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17/09/2021 15:51 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 1/7 Marcar tópico A linguagem humana: conceito e tipos de linguagem Conceber a linguagem como um sistema abrangente de códigos capazes de dizer algo; refletir sobre o papel da linguagem como uma ferramenta imprescindível para o funcionamento da sociedade; reconhecer os tipos de linguagem, verbal, não-verbal e mista; compreender a língua como uma linguagem capaz de diferenciar o homem dos demais animais; entender que alfabetizar significa ensinar a língua e explorar as múltiplas linguagens que circulam na sociedade. AUTOR(A) PROF. NADIA CONCEICAO LAURITI AUTOR(A) PROF. FLAVIA RENATA ALVES DA SILVA O QUE É LINGUAGEM? Considerando que a palavra ?comunicação? significa a ação de tornar comum, o homem, por ser um indivíduo eminentemente social, já que depende dos outros para garantir sua existência no mundo, precisa interagir com eles, tornando comuns suas ideias, sentimentos, valores, costumes, crenças etc. Ou seja, o homem precisa comunicar-se e, para tanto, recorre a um código comum aos outros homens. A esse código damos o nome de linguagem. Chegamos, então, à pergunta: o que é linguagem? NESTE TÓPICO 17/09/2021 15:51 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 2/7 TAG: Tabagismo, Gravidez, Gravidez de Risco Linguagem é um sistema abrangente de códigos semióticos capazes de dizer algo e de estabelecer interação entre os homens. Isso significa dizer que, quando o homem tem a necessidade de dizer algo, pode recorrer a um gesto, às cores, a um som, a uma imagem e às palavras, faladas e/ou escritas, por exemplo. Em outras palavras, se o homem deseja dizer para o outro (ou outros) que carece de paz, ele pode desenhar ou soltar uma pomba branca, ou simplesmente bradar a palavra PAZ, ou ainda escrevê-la em um cartaz. Chegamos, aqui, a outra pergunta: existem tipos diferentes de linguagem? A resposta é SIM. Existem dois tipos de linguagem: a linguagem não-verbal e a verbal. A primeira compreende todo e qualquer código socialmente reconhecido que serve para estabelecer comunicação entre os homens, mas que não é constituído por palavras: os gestos, as cores, os desenhos, os emoticons, a dança, os sons, entre outros. Já a segunda compreende, essencialmente, o uso de palavras, faladas ou escritas, isto é, a linguagem verbal é a própria língua de um povo. Vivemos em sociedade na qual as pessoas recorrem a múltiplas linguagens para veicularem as mais diferentes mensagens, razão por que é comum nos depararmos com textos em linguagem não-verbal, textos em linguagem verbal ou textos mistos, isto é, em linguagem verbal e não-verbal ao mesmo tempo. Veja a seguir um exemplo de texto em linguagem não-verbal: Como se vê, essa imagem é autossuficiente para transmitir a mensagem “Proibido fumar e consumir bebida alcoólica na gestação”, ou seja, não precisa de nenhuma palavra para cumprir 17/09/2021 15:51 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 3/7 TAG: leitura, compreensão, interpretação do texto seu papel comunicativo na sociedade, por isso trata-se de um texto em linguagem não-verbal. Agora veja a seguir exemplo de texto em linguagem verbal: Note que, neste caso, o código usado para transmitir a mensagem foi a própria língua portuguesa escrita, o que configura, portanto, um texto em linguagem verbal. Vale lembrar que, quando falamos, produzimos sons da língua, pronunciamos palavras, logo também construímos textos em linguagem verbal, neste caso, produzimos textos em linguagem verbal falada. Agora veja a seguir exemplo de texto em linguagem mista: 17/09/2021 15:51 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 4/7 TAG: linguagem, linguagem mista, Mafalda Observe que, no texto acima, se fazem presentes tanto a linguagem não-verbal (as imagens, os desenhos) quanto a linguagem verbal, expressa pelas falas dos personagens, o que configura o uso da língua. Trata-se, portanto, de um texto em linguem mista: verbal e não-verbal. Esses exemplos nos mostram que, para vivermos em sociedade, recorremos a diferentes linguagens, entre as quais, merece destaque a própria língua. Em se tratando de língua, mais uma pergunta surge neste momento: afinal, o que é língua? A língua é uma linguagem que diferencia o homem dos demais animais, pois só os humanos a utilizam como ferramenta para traduzir o pensamento. Aqui, cabe outra pergunta: os outros animais também se comunicam? A resposta é SIM. Basta observar que, quando um cachorro, por exemplo, abana o rabo como demonstração de felicidade ao ver o dono, está se comunicando, porém não está falando nem escrevendo um código por meio do qual pensa, raciocina. Essa é uma prerrogativa, essencialmente, dos humanos. A língua é, pois, uma linguagem que nos humaniza. Ademais, a língua é uma linguagem que se articula em alguns níveis, a saber: a) Nível fonológico: é o nível que diz respeito aos sons de uma língua, os quais nos permitem distinguir uma palavra de outra. É o caso, por exemplo, da oposição que fazemos entre as palavras “fila” e “vila”, em que a troca do som [f ] pelo som [v] gera uma nova palavra. É por meio do nível fonológico que diagnosticamos o nível linguístico em que a criança está no processo de alfabetização: pré-silábico, silábico sem valor sonoro, silábico com valor sonoro etc. b) Nível morfológico: é o nível que diz respeito ao estudo da palavra quanto a sua (1) estrutura, (2) classificação e (3) formação. Isso significa dizer que, no primeiro caso, uma palavra pode apresentar em sua estrutura alguns elementos tais como: radical, desinências de gênero, de número, de pessoa, de tempo etc, além de afixos (prefixos e sufixos). Já no segundo caso, 17/09/2021 15:51 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 5/7 dizemos que a morfologia nos permite reconhecer, por exemplo, uma ação (verbo), um nome (substantivo), uma característica (adjetivo), uma circunstância (advérbio), ou seja, a morfologia também nos permite colocar as palavras em classes. Por fim, a morfologia nos permite observar que as palavras são formadas a partir de outras, o que chamamos de processos de formação de palavras: a derivação e a composição, por exemplo. É por meio do nível morfológico que detectamos uma criança que ainda não internalizou a gramática da língua a que foi exposta quando ela diz, por exemplo, “fazi” (para dizer fiz) e “sabo” (para dizer sei). c) Nível sintático: é o nível que diz respeito à articulação das palavras na frase, das frases no período e dos períodos no parágrafo e dos parágrafos no texto. É esse nível que garante clareza e fluidez nos discursos que produzimos. É por meio do nível sintático que uma frase produzida por uma criança no processo de alfabetização está inteligível ou não, isto é, se uma criança escreve “pai o meu trabalhar foi” (para dizer “o meu pai foi trabalhar”). d) Nível semântico: é o nível que está relacionado ao significado das palavras, de uma frase ou mesmo de uma expressão em determinado contexto comunicativo. É por meio do nível semântico que verificamos se uma criança compreende o significado de uma palavra quando solicitamos que ela empregue um sinônimo ou antônimo, por exemplo. e) Nível pragmático: é o nível que diz respeito aos significados que as palavras assumem em determinados contextos comunicativos. É o caso, por exemplo, da palavra irado usada por muitos jovens hoje em uma frase como: “Comprei um celular irado”! Observe que, neste contexto, a palavra “irado” tem um significado positivo, e não com seu significado próprio queria seria “tomado de raiva, furioso”. Como se vê, a língua é uma linguagem que possui algumas características que a diferenciam das outras linguagens, o que nospermite afirmar que toda língua é linguagem, entretanto não podemos afirmar que toda linguagem é língua. Salientamos, aqui, que a linguagem (incluindo-se a língua) é um código socialmente reconhecido. Com essa afirmação, estamos querendo dizer que um código o só é código se for partilhado pelos membros de um grupo social, ou seja, as cores do semáforo só são um código e, portanto, linguagem porque todas as pessoas que vivem na cidade reconhecem em cada cor daquelas uma mensagem: verde (siga), amarelo (atenção) e vermelho (pare). Nesse sentido, as garatujas que uma criança faz 17/09/2021 15:51 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 6/7 no início do processo de alfabetização não constituem um código porque só ela atribui significado para os rabiscos que traçou. À medida que ela vai aprendendo o alfabeto, que é formado por um conjunto de desenhos (letras) compartilhado por todo um grupo social e que será usado para formar palavras e textos escritos, está, pois, aprendendo um código: a linguagem escrita. E o que é a escrita? A escrita é uma tecnologia inventada pelo homem para ser usada na comunicação a distância. Trata-se de uma linguagem verbal por meio da qual o homem circula com mais facilidade na sociedade e exerce sua cidadania. É por essa razão que a escola tem um papel fundamental na formação do indivíduo, pois, ao alfabetizá-lo na perspectiva do letramento, está capacitando-o para viver em melhores condições nos espaços sociais em que está inserido. Vale ressaltar, contudo, que o trabalho do professor alfabetizador não deve restringir-se apenas ao ensino da linguagem verbal escrita, mas englobar, também, a linguagem oral e a linguagem não-verbal, pois precisa ter em mente que seu aluno viverá numa sociedade que funciona por meio de outros códigos