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“Muito Fraca” – Segundo Robbins, podem-se resumir as causas de perda de peso em idosos com o mnemônico dos nove "Ds": • Dentição (próteses dentárias mal adaptadas, dor ao mastigar, diminuição do paladar, lesões gengivais); • Disgeusia (perda do olfato e do paladar com a idade, efeito de drogas); • Disfagia; • Diarreia; • Doença; • Depressão; • Demência (perda progressiva dos instintos de sede e fome); • Disfunção (perda de ente querido, condições socioeconômicas precárias, dependência); • Drogas. Estão envolvidos, muitas vezes, um ou mais fatores. Avaliação e tratamento da perda de peso involuntária e significativa. Macedo, Antonio Vaz de; Rocha, Manoel Otávio da Costa. Rev. Médica de Minas Gerais, 2010. http://rmmg.org/artigo/detalhes/390 O envelhecimento normal (senescência) é acompanhado de uma constante perda da reserva fisiológica, que se manifesta de forma diferente em cada indivíduo, variando em relação ao tempo de instalação e a gravidade. A SÍNDROME DE FRAGILIDADE é o retrato dessa deterioração na capacidade compensatória do organismo, levando a uma vulnerabilidade importante a diversos estressores. Diante de um insulto agudo ou crônico, os idosos frágeis tendem a responder de maneira insuficiente ou desordenada, na presença da inflamação crônica e alterações imunológicas associadas à fragilidade. É importante diferenciar a síndrome de fragilidade de idade avançada, multimorbidade (presença de duas ou mais doenças no mesmo indivíduo) e declínio funcional. Independentemente das condições associadas, a síndrome de fragilidade aumenta o risco de eventos adversos em idosos e deve, portanto, sem abordada de maneira apropriada. A síndrome de fragilidade é uma condição associada ao envelhecimento representada por uma deterioração na capacidade fisiológica de órgãos e sistemas, com consequente impacto na resposta a eventos estressores. Indivíduos frágeis estão mais suscetíveis a complicações clínicas e eventos adversos, e isso deve ser considerado no contexto do planejamento de intervenções e no seguimento clínico ambulatorial e hospitalar. Existem dois modelos mais aceitos na literatura para conceituar a síndrome de fragilidade: Apresenta a fragilidade essencialmente como uma síndrome biológica de repercussão no aspecto físico do indivíduo. Neste modelo fenotípico, um indivíduo é considerado frágil se apresenta 3 ou mais dentre cinco componentes físicos identificados durante a avaliação clínica: “Muito Fraca” http://portal.revistas.bvs.br/transf.php?xsl=xsl/titles.xsl&xml=http://catserver.bireme.br/cgi-bin/wxis1660.exe/?IsisScript=../cgi-bin/catrevistas/catrevistas.xis|database_name=TITLES|list_type=title|cat_name=ALL|from=1|count=50&lang=pt&comefrom=home&home=false&task=show_magazines&request_made_adv_search=false&lang=pt&show_adv_search=false&help_file=/help_pt.htm&connector=ET&search_exp=Rev.%20m%E9d.%20Minas%20Gerais http://portal.revistas.bvs.br/transf.php?xsl=xsl/titles.xsl&xml=http://catserver.bireme.br/cgi-bin/wxis1660.exe/?IsisScript=../cgi-bin/catrevistas/catrevistas.xis|database_name=TITLES|list_type=title|cat_name=ALL|from=1|count=50&lang=pt&comefrom=home&home=false&task=show_magazines&request_made_adv_search=false&lang=pt&show_adv_search=false&help_file=/help_pt.htm&connector=ET&search_exp=Rev.%20m%E9d.%20Minas%20Gerais http://rmmg.org/artigo/detalhes/390 perda de peso não-intencional no último ano; fraqueza (baixa performance no hand-grip, ou dinamômetro); exaustão (reportada pelo paciente); diminuição da velocidade de marcha; e baixo nível de atividade física. A fragilidade é avaliada através da construção de um índice de fragilidade, ou Frailty Index (FI). O índice de fragilidade é composto de 30 ou mais variáveis que correspondem a problemas de saúde acumulados ao longo do envelhecimento. Esses problemas de saúde podem incluir comorbidades, fatores psicológicos, sintomas e incapacidades. De maneira prática, a síndrome de fragilidade pode ser identificada através do uso de instrumentos desenvolvidos para