhecendo, afastando ou excluindo fatores que agravam o quadro evolutivo da afecção. Banhos, hidratação e lubrificação, vestuário específico, corte de unhas, ambientes limpos e isentos de poeira e alimentação. Medicamentos tópicos: corticoestereoides tópicos (em crianças, os de leve potência e os de alta potência apenas em casos graves em adolescentes e adultos), Antibióticos em casos de infecção 2ª. Fototerapia. Imunossupressores. *NUNCA retirar súbitamente o corticoide *Escurecimento periorbital em homem com dermatite atópica. Dermatites eczematosas 7 Dermatite de contato por irritante primário (DCIP) A dermatite de contato é uma reação alérgica ou irritante da pele, causada por um agente externo. Ocorre em individuos em contato com substâncias irritantes ou sensibilizantes. É menos comum em crianças e mais comum em adultos; frequentemente está relacionada com a atividade profissional do paciente. Os agentes externos em contato com a pele desencadeiam uma reação inflamatória de origem alérgica ou irritativa no local do contato. Exposição a agentes com propriedades de provocar dano tecidual. Não existe mecanismo imunológico na formação de reação inflamatória Dermatites eczematosas 8 A DCIP é dividida em 3 subptipos DCIP Absoluto Se desencadeia pela ação cáustica de subtâncias em contato único com a pele, imediatamente após o contato, sintomas de ardor e queimação. DCIP Absoluto de efeito retardado Se desencadeia pela ação cáustica da substância cerca de 12 a 24 horas após o contato com a pele. DCIP Relativa Trata-se da forma mais frequente de DCIP, em todas as faixas etárias. A substância desencadeante necessita de vários contatos com a pele para agir como um irritante, podendo surgir após dias, semanas, meses ou até anos. A DCIP é a mais comum entre as doenças eczematosas e é uma das principais causas de doenças ocupacionais 60% sendo comum em mecânicos, auxiliares de serviços gerais, etc. Ex: "mãos de lavadeira", dermatite desencadeadas pelo uso de sabões e detergentes. Ex: dermatite das fraldas em que as lesões ocorrem pelo contato da pele com a urina e o pH alcalino das fezes Dermatite das fraldas *Leucodermia de contato. Lesão acrômica por contato com borracha de sandália. Dermatites eczematosas 9 É um tipo de DCIP Relativo. Também é chamada de dermatite amonical, é causada pelo contato da pele com a urina e fezes retidas pelas fraldas e plásticos. Surge infecção secundária por Candida albicans oupor bactérias como Bacillus faecallis. O quadro é, frequentemente, agravado pelo uso de pós, óleos, sabões e pomadas irritantes. Dermatite seborreica e atópica se associam a dermatite de contato O contato com o agente irritante - que podem ser substancias ácidas ou alcalinas - resulta em queimação localizada, ardência, prurido, bolhas, vermelhidão e edema. As lesões podem desenvolver-se ao primeiro contato com o agentee, geralmente, limitam-se à região de contato. Diagnóstico Se faz pela história clínica e por exames clínicos e histopatológicos. Teste de contato e fototeste: DCA, DA e DCFotoalérgica confirmam o diagnóstico � Quadro clínico: presença de lesão eczematosa em qualquer fase evolutiva � História clínica: início das lesões, número de surtos, atividade ocupacional e história da dermatite Tratamento Evitar a exposição/contato com os agentes irritativos. *Dermatite de fraldas. Eritema, pápulas eritematosas e maceração na região das fraldas. Dermatites eczematosas 10 DCIP Absoluto após a retirada da substância irritante inicia-se o processo de cura DCIP Relativo o controle do quadro é mais lento devido à contínua exposição DCA tem os testes de contato, logo, evitar contato com a substância Anti-inflamatórios Corticoesteroides, pimecrolimo e tacrolimo Metotrexato, ciclosporina e fototerapia em casos mais graves (últimos casos) Dermatite de Contato Alérgica (DCA) A DCA é a afecção cutânea inflamatória causada pela resposta de hipersensibilidade do tipo IV (tardia) gerada a partir do contato da pele com alérgenos pelo qual foi previamente sensibilizada. Fisiopatologia O hapteno é uma estrutura de baixo peso molecular capaz de penetrar na camada córnea, ligar- se a proteínas