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Matemática é possível aprender a distância

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Matemática: é possível aprender a distância? 
Raquel Farina Barragan1 
 
GD6 – Educação Matemática, Tecnologias Informáticas e Educação à Distância 
Resumo do trabalho. A expansão das tecnologias de informação e comunicação trouxe para a educação novas 
ferramentas para dinamizar as aulas, visando novas perspectivas para o processo de ensino e aprendizagem. 
A educação a distância é atualmente oferecida em muitas universidades, sendo uma modalidade de ensino 
que possibilita encurtar distâncias e flexibilizar os horários de estudo dos educandos, podendo atender a um 
maior número de interessados em cursar o ensino superior. Diante da expansão dos cursos a distância no 
Brasil, essa pesquisa se propõe a averiguar quais as maiores dificuldades no processo de ensino e 
aprendizagem da matemática nessa modalidade, quais as maiores dificuldades dos professores em ensinar 
matemática a distância e quais os problemas de adaptação que ele encontra. 
Palavras-chave: Educação a distância; matemática; metodologia. 
O Surgimento da Educação a Distância 
 
Para elucidar o tema em questão é preciso saber que trabalhar as ciências exatas a 
distância já ocorre desde antigamente. Sophie Germain (1776-1831), fora uma Matemática, 
física e filósofa francesa com contribuições fundamentais à teoria dos números e à teoria 
da elasticidade. Apaixonou-se por matemática após conhecer a biografia de Arquimedes. 
No entanto, para a sociedade da época era inconcebível uma mulher aprofundar algum 
conhecimento científico. Em 1794 foi fundada a École Polytechnique, em Paris, destinada 
à formação de cientistas e matemáticos. A escola era restrita à homens e, apesar da 
vontade, Sophie não pôde se matricular. Germain então passou a utilizar o pseudônimo 
masculino de M. Leblanc e conseguiu as notas de vários professores com os quais ela 
passou a se corresponder e enviar os trabalhos escritos que lhe resultaram intermináveis 
elogios de Lagrange, que era um dos professores da escola. Ao descobrir que o senhor 
Leblanc era uma mulher, Lagrange não sentiu menos respeito por aquela mente fantástica e 
numa segunda edição de seu livro Essai sur le Théorie des Nombres, acrescentou várias 
descobertas de Sophie relatadas em suas cartas (MORAIS FILHO, 2003). Segundo Eves 
(2004), além de Lagrange, Germain também se correspondia com Gauss, por quem foi 
elogiada e cumprimentada. Eves (2004) ainda lamenta que Sophie e Gauss nunca tenham 
se conhecido pessoalmente e que Germain tenha morrido (em 1831) “antes de a 
 
1 Universidade Cruzeiro do Sul, e-mail: rbarragan@unisa.br, orientador: Ismar Frango Silveira. 
 
 
Universidade de Göttingen conferir-lhe o título honorário de doutor recomendado por 
Gauss”. (Eves, 2004, p. 525). 
Essa modalidade de ensino se desenvolveu durante algumas gerações, porém seu 
primeiro experimento aconteceu no período de 1728 até mEaDos de 1970. Esses anos são 
considerados a primeira geração da Educação à Distância. 
 A primeira diligência em educação a distância no Brasil se deu, da mesma forma 
que nos demais países, por meio de aulas por correspondência, o rádio e televisão foram 
utilizados como mecanismos para essa forma de ensino. Por volta dos anos 90, com o 
espargimento das tecnologias de comunicação e de informação, surgem cursos oficiais de 
EAD estimulados pelas secretarias de educação municipais e estaduais, alguns 
empreendimentos isolados e outros em coadjuvação com universidades. 
Se antigamente a Educação a Distância (EAD) já ocorria através de 
correspondências, hoje, com todos esses recursos, a propagação desse método de ensino é 
implacável. O ensino a distância tem se espalhado de um modo muito rápido como fruto da 
globalização e da informatização. De 2003 a 2006, o número de cursos nessa modalidade 
no Brasil aumentou 571% (CHAMARELLI, 2008), o que demonstra a velocidade dessa 
expansão. 
 
A Matemática na Educação a Distância 
 
O aprendizado da matemática é de suma importância. Sua necessidade se evidencia 
na maioria das tarefas rotineiras, bem como é componente curricular de muitos cursos 
superiores, uma vez que é elemento imprescindível em diversas atividades profissionais. 
Em paralelo, a modalidade à distância tem sido a opção de muitos universitários, pois em 
tempos de tecnologia facilmente acessível é o curso universitário que vai ao aluno, 
otimizando seu tempo e ampliando suas condições para acessar o conteúdo a qualquer 
momento. Assim, faz-se necessária a reflexão de como se dá o processo de ensino e 
aprendizagem da matemática nas condições oferecidas pela EaD, uma vez que a disciplina 
exige prática e treino. 
 
