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ATIVIDADE INDIVIDUAL 
 
Matriz de atividade individual 
Disciplina: Direito Tributário 
Aluno: Roberta Barreto Rollemberg Porto Turma: 1 
Tarefa: Atividade Individual 
Decisão judicial selecionada 
PROCESSO Nº: 0004006-62.2016.4.05.8100 - APELAÇÃO CÍVEL APELANTE: 
FAZENDA NACIONAL APELADO: MLC COMERCIO LTDA - ME RELATOR (A): 
Desembargador (a) Federal Paulo Roberto de Oliveira Lima - 2ª Turma JUIZ 
PROLATOR DA SENTENÇA (1º GRAU): Juiz (a) Federal Dartanhan Vercingetorix 
De Araujo E Rocha EMENTA TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. 
PRESCRIÇÃO. OCORRÊNCIA. ART. 174, I, CTN. TRIBUTO SUJEITO A 
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DIES A QUO DO PRAZO 
PRESCRICIONAL. DATA DO VENCIMENTO. RESP. REPETITIVO 
1.120.295/SP. AJUIZAMENTO DA AÇÃO POSTERIOR À LC 118/2005. AÇÃO 
AJUIZADA APÓS O LUSTRO. INEXISTÊNCIA DE RENÚNCIA TÁCITA À 
PRESCRIÇÃO JÁ CONSUMADA. 1. A ação para a cobrança do crédito tributário 
prescreve em cinco anos, contados da data de sua constituição definitiva, nos 
termos do art. 174 do CTN. Já a interrupção do lustro é prevista no seu parágrafo 
único, I, com a redação conferida pela LC 118/2005, aplicada ao caso concreto em 
face de a ação ter sido ajuizada após a vigência da citada lei complementar. 
Mencionado dispositivo legal prescreve que o despacho ordenando a citação do 
devedor é marco interruptivo da fluência do prazo prescricional. 2. Nos 
lançamentos por homologação, a declaração do contribuinte confere exigibilidade 
à obrigação tributária, no caso do seu não cumprimento, podendo o tributo ser 
imediatamente inscrito em Dívida Ativa, independentemente de qualquer outro 
procedimento administrativo. Já na hipótese de tributos declarados e não pagos o 
termo a quo para a contagem do lustro é a data do vencimento da obrigação, nos 
termos já consolidados pelo STJ no julgamento do Resp. repetitivo de n.º 
1.120.295/SP. 3. Hipótese na qual restou evidenciada a ocorrência da prescrição, 
tendo em vista que a ação executiva já fora proposta após o transcurso do lustro, 
em 1.º.04.2016, já que os créditos tributários mais recentes datam de novembro 
de 2010. 4. No que pertine à alegação de que teria havido pedido de parcelamento 
no ano de 2017, observa-se que o parcelamento de crédito tributário após o 
transcurso do prazo prescricional não implica no restabelecimento de sua 
exigibilidade, tampouco em renúncia à prescrição, pois a prescrição no direito 
tributário extingue o próprio crédito, nos moldes preconizados pelo art. 156, V, do 
CTN, não se havendo que falar em renascimento da obrigação tributária. 
Precedentes do STJ e desta Corte Regional. 5. Apelação improvida. cmal 
 
 
 
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(TRF-5 - Ap: 00040066220164058100, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL PAULO ROBERTO DE 
OLIVEIRA LIMA, Data de Julgamento: 20/07/2021, 2ª TURMA) 
 
 
Fatos tributários essenciais 
 O fato essencial que gerou a discussão no presente acórdão é a questão 
controvertida que trata da existência ou não da prescrição da pretensão executória da 
dívida tributária no caso concreto que trata de tributos sujeitos a lançamento por 
homologação, declarados e não pagos, de modo que o dies a quo é a data do 
vencimento. 
 O Juiz de 1º em sua sentença, considerou prescritos os créditos inscritos nas 
CDAs objeto da apelação em apreços, não podendo subsistir a cobrança quanto a 
estes, extinguindo assim a presente execução fiscal com resolução de mérito. 
 Inconformada com a decisão, a Fazenda Pública interpôs o recurso de apelação 
se baseando no fundamento do parcelamento do crédito a partir da adesão do 
executado a programa de parcelamento fiscal, considerou em sua assertiva que tal 
ato interrompia o decurso do prazo prescricional de 05 anos que preceitua o art.174 do 
CTN. 
 
Questão relevante 
Tratam-se os autos do presente acórdão proferido em sede de apelação interposta 
pela Fazenda Nacional, no intuito de combater sentença que reconheceu a prescrição do 
débito em questão consoante teor do art.156,V do CTN. Ademais, fora defendido pela 
parte apelante, a inocorrência de prescrição haja vista que houve o parcelamento da 
dívida tributária em mais de uma parcela, interrompendo assim o prazo prescricional. 
A questão relevante a ser tratada sobre o tema é a existência ou não da prescrição. 
O Art. 156 do Código Tributário Nacional é nítido em seu inciso V que se extingue o crédito 
 
 
tributário com a prescrição e a decadência. A ação de cobrança prescreve em 05 anos 
contados a partir da data da sua constituição definitiva. 
 Ocorre que houve o parcelamento do objeto da ação de cobrança, ou seja, do 
crédito tributário após o transcurso do prazo prescricional. 
 Diante do fato de tal tributo ser sujeito a lançamento por homologação, quando é 
o próprio contribuinte quem efetua o lançamento, o termo inicial para a prescrição do 
crédito tributário surge com a atividade do lançamento tributário feito pelo contribuinte, 
o qual corresponde à sua constituição definitiva. 
 Nos lançamentos por homologação, a declaração do contribuinte confere 
exigibilidade à obrigação tributária, todavia em caso do seu não cumprimento, a sua 
inscrição independe de procedimento administrativo 
 Todavia, restou-se claro e incontroverso na visão do magistrado que prolatou a 
decisão de segundo grau que o fato de ter havido o parcelamento por si só não implica 
no restabelecimento de sua exigibilidade, muito menos em renúncia à prescrição 
conforme dito pela parte Apelante, pois a prescrição no direito tributário extingue o 
próprio crédito, nos moldes preconizados pelo art. 156, V, do CTN, não se havendo 
que falar em “renascimento” da obrigação tributária por meio de criação de 
parcelamento. 
 