que não implicam, necessariamente, o uso do alfabeto. O professor, portanto, explorar as múltiplas linguagens que circulam na sociedade. Só assim estará desenvolvendo a competência comunicativa de seus alunos. Quiz Exercício Final A linguagem humana: conceito e tipos de linguagem INICIAR Referências 17/09/2021 15:51 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 7/7 AGUIAR, Vera Teixeira. O verbal e o não-verbal. Editora UNESP, 2004. LUFT, Celso Pedro. Língua e Liberdade. São Paulo: Ática, 2006. TERRA, Ernani. Linguagem, língua e fala. São Paulo: Scipione, 1997. Tópico avaliado! PRÓXIMO Alfabetização: Breve histórico Índice Biblioteca (https://www.uninove.br/conheca- a- uninove/biblioteca/sobre- a- biblioteca/apresentacao/) Portal Uninove (http://www.uninove.br) Mapa do Site ® Todos os direitos reservados Ajuda? (https://ava.un idCurso=) https://www.uninove.br/conheca-a-uninove/biblioteca/sobre-a-biblioteca/apresentacao/ http://www.uninove.br/ https://ava.uninove.br/seu/AVA/help/help.php?idCurso= 17/09/2021 15:52 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 1/7 Marcar tópico Alfabetização: Breve histórico Conhecer como se deu a preocupação com o ensino e a aprendizagem da leitura e da escrita ao longo do processo histórico. AUTOR(A) PROF. NADIA CONCEICAO LAURITI AUTOR(A) PROF. FLAVIA RENATA ALVES DA SILVA HISTÓRIA DA ALFABETIZAÇÃO A história da alfabetização está diretamente relacionada à história da escrita, pois, com a invenção do sistema de escrita como um código para as pessoas se comunicarem, surgiu a necessidade dos indivíduos em decifrar e entender tal código. Em outras palavras, não bastava a criação de símbolos (as letras) para registrar ou comunicar algo, fazia-se necessário ensinar como reconhecê-los, isto é, decodificá-los, razão pela qual surgem as regras de alfabetização. As regras para alfabetizar, na Antiguidade, eram as famigeradas cópias daquilo que já estava escrito, ou seja, as pessoas iniciavam o processo de aprendizagem da escrita NESTE TÓPICO 17/09/2021 15:52 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 2/7 copiando palavras e, na sequência, frases e textos mais extensos, conforme esclarece Cagliari: Na antiguidade, os alunos alfabetizavam-se aprendendo a ler algo já escrito e depois copiado. Começavam com palavras e depois passavam para textos famosos, que eram estudados exaustivamente. Finalmente, passavam a escrever seus próprios textos. O trabalho de leitura e cópia era o segredo da alfabetização. ((CAGLIARI, 1998:15)) Para tanto, as pessoas não precisam frequentar uma escola, uma vez que, como afirma Cagliari (Op. Cit. p. 15), “a curiosidade, certamente, levava muita gente a aprender a ler para lidar com negócios, comércios e até mesmo para ler obras religiosas ou obter informações culturais da época”. Assim, o indivíduo que tivesse o desejo de aprender procurava alguém que possuísse conhecimento da escrita para fazer o papel de “professor”. Os rumos da aprendizagem da leitura e da escrita mudam após o desenvolvimento industrial, responsável por uma nova movimentação econômica, êxodo rural e revolução tecnológica, o que fez emergir a necessidade de escolas, transformando em alunos aquelas pessoas que, até então, aprendiam a ler e escrever de modo individualizado. Nesse contexto, a escola tinha um caráter utilitário, pois seu objetivo central era preparar as pessoas para o mercado de trabalho, atendendo, assim, aos interesses do capitalismo. Com a responsabilidade de alfabetizar os alunos, a escola precisou adotar algum procedimento de ensino, o que fez surgirem os métodos de alfabetização: os métodos sintéticos e analíticos. Os primeiros consistem em ensinar o aluno a partir de unidades menores como letras, sílabas até chegar a unidades maiores como, por exemplo, palavras e frases; já os segundos consistem em ensinar o aluno a partir de unidades maiores como, por exemplo, palavras, decompondo suas partes, que seriam as sílabas e letras de cada sílaba. Para colocar esses procedimentos metodológicos em prática, o professor precisava de um recurso didático, o que fez surgirem as cartilhas. Aqui no Brasil, tivemos um número expressivo de cartilhas utilizadas em nossas escolas durante um período de nossa história. E o que são cartilhas? Do ponto de vista etimológico, a palavra cartilha vem de carta + ilha, para nomear um pequeno caderno no qual estão dispostas, de modo sistemático, as letras do alfabeto e as primeiras lições para o aluno ensinar/aprender a ler. Corrobora o 17/09/2021 15:52 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 3/7 TAG: CARTILHA, MÉTODO, SINTÉTICO exposto Aurélio Buarque de Hollanda (1986) que, em seu dicionário, afirma ser a cartilha um livro para aprender a ler, e KooganIHouais (1998), para quem a cartilha é um livro para ensinar a ler. Tais definições nos levam a inferir que ensinar/aprender são os fundamentos metodológicos de alfabetização, ficando para segundo plano os conhecimentos linguísticos e textuais, que, segundo Maciel (2002) “são vistos como agregados e/ou pós aprendizagem da leitura”. Para a referida autora, Dentre as cartilhas utilizadas durante muito tempo nas escolas brasileiras, destacam-se a “Caminho Suave”, de Branca Alves de Lima, cuja publicação inicial se deu no ano de 1950, a Cartilha Sodré e ABC da Infância. ((MACIEL, 2002, p. 149).) 17/09/2021 15:52 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 4/7 TAG: CARTILHA, MÉTODO, SINTÉTICO De acordo com Fioravanti, (1996 apud Maciel, 2002), a Cartilha Caminho Suave chegou ao topo de maior sucesso editorial do Brasil e maior representante da alfabetização tradicional. Segundo Maciel, A cartilha Caminho Suave desde a primeira edição foi produzida pela própria editora "Caminho Suave" Limitada. "Caminho Suave" é um exemplo de um material didático que desde início foi umsucesso editorial, com mais de uma edição anual composta de 100.000 cada uma. ((MACIEL, 2002, P. 163)) De acordo com Dietzsch (1970 apud Maciel, 2002), de 1950, data da primeira publicação, até 1971, as publicações da Caminho Suave permaneceram inalteradas. Depois dessa data, as alterações se deram em virtude do surgimento e disseminação de manuais didáticos produzidos com base nos fundamentos do método global de alfabetização (analítico), o que provocou uma queda expressiva nas vendas da cartilha. Por ser um dos um dos livros conveniados pelo Instituto Nacional do livro – Mec, a cartilha Caminho Suave foi distribuída gratuitamente a todas as escolas púbicas do país até meados da década de 1990, quando passou a ser alvo de críticas pela comissão de avaliação do livro didático – PNLDlMec – que a reprovou. Segundo as análises feitas por Maciel, 17/09/2021 15:52 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 5/7 As lições da cartilha iniciam-se apresentando as cinco vogais associadas à ilustração, a de abelha, o desenho da letra a corresponde o corpo da abelha, assim como, a tromba do elefante forma o desenho da letra e. Em seguida, são trabalhadas as sílabas ba, ca, da, na sequência o alfabeto, os dígrafos, sempre com a mesma estrutura, isto é, são destacadas as palavras-chave, que por sua vez está diretamente relacionada a representação icônica. Assim, como exemplo, a alça da jarra faz o desenho do j de onde se destaca a sílaba ja de jarra, pequenas sentenças - de duas a seis - palavras formadas a partir das sílabas estudadas e a que vai ser estudada. O livro apresenta uma estrutura simples, sequencial e repetitiva quanto a organização da estrutura das lições e o tipo de exercício. Esse último é restrito a cópias de palavras e sílabas em letra cursiva (para a autora: letra de mão). ((MACIEL, 2002, P. 164)) Como se vê, a cartilha Caminho Suave, assim como tantas outras largamente difundidas no Brasil, representa um modelo de ensino fundamentado no método sintético de alfabetização, pois começava pelas vogais, que depois juntadas às consoantes, formavam sílabas e assim por diante. Nesse sentido, ler significava apenas decodificar, ou seja, reconhecer e memorizar o código linguístico. Só a partir dos anos 90, houve uma mudança nos rumos do processo de alfabetização no país, que agora passa a tomar como base a teoria da psicogênese da língua escrita de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, para quem a criança levanta hipótese sobre a escrita, passando por estágios cujo início se dá na fase pré- silábica até a fase alfabética. Quanto à concepção de leitura, esta não é mais vista como mera decodificação, e sim como um processo de construção de sentido dos mais diferentes gêneros textuais que circulam na sociedade. Deixa de ser uma leitura mecanicista e passa a ser uma leitura interativa, uma vez que ler se torna uma ação de diálogo entre leitor, texto e autor. 17/09/2021 15:52 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 6/7 TAG: Hipóteses sobre a língua escrita, Interação, Concepção de linguagem Quiz Exercício Alfabetização: Breve histórico INICIAR Referências CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o ba-be-bi-bo-bu. Ed. Scipione. São Paulo. 1998. FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua escrita. Tradução de Diana Myriam Lichetenstein, Liana Di Marco, Mario Corso. Porto Alegre: Artmed, 1999. HOLANDA, Aurélio Buarque. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª ed.revista e aumentada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1986. KOOGANIHOUAISS. Enciclopédia e Dicionário ilustrado.3ª ed. Rio de Janeiro. 1998. 