da pele e reagir com o sistema imune. As células de Langerhans reconhecem os haptenos e os levam até os linfonodos, onde os linfócitos são sensibilizados. Fase efetora Há então a formação dos linfócitos de memória, que permanecem no gânglio regional, e dos linfócitos efetores, que ganham a Dermatites eczematosas 11 corrente sanguínea, assim levando à disseminação da sensibilidade de contato. Fase de elicitação Numa segunda exposição do antígeno, os linfócitos sensibilizados e levarão ao aparecimento da dermatite em 48 a 72 horas através da liberação das citocinas pró-inflamatórias que constituem a dermatite eczematosa (fase de elicitação). Fase de resolução São liberadas citocinas inibidoras das reações imunológicas (principalmente IL10 determinando o término da reação inflamatória. Se apresenta com lesões pruriginosas e eczematosas. Vesiculação e bolhas podem ser vistas em casos mais graves. A exposição crônica tipicamente leva à moderação do eritema, acompanhada de liquenificação e persistência da coceira. Os fatores de risco da DCA incluem: Ocupação Os trabalhadores com maior risco de DCA são os profissionais de saúde, trabalhadores da indústria química, esteticistas e cabeleireiros. Idade: A incidência de DCA aumenta com a idade devido à exposição repetitiva e prolongada a substâncias potencialmente alérgenas. História de dermatite atópica Dermatites eczematosas 12 Substâncias associadas Níquel presente em acessórios; Botões de metal em roupas que estão em contato com a pele; Borracha e látex das luvas nas mãos Cosméticos no rosto; Alergênicos aplicados no couro cabeludo, incluindo corantes capilares e xampus, podem provocar dermatite em áreas adjacentes, como pescoço, dobras retroauriculares ou pálpebras; Uma dermatite difusa ou irregular do tronco, muitas vezes com acentuação nas pregas axilares, pode ser causada por corantes de tecidos. Diagnóstico É baseado nas características clínicas das lesões (morfologia, localização e sintomas) associadas a história de exposição a um alérgeno. O teste de contato confirma o diagnóstico e investiga a etiologia. *Dermatite de contato ao níquel *Dermatite de contato ao metal *Eczema de contato ao látex Dermatites eczematosas 13 Teste de contato ou Patch-test São utilizados para confirmar o diagnóstico e investigar a causa da dermatite de contato. Seu mecanismo é o mesmo da dermatite de contato alérgica. A aplicação de substância suspeita, em uma parte do corpo que induz lesão clínica do tipo eczematoso naquele local. Os testes epicutâneos são indicados unicamente na investigação de dermatite de contato alérgica. Na dermatite de contato por irritante primário, como referido, não existe mecanismo imunológico. O teste possui sensibilidade e especificidade 85% e é realizado com 30 substâncias padrão e sua leitura é realizada em 48 e 96 horas. Tratamento Clínico + teste de contato Dermatites eczematosas 14 Retirar susbtância e dar corticoides tópicos Formas emolientes de corticosteroides tópicos, como cremes e pomadas são mais benéficas para DCA crônica com liquenificação A potência do corticosteroide tópico usado no tratamento é determinada pela gravidade e o local da dermatite. Os inibidores de calcineurina tópicos podem ser usados como tratamento de segunda linha para a DCA leve a moderada quando outros tratamentos tópicos prescritos falham ou não são indicados. Eles são úteis nas áreas com pele fina, em que o uso de um corticosteroide tópico de potência equivalente pode causar atrofia cutânea, telangiectasia, hipopigmentação e estrias. A DCA grave pode exigir tratamento com corticosteroides orais. A fototerapia é efetiva e constitui uma boa opção terapêutica. Os imunossupressores podem ser usados para tratar os casos refratários graves. Dermatites eczematosas 15 Dermatites eczematosas 16 Dermatite de contato fotoalérgica O mecanismo etiopatogênico é o mesmo da DCA. A substância adquire propriedades antigênicas quando apresenta modificações estruturais desencadeadas pela luz solar. Reação imunológica do tipo IV (tardia) necessita da presença concomitante da radiação apropriada e do fotoalergênico. Ex: DCFotoalérgica desencadeada por