De acordo com o Decreto nº 2494, de 10 de fevereiro de 1998, do MEC a 
educação a distância: “(...) trata-se de uma forma de ensino que 
possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos 
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sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de 
informação, utilizados isoladamente ou combinados e veiculados pelos 
diversos meios de comunicação”. 
 
Dessa forma, deve-se considerar a matemática parte do ensino a distância, visto que 
não está livre desse processo. Esse artigo vem descrever um cenário geral de como a 
matemática vem sendo trabalhada na Educação a Distância e elencar as particularidades 
sobre o assunto. 
O Ensino Superior da matemática traz um protótipo de educação basEaDo em um 
padrão habitual de aprendizagem, onde a metodologia utilizada é simplesmente narrativa, 
focada no discurso do professor, e os conteúdos são impostos como realidades irrefutáveis, 
como algo finalizado e concluído, sem o cuidado em dar significado a esses 
conhecimentos. Os alunos, por sua vez, têm apenas o trabalho de resolver uma série de 
exercícios que, muitas vezes, não exigem nenhum esforço criativo, reflexivo ou que exija 
capacidade de interpretação e raciocínio lógico. 
Esses estudantes não estão ligados sentimentalmente com as disciplinas e na 
maioria das vezes surgem questionamentos sobre a importância destas dentro do curso, o 
que ocasiona desistência por não entenderem seus objetivos. Isso advém, de modo geral, 
por conta de os conceitos serem trabalhados de forma aleatória, sem estarem inseridos em 
um contexto. 
Com isso perpetua-se o desenvolvimento nos estudantes das corriqueiras e 
constantes estratégias de simples memorização e repetição daquilo que foi estudado. Os 
alunos, por sua vez, criam uma relação de dependência com o professor, sem buscar 
autonomia e sem adquirir qualquer senso crítico sobre aquilo que vem estudando. Desse 
modo começam a surgir as falhas no processo ensino/aprendizagem e que podem ser fruto 
da metodologia adotada pelo docente, da postura adotada pelo discente, de algum fator da 
Instituição de da união das três. 
 
“Quando o foco é aprendizagem matemática, a interação é uma condição 
necessária no seu processo. Trocar ideias, compartilhar as soluções encontradas 
para um problema proposto, expor o raciocínio, são as ações que constituem o 
‘fazer’ Matemática. E, para desenvolver esse processo a distância, os modelos 
que possibilitam o envolvimento de várias pessoas têm ganhado espaço, em 
detrimento daqueles que focalizam a individualidade”. Nesse contexto, fica 
evidente que o ambiente virtual está impregnado de relações sociais, como 
afirma Borba et al (2007). 
 
 
O uso de diferentes metodologias pode auxiliar no processo de aprendizagem, pois 
faz com que os alunos se interessem e se tornem mais ativos nas aulas. Nesse contexto, 
constatamos que as principais dificuldades encontradas para o desenvolvimento de aulas 
com base em diferentes metodologias são o comodismo, a falta de tempo, o despreparo e a 
desmotivação do professor frente ao desafio de modificar suas aulas. 
A EaD traz uma proposta de ensino diferenciada daquela utilizada no ensino 
presencial, consequentemente requer práticas pedagógicas diferentes das utilizadas noensino tradicional. Nesse caso, um curso ministrado em ambiente virtual, precisa de 
planejamento e organização didática por parte dos docentes que pode exigir um tempo até 
maior do que o que seria despendido ao planejamento de um curso presencial, em alguns 
casos. (MORAN, 2000) 
É importante ressaltar que não basta reproduzir a aula tradicional numa tela de 
computador e ter a ilusão que esta é uma grande inovação. A tecnologia não é um 
“milagre” que supre todas as falhas do professor. É necessária a renovação dos paradigmas 
do professor que trabalha com EaD com o objetivo de melhorar e inovar as aulas. 
(FLEMMING et al, 2008) 
No entanto, é fácil verificar com uma pesquisa informal, a desconfiança das pessoas 
com relação à matemática na EAD. É quase unanime o espanto ao ouvir falar de 
matemática no ensino a distância. Contudo, essa forma de estudar matemática não é uma 
novidade, basta montar uma estrutura adequada para desenvolver uma metodologia de 
ensino eficaz. 
Nesse processo é imprescindível a envoltura do aluno na construção do 
conhecimento. Ele abandona o papel de receptor do conhecimento e passa a ter um papel 
mais participativo no processo de aprendizagem. Deve-se quebrar o paradigma de que o 
ensino a distância se caracteriza por uma educação apática e privada de sentimento. 
Borba et al (2007, p. 26) ressalta que é fácil constatar que o conceito de 
interatividade não diz respeito à proximidade física dos sujeitos, mas à capacidade de o 
“receptor interagir ativamente com o emissor”. Saraiva (1996) coloca que nessa 
modalidade especialmente, deve existir um processo bilateral, ou seja, deve existir um 
comprometimento de ambas as partes, professor e aluno, para promover uma educação 
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consistente. O conceito de distância é relativo. Muitas vezes, pessoas que frequentam a 
mesma sala de aula durante um semestre inteiro são mais frias e distantes do que uma 
turma de ensino a distância que discute pontos de vista e interagem sobre os assuntos 
propostos. (FORMIGA, 2003) 
Freire (2004) já falava da importância de desenvolver a autonomia no educando e o 
ensino a distância é uma ótima maneira de trabalhar a responsabilidade do aluno diante das 
suas decisões, uma vez que ele vai organizar seus horários de estudo e definir suas 
prioridades em relação ao curso que optou por fazer. 
A Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) assume a importância da matemática 
trabalhada no ensino a distância, como possibilidade de levar o conhecimento da 
matemática a um número de pessoas cada vez maior. Porém devemos levar em conta que 
dados do Instituto Nacional de Analfabetismo Funcional (INAF) apontam que 77% dos 
brasileiros são analfabetos funcionais em matemática e uma preocupação grande da SBM é 
com a qualidade desses cursos ministrados a distância. (SBM). 
 
