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CLARETIANO CENTRO UNIVERSITÁRIO GRADUAÇÃO BACHARELADO EM BIOMEDICINA ANTONIA ADILA TORQUATO FERREIRA BIOQUIMICA CLÍNICA CRUZEIRO DO SUL 2021 ANTONIA ADILA TORQUATO FERREIRA BIOQUIMICA CLÍNICA CRUZEIRO DO SUL 2021 Portfólio descritivo apresentado ao Curso de Graduação Bacharelado de Biomedicina do Centro Universitário Claretiano, a ser utilizado como diretriz para obtenção de aprovação no trabalho do 5º semestre da disciplina de Bioquímica Clínica. Orientador (a): Prof. (a) Esp. Maria Nayane de Souza. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................4 2. REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................................5 3. CONCLUSAO................................................................................................................................12 REFERÊNCIAS........................................................................................................................13 4 1. INTRODUÇÃO O trabalho executado da disciplina de “Bioquímica Clínica”, será um trabalho descrito em portfolio, relatando sobre um caso clínica de Infarto Agudo do Miocárdio. O infarto agudo do miocárdio (IAM) é a mais importante frequente cardiopatia isquêmica ocasionada por necrose do musculo cardíaco em consequência de isquêmico prolongada, sendo mais frequente em adultos e idosos. 5 2. REFERENCIAL TEÓRICO Um ataque cardíaco, também chamado de infarto agudo do miocárdio (IAM), difere da angina instável porque, mais comumente, o fluxo sanguíneo para o coração é persistentemente bloqueado. Esse bloqueio persistente geralmente é causado por um coagulo sanguíneo que se desenvolve em uma artéria que fornece sangue ao coração (denominada artéria coronária). O bloqueio prolongado pode causar a morte das células do musculo cardíaco (infarto) e levar a cicatrizes posteriores da área afetada do coração. Quando mais tempo o bloqueio persistir, mais danos ao musculo cardíaco podem ocorrer. Sem tratamento médico imediato, esse bloqueio pode até causar a morte. Caso Clínico: Francisnara, 54 anos de idade. Aos 48 anos, previamente assintomática, apresentou dor precordial súbita, posteriormente caracterizada como infarto agudo do miocárdio. A paciente foi submetida a angioplastia, com aspecto final satisfatório. Recebeu alta assintomática, em uso de ácido acetilsalicílico. Três semanas após, sofreu infarto agudo do miocárdio, tendo sido submetida a revascularização. O médico responsável solicitou exames para entender qual a possível causa do infarto da paciente, ficando sob sua responsabilidade, realizar os exames solicitados. ETAPA 1 – Com base no caso clínico e seus conhecimentos até o momento, QUAIS EXAMES você acredita que tenham sido sugeridos? Dica e observação: pelo menos dois exames laboratoriais devem ser sugeridos e explicados DETALHADAMENTE. Foram os seguintes exames: 1. Hemograma Completo; 2. CK-MB: que é uma enzima que desempenha um importante papel regulador no metabolismo dos tecidos. Está presente nos musculo e tecido cardíacos. A CK MB começa a elevar seus níveis em 4-8 horas a partir da dor precordial e atinge valores máximas em 12-24 horas, retornando ao normal nos casos não complicados em 48-72 horas. 3. Troponina: que é o principal marcador cardíaco, normalmente é dosada juntamente com outros marcadores, como o CK MB e a mioglobina, cuja concentração no sangue aumenta após 1 hora de infarto. ETAPA 2 – Agora, suponha que você será o Biomédico responsável pela realização dos exames acima citados. Com base nisso, DETALHE todas as etapas e processos de 6 realização da prática importante para conclusão do caso de Francisnara. Lembre-se, esta etapa deve incluir organização da bancada, preparo dos reagentes, programação do Bioplus/espectrofotômetro manual, coleta e manuseio das amostras, e outras etapas que julgar necessário. É feito primeiramente a organização da bancada e a limpeza com álcool 70%, logo após colocado todos os matérias que serão utilizados como: algodão, seringa, tubos, luvas, garrote e outras mais. Exame de Hemograma Completo Em um hospital ou laboratório, o hemograma completo é realizado por um profissional de saúde da seguinte forma: 1. Com o paciente sentado, é amarrado um elástico em volta do seu braço para interromper o fluxo de sangue. 