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TCC ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

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FACULDADE ÚNICA 
CÍNTIA APARECIDA LOPES SILVEIRA
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
RIO ESPERA-MG
2021
FACULDADE ÚNICA
CÍNTIA APARECIDA LOPES SILVEIRA
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Artigo Científico apresentado à Faculdade Única, como parte das exigências para a obtenção do título de pós-graduação em Afabetização e Letramento.
RIO ESPERA-MG
2021
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Cíntia Aparecida Lopes Silveira
RESUMO
O presente artigo apresenta uma discussão sobre alfabetização e letramento nos anos iniciais do ensino fundamental, tratando, seus conceitos e os seus principais teóricos que embasaram a tese a seguir. Portanto, este estudo tem como proposta de mostrar a partir de pesquisas bibliográfica uma abordagem unificada e resumida que busca contextos essenciais para mostrar como surgiu o processo de ensino em alfabetização e letramento até aos dias atuais, como também, outros temas relacionados e coligados, a esses processos de ensino. Afinal, as crianças já entram na escola com alguns conhecimentos prévios, que devem ser olhados pelo professor como um ponto de partida, para o uso da escrita e da leitura.
PALAVRA-CHAVE: Alfabetização. Letramento. Leitura. Escrita.
Introdução
Ao longo do percurso serão discutidos conceitos sobre Alfabetização e Letramento e suas diversas concepções acerca do ensino inicial da escrita e da leitura para crianças do ciclo da alfabetização. Portanto, incialmente serão discutidas algumas questões sobre alfabetizar, que é ensinar a tecnologia da escrita. 
Sabe-se que, alfabetização é fundamental nos anos inicias das crianças, afinal, quando o ensino inicial não proporcionar aprendizagem, isso, acarretam dificuldades de aprendizagem nos anos escolares posteriores. E se não houver alfabetização, consequentemente, o aluno não chegará ao processo de letramento. 
Por essa razão, o professor deve escolher o melhor método de alfabetização que se enquadre ao perfil da sua turma, pois se vive em um país onde se encontra uma desigualdade social, e principalmente, escolas com pouca infraestrutura para receber e proporcionar um ensino de melhor qualidade e conforto.
Desenvolvimento
No processo de alfabetização, primeiro são apresentadas ao individuo as letras, deste modo, ele aprende a utilizar o alfabeto e compreende seu significado. Tratando dos conceitos sobre o sentido estrito da alfabetização, reporta-se ao que Magna Soares (2003) retrata que foi considerada a perda de especificidade do processo de alfabetização nas práticas escolares. Ou seja, no processo de aprendizagem da leitura e da escrita implica indispensavelmente uma técnica na aprendizagem, para que, o individuo possa entender a relação entre os sons e letras, de fonemas com grafemas. 
Além disso, o letramento que parece ter uma função mais ampla, sendo dependente da alfabetização. Pois, além de ler e escrever, o aluno também tem que interpretar diversas situações do seu dia-a-dia e compreender os seus significados. A semelhança entre eles é que o aluno já conhece o código e consegue decodificar e codificar, e vai muito mais além, ou seja, consegui expor sua língua em seu contexto social com entendimento ao seu interlocutor.
Segundo Roxane Rojo, alguns atores dos 80 usavam o letramento no singular e o alfabetismo, mas com o passar dos anos alguns outros atores começaram a repensar essa ideia para uma visão mais ampla, e por estar sendo valorizado por estancias potentes. Pois as novas tecnologias da informação e comunicação estão cada vez mais constantes, e com isso, estão sendo influenciados por mudanças em diversas atividades na sociedade contemporânea. Essas mudanças fez com que novas formas de letramento surgissem, atualmente temos o chamado multiletramento. E ele é uma nova pedagogia educacional que inclui todas as mídias como forma de aprendizagem. 
Portanto, em algumas escolas públicas isso é imprescindível devido à falta de acesso a esse meio. Com isso, iniciaram um projeto que vem sendo discutidas sobre as questões das inovações tecnológicas como ferramenta para o professor utilizar dentro de sala, e segundo Rojo (2012), “espera-se que este trabalho possa propiciar a discussão sobre o uso de novos letramentos em escolas públicas, visando à melhoria da prática pedagógica e da relação professor e aluno.”
