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FOLHA DE ROSTO ORIENTATIVA PARA PROVA OBJETIVA LEIA AS ORIENTAÇÕES COM CALMA E ATENÇÃO! INSTRUÇÕES GERAIS ● Atenção ao tempo de duração da prova, que já inclui o preenchimento da folha de respostas. ● Cada uma das questões da prova objetiva está vinculada ao comando que imediatamente a antecede e contém orientação necessária para resposta. Para cada questão, existe apenas UMA resposta válida e de acordo com o gabarito. ● Faltando uma hora para o término do simulado, você receberá um e-mail para preencher o cartão-resposta, a fim de avaliar sua posição no ranking. Basta clicar no botão vermelho de PREENCHER GABARITO, que estará no e-mail, ou acessar a página de download da prova. Você deve fazer o cadastro em nossa plataforma para participar do ranking. Não se preocupe: o cadastro é grátis e muito simples de ser realizado. – Se a sua prova for estilo Certo ou Errado (CESPE/CEBRASPE): marque o campo designado com o código C, caso julgue o item CERTO; ou o campo designado com o código E, caso julgue o item ERRADO. Se optar por não responder a uma determinada questão, marque o campo “EM BRANCO”. Lembrando que, neste estilo de banca, uma resposta errada anula uma resposta certa. Obs.: Se não houver sinalização quanto à prova ser estilo Cespe/Cebraspe, apesar de ser no estilo CERTO e ERRADO, você não terá questões anuladas no cartão-resposta em caso de respostas erradas. – Se a sua prova for estilo Múltipla Escolha: marque o campo designado com a letra da alternativa escolhida (A, B, C, D ou E). É preciso responder a todas as questões, pois o sistema não permite o envio do cartão com respostas em branco. ● Uma hora após o encerramento do prazo para preencher o cartão-resposta, você receberá um e-mail com o gabarito para conferir seus acertos e erros. Caso você seja aluno da Assinatura Ilimitada, você receberá, com o gabarito, a prova completa comentada – uma vantagem exclusiva para assinantes, com acesso apenas pelo e-mail e pelo ambiente do aluno. Em caso de solicitação de recurso para alguma questão, envie para o e-mail: treinodificil_jogofacil@grancursosonline.com.br. Nossa ouvidoria terá até dois dias úteis para responder à solicitação. Desejamos uma excelente prova! Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 1ª Fase do Exame XXXIII ÉTICA PROFISSIONAL MARIA CHRISTINA 1 Diante das novas regras de publicidade no exercício da advocacia, assinale a alternativa incorreta: (A) É vedada a publicidade nas mídias sociais mediante uso de meios ou ferramentas que influam de forma fraudulenta o seu impulsionamento ou alcance. (B) É vedado o pagamento, patrocínio ou efetivação de qualquer outra despesa para viabilizar aparição em rankings, prêmios ou qualquer tipo de recebimento de honrarias em eventos ou publicações, em qual- quer mídia, que vise destacar ou eleger profissionais como detentores de destaque. (C) É permitida a utilização de logomarca e imagens, in- clusive fotos dos advogados e do escritório, assim como de uma identidade visual nos meios de comuni- cação profissional inclusive a utilização de logomarca e símbolos oficiais da Ordem dos Advogados do Brasil. (D) É permitida a participação do advogado ou advoga- da em vídeos ao vivo ou gravados, na internet ou nas redes sociais, assim como em debates e pales- tras virtuais. 2 Sobre as novas regras de publicidade no exercício da ad- vocacia, assinale a alternativa correta: (A) É permitido, na publicidade ativa, a menção as di- mensões, qualidade ou estrutura física do escritório desde que não haja impulsionamento. (B) É permitida a menção a resultado ou utilização de casos concretos para oferta de atuação profissional desde que sem menção ao nome das partes ou nú- mero do processo. (C) É vedada em qualquer publicidade a ostentação de bens relativos ao exercício ou não da profissão, como uso de veículos, viagens, hospedagens e bens de consumo. (D) Caracteriza infração ético-disciplinar o exercício da advocacia em locais compartilhados (coworking), sendo vedada a divulgação da atividade de advoca- cia em conjunto com qualquer outra ou atividade de empresa que compartilhem o mesmo espaço, ressal- vada a possibilidade de afixação de placa indicativa no espaço físico em que se desenvolve a advocacia e veiculação da informação de que a atividade profis- sional é desenvolvida em local de coworking. 3 Acerca dos direitos dos advogados, assinale a op- ção correta: (A) A relação de emprego, na qualidade de advogado, retira a isenção técnica reduz a independência pro- fissional inerentes à advocacia. (B) O advogado empregado não está obrigado à presta- ção de serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego. (C) O salário-mínimo profissional do advogado será fi- xado em lei. (D) A jornada de trabalho do advogado empregado, no exercício da profissão, não poderá exceder a duração diária de oito horas contínuas, salvo acordo ou con- venção coletiva ou em caso de dedicação exclusiva. 4 Sobre os honorários dos advogados, assinale a alterna- tiva correta: (A) Diante da estipulação em contrato os honorários se- rão pagos em um terço dos honorários no início do serviço, outro terço até a decisão de primeira instân- cia e o restante no final. (B) Prescreve em cinco anos a ação de cobrança de ho- norários de advogado, contado o prazo necessaria- mente do trânsito em julgado da decisão que os fixar. (C) Prescreve em cinco anos a ação de prestação de con- tas pelas quantias recebidas pelo advogado de seu cliente, ou de terceiros por conta dele. (D) O advogado substabelecido, sem reserva de pode- res, pode cobrar honorários sem a intervenção da- quele que lhe conferiu o substabelecimento. 5 Maria, recém-formada na faculdade de direito, foi apro- vada e tomou posse no cargo de analista do Ministério Público. Diante dos fatos apresentados e da assunção do cargo mencionado, assinale a alternativa correta. (A) Maria passará a ter uma incompatibilidade definitiva para o exercício da advocacia e sua inscrição na or- dem deverá ser cancelada. (B) Maria passará a ter uma incompatibilidade definitiva para o exercício da advocacia e sua inscrição na or- dem será licenciada. (C) Maria passará a ter uma incompatibilidade provisó- ria para o exercício da advocacia e terá sua inscrição na ordem licenciada. (D) Maria passará a ter um impedimento para o exercício da advocacia. Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 1ª Fase do Exame XXXIII 6 Joana, advogada, tomou posse como primeira secretá- ria da Câmara de Vereadores do município de Ipatinga. Diante dos fatos apresentados, assinale a opção correta: (A) Joana se torna impedida para o exercício da advoca- cia contra a Administração Pública, entidades para- estatais, concessionárias e permissionárias de servi- ços públicos. (B) Joana, ao assumir o cargo de membro da mesa do poder legislativo, passa a ter uma incompatibilidade definitiva para o exercício da advocacia devendo re- querer a sua licença para o exercício da profissão. (C) Joana, ao assumir o cargo de membro da mesa do poder legislativo, passa a ter uma incompatibilidade provisória para o exercício da advocacia devendo re- querer a sua licença para o exercício da profissão. (D) Sara possui uma incompatibilidade definitiva para o exercício da advocacia por ter assumido cargo da mesa do poder legislativo, devendo requerer o can- celamento de sua inscrição. 7 Para concorrer aos cargos dentro da OAB, o candidato deverá comprovar alguns requisitos. Dentre as alternati- vas a seguir, assinale a alternativa correta: (A) Para concorrer ao cargo de Conselheiro da Seccional, o candidato deve comprovar situação regular peran- te a OAB, não ocupar cargo exonerável ad nutum, não ter sido condenado por infração disciplinar, sal- vo reabilitação, e exercer efetivamente a profissão há mais de 5 anos. (B) Para concorrer ao cargo de Conselheiro da seccional ou da subseção, o candidato deve comprovar situa- ção regular perante a OAB, não ocupar cargoexone- rável ad nutum, não ter sido condenado por infração disciplinar, salvo reabilitação, e exercer efetivamente a profissão há mais de 3 anos. (C) Para concorrer ao cargo de Presidente da Seccional, o candidato deve comprovar situação regular peran- te a OAB, não ocupar cargo exonerável ad nutum, não ter sido condenado por infração disciplinar, sal- vo reabilitação, e exercer efetivamente a profissão há mais de 3 anos. (D) Para concorrer ao cargo de Tesoureiro da Seccional, o candidato deve comprovar situação regular perante a OAB, não ocupar cargo exonerável ad nutum, não ter sido condenado por infração disciplinar, salvo reabilitação, e exercer efetivamente a profissão há mais de 3 anos. 8 Sobre as novas regras de publicidade no exercício da ad- vocacia, assinale a alternativa correta: (A) Não é permitido vincular os serviços advocatícios com outras atividades ou divulgação conjunta de tais atividades, salvo a de magistério. (B) Não é permitido vincular os serviços advocatícios com outras atividades ou divulgação conjunta de tais atividades, inclusive a de magistério. (C) As informações de publicidade veiculadas deverão ser objetivas e verdadeiras e são de exclusiva respon- sabilidade das pessoas físicas identificadas e, quando envolver pessoa jurídica, dos sócios administradores da sociedade de advocacia, que responderão pelos excessos perante a Ordem dos Advogados do Brasil, inclusive a participação de outros inscritos que para ela tenham concorrido. (D) Entende-se por publicidade profissional sóbria, dis- creta e informativa a divulgação que, sem ostentação, torna público o perfil profissional e as informações atinentes ao exercício profissional, sem incitar direta- mente ao litígio judicial, administrativo ou à contrata- ção de serviços, sendo permitida a promoção pessoal. Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 1ª Fase do Exame XXXIII FILOSOFIA DO DIREITO ODAIR JOSÉ 9 “O positivismo jurídico rejeita a ideia de que os direitos jurídicos possam preexistir a qualquer forma de legisla- ção; em outras palavras, rejeita a ideia de que indivíduos ou grupos possam ter, em um processo judicial, outros direitos além daqueles expressamente determinados pela coleção de regras explícitas que formam a totalida- de do direito de uma comunidade” (DWORKIN, R. Levan- do os direitos a sério. São Paulo: Martins Fontes, 2020). No trecho anterior, é apresentada uma das concepções positivistas quanto à gênese das regras de direito. Ao se mostrar crítico dessa corrente jurídica, Dworkin irá concluir que (A) não existe direito pré-existente ao que está explicita- mente estabelecido na sentença judicial e baseado em regra jurídica pretérita. (B) a validade da norma jurídica se submete à validade moral, daí a razão de regras pré-existentes serem desnecessárias para validar uma decisão judicial. (C) os indivíduos podem ter outros direitos jurídicos além daqueles criados por uma decisão ou prática expressa, isto é, que eles podem ter direitos ao reco- nhecimento judicial de suas prerrogativas. (D) os direitos jurídicos pré-existentes são dotados de validade, porque são previstos nas normas, já os di- reitos não previstos são apenas expectativas de di- reitos, carecem de posterior reconhecimento para serem exigidos. 10 Marx considera que a superestrutura é determinada pela infraestrutura, isso significa afirmar que os produ- tos imateriais construídos por uma sociedade, como seu sistema jurídico, a religião, a política, ou seja, tudo que é imaterial, tem sua existência determinada pela própria base material da sociedade. Do que se expôs anteriormente, é correto afirmar que (A) o direito é a base material da sociedade, o que dá sustentação legal para manutenção da igual- dade formal. (B) o princípio da isonomia é mero falseamento do real, porque a estrutura de classes se caracteriza pela existência de desigualdades, de relação de domina- ção e exploração. (C) o direito é ideológico, ou seja, reproduz o conjunto de ideias dominantes em determinado momento da história. (D) os princípios jurídicos, como formas garantidoras da liberdade e da igualdade, estão submetidos à ideolo- gia que se encontra na infraestrutura da sociedade. DIREITO CONSTITUCIONAL ANA PAULA BLAZUTE 11 Maria, Paula, João e Felícia, estudantes do 10º período de direito, estavam discutindo sobre o tema “organiza- ção do Estado”. Maria afirmou que compete privativa- mente à União legislar sobre seguridade social; Paula afirmou que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisa- gístico; João afirmou que cabe aos municípios explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação; e por sua vez, Felícia afirmou que é da competência privativa da União, dos Estados e do Distrito Federal legislar sobre desapropriação. De acordo com o caso em análise, indique a alternati- va correta: (A) Apenas Maria e Paula estão corretas. (B) Apenas João e Felícia estão corretos. (C) Apenas Maria, Paula e Felícia estão corretas. (D) Todos estão corretos. 12 A polícia foi acionada para atender a um chamado de suspeita de ocorrência de tráfico ilícito de entorpecen- tes no interior de determinada sociedade de economia mista federal. Ao chegar ao local, os policiais verificaram que dos cinco traficantes, quatro eram brasileiros natos e um era brasileiro naturalizado. De acordo com o caso em análise, indique a alternati- va correta: (A) No caso de tráfico ilícito de entorpecentes, tanto os brasileiros natos quanto naturalizados podem ser ex- traditados. (B) Os brasileiros natos não podem ser extraditados. Além disso, o traficante naturalizado brasileiro não poderá ser extraditado porque o crime foi praticado após a naturalização. (C) Os brasileiros natos não podem ser extraditados, mas o traficante naturalizado brasileiro poderá ser extraditado, visto que no caso de tráfico ilícito de entorpecentes independe se o crime foi cometido antes ou após a naturalização. (D) No caso de tráfico ilícito de entorpecentes, tanto os brasileiros natos quanto naturalizados não podem ser extraditados. Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 1ª Fase do Exame XXXIII 13 Sobre o tema “Finanças Públicas”, marque a alternativa correta de acordo com a Constituição Federal: (A) A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central. (B) É permitido ao banco central conceder, direta ou in- diretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional. (C) O banco central não poderá comprar e vender títu- los de emissão do Tesouro Nacional, mesmo que o objetivo seja o de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros. (D) De acordo com a Constituição Federal, lei ordinária disporá sobre finanças públicas. 14 Mila foi aprovada em 1º lugar em Direito em uma Uni- versidade Pública de São Paulo. Ocorre que ao se ma- tricular, a secretaria da universidade condicionou a sua matrícula ao pagamento de taxa no valor de 2.000 (dois mil reais). Mila recorreu até a última instância adminis- trativa, e não obteve êxito algum, e procura você como advogado para saber se ainda restaria alguma medida cabível. De acordo com a Constituição Federal, marque a alternativa correta: (A) Não restaria nenhuma medida cabível, visto que as universidades podem cobrar o pagamento de taxas para matrículas em graduações. (B) A medida cabível seria a impetração do mandado de injunção. (C) A medida cabível seria a impetração do habeas data. (D) A medida cabível seria o ajuizamento de uma recla- mação constitucional, visto que houve violação à sú- mula vinculante. 15 O crescimento da exploração de diamantes no terri- tório do Estado Alfa ampliou a circulação de riquezas e fez com que a densidade demográfica aumentasse consideravelmente, juntamente com os riscos ao meio ambiente.Esse estado de coisas mobilizou a população local, o que levou um grupo de Deputados Estaduais a apresentar proposta de emenda à Constituição Estadual disciplinando, detalhadamente, a forma de exploração de diamantes no território em questão. A proposta in- cluía os requisitos formais a serem cumpridos junto às autoridades estaduais e os limites quantitativos a serem observados na extração, no armazenamento e no trans- porte de cargas. Após regular aprovação na Assembleia Legislativa, a Emenda à Constituição Estadual n. 5/2018 foi sancionada pelo Governador do Estado. A Associação Nacional dos Geólogos, contratou os seus serviços como advogado(a) para que você prestasse um serviço de con- sultoria. De acordo com a Constituição Federal, marque a alternativa correta: (A) A Emenda à Constituição é formalmente inconstitu- cional, visto que violou a competência privativa da União para legislar sobre jazidas, minas, outros re- cursos minerais e mineração. Além disso, violou a competência privativa da União para legislar sobre transporte, mas não houve violação as normas sobre processo legislativo ao ser sancionada pelo Governa- dor de Estado. (B) A Emenda à Constituição é constitucional, visto que não houve violação à Constituição Federal. (C) A Emenda à Constituição é formalmente inconstitu- cional, visto que violou a competência privativa da União para legislar sobre jazidas, minas, outros re- cursos minerais e mineração, embora não tenha vio- lado a competência para legislar sobre transporte, pois é da competência concorrente entre a União os Estados e o DF. Por fim, houve violação às normas sobre processo legislativo ao ser sancionada pelo Governador de Estado. (D) A Emenda à Constituição é formalmente inconstitu- cional, visto que violou a competência privativa da União para legislar sobre jazidas, minas, outros re- cursos minerais e mineração. Além disso, violou a competência privativa da União para legislar sobre transporte, e houve violação às normas sobre pro- cesso legislativo ao ser sancionada pelo Governador de Estado. Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 1ª Fase do Exame XXXIII 16 A Lei municipal n. XXX autorizou o Poder Executivo Mu- nicipal a conceder a exploração do Serviço de Radiodifu- são Comunitária no âmbito do território do Município. O Procurador-Geral da República tomou conhecimento desta lei e deseja arguir a sua inconstitucionalidade no STF. Diante do caso em análise, responda de acordo com a Constituição Federal e a jurisprudência do STF: (A) O Procurador-Geral da República poderá ajuizar uma ação direta de inconstitucionalidade, pois compete privativamente à União legislar sobre radiodifusão. (B) O instrumento processual que deverá ser utilizado pelo Procurador-Geral da República é a arguição de descumprimento de preceito fundamental, pois compete privativamente à União legislar sobre ra- diodifusão. (C) É constitucional lei municipal que preveja que o Poder Executivo poderá conceder autorização para que sejam explorados serviços de radiodifusão no Município. (D) O Procurador-Geral da República é legitimado espe- cial, logo deve demonstrar pertinência temática para a propositura da ação direta de inconstitucionalidade 17 João, candidato ao cargo de prefeito, não foi eleito, fi- cando em 2º lugar nas eleições que ocorreram no Mu- nicípio “Zebra”. João tem provas que houve corrupção e fraude nas eleições, e pretende ajuizar uma ação de impugnação de mandato eletivo. Ocorre que José, o qual ficou em 1º lugar nas eleições, já foi diplomado há 5 dias. De acordo com a Constituição Federal, marque a alternativa correta: (A) O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de dez dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude, logo João poderá ajuizar tal medida. (B) O mandato eletivo não poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral, pois já houve a diplomação de José, logo João não poderá ajuizar tal medida. (C) O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude, logo