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A linguagem humana 1- Analise as afirmativas que seguem, colocando V (verdadeira) e F (falsa). Depois assinale a alternativa CORRETA. ( ) Em se tratando dos conceitos de linguagem e língua, podemos dizer que toda língua é linguagem, mas nem toda linguagem é língua. ( ) A vida em sociedade exige que o homem domine diferentes códigos (linguagens), mas o professor alfabetizador só deve se preocupar com o ensino da língua. ( ) Ao trabalhar com seus alunos os significados das emoticons que aparecem no whatsapp, o professor alfabetizador está utilizando em sala de aula uma linguagem não-verbal. Preenche corretamente os parênteses a alternativa: VFV 2- Embora os rabiscos traçados por uma criança no início da alfabetização tenham um significado individual, podemos afirmar que tais rabiscos não podem ser considerados uma linguagem. 3- Imagine a seguinte situação hipotética: uma professora do 3º ano do ensino fundamental propôs aos alunos que lessem um texto e, em seguida, solicitou que eles apresentassem sinônimos para determinadas palavras que ela destacou do referido texto. Com essa atividade, a professora trabalhou a língua no nível semântico. Alfabetização: Breve histórico 1- Após a revolução industrial, a escola passa a alfabetizar com o propósito de: preparar os alunos para atuar no mercado de trabalho e, dessa forma, atender aos anseios do capitalismo. 2- A concepção de leitura nas cartilhas, tão difundidas no Brasil, era: leitura como decodificação. 3- Após os estudos de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, a concepção de leitura passa a ser: interativa, pois pressupõe um movimento dialógico entre leitor, texto autor. A psicogênese da língua escrita Inicialmente, vamos pensar sobre o significado da palavra psicogênese? Esse termo significa origem de todo e qualquer conhecimento. Em se tratando do campo da aquisição da escrita, psicogênese significa a origem do conhecimento da leitura e escrita, isto é, de que forma a criança desenvolve sua competência leitora e escritora, antes mesmo de compreender o sistema de escrita. Daí o porquê de uma teoria intitulada “Psicogênese da língua escrita”, de Emília Ferreiro e Ana Teberosky. Apoiada no Construtivismo de Jean Piaget, essa teoria explica como a criança constrói seu conhecimento da leitura e da escrita, isto é, quais são as diferentes hipóteses que ela levanta sobre o sistema de escrita mesmo que ainda não compreenda o sistema alfabético. Inicialmente difundida, nos anos 70, em países de língua espanhola e trazida para o Brasil nos anos 80, a teoria psicogenética de aquisição da escrita influenciou, fortemente, a prática pedagógica na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, equivocadamente confundida com método de alfabetização. Não se trata de método, e sim de uma teoria segundo a qual o aprendiz, à medida que se apropria da escrita, levanta hipóteses sobre essa modalidade de linguagem com que se depara nos mais diferentes contextos sociais e com ela estreita contato na escola por meio da ação do professor. Tais hipóteses, que se apoiam em conhecimentos prévios, assimilações e generalizações, fornecem ao professor alfabetizador dados importantes acerca dos níveis linguísticos dos alunos durante o processo de alfabetização. De posse desses dados, o professor decidirá que atitude tomar para que o aprendiz reflita sobre seus erros e avance na aprendizagem da escrita. Neste momento, você deve estar se perguntando: e quais essas hipóteses? Emília Ferreiro e Ana Teberosky as chamam de: a) hipótese pré-silábica, b) hipótese silábica, c) hipótese silábico-alfabética, d) hipótese alfabética. Vamos conhecer cada uma delas? A) HIPÓTESE PRÉ-SILÁBICA É a hipótese segundo a qual a produção escrita da criança revela que ela ainda não tem noção de sílaba, por isso “PRÉ-SILÁBICA. Neste caso, a criança ainda não concebe a escrita como um código de representação da fala, isto, não entende que a escrita representa os sons que ela pronuncia ao falar a palavra. É por essa razão que utiliza, em sua produção escrita, rabiscos, desenhos, garatujas, letras e outros sinais gráficos, de modo que só ela mesma entende aquilo que escreveu. Além disso, a escrita de uma criança na hipótese pré-silábica também pode revelar característica do objeto representado. Assim, se ela for convidada a escrever a palavra FORMIGA, ela pode representar esse animal assim: XM2, com poucos sinais gráficos, uma vez que que se trata de um animal pequeno; se for convidada e escrever a palavra BOI, pode ser que ela represente esse animal assim: PX3LTUXTOOOOAVEMOXOAT, com vários sinais gráficos, pois trata-se de um animal de grande porte. Em outras palavras, a extensão da escrita depende do tamanho do objeto representado pela escrita. Veja a seguir um exemplo de escrita de uma criança que se encontra na hipótese pré-silábica: TAG: alfabetização, escrita, pré-silábica B) HIPÓTESE SILÁBICA Nesta hipótese, a criança já tem noção de sílaba, pois já segmenta a palavra em duas, três ou quatro “pedaços”, mas imagina que apenas uma letra é suficiente para representar cada sílaba. Assim, se a criança percebe que a palavra tem suas sílabas, ela representa tal palavra utilizando em sua escrita somente duas letras, uma para cada sílaba; se a palavra tem três sílabas, ela utiliza três letras, e assim por diante. Essa escrita pode ou não ter valor sonoro convencional, razão pela qual muitos professores subdividem a hipótese silábica em silábica sem valor sonoro e silábica com valor sonoro. Na hipótese silábica sem valor sonoro, a criança utiliza uma letra para cada sílaba, mas a letra que utiliza não mantém nenhuma relação com nenhum dos sons da sílaba. Imagine que uma criança, ao ser convidada a escrever a palavra FORMIGA, tenha escrito essa palavra assim: PTX. Observe que ela utilizou três letras porque percebeu que a palavra em questão tem três sílabas, mas note que a letra P não representa nenhum dos sons da sílaba FOR-, assim como a letra T não representa nenhum dos sons da sílaba MI-, e a letra X não representa nenhum dos sons da sílaba GA. Veja a seguir um exemplo de escrita de uma criança na hipótese silábica sem valor sonoro: TAG: alfabetização, escrita, silábico sem valor sonoro Já na hipótese silábica com valor sonoro, a criança continua utilizando uma letra para cada sílaba, mas agora a letra que ela usa representa um dos sons da sílaba, seja ela o som da vogal ou da consoante. Imagine que ela, ao ser convidada a escrever a palavra FORMIGA, tenha escrito essa palavra assim: FMG. Observe que ela utilizou três letras porque percebeu que a palavra em questão tem três sílabas e note também que a letra F representa um dos sons da sílaba FOR-, no caso o som [f], assim como a letra M representa um dos sons da sílaba MI-, no caso, o som [m] e a letra G representa um dos sons da sílaba GA, no caso, o som [g]. Veja a seguir um exemplo de escrita de uma criança que se encontra na hipótese silábica com valor sonoro: TAG: alfabetização, escrita, silábica com valor sonoro C) HIPÓTESE SILÁBICO-ALFABÉTICA Neste estágio de aquisição da escrita, a criança se encontra na transição entre o nível silábico, que acabamos de estudar, e o próximo nível: o alfabético. Isso significa que ela representa sílabas completas, com todas as letras, porque já percebeu todos os sons de tais sílabas, mas representa outras sílabas com apenas uma letra. Assim, se a criança for convidada a escrever a palavra TOMATE, ela pode representá-la assim: TOAT. Essa escrita revela que o ouvido da criança já detectou todos os sons da primeira sílaba da palavra em questão, por isso representou cada um desses sons com uma letra. Contudo, note que ela representa a sílaba MA apenas com a letra A e sílaba TE somente com a letra T. Na hipótese silábico-alfabética, o aprendiz está muito próximo da escrita alfabética. Compete ao professor alfabetizador o trabalho de refletir com a criança sobre o sistema linguístico a partir da observaçãoda escrita alfabética e da reconstrução do código escrito. Veja a seguir um exemplo de escrita de uma criança que se encontra na hipótese silábico-alfabética: TAG: alfabetização, escrita, silábica alfabética D) HIPÓTESE ALFABÉTICA Nesta fase, a criança atingiu um nível de consciência fonológica bastante apurado, pois percebe todos os sons de todas as sílabas, representando-as por completo. Assim, se a sílaba tem dois sons, a criança a representa utilizando duas letras; se tem três sons, ela a representa com três leras e assim por diante. É importante salientar que se trata de uma escrita fonética, não ortográfica. Assim, se a criança for convidada a escrever a palavra EXAME, ela pode representá-la assim: “EZAMI”. O desafio que cabe ao professor agora é tornar essa criança alfabetizada, ou seja, caminhar em direção à escrita convencional, com correção ortográfica e gramatical. Veja a seguir um exemplo de escrita de uma criança que se encontra na hipótese alfabética: TAG: alfabetização, escrita, alfabética IMPLICAÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS Durante sua prática pedagógica, o professor que tome por base o referencial teórico da Psicogênese da língua escrita precisa levar em consideração que: a) a produção escrita dos aprendizes revela erros construtivos, cabendo ao professor interpretar esses erros, fazer um diagnóstico das hipóteses linguísticas dos alunos e, de posse do conhecimento dessas hipóteses, planejar atividades com vistas a promover avanços na aquisição da escrita. b) os avanços na escrita são diferentes para cada criança, uma vez que as turmas são heterogêneas, afinal, estamos lidando com pessoas, e cada ser humano é único e, portanto, tem suas individualidades. 