O discurso oral ou escrito é importante para comunicarmos, mas as habilidades e os conhecimentos são indispensáveis para que o indivíduo seja letrado. Isto tem sendo modificado devido aos recursos tecnológicos e a produção e publicação de textos em contextos digitais. Assim, muda-se a construção e a socialização. 
Entra-se então, a multimodalidade textual, ou seja, a multiplicidade de linguagens em imagens que está presente em vários meios como em textos impressos, vídeos, etc. Sendo assim, cabe ao professor utiliza-los da melhor maneira em que se enquadre com a habilidade e competência leitora e escritora para que no final alcance o objetivo. 
Afinal não tem como tirar a tecnologia das escolas sendo que os alunos já que estão conectados a essa rede de comunicação e interação. Então, cabem os membros da escola se atualizarem, pois isso é uma grande ferramenta para chamar atenção dos alunos, e consequentemente, aprenderam com mais facilidade. Mas não deixando de lado as tradicionais formas de leitura que são os livros.
Precisa-se, considerar que o ato de ler deve ser rotineiro, na vida das crianças. O professor tem que incentivar o aluno a ler cotidianamente e, sobretudo em voz alta. Assim, dar pra diagnosticar se o aluno está silabando e se ele tem consciência fonológica. 
Com as crianças menores o professor tem que estar sempre fazendo leitura de imagem. Uma boa dica é, quando estiver lendo um livro pra classe fazer perguntas como, por exemplo, “Que imagem é essa?”, “O que você acha dessa palavra?”, assim, eles interagem. E para trabalhar a leitura, inclui-se também, ao logo processo escolar, o livro. E o melhor livro é o que tem rima. Por causa da semelhança das palavras (rimas), assim, a criança tem maior facilidade de identificar os sons delas.
Falar em alfabetização, não se pode esquecer, também, da função das palavras no texto. Ou seja, a cadeia anafórica, é quando o início do texto começa falando “Maria é bonita” e a partir dai o resto do texto fala dela ou escreve tudo pra depois falar que é da Maria a quem se refere. Já a cadeia catafórica é um termo que se refere a outro que vem à frente, e que depois tem um sentido estrito e rigoroso. Isto pode ser ensinando ao ler um texto fazendo perguntas como, por exemplo, “Esse termo refere-se a que?”. Deste modo, a criança aprende desde cedo que o substantivo pode substitui seres vivos e objetos em textos, e também, quando chegar ao ensino médio terá a capacidade de analisar texto com mais facilidade. 
Soares defende que o domínio das técnicas da escrita alfabética propõe compreender que as representações gráficas são associadas ao som que ela representa. Então, é preciso utilizar um objeto de conhecimento para ensinar o aluno que o que se ouvi em uma leitura oral que está presente no nosso dia a dia. Ou seja, aluno precisa saber que o que vai para o papel é uma representação gráfica do som, assim, ele irá desenhar, por exemplo, um coração que representa para ele a frase “Eu te amo”. Ao longo do ano escolar será ensinado que o desenho é um símbolo e não uma letra. Ela ainda aponta que a escrita é uma representação gráfica:
As crianças elaboram ideias próprias a respeito dos sinais escritos, ideias estas que não podem ser atribuídas à influência do meio ambiente. Deste aproximadamente os quatro anos, as crianças possuem sólidos critérios para admitir que uma marca gráfica possa ou não ser lida, antes de serem capazes de ler os textos apresentados. (FERREIRO, 2001, p. 45)
O alfabetizador deve ensinar que o som de cada palavra pode ser diferente do som do alfabeto. Que a vogal A pode ter outro som se juntar elacom a consoante M, ficara AM. Assim como acontece com outras letras do alfabeto.
Nenhuma pratica pedagógica é neutra e estão apoiadas nas concepções no projeto ensino-aprendizagem. O objeto dessa aprendizagem são essas didáticas que não esperam um efeito sobre a língua escrita ou em outros conhecimentos. Deve ser trabalhado de acordo o desenvolvimento da turma. 
Mesmo com o conhecimento do alfabeto, o aluno ao escrever palavras grandes pra representar algo maior, como por exemplo, pedir que escreva a palavra GIRAFA e escrever assim JIRLAFFAA por ser um animal maior entende que tem muitas letras. Isto é chamado de Realismo Nominal. Se isso for representado por um desenho chama-se de Fase Pictórica. 
