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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

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17/09/2021 15:51 AVA UNINOVE
https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 1/7
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tópico

A linguagem humana: conceito e tipos de
linguagem
Conceber a linguagem como um sistema abrangente de códigos capazes de dizer algo; refletir sobre o papel da
linguagem como uma ferramenta imprescindível para o funcionamento da sociedade; reconhecer os tipos de
linguagem, verbal, não-verbal e mista; compreender a língua como uma linguagem capaz de diferenciar o homem
dos demais animais; entender que alfabetizar significa ensinar a língua e explorar as múltiplas linguagens que
circulam na sociedade.
AUTOR(A)
PROF.
NADIA
CONCEICAO
LAURITI
AUTOR(A)
PROF.
FLAVIA
RENATA
ALVES DA
SILVA
    
O QUE É LINGUAGEM?
            Considerando que a palavra ?comunicação? significa a
ação de tornar comum, o homem, por ser um indivíduo
eminentemente social, já que depende dos outros para garantir
sua existência no mundo, precisa interagir com eles, tornando
comuns suas ideias, sentimentos, valores, costumes, crenças etc.
Ou seja, o homem precisa comunicar-se e, para tanto, recorre a
um código comum aos outros homens. A esse código damos o
nome de linguagem. Chegamos, então, à pergunta: o que é
linguagem?
NESTE TÓPICO


17/09/2021 15:51 AVA UNINOVE
https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 2/7
TAG: Tabagismo, Gravidez, Gravidez de Risco
         Linguagem é um sistema abrangente de códigos semióticos
capazes de dizer algo e de estabelecer interação entre os homens.
Isso significa dizer que, quando o homem tem a necessidade de
dizer algo, pode recorrer a um gesto, às cores, a um som, a uma
imagem e às palavras, faladas e/ou escritas, por exemplo. Em
outras palavras, se o homem deseja dizer para o outro (ou
outros) que carece de paz, ele pode desenhar ou soltar uma
pomba branca, ou simplesmente bradar a palavra PAZ, ou ainda
escrevê-la em um cartaz. Chegamos, aqui, a outra pergunta:
existem tipos diferentes de linguagem?
            A resposta é SIM. Existem dois tipos de linguagem: a
linguagem não-verbal e a verbal. A primeira compreende todo e
qualquer código socialmente reconhecido que serve para
estabelecer comunicação entre os homens, mas que não é
constituído por palavras: os gestos, as cores, os desenhos, os
emoticons, a dança, os sons, entre outros. Já a segunda
compreende, essencialmente, o uso de palavras, faladas ou
escritas, isto é, a linguagem verbal é a própria língua de um povo.
            Vivemos em sociedade na qual as pessoas recorrem a
múltiplas linguagens para veicularem as mais diferentes
mensagens, razão por que é comum nos depararmos com textos
em linguagem não-verbal, textos em linguagem verbal ou textos
mistos, isto é, em linguagem verbal e não-verbal ao mesmo
tempo.
Veja a seguir um exemplo de texto em linguagem não-verbal:
           Como se vê, essa imagem é autossuficiente para transmitir
a mensagem “Proibido fumar e consumir bebida alcoólica na
gestação”, ou seja, não precisa de nenhuma palavra para cumprir
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17/09/2021 15:51 AVA UNINOVE
https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 3/7
TAG: leitura, compreensão, interpretação do texto
seu papel comunicativo na sociedade, por isso trata-se de um
texto em linguagem não-verbal.
        Agora veja a seguir exemplo de texto em linguagem verbal:
          Note que, neste caso, o código usado para transmitir a
mensagem foi a própria língua portuguesa escrita, o que
configura, portanto, um texto em linguagem verbal. Vale lembrar
que, quando falamos, produzimos sons da língua, pronunciamos
palavras, logo também construímos textos em linguagem verbal,
neste caso, produzimos textos em linguagem verbal falada.
         Agora veja a seguir exemplo de texto em linguagem mista:

17/09/2021 15:51 AVA UNINOVE
https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 4/7
TAG: linguagem, linguagem mista, Mafalda
        Observe que, no texto acima, se fazem presentes tanto a
linguagem não-verbal (as imagens, os desenhos) quanto a
linguagem verbal, expressa pelas falas dos personagens, o que
configura o uso da língua. Trata-se, portanto, de um texto em
linguem mista: verbal e não-verbal.
        Esses exemplos nos mostram que, para vivermos em
sociedade, recorremos a diferentes linguagens, entre as quais,
merece destaque a própria língua. Em se tratando de língua, mais
uma pergunta surge neste momento: afinal, o que é língua?
        A língua é uma linguagem que diferencia o homem dos
demais animais, pois só os humanos a utilizam como ferramenta
para traduzir o pensamento. Aqui, cabe outra pergunta: os outros
animais também se comunicam? A resposta é SIM. Basta
observar que, quando um cachorro, por exemplo, abana o rabo
como demonstração de felicidade ao ver o dono, está se
comunicando, porém não está falando nem escrevendo um
código por meio do qual pensa, raciocina. Essa é uma
prerrogativa, essencialmente, dos humanos. A língua é, pois, uma
linguagem que nos humaniza. Ademais, a língua é uma
linguagem que se articula em alguns níveis, a saber:
a) Nível fonológico: é o nível que diz respeito aos sons de uma
língua, os quais nos permitem distinguir uma palavra de outra. É
o caso, por exemplo, da oposição que fazemos entre as palavras
“fila” e “vila”, em que a troca do som [f ] pelo som [v] gera uma
nova palavra. É por meio do nível fonológico que diagnosticamos
o nível linguístico em que a criança está no processo de
alfabetização: pré-silábico, silábico sem valor sonoro, silábico
com valor sonoro etc.
b) Nível morfológico: é o nível que diz respeito ao estudo da
palavra quanto a sua (1) estrutura, (2) classificação e (3)
formação. Isso significa dizer que, no primeiro caso, uma palavra
pode apresentar em sua estrutura alguns elementos tais como:
radical, desinências de gênero, de número, de pessoa, de tempo
etc, além de afixos (prefixos e sufixos). Já no segundo caso,
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17/09/2021 15:51 AVA UNINOVE
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dizemos que a morfologia nos permite reconhecer, por exemplo,
uma ação (verbo), um nome (substantivo), uma característica
(adjetivo), uma circunstância (advérbio), ou seja, a morfologia
também nos permite colocar as palavras em classes. Por fim, a
morfologia nos permite observar que as palavras são formadas a
partir de outras, o que chamamos de processos de formação de
palavras: a derivação e a composição, por exemplo. É por meio do
nível morfológico que detectamos uma criança que ainda não
internalizou a gramática da língua a que foi exposta quando ela
diz, por exemplo, “fazi” (para dizer fiz) e “sabo” (para dizer sei).
c) Nível sintático: é o nível que diz respeito à articulação das
palavras na frase, das frases no período e dos períodos no
parágrafo e dos parágrafos no texto. É esse nível que garante
clareza e fluidez nos discursos que produzimos. É por meio do
nível sintático que uma frase produzida por uma criança no
processo de alfabetização está inteligível ou não, isto é, se uma
criança escreve “pai o meu trabalhar foi” (para dizer “o meu pai
foi trabalhar”).
d) Nível semântico: é o nível que está relacionado ao significado
das palavras, de uma frase ou mesmo de uma expressão em
determinado contexto comunicativo. É por meio do nível
semântico que verificamos se uma criança compreende o
significado de uma palavra quando solicitamos que ela empregue
um sinônimo ou antônimo, por exemplo.
e) Nível pragmático: é o nível que diz respeito aos significados
que as palavras assumem em determinados contextos
comunicativos. É o caso, por exemplo, da palavra irado usada por
muitos jovens hoje em uma frase como: “Comprei um celular
irado”! Observe que, neste contexto, a palavra “irado” tem um
significado positivo, e não com seu significado próprio queria
seria “tomado de raiva, furioso”.
 
          Como se vê, a língua é uma linguagem que possui algumas
características que a diferenciam das outras linguagens, o que
nospermite afirmar que toda língua é linguagem, entretanto não
podemos afirmar que toda linguagem é língua.
         Salientamos, aqui, que a linguagem (incluindo-se a língua)
é um código socialmente reconhecido. Com essa afirmação,
estamos querendo dizer que um código o só é código se for
partilhado pelos membros de um grupo social, ou seja, as cores
do semáforo só são um código e, portanto, linguagem porque
todas as pessoas que vivem na cidade reconhecem em cada cor
daquelas uma mensagem: verde (siga), amarelo (atenção) e
vermelho (pare). Nesse sentido, as garatujas que uma criança faz
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17/09/2021 15:51 AVA UNINOVE
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no início do processo de alfabetização não constituem um código
porque só ela atribui significado para os rabiscos que traçou. À
medida que ela vai aprendendo o alfabeto, que é formado por um
conjunto de desenhos (letras) compartilhado por todo um grupo
social e que será usado para formar palavras e textos escritos,
está, pois, aprendendo um código: a linguagem escrita. E o que é
a escrita?
           A escrita é uma tecnologia inventada pelo homem para ser
usada na comunicação a distância. Trata-se de uma linguagem
verbal por meio da qual o homem circula com mais facilidade na
sociedade e exerce sua cidadania. É por essa razão que a escola
tem um papel fundamental na formação do indivíduo, pois, ao
alfabetizá-lo na perspectiva do letramento, está capacitando-o
para viver em melhores condições nos espaços sociais em que
está inserido.
          Vale ressaltar, contudo, que o trabalho do professor
alfabetizador não deve restringir-se apenas ao ensino da
linguagem verbal escrita, mas englobar, também, a linguagem
oral e a linguagem não-verbal, pois precisa ter em mente que seu
aluno viverá numa sociedade que funciona por meio de outros
códigos que não implicam, necessariamente, o uso do alfabeto. O
professor, portanto, explorar as múltiplas linguagens que
circulam na sociedade. Só assim estará desenvolvendo a
competência comunicativa de seus alunos.
Quiz
Exercício Final
A linguagem humana: conceito e tipos de linguagem
INICIAR 
Referências
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17/09/2021 15:51 AVA UNINOVE
https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 7/7

AGUIAR, Vera Teixeira. O verbal e o não-verbal. Editora UNESP, 2004.
LUFT, Celso Pedro. Língua e Liberdade. São Paulo: Ática, 2006.
TERRA, Ernani. Linguagem, língua e fala. São Paulo: Scipione, 1997.  
Tópico avaliado!