aplicação em diversos cenários de cuidado. A escolha de um instrumento específico deve considerar a sua validade quanto ao local de aplicação, o tempo disponível do profissional, e a complexidade de administração (ex: a determinação de fragilidade fenotípica pelos critérios de Fried exige a avaliação da força de preensão palmar com uso de um dinamômetro). O Quadro contém apenas os principais instrumentos para rastrear síndrome de fragilidade, validados para os três cenários de cuidado: ambulatorial, hospitalar, e instituições de longa permanência. Quadro 1. Instrumentos validados para rastreio da síndrome de fragilidade: Dentre os sintomas existentes, os mais comuns são perda involuntária de peso, fraqueza, redução da velocidade de marcha e exaustão. Quando esses sinais surgem no corpo, é quando acontecem posteriormente algumas outras reações adversas, como queda, hospitalização e até mesmo declínio funcional e morte. Ao idoso apresentar essa condição, também é influenciado pelas doenças crônicas que já tem, tornando-o ainda mais vulnerável e com maior dificuldade. As primeiras mensagens sobre o tratamento direcionado para a síndrome de fragilidade são: • Idosos frágeis são frequentemente excluídos de ensaios clínicos randomizados; • Existe benefício de determinados tratamentos em relação aos cuidados de rotina, mas com qualidade baixa de evidência; • A eficácia varia conforme o cenário ambulatorial, hospitalar ou instituições de longa permanência; • A complexidade da síndrome dificulta a identificação de intervenções individuais com benefício satisfatório. O objetivo principal dessa abordagem deve ser sempre manter a independência funcional e a qualidade de vida do indivíduo idoso, além de evitar hospitalizações desnecessárias e institucionalização. De maneira geral, as intervenções consideradas de primeira linha para a síndrome de fragilidade são atividade física e a ingestão proteica adequada. Tanto a atividade física unimodal (treinamento de resistência, treinamento aeróbico, ou treinamento de equilíbrio e coordenação) quanto a multimodal parecem ter benefício, com melhora da velocidade de marcha, força muscular, mobilidade e performance física. Além disso, a desprescrição de medicamentos inapropriados parece contribuir para melhores desfechos, particularmente em cenário de cuidados agudos. Se a síndrome de fragilidade foi manifestada em decorrência de condições médicas subjacentes, o tratamento farmacológico ou não-farmacológico para essas condições deve ser prontamente instituído. https://pebmed.com.br/conceitos-para-a-abordagem-da-sindrome-de-fragilidade-em-idosos/ A Síndrome Consumptiva pode ser encontrada como “emagrecimento involuntário” em diversas literaturas. Ambos podem ser definidos como o estado patológico resultante de absoluta ou relativa deficiência de proteína e energia. Quando o emagrecimento ocorre de maneira involuntária geralmente está associado a alguma patologia, demandando avaliação e tratamento. Para definição da síndrome consumptiva, devemos ter em mente que tanto o grau de emagrecimento, bem como o tempo em que ele ocorreu, devem ser avaliados sempre de acordo com o seu peso basal anterior ao quadro de emagrecimento involuntário. Considera-se emagrecimento involuntário se houve perda de > 2% do peso basal em 1 semana, >5% em 1 mês, >7,5% em 3 meses e > 10% em 6 a 12 meses. Algumas situações devem ser avaliadas de forma específicas, como em idosos, nos quais considera-se síndrome consumptiva em perdas maiores que 5% em 6 a 12 meses e em pacientes portadores de anorexia nervosa, nos quais considera-se emagrecimento involuntário em perdas maiores que 15% em 6 meses. https://pebmed.com.br/prevencao-de-polifamacia-no-idoso-atualizacao-dos-criterios-de-beers/ https://pebmed.com.br/conceitos-para-a-abordagem-da-sindrome-de-fragilidade-em-idosos/Para não precisar gravar todos esses números, a definição mais utilizada de emagrecimento involuntário é a perda de >10% do peso basal em 6 a 12 meses. • A caquexia é a perda de peso associada à perda de massa