1- Segundo Emília Ferreiro e Ana Teberosky, em seus estudos sobre a psicogênese da língua escrita, a criança levanta hipóteses acerca da escrita, passando por diferentes níveis linguísticos. Acerca desses níveis, julgue os itens que seguem e depois assinale a alternativa CORRETA. I. Na hipótese pré-silábica, a criança ainda não estabelece relação entre a letra e seu aspecto sonoro. II. Na hipótese silábica, a criança começa a considerar, na escrita, os aspectos sonoros da fala, podendo registrar uma letra para cada sílaba. III. Na hipótese alfabética, a criança inicia o processo de distinção entre os fonemas, podendo usar, às vezes, mais de uma letra para uma mesma sílaba. IV. Na hipótese silábico-alfabética, como a criança já identifica cada som representado pelas letras, já pode ser considerada alfabetizada. Está CORRETO o que se afirma em: I e II, apenas. 2-Considere a seguinte situação hipotética: uma criança do 2º ano do ensino fundamental escreveu as palavras ELEFANTE, GIRAFA E VACA assim: ELEFT, JIRF, VAK. A produção escrita dessa criança revela que ela está na hipótese: silábico-alfabética. 3-Com relação às características da escrita das crianças que estão no processo de alfabetização, é correto afirmar que: A escrita alfabética é fonética. A sondagem na alfabetização O QUE É SONDAGEM? A sondagem é uma ferramenta pedagógica eficaz para o professor acompanhar o processo de aprendizagem da língua escrita nos anos iniciais do ensino fundamental, pois ela fornece informações relevantes quanto os avanços relativos à alfabetização e, de posse dessas informações, o docente decidirá que caminhos trilhar a fim de que as crianças continuem avançando de uma fase a outra. Assim, se o professor diagnosticar, por meio da sondagem, que um aluno está na hipótese pré-silábica, por exemplo, deverá fazer uma revisão de planejamento de ensino e recorrerá a estratégias que considerar mais apropriadas para que o aprendiz atinja a hipótese silábica, e assim por diante. COMO FAZER A SONDAGEM? Recomenda-se que o professor faça uma lista de palavras do mesmo campo semântico, ou seja, palavras que se relacionam quanto ao significado. A título de exemplo: as palavras guarda-sol, biquíni, conchas e areia pertencem ao campo semântico de PRAIA; as palavras crisântemo, antúrio, cravo e rosa pertencem ao campo semântico de FLORES; as palavras papagaio, cachorro, bode e rã pertencem ao campo semântico de ANIMAIS. Escolhidas as palavras, o docente deverá ditá-las sem permitir que os alunos consultem outras fontes escritas. QUANDO FAZER A SONDAGEM? Com relação à periodicidade, recomenda-se que a sondagem seja realizada nos meses de fevereiro, abril, junho, setembro e novembro, mas vale destacar que, no cotidiano de sua prática pedagógica, o professor observe o desenvolvimento das crianças no que se refere aos avanços que elas apresentam em suas produções escritas. QUE CUIDADOS O PROFESSOR DEVE TER AO REALIZAR A SONDAGEM? Sugere-se que o docente, durante a realização da sondagem, fique atento aos seguintes cuidados: 1. Fornecer aos alunos um papel sem pauta a fim de que se possa verificar o alinhamento e a direção da escrita; 2. Selecionar uma lista de palavras que pertençam ao mesmo campo semântico e que façam parte de seu vocabulário utilizado em seu dia-a-dia; 3. Iniciar o ditado por uma palavra polissílaba, seguida por uma trissílaba, uma dissílaba e uma monossílaba. É importante o professor não alterar essa ordem, porque, caso os alunos escrevam segundo a hipótese da quantidade mínima de letras, poderão recusar-se a escrever se começarem pela palavra monossílaba. Por fim, o professor deve ditar uma frase utilizando uma das palavras da lista; Exemplo: Lista de palavras do campo semântico de ANIMAIS: BORBOLETA CAVALO GATO BOI Frase: O CAVALO COME CAPIM. 4. Ditar as palavras e a frase normalmente, ou seja, sem silabar; 5. Observar, enquanto os alunos escrevem, suas reações e anotá-las; 6. Oferecer letras móveis aos alunos que, porventura, não queiram escrever, pois o importante é que todos realizem a atividade. 7. Solicitar, após o término do ditado, que os alunos leiam aquilo que escreveram, anotando o modo como eles realizam a leitura. 8. Pedir para a criança ler o que escreveu apontando com o dedo, caso o professor se depare com dificuldade em entender o que ela escreveu. COMO FAZER O DIAGNÓSTICO? Terminada a sondagem, o professor deve debruçar-se sobre a produção escrita dos alunos, analisá-la e, com base em seus conhecimentos acerca da psicogênese da língua escrita, identificar a hipótese de escrita em que o aluno está, a saber: a) Hipótese pré-silábica; b) Hipótese silábico (sem valor sonoro ou com valor sonoro); c) Hipótese silábico-alfabética; d) Hipótese alfabética. TOMADA DE DECISÃO De posse do diagnóstico, o professor deverá rever seu planejamento e realizar os agrupamentos dos alunos com base nas hipóteses mais próximas, formando duplas com um aluno MENOS COMPETENTE e outro MAIS COMPETENTE. Nessa direção, NÃO se recomenda a formação de duplas constituídas por: a) um aluno MENOS COMPETENTE e outro MENOS COMPETENTE OU b) um aluno MENOS COMPETENTE e outro MUITO MAIS COMPETENTE. Nessa direção, recomenda-se a formação de uma dupla constituída por um aluno que está na hipótese pré-silábica com um aluno que está hipótese silábica; um aluno que está na hipótese silábico-alfabética com um aluno que está na hipótese alfabética. Entretanto, não se recomenda formar uma dupla com um aluno que está na hipótese pré-silábica com um aluno que está na hipótese silábico-alfabética, por exemplo. PORTFÓLIO DE ACOMPANHAMENTO DOS ALUNOS Para que o professor possa fazer comparações entre os resultados de uma sondagem e outra, é de extrema importância que ele faça um portfólio de acompanhamento dos alunos. Recomenda-se que esse portfólio contenha os seguintes itens: 1. Capa 2. Relatório do professor 3. relatório do coordenador 4. Ficha diagnóstica 5. Anexo das atividades desenvolvidas durante a sondagem 6. Outras informações que o professor e o coordenador julgarem relevantes. Para finalizar este tópico, vale salientar que, durante sua prática de alfabetização, o professor deve, a partir do diagnóstico a que chegou após a sondagem,realizar intervenções com vistas a levar o aluno a refletir sobre sua produção escrita e, por conseguinte, sobre o funcionamento da língua na sua modalidade escrita. Para tanto, sugere-se que ele faça perguntas como: “Por que você escreveu essa palavra dessa forma?”, “Você acha que tem mais alguma letra nessa sílaba ou nessa palavra?”, “Por que você colocou essa letra aqui?”, “Por que aqui escreveu essa palavra desse jeito e aqui de outro”?, “Se nós trocarmos a ordem das letras dessa palavra, ela continua a mesma palavra?” Enfim, há outras perguntas que o professor poderá fazer dependendo da manifestação escrita de cada aluno. O importante é provocar a criança por meio de intervenções para que ela possa pensar sobre aquilo que escreveu, corrigir seus erros e avançar em suas hipóteses sobre a escrita. 1- Ao realizar a sondagem, um dos critérios que o professor deve adotar diz respeito ao número de silabas das palavras. Nesse sentido, a ordem CORRETA das palavras é: polissílaba, trissílaba, dissílaba, monossílaba. 2-Considerando que, ao realizar uma sondagem, o professor deve escolher palavras pertencentes ao mesmo campo semântico, assinale a alternativa que apresenta uma escolha adequada. Abacaxi, banana, manga, noz. 3- Tendo em vista que, de posse do diagnóstico a chegou após a realização da sondagem, o professor deve agrupar os alunos de acordo com as hipóteses próximas, assinale a alternativa segundo a qual o professor fez um agrupamento adequado. Um aluno na hipótese pré-silábica com um aluno na hipótese silábica. Fórum Sônia trabalha há dezenove anos nas séries iniciais do E.F., mas assumiu, pela primeira vez, a turma do primeiro ano/alfabetização, composta por 29 crianças. A equipe gestora orientou que os professores realizassem uma sondagem com seus alunos, registrassem em uma tabela, classificando-os de acordo com suas hipóteses de escrita para, posteriormente, elaborarem seus planejamentos, com base nos resultados de cada turma. Insegura quanto aos procedimentos, Sônia conversou com a coordenadora pedagógica, solicitando orientações mais detalhadas. Discutiremos aqui sobre quais deveriam ser as orientações da C.P. para a professora quanto a: - Organização, aplicação e análise da sondagem e, - A escolha do melhor método de alfabetização para desenvolver com essa turma. O professor deve fazer a sondagem bimestralmente. Recomenda-se que seja feito uma lista de palavras do mesmo campo semântico, para a realização o professor deve fornecer um papel sem pauta para verificar alinhamento e direção na escrita, selecionar palavras que façam parte do dia a dia do aluno, iniciar ditado de forma decrescente, ex: polissílaba, trissílaba dissílaba, monossílaba, a fim de não desestimular o aluno com palavras muito grande, ditar essas palavras sem silabar, observar os alunos enquanto escrevem anotando suas reações, quando houver resistência por parte do aluno em escrever, pode ser usada letras móveis com papel ou EVA, ao final deve-se solicitar que os alunos leiam, para que seja observado como eles realizam a leitura. Com essa sondagem podemos classificar os alunos em hipóteses: pré-silábica, silábica com ou sem valor sonoro, silábico-alfabética e alfabética Com esses dados podemos agrupar e mesclar a turma sempre mantendo atualizado o portfólio de acompanhamento dos alunos. ALFABETIZAÇÃO E SEUS MÉTODOS Vamos iniciar nossa conversa refletindo sobre o conceito de alfabetização? Ao pé da letra, a palavra “alfabetização” significa a ação de alfabetizar, ou seja, a ação de conduzir o sujeito à apropriação do alfabeto (um conjunto de letras dispostas em ordem estabelecida de modo convencional) para uso na comunicação escrita. Essa apropriação do sistema de escrita não significa apenas memorizar as letras do alfabeto, mas desenvolver uma competência linguística necessária no indivíduo para ler e interpretar os diferentes textos com os quais de para em seu cotidiano. Val (2006, p. 