Magna Soares ao afirmar que “Não adianta aprender uma técnica e não saber usá-la”. Quis dizer que não adianta o professor escolher um método de alfabetizar se ele não conhecer sua turma. Pois como você vai ensinar uma criança sem conhecer o conhecimento prévio dela, afinal, a criança aprende com maior facilidade quando o tema está presente no seu dia a dia.
Segundo os historiadores Roazzi, Leal e Carvalho método sintético foi o primeiro a ser usado, sendo assim, o mais antigo desde a antiga Grécia e o Império Romano até o inicio do século XVIII. Método que começa a ensinar com os elementos mais simples que são as letras, os fonemas ou as sílabas para passar a analisar unidades maiores (palavras, frases, textos). Ou seja, este método acredita que é mais fácil para aluno aprender começando pelas mais elementares e simples para apresentar unidades inteiras e significativas. 
Houve uma crítica a esse método, pois os aderentes ao método fônico diz que neste processo pode haver problema na oralidade das palavras (os nomes não correspondiam aos sons que representavam).
Este método é dividido em três tipos de métodos: O fônico, o aluno aprende a parte do som da letra, para depois formar sílabas consoantes com vogais e depois formar as palavras; o alfabético, o aluno aprende as letras pra depois forma sílabas. Já o silábico, promove o ensino de forma que os alunos memorizam padrões silábicos (do mais simples, com estrutura consoante-vogal), para depois unir palavras. Assim, o aluno só formava palavra que fosse composta do padrão silábico trabalhado. Neste, utiliza-se a cartilha como auxílio.
Segundo os autores, são vantagens deste método que possibilita a analise das relações entre fonemas (unidades sonoras) e grafemas (letras) e promove o desenvolvimento da consciência fonológica e os processos de codificação e decodificação. Já suas delimitações são de desconsiderar os usos e funções sociais da escrita e o aprendiz tem que se desvincular da fala para codificar e decodificar palavras, frases e textos, já que nem sempre a escrita representa os sons.
Para estes pesquisadores, o método analítico tem objetivo de fazer com que o aluno compreenda o sentido do texto, não ensina a leitura através da silabação, incentiva o aluno na produção de textos prestando atenção no uso da pontuação, incentiva a leitura e deixa o aluno expor suas ideias. Este método ajuda no desenvolvimento e na organização dos pensamentos dos alunos.
Segundo eles este método é dividido em três: a palavração ensinam-se palavras e seus sons para depois construir frases; em setenciação, primeiro apresenta uma frase e divide palavras e pega as mais simples para o ensino; e em global, este é composto por várias leituras que tem começo, meio e fim, sendo ligadas por frases para formar um enredo de interesse do aluno. 
Os autores apontam que depois que a criança aprendeu um conjunto de palavras, passa a enfatizar os símbolos das letras aos seus sons específicos. Cada fonema passa a ser trabalhado até que seja capaz de operar conversões letras-sons. Para eles, os métodos partem de sentenças que propõe ao aluno memorizar sentenças e que façam a leitura global até que passem a reconhecer partes dessas sentenças em outras sentenças.
Os autos acrescentam que:
Outro educador que também caracterizou os métodos analíticos foi Decroly, que colaborou para elaboração do método analítico, mais especificamente denominado de método global. Os pressupostos teóricos são oriundos das abordagens vídeovisuais, ou naturais. A base de sustentação teórica era a Psicologia, que, no final da século XIX e começo do século XX, destacava que o primeiro momento no processo de aprendizagem fosse do tipo sincrético ou global, e a leitura era vista como um processo eminentemente visual. Decroly defendia que era necessário partir das frases: “Significa ir do composto concreto para chegar aos detalhes abstratos (sílabas, letras)” (ROAZZI, LEAL E CARVALHO, 2005, p. 22).
Uma característica deste método é um procedimento visual, na utilização de uma frase ou de uma palavra concreta inserida a ser executada, as inúmeras repetições e jogos atrai a criança. Segundo Decroly, a centralização do processo de aprendizagem em frases ou palavras satisfaria exigências motivacionais e emocionais. 