muscular, podendo haver ou não perda de gordura. É o estado mais grave do emagrecimento. • A desnutrição, por sua vez, é a deficiência de nutrientes específicos ou globais, associada ou não com a perda de peso. • A sarcopenia é usualmente uma síndrome geriátrica, caracterizada por perda de massa muscular, de força e de desempenho, gerando um déficit funcional no idoso. • Por fim, a desnutrição energético-proteica (DEP) ocorre por aporte inadequado de energia associado ou não ao déficit de proteínas. A síndrome consumptiva possui incidência semelhante entre homens e mulheres. Seus principais fatores de risco são o tabagismo, a idade avançada e um autorrelato de “mal estado de saúde”, ou seja, uma saúde prejudicada basalmente. Esses fatores supracitados também são associados a um pior prognóstico no emagrecimento, assim como o fator idade (pacientes idosos), deficientes físicos e pacientes com doença sistêmica crônica. Se estima que 15 a 20% de todos os adultos com mais de 65 anos terão emagrecimento involuntário se acompanhados e observados por um período de 5 a 10 anos. • Neoplasias malignas, é a causa mais comum, ocorrendo em cerca de 15 a 37% dos pacientes com emagrecimento involuntário. • Causas gastrointestinais não malignas e as causas psiquiátricas, ambas representando cerca de 10 a 20% do total. • Mais de 25% dos casos de emagrecimento involuntário não apresentam uma causa definida. Síndrome Consumptiva: Tudo sobre o Emagrecimento Involuntário - Sanar Medicina. Disponível em: https://www.sanarmed.com/sindrome- consumptiva PINHEIRO, Karina Moraes Kiso et al. Investigação de síndrome consumptiva. Arquivos Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, v. 56, n. 2, p. 87-95, 2011. As mudanças no peso podem refletir perda de massa corporal ou de fluidos. Perda de Massa Corporal: Ocorre quando há balanço calórico negativo, ou seja, desequilíbrio entre a quantidade de nutrientes e calorias disponíveis e as necessidades fisiológicas do organismo. Isto pode ocorrer por três mecanismos básicos: oferta reduzida de nutrientes/calorias; aumento da demanda metabólica; perda excessiva de nutrientes/calorias. Esses fatores podem coexistir em um mesmo indivíduo. Perda de Fluidos: Perdas agudas (em horas a dias), costumam significar perda de fluidos. A literatura médica e a experiência clínica mostram que as causas orgânicas para perda de peso são quase sempre evidentes após as primeiras avaliações. A história clínica inicial, complementada pelo exame físico e exames laboratoriais básicos, em praticamente todos os pacientes com anormalidades orgânicas, permitem ao médico decidir sobre a continuidade da propedêutica, por intermédio de exames mais específicos. https://www.sanarmed.com/sindrome-consumptiva https://www.sanarmed.com/sindrome-consumptiva A propedêutica laboratorial deve ser constituída inicialmente, quando o exame clínico minucioso não permite definir o diagnóstico, por: • Hemograma completo; velocidade de hemossedimentação (VHS); urinálise; exame parasitológico de fezes; aferição plasmática de glicose de jejum, creatinina, hormônio tireoestimulante, ionograma, lipidograma, transaminases, fosfatase alcalina, bilirrubinas e albumina; e na existência de fatores de risco da sorologia para o vírus da imunodeficiência humana (HIV). • Somam-se a estes a pesquisa de sangue oculto nas fezes, em indivíduos com mais de 40 anos, e os demais exames recomendados para rastreamento do câncer (citologia oncótica do colo uterino, mamografia, antígeno prostático específico, retossigmoidoscopia flexível, entre outros). A telerradiografia de tórax em PA e perfil também está incluída nessa avaliação inicial. É o exame mais útil na propedêutica da perda de peso, por ser capaz de mostrar sinais de cardiomegalia, massas, infiltrados, cavitações, derrames e adenopatias. Em um estudo, encontrou-se alteração radiológica em 41% dos pacientes com causa orgânica para a perda de peso. Alguns autores incluem, entre os exames iniciais, as dosagens plasmáticas de ácido úrico, ureia, proteína C- reativa, desidrogenase