17/09/2021 15:52 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 7/7 MACIEL, Francisca Isabel Pereira. As cartilhas e a história da alfabetização no Brasil: alguns apontamentos. Disponível em http://seer.ufrgs.br/index.php/asphe/article/view/30604/pdf (http://seer.ufrgs.br/index.php/asphe/article/view/30604/pdf). Acesso em 20/07/2018. Tópico avaliado! ANTERIOR A linguagem humana: conceito e tipos de linguagem PRÓXIMO A psicogênese da língua escrita Índice Biblioteca (https://www.uninove.br/conheca- a- uninove/biblioteca/sobre- a- biblioteca/apresentacao/) Portal Uninove (http://www.uninove.br) Mapa do Site ® Todos os direitos reservados Ajuda? (https://ava.un idCurso=) http://seer.ufrgs.br/index.php/asphe/article/view/30604/pdf https://www.uninove.br/conheca-a-uninove/biblioteca/sobre-a-biblioteca/apresentacao/ http://www.uninove.br/ https://ava.uninove.br/seu/AVA/help/help.php?idCurso= 17/09/2021 15:53 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 1/7 Marcar tópico A psicogênese da língua escrita Conhecer os fundamentos teóricos da psicogênese da língua escrita; compreender as hipóteses que a criança levanta sobre a escrita; interpretar a escrita do aluno para chegar a um diagnóstico sobre o nível linguístico em que ela se encontra. AUTOR(A) PROF. NADIA CONCEICAO LAURITI AUTOR(A) PROF. FLAVIA RENATA ALVES DA SILVA PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA Inicialmente, vamos pensar sobre o significado da palavra psicogênese? Esse termo significa origem de todo e qualquer conhecimento. Em se tratando do campo da aquisição da escrita, psicogênese significa a origem do conhecimento da leitura e escrita, isto é, de que forma a criança desenvolve sua competência leitora e escritora, antes mesmo de compreender o sistema de escrita. Daí o porquê de uma teoria intitulada “Psicogênese da língua escrita”, de Emília Ferreiro e Ana Teberosky. Apoiada no Construtivismo de Jean Piaget, essa teoria explica como a criança constrói seu conhecimento da leitura e da escrita, isto é, quais são as diferentes hipóteses que ela levanta NESTE TÓPICO 17/09/2021 15:53 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 2/7 sobre o sistema de escrita mesmo que ainda não compreenda o sistema alfabético. Inicialmente difundida, nos anos 70, em países de língua espanhola e trazida para o Brasil nos anos 80, a teoria psicogenética de aquisição da escrita influenciou, fortemente, a prática pedagógica na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, equivocadamente confundida com método de alfabetização. Não se trata de método, e sim de uma teoria segundo a qual o aprendiz, à medida que se apropria da escrita, levanta hipóteses sobre essa modalidade de linguagem com que se depara nos mais diferentes contextos sociais e com ela estreita contato na escola por meio da ação do professor. Tais hipóteses, que se apoiam em conhecimentos prévios, assimilações e generalizações, fornecem ao professor alfabetizador dados importantes acerca dos níveis linguísticos dos alunos durante o processo de alfabetização. De posse desses dados, o professor decidirá que atitude tomar para que o aprendiz reflita sobre seus erros e avance na aprendizagem da escrita. Neste momento, você deve estar se perguntando: e quais essas hipóteses? Emília Ferreiro e Ana Teberosky as chamam de: a) hipótese pré-silábica, b) hipótese silábica, c) hipótese silábico-alfabética, d) hipótese alfabética. Vamos conhecer cada uma delas? A) HIPÓTESE PRÉ-SILÁBICA É a hipótese segundo a qual a produção escrita da criança revela que ela ainda não tem noção de sílaba, por isso “PRÉ- SILÁBICA. Neste caso, a criança ainda não concebe a escrita como um código de representação da fala, isto, não entende que a escrita representa os sons que ela pronuncia ao falar a palavra. É por essa razão que utiliza, em sua produção escrita, rabiscos, desenhos, garatujas, letras e outros sinais gráficos, de modo que só ela mesma entende aquilo que escreveu. Além disso, a escrita de uma criança na hipótese pré- silábica também pode revelar característica do objeto representado.Assim, se ela for convidada a escrever a palavra FORMIGA, ela pode representar esse animal assim: XM2, com poucos sinais gráficos, uma vez que que se trata de um animal pequeno; se for convidada e escrever a palavra BOI, pode ser que ela represente esse animal assim: PX3LTUXTOOOOAVEMOXOAT, com vários sinais gráficos, pois trata-se de um animal de grande porte. Em outras palavras, a extensão da escrita depende do tamanho do objeto representado pela escrita. Veja a seguir um exemplo de escrita de uma criança que se encontra na hipótese pré-silábica: 17/09/2021 15:53 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 3/7 TAG: alfabetização, escrita, pré-silábica B) HIPÓTESE SILÁBICA Nesta hipótese, a criança já tem noção de sílaba, pois já segmenta a palavra em duas, três ou quatro “pedaços”, mas imagina que apenas uma letra é suficiente para representar cada sílaba. Assim, se a criança percebe que a palavra tem suas sílabas, ela representa tal palavra utilizando em sua escrita somente duas letras, uma para cada sílaba; se a palavra tem três sílabas, ela utiliza três letras, e assim por diante. Essa escrita pode ou não ter valor sonoro convencional, razão pela qual muitos professores subdividem a hipótese silábica em silábica sem valor sonoro e silábica com valor sonoro. Na hipótese silábica sem valor sonoro, a criança utiliza uma letra para cada sílaba, mas a letra que utiliza não mantém nenhuma relação com nenhum dos sons da sílaba. Imagine que uma criança, ao ser convidada a escrever a palavra FORMIGA, tenha escrito essa palavra assim: PTX. Observe que ela utilizou três letras porque percebeu que a palavra em questão tem três sílabas, mas note que a letra P não representa nenhum dos sons da sílaba FOR-, assim como a letra T não representa nenhum dos sons da sílaba MI-, e a letra X não representa nenhum dos sons da sílaba GA. Veja a seguir um exemplo de escrita de uma criança na hipótese silábica sem valor sonoro: 17/09/2021 15:53 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 4/7 TAG: alfabetização, escrita, silábico sem valor sonoro Já na hipótese silábica com valor sonoro, a criança continua utilizando uma letra para cada sílaba, mas agora a letra que ela usa representa um dos sons da sílaba, seja ela o som da vogal ou da consoante. Imagine que ela, ao ser convidada a escrever a palavra FORMIGA, tenha escrito essa palavra assim: FMG. Observe que ela utilizou três letras porque percebeu que a palavra em questão tem três sílabas e note também que a letra F representa um dos sons da sílaba FOR-, no caso o som [f ], assim como a letra M representa um dos sons da sílaba MI-, no caso, o som [m] e a letra G representa um dos sons da sílaba GA, no caso, o som [g]. Veja a seguir um exemplo de escrita de uma criança que se encontra na hipótese silábica com valor sonoro: 17/09/2021 15:53 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 5/7 TAG: alfabetização, escrita, silábica com valor sonoro TAG: alfabetização, escrita, silábica alfabética C) HIPÓTESE SILÁBICO-ALFABÉTICA Neste estágio de aquisição da escrita, a criança se encontra na transição entre o nível silábico, que acabamos de estudar, e o próximo nível: o alfabético. Isso significa que ela representa sílabas completas, com todas as letras, porque já percebeu todos os sons de tais sílabas, mas representa outras sílabas com apenas uma letra. Assim, se a criança for convidada a escrever a palavra TOMATE, ela pode representá-la assim: TOAT. Essa escrita revela que o ouvido da criança já detectou todos os sons da primeira sílaba da palavra em questão, por isso representou cada um desses sons com uma letra. Contudo, note que ela representa a sílaba MA apenas com a letra A e sílaba TE somente com a letra T. Na hipótese silábico-alfabética, o aprendiz está muito próximo da escrita alfabética. Compete ao professor alfabetizador o trabalho de refletir com a criança sobre o sistema linguístico a partir da observação da escrita alfabética e da reconstrução do código escrito. Veja a seguir um exemplo de escrita de uma criança que se encontra na hipótese silábico- alfabética: 17/09/2021 15:53 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 6/7 TAG: alfabetização, escrita, alfabética D) HIPÓTESE ALFABÉTICA Nesta fase, a criança atingiu um nível de consciência fonológica bastante apurado, pois percebe todos os sons de todas as sílabas, representando-as por completo. Assim, se a sílaba tem dois sons, a criança a representa utilizando duas letras; se tem três sons, ela a representa com três leras e assim por diante. É importante salientar que se trata de uma escrita fonética, não ortográfica. Assim, se a criança for convidada a escrever a palavra EXAME, ela pode representá-la assim: “EZAMI”. O desafio que cabe ao professor agora é tornar essa criança alfabetizada, ou seja, caminhar em direção à escrita convencional, com correção ortográfica e gramatical. Veja a seguir um exemplo de escrita de uma criança que se encontra na hipótese alfabética: IMPLICAÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS Durante sua prática pedagógica, o professor que tome por base o referencial teórico da Psicogênese da língua escrita precisa levar em consideração que: a) a produção escrita dos aprendizes revela erros construtivos, cabendo ao professor interpretar esses erros, fazer um diagnóstico das hipóteses linguísticas dos alunos e, de posse do conhecimento dessas hipóteses, planejar atividades com vistas a promover avanços na aquisição da escrita. b) os avanços na escrita são diferentes para cada criança, uma vez que as turmas são heterogêneas, afinal, estamos lidando com pessoas, e cada ser humano é único e, portanto, tem suas individualidades. 