João poderá ajuizar tal medida. (D) O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Jus- tiça Eleitoral no prazo de dez dias contados da pos- se, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude, logo João poderá ajuizar tal medida. DIREITOS HUMANOS ALICE ROCHA 18 Eugênio é advogado especialista em Direitos Humanos e combate à tortura. No final de 2020 foi procurado por Antônio para pleitear a liberação de seu filho Paulo, pre- so por homicídio e ocultação de cadáver. Antônio alega que a confissão de seu filho Paulo foi obtida em uma sessão de tortura dentro da delegacia e que, portanto, não deveria ser considerada. A respeito desta situação hipotética e com base na Convenção contra a Tortu- ra e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes (ONU, 1984), Eugênio deve informar Antônio que: (A) a declaração resultante de tortura só pode ser in- vocada se posteriormente confirmada perante o juiz da causa. (B) a declaração resultante de tortura não pode ser invo- cada em hipótese alguma, nem mesmo contra uma pessoa acusada de tortura como prova de que a de- claração foi prestada. (C) Antônio deve buscar uma indenização para seu fi- lho, sendo que indenizações recebidas em função da Convenção poderão prejudicar o direito de indeni- zação que a vítima ou outra pessoa possam ter em decorrência das leis nacionais. (D) nenhuma declaração que se demonstre ter sido prestada como resultado de tortura pode ser invoca- da como prova em qualquer processo. 19 O mais recente tratado em direitos humanos aprova- do pelo Brasil foi a Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância. A respeito da incorporação desse tratado à ordem jurídica interna, é correto afirmar, considerando a sistemática estabelecida na Constituição da República, que ele equivalerá (A) à emenda constitucional, se cada Casa do Congresso aprová-lo, em dois turnos, por três quintos dos votos dos membros. (B) sempre à lei complementar. (C) sempre à emenda constitucional. (D) sempre à lei ordinária. Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 1ª Fase do Exame XXXIII DIREITO INTERNACIONAL ALICE ROCHA 20 Lionel reside em Paris e possui dupla nacionalidade, francesa e argentina. Em 2021, Lionel decidiu ajuizar uma ação contra uma empresa mexicana relativa ao não cumprimento de um contrato estabelecido em 2020 em Paris. Ao final do processo, a empresa mexicana foi con- denada a pagar uma indenização a Lionel que de ime- diato ingressou com um pedido de homologação dessa sentença no Brasil. Em relação a esta situação hipotéti- ca, assinale a alternativa correta: (A) Será necessária a autorização da empresa mexicana para que a sentença seja homologada no Brasil. (B) Para que a sentença seja homologada no Brasil, será necessário o trânsito em julgado na jurisdição de origem. (C) Para que a sentença estrangeira seja homologada no Brasil, é necessário algum ponto de conexão entre o exercício da jurisdição pelo Estado brasileiro e o caso concreto a ele submetido. (D) A sentença poderá ser homologada no Brasil e execu- tada em local determinado pelas partes. 21 Ana, brasileira, casou-se com Gabriel, originário de um Estado que determina em seu direito sucessório que na ausência de descendentes, todos os bens do defunto ou desaparecido devem ser deixados para o Estado. O casal resolve fixar residência no Brasil, tendo em vista uma excelente oportunidade profissional para Gabriel e um tratamento de fertilização in vitro tão sonhado por Ana que descarta um processo de adoção. Entre as me- tas do casal está a obtenção de um imóvel e eles bus- cam um advogado para auxiliá-los. O advogado deverá orientá-los que: (A) a lei do local do imóvel regulaa capacidade para suceder. (B) o local do imóvel é indiferente, visto que em caso de sucessão a regra aplicada será sempre a do domicílio do defunto ou desaparecido. (C) deve ser dada preferência à obtenção do imóvel no Brasil, tendo em vista que em caso de sucessão, a lei brasileira é mais favorável aos herdeiros brasileiros e o casal possui dificuldades para ter filhos. (D) o conhecimento de ações relativas a imóveis situa- dos no Brasil pode ser feito por autoridade judiciária brasileira ou estrangeira. DIREITO TRIBUTÁRIO MARIA CHRISTINA 22 A empresa DDL foi autuada pelo fisco estadual pelo não recolhimento de ICMS sobre os serviços de transpor- tes interestaduais destinados à exportação pelo Porto de Santos. Diante do caso posto, assinale a alternati- va correta: (A) O serviço de transporte interestadual é fato gerador do ICMS sendo devida a cobrança. (B) Não incide ICMS sobre o serviço de transporte inte- restadual destinado ao exterior em face da existência de imunidade. (C) Não incide ICMS sobre o serviço de transporte inte- restadual destinado ao exterior em face da existência de isenção. (D) Incide ICMS sobre o serviço de transporte interesta- dual e intermunicipal destinado ao exterior. 23 João possui um imóvel localizado em área de expansão urbana destinado à manutenção de um comércio na área de sorveteria. Diante dos fatos, assinale a opção correta. (A) Será devido o pagamento de IPTU independente da existência de benefícios. (B) Será devido o pagamento de IPTU desde que de- monstrado os benéficos previstos no art. 32, § 1°, do CTN. (C) Será devido o pagamento de ITR por estar localizado em área de expansão urbana. (D) Nos imóveis localizados em área de expansão urba- na, será devido necessariamente o pagamento de IPTU independente da destinação do imóvel. 24 A pessoa jurídica Delta arrendou uma parcela de área rural por 10 anos. Em dado momento, efetuou o paga- mento maior do ITR ingressando em juízo para reaver os valores pagos indevidamente. Diante dos fatos, assinale a opção correta: (A) O arrendatário possui legitimidade para requerer o valor do ITR pago indevidamente mesmo sendo con- tribuinte do tributo. (B) O arrendatário não possui legitimidade para reque- rer o valor do ITR pago indevidamente por não ser contribuinte do tributo. (C) O arrendatário não possui legitimidade para reque- rer o valor do ITR pago indevidamente, mas poderá requerer sua compensação. (D) O arrendatário possui legitimidade para requerer o valor do ITR pago indevidamente, mas não poderá requerer sua compensação. Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 1ª Fase do Exame XXXIII 25 Uma editora especializada na venda de livros eletrônicos foi autuada por não recolhimento de ICMS e contribui- ções sobre as operações realizadas. Diante dos fatos, as- sinale a opção correta: (A) É devido o pagamento de impostos e contribuições sobre os livros. (B) É devido o pagamento tão somente de impostos so- bre os livros. (C) Não é devido o pagamento de impostos e contribui- ções sobre os livros. (D) É devido o pagamento tão somente de contribuições sobre os livros. 26 Uma fábrica foi isenta do pagamento do IPI por meio de lei ordinária Federal. A distribuidora, ao receber o repasse da mercadoria, efetuou a compensação dos créditos anteriores. Diante dos fatos, assinale a alterna- tiva correta. (A) Não há que se falar em compensação diante de isen- ção de créditos. (B) Haverá compensação de créditos de IPI em qual- quer situação. (C) Não há que se falar em compensação de créditos de IPI, salvo no caso de isenção. (D) Diante de isenção de créditos de IPI, os créditos de- vem ser compensados sob pena de afronta ao princí- pio da não cumulatividade. DIREITO ADMINISTRATIVO GUSTAVO BRÍGIDO 27 Valéria, agente comunitária de saúde do Município de Angra dos Reis, foi contratada após sucesso em processo seletivo realizado em abril de 2009. Em maio de 2018, o Município informou-a ter recebido comunicação do Tri- bunal de Contas do Estado recusando o registro de sua admissão, em razão de um vício relacionado à autorida- de competente, determinando então o seu desligamen- to. Até então, Valéria vinha exercendo com primor suas atividades e nunca fora notificada a respeito do processo de registro de sua nomeação. Valéria observou que, no final de 2009, chegou à Corte de Contas a notícia, en- caminhada pelo Município, de sua admissão e início do exercício de suas funções. O julgamento recusando o re- gistro ocorrera em 2015. À luz do caso concreto e da ju- risprudência do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, é correto afirmar que: (A) motivada a ilegalidade em vício de incompetência, poderá haver a convalidação do ato de admissão, já que dela não decorrerá prejuízo a terceiros ou ao erário público. (B) como a eficácia do ato de admissão de Valéria estava sujeita à condição resolutiva da análise de sua lega- lidade e registro pelo Tribunal de Contas do Estado, no exercício legítimo do controle externo, é cabível a devolução dos valores recebidos até o momento, por Valéria, a título de remuneração. (C) Valéria deve permanecer no exercício de sua função pública pois, no caso, decorreu o prazo decadencial de cinco anos entre o ato administrativo que a ad- mitiu na função pública de agente comunitária de saúde e o posterior julgamento de sua legalidade e registro pelo Tribunal de Contas do Estado. (D) compete aos Tribunais de Contas dos Estados auxiliar o Poder Legislativo no controle externo da Adminis- tração Pública, o que inclui a apreciação da legalida- de dos atos de admissão de pessoal, excetuadas as nomeações para cargos de provimento em comissão e para cargos da Administração Pública municipal, em observância ao princípio federativo. Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 1ª Fase do Exame XXXIII 28 Diante do acúmulo de serviço em razão da grande de- manda em sua competência originária e com o objetivo de conferir maior eficiência e celeridade em questões administrativas, o Delegado-Geral de Polícia Civil do Estado Alfa praticou ato administrativo delegando sua competência para a Secretaria Executiva de Polícia deci- dir recursos administrativos hierárquicos. O mencionado ato de delegação é: (A) inválido, porque os atos previstos como de compe- tência do Delegado-Geral não podem ser delegados, em respeito ao poder hierárquico. (B) inválido, porque a legislação proíbe expressamente a delegação de decisão de recursos administrativos. (C) lícito, porque a competência administrativa é im- prescritível, improrrogável e irrenunciável. (D) lícito, porque a competência é delegável, exceto nos casos de competência exclusiva definida em lei. 29 A Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado Alfa foi alterada pela Assembleia Legislativa, de maneira que foi inserido um artigo dispondo que é vedado ao servidor público ocupante de cargo efetivo ou comissionado servir sob a direção imediata de cônjuge ou parente até segundo grau civil. De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Fe- deral, a norma mencionada é: (A) constitucional, porque existe presunção de ofensa aos princípios expressos da Administração Pública da impessoalidade e da moralidade. (B) constitucional, porque está de acordo com os princí- pios da Administração Pública e a súmula vinculante que veda o nepotismo, e é aplicável para todos os entes federativos. (C) constitucional, porque cada Estado da Federação tem autonomia para ampliar livremente as hipóteses de nepotismo previstas em súmula vinculante. (D) inconstitucional em relação aos ocupantes de cargos efetivos eis que normas inibitórias do nepotismo não tem como campo próprio de incidência os cargos efetivos sob pena de violação ao concurso público. 30 João se inscreveu em concurso público para provimento de certo cargo efetivo na área da segurança pública no Estado Alfa. Após ser aprovado na prova objetiva, João recebeu um comunicado da entidade organizadora do concurso informando-lheque seria realizado um exame psicotécnico, de caráter eliminatório. Tendo em vista que não havia previsão em lei nem no edital do concurso para tal exame psicotécnico, João impetrou mandado de segurança impugnando a realização do exame. De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a pretensão de João: (A) não merece prosperar, pois há discricionariedade do Estado Alfa para definir quais concursos públicos devem exigir exame psicotécnico, de acordo com a natureza do cargo. (B) não merece prosperar, pois há discricionariedade da entidade organizadora para definir quais concursos públicos devem exigir exame psicotécnico, conforme a natureza do cargo. (C) não merece prosperar, desde que todos os candida- tos sejam submetidos ao mesmo exame psicotécni- co, de maneira a atender aos princípios da isonomia e competitividade. (D) merece prosperar, pois haveria necessidade de pré- via previsão em lei e previsão no edital com a devida publicidade dos critérios objetivos fixados e possibi- lidade de recurso. Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 1ª Fase do Exame XXXIII 31 O prefeito do Município Alfa, agindo em comunhão de ações e desígnios com o delegado de Polícia Civil da ci- dade, frustrou a licitude de processo licitatório, a fim de beneficiar João, particular sócio administrador de uma sociedade empresária, que foi contratada ilegalmente pelo Município. Sabe-se que João é irmão do delegado e que o ato ilícito causou um dano ao erário no montante de cem mil reais. O Ministério Público ajuizou ação civil pública por ato de improbidade administrativa e reque- reu a indisponibilidade de bens dos demandados. De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, são sujeitos ativos do ato de improbida- de em tela: (A) o prefeito, o delegado e João, devendo a ação ser ajuizada na comarca local, sendo que, para o deferi- mento da indisponibilidade de bens, basta a compro- vação do fumus boni iuris, pois o periculum in mora é presumido. (B) o prefeito, o delegado e João, devendo a ação ser ajuizada originariamente no Tribunal de Justiça, sen- do que, para o deferimento da indisponibilidade de bens, é necessária a comprovação do fumus boni iu- ris e do periculum in mora. (C) o prefeito, o delegado e João, devendo a ação ser ajuizada na comarca local, sendo que, para o defe- rimento da indisponibilidade de bens, é necessária a comprovação de que os demandados estariam dila- pidando efetivamente seu patrimônio ou na iminên- cia de fazê-lo. (D) o prefeito e o delegado, devendo a ação ser ajuizada originariamente no Tribunal de Justiça, sendo que, para o deferimento da indisponibilidade de bens, é necessária a comprovação de que os demandados estariam dilapidando efetivamente seu patrimônio ou na iminência de fazê-lo. 32 Tramita no âmbito interno da Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Norte processo administrativo disciplinar (PAD) que apura eventual falta funcional praticada por certo delegado de polícia. Durante a instrução do PAD, foi verificada pela autoridade competente que o conduz a necessidade de obtenção de prova emprestada, con- sistente em interceptação telefônica realizada no bojo de processo criminal. De acordo com a jurisprudência dos Tribunais Superio- res, o compartilhamento de prova pretendido é: (A) inviável, pois a Constituição da República de 1988 prevê que é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comu- nicações telefônicas. (B) inviável, pois a Constituição da República de 1988 prevê que a interceptação telefônica somente pode ser utilizada para fins de investigação criminal ou ins- trução processual penal. (C) viável, desde que devidamente autorizada pelo juízo criminal competente e respeitados os princípios do contraditório e da ampla defesa. (D) viável, independentemente de prévia autorização pelo juízo criminal, porque, uma vez produzida, a prova pertence ao Estado que é uno. DIREITO AMBIENTAL NILTON COUTINHO 33 Eugênio foi escolhido para desempenhar a função de secretário do meio ambiente do Estado X. Diante das di- ficuldades econômicas decorrentes da Covid-19 e a falta de recursos para atuação na área ambiental, consulta um advogado especialista na área, o qual lhe informa que: (A) inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado ou no Distrito Fede- ral, a União pode atuar em caráter subsidiário até a sua criação. (B) inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Município, o Estado deve atuar em caráter subsidiário até a sua criação. (C) inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado e no Município, a União deve desempenhar as ações administrativas até a sua criação em um daqueles entes federativos. (D) inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado e no Município, a União pode desempenhar as ações administrativas até a sua criação em um dos entes federativos. Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 1ª Fase do Exame XXXIII 34 Em viagem pelo Brasil, Roberta foi visitar uma unidade de conservação. Lá chegando, foi informada tratar-se de uma área com cobertura florestal de espécies predomi- nantemente nativas e que tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pes- quisa científica, com ênfase em métodos para explora- ção sustentável de florestas nativas. Ficou sabendo, ain- da, que a referida unidade de conservação era de posse e domínio públicos. Durante a visita, ficou sabendo que era admitida, naque- la unidade de conservação, da permanência de popula- ções tradicionais que a habitavam desde sua criação. A referida unidade de conservação ainda permitia a vi- sitação pública (condicionada às normas estabelecidas para o manejo da unidade pelo órgão responsável por sua administração). Voltando de sua viagem, Roberta encontra um advoga- do especialista na área, o qual informa para ela que ela havia visitado um(a) (A) Estação Ecológica. (B) Reserva Biológica. (C) Parque Nacional. (D) Floresta Nacional. DIREITO CIVIL ROBERTA QUEIROZ 35 Eugênio e Raquel estão se divorciando e possuem 2 fi- lhos menores impúberes. O casal está em profundo lití- gio acerca de alimentos, guarda dos filhos e partilha de bens. Considerando que um dos filhos, Odair, foi adota- do, que o regime de bens do casal é comunhão parcial de bens e que Eugênio está desempregado, marque a alternativa correta: (A) Por Eugênio não estar trabalhando, não poderá exer- cer a guarda dos menores, tampouco ser condenado a pagar alimentos. (B) Caso, durante o casamento, Eugênio tenha sido o ga- nhador de uma loteria, não deverá partilhar o valor com Raquel, em virtude do regime de bens do casal. (C) Raquel poderá pleitear a guarda dos filhos, mas não poderá exigir alimentos, neste momento, de Eugênio em virtude do desemprego deste. (D) Em caso de fixação da guarda compartilhada, o tem- po de convivência com os filhos deve ser dividido de forma equilibrada entre Raquel e Eugênio, o que também não exclui o dever de alimentar de am- bos os pais. 36 Odair, menino pentelho, mas feliz, adora brincar pela vi- zinhança. Em um dia, jogando bola com seu cachorrinho, deixou a bola cair no quintal da vizinha Carolina, uma senhora conhecida por ser completamente intransigente com as crianças do bairro, em especial Odair. Odair tocou a campainha e Carolina disse que agora a bola pertence a ela e que não permitirá a entrada de ninguém para pegar a bola, tampouco, entregará o brinquedo. Considerando o caso narrado, marque alternativa correta: (A) Carolina, de acordo com as regras de direito de vizi- nhança aplicadas ao caso, não é obrigada a permitir a entrada de Odair para retirar a bola. (B) Carolina, de acordo com as regras de vizinhança, deve tolerar que Odair entre no imóvel para retirar a bola. (C) Carolina, de acordo com as regras de vizinhança, so- mente deve permitir a entrada de vizinhos emseu imóvel em caso de necessidade de manutenção ou reparos que necessitem passar por seu imóvel. (D) Carolina somente deve permitir a entrada de demais vizinhos sem ordem judicial em caso de urgência manifesta. 