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Descobertas de Broca e Wernicke na Psicologia e Neurociência

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Trabalho de Psicologia da Educação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Xavier / Rio Grande do Sul
2021
FACULDADE UNINA
bianca schenkartczuk pletsch
 
 
 
 
 
 
 
 
Título: Descobertas de Pierre Broca e Carl Wernicke, os traumas cerebrais
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Psicologia e Neurociências: Pierre Broca e Carl Wernicke 
Autor: Pletsch, Bianca Schenkartczuk
Curso: Educação Física
1. INTRODUÇÃO
No passado, o cérebro não era considerado como uma função importante, pois se acreditava que a alma era ligada a corpos celestes e ao corpo humano. E que a alma era localizada no coração, que seria a sede do intelecto, e no fígado, que seria a sede das emoções. Só a partir do século VII, através de estudos das doenças e suas relações com comportamento humano, que o cérebro alcançou credibilidade.
A partir disso e até os dias atuais, a humanidade busca entender como funciona o cérebro. Cerca de 7.000 anos atrás, estudiosos buscavam esse entendimento com um processo de perfurar o crânio com instrumentos pontiagudos. Esse processo, conhecido por trepanação, consistia na inserção de uma broca similar a um parafuso que abrir um buraco no crânio. Durante a Idade Média, médicos da época buscavam a “pedra da loucura” perfurando o cérebro de pacientes com sintomas psiquiátricos.
Os estudos e descobertas de dois cientistas se destacam na busca de entender melhor os fenômenos que ocorrem na mente humana. São eles Pierre Paul Broca e Carl Wernicke.
Médico, antropólogo, anatomista e cientista, Pierre Paul Broca foi um renomado pesquisador médico em diversas áreas, ganhando destaque na história da medicina com a descoberta do "centro da linguagem" no cérebro. Broca mapeou as funções superiores no encéfalo, e relacionou evidências clínicas de distúrbios de linguagem (afasia) com lesões encefálicas. 
Carl Wernicke, médico, anatomista, psiquiatra e neuropatologista, se tornou conhecido graças a sua pesquisa sobre os efeitos patológicos de formas específicas de encefalopatias e estudo sobre as afasias.
 Na atualidade, esses distúrbios são associados ao seu nome e conhecidos como encefalopatia de Wernicke e afasia de Wernicke. Assim como a de Paul Broca, sua pesquisa levou a grandes realizações na localização de funções cerebrais, especialmente na fala.
Com base no descrito acima, o objetivo do presente trabalho é apresentar uma breve pesquisa sobre como as descobertas de Broca e Wernicke afetaram e continuam afetando a Psicologia e a Neurociência. 
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Descobertas de Pierre Paul Broca e Carl Wernicke e suas contribuições para a Psicologia e a Neurociência
Em 1861, após realizar autópsia em um paciente, que ficou conhecido por Tan-tan, Paul Broca emitiu a hipótese da localização de um centro da linguagem, na circunvolução do lobo frontal esquerdo do cérebro. 
 Broca relatou que o homem havia perdido o uso da fala há vinte e um anos e somente conseguia pronunciar uma sílaba, que repetia normalmente duas vezes de modo consecutivo. Não importa o que fosse perguntado, o homem respondia sempre tan tan, acrescido de vários gestos expressivos. Broca notou que o centro principal e a sede primitiva do amolecimento cerebral era a parte média do lobo frontal do hemisfério esquerdo, onde se encontravam as lesões mais extensas, as mais avançadas e as mais antigas, concluindo que a lesão do lobo frontal foi a causa da perda da fala.
Dessa forma, Broca atestou a localização de uma das funções cerebrais experimentalmente: a da linguagem, passando a ser considerado o verdadeiro pai das localizações cerebrais, pois ele localizou efetivamente o centro da linguagem no lobo frontal esquerdo, pois o lobo frontal direito parecia normal durante a autópsia de Tan-tan. 