PRÓXIMO
Alfabetização: Breve histórico
 
Índice
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17/09/2021 15:52 AVA UNINOVE
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tópico

Alfabetização: Breve histórico
Conhecer como se deu a preocupação com o ensino e a aprendizagem da leitura e da escrita ao longo do processo
histórico.
AUTOR(A)
PROF.
NADIA
CONCEICAO
LAURITI
AUTOR(A)
PROF.
FLAVIA
RENATA
ALVES DA
SILVA
    
HISTÓRIA DA ALFABETIZAÇÃO
 
            A história da alfabetização está diretamente relacionada à
história da escrita, pois, com a invenção do sistema de escrita
como um código para as pessoas se comunicarem, surgiu a
necessidade dos indivíduos em decifrar e entender tal código. Em
outras palavras, não bastava a criação de símbolos (as letras)
para registrar ou comunicar algo, fazia-se necessário ensinar
como reconhecê-los, isto é, decodificá-los, razão pela qual
surgem as regras de alfabetização.
          As regras para alfabetizar, na Antiguidade, eram as
famigeradas cópias daquilo que já estava escrito, ou seja, as
pessoas iniciavam o processo de aprendizagem da escrita
NESTE TÓPICO

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https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 2/7
copiando palavras e, na sequência, frases e textos mais extensos,
conforme esclarece Cagliari:
Na antiguidade, os alunos alfabetizavam-se aprendendo a
ler algo já escrito e depois copiado. Começavam com
palavras e depois passavam para textos famosos, que
eram estudados exaustivamente. Finalmente, passavam a
escrever seus próprios textos. O trabalho de leitura e
cópia era o segredo da alfabetização. 
((CAGLIARI, 1998:15))
            Para tanto, as pessoas não precisam frequentar uma
escola, uma vez que, como afirma Cagliari (Op. Cit. p. 15), “a
curiosidade, certamente, levava muita gente a aprender a ler para
lidar com negócios, comércios e até mesmo para ler obras
religiosas ou obter informações culturais da época”. Assim, o
indivíduo que tivesse o desejo de aprender procurava alguém que
possuísse conhecimento da escrita para fazer o papel de
“professor”.
          Os rumos da aprendizagem da leitura e da escrita mudam
após o desenvolvimento industrial, responsável por uma nova
movimentação econômica, êxodo rural e revolução tecnológica, o
que fez emergir a necessidade de escolas, transformando em
alunos aquelas pessoas que, até então, aprendiam a ler e escrever
de modo individualizado. Nesse contexto, a escola tinha um
caráter utilitário, pois seu objetivo central era preparar as
pessoas para o mercado de trabalho, atendendo, assim, aos
interesses do capitalismo.
          Com a responsabilidade de alfabetizar os alunos, a escola
precisou adotar algum procedimento de ensino, o que fez
surgirem os métodos de alfabetização: os métodos sintéticos e
analíticos. Os primeiros consistem em ensinar o aluno a partir de
unidades menores como letras, sílabas até chegar a unidades
maiores como, por exemplo, palavras e frases; já os segundos
consistem em ensinar o aluno a partir de unidades maiores
como, por exemplo, palavras, decompondo suas partes, que
seriam as sílabas e letras de cada sílaba.
            Para colocar esses procedimentos metodológicos em
prática, o professor precisava de um recurso didático, o que fez
surgirem as cartilhas. Aqui no Brasil, tivemos um número
expressivo de cartilhas utilizadas em nossas escolas durante um
período de nossa história. E o que são cartilhas?
           Do ponto de vista etimológico, a palavra cartilha vem de
carta + ilha, para nomear um pequeno caderno no qual estão
dispostas, de modo sistemático, as letras do alfabeto e as
primeiras lições para o aluno ensinar/aprender a ler. Corrobora o
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TAG: CARTILHA, MÉTODO, SINTÉTICO
exposto Aurélio Buarque de Hollanda (1986) que, em seu
dicionário, afirma ser a cartilha um livro para aprender a ler, e
KooganIHouais (1998), para quem a cartilha é um livro para
ensinar a ler. Tais definições nos levam a inferir que
ensinar/aprender são os fundamentos metodológicos de
alfabetização, ficando para segundo plano os conhecimentos
linguísticos e textuais, que, segundo Maciel (2002) “são vistos
como agregados e/ou pós aprendizagem da leitura”. Para a
referida autora,
           Dentre as cartilhas utilizadas durante muito tempo
nas escolas brasileiras, destacam-se a “Caminho Suave”,
de Branca Alves de Lima, cuja publicação inicial se deu no
ano de 1950, a Cartilha Sodré e ABC da Infância.
((MACIEL, 2002, p. 149).)
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TAG: CARTILHA, MÉTODO, SINTÉTICO
            De acordo com Fioravanti, (1996 apud Maciel, 2002), a
Cartilha Caminho Suave chegou ao topo de maior sucesso
editorial do Brasil e maior representante da alfabetização
tradicional. Segundo Maciel,
A cartilha Caminho Suave desde a primeira edição foi
produzida pela própria editora "Caminho Suave" Limitada.
"Caminho Suave" é um exemplo de um material didático
que desde início foi umsucesso editorial, com mais de
uma edição anual composta de 100.000 cada uma. 
((MACIEL, 2002, P. 163))
              De acordo com Dietzsch (1970 apud Maciel, 2002), de
1950, data da primeira publicação, até 1971, as publicações da
Caminho Suave permaneceram inalteradas. Depois dessa data, as
alterações se deram em virtude do surgimento e disseminação de
manuais didáticos produzidos com base nos fundamentos do
método global de alfabetização (analítico), o que provocou uma
queda expressiva nas vendas da cartilha.
           Por ser um dos um dos livros conveniados pelo Instituto
Nacional do livro – Mec, a cartilha Caminho Suave foi distribuída
gratuitamente a todas as escolas púbicas do país até meados da
década de 1990, quando passou a ser alvo de críticas pela
comissão de avaliação do livro didático – PNLDlMec – que  a
reprovou.              
          Segundo as análises feitas por Maciel,
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As lições da cartilha iniciam-se apresentando as cinco
vogais associadas à ilustração, a de abelha, o desenho da
letra a corresponde o corpo da abelha, assim como, a
tromba do elefante forma o desenho da letra e. Em
seguida, são trabalhadas as sílabas ba, ca, da, na
sequência o alfabeto, os dígrafos, sempre com a mesma
estrutura, isto é, são destacadas as palavras-chave, que
por sua vez está diretamente relacionada a representação
icônica. Assim, como exemplo, a alça da jarra faz o
desenho do j de onde se destaca a sílaba ja de jarra,
pequenas sentenças - de duas a seis - palavras formadas a
partir das sílabas estudadas e a que vai ser estudada. O
livro apresenta uma estrutura simples, sequencial e
repetitiva quanto a organização da estrutura das lições e o
tipo de exercício. Esse último é restrito a cópias de
palavras e sílabas em letra cursiva (para a autora: letra de
mão).
((MACIEL, 2002, P. 164))
             Como se vê, a cartilha Caminho Suave, assim como tantas
outras largamente difundidas no Brasil, representa um modelo
de ensino fundamentado no método sintético de alfabetização,
pois começava pelas vogais, que depois juntadas às consoantes,
formavam sílabas e assim por diante. Nesse sentido, ler
significava apenas decodificar, ou seja, reconhecer e memorizar o
código linguístico.
            Só a partir dos anos 90, houve uma mudança nos rumos do
processo de alfabetização no país, que agora passa a tomar como
base a teoria da psicogênese da língua escrita de Emília Ferreiro
e Ana Teberosky, para quem a criança levanta hipótese sobre a
escrita, passando por estágios cujo início se dá na fase pré-
silábica até a fase alfabética. Quanto à concepção de leitura, esta
não é mais vista como mera decodificação, e sim como um
processo de construção de sentido dos mais diferentes gêneros
textuais que circulam na sociedade. Deixa de ser uma leitura
mecanicista e passa a ser uma leitura interativa, uma vez que ler
se torna uma ação de diálogo entre leitor, texto e autor.