37 Niltinho, menor púbere, tem como representante sua genitora Maria Christina, já que seu pai faleceu há al- guns anos. Niltinho herdou um vasto patrimônio quan- do do falecimento de seu pai. Agora, com receio por ter contraído uma doença devastadora, deseja confeccionar seu próprio testamento. Para tanto, consulta uma advo- gada que lhe presta a seguinte e correta informação: (A) Niltinho, por ser incapaz, não pode fazer seu testamento. (B) Niltinho poderá redigir seu testamento mediante a representação de sua genitora. (C) Niltinho, caso confeccione seu testamento, por não ter herdeiros necessários, poderá dispor livremente de seus bens. (D) Niltinho poderá testar seus bens, sozinho, sem repre- sentação, desde que respeite a legítima. Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 1ª Fase do Exame XXXIII 38 Rogério, Lorena, Aryanna e Rafael resolveram jogar poker apostando, cada um, mil reais em favor do ven- cedor. Após horas de jogatina, Rafael sai vencedor. Lore- na, indignada, derruba as cartas no chão e sai correndo dizendo que não vai pagar. Rogério e Aryanna, apesar de descontentes, efetuam o pagamento a favor de Ra- fael. Considerando o caso narrado, marque alternati- va correta. (A) A obrigação decorrente de dívida de jogo é uma obri- gação natural e, como sendo tal, possui exigibilidade. (B) A obrigação decorrente da dívida de jogo é obri- gação natural e, por isso, não pode ser exigida dos devedores, salvo se houver consenso expresso dos apostadores. (C) Rogério e Aryanna promoveram o pagamento in- devido de uma obrigação que não poderia ser co- brada, logo podem exigir de Rafael a devolução do valor pago. (D) Lorena não poderá ser cobrada por Rafael, mas este poderá reter o pagamento de Rogério e Aryanna. 39 Patrícia está namorando Alice. As duas resolvem morar juntas e comprar um apartamento. Patrícia havia recebi- do de seu pai a quantia de duzentos mil reais, três meses antes de conhecer Alice e usa este valor para comprar o apartamento, financiando o restante em 5 anos. Após 10 anos de relacionamento, o casal resolve separar. Consi- derando a situação, Patrícia procura advogado que lhe aconselha corretamente a: (A) O regime de bens que rege a união entre Patrícia e Alice é a comunhão universal de bens, já que não ce- lebraram pacto antenupcial. (B) A união entre o casal somente passou a ser consi- derada união estável após completar cinco anos de relacionamento. (C) Como o casal não definiu o regime de bens, conside- ra-se o regime da comunhão parcial de bens, deven- do apartamento ser partilhado entre o casal com a dissolução da união estável. (D) Como o casal não definiu o regime de bens, consi- dera-se o regime da comunhão parcial de bens, de- vendo apartamento ser partilhado entre o casal, ex- ceto o valor recebido por Patrícia e dado de entrada no imóvel. 40 Ana Paula, Roberta e Gustavo adquirem um imóvel de herança do falecimento do pai. Os três tiveram, median- te formal de partilha, o reconhecimento de que cada um tem a propriedade de um terço do imóvel. Gusta- vo manifesta vontade em alienar o bem, mas Ana Paula sempre se mostrou resistente, pois era o imóvel onde o pai viveu a vida toda, havendo ali uma carga emocional muito grande. Gustavo, então, aliena gratuitamente sua quota para Roberta. Ana, indignada, procura informa- ções de um advogado. Marque alternativa que corres- ponda à explicação de acordo com a lei civil. (A) Antes de alienar a cota, Gustavo deveria ter ofereci- do o bem para Ana. (B) Não é possível alienar cota que esteja em condomí- nio decorrente de herança. (C) Ana poderá tomar o bem para si depositando o valor correspondente à cota. (D) Gustavo não tinha obrigação de oferecer a alienação de sua cota para Ana e a referida transferência para Roberta é válida. 41 Patrícia tem 78 anos de idade e encontra-se em uma si- tuação delicada de saúde, não podendo trabalhar. Patrí- cia não tem aposentadoria e tem passado por enormes dificuldades financeiras. Ela possui 3 irmãos, 2 filhos e 1 sobrinho que tem excelentes condições financeiras. Patrícia procura um advogado para saber mais sobre a possibilidade de exigir alimentos. Considerando a situa- ção, marque a alternativa correta: (A) É possível que Patrícia exija os alimentos diretamen- te de seu sobrinho. (B) Por ser idosa, Patrícia poderá exigir alimentos dos ir- mãos e dos filhos, simultaneamente. (C) Mesmo que os irmãos tenham condições financeiras adequadas, neste caso, os filhos detêm a obrigação alimentar em relação à mãe, tratando-se de obriga- ção solidária. (D) A lei não prevê possibilidade de condenação ali- mentar em favor de maiores, apenas em relação a filhos menores. Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 1ª Fase do Exame XXXIII ECA PATRÍCIA DREYER 42 João, com 10 anos de idade, está em uma unidade de acolhimento desde que nasceu, e espera ser adotado. Com o advento da pandemia, Pedro, advogado recém aprovado, 25 anos, com estabilidade patrimonial e emo- cional, integrante de uma nobre família do interior de Minas Gerais, torna-se uma pessoa mais sensível e re- solve então buscar uma criança para adotar. Nesse con- texto, Pedro conhece João e pretende adotá-lo. O juiz da Vara única da Comarca onde reside João indefere o pedido por meio de sentença, justificando a diferença mínima de 16 anos entre adotante e adotado. Pedro está indignado com o pleito. Diante do caso hipotético, indique a assertiva correta. (A) A regra que estabelece a diferença mínima de 16 (dezesseis) anos de idade entre adotante e adotan- do pode, dada as peculiaridades do caso concreto, ser relativizada no interesse do adotando. Portanto, Pedro deve apelar no prazo de 10 dias corridos, inde- pendentemente de preparo. (B) A regra que estabelece a diferença mínima de 16 (dezesseis) anos de idade entre adotante e adotando não pode, dada as peculiaridades do caso concreto, ser relativizada no interesse do adotando. Mas, Pe- dro deve apelar no prazo de 10 dias corridos, inde- pendentemente de preparo. (C) A regra que estabelece a diferença mínima de 16 (dezesseis) anos de idade entre adotante e adotando não pode, dada as peculiaridades do caso concreto, ser relativizada no interesse do adotando. Mas, Pe- dro deve apelar no prazo de 15 dias corridos, inde- pendentemente de preparo. (D) A regra que estabelece a diferença mínima de 16 (de- zesseis) anos de idade entre adotante e adotando não pode, dada as peculiaridades do caso concreto, ser re- lativizada no interesse do adotando. Mas, Pedro deve apelar no prazo de 15 dias úteis, comprovado o preparo. 43 Ana Maria é adolescente, com 17 anos de idade, e tenta matar seu pai, Ricardo, fazendo uso de arma de fogo. Todavia, seu pai não falece e, ainda no hospital onde se recupera, elabora testamento para deserdar Ana Maria. Por conta do tempo que permaneceu internado, Ricardo é infectado com Covid-19 e vem a falecer por complica- ções pós-Covid. Os outros irmãos maiores de Ana Ma- ria, Pedro, Tiago e João querem cópia do processo em que Ana Maria responde pela prática do ato infracional análogo a homicídio para instruir a ação de deserdação. Sobre o caso, indique a alternativa correta. (A) Não há interesse jurídico para a extração de cópias dos autos da apuração de ato infracional, e os irmãos provarão a causa de deserdação por outras provas. (B) Demonstrado interesse jurídico e justificada a fina- lidade, é cabível a extração de cópias dos autos da apuração de ato infracional, sendo possível, inclu- sive, no entanto, utilizar os documentos obtidos para fins diversos do que motivou o deferimento de acesso aos autos, como por exemplo, o pedido de dano moral. (C) Demonstrado interesse jurídico e justificada a fina- lidade, é cabível a extração de cópias dos autos daapuração de ato infracional, não se podendo, no entanto, utilizar os documentos obtidos para fins diversos do que motivou o deferimento de acesso aos autos. (D) É vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito a crianças e ado- lescentes a que se atribua autoria de ato infracional e, portanto, não há possibilidade jurídica do pedido dos irmãos Pedro, Tiago e João. Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 1ª Fase do Exame XXXIII CDC PATRÍCIA DREYER 44 Daniel é torcedor apaixonado pelo time de futebol Águia Dourada e foi assistir ao jogo desse time contra o time rival, Falcão Negro, no estádio desse time, que era o mandante do jogo. Ao chegar ao estádio, na área destinada ao seu time Águia Dourada, Daniel é vítima de violência por torcedores do Falcão Negro. Ele corre para dentro do estádio, para a arquibancada do seu time Águia Dourada, mas os torcedores agressores, do time Falcão Negro invadem a área e o machucam causando sérias lesões. Daniel procura você para saber se, diante da dificuldade de identificar os agressores, pode pedir reparação civil em face do time Falcão Negro. Após dias de estudo sobre o caso, pesquisando inclusive a juris- prudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), você res- ponde acertadamente a Daniel que (A) como a agressão começou nos arredores do estádio, e não dentro dele, a entidade esportiva mandante do jogo, Falcão Negro, não responde pelos danos sofri- dos por Daniel. (B) Daniel tem somente o direito de pedir as filmagens para tentar identificar os agressores e buscar repara- ção contra eles. (C) Daniel tem somente o direito de comunicar ao Minis- tério Público a fim de pleitear a punição para toda a torcida do Falcão Negro. (D) A entidade esportiva mandante do jogo, Falcão Ne- gro, responde pelos danos sofridos por Daniel em decorrência de atos violentos perpetrados por mem- bros dessa torcida rival. 