Dandolini (2006, p. 3) afirma que: “Quando tratamos de Matemática, 
historicamente há uma visão de que esta é a ciência mais difícil de ser 
compreendida de todo o currículo de formação da educação básica no Brasil. 
Esse fato é extremamente preocupante e facilmente comprovado, pois desde 
1991 o Ministério da Educação vem obtendo informações sobre o desempenho 
dos alunos de nossas escolas, por meio do Sistema Nacional de Avaliação da 
Educação Básica” (SAEB). 
 
Dessa forma, quando falamos em matemática, o mais importante é verificar como 
essa disciplina está sendo abordada, principalmente no ensino a distância. O professor deve 
ser meticuloso ao trabalhar cada conteúdo. As tecnologias devem ser utilizadas a favor da 
disciplina. Os conceitos matemáticos devem ser oferecidos de forma mais atraente, mais 
dinâmica e mais motivadora, para afastar essa visão errônea de que matemática é difícil. 
Com a internet, a transmissão de informações deve ser viabilizada. Ela tem um 
papel importante no cenário do ensino a distância. Principalmente em matemática, esse 
recurso, quando bem utilizado, facilita a o aprendizado dos conceitos, tornando-os mais 
cativantes e realizáveis. 
Planejamento e dedicação são importantes para evitar vícios comuns. Há um grande 
número de professores que têm um discurso enfático sobre as novas tecnologias de 
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informação e comunicação, no entanto, se limitam a transpor para o ambiente virtual a 
mesma aula do ensino presencial. (MORAN, 2002). 
 
Mas será que o professor que trabalha com educação a distância está pronto para 
lidar com essa modalidade educacional? Não basta boa vontade por parte dos professores, 
faz-se necessário prestar atenção na maneira com que o professor é preparado para 
trabalhar com EaD, pois exige base teórica e mudança nas suas práticas de sala de aula. 
 
Moran (2003, p. 45) coloca que “É importante que os núcleos de educação saiam 
do seu isolamento e se aproximem dos departamentos e grupos de professores 
interessados em flexibilizar suas aulas, que facilitem o trânsito entre o presencial 
e o virtual”. 
 
 
Mesmo assim o preparo do docente que trabalhará em ambiente virtual não pode se 
limitar ao treinamento técnico. É imprescindível que este profissional domine a capacidade 
de comunicação, uma vez que na disciplina virtual a comunicação não conta com 
expressão facial, tom de voz ou outros elementos que possam facilitar o entendimento. 
(DOTTA e GIORDAN, 2007). 
Novamente a ligação entre o professor e o aluno está estreitamente destacada. De 
acordo com o comportamento que o professor adota em sala de aula, mesmo que seja em 
ambiente virtual, ele continua sendo parâmetro para os alunos e, se ele se sente 
desconfortável com a metodologia de ensino, involuntariamente, transmitirá essa vivência 
aos seus alunos. 
 