lática, γ-glutamil transferase (γ-GT), proteínas totais e globulina, tiroxina livre, cálcio e fósforo (particularmente em idosos); eletrocardiograma; e ultrassonografia abdominal. Outros exames podem se fazer necessários, orientados por suspeitas clínicas específicas. No estudo de Marton et al., mais de 2/3 dos pacientes com boa evolução clínica tinham exames laboratoriais iniciais normais, enquanto os que evoluíram para óbito ou deterioração clínica apresentavam esses exames alterados. A dosagem sérica de albumina tem importância no rastreamento, na determinação do risco de desnutrição e na monitorização da resposta à terapia, além de ser método de baixo custo e fácil realização. As causas de hipoalbuminemia consistem em diminuição do aporte proteico, além de enteropatias perdedoras de proteína, doenças hepáticas e síndrome nefrótica. A contagem de linfócitos e os testes cutâneos de hipersensibilidade tardia também constituem indicadores do estado nutricional, porém são inespecíficos. Os marcadores que melhor refletem alterações agudas no estado nutricional são a transferrina, a prealbumina ligadora de tiroxina e a proteína ligadora de retinol, sendo os dois últimos exames mais sensíveis. Apresentam, porém, aplicação e acesso limitados na prática clínica. Algumas vezes, torna-se necessária a realização de procedimentos adicionais, como: • Endoscopia digestiva alta (ou exame contrastado do esôfago-estômago-duodeno), no caso de disfagia ou hemorragia digestiva alta; • Retossigmoidoscopia flexível, colonoscopia (ou enema opaco), na vigência de anemia ferropriva, melena, hematoquezia ou suspeita de doença inflamatória intestinal; • USG, TC ou RM do abdômen, na existência de dor abdominal ou visceromegalias/massas ao exame físico; • TC de tórax, diante de massas, cavitações, alargamento do mediastino ou outras anormalidades ao RX de tórax; • TC de crânio/encéfalo, no caso de cefaleia suspeita, sinais focais, convulsões; • Mamografia, em caso de achados anormais ao exame das mamas; • Biópsia de diversos órgãos e tecidos, como pele, linfonodos, duodeno, medula óssea e músculos; • Cintilografia óssea, de tireoide, etc., no rastreamento do câncer e suas metástases. • Outros exames, como laparoscopia, laparotomia exploradora, USG abdominal com doppler de vasos mesentéricos, estudos genéticos e moleculares, são reservados para casos excepcionais. Principais exames para diagnóstico: Função tireoidiana, pesquisa de sangue oculto nas fezes, enema opaco, retossigmoidoscopia, endoscopia digestiva alta e estudo contrastado do trato digestivo superior. A tomografia computadorizada de tórax não é útil como exame de rastreamento de "doenças ocultas". Avaliação e tratamento da perda de peso involuntária e significativa. Macedo, Antonio Vaz de; Rocha, Manoel Otávio da Costa. Rev. Médica de Minas Gerais, 2010. http://rmmg.org/artigo/detalhes/390 A caquexia é a perda de peso associada à perda de massa muscular, podendo haver ou não perda de gordura. É o estado mais grave do emagrecimento. A caquexia é definida como uma síndrome multifatorial, caracterizada pela perda de peso corporal grave, acompanhada da perda de tecido adiposo e muscular, e aumento do catabolismo proteico, associada a uma doença de base, não podendo ser totalmente revertida pela terapia nutricional convencional (diferentemente da desnutrição e fome), conduzindo ao comprometimento funcional progressivodo organismo. As alterações metabólicas que contribuem para a patogênese da caquexia são o aumento do estado inflamatório, aumento da proteólise muscular e alteração no metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas. Neste sentido, a caquexia é considerada o resultado da interação complexa entre a doença de base e suas alterações metabólicas. A síndrome da caquexia em câncer pode ser dividida em três fases que se desenvolvem progressivamente: pré- caquexia, caquexia e caquexia refratária. • Pré-caquexia: é definida com base na presença de todos os seguintes critérios: doença crônica subjacente, como o câncer; perda