17/09/2021 15:52 AVA UNINOVE
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TAG: Hipóteses sobre a língua escrita, Interação, Concepção de linguagem
Quiz
Exercício
Alfabetização: Breve histórico
INICIAR 
Referências
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o ba-be-bi-bo-bu. Ed. Scipione. São Paulo. 1998.
FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua escrita. Tradução de Diana
Myriam Lichetenstein, Liana Di Marco, Mario Corso. Porto Alegre: Artmed, 1999.
HOLANDA, Aurélio Buarque. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª ed.revista e
aumentada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1986.
KOOGANIHOUAISS. Enciclopédia e Dicionário ilustrado.3ª ed. Rio de Janeiro. 1998.

17/09/2021 15:52 AVA UNINOVE
https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 7/7

MACIEL, Francisca Isabel Pereira. As cartilhas e a história da alfabetização no Brasil:
alguns apontamentos. Disponível em
http://seer.ufrgs.br/index.php/asphe/article/view/30604/pdf
(http://seer.ufrgs.br/index.php/asphe/article/view/30604/pdf). Acesso em 20/07/2018.
Tópico avaliado!

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A linguagem humana: conceito e tipos
de linguagem
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PRÓXIMO
A psicogênese da língua escrita
 
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
A psicogênese da língua escrita
Conhecer os fundamentos teóricos da psicogênese da língua escrita; compreender as hipóteses que a criança
levanta sobre a escrita; interpretar a escrita do aluno para chegar a um diagnóstico sobre o nível linguístico em que
ela se encontra.
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NADIA
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PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA
                  Inicialmente, vamos pensar sobre o significado da palavra
psicogênese? Esse termo significa origem de todo e qualquer
conhecimento. Em se tratando do campo da aquisição da escrita,
psicogênese significa a origem do conhecimento da leitura e
escrita, isto é, de que forma a criança desenvolve sua
competência leitora e escritora, antes mesmo de compreender o
sistema de escrita. Daí o porquê de uma teoria intitulada
“Psicogênese da língua escrita”, de Emília Ferreiro e Ana
Teberosky.
        Apoiada no Construtivismo de Jean Piaget, essa teoria
explica como a criança constrói seu conhecimento da leitura e da
escrita, isto é, quais são as diferentes hipóteses que ela levanta
NESTE TÓPICO

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sobre o sistema de escrita mesmo que ainda não compreenda o
sistema alfabético. Inicialmente difundida, nos anos 70, em
países de língua espanhola e trazida para o Brasil nos anos 80, a
teoria psicogenética de aquisição da escrita influenciou,
fortemente, a prática pedagógica na educação infantil e nos anos
iniciais do ensino fundamental, equivocadamente confundida
com método de alfabetização.
        Não se trata de método, e sim de uma teoria segundo a qual
o aprendiz, à medida que se apropria da escrita, levanta
hipóteses sobre essa modalidade de linguagem com que se
depara nos mais diferentes contextos sociais e com ela estreita
contato na escola por meio da ação do professor. Tais hipóteses,
que se apoiam em conhecimentos prévios, assimilações e
generalizações, fornecem ao professor alfabetizador dados
importantes acerca dos níveis linguísticos dos alunos durante o
processo de alfabetização. De posse desses dados, o professor
decidirá que atitude tomar para que o aprendiz reflita sobre seus
erros e avance na aprendizagem da escrita. Neste momento, você
deve estar se perguntando: e quais essas hipóteses? Emília
Ferreiro e Ana Teberosky as chamam de: a) hipótese pré-silábica,
b) hipótese silábica, c) hipótese silábico-alfabética, d) hipótese
alfabética. Vamos conhecer cada uma delas?
         
A) HIPÓTESE PRÉ-SILÁBICA
                  É a hipótese segundo a qual a produção escrita da criança
revela que ela ainda não tem noção de sílaba, por isso “PRÉ-
SILÁBICA. Neste caso, a criança ainda não concebe a escrita
como um código de representação da fala, isto, não entende que
a escrita representa os sons que ela pronuncia ao falar a palavra.
É por essa razão que utiliza, em sua produção escrita, rabiscos,
desenhos, garatujas, letras e outros sinais gráficos, de modo que
só ela mesma entende aquilo que escreveu.
                  Além disso, a escrita de uma criança na hipótese pré-
silábica também pode revelar característica do objeto
representado.Assim, se ela for convidada a escrever a palavra
FORMIGA, ela pode representar esse animal assim: XM2, com
poucos sinais gráficos, uma vez que que se trata de um animal
pequeno; se for convidada e escrever a palavra BOI, pode ser que
ela represente esse animal assim: PX3LTUXTOOOOAVEMOXOAT,
com vários sinais gráficos, pois trata-se de um animal de grande
porte. Em outras palavras, a extensão da escrita depende do
tamanho do objeto representado pela escrita. Veja a seguir um
exemplo de escrita de uma criança que se encontra na hipótese
pré-silábica:
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TAG: alfabetização, escrita, pré-silábica
B) HIPÓTESE SILÁBICA
                  Nesta hipótese, a criança já tem noção de sílaba, pois já
segmenta a palavra em duas, três ou quatro “pedaços”, mas
imagina que apenas uma letra é suficiente para representar cada
sílaba. Assim, se a criança percebe que a palavra tem suas
sílabas, ela representa tal palavra utilizando em sua escrita
somente duas letras, uma para cada sílaba; se a palavra tem três
sílabas, ela utiliza três letras, e assim por diante. Essa escrita
pode ou não ter valor sonoro convencional, razão pela qual
muitos professores subdividem a hipótese silábica em silábica
sem valor sonoro e silábica com valor sonoro.
         Na hipótese silábica sem valor sonoro, a criança utiliza uma
letra para cada sílaba, mas a letra que utiliza não mantém
nenhuma relação com nenhum dos sons da sílaba. Imagine que
uma criança, ao ser convidada a escrever a palavra FORMIGA,
tenha escrito essa palavra assim: PTX. Observe que ela utilizou
três letras porque percebeu que a palavra em questão tem três
sílabas, mas note que a letra P não representa nenhum dos sons
da sílaba FOR-, assim como a letra T não representa nenhum dos
sons da sílaba MI-, e a letra X não representa nenhum dos sons
da sílaba GA. Veja a seguir um exemplo de escrita de uma criança
na hipótese silábica sem valor sonoro:
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TAG: alfabetização, escrita, silábico sem valor sonoro
            Já na hipótese silábica com valor sonoro, a criança
continua utilizando uma letra para cada sílaba, mas agora a letra
que ela usa representa um dos sons da sílaba, seja ela o som da
vogal ou da consoante. Imagine que ela, ao ser convidada a
escrever a palavra FORMIGA, tenha escrito essa palavra assim:
FMG. Observe que ela utilizou três letras porque percebeu que a
palavra em questão tem três sílabas e note também que a letra F
representa um dos sons da sílaba FOR-, no caso o som [f ], assim
como a letra M representa um dos sons da sílaba MI-, no caso, o
som [m] e a letra G representa um dos sons da sílaba GA, no caso,
o som [g]. Veja a seguir um exemplo de escrita de uma criança
que se encontra na hipótese silábica com valor sonoro:
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TAG: alfabetização, escrita, silábica com valor sonoro
TAG: alfabetização, escrita, silábica alfabética
C) HIPÓTESE SILÁBICO-ALFABÉTICA
          Neste estágio de aquisição da escrita, a criança se encontra
na transição entre o nível silábico, que acabamos de estudar, e o
próximo nível: o alfabético. Isso significa que ela representa
sílabas completas, com todas as letras, porque já percebeu todos
os sons de tais sílabas, mas representa outras sílabas com apenas
uma letra. Assim, se a criança for convidada a escrever a palavra
TOMATE, ela pode representá-la assim: TOAT. Essa escrita revela
que o ouvido da criança já detectou todos os sons da primeira
sílaba da palavra em questão, por isso representou cada um
desses sons com uma letra. Contudo, note que ela representa a
sílaba MA apenas com a letra A e sílaba TE somente com a letra
T.
          Na hipótese silábico-alfabética, o aprendiz está muito
próximo da escrita alfabética. Compete ao professor
alfabetizador o trabalho de refletir com a criança sobre o sistema
linguístico a partir da observação da escrita alfabética e da
reconstrução do código escrito. Veja a seguir um exemplo de
escrita de uma criança que se encontra na hipótese silábico-
alfabética:
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TAG: alfabetização, escrita, alfabética
D) HIPÓTESE ALFABÉTICA
                  Nesta fase, a criança atingiu um nível de consciência
fonológica bastante apurado, pois percebe todos os sons de todas
as sílabas, representando-as por completo. Assim, se a sílaba tem
dois sons, a criança a representa utilizando duas letras; se tem
três sons, ela a representa com três leras e assim por diante. É
importante salientar que se trata de uma escrita fonética, não
ortográfica. Assim, se a criança for convidada a escrever a palavra
EXAME, ela pode representá-la assim: “EZAMI”. O desafio que
cabe ao professor agora é tornar essa criança alfabetizada, ou
seja, caminhar em direção à escrita convencional, com correção
ortográfica e gramatical. Veja a seguir um exemplo de escrita de
uma criança que se encontra na hipótese alfabética:
IMPLICAÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS
                  Durante sua prática pedagógica, o professor que tome por
base o referencial teórico da Psicogênese da língua escrita
precisa levar em consideração que:
a) a produção escrita dos aprendizes revela erros construtivos,
cabendo ao professor interpretar esses erros, fazer um
diagnóstico das hipóteses linguísticas dos alunos e, de posse do
conhecimento dessas hipóteses, planejar atividades com vistas a
promover avanços na aquisição da escrita.
b) os avanços na escrita são diferentes para cada criança, uma
vez que as turmas são heterogêneas, afinal, estamos lidando com
pessoas, e cada ser humano é único e, portanto, tem suas
individualidades. 