17/09/2021 15:53 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 7/7 Quiz Exercício A psicogênese da língua escrita INICIAR Referências FERREIRO, E. Reflexões sobre a alfabetização. São Paulo: Cortez, 1985. FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985. NEMIROVSKY, M. O ensino da linguagem escrita. Porto Alegre: Artmed, 2002. Avalie este tópico ANTERIOR Alfabetização: Breve histórico PRÓXIMO A sondagem na alfabetização Índice Biblioteca (https://www.uninove.br/conheca- a- uninove/biblioteca/sobre- a- biblioteca/apresentacao/) Portal Uninove (http://www.uninove.br) Mapa do Site ® Todos os direitos reservados Ajuda? (https://ava.un idCurso=) https://www.uninove.br/conheca-a-uninove/biblioteca/sobre-a-biblioteca/apresentacao/ http://www.uninove.br/ https://ava.uninove.br/seu/AVA/help/help.php?idCurso= 17/09/2021 15:53 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 1/7 Marcar tópico A sondagem na alfabetização Compreender o papel da sondagem como uma ferramenta eficaz para avaliar as hipóteses de escrita dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental. AUTOR(A) PROF. NADIA CONCEICAO LAURITI AUTOR(A) PROF. FLAVIA RENATA ALVES DA SILVA NESTE TÓPICO 17/09/2021 15:53 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 2/7 TAG: sondagem, escrita, hipótese O QUE É SONDAGEM? A sondagem é uma ferramenta pedagógica eficaz para o professor acompanhar o processo de aprendizagem da língua escrita nos anos iniciais do ensino fundamental, pois ela fornece informações relevantes quanto os avanços relativos à alfabetização e, de posse dessas informações, o docente decidirá que caminhos trilhar a fim de que as crianças continuem avançando de uma fase a outra. Assim, se o professor diagnosticar, por meio da sondagem, que um aluno está na hipótese pré-silábica, por exemplo, deverá fazer uma revisão de planejamento de ensino e recorrerá a estratégias que considerar mais apropriadas para que o aprendiz atinja a hipótesesilábica, e assim por diante. COMO FAZER A SONDAGEM? Recomenda-se que o professor faça uma lista de palavras do mesmo campo semântico, ou seja, palavras que se relacionam quanto ao significado. A título de exemplo: as palavras guarda- sol, biquíni, conchas e areia pertencem ao campo semântico de PRAIA; as palavras crisântemo, antúrio, cravo e rosa pertencem ao campo semântico de FLORES; as palavras papagaio, cachorro, bode e rã pertencem ao campo semântico de ANIMAIS. Escolhidas as palavras, o docente deverá ditá-las sem permitir que os alunos consultem outras fontes escritas. 17/09/2021 15:53 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 3/7 QUANDO FAZER A SONDAGEM? Com relação à periodicidade, recomenda-se que a sondagem seja realizada nos meses de fevereiro, abril, junho, setembro e novembro, mas vale destacar que, no cotidiano de sua prática pedagógica, o professor observe o desenvolvimento das crianças no que se refere aos avanços que elas apresentam em suas produções escritas. QUE CUIDADOS O PROFESSOR DEVE TER AO REALIZAR A SONDAGEM? Sugere-se que o docente, durante a realização da sondagem, fique atento aos seguintes cuidados: 1. Fornecer aos alunos um papel sem pauta a fim de que se possa verificar o alinhamento e a direção da escrita; 2. Selecionar uma lista de palavras que pertençam ao mesmo campo semântico e que façam parte de seu vocabulário utilizado em seu dia-a-dia; 3. Iniciar o ditado por uma palavra polissílaba, seguida por uma trissílaba, uma dissílaba e uma monossílaba. É importante o professor não alterar essa ordem, porque, caso os alunos escrevam segundo a hipótese da quantidade mínima de letras, poderão recusar-se a escrever se começarem pela palavra monossílaba. Por fim, o professor deve ditar uma frase utilizando uma das palavras da lista; Exemplo: Lista de palavras do campo semântico de ANIMAIS: BORBOLETA CAVALO GATO BOI Frase: O CAVALO COME CAPIM. 17/09/2021 15:53 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 4/7 4. Ditar as palavras e a frase normalmente, ou seja, sem silabar; 5. Observar, enquanto os alunos escrevem, suas reações e anotá- las; 6. Oferecer letras móveis aos alunos que, porventura, não queiram escrever, pois o importante é que todos realizem a atividade. 7. Solicitar, após o término do ditado, que os alunos leiam aquilo que escreveram, anotando o modo como eles realizam a leitura. 8. Pedir para a criança ler o que escreveu apontando com o dedo, caso o professor se depare com dificuldade em entender o que ela escreveu. COMO FAZER O DIAGNÓSTICO? Terminada a sondagem, o professor deve debruçar-se sobre a produção escrita dos alunos, analisá-la e, com base em seus conhecimentos acerca da psicogênese da língua escrita, identificar a hipótese de escrita em que o aluno está, a saber: a) Hipótese pré-silábica; b) Hipótese silábico (sem valor sonoro ou com valor sonoro); c) Hipótese silábico-alfabética; d) Hipótese alfabética. TOMADA DE DECISÃO 17/09/2021 15:53 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 5/7 De posse do diagnóstico, o professor deverá rever seu planejamento e realizar os agrupamentos dos alunos com base nas hipóteses mais próximas, formando duplas com um aluno MENOS COMPETENTE e outro MAIS COMPETENTE. Nessa direção, NÃO se recomenda a formação de duplas constituídas por: a) um aluno MENOS COMPETENTE e outro MENOS COMPETENTE OU b) um aluno MENOS COMPETENTE e outro MUITO MAIS COMPETENTE. Nessa direção, recomenda-se a formação de uma dupla constituída por um aluno que está na hipótese pré-silábica com um aluno que está hipótese silábica; um aluno que está na hipótese silábico-alfabética com um aluno que está na hipótese alfabética. Entretanto, não se recomenda formar uma dupla com um aluno que está na hipótese pré-silábica com um aluno que está na hipótese silábico-alfabética, por exemplo. PORTFÓLIO DE ACOMPANHAMENTO DOS ALUNOS Para que o professor possa fazer comparações entre os resultados de uma sondagem e outra, é de extrema importância que ele faça um portfólio de acompanhamento dos alunos. Recomenda-se que esse portfólio contenha os seguintes itens: 1. Capa 2. Relatório do professor 3. relatório do coordenador 4. Ficha diagnóstica 5. Anexo das atividades desenvolvidas durante a sondagem 17/09/2021 15:53 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 6/7 6. Outras informações que o professor e o coordenador julgarem relevantes. Para finalizar este tópico, vale salientar que, durante sua prática de alfabetização, o professor deve, a partir do diagnóstico a que chegou após a sondagem, realizar intervenções com vistas a levar o aluno a refletir sobre sua produção escrita e, por conseguinte, sobre o funcionamento da língua na sua modalidade escrita. Para tanto, sugere-se que ele faça perguntas como: “Por que você escreveu essa palavra dessa forma?”, “Você acha que tem mais alguma letra nessa sílaba ou nessa palavra?”, “Por que você colocou essa letra aqui?”, “Por que aqui escreveu essa palavra desse jeito e aqui de outro”?, “Se nós trocarmos a ordem das letras dessa palavra, ela continua a mesma palavra?” Enfim, há outras perguntas que o professor poderá fazer dependendo da manifestação escrita de cada aluno. O importante é provocar a criança por meio de intervenções para que ela possa pensar sobre aquilo que escreveu, corrigir seus erros e avançar em suas hipóteses sobre a escrita. Quiz Exercício A sondagem na alfabetização INICIAR Referências FERREIRO, Emília, O que está escrito em uma frase escrita? In: LEITE, Luci Banks (org.) Piaget e a Escola de Genebra. São Paulo: Cortez, 1992. 17/09/2021 15:53 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 7/7 FERREIRO, Emília, TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artmed, 1999. LEMLE, Miriam. Guia Teórico da Alfabetização. São Paulo: Ática, 2000. Tópico avaliado! ANTERIOR A psicogênese da língua escrita PRÓXIMO Métodos de alfabetização Índice Biblioteca (https://www.uninove.br/conheca- a- uninove/biblioteca/sobre- a- biblioteca/apresentacao/) Portal Uninove (http://www.uninove.br) Mapa do Site ® Todos os direitos reservados Ajuda? (https://ava.un idCurso=) https://www.uninove.br/conheca-a-uninove/biblioteca/sobre-a-biblioteca/apresentacao/ http://www.uninove.br/ https://ava.uninove.br/seu/AVA/help/help.php?idCurso= 17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 1/10 Marcar tópico Métodos de alfabetização Compreender o conceito de alfabetização; conhecer os métodos sintéticos e métodos analíticos de alfabetização; refletir sobre a aplicação desses métodos no processo de ensino-aprendizagem da escrita nos iniciais. AUTOR(A) PROF. NADIA CONCEICAO LAURITI AUTOR(A) PROF. FLAVIA RENATA ALVES DA SILVA ALFABETIZAÇÃO E SEUS MÉTODOS Vamos iniciar nossa conversa refletindo sobre o conceito de alfabetização? Ao pé da letra, a palavra “alfabetização” significa a ação de alfabetizar, ou seja, a ação de conduzir o sujeito à apropriação do alfabeto (um conjunto de letras dispostas em ordem estabelecida de modo convencional) para uso na comunicação escrita. Essa apropriação do sistema de escrita não significa apenas memorizar as letras do alfabeto, mas desenvolver uma competência linguística necessária no indivíduo para ler e interpretar os diferentes textos com os quais de para em seu cotidiano. Val (2006, p. 19) define alfabetização como NESTE TÓPICO 