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4. Circunstâncias que, independentemente da divisão
proporcional da mais-valia em capital e renda, determinam
o volume da acumulação: grau de exploração da força de
trabalho — força produtiva do trabalho — diferença
crescente entre capital aplicado e capital consumido
— grandeza do capital adiantado
Pressuposta como dada a proporção em que a mais-valia se divide
em capital e renda, a grandeza do capital acumulado reger-se-á evi-
dentemente pela grandeza absoluta da mais-valia. Supondo-se que 80%
sejam capitalizados e 20% consumidos, o capital acumulado será de
2 400 libras esterlinas ou de 1 200 libras esterlinas, conforme a mais-
valia total tenha sido de 3 mil ou 1 500 libras esterlinas. Por conse-
guinte, todas as circunstâncias que determinam a massa da mais-valia
participam na determinação da grandeza da acumulação. Resumimo-las
aqui de novo, mas somente na medida em que nos ofereçam novos
pontos de vista em relação à acumulação.
Recordar-se-á que a taxa de mais-valia, em primeira instância,
depende do grau de exploração da força de trabalho. A Economia Po-
lítica atribui tanta importância a esse papel, que ocasionalmente iden-
tifica a aceleração da acumulação pela elevação da força produtiva do
trabalho com sua aceleração mediante elevação da exploração do tra-
balhador.472 Nas seções sobre a produção de mais-valia, foi suposto
constantemente que o salário era pelo menos igual ao valor da força
de trabalho. A redução forçada do salário abaixo desse valor desem-
penha, contudo, no movimento prático, papel demasiadamente impor-
tante para que não nos detenhamos nela por um momento. Essa redução
transforma, de fato, dentro de certos limites, o fundo necessário de
consumo do trabalhador em um fundo de acumulação de capital.
“Salários”, diz J. St. Mill. “não têm força produtiva; eles são
o preço de uma força produtiva; salários não contribuem, ao lado
do próprio trabalho, para a produção de mercadorias, tampouco
o preço da própria maquinaria. Se trabalho pudesse ser obtido
sem compra, os salários seriam supérfluos.”473
OS ECONOMISTAS
232
472 "Ricardo diz: ‘Em diferentes estágios da sociedade, a acumulação do capital ou dos meios
de trabalho’" (isto é, de explorá-lo) “ ‘é mais ou menos rápida e tem, em todos os casos,
de depender das forças produtivas do trabalho. As forças produtivas do trabalho são, em
geral, maiores onde existe abundância de terras férteis’. Se nessa frase as forças produtivas
do trabalho significarem a pequenez da parte alíquota de cada produto que cabe àqueles
cujo trabalho manual o produz, a frase é tautológica, pois a parte restante é o fundo do
qual, se seu proprietário o quiser (if the owner pleases), pode ser acumulado capital. Mas,
em geral, esse não é o caso onde a terra é mais fértil.” (Observation on Certain Verbal
Disputes etc. p. 74.)
473 MILLS, J. St. Essays on some Unsettled Questions of Polit. Economy. Londres, 1844, pp.
90-91.

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