Em 1874, Carl Wernicke localizou no giro temporal esquerdo, um centro de neurônios, próximo da zona auditiva, ligada a um feixe de fibras nervosas à área de Broca. Sua lesão provocava outra forma de afasia, intitulada de afasia de Wernicke, que não ocasionava no paciente uma impossibilidade de articular as palavras, mas o levava a emitir respostas verbais sem sentido e impossibilidade de demonstrar compreensão através de gestos.
 É importante frisar que as descobertas de Broca e Wernick, ocorreram em 1861 e 1876, respectivamente e os estudos foram realizados em pacientes lecionados e vivos.
Existem duas regras para referenciar a localização da linguagem, baseadas nos resultados dos estudos de Broca e Wernicke: regra 1 - as lesões que ocorrem no lobo frontal esquerdo, na região denominada área de Broca, afetam a capacidade de produzir linguagem com eficiência. Essa deficiência é conhecida como afasia motora, afasia expressiva ou afasia de Broca; regra 2 - as lesões no lobo temporal esquerdo resultam em dificuldade da compreensão da língua falada. Esta deficiência é conhecida como afasia de Wernicke, afasia sensorial ou afasia receptiva. A afasia receptiva normalmente reflete lesão dos córtices de associação auditivos no lobo temporal posterior, região conhecida como área de Wernicke. 
A linguagem é uma função exclusiva do córtex cerebral, sendo formada em diversos locais do nosso cérebro, especialmente no hemisfério dominante. Na atualidade, sabemos que as principais áreas da linguagem são a área de Broca, que é a área de articulação da fala, e a área de Wernicke, que é o local de compreensão da linguagem. 
Em 1863, Broca reportou outros casos de afasia, constatados por ele mesmo ou pelos seus colegas, advindos da destruição de uma circunvolução do lobo frontal esquerdo. Essa constatação contrariava os médicos e antropólogos da época que não admitiam que a ausência da linguagem pudesse coexistir com uma inteligência intacta, como se constatava normalmente nos afásicos que compreendiam perfeitamente o que lhe era dito, mas não possuíam mais as ferramentas para responder por meio da fala.
Broca, no entanto, afirmava que há distinção entre a possibilidade de articular palavras da faculdade da linguagem, pois um dos doentes, já citados em seus estudos, havia conservado a possibilidade de pronunciar cinco palavras. A maior parte dos afêmicos possui um vocabulário restrito que empregam de maneira a provar que a articulação das palavras continua possível, enquanto a faculdade da linguagem está atingida. 
Broca defendia que a pessoa acometida por afasia, ainda que passasse a impressão de ter perdido toda a possibilidade de se fazer entender, não perdeu nem o vocabulário, nem a gramática, nem a sintaxe necessários para uma boa comunicação. Falta a essa pessoa, apenas, o controle motor, assegurado pelos neurônios da área de Broca, responsável pelo funcionamento dos diversos músculos (faringe, língua, lábios, cordas vocais) que intervêm na articulação da linguagem falada.
Broca é considerado, ainda, o pai das lateralizações cerebrais. Essa paternidade foi validada ao se batizar essa zona cortical do lobo frontal esquerdo de área de Broca e a perda da fala devida à destruição dessa área (ocorrida após algum dano de origem sifilítica ou, com maior frequência, depois de um acidente vascular cerebral) de afasia de Broca. 
O termo afasia vem do grego a=privativo e phasis=fala), em substituição ao termo afemia, do grego=a, privativo e phèmi=eu falo, que Broca havia empregado em seus primeiros estusos. Atualmente, o termo afemia remete a outra perturbação da fala, geralmente transitória, que possibilita a realização de operações cirúrgicas. A área de Broca, centro nervoso que permite a articulação da linguagem, é uma parte da circunvolução frontal ascendente esquerda que assegura a motricidade da metade direita do corpo. 
A área de Broca encontra-se sob a influência da área de Wernicke, onde organizam-se a inteligência e a estrutura do discurso. Quando o acidente vascular atinge a circunvolução frontal ascendente esquerda na sua totalidade, ele provoca a afasia de Broca, mas também a paralisia da metade do corpo (do braço direito, principalmente), o que impede o paciente destro de se comunicar por meio da escrita.