de peso involuntária ≤ 5% do peso corporal durante os últimos seis meses; resposta inflamatória sistêmica crônica ou recorrente; anorexia ou sintomas relacionados com anorexia. Na pré-caquexia, o risco de progressão é variável e depende de fatores como, o tipo de câncer e de seu estágio, a presença de inflamação sistêmica, baixa ingestão alimentar e falta de resposta à terapia anticâncer. Definida pela perda de peso. • Caquexia: é considerada quando há perda de peso corporal ≥ 5%, ou de 2%, com índice de massa corporal (IMC) inferior a 20 kg/m2, ou sarcopenia acompanhada de perda de peso corporal equivalente ou superior a 2%. Além disso, apresentam redução frequente da ingestão alimentar e inflamação sistêmica. Definida por um dos itens a seguir: Perda de peso >5% o IMC 2% Sarcopenia, perda de peso >2% + redução da ingestão alimentar/ inflamação sistêmica • Caquexia refratária: ocorre como resultado de um câncer muito avançado (pré-terminal) ou a presença de câncer que progrediu rapidamente e que não responde a terapia anticâncer. Esta fase está associada com catabolismo ativo e presença de fatores que tornam difícil a manutenção do peso corporal. http://portal.revistas.bvs.br/transf.php?xsl=xsl/titles.xsl&xml=http://catserver.bireme.br/cgi-bin/wxis1660.exe/?IsisScript=../cgi-bin/catrevistas/catrevistas.xis|database_name=TITLES|list_type=title|cat_name=ALL|from=1|count=50&lang=pt&comefrom=home&home=false&task=show_magazines&request_made_adv_search=false&lang=pt&show_adv_search=false&help_file=/help_pt.htm&connector=ET&search_exp=Rev.%20m%E9d.%20Minas%20Gerais http://portal.revistas.bvs.br/transf.php?xsl=xsl/titles.xsl&xml=http://catserver.bireme.br/cgi-bin/wxis1660.exe/?IsisScript=../cgi-bin/catrevistas/catrevistas.xis|database_name=TITLES|list_type=title|cat_name=ALL|from=1|count=50&lang=pt&comefrom=home&home=false&task=show_magazines&request_made_adv_search=false&lang=pt&show_adv_search=false&help_file=/help_pt.htm&connector=ET&search_exp=Rev.%20m%E9d.%20Minas%20Gerais http://rmmg.org/artigo/detalhes/390 A caquexia refratária é caracterizada também pela expectativa de vida inferior a três meses. Nestes casos, as intervenções terapêuticas são focadas na atenuação das consequências e complicações da caquexia, por meio do aumento de estímulo do apetite, controle das náuseas e para amenizar os sofrimentos dos pacientes e familiares. Definida pelo catabolismo não responsivo ao tratamento contra o câncer + baixo escore de desempenho + expectativa de vida < 3 meses. Uma ferramenta inicial bastante útil para avaliar o risco nutricional do paciente é aplicar o ASG-PPP (avaliação subjetiva global produzida pelo próprio paciente) para todo paciente com relato de perda de peso. Essa avaliação é baseada não só no peso, mas, também em outros fatores, como presença de anorexia, doença de base, edema e fatores inflamatórios, possibilitando, assim, a intervenção nutricional precoce, antes que a desnutrição se torne mais grave. Inicialmente deve-se realizar: • Antropometria (peso, altura e presença de edema): Deve-se utilizar a proporção de peso perdido e não medidas individuais de peso que são pouco informativas. • Determinação da massa magra: Deve-se utilizar a bioimpedância ou subtrair do peso total a massa adiposa determinada, com o uso de medidas de pregas cutâneas, sendo a área adiposa do braço a mais comumente utilizada como parâmetro. • Avaliação da força muscular: Deve-se utilizar o dinamômetro ou a avaliação subjetiva da força muscular no exame físico, considerando comorbidades e componentes psicossociais. • Exames laboratoriais: No mínimo hemoglobina, albumina sérica e PCR devem ser avaliados em pacientes sob risco de caquexia, podem auxiliar na determinação do plano terapêutico. Devem ser avaliadas quatro diferentes dimensões da caquexia: • Ingestão: quantidade de alimentos ingeridos atualmente em comparação ao normal do paciente, sintomas orais ou gastrointestinais (ex: náuseas, disfagia, anorexia, alteração do paladar ou olfato). • Potencial: dosar PCR, avaliar repercussão