anti-histamínicos de uso tópico, perfumes, antimicóticos tópicos e anti-inflamatórios não esteroides Dermatite de contato fototóxica Tem o mesmo mecanismo etiopatogênico da DCIP, com a diferença de que a substância se torna irritante quando sua estrutura química é modificada pelo Sol. A energia é absorvida por uma molécula chamada “cromóforoˮ Ex: fitofotodermatose provocada por furocoumarinas existentes no limão *Dermatite Fotoalérgica pelo contato com creme Fenergan na pele exposta ao Sol, manifestada por eritema (vermelhidão), infiltração (inchaço) e crosta sanguínea Dermatites eczematosas 17 Outras dermatites ⬇ Dermatite numular Também chamado de eczema discoide. É uma doença inflamatória crônica da pele, recorrente e recidivante, caracterizada por múltiplas lesões eczematosas pruriginosas, em forma de moeda, envolvendo as extremidades e, menos comumente, o tronco. Ocorre com maior frequência em homens acima de 50 anos. *Dermatite Fototóxica (fitofotodermatite) em estágio final, manifestado por manchas hipercrômicas (escuras), em formato irregular, após contato com o limão e o sol *Fitofotodermatite na mão, com reação inflamatória mais intensa, manifestada por vesículas e bolhas *Fitofotodermatite nas costas manifestada por inchaço e vesículas (bolhinhas dʼágua), após o contato com o limão e o sol Dermatites eczematosas 18 Manifestações clínicas Ocorrem manchas altamente pruriginosas, redondas e em forma de moedas. Na fase aguda, são avermelhadas, exsudativas e com crostas muitas vezes melicéricas, pela infecção secundária. Com o tempo, tornam-se secas e escamosas. As lesões são múltiplas e podem surgir em qualquer área, todavia são mais comuns nas extremidades, particularmente antebraços, pernas, dorso das mãos e pés. Caso acometimento de face e pescoço, deve-se afastar outros diagnósticos, como dermatite atópica e dermatite de contato. Diagnóstico Dermatites eczematosas 19 O diagnóstico é clínico. No entanto, um swab de pele para cultura bacteriana pode ser realizado em pacientes com lesões exsudativas ou com crostas, se houver suspeita de infecção por organismos incomuns. O teste de adesivo pode ser útil em pacientes com doença recalcitrante e/ou história sugerindo dermatite alérgica de conta. A histopatologia, é indistinguível de outras formas de eczemas por apresentar também espongiose, infiltrado linfocitário perivascular superficial,com alguns eosinófilos e neutrófilos. Tratamento Utiliza-se corticosteroides tópicos de alta ou ultra potência, aplicados uma ou duas vezes ao dia por duas a quatro semanas ou até a resolução das lesões. A fototerapia e a terapia sistêmica também pode ser pensados para pacientes graves ou refratários. Deve-se evitar o uso de sabões, detergentes e antissépticos nas áreas afetadas e proteger a pele, evitando o contato com lã e tecidos sintéticos, preferindo-se roupas interiores de algodão. A terapia tópica é feita com creme ou pomada de corticoide fluorado ou com derivado de quinolina, eventualmente, em curativos oclusivos. O prurido pode ser tratado com anti-histamínicos ou sedativos. Em casos extensos e resistentes à terapia tópica, pode ser administrado corticoide sistêmico Dermatite seborreica (eritematoescamosa) A dermatite seborreica do adulto é uma doença de pele crônica, que apresenta períodos de recidivas. Ela pode variar desde uma leve vermelhidão até lesões papulosas, que produzem secreção e/ou escamas. Estes episódios de exacerbação costumam estar relacionados com estresse ou falta de sono. Dermatites eczematosas 20 As áreas afetadas, localizadas em áreas com alta densidade de glândulas sebáceas, apresentam-se com manchas eritematosas e escamosas, como nas laterais do nariz, dobras nasolabiais, glabelas, dobras retroauriculares e couro cabeludo. A prevalência de acometimento é de cerca de 88% em face, 70% couro cabeludo, 26% tórax, 5% as regiões de dobras e 1% MMSS. A caspa, ou pitiríase capitis, é considerada como o estágio inicial da dermatite seborreica no couro cabeludo, caracterizada por uma descamação difusa e pulverulenta. Com o tempo, a condição pode evoluir gradualmente, com o surgimento de eritema, aumento na quantidade