O Perfil do Educador de Matemática para EaD 
 
 
O docente necessita refletir sobre sua prática docente em cenários distintos de 
ensino e aprendizagem, como EaD. É correto afirmar que no ofício do professor foram 
associadas novas funções e atribuições, mesmo assim não devemos entender que o 
professor tenha perdido seu espaço, mas sim que esse espaço tenha sido redimensionado e 
amplificado através dos recursos tecnológicos tomando novas proporções. 
De acordo com dados do Ministério da Educação (2000, p. 12) é engano considerar 
o ensino a distância pode dispensar o trabalho e a mediação do professor. Nos cursos de 
graduação a distância, os professores veem suas funções se expandirem. Essa expansão se 
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dá pelo fato de serem também produtores quando elaboram suas propostas de cursos; 
conselheiros quando acompanham os alunos; parceiros quando constroem com os 
especialistas em tecnologia abordagens inovadoras de aprendizagem. Portanto, são muito 
mais que simples tutores, como tradicionalmente e de forma reduzida os professores-
orientadores que atuam a distância vem sendo denominados. 
Nestes novos moldes, o professor se vê a desempenhar um novo papel na Educação 
a Distância, percebe a ampliação de sua função, não mais como centralizador do saber, e 
sim como descentralizador, onde transfere as tarefas, assumindo também o controle de um 
novo projeto, muito criativo e ousado. O ambiente de sala de aula é ampliado, trazendo o 
mundo e a tecnologia como recursos a seu favor. 
Para esse novo professor, o fato de não estar presencialmente em sala de aula, traz 
uma nova preocupação: Como seu conhecimento e sua disciplina chegarão até seus alunos? 
Dessa forma é imprescindível que a linguagem empregada seja clara e direcionada, pois o 
aluno a distância apresenta características distintas. 
Para Alava (2002, p. 11) o professor terá que aprender a comunicar-se com as 
“máquinas”, ou seja, com o computador. Essa fase de recontextualização das habilidades 
comunicativas geralmente é difícil, requer instrumentalização. O ciberespaço afeta o modo 
de comunicação dos atores, abre possibilidades, mas também impõe uma dinâmica e 
especificidades comunicativas quedevem ser senão dominadas, pelo menos de 
conhecimento do professor. 
Passa então a existir uma mudança de paradigmas, o professor não passa o 
conhecimento ao aluno, mas o ensina a aprender, num processo construtivista, onde 
enfatiza-se a aprendizagem e não o ensino – o aluno constrói seu próprio conhecimento. 
Novas habilidades são exigidas do professor nesse modelo de educação, e Belloni 
(2001, p. 83) destaca algumas categorias desses profissionais: 
 
 Formador: aquele que orienta o estudo e a aprendizagem. É a função 
pedagógica destacada por Palloff e Pratt (2003) anteriormente; 
 Conceptor e realizador de cursos e materiais, ou seja, é a função gerencial 
de Palloff e Pratt (2003); 
 Professor pesquisador: deve estar constantemente se atualizando com teorias 
e metodologias de ensino e aprendizagem; 
 Professor tutor, no sentido de orientação aos alunos; 
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 Professor tecnólogo educacional é o responsável pela organização 
pedagógica dos conteúdos e por sua adequação aos suportes técnicos a 
serem utilizados na produção do material, é a função técnica defendida por 
Palloff e Pratt (2003); 
 Professor recurso, espécie de suporte, ou “balcão de respostas” a dúvidas 
pontuais dos alunos; 
 Professor monitor, sua função se relaciona menos com o conhecimento dos 
conteúdos e mais com sua capacidade de liderança. 
 
Para Belloni (2001, p. 85): Para fazer frente a esta nova situação, o professor terá 
necessidade muito acentuada de atualização constante, tanto em sua disciplina específica, 
quanto em relação às metodologias de ensino e novas tecnologias. A redefinição do papel 
do professor é crucial para o sucesso dos processos educacionais presenciais ou a distância. 
Sua atuação tenderá a passar do monólogo sábio de sala de aula para o diálogo dinâmico 
dos laboratórios, salas de meios, e-mail, telefone e outros meios de interação mediatizada: 
do monopólio do saber à construção coletiva do conhecimento, através da pesquisa; do 
isolamento individual aos trabalhos em equipe interdisciplinares e complexos; da 
autoridade a parceria no processo de educação para a cidadania. 
Não menos importante que categorias relacionadas por Belloni, devemos lembrar 
das competências e habilidades próprias do educador matemático que estão relacionadas na 
Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Matemática, tais como: 
 