2. O profissional faz a limpeza com álcool na área do braço onde será feito a coleta do sangue. 3. Sangue coletado na seringa ou a vaco e colorado no tubo com EDTA 2ml a 4 ml. Na bancada é feito a identificação da amostra, para que não tenha troca com outro paciente, ou a perder, como por exemplo: n°42 no tubo, esse mesmo número é colocado na lâmina para fazer o esfregaço sanguíneo. O esfregaço é feito com uma gota de sangue colocados diretamente sobre uma lâmina de vidro e espalhada em uma camada fina pela sua superfície com a ajuda de uma lâmina extensora, espera secar a lâmina para poder corar. Em seguida é feita a coloração da lâmina da seguinte maneira: 1. Fisca-se a lâmina mergulha a lâmina algumas vezes no frasco de reagente; 2. Em seguida mergulha novamente no corante cosina, novamente no corante azul de metileno; 3. Espera secar, coloca uma gotinha de óleo de emersão e faz a leitura das células no microscópio; Podem ser encontradas em um esfregaço sanguíneos os eosinófilos, bastões, neutrófilos, linfócitos, monócitos, Mielocitos e Metaielocitos. O esfregaço sanguíneo permite 7 também avaliar leucócitos, hemácias e plaquetas. Logo após o esfregaço seco, o profissional biomédico, passa o sangue no aparelho de hematologia. Exame CK-MB Após a coleta o sangue é colocado no tubo da cor vermelha. Depois o tubo com o sangue é coletado e encaminhado para o setor de Bioquímica onde será feito a seguinte etapa: a. A amostra é incubada com um reagente contendo um anticorpo especifico capaz de inibir completamente a atividade enzimática do monômero CK-MB. A atividade do monômero CK-MB que não é inibida pelo anticorpo é medida pela seguinte sequencia de reação. Exame Troponina É uma das proteínas ou estrutura do musculo cardíaco. Quando o tecido cardíaco é lesionado aumenta a quantidade de Troponina T em sangue (0,1 ng/ml). Em pessoas saudáveis, o teste de troponina normalmente não identifica a presença desta proteína no sangue, sendo considerado um resultado negativo. A troponina é usada para diagnosticar infarto do miocárdio, para lesão cardíaca branda e grave e para distinguir de outras causas. Os valores normais da troponina no sangue são: 1. Troponina T: 0,0 a 0,04 ng/ml 2. Troponina I: 0,0 a 0,1 ng/ml O exame de troponina é feito a partir de uma amostra de sangue que é encaminhada para o laboratório para análise. Para esse tipo de análise clinica não é necessário qualquer tipo de preparação, como ficar em jejum ou evitar medicamento. A coleta é feita em tubo padrão ou gel separado. Eventualmente pode ser coletado com EDTA ou citrato de sódio. A elevação dos níveis de CTnl no soro ocorre entre 4 e 6 horas após a dor precordial atinge um pico de 12 horas e permanece elevada 3 a 10 dias após um evento isquêmico único. Ocorre um segundo pico de menor intensidade, entre o terceiro e o quarto dia após o infarto. Pode ser feito também o teste rápido de Troponina, da seguinte forma: 1. Separa soro ou plasma do sangue o mais rapidamente possível para evitar hemólise. O teste deve ser realizado imediatamente após a coleta da amostra. Não deixe as amostras a temperatura ambientepor períodos prolongados. 8 ETAPA 3 - Você deverá propor, de acordo com o caso clínico e suas experiências, valores próximos aos que você acredite que encontraria na amostra de Francisnara, nesta situação. SIMULE e APRESENTE a descrição de TODOS os cálculos necessários, desde os valores de absorbância encontrados no espectrofotômetro até as concentrações finais. SERIE VERMELHA VALOR DE REFERENCIA Hemácias 4.88 4,0-5,5 X milhões/uL Hemoglobina 14.5 12-16 g/dl Hematócrito 43.0 36-48 VCM 88.0 76-98 fL BCM 29.7 27-32 pg CHCM 33.8 32-36 g/Dl SERIE VALORES DE REFERENCIA Leucócitos 8.500 5.000 a 10.000 /mm3 Eosinófilos 03 02 a 04 % Bastões 01 00 a 02 % Neutrófilos 66 55 a 65 % Linfócitos 28 25 a 35 % Monócitos 02 04 a 08 % Basófilos 00 00 a 01 % Mielocitos 00 00 a 01 % Metaielocitos 00 00 % Plaquetas 185.000 150.000 – 450.000/mm3 SERIE VALORES DE REFERENCIA CK-MB 7,1 ng/ml Inferior a 5,0 ng/ml Troponina 2,3 ng/ml Inferior a 0,04 ng/ml ETAPA 4 - Como é de seu conhecimento, o aumento de marcadores bioquímicos no caso clínico de Francisnara deve ser compatível com a morte celular dos miócitos cardíacos. Dessa forma, com base no resultado dos exames realizados por você, qual a POSSÍVEL causa do infarto de