17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 2/10 “o processo específicoe indispensável de apropriação do sistema de escrita, a conquista dos princípios alfabético e ortográfico que possibilitem ao aluno ler e escrever com autonomia. Noutras palavras, alfabetização diz respeito à compreensão e ao domínio do chamado “código” escrito, que se organiza em torno de relações entre a pauta sonora da fala e as letras (e ouras convenções) usadas para representá-la, a pauta, na escrita”. ((VAL, 2006, P. 19)) Nesse sentido, considera-se alfabetizado o indivíduo que detém o domínio de habilidades linguísticas básicas na modalidade escrita da língua para a vida em sociedade. Para desenvolver esse domínio nos alunos, o professor dos anos iniciais precisa recorrer a algum método de alfabetização, conforme veremos a seguir. MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO Após a invenção da escrita, o homem sentiu a necessidade de transmiti-la de geração a geração, o que o levou a buscar algum “método” que levasse as pessoas a de fato decifrarem aquilo que estava escrito. Na antiguidade, existia apenas um método: o da cópia de textos consagrados, conforme pontua Cagliari: “Na antiguidade, os alunos alfabetizavam-se aprendendo a ler algo já escrito e depois copiado. Começavam com palavras e depois passavam para textos famosos, que eram estudados exaustivamente. Finalmente, passavam a escrever seus próprios textos. O trabalho de leitura e cópia era o segredo da alfabetização”. ((CAGLIARI, 1998, P. 15)) Mas, afinal, o que significa a palavra “método”? De acordo com Correa e Salch, “A palavra método tem sua origem no grego méthodos e diz respeito a caminho para chegar a um objetivo. Num sentido mais geral, refere-se a modo de agir, maneira de proceder, meio; em sentido mais específico, refere-se a planejamento de uma série de operações que se devem efetivar, prevendo inclusive erros estáveis, para se chegar a determinado fim”. ((CORREA E SALCH, 2007, P. 10)) Assim, se o objetivo do professor é desenvolver a competência leitora e escritora do aluno, ou seja, alfabetizá-lo, é comum sua preocupação em como fazer isso, que método (ou 17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 3/10 TAG: sala de aula, carteiras enfileiradas, alunos fazendo prova métodos) adotar a fim de desenvolver o processo de alfabetização de modo eficaz. Vale ressaltar que os métodos são importantes, mas não existe uma receita milagrosa para o trabalho de desenvolvimento da competência leitura e escritora dos alunos. Isso porque cada criança, por seu única, pode não aprender de forma igual ou semelhante às outras. E por essa razão que não se deve classificar um método como melhor ou pior do que outro, e sim adotar o método que funcione bem com essa ou aquela criança. Além disso, não basta ter conhecimento teórico acerca dos diferentes métodos de alfabetização, é preciso acompanhar, diariamente, os resultados do trabalho desenvolvido com os alunos, analisar e, quando necessário, refazer planejamentos e tomar decisões, como alerta Carvalho: “Para a professora, seja qual for o método escolhido, o conhecimento das suas bases teóricas é condição essencial, importantíssima, mas não suficiente. A boa aplicação técnica de um método exige prática, tempo e atenção para observar as reações das crianças, registrar os resultados, ver o que acontece no dia-a-dia e procurar soluções para os problemas dos alunos que não acompanham”. ((CARVALHO, 2008, p. 46)) Os métodos de alfabetização, há muito tempo colocados em prática nas escolas brasileiras, se dividem em métodos sintéticos e métodos analíticos(ou globais). Vamos conhecê-los? 17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 4/10 1. MÉTODOS SINTÉTICOS DE ALFABETIZAÇÃO Os métodos sintéticos de alfabetização consistem em o professor trabalhar as unidades menores da língua, partindo da parte para o todo, ou seja, das letras, sílabas até chegar às palavras e textos. Trata-se de métodos cujo objetivo central é alfabetizar o aluno a partir da decodificação dos sons que as letras representam, desenvolvendo, assim, sua consciência fonológica. São considerados métodos sintéticos: soletração, silabação e método fônico. Vamos conhecer um pouco de cada um deles? 1.1. MÉTODO DA SOLETRAÇÃO Soletrar significa dizer os nomes das letras como, por exemplo, EFE, ELE, EME, ENE, ERRE e daí por diante, depois juntá-las formando sílabas e, por conseguinte, palavras. O método da soletração, cujo objetivo central é ensinar a combinação de letras e sons, parte de unidades menores – as letras – que, quando se juntam, representam sons – as sílabas – as quais, por sua vez, formam palavras. Exemplo: C com A, CA; M com E, ME; L com O, LO = CAMELO. Trata-se de um método que tem como base a associação entre estímulos visuais e auditivos, pois ao nome da letra associa-se a forma visual. Quanto às sílabas, estas são aprendidas de cor, e as palavras que com elas são formadas são descontextualizadas. 1.2. MÉTODO DA SILABAÇÃO O método da silabação, como o nome já diz, tem como objetivo central tornar o aluno alfabetizado tendo como foco o trabalho com as sílabas. A Cartilha da Infância (Thomaz Galhardo, 1939) ilustra bem esse método, pois depois de mostrar as vogais e os ditongos aos alunos, apresenta-lhes as sílabas (va- ve-vi-vo-vu), que são embaralhadas nas duas linhas seguintes. Na sequência, vêm as palavras formadas por três letras (vai, viu, vou) seguidas de onze palavras contendo as sílabas estudadas ou “memorizadas”. Por fim, conclui-se cada lição com algumas frases sem ligação entre si, escritas sem a maiúscula na palavra inicial e sem pontuação: “vovó viu a ave”, “a ave vive e voa”, “vovô vê o ovo” e outras superficiais como essas. 17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 5/10 As lições seguem a seguinte ordem: no início são apresentadas as vogais, depois os ditongos, seguidos das sílabas constituídas das letras v, p, b, f, d, t, l, j, m, n. No final da cartilha, são mostradas as ditas “dificuldades ortográficas” bem como os dígrafos, as sílabas travadas (terminadas por consoantes) e as letras g, c, z, s, e x. 1.3. MÉTODO FÔNICO O método fônico de alfabetização consiste em o professor ensinar o aluno a identificar e produzir os sons representados pelas letras. Neste caso, ao invés de ensinar utilizando os nomes das letras, pois cairia no método da soletração, ensina-se pelos sons. Ou seja, não se diz EFE, EME, por exemplo, e sim [fê], [mê] [lê] e assim por diante. Atenção! Ouça a música ABC do Sertão, de Luiz Gonzaga, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=6CSTAaVREtg. Nela, o poeta mostra bem como se alfabetiza (ou pelo se alfabetizava) na região nordeste do país: pelo método fônico. O Método da Abelhinha é fônico, pois ao se trabalhar com a personagem abelhinha, cujo corpo tem de forma de um a (em letra cursiva), apresenta-se o som /aaaaaaa/ de forma prolongada para facilitar o reconhecimento da vogal “A”. O tronco de um índio representa a letra “I” e assim por diante. A alfabetização se dá, portanto, pela associação entre o desenho do personagem, a forma da letra e som (fonema). Outro método que também é fônico é o método da Casinha Feliz, que consiste em o professor utilizar o jogo, a dramatização, para desenvolver a aprendizagem do código escrito. O objetivo desse método é associar o formato da letra a um personagem que represente determinado som da língua. Durante muito tempo presentes nas escolas brasileiras, os métodos sintéticos são considerados os métodos tradicionais de alfabetização. Para colocá-los em prática, os professores recorriam às conhecidas cartilhas como material didático indispensável ao processo de aprendizagem da leitura e da escrita. 17/09/202115:54 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 6/10 TAG: Cartilha, apendizagem, comunicação TAG: Alfabetização, Aprendizagem, Empirismo 2. MÉTODOS ANALÍTICOS (OU GLOBAIS) Os métodos analíticos consistem em o professor utilizar as unidades maiores da língua, partindo do todo para as partes, ou seja, da palavra, da sentença (frase) ou do texto e analisá-los 17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 7/10 (decompô-los) em suas partes constituintes. São métodos analíticos: método da palavração, método da sentenciação e método do conto. 2.1. MÉTODO DA PALAVRAÇÃO O método da palavração consiste em o professor utilizar palavras-chave para ensinar as letras. O objetivo desse método é analisar (decompor) as partes da palavra, ou seja, as sílabas que, depois de combinadas entre si, formam novas palavras. Assim, se o professor selecionar a palavra TIJOLO, ele incialmente desmembrará essa palavra em sílabas e suas famílias silábicas, a saber: TIJOLO Sílabas: TI + JO + LO Para desmembrar a família silábica, sugere-se embaralhar a ordem. Assim, as famílias silábicas seriam, por exemplo: TI - TA - TU - TE - TO JU - JE - JI - JO - JA LE - LA - LO - LU - LI A partir dessa decomposição, formam-se novas palavras com a combinação das sílabas entre si. Exemplo: juntando-se a sílaba TE da primeira família com a sílaba LA da terceira família, tem- se a palavra LATE, e assim por diante. O método da palavra geradora de Paulo Freire também se classifica como um método da palavração, mas vale destacar que as palavras que o Patrono da Educação Brasileira selecionava para gerar outras palavras pertenciam ao universo vocabular dos aprendizes, no caso, os adultos analfabetos, o que tornava o processo de ensino-aprendizagem da língua muito mais significativo. 