Segundo estes autores são vantagens destes métodos é que o reconhecimento global e mais rápido nas palavras que possibilita a leitura em unidades com sentido desde o início. Já as suas limitações, é que se não tiver uma orientação correta do educador pode haver dificuldade na leitura com sentido quando o texto apresentar palavra completamente nova, e também, se não tiver uma orientação correta na decodificação, o aluno pode não utilizar sua memorização sem observar que são unidades menores.
Para eles os métodos analítico-sintéticos começam com os conhecimentos globais (palavras, frases, textos), para o passo seguinte que é o estagio analítico-sintético, caracterizado por palavras em letras ou em sílabas. Aqui encontramos a Palavração, que é o ensino que ensina primeiro as palavras para depois separar as sílabas, e após, formar novas palavras. 
Um exemplo dele é o Método de Paul Freire, que consiste no método de palavração global não fonético, que são palavras que os alunos conhecem. Segundo os autores:
Paulo Freire inovou quando propôs alfabetizar adultos partindo de palavras que estivessem fortemente ligadas à sua realidade. Um dos seus méritos está em reconhecer que a relação afetiva com as palavras impulsiona a aprendizagem: não há dúvida de que a conotação política e libertária do trabalho de Paulo Freire fizeram dele um dos educadores mais conhecidos no Brasil e no mundo. (GALVÃO E LEAL, 2005, p. 24)
Então, percebe-se que é o melhor método para a alfabetização é aquele escolhido pelo professor, para com ele descobrir a dificuldade do aluno, e acima disso mostrar uma forma com ele possa aprender.
Segundo Morais, a escrita alfabética é um sistema notacional (e não um código). E muitos alfabetizadores acreditam que a escrita alfabética é “código, codificar e decodificar”. E se sabe que podemos nomear este conjunto em notacional, pois para se tornar um individuo alfabetizado precisa ter um mínimo de conhecimento letrado.
A diferença entre código e o sistema de escrita fica bem clara ao exemplificar o Braille. Afinal, ele é um código. Vejamos uma pessoa sem deficiência visual já conhece o sistema de notação alfabética e o numérico decimal, e para que ela possa aprender o Braille terá apenas que adquirir o código. Já para a pessoa com deficiência visual que aprender a ler e escrever em Braille não serão para ela um código.
Também no campo da alfabetização, o uso dos termos notação e sistema notacional parece ser recente. Em nosso país, cremos que eles apareceram, pela primeira vez, na obra A produção de notações na criança-linguagem, número, ritmo e melodias [...] (MORAIS, 2005, p. 33)
O aluno deve conhecer as propriedades do sistema notacional, pois segundo Morais, não é o aluno fazer cópias e sim explicar e entender o que ele escreveu relacionado com sons a letras. 
Emília Ferreiro e Ana Teberosky iniciaram um estudo sobre aprendizagem dos alunos no processo de alfabetização em alguns países. Baseada nos conhecimentos psicolinguísticos e na teoria psicológica e epistemológica de Piaget, elas mostraramcomo a criança constrói hipóteses sobre o sistema de escrita.
Afirma que todo conhecimento tem uma gênese, a partir deste pressuposto explica as formas iniciais do conhecimento da língua escrita em um seu livro chamado “Psicogêneses da língua escrita”. Nele, apresenta um suporte ao teórico construtivista. 
Ferreiro (1970), descrever o que as crianças pensam em seus percursos de aprendizagem da língua escrita. Ele é marcado por fases bem definidas. A aprendizagem da língua escrita não começa na escola. Nos dias de hoje a criança desenvolve desde cedo conhecimentos e conceitos sobre a escrita. É natural que a criança desenvolva em ambiente com letras, isto é, um contato logo gráfico (exemplo lata de coca cola), ou seja, ela não tem noção de qual é o som da letra, mas reconhece por figuras. 
Num primeiro momento ela vai tentar escrever essas palavras por ver as letras em vários lugares ou por ver alguém escrevendo. Nisto, a criança acredita que escrever é desenhar (icônica), e depois, acredita que escrever e desenhar são diferentes. Assim, começa tentar a escrever letras, a chamada garatuja. Daí adiante vai tentando conhecer os sons até chegar aos fonemas. 