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
Quiz
Exercício
A psicogênese da língua escrita
INICIAR 
Referências
FERREIRO, E. Reflexões sobre a alfabetização. São Paulo: Cortez, 1985.
FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas,
1985.
NEMIROVSKY, M. O ensino da linguagem escrita. Porto Alegre: Artmed, 2002.
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
A sondagem na alfabetização
Compreender o papel da sondagem como uma ferramenta eficaz para avaliar as hipóteses de escrita dos alunos dos
anos iniciais do ensino fundamental.
AUTOR(A)
PROF.
NADIA
CONCEICAO
LAURITI
AUTOR(A)
PROF.
FLAVIA
RENATA
ALVES DA
SILVA
    
NESTE TÓPICO

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TAG: sondagem, escrita, hipótese
O QUE É SONDAGEM?
                  A sondagem é uma ferramenta pedagógica eficaz para o
professor acompanhar o processo de aprendizagem da língua
escrita nos anos iniciais do ensino fundamental, pois ela fornece
informações relevantes quanto os avanços relativos à
alfabetização e, de posse dessas informações, o docente decidirá
que caminhos trilhar a fim de que as crianças continuem
avançando de uma fase a outra. Assim, se o professor
diagnosticar, por meio da sondagem, que um aluno está na
hipótese pré-silábica, por exemplo, deverá fazer uma revisão de
planejamento de ensino e recorrerá a estratégias que considerar
mais apropriadas para que o aprendiz atinja a hipótesesilábica, e
assim por diante.
 
COMO FAZER A SONDAGEM?
                  Recomenda-se que o professor faça uma lista de palavras
do mesmo campo semântico, ou seja, palavras que se relacionam
quanto ao significado. A título de exemplo: as palavras guarda-
sol, biquíni, conchas e areia pertencem ao campo semântico de
PRAIA; as palavras crisântemo, antúrio, cravo e rosa pertencem
ao campo semântico de FLORES; as palavras papagaio, cachorro,
bode e rã pertencem ao campo semântico de ANIMAIS.
Escolhidas as palavras, o docente deverá ditá-las sem permitir
que os alunos consultem outras fontes escritas.
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QUANDO FAZER A SONDAGEM?
Com relação à periodicidade, recomenda-se que a sondagem seja
realizada nos meses de fevereiro, abril, junho, setembro e
novembro, mas vale destacar que, no cotidiano de sua prática
pedagógica, o professor observe o desenvolvimento das crianças
no que se refere aos avanços que elas apresentam em suas
produções escritas.
 
QUE CUIDADOS O PROFESSOR DEVE TER AO REALIZAR A
SONDAGEM?
                  Sugere-se que o docente, durante a realização da
sondagem, fique atento aos seguintes cuidados:
 
1. Fornecer aos alunos um papel sem pauta a fim de que se possa
verificar o alinhamento e a direção da escrita;
 
2. Selecionar uma lista de palavras que pertençam ao mesmo
campo semântico e que façam parte de seu vocabulário utilizado
em seu dia-a-dia;
 
3. Iniciar o ditado por uma palavra polissílaba, seguida por uma
trissílaba, uma dissílaba e uma monossílaba. É importante o
professor não alterar essa ordem, porque, caso os alunos
escrevam segundo a hipótese da quantidade mínima de letras,
poderão recusar-se a escrever se começarem pela palavra
monossílaba. Por fim, o professor deve ditar uma frase utilizando
uma das palavras da lista;
 
Exemplo: Lista de palavras do campo semântico de ANIMAIS:
BORBOLETA
CAVALO
GATO
BOI
Frase: O CAVALO COME CAPIM.
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4. Ditar as palavras e a frase normalmente, ou seja, sem silabar;
 
5. Observar, enquanto os alunos escrevem, suas reações e anotá-
las;
 
6. Oferecer letras móveis aos alunos que, porventura, não
queiram escrever, pois o importante é que todos realizem a
atividade.
 
7. Solicitar, após o término do ditado, que os alunos leiam aquilo
que escreveram, anotando o modo como eles realizam a leitura.
 
8. Pedir para a criança ler o que escreveu apontando com o dedo,
caso o professor se depare com dificuldade em entender o que ela
escreveu.
 
 
COMO FAZER O DIAGNÓSTICO?
 
          Terminada a sondagem, o professor deve debruçar-se sobre
a produção escrita dos alunos, analisá-la e, com base em seus
conhecimentos acerca da psicogênese da língua escrita,
identificar a hipótese de escrita em que o aluno está, a saber:
 
a) Hipótese pré-silábica;
b) Hipótese silábico (sem valor sonoro ou com valor sonoro);
c) Hipótese silábico-alfabética;
d) Hipótese alfabética.
 
 
TOMADA DE DECISÃO
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                  De posse do diagnóstico, o professor deverá rever seu
planejamento e realizar os agrupamentos dos alunos com base
nas hipóteses mais próximas, formando duplas com um aluno
MENOS COMPETENTE e outro MAIS COMPETENTE. Nessa
direção, NÃO se recomenda a formação de duplas constituídas
por:
 
                                                  
a) um aluno MENOS COMPETENTE e outro MENOS
COMPETENTE
 
                                                 OU
 
b) um aluno MENOS COMPETENTE e outro MUITO MAIS
COMPETENTE.
 
                  Nessa direção, recomenda-se a formação de uma dupla
constituída por um aluno que está na hipótese pré-silábica com
um aluno que está hipótese silábica; um aluno que está na
hipótese silábico-alfabética com um aluno que está na hipótese
alfabética. Entretanto, não se recomenda formar uma dupla com
um aluno que está na hipótese pré-silábica com um aluno que
está na hipótese silábico-alfabética, por exemplo.
 
PORTFÓLIO DE ACOMPANHAMENTO DOS ALUNOS
                  Para que o professor possa fazer comparações entre os
resultados de uma sondagem e outra, é de extrema importância
que ele faça um portfólio de acompanhamento dos alunos.
Recomenda-se que esse portfólio contenha os seguintes itens:
1. Capa
2. Relatório do professor
3. relatório do coordenador
4. Ficha diagnóstica
5. Anexo das atividades desenvolvidas durante a sondagem
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6. Outras informações que o professor e o coordenador julgarem
relevantes.
 
                  Para finalizar este tópico, vale salientar que, durante sua
prática de alfabetização, o professor deve, a partir do diagnóstico
a que chegou após a sondagem, realizar intervenções com vistas
a levar o aluno a refletir sobre sua produção escrita e, por
conseguinte, sobre o funcionamento da língua na sua
modalidade escrita. Para tanto, sugere-se que ele faça perguntas
como: “Por que você escreveu essa palavra dessa forma?”, “Você
acha que tem mais alguma letra nessa sílaba ou nessa palavra?”,
“Por que você colocou essa letra aqui?”, “Por que aqui escreveu
  essa palavra desse jeito e aqui de outro”?, “Se nós trocarmos a
ordem das letras dessa palavra, ela continua a mesma palavra?”
Enfim, há outras perguntas que o professor poderá fazer
dependendo da manifestação escrita de cada aluno. O importante
é provocar a criança por meio de intervenções para que ela possa
pensar sobre aquilo que escreveu, corrigir seus erros e avançar
em suas hipóteses sobre a escrita.
Quiz
Exercício
A sondagem na alfabetização
INICIAR 
Referências
FERREIRO, Emília, O que está escrito em uma frase escrita? In: LEITE, Luci Banks (org.)
Piaget e a Escola de Genebra. São Paulo: Cortez, 1992.

17/09/2021 15:53 AVA UNINOVE
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
FERREIRO, Emília, TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artmed,
1999.
LEMLE, Miriam. Guia Teórico da Alfabetização. São Paulo: Ática, 2000.
 
Tópico avaliado!
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Métodos de alfabetização
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
Métodos de alfabetização
Compreender o conceito de alfabetização; conhecer os métodos sintéticos e métodos analíticos de alfabetização;
refletir sobre a aplicação desses métodos no processo de ensino-aprendizagem da escrita nos iniciais.
AUTOR(A)
PROF.
NADIA
CONCEICAO
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AUTOR(A)
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FLAVIA
RENATA
ALVES DA
SILVA
    
ALFABETIZAÇÃO E SEUS MÉTODOS
          Vamos iniciar nossa conversa refletindo sobre o conceito de
alfabetização? Ao pé da letra, a palavra “alfabetização” significa a
ação de alfabetizar, ou seja, a ação de conduzir o sujeito à
apropriação do alfabeto (um conjunto de letras dispostas em
ordem estabelecida de modo convencional) para uso na
comunicação escrita. Essa apropriação do sistema de escrita não
significa apenas memorizar as letras do alfabeto, mas
desenvolver uma competência linguística necessária no
indivíduo para ler e interpretar os diferentes textos com os quais
de para em seu cotidiano. Val (2006, p. 19) define alfabetização
como
NESTE TÓPICO