da síndrome de anorexia-caquexia na vida do paciente. • Armazenamento: calcular IMC, quantidade da perda ponderal, corrigindo caso de retenção hídrica ou obesidade. • Desempenho: funcionalidade (escala de performance de Karnofsky ou escala de performance ECOG) e prática de atividade física. Deve incluir avaliação do estado de hidratação de mucosas em busca de alterações e presença de edema. Avaliação do abdome (distensão, massas), do peso do paciente e da força muscular. Em caso avançado de caquexia, o paciente pode se apresentar emagrecido, com facie hipocrática, olhos fundos (perda da gordura retro-orbitária), boca seca e perda de gordura de Bichat. O manejo é realizado de acordo com a classificação: • Pré-caquexia: Monitoração e intervenção nutricional. • Caquexia: Tratamento multimodal de acordo com o fator desencadeante principal (com priorização dos fatores contribuintes reversíveis). • Caquexia Refratária: Alívio dos sintomas, suporte psicossocial e discussão ética sobre terapia nutricional. Explicar para pacientes e familiares que a redução da ingesta pode ser consequência do processo natural da doença: • Fornecer refeições com pequenas porções, priorizando os desejos do paciente; • Suplementos alimentares líquidos são caros, mas podem ser uma opção útil; • Se tolerado, adicionar às refeições complementos com alto teor calórico, como manteiga e queijo; • Preferir alimentos fáceis de mastigar, evitando alimentos secos, duros, picantes ou ácidos; • Tentar não falar sobre comida o tempo todo e envolver o paciente no contexto social da alimentação; • Avaliar afecções orais, garantir boa higiene oral e fornecer prótese dentária apropriada para proporcionar alimentações mais prazerosas; • Estimular exercício físico e o uso de técnicas de relaxamento. Síndrome da Anorexia-Caquexia' no Whitebook Clinical Decision: https://whitebook.app.link/ziTMEHHEGjb https://www.guiadecuidadospaliativos.org/caquexia A perda modesta de peso pode se dever a oscilações habituais no peso corporal ou ao processo fisiológico natural de envelhecimento. Considera-se involuntária e significativa a perda de 5% ou mais do peso corporal em seis a 12 meses, o que deve suscitar a busca por uma doença subjacente. Exclui-se, aqui, a relacionada ao uso de diuréticos ou proposital de dietas ou medicamentos "para emagrecer". A perda ponderal ocorre quando há maior gasto do que obtenção de calorias (por ingestão e absorção). As doenças que aumentam o gasto metabólico ou diminuem a absorção tendem a aumentar o apetite. Mais comumente, a ingestão calórica inadequada é o mecanismo da perda ponderal e esses pacientes tendem a ter diminuição do apetite. Algumas vezes há vários mecanismos envolvidos. Por exemplo, o câncer tende a diminuir o apetite, mas também aumenta o gasto calórico basal por meio de mecanismos mediados por citocinas. Muitas doenças causam perda ponderal involuntária, incluindo quase todas as doenças crônicas suficientemente graves. No entanto, muitas destas doenças são clinicamente evidentes e, tipicamente, são diagnosticadas no momento em que ocorre a perda ponderal. Com aumento doapetite, as causas ocultas mais comuns de perda ponderal involuntária são: • Hipertireoidismo • Diabetes não controlado • Doenças que causam má absorção Com diminuição do apetite, as causas ocultas mais comuns da perda ponderal involuntária são • Transtornos mentais (p. ex., depressão ) • Câncer • Efeitos adversos de fármacos • Abuso de drogas https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/t%C3%B3picos-especiais/sintomas-inespec%C3%ADficos/perda-ponderal-involunt%C3%A1ria https://whitebook.app.link/ziTMEHHEGjb https://www.guiadecuidadospaliativos.org/caquexia https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-da-tireoide/hipertireoidismo https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-da-tireoide/hipertireoidismo https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca-ic https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos-depressivos