Ferreiro e Teberosky desenvolveram aspectos sobre os linguísticos da Psicogênese da língua escrita, quando descreveram que o individuo formula hipóteses a respeito do código, representado pelos seguintes níveis: 
A primeira fase segundo as autora, é a Pré-silábica, onde a criança já consegue escrever qualquer letra e qualquer quantidade que representa o som. Segundo Emília Ferreira, a criança tem uma fase marcante na vida dela. Tudo o que ela pensa e coloca no papel antes de tentar representar o som. Ou seja, toda etapa que ela vivenciou que não vai para o papel com a intenção de colocar pedaços de palavras correspondentes ao som é pré-silábico. 
Para estas autoras a fase Silábica sem correspondência direta de som, é quando a criança já entende a escrita como representação gráfica da fala e costuma usar uma letra para cada som. Ela associa cada sílaba a uma letra, mas ainda não relaciona a escrita ao som da fala. 
Para as pesquisadoras a fase Silábica com valor sonoro, e a partir do momento que a criança usa uma letra para sílaba oral, mas ainda não percebe os sons que formam a sílaba (fonemas). Só será desenvolvida ao longo da aprendizagem escrita. 
Ferreiro e Teberoski apontam que no final da fase Silábica, a criança percebe a correspondência entre as letras daquilo que é falado, de modo que passa a atribuir uma letra a cada sílaba da palavra que deseja escrever.
Ainda segundo estas pesquisas a fase Silábico-alfabética, “marca a transição entre os esquemas prévios em via de serem abandonados e os esquemas futuros em vias de serem construídos.” (FERREIRO, 2010, p. 29) Ou seja, a criança começa entender que a sílaba não é menor unidade. Então, passa a alternar escritas silábicas com escritas parcialmente alfabéticas. E por fim, na fase Alfabética, segundo as autoras a criança já reproduz todos os fonemas das palavras. Mas há alguns erros ortográficos, como por exemplo, confunde o S e SS, e o X e CH.
Segundo Soares, quando a criança fala que a palavra trem é pequena e que carrinho é uma palavra grande, e que palha e galha são parecidas, percebe-se que ela já tem reflexão consciente sobre a linguagem (metalinguística). Ou seja, quando, por exemplo, há semelhança sonora com outras palavras, ou com seu tamanho, ou “pedaços sonoros” parecidos. Este tipo de reflexão se dá sobre a dimensão sonora da palavra, sendo assim, refere-se em prática uma habilidade de reflexão fonológica.
Afinal, a consciência fonológica apresenta a necessidade que o professor desenvolva com os alunos a capacidade de identificar as relações grafema/fonema, onde o aprendiz entende que as palavras são unidades, e que cada letra, sílaba e palavra tem um son. 
Primeiro o aluno deve aprender a ter consciência silábica e alfabética para depois entender que a oração é formada por palavras. Um importante recurso para ele entender a sonoridade das palavras são as rimas e as aliterações porque assim fica mais fácil de aprender por causa das semelhanças. E por fim terá consciência fonêmica que é identificar os sons dos fonemas.
Outro aspecto importante destacar que as palavras que são refletidas com os alunos para que ele se aproprie das relações do sistema de notação estão presentes nos textos que circulam e existem nas práticas cotidianas. Todo gênero tem uma forma e uma estrutura. E essa estrutura tem uma forma de organização de frases no texto. Todo texto tem um discurso. Delaine Cafieiro diz que tem texto que se ler, se ouve, fala e escreve, mas isso depende da series que o aluno está. 
De acordo Bakhtin, os gêneros textuais são textos que são realizados por várias razões, determinadas por uma situação comunicativa. Portanto, trata-se de unidades definidas por seus conteúdos, suas propriedades funcionais, estilo e composição organizados em razão do objetivo que cumprem na situação comunicativa.
Assim percebe-se que trabalhando com texto o professor ensina o aluno a codificar e decodificar e, mas é preciso ensinar os tipos de textos. Na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) o professor pode encontrar as habilidades necessárias para cada série, assim, poderá escolher o melhor tipo de texto a ser trabalhado. Então, o alfabetizador precisa entender que deste aos anos iniciais até ensino médio deve apresentar diferentes gêneros textuais para que quando o aluno chegar ao ensino médio não fique “perdido”, ou seja, sem saber identificar os tipos de gêneros textuais.
