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Aula Preparo de Amostras C O N T E Ú D O € Considerações sobre amostragem € Preservação de amostras € Tratamentos convencionais (dissolução, abertura, digestão, ...) € Tratamentos preliminares € Detalhes sobre o preparo de amostras para determinações inorgânicas € Detalhes sobre o preparo de amostras para análises cromatográficas € Exemplos de procedimentos de preparo de amostras € Considerações sobre segurança no laboratório 2 O Preparo de Amostra na Análise Química Definição do problema analítico Escolha do método de análise Amostragem Tratamento da amostra (e separação da espécie de interesse) Calibração Medida analítica Avaliação dos resultados Ação 3 1) Amostragem É a coleta de uma ou mais porções de uma amostra para a realização da análise, geralmente no laboratório Um dos objetivos: Redução do “tamanho” da amostra AMOSTRA BRUTA AMOSTRA LABORATORIAL 4 ... Amostragem Deverá levar a resultados representativos e reprodutivos Na prática: Estabelecer ou seguir um protocolo de amostragem apropriado (amostras homogêneas x amostras heterogêneas) Minimizando as incertezas relacionadas à amostragem: - Erros sistemáticos - Erros de amostragem Acondicionar a amostra adequadamente para que se mantenha íntegra até o momento da análise 5 1.1) Tipos de amostras Considerando as características das amostras: • AMOSTRAS HOMOGÊNEAS – Gases e líquidos, na maioria das situações – Qualquer porção é representativa desde que não haja partículas 6 Tipos de amostras • AMOSTRAS HETEROGÊNEAS – Rochas, Minerais, Minérios, Solos e Sedimentos » Podem apresentar composição diferente em porções retiradas ao acaso € os cuidados com a amostragem e preparação devem ser redobrados » Deve ser considerado que a amostra de laboratório, com massas entre 0,1 a 10 g, pode representar toneladas de material, exigindo cuidadosa definição do procedimento de amostragem e preparação para análise Os “pontos escuros” correspondem a determinados compostos e que não se distribuem de forma homogênea 10 1.2) Exemplos de amostragem a) Água de um rio ou lago (água superficial) € Quantos pontos serão amostrados e como ? € Cada ponto será amostrado em replicata ? € Qual a quantidade mínima de amostra necessária para a realização das análises no laboratório ? 8 b) Sólidos particulados e gases (emissões atmosféricas) 1) Adicionar um filtro que adsorva os analitos diretamente na fonte 2) Utilizar uma bomba que aspire as emissões no ambiente, de forma que os analitos fiquem retidos em um filtro Exemplos de amostragem http://www.fasteronline.com.br/products/bomba-de-amostragem-de-ar-222-3-kit-completo Tratar os filtros como se fossem a “própria amostra”, de acordo com o tipo de análise a ser realizada 9 http://www.fasteronline.com.br/products/bomba-de-amostragem-de-ar-222-3-kit-completo c) Materiais sólidos não pulverizados Exemplos de amostragem Retirada de uma ou mais porções representativas - Processamento - Homogeneização (quarteamento) Obtenção da amostra laboratorial (no “tamanho” adequado) 10 2) Acondicionamento da amostra ?? Coleta de Anomalocardia brasiliana. Nano, RMW. “Determinação de Íons Metálicos em Moluscos Bivalves do Manguezal da Região Petrolífera de São Francisco do Conde Recôncavo Bahiano”, Tese de doutorado, Unicamp, Campinas –SP, 2006. ? ? 11 Deve evitar que processos físicos, químicos e biológicos alterem a composição da amostra € Acondicionamento da amostra PROCESSOS FÍSICOS Volatilização Adsorção em superfícies Difusão PROCESSOS QUÍMICOS Reações fotoquímicas Oxidações Precipitações PROCESSOS BIOLÓGICOS Biodegradação Reações enzimáticas € ENTRETANTO não há como manter a integridade de uma amostra indefinidamente 17 Escolha do MétodoEm posse da amostra: Preparo de amostra 19 3) Tratamentos preliminares (ou prétratamentos) 1) Secagem 2) Moagem E, em alguns casos: 3) Separação de apenas alguns componentes (solubilização parcial) € Extraçãode espécies inorgânicas em solos € Lixiviação de compostos metálicos solúveis (testes com Resíduos sólidos € uso de água e ácido acético) € Extração com solventes orgânicos (separação de compostos aromáticos em solos e sedimentos) 20 Tratamentos preliminares DETALHANDO ALGUNS PRÉ-TRATAMENTOS 1) Secagem e eliminação da umidade - Aquecimento à 105 