https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/hematologia-e-oncologia/vis%C3%A3o-geral-sobre-c%C3%A2ncer/vis%C3%A3o-geral-sobre-c%C3%A2ncer https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/farmacologia-cl%C3%ADnica/rea%C3%A7%C3%B5es-medicamentosas-adversas/rea%C3%A7%C3%B5es-medicamentosas-adversas https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-relacionados-ao-uso-de-subst%C3%A2ncias/transtornos-por-uso-de-subst%C3%A2ncias https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/t%C3%B3picos-especiais/sintomas-inespec%C3%ADficos/perda-ponderal-involunt%C3%A1ria Demência é a degeneração crônica, global e geralmente irreversível da cognição. Doença de Alzheimer, demência vascular, demência com corpos de Lewy e demência frontotemporal são as quatro causas mais frequentes de demência na prática clínica. O diagnóstico diferencial dessas condições se baseia na busca de perfis clínicos característicos por anamnese adequada, exame neurológico e avaliação neuropsicológica, além de investigação complementar pertinente, que consiste em exames laboratoriais e de neuroimagem. O diagnóstico sindrômico de demência depende de avaliação objetiva do funcionamento cognitivo e do desempenho em atividades de vida diária. A avaliação cognitiva pode ser iniciada com testes de rastreio, como o miniexame do estado mental, e deve ser complementada por testes que avaliam diferentes componentes do funcionamento cognitivo. Para essa finalidade, podem ser empregados testes breves, de fácil e rápida aplicação pelo clínico, como os de memória (evocação tardia de listas de palavras ou de figuras, por exemplo), os de fluência verbal (número de animais em um minuto) e o desenho do relógio. A avaliação neuropsicológica detalhada é recomendada especialmente nos estágios iniciais de demência em que os testes breves podem ser normais ou apresentar resultado limítrofe. Além disso, a avaliação neuropsicológica fornece dados relativos ao perfil das alterações cognitivas, especialmente úteis para o diagnóstico diferencial de algumas formas de demência. O tratamento é de suporte. Às vezes, os inibidores da colinesterase podem melhorar temporariamente a função cognitiva. Caramelli, Paulo e Barbosa, Maira TonidandelComo diagnosticar as quatro causas mais freqüentes de demência?. Brazilian Journal of Psychiatry [online]. 2002, v. 24, suppl 1 , pp. 7-10. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1516-44462002000500003>. Epub 03 Abr 2003. ISSN 1809-452X. https://doi.org/10.1590/S1516-44462002000500003. A iatrogenia medicamentosa trata-se de uma consequência negativa, ligada ao uso ou ao não uso correto de medicamentos, bem como pode estar relacionada ao descuido na prescrição e administração, a reações adversas que podem ser potencialmente tóxicas, a interações e contraindicações, assim como negligências na dispensação. As mudanças morfológicas e funcionais do organismo envelhecido podem resultar, muitas vezes, em enfermidades que requerem tratamento farmacológico complexo. O número de fármacos em uso, a singularidade de cada medicamento e as associações farmacológicas, juntamente com as alterações farmacocinética e farmacodinâmica do fármaco, diante dessas involuções de âmbito biológico do organismo, tornam os idosos passíveis de eventos negativos, os quais podem ser definidos como iatrogenias medicamentosas. https://doi.org/10.1590/S1516-44462002000500003 O erro de medicação é qualquer evento evitável que possa levar ao uso inadequado do medicamento ou causar danos ao doente, enquanto o medicamento está sob o controle do profissional de saúde, doente ou consumidor. Muitos estudos demonstram que os erros de administração de medicamentos causam iatrogenias relacionadas a efeitos deletérios, ineficácia terapêutica, prejuízos/danos e lesões aos pacientes idosos. RODRIGUES, A.; PIANA, M.; KOWALSKI, L. IATROGENIA MEDICAMENTOSA EM IDOSOS. [s.l: s.n.]. Disponível em: https://www.editoraunijui.com.br/produto/amostra/2261. https://www.editoraunijui.com.br/produto/amostra/2261
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