Pois, é nos textos que o alfabetizador deve tirar as palavras pra ver se o aluno tem consciência fonológica e qual fase da psicogênese ele está. Delaine Cafiero diz que além de retirar as palavras de um texto que se usa para alfabetizar, antes, tem que ensinar o aluno a ler e escrever gêneros textuais. Mas é bom lembrar que durante esse processo deve mostrar também os gêneros textuais utilizados. Mesmo o aluno não sabendo ler deve-se mostrar a estrutura dos vários tipos de gêneros textuais, pois assim, será mais fácil identificar sua estrutura. 
Segundo Emília Ferreiro, o alfabetizador tem que se preocupar com que se passa na “cabeça” do aluno. E não pelo resultado do som da palavra. Pois só vai saber se isso é bom ou ruim, se o aluno tiver conhecimento sobre os gêneros e se esse gênero for usado nas quatro formas que Delaine fala. Isso tem que estar no planejamento do professor, para todos os dias, o momento de utilizar o gênero para tirar palavras para ensinar a ter consciência fonológica e o momento de ensinar a escrever um gênero. 
Segundo o PCN de Língua Portuguesa os gêneros tem como objetivo de ensinar para a prática de leitura, produção e de tornar o texto oral e escrito em consolidação a de um tipo de gênero. Portanto, a ideia inicial é de que as palavras que vão ser utilizadas como unidades estáveis para alfabetizar não teve estar proletariamente no livro, mas necessariamente deve ser retirada de um gênero.
Por isso, é importante ensinar a estrutura do gênero e saber como utiliza-lo para alfabetização. Afinal, é com ele que à alfabetização e não com a cartilha. Pois com o uso de cartilhas ensina-se só o código. Outro item importante que tudo que se fala que é transformado em escrita, é um discurso. Qualquer tipo de discurso que for utilizado deve ser dito qual gênero ele representa. 
Dolz e Schneuwly formularam um esquema da sequência de gênero para ensinar os gêneros textuais.
Sequência didática é: Uma sequência de módulos de ensino, organizados conjuntamente para melhorar uma determinada prática de linguagem. As sequências didáticas instauram uma primeira relação entre um projeto de apropriação de uma prática de linguagem e os instrumentos que facilitam essa apropriação. (DOLZ E SCHNEUWLY, 2004, p. 51)
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O professor alfabetizador precisa diagnosticar qual é o conhecimento prévio que o aluno possui. E analisar durante o percurso escolar as hipóteses que ele tem sobre a letra e o som. Por exemplo, os eixos regulares,observar se o aluno conseguiu identificar os sons das letras e suas formas (p/b, t/d, f/v); os eixos regulares morfológicos-gramaticais, que são compostas de regras que envolvem tanto ligados à formação de palavras por derivação lexical como flexão (MORAIS, 1998), ou seja, são aspectos gramaticais que determina o grafema utilizado (s/z, s/c/ss); e observar se ele conhece e utiliza os grafemas de palavras com correspondências regulares contextuais entre as letras e seu valor sonoro (s/ss, r/rr, m/n, nh/lh/ch...);
O professor deve apresentar aos alunos diversos gêneros textuais ao longo dos anos escolares e com isso o professor pode analisar e observar se o aluno compreendeu as situações de ensino após uma atividade de produção de texto, ou seja:
Avaliar um texto significa visualizar na materialidade semiótica os conhecimentos e habilidades dominados pelos estudantes, assim como as dificuldades apresentadas. Significa também analisar a intervenção didática feita e possíveis necessidades de adequações. Os estudantes também podem avaliar seus próprios textos e analisar seus avanços e dificuldades. Portanto, estudantes e professores podem monitorar [...] (BRASIL, 2012, p. 30)
Segundo Jussara Hoffmann o tempo de avaliação é decorrente da demanda e da estratégia de aprendizagem e não das atividades elaborada inicialmente prevista pelo professor. Ou seja, fazer com os alunos aprendam ao mesmo tempo pode prejudicar o aluno com dificuldade, pois cada aluno tem o seu tempo de aprender. “Isso se transfere a qualquer situação escolar, o que sugere ao professor o ajuste do tempo e das provocações frente à heterogeneidade do grupo, respeitando-a uns e outros em seus tempos.” (HOFFMANN, 2001, p.41)
E quanto à avaliação da aprendizagem, principalmente na alfabetização, ela deve ser formativa, ou seja, antes, durante e depois. Assim, existem três formas de avaliar o processo ensino aprendizagem a processual que ocorre durante o aprendizado do aluno para saber se ele está entendendo o conteúdo, a somativa que ocorre no final do processo de ensino para verificar se houve consolidação do conhecimento e a através do diagnostico que ocorre antes do conteúdo a ser ensinado com a finalidade de saber quais os conhecimentos prévios do aluno para elaborar um plano que atenda suas necessidades.