e espessura das escamas, até se tornar um quadro evidente de DS. Essa progressão pode levar a um quadro franco de DS e, em alguns casos, pode ocorrer uma invasão da orla do couro cabeludo, afetando a pele adjacente e formando a chamada coroa seborreica. *Áreas de concentração maior de calor e umidade, com maior propensão a dermatite seborréica. Dermatites eczematosas 21 Diagnóstico O diagnóstico de dermatite seborreica é feito clinicamente com base nas características e localização da lesão. A biópsia não é rotineiramente necessária, mas pode ser indicada quando o diagnóstico for incerto. A possibilidade de infecção pelo HIV deve ser considerada em casos mais intensos e abruptos da dermatite seborreica ou quando não há resposta ao tratamento. O tratamento é feito utilizando-se corticosteroides, antifúngicos derivados de imidazólicos, inibidores tópicos de calcineurina, anti-histamínicos sistêmicos e diversas terapias naturais, dependendo de cada caso. Utilização de: Sabonetes: com cetaconazol à 2% e com enxofre, com ou sem ácido salicílico. Shampoos: antiproliferativos com antimitóticos e citostáticos, diminuindo a for- mação de escamas; com cetoconazol à 2%, com ciclopirox à 1% e com sulfeto de selênio e piritionato de zinco. Antifúngicos tópicos: cetoconazol, bem como outros derivados imidazólicos e antifúngicos de outras classes, como o ciclopirox. Dermatites eczematosas 22 Dermatite de estase O eczema ou dermatite de estase, eczema varicoso ou hipostático, é uma doença crônica dos membros inferiores, sendo manifestação tardia de insuficiência venosa crônica. Ocorre em adultos, sendo mais frequente em mulheres, principalmente no período pós-parto. A causa mais comum de estase são varizes, por insuficiência valvular ou tromboflebites. Outros fatores que também podem determiná-la são obesidade, lesões tróficas musculares, artrites deformantes ou fraturas nos membros inferiores e pés valgos-planos. Manifestações clínicas Frequentemente se manifesta com manchas ou placas eritematosas descamativas, eczematosas e vésico-secretante na fase aguda. Apresenta liquenificação no período crônico nas pernas cronicamente edematosas. O tornozelo medial geralmente está envolvido, apresentando hiperpigmentação. Há, frequentemente, infecção bacteriana associada (celulite) que pode evoluir para erisipela. Ulcerações podem se desenvolver, constituindo as Dermatites eczematosas 23 úlceras da perna ou de estase. O complexo eczema-úlcera-erisipela no curso evolutivo pode conduzir à dermatoesclerose e à elefantíase. Eczema desidrótico ou desidrose Trata-se de quadro de lesões vesiculosas nas palmas e plantas, de caráter recidivante, considerado como reação eczematosa de aspecto peculiar pelas características anatômicas das áreas comprometidas *Dermatite de estase. Edema, pápulas eritematosas, pápulas escoriadas e dermatite ocre no terço inferior da perna. *Dermatite de estase. Estágio mais avançado com áreas de dermatite ocre, liquenificação, descamação e ulceração. Dermatites eczematosas 24 Manifestações clínicas Quadro de aparecimento súbito, agudo, recorrente, caracterizado por lesões vesiculosas, estritamente limitado às palmas das mãos e/ou às plantas dos pés. Característica falta de eritema, sendo que as vesículas são numerosas, isoladas ou confluentes, e, eventualmente, encontram-se bolhas. Em alguns dias, por infecção secundária, podem tornar-se purulentas e ocorrer eritema inflamatório. A evolução do quadro é, em média, de três semanas. Diagnóstico O diagnóstico é clinico, raramente necessitando de biópsia ou teste de patch para diagnóstico diferencial (dermatite de contato). Tratamento Deve-se administrar corticoides via sistêmica. Quando ocorre infecção secundária, usam-se antibióticos de largo espectro, como as tetraciclinas ou macrolídios. Penicilina deve ser evitada pela tendência a reações alérgicas disidróticas. Anti-histamínicos e benzodiazepínicos podem ser úteis como coadjuvantes. É preciso investigar e eliminar a causa, fazer os testes de contato, quando necessários. Dermatites eczematosas 25 Morgana Rodrigues Duarte- TXI
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