Francisnara? Explique em DETALHES todo o processo fisiopatológico. Aproveite a oportunidade para aprofundar seu conhecimento demonstrando uma análise histológica comparativa de uma lâmina sadia à uma lâmina característica do que você esperaria encontrar no caso clínico descrito acima. Não se esqueça de pontuar TODAS as alterações morfológicas características do mesmo. A possível causa do infarto é a aterosclerose, doença em que placas de gorduras se acumulam no interior das artérias coronárias, chegando a obstruir -las. Na maioria dos casos o 9 infarto ocorre quando há o rompimento de uma dessas placas, levando à formação do coagulo e interrupção do fluxo sanguíneo. Processo Fisiopatológico Ocorre na lesão endotelial que causa aumento da permeabilidade vascular, adesão de leucócitos e trombose. Pode ser induzida por: desnudamento mecânico, forças hemodinâmicas, deposição de imunocomplexos, irradiação ou substâncias químicas, resultando em espessamento da íntima. Porém, com o endotélio intacto e apenas uma disfunção endotelial pode ocorrer doença aterosclerótica. Acúmulo de lipoproteínas: principalmente LDL e suas formas oxidadas na parede do vaso. A hiperlipidemia crônica pode comprometer diretamente a função das células endoteliais por aumento da produção de radicais livres de oxigênio locais, que podem lesar tecidos e acelerar o decaimento do NO, diminuindo sua atividade vasodilatadora. As lipoproteínas se acumulam no interior da íntima e esses lipídeos são oxidados através da ação de radicais livres gerados localmente por macrófagos ou por células endoteliais. LDL oxidado é ingerido por macrófagos, dando origem às células espumosas e estimula liberação de fatores de crescimento, citocinas e quimosinas pelas células endoteliais e pelos macrófagos, aumentando o recrutamento de monócitos. Além disso, o LDL oxidado pode produzir disfunção endotelial, pois é citotóxico para células endoteliais e musculares lisas. Adesão de monócitos ao endotélio: seguida por migração para a íntima e transformação em macrófagos e células espumosas. Macrófagos ativados produzem espécies reativas de oxigênio que agravam a oxidação do LDL e elaboram fatores de crescimento que contribuem para a proliferação de células musculares lisas. Linfócitos T recrutados para a íntima podem gerar um estado inflamatório crônico (liberação de fatores de crescimento que promovem proliferação de células musculares lisas e síntese de MEC) e produzir citocinas inflamatórias. Liberação de fatores das plaquetas, macrófagos e células da parede vascular ativados, induzindo recrutamento de células musculares lisas da média ou de precursores circulantes. Proliferação de células musculares lisas e produção de MEC (estabilização da placa): convertem uma estria gordurosa (lesão inicial) em ateroma maduro e contribuem para o crescimento progressivo das lesões ateroscleróticas. Fatores relacionados: PDGF, FGF e TGF-alfa. E também pelo acúmulo de lipídios extracelularmente e dentro das células (musculares lisas e macrófagos). 10 Alterações Morfológicas Estrias Gorduras: são compostas por macrófagos espumosos cheios de lipídeos, que começam como múltiplos pequenos pontos planos amarelados e finalmente juntam-se em estrias alongadas com 1 cm ou mais de comprimento. Placas Ateroscleróticas: são brancas-amareladas e invadem a luz das artérias, o trombo superposto as placas ulceradas é marrom-avermelhado. As placas podem variar no tamanho, podendo juntar-se e formar grandes massas. Lesões Ateroscleróticas: são focais, geralmente envolvem apenas uma parte da parede arterial, rara circunferenciais. No corte transversal, as lesões parecem “excêntricas”. As placas ateroscleróticas são suscetíveis a diversas alterações clinicamente importante: ruptura, ulceração ou erosão, hemorragia dentro da placa ateroembolismo e formação de aneurisma. ETAPA 5 - Agora, para finalizar, com base no que você respondeu nas etapas anteriores e seu conhecimento de Farmacologia, explique em DETALHES o porquê de Francisnara ter recebido alta em uso de ácido acetilsalicílico. Não se esqueça de descrever todo o mecanismo de ação, farmacocinética e relacioná-lo com a patologia em questão. Ela teve alta em uso de ácido acetilsalicílico, porque deve ser administrado a todos os pacientes o mais rápido possível, visto que é um antiagregante