2.2. MÉTODO DA SENTENCIAÇÃO 17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 8/10 TAG: estágio, alfabetização, propostas O método da sentenciação consiste em o professor iniciar o ensino da língua nos anos iniciais a partir de frases sugeridas pelos próprios alunos. Essas frases são desmembradas em palavras, as palavras em sílabas e estas, por sua vez, em letras. 2.1. MÉTODO DO CONTO O método do conto consiste em o professor utilizar pequenas histórias para ensinar a ler e escrever. Como esse método é colocado em prática? O educador apresenta aos alunos a história completa, realizando uma espécie de pré-leitura e, em seguida, passa ao reconhecimento das palavras, depois das sílabas que formam as palavras e, por fim, a formação de novas palavras a partir das sílabas que foram desmembradas. Chegamos ao final deste tópico e imagino que você deva estar se perguntando: qual é o método mais eficaz para alfabetizar os aprendizes? A resposta é: conheça bem seus alunos e tome a decisão de que método (ou métodos) adotar para desenvolver neles uma aprendizagem significativa da leitura e escrita nos anos iniciais destinados à alfabetização. Se você adotar um dos métodos estudados nesta aula, mas não obtiver os resultados almejados, você poderá misturar um método analítico com um sintético, por exemplo, e acompanhar os resultados. Se forem positivos, estará no caminho certo. 17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 9/10 Quiz Exercício Métodos de alfabetização INICIAR Referências REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARVALHO, Maria Angélica Freire de (org.). Práticas de Leitura e Escrita. 1. Ed. Brasília: Ministério da Educação, 2006. CORREA, Djane Antonucci, SALCH, Bailon de Oliveira e et. al. Práticas de Letramento: Leitura, escrita e discurso. 1. Ed. São Paulo: Parábola editorial, 2007. GALHARDO, Thomaz. Cartilha da infância: ensino da leitura. 141. Ed. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1939. VAL, Maria da Graça Costa. O que é ser alfabetizado e letrado? 2004. In: CARVALHO, Maria Angélica Freire de (org.). Práticas de Leitura e Escrita. 1. Ed. Brasília: Ministério da Educação, 2006. 17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 10/10 Avalie este tópico ANTERIOR A sondagem na alfabetização PRÓXIMO Alfabetização e letramento Índice Biblioteca (https://www.uninove.br/conheca- a- uninove/biblioteca/sobre- a- biblioteca/apresentacao/) Portal Uninove (http://www.uninove.br) Mapa do Site ® Todos os direitos reservados Ajuda? (https://ava.un idCurso=) https://www.uninove.br/conheca-a-uninove/biblioteca/sobre-a-biblioteca/apresentacao/ http://www.uninove.br/ https://ava.uninove.br/seu/AVA/help/help.php?idCurso= 17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 1/8 Marcar tópico Alfabetização e letramento Conhecer a diferença conceitual entre alfabetização e letramento; refletir sobre as possibilidades de um trabalho de alfabetização e letramento como processos articulados. AUTOR(A) PROF. NADIA CONCEICAO LAURITI AUTOR(A) PROF. FLAVIA RENATA ALVES DA SILVA NESTE TÓPICO 17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 2/8 TAG: letramento, alfabetização, professor O QUE É ALFABETIZAÇÃO? A palavra “alfabetização” vem do verbo “alfabetizar”, que significa a ação de ensinar e aprender uma modalidade de linguagem fundamental para a vida em sociedade: a escrita. Nas palavras de Soares (2003, p. 14-15)), o conceito de alfabetização está relacionado à “aquisição de uma tecnologia – o sistema de escrita e as técnicas para seu uso”. Neste sentido, um indivíduo alfabetizado é aquele que sabe decodificar as letras e os sons que elas representam; tem habilidades motoras para manipular os instrumentos de escrita como lápis, caneta, teclado etc; consegue ler escrever de acordo com a regras gramaticais e ortográficas da língua; manipula corretamente os suportes de escrita como livros, revistas, jornais, entre outros. O QUE É LETRAMENTO? O conceito de “letramento” está relacionado ao domínio das funções sociais da escrita. O que isso significa? Significa que não basta o indivíduo conhecer as letras que usa na escrita, é preciso entender, na leitura, que elas traduzem o mundo a sua volta e, na escrita, saber manipulá-las de tal modo que, juntas, elas formem textos de diferentes gêneros por meio dos quais atuamos na sociedade. Neste momento, você deve estar se perguntando? Então, o sujeito letrado é aquele que domina os diferentes gêneros textuais? A resposta é: SIM. Mas o que são gêneros textuais? Vejamos a seguir: 17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 3/8 GÊNEROS TEXTUAIS Os gêneros são “espécies” de textos com nome, forma e função socialmente reconhecidos. Vejamos: quando lemos um texto cujas características são: conta uma história envolvendo personagens animais e apresenta uma moral da história, seja explícita ou implícita, já o reconhecemos como uma fábula. A linguagem da fábula é metafórica, simbólica, pois os personagens acabam representando tipos humanos, uma vez que agem e se comportam como as pessoas na sociedade. Agora, note: 1. Qual o nome do texto? Resposta: Fábula. 2. Quais as características formais? Resposta: é narrativo, pois conta uma história, os personagens são animais, a linguagem é metafórica e apresenta uma moral da história. 3. Qual a função social? Resposta: Transmitir um ensinamento. Portanto, estamos diante de um gênero, no caso, o gênero fábula, que é diferente do gênero história em quadrinho, da propaganda, do anúncio, da receita culinária, da placa de trânsito, da lista de compra, da certidão de nascimento, enfim, diferente de tantos outros gêneros textuais que circulam na sociedade e dos quais precisamos e deles fazemos uso em nosso cotidiano.Vale salientar que é por meio dos gêneros textuais que a língua, tanto oral quanto escrita, se materializa. De acordo com os PCNs de Língua Portuguesa, “Os gêneros são determinados historicamente. As intenções comunicativas, como parte das condições de produção dos discursos, geram usos sociais que determinam os gêneros que darão forma aos textos. É por isso que, quando um texto começa com “era uma vez”, ninguém duvida de que está diante de um conto, porque todos conhecem tal gênero. Diante da expressão “senhoras e senhores”, a expectativa é ouvir um pronunciamento público ou uma apresentação de espetáculo, pois sabe-se que nesses gêneros o texto, inequivocamente, tem essa fórmula inicial. Do mesmo modo, pode-se reconhecer outros gêneros como cartas, reportagens, anúncios, poemas, etc” 17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 4/8 ((BRASIL, 1997, p. 23)) Quando afirmamos que precisamos dos gêneros textuais para vivermos em sociedade, estamos dizendo que recorremos a um determinado gênero para atender às nossas necessidades. Assim, se precisamos nos locomover na cidade, utilizamos, por exemplo, o gênero placa de trânsito; se precisamos fazer um bolo, utilizamos o gênero receita culinária; se precisamos fazer alguma solicitação, recorremos ao gênero requerimento, e assim por diante. É por essa razão que dominar a língua nas suas mais diferentes manifestações é condição indispensável para atingirmos níveis mais elevados de letramento. Ou seja, quanto mais gêneros textuais dominamos, mais letrados nós somos. Isso significa dizer que precisamos desenvolver habilidades de leitura e escrita de acordo as características de cada gênero, que envolvem, tanto aspectos formais quanto os objetivos comunicativos, interlocutores etc. Com relação aos aspectos formais, não é raro encontramos pessoas que não têm o domínio dos diferentes níveis de linguagem que devem usar em cada gênero, por isso cometem muitas inadequações linguísticas: usam, por exemplo, linguagem coloquial e abreviações próprias do mundo virtual em gêneros como artigo de opinião, requerimento, entre outros. É o gênero textual, portanto, que vai determinar o grau de formalidade ou de informalidade da linguagem que usamos. Nesse sentido, ao escrevermos o gênero bilhete, em geral, usamos uma linguagem informal, descontraída, diferente do gênero requerimento, no qual usamos uma linguagem formal. Neste momento, você deve estar se questionando: então, uma pessoa pode ser alfabetizada, mas ter um nível de letramento baixo se ela não souber, na leitura, interpretar os objetivos de cada gênero e, na escrita, não souber adequar a linguagem de acordo com o gênero, seus objetivos comunicativos e o interlocutor? A resposta é: SIM. A sociedade atual exige cada vez mais que as pessoas sejam alfabetizadas e letradas, contudo “é possível encontrar pessoas que passaram pela escola e são alfabetizadas, mas não são letradas" (VAL, 2006, p. 23), pois, ainda que tenham domínio do sistema alfabético, não desenvolveram habilidades de usos da língua nos diferentes contextos comunicativos. Da mesma forma que há indivíduos alfabetizados, mas não são letrados, existem analfabetos com certo nível de letramento, conforme explicita Soares: 17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 5/8 “Um adulto pode ser analfabeto e letrado: não sabe ler nem escrever, mas usa a escrita: pede a alguém que escreva por ele, dita uma carta, por exemplo (e é interessante que, quando dita, usa as convenções e estruturas linguísticas próprias da linguagem escrita, evidenciando que conhece as peculiaridades da linguagem escrita) – não sabe escrever, mas conhece as funções da escrita, usa-as, lançando mão de um “instrumento” que é o alfabetizado (que funciona como uma máquina de escrever...); pede a alguém que leia para ele a carta que recebeu, ou uma notícia de jornal, ou uma placa na rua, ou a indicação do roteiro de um ônibus – não sabe ler, mas conhece as funções da escrita, e usa-a, lançando mão do alfabetizado. É analfabeto, mas é, de certa forma, letrado, ou tem um certo nível de letramento”. ((SOARES, 2009, p. 24)) Ilustra bem o que diz a autora o Filme “Central do Brasil”, em que os analfabetos recorrem à personagem Dora, interpretada pela atriz Fernanda Montenegro, para escrever cartas cujos destinatários são seus entes queridos que estão longe. Ela faz o papel de escriba, mas são eles que ditam a carta, sabem o formato e as características da escrita desse gênero textual, só não sabem escrevê-la. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: PROCESSOS ARTICULADOS Muitos professores alfabetizadores podem pensar que devem, primeiro, alfabetizar para, depois, letrar, como se a alfabetização fosse uma espécie de preparação para o letramento. Faz-se necessário destacar que alfabetização e letramento são processos diferentes, mas complementares e inseparáveis, logo o professor não deve escolher entre alfabetizar e letrar, mas alfabetizar letrando. Para tanto, ele pode escolher um método global de alfabetização como, por exemplo, um gênero como rótulo, placa de trânsito, trabalhar a leitura do texto, suas características linguísticas, sua função na sociedade e explorar as palavras-chave e analisar suas estruturas silábicas, a ortografia etc. E quando começa o letramento? O letramento se inicia no momento em que a criança começa a entrar em contato com as diferentes manifestações escritas na sociedade, como placas, rótulos, embalagens, cartazes, faixas, letreiros de ônibus, entre outras, e estende-se pelo resto de suas vidas por meio da crescente possibilidade de participação nas práticas sociais que envolvem a língua escrita: leitura e/ou escrita dos gêneros história em quadrinho, conto, romance, artigo científico, resenha, propaganda etc. Sendo assim, 17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 6/8 TAG: escrita, alfabetização, letramento alfabetizar na perspectiva do letramento é contemplar as mais diferentes manifestações de escrita com as quais os alunos se deparam mesmo antes de frequentar a escola e, à medida que o tempo vai passando, vão tomando conhecimento de tantos outras manifestações escritas. Isso porque, de acordo com o Programa de Formação de Professores dos Anos iniciais do Ensino fundamental-Pró-Letramento, “Os alfabetizandos vivem numa sociedade letrada, em que a língua escrita está presente de maneira visível e marcante nas atividades cotidianas, inevitavelmente, eles terão contato com textos escritos e formularão hipóteses sobre sua utilidade, seu funcionamento, sua configuração. Excluir essa vivência da sala de aula, por um lado, pode ter o efeito de reduzir e artificializar o objeto de aprendizagem que é a escrita, possibilitando que os alunos desenvolvam concepções inadequadas a respeito desse objeto. Por outro lado, deixar de explorar a relação extraescolar dos alunos com a escrita significa perder oportunidades de conhecer e desenvolver experiências culturais, ricas e importantes para a integração social e o exercício da cidadania”. ((BRASIL, 2007, p.13)) Portanto, uma prática pedagógica que leve em consideração, de modo articulado e simultâneo, a alfabetização e o letramento se mostra bastante adequada e proveitosa para o desenvolvimento da competência leitora e escritora dos alunos. 17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 7/8 TAG: jornal, educação, sala de aula, alunos, letramento Quiz Exercício Alfabetização e letramento INICIAR Referências BRASIL (1997). Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa / Ensino de primeira à quarta série. BRASIL (2008). Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Pro-Letramento: Programa de Formação Continuadade Professores dos Anos/Séries Iniciais do Ensino Fundamental. 17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 8/8 CORREA, Djane Antonucci, SALCH, Bailon de Oliveira e et. al. Práticas de Letramento: Leitura, escrita e discurso. 1. Ed. São Paulo: Parábola editorial, 2007. SOARES, Magda Becker. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. VAL, Maria da Graça Costa. O que é ser alfabetizado e letrado? 2004. In: CARVALHO, Maria Angélica Freire de (org.). Práticas de Leitura e Escrita. 1. Ed. Brasília: Ministério da Educação, 2006. Avalie este tópico ANTERIOR Métodos de alfabetização PRÓXIMO Alfabetização e novas tecnologias Índice Biblioteca (https://www.uninove.br/conheca- a- uninove/biblioteca/sobre- a- biblioteca/apresentacao/) Portal Uninove (http://www.uninove.br) Mapa do Site ® Todos os direitos reservados Ajuda? (https://ava.un idCurso=) https://www.uninove.br/conheca-a-uninove/biblioteca/sobre-a-biblioteca/apresentacao/ http://www.uninove.br/ https://ava.uninove.br/seu/AVA/help/help.php?idCurso= 17/09/2021 15:55 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 1/9 Marcar tópico Alfabetização e novas tecnologias Discutir os pressupostos e desafios impostos ao alfabetizador no contexto das novas tecnologias que estão presentes no século XXI. AUTOR(A) PROF. NADIA CONCEICAO LAURITI AUTOR(A) PROF. FLAVIA RENATA ALVES DA SILVA NESTE TÓPICO Referências 17/09/2021 15:55 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 2/9 TAG: Tecnologias digitais, infraestrutura tecnologica, NGN A aprendizagem da língua escrita acompanha o tempo histórico em que se vive. Houve uma época em que o lápis e o papel eram os únicos recursos disponíveis para se escrever dentro ou fora da escola. Com o passar do tempo, primeiro surgiram as máquinas de escrever e depois os computadores. As salas de aula não se apropriaram desses recursos. Os computadores hoje, invadiram todos os ambientes e fazem parte da rotina das pessoas que as utilizam socialmente para escrever. Por essa razão, a escola não pode ignorar esse novo contexto da escrita no processo de alfabetização. Claro está, entretanto, que a simples presença de novas tecnologias não garante a aprendizagem das crianças. É preciso que a mediação do professor propicie desafios e reflexões sobre a leitura e a escrita. Mesmo antes de ler e escrever convencionalmente, a criança pode interagir com o computador por meio de atividades voltadas para a alfabetização. Afinal, muitas crianças têm contato com as letras nos teclados do computador ou dos celulares e podem usá-las para escrever palavras de acordo com suas hipóteses, mesmo que não seja da forma convencional. INSERIR OBJETO (CRIANÇA INTERAGINDO COM O COMPUTADOR) 17/09/2021 15:55 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 3/9 Como você já viu, na década de 1980, Emília Ferreiro revolucionou as práticas de alfabetização ao pesquisar o modo como as crianças aprendem e as fases pelas quais passam, apoiando seu estudo na Epistemologia Genética de seu orientador Jean Piaget. À época, suas ideias sobre a aquisição da leitura e da escrita pela criança estavam reunidas principalmente na obra “Psicogênese da Língua Escrita” que, desde 1985, passou a ser uma referência para os alfabetizadores. Para a pesquisadora argentina, a alfabetização não é um estado, mas um processo longo “de início incerto e de final impossível”, ou seja, não é possível precisar o início dessa aprendizagem nem a sua conclusão, pois as mudanças tecnológicas no mundo contemporâneo impõem novas aprendizagens sobre a leitura e a escrita. Para ela, estar alfabetizado no século XXI implica poder transitar de modo eficiente por entre as novas práticas sociais ligadas à escrita nos atuais contextos mediados pelas novas tecnologias. Os professores e os alunos mudaram com a utilização dos novos recursos de comunicação que foram criados e que trazem à cena novos tipos de textos, originando novos comportamentos leitores e escritores, que precisam ser estudados e utilizados também no processo de alfabetização. No livro “O Ingresso na Escrita e nas Culturas do Escrito”, publicado em 2013, Emília Ferreiro afirma que os recursos tecnológicos não são a salvação para o déficit da alfabetização, porém com a ajuda deles ocorrem práticas que auxiliam esse processo e o trazem para um contexto compatível com o espaço- tempo atual. Nessa obra, a autora destaca algumas contribuições das tecnologias para o ensino da leitura e da escrita: - Elas tornam mais acessíveis às crianças uma grande diversidade de textos, aspecto esse que é essencial na alfabetização; - As tecnologias favorecem mais autonomia para o aluno que tem à sua disposição ferramentas como, por exemplo, corretores ortográficos que apontam problemas da escrita independentemente das intervenções do professor; - As tecnologias apresentam-se também como fonte alternativa de informações, para além dos livros didáticos e dos professores. Emília Ferreiro não utiliza o termo “letramento”, mas o incorpora ao processo de alfabetização, vale dizer, trata da alfabetização em um contexto de letramento. Muitos 17/09/2021 15:55 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 4/9 pesquisadores como Magda Soares e Roxane Rojo separam os dois termos e chamam as técnicas de codificação e decodificação de “alfabetização” e a compreensão e os usos sociais da escrita de letramento. Para Emília Ferreiro, Ana Teberosky e Telma Weisz, entretanto, entender a aprendizagem do sistema de escrita como uma etapa técnica e independente do ingresso à cultura letrada é um equívoco. Uma deve andar sempre ao lado do outro, pois apesar de serem processos diferentes