oC em estufa comum 60 0C em estufa com circulação de ar (materiais biológicos) - Acondicionamento sob vácuo, emdessecador (garante a preservação completa da amostra) - Liofilização e congelamento seguido de aplicação de vácuo 15 Tratamentos preliminares 2) Moagem e fragmentação da amostra com a diminuição do tamanho de partícula, conforme conveniência do método - Diminuindo o tamanho das partículas aumenta-se a relação entre área superficial e volume de amostra, facilitando a dissolução - Dependendo do método ou dos objetivos da preparação o tamanho das partículas devem ser controlados MOAGEM PENEIRAÇÃO 16 Tipos de Moagem 1) BRITAGEM (amostras deminerais) • Consiste na primeira etapa da redução do tamanho da amostra, em geral, reduzindo para grãos de aproximadamente 1 a 5 mm Tratamentos preliminares ATENÇÃO: A composição da liga metálica usada na construção do equipamento deve ser considerada para definir possíveis elementos que poderão ser incorporados à amostra neste processo 17 Equipamentos utilizados PRENSA: 24 BRITADOR: 25 2) PULVERIZAÇÃO (Pode ser usada após a britagem) • A amostra será colocada na granulometria desejada porcelana Tratamentos preliminares - Moagem – Manualmente, por meio de um gral com pistilo, construído em ágata, porcelana, quartzo, ferro ou outro material, dependendo do interesse e da análise que será realizada ágata 26 PULVERIZAÇÃO – Com sistemas automatizados a pulverização pode ser conseguida com maior facilidade e rapidez, tanto para volumes maiores como menores, garantindo também maior homogeneidade para a composição e granulometria final * MOINHOS DE BOLA € Tratamentos preliminares - Moagem 27 Tratamentos preliminares - Moagem Amostras “gordurosas” Alimentos (chocolate) Tecidos biológicos - Analitos orgânicos (DNAs) - Analitos inorgânicos PULVERIZAÇÃO POR CRIOGENIA Aplicável também para outros tipos de amostras como (ossos e cabelo) * MOINHOS CRIOGÊNICOS Operam a baixas temperaturas (N2 (l)) Aplicam-se a pequenas quantidades de amostra (p. ex. 0,1 – 5 g) - Amostra € cilindro de policarbonato € congelamento (com barras moedoras de aço) - Moagem (agitação do cilindro) 30 http://www.inovamaq.com.br/moinho-pulverizador-criogenico/ http://www.inovamaq.com.br/moinho-pulverizador-criogenico/ ETAPA FINAL: PENEIRAÇÃO Controle do PSD – UTILIZADA PARA SELECIONAR UMA GRANULOMETRIA ESPECÍFICA • AS PENEIRAS PODEM APRESENTAR GRANULOMETRIA EM MESH e mm – 80 mesh = 0,177 mm = 80 tyler – 100 mesh = 0,149 mm = 100 tyler MAIOR VALOR mesh € MENOR VALOR mm Tratamentos preliminares - Moagem 32 O Preparo da Amostra ALÍQUOTA DISSOLUÇÃO DECOMPOSIÇÃO Via úmida Via seca Com aquecimento Sem aquecimento “C on ve nc io na l ” M ic ro on d a s EXTRAÇÃO Líquido-líquido Sólido-líquido Líquido- sólido F us ã o C om b us tã o 24 4.1) Métodos convencionais para o preparo de amostras a) DISSOLUÇÃO (determinações em geral) É a transformação de uma amostra em uma solução (geralmente aquosa), envolvendo ou não uma reação química Exemplos para determinações inorgânicas: € Amostra de sal de cozinha: NaCl (s) Na+ + Cl- H2O Pb2+ + polímero (l) € Amostra de calcário: CaCO3 (s) + 2H+ Ca2+ +H2O + CO2 (g) € Amostra de plástico: polímero-Pb2+ DMF (Solução) 36 b) ABERTURA Determinações inorgânicas em amostras orgânicas ou inorgânicas É a transformação química de uma amostra sólida em uma outra forma sólida, a qual é facilmente solúvel em água ou ácidos diluídos DOIS TIPOS: FUSÃO E COMBUSTÃO POR VIA SECA Fusão é a decomposição de MATERIAISINORGÂNICOS à alta temperatura e à pressão ambiente A amostra é “queimada” na presença de um fundente* e o método é aplicado quando se deseja determinar os componentes majoritários da amostra 39(*) Hidróxidos de metais alcalinos, carbonatos e boratos b) ABERTURA Determinações inorgânicas em amostras orgânicas ou inorgânicas Fusão é a decomposição de MATERIAIS INORGÂNICOS à alta temperatura e à pressão ambiente € A “queima” é feita na presença de um fundente e o método é aplicado quando se deseja determinar os componentes majoritários da amostra Exemplo: Amostra de sílica: SiO2 (s) + O 2- 3 ∆ SiO 2- (fusão alcalina) PRODUTO: óxidos e/ou carbonatos 40 ABERTURA - Equipamentos usados na Fusão Geralmente* usam-se fornos chamados de muflas (400 – 550oC) Antes do aquecimento “cadinhos” de