Raciocínio jurídico construído na sentença ou no acórdão 
 O raciocínio jurídico utilizado tanto na sentença proferida pelo juiz de primeiro grau 
como no acórdão, baseou-se na própria legislação tributária como em precedentes do 
STJ. 
 Inicialmente fez menção ao enunciado da súmula 436 do Superior Tribunal de 
Justiça que já possui seu entendimento consolidado em sede de recurso repetitivo, nos 
autos do nº 1.120.295/SP. 
 Tal entendimento texto afirma que a entrega da Declaração feita pelo contribuinte, 
que reconheça o débito fiscal, configura o crédito tributário, de forma que dispensa 
qualquer outra providência por parte do Fisco. Ou seja, não necessita de nenhum outro 
procedimento administrativo para a inscrição da dívida ativa, conferindo exigibilidade à 
obrigação tributária em caso de seu não cumprimento. 
 
 
 
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 No caso em questão, ficou entendido pelos magistrados que o termo inicial da 
contagem seria a ata de vencimento da obrigação tributária constante ou da declaração 
ou a partir da sua entrega. 
 A Fazenda Nacional aduziu a aplicabilidade da súmula 106 do STJ, o que fora 
rebatido na decisão pelo fato de que a ação não fora ajuizada dentro do prazo 
prescricional. 
 Fazendo menção ao Código Tributário Nacional, o desembargador fundamentou a 
sua decisão em seu art. 174 que trata da prescrição da ação de cobrança do crédito 
tributário que se dá em 05 anos tendo como termo inicial a sua constituição definitiva. 
 Fora ressaltado ainda que se inexistir documentos que comprovem a data da 
notificação, deve ser considerado como termo inicial do prazo de prescrição a data do 
vencimento da obrigação, quando então o contribuinte poderia ser considerado em 
mora e assim, acionado judicialmente para pagar o crédito tributário. 
 Bem como, os nobres Magistrados se posicionaram quanto ao parcelamento feito 
pela parte Apelada que a simples adesão ao programa de parcelamento, relativamente 
a tributos já prescritos, não é causa válida para simplesmente a afastar o fluxo do prazo 
prescricional, pois os créditos do presente caso já se encontravam prescritos, 
configurando-secomo inexigíveis. 
 No intuito de fundamentar sua decisão, o Desembargador colacionou diversos 
precedentes eu possuem o entendimento consolidado de que o parcelamento do 
crédito tributário após o transcurso do prazo prescricional não implica em 
restabelecimento da exigibilidade e nem mesmo em renúncia à prescrição. 
 
Decisão do órgão julgador 
 
 A Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, sob a relatoria do 
Desembargador Federal Paulo Roberto Oliveira Lima decidiu de forma unânime em 
negar provimento no recurso de Apelação, mantendo a sentença de 1º grau intacta em 
todos seus termos na qual extinguiu a presente execução fiscal com resolução de 
mérito, ao reconhecer a ocorrência da prescrição, nos termos do art. 156, V, do CTN. 
 
 
Princípios constitucionais tributários respeitados ou contrariados na decisão 
 O princípio no qual fora respeitado no presente caso foi o Princípio da Legalidade, 
este que é a base do direito tributário, no qual no bojo do art. 5º, inciso II, da CF/88, 
estabelece que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão 
em virtude de lei. 
 Tal conceito se soma com o teor do art. 150, I da CF/88, que afirma que todo e 
qualquer tributo só poderá ser criado e majorado por lei, bem como os elementos 
necessários à sua incidência, também devem estar previstos em lei. 
 No caso em questão, respeitou-se o princípio da legalidade pois todos os fatos 
que aconteceram na demanda estavam devidamente previstos em lei, já que o tributo 
é obrigação que nasce diretamente da lei sendo uma obrigação ex lege bem como 
todos os elementos necessários para a sua incidência (criação, majoração diminuição, 
alteração, extinção e etc.), e não de declaração ou ajuste de vontade. 
 Logo, restou claro que não é juridicamente válida a hipótese trazida pela parte 
apelante de que parcelamento das custas causa de forma direta a renúncia à 
prescrição (já consumada) em matéria tributária. 
 Dessa maneira, o acórdão proferido estava de acordo com o princípio da 
legalidade pois, em todos os seus argumentos, a lei se encontrava como base para a 
construção do seu pensamento e seguindo todas as vertentes trazidas pela legislação 
brasileira. 
 
 
 
 
 
Referências: 
 
https://trf-5.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1257485086/apelacao-civel-ap-40066220164058100. 
Acesso em 06/09/2021. 
 
Https://www.migalhas.com.br/depeso/34692/o-principio-da-legalidade-no-direito-tributario.Acesso em 
06/09/2021 
 
 BRASIL, LEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e 
institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm 
https://trf-5.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1257485086/apelacao-civel-ap-40066220164058100
https://www.migalhas.com.br/depeso/34692/o-principio-da-legalidade-no-direito-tributario
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%205.172-1966?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm
 
 
 
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BRASIL, Constituição Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm.Acesso em 06/09/2021 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm.Acesso

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