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17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE
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“o processo específicoe indispensável de apropriação do
sistema de escrita, a conquista dos princípios alfabético e
ortográfico que possibilitem ao aluno ler e escrever com
autonomia. Noutras palavras, alfabetização diz respeito à
compreensão e ao domínio do chamado “código” escrito,
que se organiza em torno de relações entre a pauta
sonora da fala e as letras (e ouras convenções) usadas
para representá-la, a pauta, na escrita”.
((VAL, 2006, P. 19))
           Nesse sentido, considera-se alfabetizado o indivíduo que
detém o domínio de habilidades linguísticas básicas na
modalidade escrita da língua para a vida em sociedade. Para
desenvolver esse domínio nos alunos, o professor dos anos
iniciais precisa recorrer a algum método de alfabetização,
conforme veremos a seguir.
MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO
          Após a invenção da escrita, o homem sentiu a necessidade
de transmiti-la de geração a geração, o que o levou a buscar
algum “método” que levasse as pessoas a de fato decifrarem
aquilo que estava escrito. Na antiguidade, existia apenas um
método: o da cópia de textos consagrados, conforme pontua
Cagliari:
“Na antiguidade, os alunos alfabetizavam-se aprendendo
a ler algo já escrito e depois copiado. Começavam com
palavras e depois passavam para textos famosos, que
eram estudados exaustivamente. Finalmente, passavam a
escrever seus próprios textos. O trabalho de leitura e
cópia era o segredo da alfabetização”. 
((CAGLIARI, 1998, P. 15))
Mas, afinal, o que significa a palavra “método”? De acordo com
Correa e Salch,
“A palavra método tem sua origem no grego  méthodos  e
diz respeito a caminho para chegar a um objetivo. Num
sentido mais geral, refere-se a modo de agir, maneira de
proceder, meio; em sentido mais específico, refere-se a
planejamento de uma série de operações que se devem
efetivar, prevendo inclusive erros estáveis, para se chegar
a determinado fim”. 
((CORREA E SALCH, 2007, P. 10))
          Assim, se o objetivo do professor é desenvolver a
competência leitora e escritora do aluno, ou seja, alfabetizá-lo, é
comum sua preocupação em como fazer isso, que método (ou
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TAG: sala de aula, carteiras enfileiradas, alunos fazendo prova
métodos) adotar a fim de desenvolver o processo de alfabetização
de modo eficaz.
         Vale ressaltar que os métodos são importantes, mas não
existe uma receita milagrosa para o trabalho de desenvolvimento
da competência leitura e escritora dos alunos. Isso porque cada
criança, por seu única, pode não aprender de forma igual ou
semelhante às outras. E por essa razão que não se deve classificar
um método como melhor ou pior do que outro, e sim adotar o
método que funcione bem com essa ou aquela criança. Além
disso, não basta ter conhecimento teórico acerca dos diferentes
métodos de alfabetização, é preciso acompanhar, diariamente, os
resultados do trabalho desenvolvido com os alunos, analisar e,
quando necessário, refazer planejamentos e tomar decisões,
como alerta Carvalho:
“Para a professora, seja qual for o método escolhido, o
conhecimento das suas bases teóricas é condição
essencial, importantíssima, mas não suficiente. A boa
aplicação técnica de um método exige prática, tempo e
atenção para observar as reações das crianças, registrar
os resultados, ver o que acontece no dia-a-dia e procurar
soluções para os problemas dos alunos que não
acompanham”. 
((CARVALHO, 2008, p. 46))
            Os métodos de alfabetização, há muito tempo colocados
em prática nas escolas brasileiras, se dividem em  métodos
sintéticos e métodos analíticos(ou globais). Vamos conhecê-los?
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1. MÉTODOS SINTÉTICOS DE ALFABETIZAÇÃO
                  Os métodos sintéticos de alfabetização consistem em o
professor trabalhar as unidades menores da língua, partindo da
parte para o todo, ou seja, das letras, sílabas até chegar às
palavras e textos. Trata-se de métodos cujo objetivo central é
alfabetizar o aluno a partir da decodificação dos sons que as
letras representam, desenvolvendo, assim, sua consciência
fonológica. São considerados métodos sintéticos: soletração,
silabação e método fônico. Vamos conhecer um pouco de cada
um deles?
 
1.1. MÉTODO DA SOLETRAÇÃO
        Soletrar significa dizer os nomes das letras como, por
exemplo, EFE, ELE, EME, ENE, ERRE e daí por diante, depois
juntá-las formando sílabas e, por conseguinte, palavras.
        O método da soletração, cujo objetivo central é ensinar a
combinação de letras e sons, parte de unidades menores – as
letras – que, quando se juntam, representam sons – as sílabas –
as quais, por sua vez, formam palavras. Exemplo: C com A, CA; M
com E, ME; L com O, LO = CAMELO.
        Trata-se de um método que tem como base a associação
entre estímulos visuais e auditivos, pois ao nome da letra
associa-se a forma visual. Quanto às sílabas, estas são
aprendidas de cor, e as palavras que com elas são formadas são
descontextualizadas.
 
1.2. MÉTODO DA SILABAÇÃO
                  O método da silabação, como o nome já diz, tem como
objetivo central tornar o aluno alfabetizado tendo como foco o
trabalho com as sílabas. A Cartilha da Infância (Thomaz
Galhardo, 1939) ilustra bem esse método, pois depois de mostrar
as vogais e os ditongos aos alunos, apresenta-lhes as sílabas (va-
ve-vi-vo-vu), que são embaralhadas nas duas linhas seguintes.
Na sequência, vêm as palavras formadas por três letras (vai, viu,
vou) seguidas de onze palavras contendo as sílabas estudadas ou
“memorizadas”. Por fim, conclui-se cada lição com algumas
frases sem ligação entre si, escritas sem a maiúscula na palavra
inicial e sem pontuação: “vovó viu a ave”, “a ave vive e voa”,
“vovô vê o ovo” e outras superficiais como essas.
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        As lições seguem a seguinte ordem: no início são
apresentadas as vogais, depois os ditongos, seguidos das sílabas
constituídas das letras v, p, b, f, d, t, l, j, m, n. No final da cartilha,
são mostradas as ditas “dificuldades ortográficas” bem como os
dígrafos, as sílabas travadas (terminadas por consoantes) e as
letras g, c, z, s, e x.
         
1.3. MÉTODO FÔNICO
               O método fônico de alfabetização consiste em o professor
ensinar o aluno a identificar e produzir os sons representados
pelas letras. Neste caso, ao invés de ensinar utilizando os nomes
das letras, pois cairia no método da soletração, ensina-se pelos
sons. Ou seja, não se diz EFE, EME, por exemplo, e sim [fê], [mê]
[lê] e assim por diante.
 
Atenção! Ouça a música ABC do Sertão, de Luiz Gonzaga,
disponível em https://www.youtube.com/watch?v=6CSTAaVREtg.
Nela, o poeta mostra bem como se alfabetiza (ou pelo se
alfabetizava) na região nordeste do país: pelo método fônico.
 
          O Método da Abelhinha é fônico, pois ao se trabalhar com a
personagem abelhinha, cujo corpo tem de forma de um a (em
letra cursiva), apresenta-se o som /aaaaaaa/ de forma prolongada
para facilitar o reconhecimento da vogal “A”. O tronco de um
índio representa a letra “I” e assim por diante. A alfabetização se
dá, portanto, pela associação entre o desenho do personagem, a
forma da letra e som (fonema).
          Outro método que também é fônico é o método da Casinha
Feliz, que consiste em o professor utilizar o jogo, a dramatização,
para desenvolver a aprendizagem do código escrito. O objetivo
desse método é associar o formato da letra a um personagem que
represente determinado som da língua.
          Durante muito tempo presentes nas escolas brasileiras, os
métodos sintéticos são considerados os métodos tradicionais de
alfabetização. Para colocá-los em prática, os professores
recorriam às conhecidas cartilhas como material didático
indispensável ao processo de aprendizagem da leitura e da
escrita.

17/09/202115:54 AVA UNINOVE
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TAG: Cartilha, apendizagem, comunicação
TAG: Alfabetização, Aprendizagem, Empirismo
2. MÉTODOS ANALÍTICOS (OU GLOBAIS)
          Os métodos analíticos consistem em o professor utilizar as
unidades maiores da língua, partindo do todo para as partes, ou
seja, da palavra, da sentença (frase) ou do texto e analisá-los

17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE
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(decompô-los) em suas partes constituintes. São métodos
analíticos: método da palavração, método da sentenciação e
método do conto.
 
2.1. MÉTODO DA PALAVRAÇÃO
                  O método da palavração consiste em o professor utilizar
palavras-chave para ensinar as letras. O objetivo desse método é
analisar (decompor) as partes da palavra, ou seja, as sílabas que,
depois de combinadas entre si, formam novas palavras. Assim, se
o professor selecionar a palavra TIJOLO, ele incialmente
desmembrará essa palavra em sílabas e suas famílias silábicas, a
saber:
 
TIJOLO
Sílabas: TI + JO + LO
Para desmembrar a família silábica, sugere-se embaralhar a
ordem. Assim, as famílias silábicas seriam, por exemplo:
TI - TA - TU - TE - TO
JU - JE - JI - JO - JA
LE - LA - LO - LU - LI
 
A partir dessa decomposição, formam-se novas palavras com a
combinação das sílabas entre si. Exemplo: juntando-se a sílaba
TE da primeira família com a sílaba LA da terceira família, tem-
se a palavra LATE, e assim por diante.
 
O método da palavra geradora de Paulo Freire também se
classifica como um método da palavração, mas vale destacar que
as palavras que o Patrono da Educação Brasileira selecionava
para gerar outras palavras pertenciam ao universo vocabular dos
aprendizes, no caso, os adultos analfabetos, o que tornava o
processo de ensino-aprendizagem da língua muito mais
significativo.
 