19) define alfabetização como “o processo específico e indispensável de apropriação do sistema de escrita, a conquista dos princípios alfabético e ortográfico que possibilitem ao aluno ler e escrever com autonomia. Noutras palavras, alfabetização diz respeito à compreensão e ao domínio do chamado “código” escrito, que se organiza em torno de relações entre a pauta sonora da fala e as letras (e ouras convenções) usadas para representá-la, a pauta, na escrita”. ((VAL, 2006, P. 19)) Nesse sentido, considera-se alfabetizado o indivíduo que detém o domínio de habilidades linguísticas básicas na modalidade escrita da língua para a vida em sociedade. Para desenvolver esse domínio nos alunos, o professor dos anos iniciais precisa recorrer a algum método de alfabetização, conforme veremos a seguir. MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO Após a invenção da escrita, o homem sentiu a necessidade de transmiti-la de geração a geração, o que o levou a buscar algum “método” que levasse as pessoas a de fato decifrarem aquilo que estava escrito. Na antiguidade, existia apenas um método: o da cópia de textos consagrados, conforme pontua Cagliari: “Na antiguidade, os alunos alfabetizavam-se aprendendo a ler algo já escrito e depois copiado. Começavam com palavras e depois passavam para textos famosos, que eram estudados exaustivamente. Finalmente, passavam a escrever seus próprios textos. O trabalho de leitura e cópia era o segredo da alfabetização”. ((CAGLIARI, 1998, P. 15)) Mas, afinal, o que significa a palavra “método”? De acordo com Correa e Salch, “A palavra método tem sua origem no grego méthodos e diz respeito a caminho para chegar a um objetivo. Num sentido mais geral, refere-se a modo de agir, maneira de proceder, meio; em sentido mais específico, refere-se a planejamento de uma série de operações que se devem efetivar, prevendo inclusive erros estáveis, para se chegar a determinado fim”. ((CORREA E SALCH, 2007, P. 10)) Assim, se o objetivo do professor é desenvolver a competência leitora e escritora do aluno, ou seja, alfabetizá-lo, é comum sua preocupação em como fazer isso, que método (ou métodos) adotar a fim de desenvolver o processo de alfabetização de modo eficaz. Vale ressaltar que os métodos são importantes, mas não existe uma receita milagrosa para o trabalho de desenvolvimento da competência leitura e escritora dos alunos. Isso porque cada criança, por seu única, pode não aprender de forma igual ou semelhante às outras. E por essa razão que não se deve classificar um método como melhor ou pior do que outro, e sim adotar o método que funcione bem com essa ou aquela criança. Além disso, não basta ter conhecimento teórico acerca dos diferentes métodos de alfabetização, é preciso acompanhar, diariamente, os resultados do trabalho desenvolvido com os alunos, analisar e, quando necessário, refazer planejamentos e tomar decisões, como alerta Carvalho: “Para a professora, seja qual for o método escolhido, o conhecimento das suas bases teóricas é condição essencial, importantíssima, mas não suficiente. A boa aplicação técnica de um método exige prática, tempo e atenção para observar as reações das crianças, registrar os resultados, ver o que acontece no dia-a-dia e procurar soluções para os problemas dos alunos que não acompanham”. ((CARVALHO, 2008, p. 46)) Os métodos de alfabetização, há muito tempo colocados em prática nas escolas brasileiras, se dividem em métodos sintéticos e métodos analíticos(ou globais). Vamos conhecê-los? TAG: sala de aula, carteiras enfileiradas, alunos fazendo prova 1. MÉTODOS SINTÉTICOS DE ALFABETIZAÇÃO Os métodos sintéticos de alfabetização consistem em o professor trabalhar as unidades menores da língua, partindo da parte para o todo, ou seja, das letras, sílabas até chegar às palavras e textos. Trata-se de métodos cujo objetivo central é alfabetizar o aluno a partir da decodificação dos sons que as letras representam, desenvolvendo, assim, sua consciência fonológica. São considerados métodos sintéticos: soletração, silabação e métodofônico. Vamos conhecer um pouco de cada um deles? 1.1. MÉTODO DA SOLETRAÇÃO Soletrar significa dizer os nomes das letras como, por exemplo, EFE, ELE, EME, ENE, ERRE e daí por diante, depois juntá-las formando sílabas e, por conseguinte, palavras. O método da soletração, cujo objetivo central é ensinar a combinação de letras e sons, parte de unidades menores – as letras – que, quando se juntam, representam sons – as sílabas – as quais, por sua vez, formam palavras. Exemplo: C com A, CA; M com E, ME; L com O, LO = CAMELO. Trata-se de um método que tem como base a associação entre estímulos visuais e auditivos, pois ao nome da letra associa-se a forma visual. Quanto às sílabas, estas são aprendidas de cor, e as palavras que com elas são formadas são descontextualizadas. 1.2. MÉTODO DA SILABAÇÃO O método da silabação, como o nome já diz, tem como objetivo central tornar o aluno alfabetizado tendo como foco o trabalho com as sílabas. A Cartilha da Infância (Thomaz Galhardo, 1939) ilustra bem esse método, pois depois de mostrar as vogais e os ditongos aos alunos, apresenta-lhes as sílabas (va-ve-vi-vo-vu), que são embaralhadas nas duas linhas seguintes. Na sequência, vêm as palavras formadas por três letras (vai, viu, vou) seguidas de onze palavras contendo as sílabas estudadas ou “memorizadas”. Por fim, conclui-se cada lição com algumas frases sem ligação entre si, escritas sem a maiúscula na palavra inicial e sem pontuação: “vovó viu a ave”, “a ave vive e voa”, “vovô vê o ovo” e outras superficiais como essas. As lições seguem a seguinte ordem: no início são apresentadas as vogais, depois os ditongos, seguidos das sílabas constituídas das letras v, p, b, f, d, t, l, j, m, n. No final da cartilha, são mostradas as ditas “dificuldades ortográficas” bem como os dígrafos, as sílabas travadas (terminadas por consoantes) e as letras g, c, z, s, e x. 1.3. MÉTODO FÔNICO O método fônico de alfabetização consiste em o professor ensinar o aluno a identificar e produzir os sons representados pelas letras. Neste caso, ao invés de ensinar utilizando os nomes das letras, pois cairia no método da soletração, ensina-se pelos sons. Ou seja, não se diz EFE, EME, por exemplo, e sim [fê], [mê] [lê] e assim por diante. Atenção! Ouça a música ABC do Sertão, de Luiz Gonzaga, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=6CSTAaVREtg. Nela, o poeta mostra bem como se alfabetiza (ou pelo se alfabetizava) na região nordeste do país: pelo método fônico. O Método da Abelhinha é fônico, pois ao se trabalhar com a personagem abelhinha, cujo corpo tem de forma de um a (em letra cursiva), apresenta-se o som /aaaaaaa/ de forma prolongada para facilitar o reconhecimento da vogal “A”. O tronco de um índio representa a letra “I” e assim por diante. A alfabetização se dá, portanto, pela associação entre o desenho do personagem, a forma da letra e som (fonema). Outro método que também é fônico é o método da Casinha Feliz, que consiste em o professor utilizar o jogo, a dramatização, para desenvolver a aprendizagem do código escrito. O objetivo desse método é associar o formato da letra a um personagem que represente determinado som da língua. Durante muito tempo presentes nas escolas brasileiras, os métodos sintéticos são considerados os métodos tradicionais de alfabetização. Para colocá-los em prática, os professores recorriam às conhecidas cartilhas como material didático indispensável ao processo de aprendizagem da leitura e da escrita. TAG: Cartilha, apendizagem, comunicação TAG: Alfabetização, Aprendizagem, Empirismo 2. MÉTODOS ANALÍTICOS (OU GLOBAIS) Os métodos analíticos consistem em o professor utilizar as unidades maiores da língua, partindo do todo para as partes, ou seja, da palavra, da sentença (frase) ou do texto e analisá-los (decompô-los) em suas partes constituintes. São métodos analíticos: método da palavração, método da sentenciação e método do conto. 2.1. MÉTODO DA PALAVRAÇÃO O método da palavração consiste em o professor utilizar palavras-chave para ensinar as letras. O objetivo desse método é analisar (decompor) as partes da palavra, ou seja, as sílabas que, depois de combinadas entre si, formam novas palavras. Assim, se o professor selecionar a palavra TIJOLO, ele incialmente desmembrará essa palavra em sílabas e suas famílias silábicas, a saber: TIJOLO Sílabas: TI + JO + LO Para desmembrar a família silábica, sugere-se embaralhar a ordem. Assim, as famílias silábicas seriam, por exemplo: TI - TA - TU - TE - TO JU - JE - JI - JO - JA LE - LA - LO - LU - LI A partir dessa decomposição, formam-se novas palavras com a combinação das sílabas entre si. Exemplo: juntando-se a sílaba TE da primeira família com a sílaba LA da terceira família, tem-se a palavra LATE, e assim por diante. O método da palavra geradora de Paulo Freire também se classifica como um método da palavração, mas vale destacar que as palavras que o Patrono da Educação Brasileira selecionava para gerar outras palavras pertenciam ao universo vocabular dos aprendizes, no caso, os adultos analfabetos, o que tornava o processo de ensino-aprendizagem da língua muito mais significativo. 2.2. MÉTODO DA SENTENCIAÇÃO O método da sentenciação consiste em o professor iniciar o ensino da língua nos anos iniciais a partir de frases sugeridas pelos próprios alunos. Essas frases são desmembradas em palavras, as palavras em sílabas e estas, por sua vez, em letras. 