45 José Augusto é titular de conta corrente com cartão de crédito atrelado do Banco Dinheiro Bom. Ele tem o hábi- to de fazer todas as suas compras pelo cartão de crédito e depois pagar a fatura. Todavia, aconteceram dois epi- sódios que aborreceram profundamente José Augusto. Um, ele ficou desempregado e não teve como pagar sua fatura. Dois, foram feitas várias compras, aparentemente sem sua autorização, o que indicou clonagem do cartão e ele contestou tais despesas. Diante dos episódios, José Augusto deixou de pagar a fatura, mas sofreu o desconto no saldo de sua conta corrente, que já estava no che- que especial, do mínimo da fatura. José Augusto procura você e quer saber quais são seus direitos de consumidor: (A) É abusiva a cláusula do contrato de cartão de crédi- to que autoriza a operadora/financeira, em caso de inadimplemento, debitar na conta corrente do titular o pagamento do valor mínimo da fatura. (B) Não é abusiva a cláusula do contrato de cartão de crédito que autoriza a operadora/financeira, em caso de inadimplemento, debitar na conta corrente do ti- tular o pagamento do valor mínimo da fatura, salvo se contestadas as despesas lançadas. (C) Não é abusiva a cláusula do contrato de cartão de crédito que autoriza a operadora/financeira, em caso de inadimplemento, debitar na conta corrente do ti- tular o pagamento do valor mínimo da fatura, ainda que contestadas as despesas lançadas. (D) Não é abusiva a cláusula do contrato de cartão de crédito que autoriza a operadora/financeira, em caso de inadimplemento, debitar na conta corrente do ti- tular o pagamento do valor integral da fatura, salvo se contestadas as despesas lançadas. Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 1ª Fase do Exame XXXIII DIREITO EMPRESARIAL EUGÊNIO BRÜGGER 46 Maria Christina tem dois filhos, Bernardo e Miguel, com oito e com cinco anos, respectivamente. Vendo os filhos brincarem na piscina, Chris teve uma ideia inovadora, uma boia revolucionária que evitava qualquer possibili- dade de as crianças se afogarem. Chris desenvolveu um modelo de utilidade e requereu o registro no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). Sobre o registro da patente de modelo de utilidade, nos termos da Lei n. 9.279/1996, assinale a alternati- va correta: (A) Se dois ou mais autores tiverem realizado a mesma invenção ou modelo de utilidade, de forma depen- dente, o direito de obter patente será assegurado àquele que provar o depósito mais antigo, indepen- dentemente das datas de invenção ou criação. (B) É patenteável o modelo de utilidade que atenda aos requisitos de novidade, atividade inventiva e aplica- ção industrial. (C) É patenteável como invenção o objeto de uso práti- co, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolven- do ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação. (D) O modelo de utilidade é considerado novo quando não compreendido no estado da técnica. 47 Lauro é produtor rural em Caiapônia/GO, cultiva milho, é cooperado da Cooperativa de Grãos Goiás, com a qual celebrou contrato de aquisição, por consignação, de se- mentes de milho crioulo no valor de R$1.000.000,00, com pagamento parcelado em dez prestações mensais. Após o pagamento da quinta parcela, Lauro teve deferi- da a sua recuperação Judicial. Marco Antônio, presidente da cooperativa, com dúvidas sobre a recuperação judicial de Lauro, procurou você, advogado(a), que respondeu corretamente: (A) Não se sujeitam aos efeitos da recuperação judicial os contratos e obrigações decorrentes dos atos co- operativos praticados pelas sociedades cooperativas com seus cooperados. (B) O produtor rural poderá requerer recuperação ju- dicial desde que o valor da causa não exceda a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). (C) É vedado deferimento de recuperação judicial para produtor rural. (D) É vedado deferimento de recuperação judicial para produtor rural, salvo se registrado no registro civil das pessoas naturais. 48 A Casa Auraria Vinhos Ltda., sociedade empresária es- tabelecida em Flores da Cunha/RS teve a sua falência decretada em 19/07/2021. A Advogada Florence foi no- meada administradora judicial. Sobre os deveres do administrador judicial, nos termos da Lei n. 11.101/2005, assinale a alternativa correta. (A) Florence deverá, no prazo de até 30 (trinta) dias, contado do termo de nomeação, apresentar, para apreciação do juiz, plano detalhado de realização dos ativos, inclusive com a estimativa de tempo não su- perior a 180 (cento e oitenta) dias a partir da juntada de cada auto de arrecadação. (B) Florence deverá, no prazo de até 60 (sessenta) dias, contado do termo de nomeação, apresentar, para apreciação do juiz, plano detalhado de realização dos ativos, inclusive com a estimativa de tempo não superior a 100 (cem) dias a partir da juntada de cada auto de arrecadação. (C) Florence deverá, no prazo de até 60 (sessenta) dias, contado do termo de nomeação, apresentar, para apreciação do juiz, plano detalhado de realização dos ativos, inclusive com a estimativa de tempo não su- perior a 180 (cento e oitenta) dias a partir da juntada de cada auto de arrecadação. (D) Florence deverá, no prazo de até 30 (trinta) dias, contado do termo de nomeação, apresentar, para apreciação do juiz, plano detalhado de realização dos ativos, inclusive com a estimativa de tempo não superior a 100 (cem) dias a partir da juntada de cada auto de arrecadação. Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 1ª Fase do Exame XXXIII 49 Ives, empresário individual, requereu a sua recuperação judicial, a qual foi deferida pelo juízo de Diamantino/MT. Sobre o plano de recuperação judicial e o plano alternati- vo de recuperação judicial, assinale a alternativa correta. (A) O plano de recuperação será apresentado pelo de- vedor em juízo no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias da publicação da decisão que deferir o processa- mento da recuperação judicial, sob pena de convola- ção em falência. (B) Rejeitado o planode recuperação judicial, o admi- nistrador judicial submeterá, no ato, à votação da assembleia-geral de credores a concessão de prazo de 30 (trinta) dias para que seja apresentado plano de recuperação judicial pelos credores. (C) O plano de recuperação judicial alternativo deverá conter, obrigatoriamente, o apoio de mais de 25% (vinte e cinco por cento) dos créditos totais sujeitos à recuperação judicial. (D) Havendo objeção de qualquer credor ao plano de re- cuperação judicial apresentado pelo devedor, o juiz convocará a assembleia-geral de credores para de- liberar sobre o plano de recuperação, e a data a ser designada para a realização da assembleia-geral não excederá 150 (cento e cinquenta) dias contados da apresentação do plano de recuperação judicial. 50 Alves emitiu um cheque em benefício de Borges, no va- lor de R$ 35.000,00, pós-datado para o dia 22/03/2022, tendo Anápolis/GO como praça de emissão e de pagamento. Sobre o instituto do cheque, assinale a alternati- va correta: (A) O cheque é pagável à vista. Considera-se estrita qual- quer menção em contrário. (B) Durante o prazo de apresentação, o emitente e o portador legitimado não podem fazer sustar o paga- mento, manifestando ao sacado, por escrito, oposi- ção fundada em relevante razão de direito. (C) O sacado que paga cheque “à ordem’’ não é obriga- do a verificar a regularidade da série de endossos, mas deve verificar a autenticidade das assinaturas dos endossantes. (D) O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão é pagável no dia da apresentação. DIREITO PROCESSUAL CIVIL RAQUEL BUENO 51 Carlota promoveu ação rescisória em face de Helena, a fim de desconstituir uma sentença de mérito, transitada em julgado há três meses, que lhe foi desfavorável, por descobrir que o juiz que sentenciou o feito era irmão do advogado da parte autora. A ação foi proposta perante o tribunal competente, e após a tramitação normal da ação, foi proferido um acórdão não unânime, acolhendo os pedidos da ação rescisória. A partir deste contexto, assinale a opção correta: (A) A ação rescisória não merecia ser acolhida, uma vez que inexistente hipótese legal de seu cabimento. (B) Neste caso, durante a sessão de julgamento, o(a) advogado(a) de Carlota deve requerer a aplicação da técnica de ampliação do colegiado. (C) A técnica de ampliação do colegiado deve ser pro- movida, de ofício, pelo próprio tribunal, devendo o prosseguimento do julgamento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno. (D) Nesta hipótese, é possível afirmar que após o ajuiza- mento da ação rescisória, suspende-se automatica- mente eventual cumprimento de sentença em curso, promovido por Helena. 52 Marta chegou do interior para encontrar o marido, que foi para São Paulo há dois anos tentar uma vida melhor para toda família. Todavia, chegando na capital, acom- panhada de seus dois filhos (gêmeos), encontrou o ma- rido Adão com outra mulher e um filho recém-nascido, fruto da união entre Adão e Eva. Desnorteada, Marta saiu andando sem rumo e após uma longa caminhada, encontrou um imóvel vazio e adentrou a casa que lá existia. Passados seis meses, Marta recebeu o mandado de citação/intimação de uma ação possessória proposta por Lara (antiga possuidora e proprietária do bem), com a determinação de sua desocupação imediata, uma vez que deferida a liminar pelo juízo competente. Neste con- texto, assinale a opção correta: (A) A ação proposta por Lara foi uma ação de manuten- ção de posse de força nova. (B) O advogado de Marta poderá interpor agravo de ins- trumento para questionar a liminar deferida. (C) O advogado de Marta pode apresentar contestação com reconvenção, pedindo a proteção possessória. (D) O juiz deveria ter determinado a emenda à petição inicial, para a inclusão do marido de Marta como réu, uma vez que se trata de litisconsórcio passivo necessário. Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 1ª Fase do Exame XXXIII 53 Lurdinha promoveu ação de anulação de negócio jurídi- co em face de Marcelo. Arrolou três testemunhas Jana- ína, Lívia e Cláudia, sendo esta última sua esposa. A tes- temunha Janaína não foi intimada para a audiência de instrução e julgamento, uma vez que se comprometeu perante Lurdinha a comparecer voluntariamente. Lívia e Cláudia foram intimadas pelo advogado de Lurdinha, via correspondência, com aviso de recebimento devida- mente juntado aos autos, no prazo legal. Todavia, no dia da audiência, Janaína injustificadamente não compare- ceu. A partir destes fatos, assinale a alternativa correta. (A) Janaína poderá ser conduzida coercitivamente. (B) Janaína não poderá ser conduzida coercitivamente. (C) A intimação das testemunhas Lívia e Cláudia não é válida, uma vez que deveria ser feita judicialmente, e não por intermédio do advogado de Lurdinha. (D) A intimação das testemunhas do caso não poderia ser feita judicialmente, uma vez que a intimação ju- dicial se restringe às testemunhas egrégias e aque- las arroladas pelo Ministério Público ou Defenso- ria Pública. 54 Rosiane, residente e domiciliada em Brasília/DF, promo- ve, em seu domicílio, Ação Declaratória de Usucapião Extraordinária de imóvel localizado em Padre Bernardo/ GO, em face do proprietário formal do imóvel (Ivan), os confinantes e eventuais interessados, por entender preenchidos os requisitos exigidos pela legislação Civil. Após a distribuição do feito (autos eletrônicos) e juízo de admissibilidade da petição inicial, foi designada au- diência de conciliação. Neste contexto, assinale a alter- nativa correta: (A) O caso contempla uma hipótese de litisconsórcio passivo facultativo. (B) O advogado de Ivan pode invocar uma preliminar de incompetência relativa, sob pena de prorrogação da competência. (C) O advogado de Ivan pode invocar uma preliminar de incompetência absoluta. (D) Considerando a existência de um litisconsórcio pas- sivo e que o advogado de Ivan não irá patrocinar os outros réus, o prazo para os litisconsortes contestar será computado em dobro. 55 Joelma promove ação em face de Paulo, com cumula- ção de pedidos própria e simples. Após audiência de conciliação sem êxito, Paulo apresenta contestação e re- convenção, todavia, um dos pedidos de Joelma se torna incontroverso, razão pela qual o juiz resolve decidi-lo em caráter definitivo, prosseguindo o processo em relação aos demais pedidos. A partir deste cenário, assinale a alternativa correta: (A) Paulo poderá interpor recurso de apelação da deci- são que julgou o pedido incontroverso. (B) Joelma poderá promover execução provisória, caso não haja recurso contra a decisão que julgou o pedi- do incontroverso. (C) Uma vez interposto recurso sem efeito suspensi- vo por Paulo, contra a decisão que julgou o pedido incontroverso, Joelma pode promover execução provisória da referida decisão, sem necessidade de caução. (D) Uma vez interposto recurso sem efeito suspensi- vo por Paulo, contra a decisão que julgou o pedido incontroverso, Joelma pode promover execução provisória da referida decisão, desde que ofereci- da a caução. 56 Mirna começa a sentir dores de cabeça, febre, diarreia, e procura o posto de saúde mais próximo. Após teste da Covid-19 positivo, Mirna fica em isolamento em seu lar, mais precisamente no seu quarto, uma vez que mora em um apartamento com a tia Kátia. Após súbita piora do seu estado de saúde, Mirna é levada pela tia ao Hos- pital Público local e se depara com a situação precária de inexistência de leito na UTI. Desesperada, a tia de Mirna procura a Defensoria Pública, a fim de que seja tomada alguma medida judicial rápida e eficaz, uma vez que o estado de saúde de Mirna é grave e ela neces- sita urgentemente de um leito de UTI. Ressalte-se que a ação foi proposta no modelo simplificado, perante o plantão judicial. A partir desta realidade fática, assinale a opção correta: (A) O caso contempla hipótese de tutela provisória de urgência cautelar antecedente.(B) O caso contempla hipótese de tutela provisória de urgência antecipada antecedente. (C) O caso contempla hipótese de tutela provisória de evidência liminar. (D) O caso contempla hipótese de tutela provisória de urgência satisfativa incidental. Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 1ª Fase do Exame XXXIII 57 Alfredo promove ação de reparação de danos materiais em face de Igor, em virtude de colisão de veículos, pe- rante o 1º Juizado Especial Cível de João Pessoa/PB. Ale- ga que o culpado pelo acidente foi Igor, que ultrapassou um sinal vermelho e colidiu na lateral de Alfredo, que passava pelo cruzamento. Alfredo junta vídeo do dia do acidente, obtido em um comércio local da avenida, fo- tos, orçamentos e duas testemunhas que presenciaram o acidente. Ressalte-se que Igor possui contrato de se- guro facultativo com a Seguradora SEGURA NA MÃO DE DEUS E VAI. A partir destes fatos, assinale a opção certa: (A) No prazo de contestação, o advogado de Igor pode promover a denunciação da lide da seguradora. (B) No prazo de contestação, o advogado de Igor pode promover o chamamento ao processo da seguradora. (C) Neste caso não é cabível a denunciação da lide da se- guradora, mas o direito de regresso de Igor pode ser exercido posteriormente por meio de ação autônoma. (D) Alfredo, se soubesse da existência da seguradora, poderia ter promovido a ação de maneira direta e exclusiva contra ela. DIREITO PENAL MICHELLE TONON 58 Em julho de 2021, Hugo, inconformado com o término de seu relacionamento amoroso com Carolina, passa a enviar dezenas de mensagens por aplicativos de conver- sas todos os dias, questionando a moça sobre o rom- pimento e desejando marcar um encontro. Em redes sociais, também envia mensagens, em tom ameaçador, mencionando que cometeria um ato de loucura caso Ca- rolina não o respondesse. Além disso, durante cerca de duas semanas, Hugo se dirigiu ao trabalho de Carolina e permanecia na porta, observando-a, por algumas ho- ras, sendo notado pelos colegas de trabalho de Carolina. Em determinado dia, após perseguir a ex-namorada na saída do trabalho, Hugo é preso em flagrante. A família procura você, advogado(a), para aconselhamento jurídi- co. Nessa situação: (A) A conduta descrita caracteriza a contravenção penal de perturbação da tranquilidade, infração de menor potencial ofensivo, cabendo a aplicação dos institu- tos despenalizadores da Lei n. 9.099/1995, como a transação penal. (B) Hugo praticou o delito de perseguição ou stalking, previsto no art. 147-A do Código Penal, na forma ma- jorada, pois praticado contra mulher em contexto de violência doméstica e familiar, sob a égide da Lei Ma- ria da Penha. O crime é de ação penal pública condi- cionada, dependendo de representação de Carolina. (C) Ainda que Hugo praticasse um único ato de obser- vação de Carolina em seu local de trabalho já estaria caracterizado o crime de perseguição, o qual não exi- ge um comportamento reiterado do agressor. (D) A conduta de Hugo é atípica, pois seria necessário o efetivo ingresso no local de trabalho de Carolina, as- sim como a prática de violência física contra a moça, o que não se verificou no caso. Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 1ª Fase do Exame XXXIII 59 Nelson, após injusta provocação de Sérgio em um cam- peonato de futebol, vai até sua residência e busca uma arma de fogo, com a intenção de matar o adversário. Após três horas rodando pelo bairro, Nelson finalmen- te reencontra Sérgio e, aproveitando-se da distração do rapaz, inicia os disparos de arma de fogo. Após dois tiros o atingirem, Sérgio suplica pela sua vida e pede perdão pela humilhação feita. Nelson decide então socorrer o desafeto, levando-o rapidamente até o melhor hospital da cidade. Custeia todo o tratamento de Sérgio, que fe- lizmente sobrevive aos disparos. Preocupado com a re- percussão jurídica de seu desatino, Nelson procura você, advogado(a). A correta orientação jurídica para o caso é: (A) Nelson praticou um crime de homicídio qualifica- do tentado contra Sérgio e será julgado pelo Tribu- nal do Júri. (B) Nelson não poderá ser beneficiado com o homicídio privilegiado, já que agiu por motivo torpe, o qual é incompatível com a forma privilegiada do crime. (C) O comportamento de Nelson caracteriza o arrepen- dimento eficaz, já que, após a prática dos atos exe- cutórios, atuou em benefício de Sérgio, para evitar a consumação do homicídio. Como consequência, Nelson somente responderá pelos atos efetivamente praticados, isto é, pelas lesões corporais. (D) Nelson, em julgamento pelo Júri Popular, poderá ser beneficiado com a causa de diminuição de pena con- sistente no homicídio privilegiado, já que agiu sob o domínio de violenta emoção, após injusta provoca- ção da vítima. 60 Marina, primária, de bons antecedentes e que jamais se viu envolvida com práticas criminosas, estava passando por sérias dificuldades financeiras e aceita a proposta de Jaqueline de levar, junto ao corpo e debaixo das vestes, cinco quilos de maconha de Curitiba/PR a Natal/RN, em ônibus interestadual. Em razão do peso da droga e das fitas que a amarravam ao seu corpo, durante a viagem Marina começa a passar mal e desmaia. O motorista então parou o ônibus em um posto de gasolina e poli- ciais rodoviários federais presentes no local suspeitam da situação da moça e acabam encontrando a droga. Contactado(a) pela família de Marina, a correta orienta- ção jurídica que você, advogado(a), dará para o caso é: (A) Marina não praticou crime, pois não chegou a co- mercializar o entorpecente que trazia consigo. (B) Marina praticou o crime de tráfico de drogas na moda- lidade tentada, pois a consumação do delito exigiria a efetiva chegada da moça a Natal/RN, seu destino final. (C) Marina poderá ser criminalmente processada pela conduta prevista no art. 28 da Lei n. 11.343/2006, já que pode ser enquadrada como usuária de drogas, por não ter comercializado o entorpecente que tra- zia consigo. (D) Marina consumou o crime de tráfico de drogas, na forma majorada, pois trazia o entorpecente consigo e tinha a intenção de levar a maconha para outro esta- do de federação. Poderá, na individualização da pena, ser beneficiada com a minorante do tráfico privilegia- do, diante do preenchimento dos requisitos legais. Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 1ª Fase do Exame XXXIII 61 Em 26 de janeiro de 2017, Gustavo, primário e de bons antecedentes, subtraiu a carteira de Maria, mediante grave ameaça exercida com o emprego de uma faca. Ainda durante a execução do crime, para assegurar que Maria não fugisse durante o ato de subtração, Gustavo segurou a vítima pelo braço por cerca de um minuto, impedindo-a de deixar o local dos fatos. Logo após a subtração, policiais militares passaram pelo local e fo- ram informados por Maria sobre o ocorrido, iniciando uma perseguição ao autor do fato na direção apontada pela vítima, vindo Gustavo a ser preso, cerca de 10 mi- nutos depois, ainda na posse da coisa subtraída e com a faca utilizada na ação criminosa. Foi constatado que a res furtiva constante no interior da carteira era de apro- ximadamente R$ 50,00 (cinquenta reais). Após seu curso regular, com integral confirmação dos fatos, em 13 de fevereiro de 2019, o processo foi encaminhado ao ma- gistrado para sentença. Considerando a situação narrada e a jurisprudência que prevalece nos Tribunais Superiores, Gustavo deverá ser: (A) condenado pelo crime de roubo majorado apenas pelo emprego de arma, podendo, porém, haver re- dução da pena em razão da tentativa. (B) condenado pelo crime de roubo majorado ape- nas pela restrição da liberdade da vítima, na forma consumada. (C) absolvido em razão do reconhecimento da atipici- dade da conduta, com fundamento no princípio da insignificância. (D) condenado pelo crime de roubo simples, na forma consumada. 62 Durante uma tragédia causada pela natureza, Júlio, que caminhava pela rua, é arrastado pela força do vento e acaba se chocandocom uma terceira pessoa, que, em razão do choque, cai de cabeça ao chão e vem a fale- cer. Sobre a consequência jurídica do ocorrido, é correto afirmar que: (A) a tipicidade do fato restou afastada por ausência de tipicidade formal, apesar de haver conduta por par- te de Júlio. (B) a tipicidade do fato restou afastada, tendo em vista que não houve conduta penal por parte de Júlio. (C) o fato é típico, ilícito e culpável, mas Júlio será isento de pena em razão da ausência de conduta. (D) a conduta praticada por Júlio, apesar de típica e ilíci- ta, não é culpável, devendo esse ser absolvido. 63 Durante um show de rock, Tom, 21 anos, conhece Kelly. Dançam, cantam e ingerem bebidas alcoólicas juntos e, na mesma noite, vão para um motel e mantêm relações sexuais. No dia seguinte, Tom é surpreendido pela che- gada de policiais militares no motel, que realizam sua prisão em flagrante, informando que Kelly tinha apenas 13 anos. Tom, então, é encaminhado à Delegacia e, ao prestar esclarecimentos, disse desconhecer a idade de Kelly e que acreditava ser ela maior de idade, devido ao seu porte físico e pelo fato de que era proibida a entrada de menores de 18 anos desacompanhados no show de rock. Diante da situação narrada, Tom agiu em (A) erro de tipo essencial, tornando a conduta atípica. (B) erro sobre a pessoa, devendo ser condenado como se tivesse praticado o crime de estupro contra uma moça maior de 18 anos. (C) erro de tipo, afastando o dolo, mas permitindo a pu- nição pelo crime de estupro de vulnerável culposo. (D) erro de proibição, afastando a culpabilidade do agente pela ausência de potencial conhecimento da ilicitude. Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 1ª Fase do Exame XXXIII DIREITO PROCESSUAL PENAL LORENA OCAMPOS 64 Fernando foi vítima de injúria, mas veio a falecer den- tro do prazo decadencial de seis meses, antes de ajuizar ação contra o ofensor. Ele não tinha filhos e mantinha um relacionamento homoafetivo com Felipe, em união estável reconhecida. Fernando era filho único e tinha como parente próximo sua mãe. Nessa situação hipoté- tica, o ajuizamento de ação pelo crime de calúnia: (A) deverá ser realizado por curador especial, a ser no- meado para essa finalidade. (B) não é cabível, haja vista a morte de Fernando. (C) poderá ser realizado pelo Ministério Público. (D) poderá ser realizado por Felipe. 65 Em uma Vara Criminal da capital, foram separados qua- tro procedimentos para análise de prisões preventivas: no primeiro, Maria encontrava-se presa pelo crime de roubo com emprego de arma de fogo e violência real, possuindo filho de 12 anos de idade; no segundo, o pre- so era João, senhor de 81 anos de idade respondendo à ação penal em que se imputava a prática de três crimes de estelionato; no terceiro, José estava preso pelo crime de corrupção, sendo o único responsável pelos cuida- dos de seu filho de 11 anos; no quarto, Larissa estava presa como acusada dos crimes de uso de documento falso e moeda falsa, possuindo filha de 5 anos, mas não era a única responsável pela criança, que também mo- rava com o pai. Com base nas previsões do Código de Processo Penal, em especial dos artigos 317 a 318-B, há possibilidade de você, como advogado, em tese, requer e ter admitida prisão domiciliar nos processos em que figuram como acusados(as): (A) Maria, João, José e Larissa. (B) João, José e Larissa, apenas. (C) Maria e Larissa, apenas. (D) João e Larissa, apenas. 66 Pedro, na condução de veículo automotor, causou le- são corporal de natureza leve em Amélia, desconhecida que dirigia outro automóvel, que inicialmente disse ter interesse em representar em face do autor dos fatos, diante da prática do crime do art. 303, caput, do Código de Trânsito Brasileiro. Em audiência preliminar, com a presença dos envolvidos acompanhados por seus advo- gados e pelo Ministério Público, houve acordo de com- posição dos danos civis, reduzida a termo e homologada pelo juiz em sentença, em que o autor do fato se com- prometeu a pagar à vítima o valor de R$ 2.000,00 a título de indenização pelos danos sofridos. No dia seguinte, no entanto, Amélia se arrepende do acordo firmado e pro- cura você como advogado para ver o que podia fazer, afirmando não ter interesse na execução do acordo ce- lebrado. Considerando apenas as informações narradas, você deverá esclarecer que (A) é cabível recurso de apelação da sentença que ho- mologou o acordo. (B) o acordo homologado acarretou renúncia ao direito de representação. (C) é cabível recurso em sentido estrito da sentença que homologou composição dos danos civis. (D) sendo crime de ação penal de natureza pública, não caberia composição dos danos civis, mas sim transa- ção penal, de modo que a sentença é nula. 67 Pedro, advogado, ofereceu queixa-crime em face de Rita, imputando-lhe a prática dos delitos de injúria simples e difamação. As partes não celebraram qualquer acordo e a querelada negava os fatos, não aceitando qualquer benefício previsto em lei. Após o regular processamento e a instrução probatória, em alegações finais, Pedro re- quer a condenação de Rita pela prática do crime de di- famação, nada falando em sua manifestação derradeira sobre o crime de injúria. Diante da situação narrada, é correto afirmar que (A) deverá ser extinta a punibilidade de Rita em relação ao crime de injúria, em razão da perempção. (B) deverá ser extinta a punibilidade de Rita em relação ao crime de injúria, em razão do perdão do ofendido. (C) deverá ser extinta a punibilidade de Rita em relação ao crime de injúria, em razão da renúncia ao direito de queixa. (D) poderá Rita ser condenada pela prática de ambos os delitos, já que houve apresentação de alegações fi- nais pela defesa técnica do querelante. Ordem dos Advogados do Brasil – OAB 1ª Fase do Exame XXXIII 68 Um Delegado de Polícia, ao tomar conhecimento de um suposto crime de ação penal pública incondicio- nada, determina, de ofício, a instauração de inquérito policial. Após adotar diligência, verifica que a conduta investigada era atípica. O indiciado, então, pretende o arquivamento do inquérito e procura você, como advo- gado, para esclarecimentos, informando que deseja que o inquérito seja imediatamente arquivado. Você deverá esclarecer que a autoridade policial: (A) deverá arquivar imediatamente o inquérito, fazendo a decisão de arquivamento por atipicidade coisa jul- gada material. (B) não poderá arquivar imediatamente o inquérito, mas deverá encaminhar relatório final ao Poder Judiciário para arquivamento direto e imediato por parte do magistrado. (C) deverá elaborar relatório final de inquérito e, após o arquivamento, poderá proceder a novos atos de in- vestigação. (D) poderá elaborar relatório conclusivo, mas a promo- ção de arquivamento caberá ao Ministério Público, havendo coisa julgada em caso de homologação do arquivamento por atipicidade. 69 Roberto, funcionário público, foi vítima de crime de di- famação em razão de suas funções. Após narrar os fatos em sede policial, foi instaurado inquérito policial para investigar a notícia de crime. A autoridade policial con- cluiu pela prática delitiva da difamação, majorada por ser contra funcionário público em razão de suas funções. O advogado de Roberto, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, deverá esclarecer que (A) Roberto poderá optar por oferecer queixa-crime, as- sistido por advogado, ou oferecer representação ao Ministério Público, para que seja analisada a possibi- lidade de oferecimento de denúncia. (B) caberá ao Ministério Público oferecer denúncia em face do autor do fato após a representação do ofendido. (C) caberá a Roberto, assistido por seu advogado, ofe- recer queixa-crime, não podendo o ofendido optar por oferecer representação para o Ministério Público apresentar denúncia. (D) caberá ao Ministério Público oferecer denúncia, in- dependentemente de representação do ofendido. DIREITO DO TRABALHO RAFAEL TONASSI 70
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