2.2. MÉTODO DA SENTENCIAÇÃO

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TAG: estágio, alfabetização, propostas
          O método da sentenciação consiste em o professor iniciar o
ensino da língua nos anos iniciais a partir de frases sugeridas
pelos próprios alunos. Essas frases são desmembradas em
palavras, as palavras em sílabas e estas, por sua vez, em letras.
 
2.1. MÉTODO DO CONTO
                  O método do conto consiste em o professor utilizar
pequenas histórias para ensinar a ler e escrever. Como esse
método é colocado em prática? O educador apresenta aos alunos
a história completa, realizando uma espécie de pré-leitura e, em
seguida, passa ao reconhecimento das palavras, depois das
sílabas que formam as palavras e, por fim, a formação de novas
palavras a partir das sílabas que foram desmembradas.
                  Chegamos ao final deste tópico e imagino que você deva
estar se perguntando: qual é o método mais eficaz para
alfabetizar os aprendizes? A resposta é: conheça bem seus alunos
e tome a decisão de que método (ou métodos) adotar para
desenvolver neles uma aprendizagem significativa da leitura e
escrita nos anos iniciais destinados à alfabetização. Se você
adotar um dos métodos estudados nesta aula, mas não obtiver os
resultados almejados, você poderá misturar um método analítico
com um sintético, por exemplo, e acompanhar os resultados. Se
forem positivos, estará no caminho certo.

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Quiz
Exercício
Métodos de alfabetização
INICIAR 
Referências
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
CARVALHO, Maria Angélica Freire de (org.). Práticas de Leitura e Escrita. 1. Ed.
Brasília: Ministério da Educação, 2006.
 
CORREA, Djane Antonucci, SALCH, Bailon de Oliveira e et. al. Práticas de Letramento:
Leitura, escrita e discurso. 1. Ed. São Paulo: Parábola editorial, 2007.
 
GALHARDO, Thomaz. Cartilha da infância: ensino da leitura. 141. Ed. Rio de Janeiro:
Livraria Francisco Alves, 1939.
 
VAL, Maria da Graça Costa. O que é ser alfabetizado e letrado? 2004. In:
CARVALHO, Maria Angélica Freire de (org.). Práticas de Leitura e Escrita. 1. Ed.
Brasília: Ministério da Educação, 2006.

17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE
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tópico

Alfabetização e letramento
Conhecer a diferença conceitual entre alfabetização e letramento; refletir sobre as possibilidades de um trabalho de
alfabetização e letramento como processos articulados.
AUTOR(A)
PROF.
NADIA
CONCEICAO
LAURITI
AUTOR(A)
PROF.
FLAVIA
RENATA
ALVES DA
SILVA
    
NESTE TÓPICO

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TAG: letramento, alfabetização, professor
O QUE É ALFABETIZAÇÃO?
                  A palavra “alfabetização” vem do verbo “alfabetizar”, que
significa a ação de ensinar e aprender uma modalidade de
linguagem fundamental para a vida em sociedade: a escrita. Nas
palavras de Soares (2003, p. 14-15)), o conceito de alfabetização
está relacionado à “aquisição de uma tecnologia – o sistema de
escrita e as técnicas para seu uso”. Neste sentido, um indivíduo
alfabetizado é aquele que sabe decodificar as letras e os sons que
elas representam; tem habilidades motoras para manipular os
instrumentos de escrita como lápis, caneta, teclado etc;
consegue ler escrever de acordo com a regras gramaticais e
ortográficas da língua; manipula corretamente os suportes de
escrita como livros, revistas, jornais, entre outros.
 
O QUE É LETRAMENTO?
                  O conceito de “letramento” está relacionado ao domínio
das funções sociais da escrita. O que isso significa? Significa que
não basta o indivíduo conhecer as letras que usa na escrita, é
preciso entender, na leitura, que elas traduzem o mundo a sua
volta e, na escrita, saber manipulá-las de tal modo que, juntas,
elas formem textos de diferentes gêneros por meio dos quais
atuamos na sociedade. Neste momento, você deve estar se
perguntando? Então, o sujeito letrado é aquele que domina os
diferentes gêneros textuais? A resposta é: SIM. Mas o que são
gêneros textuais? Vejamos a seguir:

17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE
https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 3/8
 
GÊNEROS TEXTUAIS
                  Os gêneros são “espécies” de textos com nome, forma e
função socialmente reconhecidos. Vejamos: quando lemos um
texto cujas características são: conta uma história envolvendo
personagens animais e apresenta uma moral da história, seja
explícita ou implícita, já o reconhecemos como uma fábula. A
linguagem da fábula é metafórica, simbólica, pois os personagens
acabam representando tipos humanos, uma vez que agem e se
comportam como as pessoas na sociedade.  Agora, note:
1. Qual o nome do texto?
  Resposta: Fábula.
2. Quais as características formais?
  Resposta: é narrativo, pois conta uma história, os personagens
são animais, a linguagem é metafórica e apresenta uma moral da
história.
3. Qual a função social?
  Resposta: Transmitir um ensinamento.
          Portanto, estamos diante de um gênero, no caso, o gênero
fábula, que é diferente do gênero história em quadrinho, da
propaganda, do anúncio, da receita culinária, da placa de
trânsito, da lista de compra, da certidão de nascimento, enfim,
diferente de tantos outros gêneros textuais que circulam na
sociedade e dos quais precisamos e deles fazemos uso em nosso
cotidiano.Vale salientar que é por meio dos gêneros textuais que
a língua, tanto oral quanto escrita, se materializa. De acordo com
os PCNs de Língua Portuguesa,      
“Os gêneros são determinados historicamente. As
intenções comunicativas, como parte das condições de
produção dos discursos, geram usos sociais que
determinam os gêneros que darão forma aos textos. É por
isso que, quando um texto começa com “era uma vez”,
ninguém duvida de que está diante de um conto, porque
todos conhecem tal gênero. Diante da expressão
“senhoras e senhores”, a expectativa é ouvir um
pronunciamento público ou uma apresentação de
espetáculo, pois sabe-se que nesses gêneros o texto,
inequivocamente, tem essa fórmula inicial. Do mesmo
modo, pode-se reconhecer outros gêneros como cartas,
reportagens, anúncios, poemas, etc”

17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE
https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 4/8
((BRASIL, 1997, p. 23))
            Quando afirmamos que precisamos dos gêneros textuais
para vivermos em sociedade, estamos dizendo que recorremos a
um determinado gênero para atender às nossas necessidades.
Assim, se precisamos nos locomover na cidade, utilizamos, por
exemplo, o gênero placa de trânsito; se precisamos fazer um
bolo, utilizamos o gênero receita culinária; se precisamos fazer
alguma solicitação, recorremos ao gênero requerimento, e assim
por diante. É por essa razão que dominar a língua nas suas mais
diferentes manifestações é condição indispensável para
atingirmos níveis mais elevados de letramento. Ou seja, quanto
mais gêneros textuais dominamos, mais letrados nós somos. Isso
significa dizer que precisamos desenvolver habilidades de leitura
e escrita de acordo as características de cada gênero, que
envolvem, tanto aspectos formais quanto os objetivos
comunicativos, interlocutores etc.
          Com relação aos aspectos formais, não é raro encontramos
pessoas que não têm o domínio dos diferentes níveis de
linguagem que devem usar em cada gênero, por isso cometem
muitas inadequações linguísticas: usam, por exemplo, linguagem
coloquial e abreviações próprias do mundo virtual em gêneros
como artigo de opinião, requerimento, entre outros. É o gênero
textual, portanto, que vai determinar o grau de formalidade ou
de informalidade da linguagem que usamos. Nesse sentido, ao
escrevermos o gênero bilhete, em geral, usamos uma linguagem
informal, descontraída, diferente do gênero requerimento, no
qual usamos uma linguagem formal.
                  Neste momento, você deve estar se questionando: então,
uma pessoa pode ser alfabetizada, mas ter um nível de
letramento baixo se ela não souber, na leitura, interpretar os
objetivos de cada gênero e, na escrita, não souber adequar a
linguagem de acordo com o gênero, seus objetivos comunicativos
e o interlocutor? A resposta é: SIM.      
A sociedade atual exige cada vez mais que as pessoas sejam
alfabetizadas e letradas, contudo “é possível encontrar pessoas
que passaram pela escola e são alfabetizadas, mas não são
letradas" (VAL, 2006, p. 23), pois, ainda que tenham domínio do
sistema alfabético, não desenvolveram habilidades de usos da
língua nos diferentes contextos comunicativos. Da mesma forma
que há indivíduos alfabetizados, mas não são letrados, existem
analfabetos com certo nível de letramento, conforme explicita
Soares:

17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE
https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 5/8
“Um adulto pode ser analfabeto e letrado: não sabe ler
nem escrever, mas usa a escrita: pede a alguém que
escreva por ele, dita uma carta, por exemplo (e é
interessante que, quando dita, usa as convenções e
estruturas linguísticas próprias da linguagem escrita,
evidenciando que conhece as peculiaridades da linguagem
escrita) – não sabe escrever, mas conhece as funções da
escrita, usa-as, lançando mão de um “instrumento” que é
o alfabetizado (que funciona como uma máquina de
escrever...); pede a alguém que leia para ele a carta que
recebeu, ou uma notícia de jornal, ou uma placa na rua, ou
a indicação do roteiro de um ônibus – não sabe ler, mas
conhece as funções da escrita, e usa-a, lançando mão do
alfabetizado. É analfabeto, mas é, de certa forma, letrado,
ou tem um certo nível de letramento”.
((SOARES, 2009, p. 24))
           Ilustra bem o que diz a autora o Filme “Central do Brasil”,
em que os analfabetos recorrem à personagem Dora, interpretada
pela atriz Fernanda Montenegro, para escrever cartas cujos
destinatários são seus entes queridos que estão longe. Ela faz o
papel de escriba, mas são eles que ditam a carta, sabem o
formato e as características da escrita desse gênero textual, só
não sabem escrevê-la.
         