Conclusão
Diante das discussões percebe-se que o alfabetizador deve ter em mente que o sistema de escrita não é um código e sim um sistema notacional. A partir dessa compreensão poderá fazer uma atividade para analise de qual fase da psicogênese estão, por consequente, saberá qual melhor método de ensino que se enquadra no perfil da turma.
Durante o processo de a alfabetização observa-se que é importante ter na parede o alfabeto onde todos possam ver mesmo que muitas crianças já saibam, porque ao longo do trabalho escolar entenderam que as palavras são compostas por sílabas e as sílabas compostas por letras e que elas têm som diferente. Ou seja, tem consciência fonológica. Sendo assim, pode-se falar que a criança já está alfabetizada, mas é possível que não esteja letrada porque o letramento não é só ler e escrever, mas também ser crítico e autônomo durante a leitura. 
A criança hoje em dia tem acesso a variados formas de ter contado com as letras no meio social em que convive sendo encontrada também nas tecnologias, a chamada de multiletramento. E o professor, especialmente se ele for alfabetizador não pode abandonar essas tecnologias por não saberem domina-las. Além de ser essencialmente importante e estimulante, ainda da pra trabalhar as letras através de pesquisa feitas por eles, na lata de Coca-Cola, em jogos educativos, entre outros. 
Como já foi discutido o professor deve fazer diagnostico durante todo o percurso para avaliar o desenvolvimento coletivo e individual. Dentre as observações que se deve analisar são a fase da psicogênese que estão, e se tem consciência fonológica, se conhecem os gêneros textuais apresentados e sendo capaz de escrevê-los, e se tem autonomia e segurança ao falar em público. Tudo isso o professor deve registrar nas aulas as dificuldades e seus avanços. E se caso o desempenho da turma não teve bons resultados é necessário que o professor mude seu o método de ensino.
Por fim, o alfabetizador é responsável pela formação inicial do aluno e se ele não souber ensinar de forma clara e objetiva poderá prejudica-lo em sua formação final. Pois dependendo da falha do professor ao ensinar o aluno poderá se tornar um adulto sem autonomia e criticidade ao se expressar em público, sem prazer na leitura, entre outros aspectos prejudicais.
REFERÊNCIAS
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BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2017 Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ Acesso em 12 de março de 2021.
CAFIERO.Delane. Letramento e leitura: formando leitores críticos. Coleção explorando o ensino. Língua Portuguesa.Vol 19. Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010. p 85-106.Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=7840-2011-lingua-portuguesa-capa-pdf&category_slug=abril-2011-pdf&Itemid=30192 Acessado em 13 de março de 2021.
CARVALHO, M. Guia prático do alfabetizador. São Paulo: Ática, 2005.
COUTINHO. Marília de Lucena. Psicogênese da língua escrita: O que é? Como intervir em cada uma das hipóteses? Uma conversa entre professores . In: Alfabetização: apropriação do sistema de escrita alfabética. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
FERREIRO Emília. Reflexões sobre alfabetização. 24. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
FREITAG, R. M.  Entre a norma e uso, fala e escrita: Contribuições da sociolinguística à alfabetização. 2011. Disponível em http://www.stellabortoni.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3125:a-sociolinguistica-ea-alfabetizacao&catid=45:blog&Itemid=1. Acessado em 13 de março de 2021.
GOMES, A. M. Como promover o desenvolvimento das habilidades de reflexão fonológica dos alfabetizandos? In: Alfabetização: apropriação do sistema de escrita alfabética. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. p 29-46.
JOVER-Faleiros, Rita. Editora nova escola, 1 de março de 2003.. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/194/o-que-e-um-genero-textual .Acessado dia 3 de abril de 2021.
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