eles são inseparáveis. É preciso alfabetizar letrando. O letramento digital das crianças A alfabetização é resultante de um longo processo que abrange maturidade, psicomotricidade, memorização, vivências individuais e coletivas de letramento, consciência fonológica, estímulos orais e escritos. Diante desse contexto são construídos os conceitos de letras, sílabas, palavras, textos... Assim, as atividades oferecidas aos alunos nesse processo precisam ser muito variadas. Os estímulos podem utilizar não apenas massa de modelar, lápis de cor, giz de cera, tintas, papéis variados, mas também telas de computador, tablets etc. Engana-se quem acredita que a tecnologia só oferece jogos para distrair as crianças. Muitos aplicativos são destinados à alfabetização, estimulando habilidades cognitivas, motoras, visuais, espaciais e auditivas. INSERIR OBJETO – CRIANÇA INTERAGINDO COM TABLET/COMPUTADOR Emília Ferreiro defende que alfabetizar no século XXI inclui todos os objetos em que circulam textos e imagens. Para ela, “Alfabetização digital” é um termo que tem sido usado para designar um tipo de aprendizagem da escrita que envolve signos, gestos e comportamentos necessários para ler e escrever no computador e em outros dispositivos digitais. Podemos pensar em uma alfabetização feita com instrumentos digitais como um tipo de letramento em que se cruzam diferentes sistemas de representação (letras, sinais gráficos, ícones, cores, sonoridades, imagens fixas e em movimento) no mesmo suporte. Esses sistemas interferem no gesto de escrever e no próprio pensamento da criança sobre o funcionamento da escrita. 17/09/2021 15:55 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 5/9 As pesquisas realizadas por Emília Ferreiro evidenciam que o computador não interfere na construção do conceito de representação da escrita alfabética, entretanto a suautilização influencia a criança em outros aspectos como: - Na ideia que a criança cria sobre espaçamento e sobre a disposição do texto na página; - Nos tamanhos e formas das letras com as quais ela interage; - No papel dos ícones e símbolos em oposição às letras e números etc. Para a pesquisadora argentina, o cruzamento entre os signos verbais e visuais cada vez mais influenciará na aprendizagem da escrita e, por essa razão, a escrita no computador precisa fazer parte dos saberes e práticas ensinados e praticados na escola, pois vários gestos da cultura digital as crianças aprendem também fora da escola por meio de celulares, jogos, brinquedos eletrônicos etc. As crianças precisam aprender a ligar a máquina, compreender a composição do teclado, os símbolos que nele aparecem, identificar a função de cada tecla, além de também saber digitar as letras, operar com a tela, interagir com os ícones e manusear o mouse. Dessa forma, essa espécie de alfabetização digital é um dos componentes do letramento digital e ambos devem ser ensinados pelo alfabetizador, pois a escola não pode mais ignorar esse novo entorno tecnológico que promove importantes mudanças nas práticas de leitura e de escrita. Como se vê, essas mudanças tecnológicas trouxeram maiores exigências ao trabalho do alfabetizador, porque ocorreram alterações nas práticas da leitura e da escrita no mundo contemporâneo. Hoje, as situações de leitura e escrita são mais complexas, mas o esforço cognitivo das crianças para compreenderem o sistema de escrita alfabética que permite desvendar a relação entre a língua oral e as marcas escritas, isto é, entre os fonemas e os grafemas, mantém-se. Por essa razão, permanece também a necessidade de se colocar as crianças desde muito cedo, em contato com a escrita nos diferentes suportes 17/09/2021 15:55 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 6/9 Qual a idade para se alfabetizar? Emília Ferreiro e outros pesquisadores sobre a alfabetização insistem na ideia de que a criança “não pede permissão ao adulto” para se alfabetizar. Trata-se de um processo que se inicia muito cedo desde que as oportunidades de contato com a cultura escrita sejam dadas. Cabe ao professor identificar por meio de sondagens periódicas se o processo já começou e em que fase se encontra a criança, já que ela já chega â escola sabendo muita coisa. É preciso o reconhecimento pelo professor dos saberes que ela já traz para a escola. O linguista e especialista em alfabetização Luiz Carlos Cagliari defende que aos 5 anos uma criança está mais do que pronta para ser alfabetizada, basta o professor desenvolver um trabalho correto de ensino e de aprendizagem na sala de aula. Nessa idade, ela já conheceu celulares, computadores, tabletes e já pode ter interagido com diferentes suportes da escrita “Por razões ideológicas, interesses políticos e econômicos, somadas, a uma postura tradicionalista de pessoas que trabalham nos órgãos públicos da educação, ficou estabelecido que a alfabetização, no Brasil, começaria aos 6 anos [...] Duvidar da capacidade de aprender das crianças de 5 anos é um grande equívoco” ((CAGLIARI, 2009, p.108)) Outra questão debatida pelo linguista é a discussão sobre em quanto tempo se alfabetiza. A esse respeito o autor afirma: “Se a escola eliminar o entulho do período preparatório, se for clara e objetiva, priorizando a decifração da escrita como segredo da alfabetização e dedicando uma hora por dia às atividades específicas, todos os alunos aprenderão a ler (com mais ou menos dificuldade) em dois ou três meses de trabalho. Esse é o tempo suficiente para que os alunos aprendam a decifrar o que está escrito” ((CAGLIARI, 2009, p.111)) Não é possível pensar em escrita como CODIFICAÇÃO, como um código de barras, mas sim como um sistema de representação em que é preciso associar fonemas e grafemas. Para que isso ocorra é preciso uma imersão da criança na cultura escrita por meio da interação com diferentes objetos sociais como livros, calendários, revistas, gibis, dicionários, jornais, livros de receitas, livros de histórias infantis, coletâneas de lendas, computadores, tablets, celulares etc... 17/09/2021 15:55 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 7/9 Já a partir da Educação Infantil, a criança deve ser introduzida no universo da cultura escrita. Para poder ter acesso aos diferentes suportes da escrita. Emília Ferreiro insiste na importância das bibliotecas de sala (“cantinhos de leitura”) que são imprescindíveis tanto na Educação Infantil quanto nos anos iniciais do Ensino Fundamental. DE OLHO NA PRÁTICA 1 ALFABETIZAÇÃO E JOGOS DIGITAIS Os jogos digitais têm um papel importante no processo de alfabetização, pois desenvolvem a concentração, o raciocínio lógico além de incentivar a leitura e a escrita, pois o ato de jogar exige movimentação mental e permite que a criança explore suas hipóteses sobre a escrita para avançar pelas etapas da alfabetização por meio da experimentação. Débora Garofalo em interessante artigo de outubro de 2017 apresenta algumas ferramentas digitais que ajudam na alfabetização e tornam o ambiente de aprendizagem lúdico, interativo e envolvente. Para maior detalhamento pesquise: 1. Aulas animadas desenvolvidas pelo Instituto Paramintas e reúnem uma serie de jogos relacionados à alfabetização. Essa plataforma oferece propostas de plano de aula e propostas pedagógicas nessa área. 2. Ludo primeiros passos – A ferramenta é bem atrativa e colorida, além de apresentar recursos que auxiliam e exploram os diferentes níveis de alfabetização ao associar sons a imagens, aumentando a complexidade de acordo com o avanço das crianças, chegando a sílabas, palavras e frases. 3. Escola Games que traz uma série de jogos educativos em que destacam: a) Forme Palavras; b) Voo Mágico; c) Alfabeto de Bolhas. 4. Tux Paint que permite que as crianças possam livremente criar suas histórias de uma forma lúdica; 5. HagáQuê é um software educativo de apoio à alfabetização que foi desenvolvido pela Unicamp e auxilia as crianças a criarem histórias em quadrinhos. 6. Livros Digitais – Desenvolvido pelo Instituto Paramintas, permitindo que as crianças avancem na alfabetização, criando e 17/09/2021 15:55 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 8/9 compartilhando suas próprias histórias. Esse programa permite escolher quatro layouts, adicionando fotos, ilustrações e textos. A autora conclui o artigo mostrando a importância de o professor investir no planejamento e no contexto em que os ambientes digitais serão utilizados, considerando sempre a hipótese de escrita em que seus alunos estão propondo as atividades em duplas produtivas. INSERIR OBJETO: IMAGEM DE CRIANÇAS JOGANDO SAIBA MAIS Para conhecer outras ferramentas interativas que auxiliam na alfabetização consulte: http://porvir.org (http://porvir.org/). O portal “Porvir” dá algumas outras dicas de recursos digitais e plataformas que podem ser aplicadas na alfabetização: A. Pé de Vento (ambiente digital de aprendizagem com jogos, músicas, contação de histórias voltado para alunos do primeiro ano. A plataforma é gratuita e está disponível na Educopédia). B. Tartaruga Turbinada (livro digital) que permite que a criança leia e interaja com a história, mesmo sem estar completamente alfabetizada. O livro possui acesso gratuito e está disponível online). C. Forma palavras (Jogo online que estimula a leitura e a escrita. O jogo simula o cenário de uma fábrica e solicita que os jogadores organizem letras até formarem a palavra indicada pela imagem. DE OLHO NA PRÁTICA 2 Escolha um dos jogos digitais sugeridos nesta aula e elabore
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