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: PROCESSOS ARTICULADOS
                  Muitos professores alfabetizadores podem pensar que
devem, primeiro, alfabetizar para, depois, letrar, como se a
alfabetização fosse uma espécie de preparação para o
letramento. Faz-se necessário destacar que alfabetização e
letramento são processos diferentes, mas complementares e
inseparáveis, logo o professor não deve escolher entre alfabetizar
e letrar, mas alfabetizar letrando. Para tanto, ele pode escolher
um método global de alfabetização como, por exemplo, um
gênero como rótulo, placa de trânsito, trabalhar a leitura do
texto, suas características linguísticas, sua função na sociedade e
explorar as palavras-chave e analisar suas estruturas silábicas, a
ortografia etc. E quando começa o letramento?
                  O letramento se inicia no momento em que a criança
começa a entrar em contato com as diferentes manifestações
escritas na sociedade, como placas, rótulos, embalagens,
cartazes, faixas, letreiros de ônibus, entre outras, e estende-se
pelo resto de suas vidas por meio da crescente possibilidade de
participação nas práticas sociais que envolvem a língua escrita:
leitura e/ou escrita dos gêneros história em quadrinho, conto,
romance, artigo científico, resenha, propaganda etc. Sendo assim,

17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE
https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 6/8
TAG: escrita, alfabetização, letramento
alfabetizar na perspectiva do letramento é contemplar as mais
diferentes manifestações de escrita com as quais os alunos se
deparam mesmo antes de frequentar a escola e, à medida que o
tempo vai passando, vão tomando conhecimento de tantos
outras manifestações escritas. Isso porque, de acordo com o
Programa de Formação de Professores dos Anos iniciais do
Ensino fundamental-Pró-Letramento,
“Os alfabetizandos vivem numa sociedade letrada, em que
a língua escrita está presente de maneira visível e
marcante nas atividades cotidianas, inevitavelmente, eles
terão contato com textos escritos e formularão hipóteses
sobre sua utilidade, seu funcionamento, sua configuração.
Excluir essa vivência da sala de aula, por um lado, pode
ter o efeito de reduzir e artificializar o objeto de
aprendizagem que é a escrita, possibilitando que os
alunos desenvolvam concepções inadequadas a respeito
desse objeto. Por outro lado, deixar de explorar a relação
extraescolar dos alunos com a escrita significa perder
oportunidades de conhecer e desenvolver experiências
culturais, ricas e importantes para a integração social e o
exercício da cidadania”. 
((BRASIL, 2007, p.13))
            Portanto, uma prática pedagógica que leve em
consideração, de modo articulado e simultâneo, a alfabetização e
o letramento se mostra bastante adequada e proveitosa para o
desenvolvimento da competência leitora e escritora dos alunos.
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17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE
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TAG: jornal, educação, sala de aula, alunos, letramento
Quiz
Exercício
Alfabetização e letramento
INICIAR 
Referências
BRASIL (1997). Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
língua portuguesa / Ensino de primeira à quarta série.
BRASIL (2008). Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Pro-Letramento:
Programa de Formação Continuadade Professores dos Anos/Séries Iniciais do Ensino
Fundamental.

17/09/2021 15:54 AVA UNINOVE
https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 8/8

CORREA, Djane Antonucci, SALCH, Bailon de Oliveira e et. al. Práticas de Letramento:
Leitura, escrita e discurso. 1. Ed. São Paulo: Parábola editorial, 2007.
SOARES, Magda Becker. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte:
Autêntica, 2009.
VAL, Maria da Graça Costa. O que é ser alfabetizado e letrado? 2004. In: CARVALHO, Maria
Angélica Freire de (org.). Práticas de Leitura e Escrita. 1. Ed.
Brasília: Ministério da Educação, 2006.
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Alfabetização e novas tecnologias
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
Alfabetização e novas tecnologias
Discutir os pressupostos e desafios impostos ao alfabetizador no contexto das novas tecnologias que estão
presentes no século XXI.
AUTOR(A)
PROF.
NADIA
CONCEICAO
LAURITI
AUTOR(A)
PROF.
FLAVIA
RENATA
ALVES DA
SILVA
    
NESTE TÓPICO
 Referências 
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TAG: Tecnologias digitais, infraestrutura tecnologica, NGN
          A aprendizagem da língua escrita acompanha o tempo
histórico em que se vive. Houve uma época em que o lápis e o
papel eram os únicos recursos disponíveis para se escrever
dentro ou fora da escola. Com o passar do tempo, primeiro
surgiram as máquinas de escrever e depois os computadores. As
salas de aula não se apropriaram desses recursos. Os
computadores hoje, invadiram todos os ambientes e fazem parte
da rotina das pessoas que as utilizam socialmente para escrever.
Por essa razão, a escola não pode ignorar esse novo contexto da
escrita no processo de alfabetização.
                  Claro está, entretanto, que a simples presença de novas
tecnologias não garante a aprendizagem das crianças. É preciso
que a mediação do professor propicie desafios e reflexões sobre a
leitura e a escrita. Mesmo antes de ler e escrever
convencionalmente, a criança pode interagir com o computador
por meio de atividades voltadas para a alfabetização. Afinal,
muitas crianças têm contato com as letras nos teclados do
computador ou dos celulares e podem usá-las para escrever
palavras de acordo com suas hipóteses, mesmo que não seja da
forma convencional.
INSERIR OBJETO (CRIANÇA INTERAGINDO COM O
COMPUTADOR)

17/09/2021 15:55 AVA UNINOVE
https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 3/9
                  Como você já viu, na década de 1980, Emília Ferreiro
revolucionou as práticas de alfabetização ao pesquisar o modo
como as crianças aprendem e as fases pelas quais passam,
apoiando seu estudo na Epistemologia Genética de seu
orientador Jean Piaget. À época, suas ideias sobre a aquisição da
leitura e da escrita pela criança estavam reunidas principalmente
na obra “Psicogênese da Língua Escrita” que, desde 1985, passou
a ser uma referência para os alfabetizadores. Para a pesquisadora
argentina, a alfabetização não é um estado, mas um processo
longo “de início incerto e de final impossível”, ou seja, não é
possível precisar o início dessa aprendizagem nem a sua
conclusão, pois as mudanças tecnológicas no mundo
contemporâneo impõem novas aprendizagens sobre a leitura e a
escrita. Para ela, estar alfabetizado no século XXI implica poder
transitar de modo eficiente por entre as novas práticas sociais
ligadas à escrita nos atuais contextos mediados pelas novas
tecnologias.
                 Os professores e os alunos mudaram com a utilização dos
novos recursos de comunicação que foram criados e que trazem à
cena novos tipos de textos, originando novos comportamentos
leitores e escritores, que precisam ser estudados e utilizados
também no processo de alfabetização.
          No livro “O Ingresso na Escrita e nas Culturas do Escrito”,
publicado em 2013, Emília Ferreiro afirma que os recursos
tecnológicos não são a salvação para o déficit da alfabetização,
porém com a ajuda deles ocorrem práticas que auxiliam esse
processo e o trazem para um contexto compatível com o espaço-
tempo atual.
                  Nessa obra, a autora destaca algumas contribuições das
tecnologias para o ensino da leitura e da escrita:
          - Elas tornam mais acessíveis às crianças uma grande
diversidade de textos, aspecto esse que é essencial na
alfabetização;
          - As tecnologias favorecem mais autonomia para o aluno
que tem à sua disposição ferramentas como, por exemplo,
corretores ortográficos que apontam problemas da escrita
independentemente das intervenções do professor;
          - As tecnologias apresentam-se também como fonte
alternativa de informações, para além dos livros didáticos e dos
professores.
                  Emília Ferreiro não utiliza o termo “letramento”, mas o
incorpora ao processo de alfabetização, vale dizer, trata da
alfabetização em um contexto de letramento. Muitos

17/09/2021 15:55 AVA UNINOVE
https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 4/9
pesquisadores como Magda Soares e Roxane Rojo separam os
dois termos e chamam as técnicas de codificação e decodificação
de 
“alfabetização” e a compreensão e os usos sociais da escrita de
letramento. Para Emília Ferreiro, Ana Teberosky e Telma Weisz,
entretanto, entender a aprendizagem do sistema de escrita como
uma etapa técnica e independente do ingresso à cultura letrada é
um equívoco. Uma deve andar sempre ao lado do outro, pois
apesar de serem processos diferentes eles são inseparáveis. É
preciso alfabetizar letrando.
 