plaquetário. As contraindicações para seu uso são hipersensibilidade conhecido, ulcera péptica ativa, hepatopatia grave ou discrasia sanguínea. A dose de ataque é de 160 a 325 mg mastigados, e a de manutenção, de 100mg ao dia. Mecanismo de ação do ácido acetilsalicílico O ácido acetilsalicílico age como inibidores de a enzima ciclo-oxigenasse, que resulta na inibição do biossíntese de prostaglandinas e tromboxanos, as prostaglandinas parece produzir analgesia e causa um feito periférico no SNC (Sistema Nervoso Central). Atua no hipotálamo dando o efeito de antipirese a dispersão de calor é aumentada causando a vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo periférico. Farmacocinética Absorção: a absorção é rápida e completa após a administração oral; os alimentos diminuem a velocidade, porém, não o grau de absorção. Sua união às proteínas (albumina) é 11 alta, porém diminui conforme aumenta a concentração plasmática, com baixas concentrações de albumina na disfunção renal e durante a gravidez. Distribuição: a meia-vida é de 15 a 20 minutos (para a molécula intacta), pois se hidroliza rapidamente em salicilato. A concentração plasmática terapêutica como analgésico e antipirético é de 2,5 a 5 mg por 100 mL, alcançada geralmente com doses únicas. Como anti- inflamatório/anti-reumático de 15 a 30 mg por 100 mL, embora para atingir o efeito máximo como anti-reumático, possam ser necessárias 2 a 3 semanas de tratamento contínuo. Biotransformação: é rápida e parcialmente hidrolisado por estearases contidas no tubo gastrintestinal, fígado e eritrócitos a ácido salicílico, que é 70% a 90% ligado a proteínas e conjugado com a glicina (formando ácido salicilúrico) e ácido glicurônico (dando salicilglicuronídios acílico e fenólico); uma pequena fração do ácido salicílico é hidroxilada a ácido gentísico e ácidos diidroxi e triidroxibenzoicos. Excreção: a excreção do fármaco íntegro e dos seus metabólitos é feita principalmente pela urina. É excretado, também, pelo leite materno, tendo sido detectadas concentrações máximas de salicilato de 173 a 483 mg/mL, após a ingestão de uma dose única de 650 mg. 12 3. CONCLUSÃO Portanto, sabemosque a aterosclerose é uma doença multifatorial, silenciosa e progressiva, que tem afetado a população do mundo todo, sua morbidade e mortalidade se refletem nos índices das doenças cardiovasculares, as quais lideram as principais causas de óbito no mundo. Muitos dos fatores de risco da aterosclerose são passíveis de mudança por meio de reeducação alimentar aliada a prática de exercícios físicos regulares, assim como abandono de hábitos nocivos, como tabagismo e etilismo para que os níveis de LDL se mantenham adequados, e, por conseguinte não ocorra o desenvolvimento da placa de ateroma. É importante que sempre seja feito exames laboratoriais de rotina, para que desta forma seja possível o diagnóstico precoce, monitoramento e prevenção das doenças cardiovasculares provenientes da aterosclerose. É importante também que cada pessoa, cuide da sua saúde, evitando muitas gorduras, e praticar mais exercícios físicos para o seu próprio bem. 13 REFERÊNCIAS BASSAN, R et al. I Diretriz de Dor Torácica na Sala de Emergência. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, [s.l.], v. 79, p.1-22, ago. 2002. FapUNIFESP (SciELO). BRITO, Carlos José de et al. Cirurgia Vascular-Cirurgia Endovascular- Angiologia. 2ª Edição. Volume 1. Rio de Janeiro: Livraria e Editora Revinter Ltda, 2008. FILHO, A. C.; ARAÚJO, R. G.; GALVÃO, T. G.; CHAGAS, A. C. P.-Inflamação e Aterosclerose: Integração de Novas Teorias e Valorização dos Novos Marcadores- Rev Bras Cardiol Invas, 2003. PARANÁ. Secretaria de Estado da Saúde. Superintendência de Atenção à Saúde. Linha guia de infarto do miocárdio. – Curitiba: SESA, 2016. 38 p. PIEGAS L.S.; et al. V Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnível do Segmento ST. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 2015; 105(2):1-105 PIEGAS, L S. et al. III Diretriz sobre tratamento do infarto agudo do miocárdio. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, [s.l.], v. 83, p.1-86, set. 2004. FapUNIFESP (SciELO). ROBBINS, Stanley L. (Stanley Leonard) et al. Patologia: bases patológicas das doenças. 8ª Edição. Rio de Janeiro : Elsevier, 2010. 1458 p.
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