porcelana (Pt: mais resistente) Alguns modelos de muflas € Após o aquecimento * Outras fontes de aquecimento possíveis: chamas e microondas 41 VANTAGENS ✓É bastante eficiente para amostras geológicas e de difícil solubilização em ácidos ✓Aplica-se a grandes quantidades de amostras (que podem ser solubilizadas em pequenos volumes de ácido!) DESVANTAGENS ✓ Requer até 8 vezes mais tempo do que outros métodos ✓ Consome quantidades grandes de reagentes - Compromete a exatidão das análises (possíveis contaminações) - O fundente, agregado à matriz, pode ser uma causa adicional de interferências ✓ “Não recomendado” para elementos voláteis, principalmente As, Hg e Se 42 ABERTURA - Fusão Utilizada para DECOMPOR materiais orgânicos “Parecida” com a fusão (cadinhos, muflas, . . . ) , MAS: -Queima da amostra principalmente pelo O2 (ar ou em atmosfera de oxigênio): O O2 atua como agente oxidante -Feita na presença de “aditivos” para evitar a perda de espécies voláteis Mg(NO3)2 recomendado para As, Hg e Pb H2SO4 recomendado para Zn e Sn Produto de queima: resíduo inorgânico (cinzas) solúvel em ácidos diluídos ABERTURA - Combustão óxidos de metais silicatos fosfatos e sulfatos não voláteis 43 DIGESTÃO Ácidos minerais oxidantes: (decomposição de orgânicos) ÁCIDO PERCLÓRICO (HClO4) Alto poder de oxidação e que deve ser usado combinado com outros ácidos (como o nítrico) para evitar a formação de percloratos instáveis ÁCIDO SULFÚRICO (H2SO4) Alto poder oxidante, mas a cinética de reação é bastante lenta... Por isso, é geralmente usado com outros ácidos, sendo que o uso com perclórico é perigoso 49 Ácidos minerais oxidantes (decomposição de orgânicos) ÁCIDO NÍTRICO (HNO3) Poder de oxidação moderado, sendo usado em “altas” temperaturas e/ou em conjunto com outros reagentes É o ácido mais empregado (sozinho ou combinado) - Alta pureza - Formação de nitratos solúveis Reação genérica: (CH2)n + 2HNO3 + calor CO2(g) + 2NO(g) + 2H2O O poder de oxidação depende da temperatura de trabalho (fator limitante em sistemas abertos) 50 Ácidos minerais combinados entre si ou com peróxido: COMBINAÇÃO DE ÁCIDOS E REAGENTES HNO3 + H2SO4: melhora a eficiência do nítrico em vaso aberto por possibilitar o uso de temperatura mais altas MAS o sulfúrico não é indicado para uso na espectrometria atômica (razões instrumentais e relacionadas à integridade da amostra) HNO3 + HClO4: melhora a eficiência da digestão atuando como oxidante após todo o nítrico ter sido consumido 33 Ácidos minerais combinados entre si ou com peróxido: COMBINAÇÃO DE ÁCIDOS E REAGENTES HNO3 + HCl: melhora a eficiência da digestão quando a amostra contem compostos inorgânicos - Mas o clorídrico não é recomendado para uso em GF AAS nem ICP-MS - Diversas proporções HNO3/ HCl podem ser otimizadas, sendo que a mistura de 3:1 v/v é bastante utilizada (“água régia”) 34 HNO3 + H2O2: aumenta a eficiência da digestão devido ser um poderoso agente oxidante. Vantagem: água é o produto de decomposição 35 DIGESTÃO € O ÁCIDO FLUORÍDRICO (HF) TAMBÉM PODEM SER USADO COM CUIDADO... Dissolução de materiais com sílica (rochas, minerais, sedimentos) Também pode auxiliar na dissolução de aços € A remoção do íon F- é necessária: forma complexos estáveis com muitos elementos químicos € Alguns métodos, como a adição de ác. bórico (formação de B2F6 que é volátil) 36 DIGESTÃO O ÁCIDO FLUORÍDRICO (HF) TAMBÉM PODEM SER USADO COM CUIDADO... As queimaduras com HF não são percebidas no momento e o mesmo pode chegar até os ossos ! SE contato: lavar a região com água em abundância Utilizar solução contendo íons cálcio Instrumentospara Digestão de Amostras em Frasco Aberto Formas de aquecimento (sistemas abertos): Chapa de aquecimento Banhos termostatizados - sem agitação - com agitação Bloco digestor Temperatura 55 Digestão de Amostras em Frasco Aberto Características: -Aplica-se a todos os tipos de amostras, exceto sólidos refratários ou que contenham compostos refratários - Permite o uso de quantidades “flexíveis” de amostra -Geralmente demora horas e consome quantidades relativamente grande de reagentes € favorece a preconcentração de impurezas - Exige supervisão constante do analista -Favorece a perda de analitos voláteis (frasco aberto) 56
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