2.1. MÉTODO DO CONTO O método do conto consiste em o professor utilizar pequenas histórias para ensinar a ler e escrever. Como esse método é colocado em prática? O educador apresenta aos alunos a história completa, realizando uma espécie de pré-leitura e, em seguida, passa ao reconhecimento das palavras, depois das sílabas que formam as palavras e, por fim, a formação de novas palavras a partir das sílabas que foram desmembradas. Chegamos ao final deste tópico e imagino que você deva estar se perguntando: qual é o método mais eficaz para alfabetizar os aprendizes? A resposta é: conheça bem seus alunos e tome a decisão de que método (ou métodos) adotar para desenvolver neles uma aprendizagem significativa da leitura e escrita nos anos iniciais destinados à alfabetização. Se você adotar um dos métodos estudados nesta aula, mas não obtiver os resultados almejados, você poderá misturar um método analítico com um sintético, por exemplo, e acompanhar os resultados. Se forem positivos, estará no caminho certo. 1- Julgue as afirmativas que seguem a respeito dos métodos tradicionais de alfabetização e, depois, assinale a alternativa CORRETA. I. O educador que adota o método sintético insiste em trabalhar atividades que estabeleçam a correspondência entre o oral e o escrito, entre o som e a letra. II. O professor que coloca em prática o método sintético propõe aos alunos atividades cujo objetivo é estabelecer a correspondência a partir de elementos mínimos, em um processo que consiste em ir do todo para as partes. III. O professor que adota o método analítico promove atividades com vistas ao reconhecimento global das palavras ou das frases e, posteriormente, a análise dos elementos constituintes dessas palavras ou frases. IV. Soletração e silabação são ações desenvolvidos pelo professor que adota, no processo de alfabetização, o método sintético. Estão corretas as afirmativas: I, III e IV 2-O método da soletração consiste em: dizer os nomes das letras, depois agrupá-las, formando sílabas que, por sua vez, formam palavras. pronunciar o som que cada letra representa e, em seguida, juntá-los, formando sílabas, palavras e frases. escolher uma palavra-chave, desmembrar suas sílabas e com elas formar novas palavras. selecionar um pequeno texto, desmembrar suas frases e palavras até chegar às sílabas e letras. dizer os nomes das letras, depois agrupá-las, formando sílabas que, por sua vez, formam palavras. 3-Imagine a seguinte situação hipotética: uma professora do 1º ano do ensino fundamentalalfabetizou seus alunos dizendo os nomes das letras e mostrando os sons que elas representam. Neste caso, ele colocou em prática: o método da soletração combinado com o método fónico. apenas o método da soletração. o método da palavração. o método da sentenciação. o método da soletração combinado com o método fónico. O QUE É ALFABETIZAÇÃO? A palavra “alfabetização” vem do verbo “alfabetizar”, que significa a ação de ensinar e aprender uma modalidade de linguagem fundamental para a vida em sociedade: a escrita. Nas palavras de Soares (2003, p. 14-15)), o conceito de alfabetização está relacionado à “aquisição de uma tecnologia – o sistema de escrita e as técnicas para seu uso”. Neste sentido, um indivíduo alfabetizado é aquele que sabe decodificar as letras e os sons que elas representam; tem habilidades motoras para manipular os instrumentos de escrita como lápis, caneta, teclado etc; consegue ler escrever de acordo com a regras gramaticais e ortográficas da língua; manipula corretamente os suportes de escrita como livros, revistas, jornais, entre outros. O QUE É LETRAMENTO? O conceito de “letramento” está relacionado ao domínio das funções sociais da escrita. O que isso significa? Significa que não basta o indivíduo conhecer as letras que usa na escrita, é preciso entender, na leitura, que elas traduzem o mundo a sua volta e, na escrita, saber manipulá-las de tal modo que, juntas, elas formem textos de diferentes gêneros por meio dos quais atuamos na sociedade. Neste momento, você deve estar se perguntando? Então, o sujeito letrado é aquele que domina os diferentes gêneros textuais? A resposta é: SIM. Mas o que são gêneros textuais? Vejamos a seguir: GÊNEROS TEXTUAIS Os gêneros são “espécies” de textos com nome, forma e função socialmente reconhecidos. Vejamos: quando lemos um texto cujas características são: conta uma história envolvendo personagens animais e apresenta uma moral da história, seja explícita ou implícita, já o reconhecemos como uma fábula. A linguagem da fábula é metafórica, simbólica, pois os personagens acabam representando tipos humanos, uma vez que agem e se comportam como as pessoas na sociedade. Agora, note: 1. Qual o nome do texto? Resposta: Fábula. 2. Quais as características formais? Resposta: é narrativo, pois conta uma história, os personagens são animais, a linguagem é metafórica e apresenta uma moral da história. 3. Qual a função social? Resposta: Transmitir um ensinamento. Portanto, estamos diante de um gênero, no caso, o gênero fábula, que é diferente do gênero história em quadrinho, da propaganda, do anúncio, da receita culinária, da placa de trânsito, da lista de compra, da certidão de nascimento, enfim, diferente de tantos outros gêneros textuais que circulam na sociedade e dos quais precisamos e deles fazemos uso em nosso cotidiano. Vale salientar que é por meio dos gêneros textuais que a língua, tanto oral quanto escrita, se materializa. De acordo com os PCNs de Língua Portuguesa, “Os gêneros são determinados historicamente. As intenções comunicativas, como parte das condições de produção dos discursos, geram usos sociais que determinam os gêneros que darão forma aos textos. É por isso que, quando um texto começa com “era uma vez”, ninguém duvida de que está diante de um conto, porque todos conhecem tal gênero. Diante da expressão “senhoras e senhores”, a expectativa é ouvir um pronunciamento público ou uma apresentação de espetáculo, pois sabe-se que nesses gêneros o texto, inequivocamente, tem essa fórmula inicial. Do mesmo modo, pode-se reconhecer outros gêneros como cartas, reportagens, anúncios, poemas, etc” ((BRASIL, 1997, p. 23)) Quando afirmamos que precisamos dos gêneros textuais para vivermos em sociedade, estamos dizendo que recorremos a um determinado gênero para atender às nossas necessidades. Assim, se precisamos nos locomover na cidade, utilizamos, por exemplo, o gênero placa de trânsito; se precisamos fazer um bolo, utilizamos o gênero receita culinária; se precisamos fazer alguma solicitação, recorremos ao gênero requerimento, e assim por diante. É por essa razão que dominar a língua nas suas mais diferentes manifestações é condição indispensável para atingirmos níveis mais elevados de letramento. Ou seja, quanto mais gêneros textuais dominamos, mais letrados nós somos. Isso significa dizer que precisamos desenvolver habilidades de leitura e escrita de acordo as características de cada gênero, que envolvem, tanto aspectos formais quanto os objetivos comunicativos, interlocutores etc. Com relação aos aspectos formais, não é raro encontramos pessoas que não têm o domínio dos diferentes níveis de linguagem que devem usar em cada gênero, por isso cometem muitas inadequações linguísticas: usam, por exemplo, linguagem coloquial e abreviações próprias do mundo virtual em gêneros como artigo de opinião, requerimento, entre outros. É o gênero textual, portanto, que vai determinar o grau de formalidade ou de informalidade da linguagem que usamos. Nesse sentido, ao escrevermos o gênero bilhete, em geral, usamos uma linguagem informal, descontraída, diferente do gênero requerimento, no qual usamos uma linguagem formal. Neste momento, você deve estar se questionando: então, uma pessoa pode ser alfabetizada, mas ter um nível de letramento baixo se ela não souber, na leitura, interpretar os objetivos de cada gênero e, na escrita, não souber adequar a linguagem de acordo com o gênero, seus objetivos comunicativos e o interlocutor? A resposta é: SIM. A sociedade atual exige cada vez mais que as pessoas sejam alfabetizadas e letradas, contudo “é possível encontrar pessoas que passaram pela escola e são alfabetizadas, mas não são letradas" (VAL, 2006, p. 23), pois, ainda que tenham domínio do sistema alfabético, não desenvolveram habilidades de usos da língua nos diferentes contextos comunicativos. Da mesma forma que há indivíduos alfabetizados, mas não são letrados, existem analfabetos com certo nível de letramento, conforme explicita Soares: “Um adulto pode ser analfabeto e letrado: não sabe ler nem escrever, mas usa a escrita: pede a alguém que escreva por ele, dita uma carta, por exemplo (e é interessante que, quando dita, usa as convenções e estruturas linguísticas próprias da linguagem escrita, evidenciando que conhece as peculiaridades da linguagem escrita) – não sabe escrever, mas conhece as funções da escrita, usa-as, lançando mão de um “instrumento” que é o alfabetizado (que funciona como uma máquina de escrever...); pede a alguém que leia para ele a carta que recebeu, ou uma notícia de jornal, ou uma placa na rua, ou a indicação do roteiro de um ônibus – não sabe ler, mas conhece as funções da escrita, e usa-a, lançando mão do alfabetizado. É analfabeto, mas é, de certa forma, letrado, ou tem um certo nível de letramento”. ((SOARES, 2009, p. 24)) Ilustra bem o que diz a autora o Filme “Central do Brasil”, em que os analfabetos recorrem à personagem Dora, interpretada pela atriz Fernanda Montenegro, para escrever cartas cujos destinatários são seus entes queridos que estão longe. Ela faz o papel de escriba, mas são eles que ditam a carta, sabem o formato e as características da escrita desse gênero textual, só não sabem escrevê-la. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: PROCESSOS ARTICULADOS Muitos professores alfabetizadores podem pensar que devem, primeiro, alfabetizar para, depois, letrar, como se a alfabetização fosse uma espécie de preparação para o letramento. Faz-se necessário destacar que alfabetização e letramento são processos diferentes, mas complementares e inseparáveis, logo o professor não deve escolher entre alfabetizar e letrar, mas alfabetizar letrando. Para tanto, ele pode escolher um método global de alfabetização como, por exemplo, um gênero como rótulo, placa de trânsito, trabalhar a leitura do texto, suas características linguísticas, sua função na sociedade e explorar as palavras-chave e analisar suas estruturas silábicas, a ortografiaetc. E quando começa o letramento? O letramento se inicia no momento em que a criança começa a entrar em contato com as diferentes manifestações escritas na sociedade, como placas, rótulos, embalagens, cartazes, faixas, letreiros de ônibus, entre outras, e estende-se pelo resto de suas vidas por meio da crescente possibilidade de participação nas práticas sociais que envolvem a língua escrita: leitura e/ou escrita dos gêneros história em quadrinho, conto, romance, artigo científico, resenha, propaganda etc. Sendo assim, alfabetizar na perspectiva do letramento é contemplar as mais diferentes manifestações de escrita com as quais os alunos se deparam mesmo antes de frequentar a escola e, à medida que o tempo vai passando, vão tomando conhecimento de tantos outras manifestações escritas. Isso porque, de acordo com o Programa de Formação de Professores dos Anos iniciais do Ensino fundamental-Pró-Letramento, “Os alfabetizandos vivem numa sociedade letrada, em que a língua escrita está presente de maneira visível e marcante nas atividades cotidianas, inevitavelmente, eles terão contato com textos escritos e formularão hipóteses sobre sua utilidade, seu funcionamento, sua configuração. Excluir essa vivência da sala de aula, por um lado, pode ter o efeito de reduzir e artificializar o objeto de aprendizagem que é a escrita, possibilitando que os alunos desenvolvam concepções inadequadas a respeito desse objeto. Por outro lado, deixar de explorar a relação extraescolar dos alunos com a escrita significa perder oportunidades de conhecer e desenvolver experiências culturais, ricas e importantes para a integração social e o exercício da cidadania”. ((BRASIL, 2007, p.13)) TAG: escrita, alfabetização, letramento Portanto, uma prática pedagógica que leve em consideração, de modo articulado e simultâneo, a alfabetização e o letramento se mostra bastante adequada e proveitosa para o desenvolvimento da competência leitora e escritora dos alunos. TAG: jornal, educação, sal 1- A respeito da concepção de alfabetização, considere as afirmativas que seguem e depois assinale a alternativa CORRETA. I. A alfabetização consiste no aprendizado do sistema de escrita e de sua utilização como código de comunicação e, portanto, de socialização entre as pessoas. II. A alfabetização promove o exercício consciente da cidadania e do desenvolvimento da sociedade como um todo. III. Durante o processo de aquisição da língua escrita, basta o aluno adquirir as habilidades mecânicas (codificação e decodificação) do ato de ler para ser considerado alfabetizado e letrado. Está correto o que se afirma apenas em: I e II 2- Considerando o processo de alfabetização e letramento, está adequada a prática pedagógica do professor que, a princípio, decide alfabetizar; em seguida, letrar, posto que se trata de processos dissociáveis. primeiramente, opta por trabalhar o letramento; depois, a alfabetização, uma vez que um independe do outro. ao mesmo e de forma articulada, coloca em prática a alfabetização e o letramento, já que são processos indissociáveis. à medida que valoriza a inserção do aluno nas práticas sociais de leitura e escrita, deixa para segundo plano a sistematização do código. 3- Segundo Val (2006, p. 23), "é possível encontrar pessoas que passaram pela escola e são alfabetizadas, mas não são letradas". Trata-se de indivíduos que: ainda sejam capazes de codificar e decodificar, só conseguem ler e interpretar textos verbais. apesar de terem se apropriado da aprendizagem da leitura, não são capazes de produzir textos. não desenvolveram habilidades de usos da língua nos diferentes contextos comunicativos, embora tenham domínio do sistema alfabético. embora sejam capazes de ler e compreender textos verbais e não verbais, não estão inseridos nas práticas sociais de leitura e escrita. Alfabetização e novas tecnologias TAG: Tecnologias digitais, infraestrutura tecnologica, NGN A aprendizagem da língua escrita acompanha o tempo histórico em que se vive. Houve uma época em que o lápis e o papel eram os únicos recursos disponíveis para se escrever dentro ou fora da escola. Com o passar do tempo, primeiro surgiram as máquinas de escrever e depois os computadores. As salas de aula não se apropriaram desses recursos. Os computadores hoje, invadiram todos os ambientes e fazem parte da rotina das pessoas que as utilizam socialmente para escrever. Por essa razão, a escola não pode ignorar esse novo contexto da escrita no processo de alfabetização. Claro está, entretanto, que a simples presença de novas tecnologias não garante a aprendizagem das crianças. É preciso que a mediação do professor propicie desafios e reflexões sobre a leitura e a escrita. Mesmo antes de ler e escrever convencionalmente, a criança pode interagir com o computador por meio de atividades voltadas para a alfabetização. Afinal, muitas crianças têm contato com as letras nos teclados do computador ou dos celulares e podem usá-las para escrever palavras de acordo com suas hipóteses, mesmo que não seja da forma convencional. INSERIR OBJETO (CRIANÇA INTERAGINDO COM O COMPUTADOR) Como você já viu, na década de 1980, Emília Ferreiro revolucionou as práticas de alfabetização ao pesquisar o modo como as crianças aprendem e as fases pelas quais passam, apoiando seu estudo na Epistemologia Genética de seu orientador Jean Piaget. À época, suas ideias sobre a aquisição da leitura e da escrita pela criança estavam reunidas principalmente na obra “Psicogênese da Língua Escrita” que, desde 1985, passou a ser uma referência para os alfabetizadores. Para a pesquisadora argentina, a alfabetização não é um estado, mas um processo longo “de início incerto e de final impossível”, ou seja, não é possível precisar o início dessa aprendizagem nem a sua conclusão, pois as mudanças tecnológicas no mundo contemporâneo impõem novas aprendizagens sobre a leitura e a escrita. Para ela, estar alfabetizado no século XXI implica poder transitar de modo eficiente por entre as novas práticas sociais ligadas à escrita nos atuais contextos mediados pelas novas tecnologias. Os professores e os alunos mudaram com a utilização dos novos recursos de comunicação que foram criados e que trazem à cena novos tipos de textos, originando novos comportamentos leitores e escritores, que precisam ser estudados e utilizados também no processo de alfabetização. No livro “O Ingresso na Escrita e nas Culturas do Escrito”, publicado em 2013, Emília Ferreiro afirma que os recursos tecnológicos não são a salvação para o déficit da alfabetização, porém com a ajuda deles ocorrem práticas que auxiliam esse processo e o trazem para um contexto compatível com o espaço-tempo atual. Nessa obra, a autora destaca algumas contribuições das tecnologias para o ensino da leitura e da escrita: - Elas tornam mais acessíveis às crianças uma grande diversidade de textos, aspecto esse que é essencial na alfabetização; - As tecnologias favorecem mais autonomia para o aluno que tem à sua disposição ferramentas como, por exemplo, corretores ortográficos que apontam problemas da escrita independentemente das intervenções do professor; - As tecnologias apresentam-se também como fonte alternativa de informações, para além dos livros didáticos e dos professores. Emília Ferreiro não utiliza o termo “letramento”, mas o incorpora ao processo de alfabetização, vale dizer, trata da alfabetização em um contexto de letramento. Muitos pesquisadores como Magda Soares e Roxane Rojo separam os dois termos e chamam as técnicas de codificação e decodificação de “alfabetização” e a compreensão e os usos sociais da escrita de letramento. Para Emília Ferreiro, Ana Teberosky e Telma Weisz, entretanto, entender a aprendizagem do sistema de escrita como uma etapa técnica e independente do ingresso à cultura letrada é um equívoco. Uma deve andar sempre ao lado do outro, pois apesar de serem processos diferentes eles são inseparáveis. É preciso alfabetizarletrando. O letramento digital das crianças A alfabetização é resultante de um longo processo que abrange maturidade, psicomotricidade, memorização, vivências individuais e coletivas de letramento, consciência fonológica, estímulos orais e escritos. Diante desse contexto são construídos os conceitos de letras, sílabas, palavras, textos... Assim, as atividades oferecidas aos alunos nesse processo precisam ser muito variadas. Os estímulos podem utilizar não apenas massa de modelar, lápis de cor, giz de cera, tintas, papéis variados, mas também telas de computador, tablets etc. Engana-se quem acredita que a tecnologia só oferece jogos para distrair as crianças. Muitos aplicativos são destinados à alfabetização, estimulando habilidades cognitivas, motoras, visuais, espaciais e auditivas. INSERIR OBJETO – CRIANÇA INTERAGINDO COM TABLET/COMPUTADOR Emília Ferreiro defende que alfabetizar no século XXI inclui todos os objetos em que circulam textos e imagens. Para ela, “Alfabetização digital” é um termo que tem sido usado para designar um tipo de aprendizagem da escrita que envolve signos, gestos e comportamentos necessários para ler e escrever no computador e em outros dispositivos digitais. Podemos pensar em uma alfabetização feita com instrumentos digitais como um tipo de letramento em que se cruzam diferentes sistemas de representação (letras, sinais gráficos, ícones, cores, sonoridades, imagens fixas e em movimento) no mesmo suporte. Esses sistemas interferem no gesto de escrever e no próprio pensamento da criança sobre o funcionamento da escrita. As pesquisas realizadas por Emília Ferreiro evidenciam que o computador não interfere na construção do conceito de representação da escrita alfabética, entretanto a sua utilização influencia a criança em outros aspectos como: - Na ideia que a criança cria sobre espaçamento e sobre a disposição do texto na página; - Nos tamanhos e formas das letras com as quais ela interage; - No papel dos ícones e