Os estudos sobre as relações entre afasia e lesões cerebrais resultaramno surgimento da neuropsicologia. A pesquisa sobre cognição, uma forte ênfase na psicologia nas últimas quatro décadas, é reconhecida como uma contribuição na compreensão das operações mentais humanas. Os estudos e descobertas de Broca e Wernick contribuíram para o desenvolvimento da neurociência, pois foram os primeiros a definir com clareza áreas funcionais do cérebro. Durante muito tempo, as pessoas não entendiam a serventia o cérebro. A descoberta da anatomia, das funções e dos processos do cérebro, nas últimas décadas, com o advento das técnicas de imageamento, os cientistas conseguiram produzir um mapa detalhado do que já foi um território inteiramente misterioso.
Na formação de professores, a Neurociência é assunto essencial, pois contribui para a compreensão do funcionamento do complexo cérebro-mente. A aplicação da Neurociência na educação gera resultados rapidamente mensuráveis, uma vez que se trata do ensino e aprendizagem pautados sobre o funcionamento cerebral. A relação entre o cérebro e a aprendizagem ainda necessita de muito estudo, principalmente, porque a Neurociência é uma ciência nova. E existem outras áreas em crescimento quanto ao estudo da aprendizagem, tal como a Neuropsicopedagogia, que ajuda a reverter os insucessos dos alunos, que por vezes são taxados como incapazes e problemáticos.
3. CONCLUSÃO 
 As descobertas de Paul Broca e Carl Wernicke, responsáveis pela primeira evidência sobre a localização da função da linguagem no cérebro, realizando, assim, os primeiros estudos das afasias e possibilitando o entendimento das causas de algumas doenças mentais, que estão diretamente relacionadas com lesões em áreas específicas do cérebro. É realmente incrível como esses pesquisadores, no final do século XIX, conseguiram descobrir e correlacionar doenças mentais sem a ajuda dos aparelhos que os centros de pesquisa têm acesso, na atualidade. Suas descobertas foram muito úteis não apenas para a neurociência, mas também para outros avanços no estudo da linguagem.
A Neurociência pode contribuir positivamente na educação, principalmente na aprendizagem de alunos que apresentam transtornos, síndromes e dificuldades de aprendizagem, através da busca de novas estratégias de aprendizagem e valorização das múltiplas inteligências. 
A Neurociência atua como elemento fundamental e norteador do processo de ensino-aprendizagem, trazendo contribuições efetivas, a partir dos estudos sobre como o cérebro desenvolve e aprende. 
REFERÊNCIAS 
BARTOSZECK, Amauri Betini. Neurociência na educação. Laboratório de Neurofisiologia, Instituto de Saúde Dr. Bezerra de Menezes, Faculdades Integradas Espírita, Curitiba, Brasil, 2013. Disponível em: http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2013_07_01_archive. html. Acesso em 19 set. 2021.
CAMPOS FILHO, R. D. Os estudos das afasias por Carl Wernicke. Revista USP, [S. l.], n. 56, p. 152-162, 2003. DOI: 10.11606/issn.2316-9036.v0i56p152-162. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/33816. Acesso em: 19 set. 2021.
GUSMÃO, Sebastião; SILVEIRA, Roberto Leal; CABRAL FILHO, Guilherme. Broca e o nascimento da moderna neurocirurgia. Arquivos de Neuro-Psiquiatria [online]. 2000, v. 58, n. 4 [Acessado 19 Setembro 2021], pp. 1114-1152. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0004-282X2000000600028>. Epub 01 Dez 2000. ISSN 1678-4227. https://doi.org/10.1590/S0004-282X2000000600028. 
KRISTENSEN, Christian Haag; ALMEIDA, Rosa Maria Martins; GOMES, William Barbosa. Desenvolvimento Histórico e Fundamentos Metodológicos da Neuropsicologia Cognitiva. Psicologia: Reflexão e Crítica [online]. 2001, v. 14, n. 2 [Acessado 19 Setembro 2021], pp. 259-274. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-79722001000200002>. Epub 18 Abr 2002. ISSN 1678-7153. https://doi.org/10.1590/S0102-79722001000200002.

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