O letramento digital das crianças
 
                  A alfabetização é resultante de um longo processo que
abrange maturidade, psicomotricidade, memorização, vivências
individuais e coletivas de letramento, consciência fonológica,
estímulos orais e escritos. Diante desse contexto são construídos
os conceitos de letras, sílabas, palavras, textos... Assim, as
atividades oferecidas aos alunos nesse processo precisam ser
muito variadas. Os estímulos podem utilizar não apenas massa
de modelar, lápis de cor, giz de cera, tintas, papéis variados, mas
também telas de computador, tablets etc.
          Engana-se quem acredita que a tecnologia só oferece jogos
para distrair as crianças. Muitos aplicativos são destinados à
alfabetização, estimulando habilidades cognitivas, motoras,
visuais, espaciais e auditivas.
INSERIR OBJETO – CRIANÇA INTERAGINDO COM
TABLET/COMPUTADOR
                  Emília Ferreiro defende que alfabetizar no século XXI
inclui todos os objetos em que circulam textos e imagens. Para
ela, “Alfabetização digital” é um termo que tem sido usado para
designar um tipo de aprendizagem da escrita que envolve signos,
gestos e comportamentos necessários para ler e escrever no
computador e em outros dispositivos digitais.
                  Podemos pensar em uma alfabetização feita com
instrumentos digitais como um tipo de letramento em que se
cruzam diferentes sistemas de representação (letras, sinais
gráficos, ícones, cores, sonoridades, imagens fixas e em
movimento) no mesmo suporte. Esses sistemas interferem no
gesto de escrever e no próprio pensamento da criança sobre o
funcionamento da escrita.

17/09/2021 15:55 AVA UNINOVE
https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 5/9
          As pesquisas realizadas por Emília Ferreiro evidenciam que
o computador não interfere na construção do conceito de
representação da escrita alfabética, entretanto a suautilização
influencia a criança em outros aspectos como:
 
          - Na ideia que a criança cria sobre espaçamento e sobre a
disposição do texto na página;
          - Nos tamanhos e formas das letras com as quais ela
interage;
          - No papel dos ícones e símbolos em oposição às letras e
números etc.
         
                  Para a pesquisadora argentina, o cruzamento entre os
signos verbais e visuais cada vez mais influenciará na
aprendizagem da escrita e, por essa razão, a escrita no
computador precisa fazer parte dos saberes e práticas ensinados
e praticados na escola, pois vários gestos da cultura digital as
crianças aprendem também fora da escola por meio de celulares,
jogos, brinquedos eletrônicos etc.
                  As crianças precisam aprender a ligar a máquina,
compreender a composição do teclado, os símbolos que nele
aparecem, identificar a função de cada tecla, além de também
saber digitar as letras, operar com a tela, interagir com os ícones
e manusear o mouse. Dessa forma, essa espécie de alfabetização
digital é um dos componentes do letramento digital e ambos
devem ser ensinados pelo alfabetizador, pois a escola não pode
mais ignorar esse novo entorno tecnológico que promove
importantes mudanças nas práticas de leitura e de escrita. Como
se vê, essas mudanças tecnológicas trouxeram maiores
exigências ao trabalho do alfabetizador, porque ocorreram
alterações nas práticas da leitura e da escrita no mundo
contemporâneo.
          Hoje, as situações de leitura e escrita são mais complexas,
mas o esforço cognitivo das crianças para compreenderem o
sistema de escrita alfabética que permite desvendar a relação
entre a língua oral e as marcas escritas, isto é, entre os fonemas e
os grafemas, mantém-se. Por essa razão, permanece também a
necessidade de se colocar as crianças desde muito cedo, em
contato com a escrita nos diferentes suportes
 

17/09/2021 15:55 AVA UNINOVE
https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 6/9
Qual a idade para se alfabetizar?
 
                  Emília Ferreiro e outros pesquisadores sobre a
alfabetização insistem na ideia de que a criança “não pede
permissão ao adulto” para se alfabetizar. Trata-se de um
processo que se inicia muito cedo desde que as oportunidades de
contato com a cultura escrita sejam dadas. Cabe ao professor
identificar por meio de sondagens periódicas se o processo já
começou e em que fase se encontra a criança, já que ela já chega
â escola sabendo muita coisa. É preciso o reconhecimento pelo
professor dos saberes que ela já traz para a escola.
                  O linguista e especialista em alfabetização Luiz Carlos
Cagliari defende que aos 5 anos uma criança está mais do que
pronta para ser alfabetizada, basta o professor desenvolver um
trabalho correto de ensino e de aprendizagem na sala de aula.
Nessa idade, ela já conheceu celulares, computadores, tabletes e
já pode ter interagido com diferentes suportes da escrita
“Por razões ideológicas, interesses políticos e
econômicos, somadas, a uma postura tradicionalista de
pessoas que trabalham nos órgãos públicos da educação,
ficou estabelecido que a alfabetização, no Brasil,
começaria aos 6 anos [...] Duvidar da capacidade de
aprender das crianças de 5 anos é um grande equívoco” 
((CAGLIARI, 2009, p.108))
Outra questão debatida pelo linguista é a discussão sobre em
quanto tempo se alfabetiza. A esse respeito o autor afirma:
“Se a escola eliminar o entulho do período preparatório,
se for clara e objetiva, priorizando a decifração da escrita
como segredo da alfabetização e dedicando uma hora por
dia às atividades específicas, todos os alunos aprenderão a
ler (com mais ou menos dificuldade) em dois ou três
meses de trabalho. Esse é o tempo suficiente para que os
alunos aprendam a decifrar o que está escrito” 
((CAGLIARI, 2009, p.111))
            Não é possível pensar em escrita como CODIFICAÇÃO,
como um código de barras, mas sim como um sistema de
representação em que é preciso associar fonemas e grafemas.
Para que isso ocorra é preciso uma imersão da criança na cultura
escrita por meio da interação com diferentes objetos sociais
como livros, calendários, revistas, gibis, dicionários, jornais,
livros de receitas, livros de histórias infantis, coletâneas de
lendas, computadores, tablets, celulares etc...

17/09/2021 15:55 AVA UNINOVE
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                  Já a partir da Educação Infantil, a criança deve ser
introduzida no universo da cultura escrita. Para poder ter acesso
aos diferentes suportes da escrita. Emília Ferreiro insiste na
importância das bibliotecas de sala (“cantinhos de leitura”) que
são imprescindíveis tanto na Educação Infantil quanto nos anos
iniciais do Ensino Fundamental.
 
DE OLHO NA PRÁTICA 1
ALFABETIZAÇÃO E JOGOS DIGITAIS
          Os jogos digitais têm um papel importante no processo de
alfabetização, pois desenvolvem a concentração, o raciocínio
lógico além de incentivar a leitura e a escrita, pois o ato de jogar
exige movimentação mental e permite que a criança explore suas
hipóteses sobre a escrita para avançar pelas etapas da
alfabetização por meio da experimentação.
          Débora Garofalo em interessante artigo de outubro de 2017
apresenta algumas ferramentas digitais que ajudam na
alfabetização e tornam o ambiente de aprendizagem lúdico,
interativo e envolvente.
          Para maior detalhamento pesquise:
1. Aulas animadas desenvolvidas pelo Instituto Paramintas e
reúnem uma serie de jogos relacionados à alfabetização. Essa
plataforma oferece propostas de plano de aula e propostas
pedagógicas nessa área.
2. Ludo primeiros passos – A ferramenta é bem atrativa e colorida,
além de apresentar recursos que auxiliam e exploram os
diferentes níveis de alfabetização ao associar sons a imagens,
aumentando a complexidade de acordo com o avanço das
crianças, chegando a sílabas, palavras e frases.
3. Escola Games que traz uma série de jogos educativos em que
destacam: a) Forme Palavras; b) Voo Mágico; c) Alfabeto de
Bolhas.
4. Tux Paint que permite que as crianças possam livremente criar
suas histórias de uma forma lúdica;
5. HagáQuê é um software educativo de apoio à alfabetização que
foi desenvolvido pela Unicamp e auxilia as crianças a criarem
histórias em quadrinhos.
6. Livros Digitais – Desenvolvido pelo Instituto Paramintas,
permitindo que as crianças avancem na alfabetização, criando e

17/09/2021 15:55 AVA UNINOVE
https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 8/9
compartilhando suas próprias histórias. Esse programa permite
escolher quatro layouts, adicionando fotos, ilustrações e textos.
A autora conclui o artigo mostrando a importância de o professor
investir no planejamento e no contexto em que os ambientes
digitais serão utilizados, considerando sempre a hipótese de
escrita em que seus alunos estão propondo as atividades em
duplas produtivas.
INSERIR OBJETO: IMAGEM DE CRIANÇAS JOGANDO
         
SAIBA MAIS
          Para conhecer outras ferramentas interativas que auxiliam
na alfabetização consulte: http://porvir.org (http://porvir.org/).
                  O portal “Porvir” dá algumas outras dicas de recursos
digitais e plataformas que podem ser aplicadas na alfabetização:
A. Pé de Vento (ambiente digital de aprendizagem com jogos,
músicas, contação de histórias voltado para alunos do primeiro
ano. A plataforma é gratuita e está disponível na Educopédia).
B. Tartaruga Turbinada (livro digital) que permite que a criança leia
e interaja com a história, mesmo sem estar completamente
alfabetizada. O livro possui acesso gratuito e está disponível
online).
C. Forma palavras (Jogo online que estimula a leitura e a escrita. O
jogo simula o cenário de uma fábrica e solicita que os jogadores
organizem letras até formarem a palavra indicada pela imagem.
 
DE OLHO NA PRÁTICA 2
                  Escolha um dos jogos digitais sugeridos nesta aula e
elabore

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