símbolos em oposição às letras e números etc. Para a pesquisadora argentina, o cruzamento entre os signos verbais e visuais cada vez mais influenciará na aprendizagem da escrita e, por essa razão, a escrita no computador precisa fazer parte dos saberes e práticas ensinados e praticados na escola, pois vários gestos da cultura digital as crianças aprendem também fora da escola por meio de celulares, jogos, brinquedos eletrônicos etc. As crianças precisam aprender a ligar a máquina, compreender a composição do teclado, os símbolos que nele aparecem, identificar a função de cada tecla, além de também saber digitar as letras, operar com a tela, interagir com os ícones e manusear o mouse. Dessa forma, essa espécie de alfabetização digital é um dos componentes do letramento digital e ambos devem ser ensinados pelo alfabetizador, pois a escola não pode mais ignorar esse novo entorno tecnológico que promove importantes mudanças nas práticas de leitura e de escrita. Como se vê, essas mudanças tecnológicas trouxeram maiores exigências ao trabalho do alfabetizador, porque ocorreram alterações nas práticas da leitura e da escrita no mundo contemporâneo. Hoje, as situações de leitura e escrita são mais complexas, mas o esforço cognitivo das crianças para compreenderem o sistema de escrita alfabética que permite desvendar a relação entre a língua oral e as marcas escritas, isto é, entre os fonemas e os grafemas, mantém-se. Por essa razão, permanece também a necessidade de se colocar as crianças desde muito cedo, em contato com a escrita nos diferentes suportes Qual a idade para se alfabetizar? Emília Ferreiro e outros pesquisadores sobre a alfabetização insistem na ideia de que a criança “não pede permissão ao adulto” para se alfabetizar. Trata-se de um processo que se inicia muito cedo desde que as oportunidades de contato com a cultura escrita sejam dadas. Cabe ao professor identificar por meio de sondagens periódicas se o processo já começou e em que fase se encontra a criança, já que ela já chega â escola sabendo muita coisa. É preciso o reconhecimento pelo professor dos saberes que ela já traz para a escola. O linguista e especialista em alfabetização Luiz Carlos Cagliari defende que aos 5 anos uma criança está mais do que pronta para ser alfabetizada, basta o professor desenvolver um trabalho correto de ensino e de aprendizagem na sala de aula. Nessa idade, ela já conheceu celulares, computadores, tabletes e já pode ter interagido com diferentes suportes da escrita “Por razões ideológicas, interesses políticos e econômicos, somadas, a uma postura tradicionalista de pessoas que trabalham nos órgãos públicos da educação, ficou estabelecido que a alfabetização, no Brasil, começaria aos 6 anos [...] Duvidar da capacidade de aprender das crianças de 5 anos é um grande equívoco” ((CAGLIARI, 2009, p.108)) Outra questão debatida pelo linguista é a discussão sobre em quanto tempo se alfabetiza. A esse respeito o autor afirma: “Se a escola eliminar o entulho do período preparatório, se for clara e objetiva, priorizando a decifração da escrita como segredo da alfabetização e dedicando uma hora por dia às atividades específicas, todos os alunos aprenderão a ler (com mais ou menos dificuldade) em dois ou três meses de trabalho. Esse é o tempo suficiente para que os alunos aprendam a decifrar o que está escrito” ((CAGLIARI, 2009, p.111)) Não é possível pensar em escrita como CODIFICAÇÃO, como um código de barras, mas sim como um sistema de representação em que é preciso associar fonemas e grafemas. Para que isso ocorra é preciso uma imersão da criança na cultura escrita por meio da interação com diferentes objetos sociais como livros, calendários, revistas, gibis, dicionários, jornais, livros de receitas, livros de histórias infantis, coletâneas de lendas, computadores, tablets, celulares etc... Já a partir da Educação Infantil, a criança deve ser introduzida no universo da cultura escrita. Para poder ter acesso aos diferentes suportes da escrita. Emília Ferreiro insiste na importância das bibliotecas de sala (“cantinhos de leitura”) que são imprescindíveis tanto na Educação Infantil quanto nos anos iniciais do Ensino Fundamental. DE OLHO NA PRÁTICA 1 ALFABETIZAÇÃO E JOGOS DIGITAIS Os jogos digitais têm um papel importante no processo de alfabetização, pois desenvolvem a concentração, o raciocínio lógico além de incentivar a leitura e a escrita, pois o ato de jogar exige movimentação mental e permite que a criança explore suas hipóteses sobre a escrita para avançar pelas etapas da alfabetização por meio da experimentação. Débora Garofalo em interessante artigo de outubro de 2017 apresenta algumas ferramentas digitais que ajudam na alfabetização e tornam o ambiente de aprendizagem lúdico, interativo e envolvente. Para maior detalhamento pesquise: 1. Aulas animadas desenvolvidas pelo Instituto Paramintas e reúnem uma serie de jogos relacionados à alfabetização. Essa plataforma oferece propostas de plano de aula e propostas pedagógicas nessa área. 2. Ludo primeiros passos – A ferramenta é bem atrativa e colorida, além de apresentar recursos que auxiliam e exploram os diferentes níveis de alfabetização ao associar sons a imagens, aumentando a complexidade de acordo com o avanço das crianças, chegando a sílabas, palavras e frases. 3. Escola Games que traz uma série de jogos educativos em que destacam: a) Forme Palavras; b) Voo Mágico; c) Alfabeto de Bolhas. 4. Tux Paint que permite que as crianças possam livremente criar suas histórias de uma forma lúdica; 5. HagáQuê é um software educativo de apoio à alfabetização que foi desenvolvido pela Unicamp e auxilia as crianças a criarem histórias em quadrinhos. 6. Livros Digitais – Desenvolvido pelo Instituto Paramintas, permitindo que as crianças avancem na alfabetização, criando e compartilhando suas próprias histórias. Esse programa permite escolher quatro layouts, adicionando fotos, ilustrações e textos.A autora conclui o artigo mostrando a importância de o professor investir no planejamento e no contexto em que os ambientes digitais serão utilizados, considerando sempre a hipótese de escrita em que seus alunos estão propondo as atividades em duplas produtivas. INSERIR OBJETO: IMAGEM DE CRIANÇAS JOGANDO SAIBA MAIS Para conhecer outras ferramentas interativas que auxiliam na alfabetização consulte: http://porvir.org. O portal “Porvir” dá algumas outras dicas de recursos digitais e plataformas que podem ser aplicadas na alfabetização: A. Pé de Vento (ambiente digital de aprendizagem com jogos, músicas, contação de histórias voltado para alunos do primeiro ano. A plataforma é gratuita e está disponível na Educopédia). B. Tartaruga Turbinada (livro digital) que permite que a criança leia e interaja com a história, mesmo sem estar completamente alfabetizada. O livro possui acesso gratuito e está disponível online). C. Forma palavras (Jogo online que estimula a leitura e a escrita. O jogo simula o cenário de uma fábrica e solicita que os jogadores organizem letras até formarem a palavra indicada pela imagem. DE OLHO NA PRÁTICA 2 Escolha um dos jogos digitais sugeridos nesta aula e elabore um plano de aula para crianças em fase inicial de alfabetização. http://porvir.org/ 1-Considerando a alfabetização no contexto das novas tecnologias, assinale a única alternativa CORRETA. A presença da tecnologia nas salas de aula atuais garante uma aprendizagem eficiente da leitura e da escrita. É preciso que as atividades desenvolvidas em sala de aula propiciem reflexões sobre o funcionamento da escrita alfabética. O computador só deve ser utilizado nos anos iniciais, depois de as crianças aprenderem a ler e escrever convencionalmente. Estar alfabetizado no século XXI significa poder transitar de modo eficiente por entre as novas práticas sociais ligadas à escrita, em novos contextos mediados pela tecnologia. 2- Segundo Emília Ferreiro, "a alfabetização não é um estado, mas um processo muito longo de início incerto e final impossível". Essa afirmação da pesquisadora argentina revela que o processo de alfabetização da criança não deve ocorrer antes dos seis anos de idade. o processo de alfabetização ocorre assim que a criança ingressa no primeiro ano. aos 5 anos a criança ainda não está madura para enfrentar a alfabetização. a criança não pede permissão ao adulto para se alfabetizar. Trata-se de um processo que se inicia muito cedo, desde que as crianças tenham oportunidades de contato frequente com a leitura e a escrita. 3- A escrita é um sistema de representação dos fonemas e não um processo de codificação como um código de barras. Para que a criança se alfabetize, é preciso que ela associe fonemas a grafemas. Para que isso ocorra, é preciso uma imersão da criança na cultura escrita, que precisa interagir com diferentes objetos sociais portadores de escrita: revistas, livros, gibis, jornais, tablets, celulares, computadores... que a criança leia e copie textos frequentemente. que a criança memorize o alfabeto, as sílabas simples complexas e travadas. que a criança ouça histórias desde a tenra idade. Práticas de alfabetização e letramento ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: COMO FAZER? Este tópico tem como objetivo central apresentar algumas sugestões de atividades com foco no desenvolvimento da competência linguística dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental. Trata-se de propostas de atividades que envolvem tanto o conhecimento da língua enquanto código (alfabetização) quanto a sua função na sociedade (letramento). LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS NOS ANOS INICIAIS Muitos professores podem questionar: é possível trabalhar a leitura e produção textual com alunos dos anos iniciais, ou seja, alunos que não conhecem, sequer, o alfabeto? A resposta é: SIM. Para entender essa resposta, é preciso que o professor compreenda o que significam as palavras texto, ler e produzir. Texto é um todo formado por partes capaz de dizer algo. Assim, um desenho, uma palavra, uma frase ou um conjunto delas que, dentro de um contexto, transmite um significado ou uma ideia pode ser considerado texto. Ler significa atribuir significados a um texto; construir os sentidos de um texto, que pode estar materializado em uma linguagem não-verbal, verbal ou híbrida (verbal e não-verbal ao mesmo tempo). Assim, quando uma criança, mesmo sem decifrar as letras do alfabeto, aponta para uma lata de refrigerante e diz: “Coca cola”, está lendo um texto a partir de seu conhecimento de mundo. Produzir significa realizar, criar, fabricar. Nesse sentido, mesmo que a criança não domine a tecnologia da escrita, ela recorre à fala para contar um fato, descrever um passeio, ditar regras de um jogo e/ou brincadeira etc. Fazendo isso, a criança está produzindo textos orais. Quando ela recorre aos desenhos ou aos gestos para dizer algo com significado, está produzindo um texto não-verbal. À medida que ela vai tendo contato com escrita, conhecendo as letras e desenvolvendo habilidades de desenhá-las, é preciso que seja estimulada pelo professor a produzir textos escritos. É importante ressaltar que a criança passa por fases na produção de textos escritos, razão pela qual o professor deve requerer essas produções de maneira gradativa no que se refere à dificuldade de execução, ou seja, para chegar a elaborar um texto individualmente, com forma e conteúdo próprios, a criança precisa, antes, trabalhar textos coletivamente ou em pequenos grupos, sob a orientação do professor, com base em modelos de escrita corretos e variados quanto à forma (placas de trânsito, poesia, contos, música, trava-língua, etc.). SUGESTÃO DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS ESCRITOS (OU HÍBRIDOS) Para desenvolver habilidades de leitura e produção de textos escritos (ou híbridos) durante o processo de alfabetização, o professor pode trabalhar com muitos gêneros textuais que circulam na sociedade como, por exemplo, placas de trânsito. Inicialmente, ele deve mostrar algumas placas de trânsito para as crianças e discutir com elas os significados de cada placa, considerando formato, cores etc. Em seguida, deverá mostrar que algumas delas apresentam, também, letras. Pode tomar como exemplo uma placa na qual está escrita a palavra PARE e fazer as seguintes perguntas para as crianças: 1. Por que o fundo dessa placa é vermelho? 2. Que letras do alfabeto vocês conseguem identificar aqui? 3. Juntando as letras P + A, temos a sílaba PA; juntando as letras R + E, temos a sílaba RE; agora juntando essas duas sílabas temos a palavra PARE. 4. Qual a reação de uma pessoa ao ler essa palavra escrita numa placa quando ela está andando na rua? É possível que muitas respondam: - Tem que esperar, senão o carro bate. - Porque acontece acidente. 5. Então, essa palavra serve para quê? É possível que muitas respondam: - Serve para não deixar acontecer acidente. 6. A partir das respostas das crianças, o professor pode dizer: - Então, chegamos à conclusão de que a palavra PARE tem uma função na sociedade: orientar as pessoas a se locomoverem na cidade, certo? 7. O próximo passo é solicitar que as crianças produzam seus próprios textos. O professor pode, por exemplo, pedir que elas desenhem uma placa e escrevam nela a palavra SIGA. Para facilitar o desenvolvimento da atividade, o docente pode perguntar: se a ideia da placa é orientar a pessoa a tomar o rumo, continuar andando na direção certa, como deve ser o formato da placa? Quadrada? Retangular? Uma seta? Qual a cor adequada para o fundo da placa? Vermelha ou verde? Procure no alfabeto as letras que você acha que podem representar a palavra SIGA. Desenhe essas letras no meio da placa. À medida que o professor vai observando que as crianças estão dominando a escrita de textos com uma só palavra, como as placas PARE e SIGA, ele vai inserindo textos com uma frase como, por exemplo, uma placa escrita VIRE À DIREITA. O procedimento metodológico deveser o mesmo: 1. Por que o fundo dessa placa é verde? 2. Quantas palavras vocês conseguem identificar aqui? 3. Quantas sílabas vocês conseguem identificar na palavra VIRE? E na palavra À? E na palavra DIREITA? 4. Qual a reação de uma pessoa ao ler essas palavras escritas numa placa quando ela está andando na rua? 5. O que pode acontecer com a pessoa se ela virar à esquerda? 6. Então, esse conjunto de palavras serve para quê? 7. O próximo passo é pedir que as crianças produzam um texto com uma frase como FUMAR É PREJUDICAL À SAUDE, seguindo as mesmas sugestões de perguntas do item 7 acima. Observe que, com essas atividades, o professor trabalhou os aspectos formais dos textos ao explorar seus elementos mínimos – letras, sílabas, palavras – (alfabetização), quanto a função social desses textos na sociedade (letramento). Em outras palavras, colocando em prática atividades como essas é que se desenvolve, em sala de aula, um trabalho que autores como Luiz Carlos Gagliari e Magda Soares chamam de alfabetizar letrando, pois ao mesmo em que se trabalha a materialidade do texto (letras, sílabas, palavras, frases), trabalha-se sua função social. Isso porque todo texto escrito tem uma razão de existir, ou seja, a palavra escrita está a serviço do homem nas diferentes esferas de circulação de textos. A partir dessas sugestões, o professor deverá, aos poucos, inserir textos mais longos como, por exemplo, avisos, anúncios, fábulas e histórias criadas pelas crianças. Sugestões: a. Escolher uma figura, recortar e colar em uma folha. Em seguida, escrever sobre ela. b. Escrever sobre um assunto de Ciências e Saúde e montar um livrinho. O professor promove e coordena uma discussão sobre o tema. Em seguida, as crianças fazem um texto coletivo e o transcrevem para o livro, onde fazem as ilustrações. Ao terminar, cada criança terá o seu livro. c. Fazer o Jornal da Classe. Cada aluno faz um trabalho que pode ser produção, cruzadinha, adivinhações, receita, desenho para ser pintado, desenho para ligar os pontos, etc. Sob a orientação do professor, eles selecionam os trabalhos e montam o jornalzinho. Cada aluno transcreve seu trabalho para a folha de estêncil e assina. O professor também pode contribuir com alguma atividade. Com o tempo, o jornal poderá ser feito em nível de ano, período ou escola. d. Escrever um livro. O professor dobra as folhas de papel sulfite no meio, formando o livro e grampeia. Cada aluno escreve uma história e transcreve cada frase em uma página, faz os desenhos, elabora a capa, escreve o título e assina. SUGESTÃO DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS ORAIS Para a leitura e produção de textos orais, o professor pode confeccionar fichas com cartolina, desenhar ou colar nelas imagens variadas (animais, fita, cortina, uma planta, sofá etc) e, em sala de aula, com a turma em círculo, colocar cada ficha com a imagem virada para baixo em cada carteira de cada criança. Em seguida, falar o comando: - Pedro, vire sua ficha! Que imagem aparece nela? A criança vai dizer, por exemplo: - Um cachorro. O professor deve dizer: - Agora comece a contar uma história que envolva esse cachorro. A criança vai começar a criar uma história e, à medida que ela vai falando, o professor pode ir escrevendo o que ela diz na lousa. Em determinado momento, o professor intervém e diz: - Pedro, pode parar aí! - João, continua a história de onde o Pedro parou! João vai continuá-la, e o professor observa se há coerência na continuidade que o João está dando à história. Caso não haja coerência, o docente deve, com calma, dizer à criança que aquela informação não faz sentido naquele contexto. Quando o professor pedir para João parar, solicita que outra criança dê continuidade à história até que o último aluno do círculo dê para ela um desfecho. Observe que, com essa atividade, todos os alunos serão autores do texto que produzirem oralmente. Se o professor agir como escriba dos alunos ao escrever na lousa a história que eles produziram, deverá dizer: - Olhem! A história que vocês produziram está aqui na lousa na forma de escrita. Isso pode estimular a criança a querer fazer igual ao professor: dizer suas histórias por meio das letras, o que cria nela a vontade de aprender a desenhar as letras do alfabeto. Outra sugestão de produção de texto oral interessante é solicitar que as crianças montem personagens com material de sucata e, em grupo, produzam uma história falada. Para finalizar este tópico, vale salientar que existem inúmeras outras práticas de leitura e produção de textos tanto verbais (orais e escritos) quanto não-verbais. Basta o professor refletir sobre a diversidade de gêneros textuais que circulam na sociedade e planejar suas aulas de modo que a alfabetização e o letramento sejam processos indissociáveis. 1- Uma prática de alfabetização e letramento que vise ao desenvolvimento da competência linguística dos alunos no que se refere à habilidade da fala não pode prescindir de gêneros textuais adequados para esse fim. Nesse sentido, de acordo com os Parâmetros Curriculares de Língua Portuguesa (BRASIL, 1997), são considerados gêneros textuais para o desenvolvimento da linguagem oral: relatos, convites, anúncios. entrevistas, recital de poesias, debate. histórias em quadrinho, cartas, notícias. calendários, lista de compra, depoimentos. 2- Considere a seguinte situação hipotética: uma professora do 3º ano do ensino fundamental pretende trabalhar a leitura e produção de textos cujo propósito seja influenciar o comportamento do leitor, levando-o a fazer algo, a agir. Todos os textos que seguem são adequados para atender ao objetivo da professora, EXCETO: VIRE À DIREITA DÊ DESCARGA DEPOIS DE USAR O BANHEIRO APAQUE A LUZ AO SAIR FIQUEI TRISTE COM O RESULTADO DO JOGO Atividade Avaliativa I Questão 1: Apenas os itens I, III e IV estão corretos. Questão 2: São considerados métodos de alfabetização os: sintéticos e os analíticos. Questão 3: As duas proposições são falsas. Questão 4: As duas proposições são verdadeiras e a segunda é a complementação correta da primeira. Questão 5: Para Ferreiro e Teberosky (1999), a criança levanta hipóteses sobre a escrita, passando por estágios que se iniciam na fase pré-silábica e caminham até a fase alfabética. Atividade Avaliativa II Questão 1: Sugestões de leitura: Tópico 3 - A psicogênese da língua escrita Tópico 4 - A sondagem na alfabetização Numa sondagem, a professora solicitou que Joana escrevesse cinco palavras – BORBOLETA, JACARÉ, SAPO, BOI e RÃ. Joana escreveu da seguinte forma: NJOAS; ANOJPSTIM; OJNLA; EIJSAONMSOBP e SOJA. Podemos afirmar que: Joana encontra-se no estágio pré-silábico da hipótese de escrita, pois, embora utilize letras para escrever, ainda não concebe a escrita como representação da fala relacionando os sons à escrita. Além disso, sua escrita está associada às características do objeto utilizando muitas letras para representar animais grandes e poucas letras para animais pequenos. Questão 2: Lucas demonstrou avanços em sua hipóteses de escrita. Na sondagem dessa semana escreveu: SADUIXI (sanduíche); MAKRAO (macarrão); CAE (café); OPA (sopa) e XA (chá). Na escrita da frase, Lucas registrou “EU GOT D MAKRAO” (eu gosto de macarrão). Analisando a escrita de Lucas, é possível notar que encontra-se na: Hipótese silábica-alfabética, da escrita. Questão 3: A mudança qualitativa consiste em que: a) se supera a etapa de uma correspondência global entre forma escrita e a expressão oral (recorte silábico do nome); mas, além disso, b) pela primeira vez a criança trabalha claramente com a hipótese de que a escrita representa partes sonoras da fala. (FERREIRO; TEBEROSKY, Psicogênese da Língua escrita, 1985, p. 193) No fragmento acima Ferreiro e Teberosky (1985) estão se referindo a transição que a criança faz da hipótese silábica com valor sonoro para silábica alfabética PORQUE É nessa fase que a criança passa a aceitar que a escrita representapartes sonoras da fala e não uma correspondência global entre a escrita e a expressão oral, atribuindo letras de acordo com o tamanho do objeto, por exemplo, como fazia na hipótese anterior. A respeito dessas proposições, assinale a alternativa CORRETA. A primeira proposição é falsa e a segunda é verdadeira, além de complementar o fragmento do texto de Ferreiro e Teberosky (1985), presente no enunciado nessa questão. Questão 4: À respeito da sondagem na alfabetização, assinale a afirmação correta: A sondagem é um eficiente instrumento para o professor das séries iniciais, pois possibilita o acompanhamento das crianças no processo de aquisição da escrita, além de oferecer informações relevantes para pensar as intervenções necessárias para garantir seus avanços. Questão 5: Nessa hipótese a criança já tem noção da sílaba pois já é capaz de segmentar a palavra em pequenas “partes”, utilizando uma letra para representar cada sílaba. A afirmativa se refere a hipótese: Silábica Atividade Avaliativa III Uma questão que atravessou o século XX e ainda persiste, recebendo, ao longo do tempo, sucessivas pretensas “soluções”, em um movimento, analisado por Mortatti (2000), de contínua alternância entre “inovadores” e “tradicionais”: um “novo” método é proposto, em seguida é criticado e negado, substituído por um outro “novo” que qualifica o anterior de “tradicional”; este outro “novo” é por sua vez negado e substituído por mais um “novo” que, algumas vezes, é apenas o retorno de um método que se tornara “tradicional” e renasce como “novo”, e assim sucessivamente. (SOARES, Alfabetização: a questão dos métodos, 2018, p.17) O fragmento evidencia como, ao longo do século, os métodos de alfabetização foram substituídos, negados, superados ou reconfigurados, com o pretexto de encontrar a melhor estratégia para alfabetizar. Assinale a alternativa que representa corretamente todos os métodos de alfabetização estudados nessa disciplina. Sintéticos (soletração, silabação e fônico) e Analíticos/global (palavração, sentenciação e método do conto) A alfabetização, como processo de aquisição do sistema convencional de uma escrita alfabética e ortográfica, foi, assim, de certa forma obscurecida pelo letramento, porque este acabou por frequentemente prevalecer sobre aquela, que, como consequência, perde sua especificidade. (SOARES, Letramento e alfabetização: muitas facetas, 2004, p.11) O fragmento acima, retirado do texto de Magda Soares, discute sobre a questão da alfabetização e do letramento e de como, em diversas situações, esses conceitos foram tomados, equivocadamente, como sendo, mais ou menos importantes no processo de aquisição da leitura e da escrita. Nesse sentido, podemos considerar que: Alfabetização e letramento são processos diferentes, mas devem ser adotados de forma indissociada, em sala de aula. Correto Certo! É justamente por se tratarem de processos diferentes, que devem ser associados durante a alfabetização. De acordo com Soares (2004), seria um equívoco dissociar alfabetização de letramento, em especial, diante das concepções atuais psicológicas, linguísticas e psicolinguísticas da leitura e da escrita PORQUE A entrada do aluno, seja ele criança ou adulto, no mundo escrito se dá, ao mesmo tempo, por esses dois processos: a aquisição do sistema convencional de escrita, denominado alfabetização; e o desenvolvimento de habilidades para o uso desse sistema em práticas sociais de leitura e escrita, denominado letramento. As duas proposições são verdadeiras e a segunda é a complementação correta da primeira. Leia as afirmações abaixo, inspiradas no texto de Kleiman (2005) “Preciso ensinar letramento? Não basta ensinar a ler e a escrever?” A respeito do conceito de alfabetização: I. Alfabetização é uma prática específica que envolve vários saberes como o conhecimento do sistema alfabético e de suas regras e usos e os recursos pedagógicos que permitem realizar essa prática; II. A prática de alfabetização se concretiza pelo ensino sistemático do uso e regras e de códigos do sistema de funcionamento do alfabético para os iniciantes no assunto (criança ou adulto); III. A alfabetização, em qualquer nível, é inseparável do letramento, pois, embora seja necessária para que alguém seja considerado plenamente letrado, sozinha, não será suficiente. Estão corretas, APENAS, as afirmativas: I, II e III “Se método é caminho, (...) em direção à criança alfabetizada, e se, para trilhar um caminho, é necessário conhecer seu curso, seus meandros, as dificuldades que se interpõem, alfabetizadores(as) dependem do conhecimento dos caminhos da criança – dos processos cognitivos e linguísticos de desenvolvimento e aprendizagem da língua escrita – para orientar seus próprios passos e os passos das crianças (...).” (SOARES, Alfabetização: a questão dos métodos, 2018, p.352) Nesse fragmento a autora se refere a questão dos diferentes métodos de alfabetização e afirma que é necessário “(...) alfabetizar conhecendo e orientando com segurança o processo de alfabetização, o que se diferencia fundamentalmente de alfabetizar trilhando caminhos predeterminados por convencionais métodos de alfabetização” (p.352) Com base nessas considerações, podemos afirma que, para Soares (2018): A escolha de um método, seja ele qual for, pressupõe o conhecimento, por parte do professor, dos processos que envolvem o desenvolvimento e a aprendizagem da leitura e da escrita. Apenas dessa forma, o professor saberá qual o melhor caminho a seguir. Atividade Avaliativa IV Questão 1: Indicação de leitura dos tópicos: 7 e 8. Ao desenvolver estratégias para a alfabetização e o letramento de seus alunos, o professor do século XXI precisa: Considerar as transformações pelas quais a leitura e a escrita passaram nos últimos tempos como o avanço e o uso de diversos recursos tecnológicos nas práticas de leitura e escrita. Questão 2: Considere as situações abaixo: A professora Joice e a professora Patrícia atuam com duas turmas do último ano da Educação Infantil, mas tem concepções diferentes sobre o processo de alfabetização e letramento das crianças. Joice acredita que, independente de investir sistematicamente na alfabetização, deve criar situações constantes para a imersão da criança no mundo da leitura e da escrita favorecendo a interação com diferentes tipos de textos como bilhetes, gibis, jornais, revistas, computadores, livros infantis, entre outros. Patrícia discorda de Joice. Para ela esse tipo de estratégia não contribui em nada para a alfabetização e letramento das crianças: ou se trabalha sistematicamente com a alfabetização, utilizando um método específico, na educação infantil, ou não se propõe nenhuma atividade relacionada a leitura e a escrita nessa fase. Com base em nossos estudos, qual postura é mais adequada em termos de alfabetização e letramento? Apenas a professora Joice agiu corretamente. Questão 3: A turma da professora Juliana iniciou o primeiro ano da alfabetização e a maior parte das crianças ainda está na hipótese pré-silábica. Apenas dois meninos estão na hipótese silábica e uma única menina encontra-se na hipótese silábica-alfabética. Na segunda semana de aula, a professora propôs que escrevessem uma carta para o prefeito, solicitando a construção de um espaço de brincadeiras na escola – um parque com um tanque de areia – como havia na escola anterior. As crianças foram discutindo e narrando o que a professora deveria escrever. Os mais competentes em termos de leitura e escrita, auxiliavam a professora quanto ao uso das letras para escrever algumas palavras e os demais, davam, oralmente, sugestões de como poderiam organizar a carta. Diante dessa proposta da professora Juliana, assinale a alternativa correta: A professora Juliana agiu corretamente. Não é necessário saber escrever convencionalmente para que sejam sugeridas propostas envolvendo a leitura e a escrita. Questão 4: Um dos problemas detectados
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