- Desenvolver estratégias de ensino que favoreçam a criatividade, a autonomia e a 
flexibilidade do pensamento matemático dos educandos, buscando trabalhar com mais 
ênfase nos conceitos do que nas técnicas, fórmulas e algoritmos; 
 
- Perceber a prática docente de Matemática como um processo dinâmico, carregado 
de incertezas e conflitos, um espaço de criação e reflexão, onde novos conhecimentos são 
gerados e modificados continuamente; 
 
- Habilidade de identificar, formular e resolver problemas na sua área de aplicação, 
utilizando rigor lógico-científico na análise da situação-problema; 
 
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- Educação abrangente necessária ao entendimento do impacto das soluções 
encontradas num contexto global e social; 
 
- Trabalhar na interface da Matemática com outros campos de saber e; 
 
- Capacidade de expressar-se escrita e oralmente com clareza e precisão. 
 
 Considerações Finais 
 
É de suma importância lembrar que o ensino a distância, apesar de não ser uma 
prática recente, necessita de um procedimento adequado e sistematizado. Diante disso, é 
necessário que se registrem as experiências vividas nessa modalidade educacional, visto 
que poucas pesquisas no assunto são localizadas. 
Mesmo que muitos artigos falando sobre educação a distância são localizados, 
poucos são os registros sobre o andamento da matemática dentro dessa modalidade de o 
ensino. Isso protela o melhoramento dos hábitos docentes no ambiente virtual, 
principalmente referindo-se a matemática. O relato de iniciativas desse tipo estimula novos 
projetos com o objetivo de melhorar a maneira como a matemática é vista no ensino a 
distância. 
O uso de diferentes metodologias pode auxiliar no processo de aprendizagem, pois 
faz com que os alunos se interessem e se tornem mais ativos nas aulas. Nesse contexto, a 
pesquisa oportuniza aos professores, subsídios que visam estimulá-los a fazer uso dessas 
diferentes metodologias de ensino para melhorar suas aulas e motivar seus alunos. 
Uma dessas metodologias, muito interessante para trabalhar conteúdos de 
matemática na internet são os objetos de aprendizagem. Eles possibilitam e motivam tanto 
o professor quanto o aluno. É lastimável que os dos professores não busquem novidades e 
inovações, na área onde atuam. As principais dificuldades encontradas para o 
desenvolvimento de aulas com base em diferentes metodologias são o comodismo, a falta 
de tempo, o despreparo e a desmotivação do professor frente ao desafio de modificar suas 
aulas. 
Com esse panorama, fica evidente que a maior dificuldade que a educação a 
distância encontra para crescer, ainda está na crença que os professores ainda têm em não 
ser possível ensinar matemática num ambiente que não seja o presencial. No entanto, é 
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necessário assumir a necessidade da atualização e renovação dos conceitos e métodos. Para 
tanto, faz-se necessário um embasamento teórico e prático, antes de se iniciar a produção 
de materiais e cursos virtuais. Não obstante a base da educação a distância seja a educação, 
devemos observar que a metodologia para trabalhar com EaD é bem diferente. A 
sociedade, hoje, necessita muito mais de habilidades e competências do que conteúdos 
propriamente ditos. 
REFERÊNCIAS 
 
ALAVA, Seraphin. Ciberespaço e formações abertas: rumo à novas práticas 
profissionais. Porto Alegre: Artmed, 2002. 
 
BELLONI, M.L. Educação a distância. Campinas: Autores Associados, 1999 (6° edição 
em 2007). Coleção educação contemporânea. 
 
BORBA, M. C. et al. Educação a distância online. Coleção Tendências em educação 
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Disponível em: <http://www.unifesp.br/reitoria/reforma/ldb.pdf>. Acesso em: 02 de 
setembro de 2015. 
 
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Disponível 
em:<http://portal.mec.gov.br/seed/index.php?option=content&task=view&id=62&Itemid=
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CHAMARELLI, R. Os avanços da educação a distância. Gramado - RS, 2008. 
Disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/seed/index.php?option=com_content&task=view&id=10388&inte
rna=6. Acesso em: 24 de agosto de 2015. 
 
DANDOLINI, G. A., et al. Curso de licenciatura em matemática a distância: um relato 
de experiência. Novas tecnologias na educação. v. 4, n. 1, CINTED –UFRGS: Julho, 
2006. 
 
DOTTA, S.; GIORDAN, M. Tutoria em educação a distância: um processo dialógico. 
Encontro Internacional Virtual Educa Brasil. São José dos Campos- SP, 2007. 
 
EVES, H. Introdução à história da matemática. Tradução: DOMINGUES, H. H.. 
Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2004. 
 
FLEMMING, D. M. et. al. Desenvolvimento de material didático para educação a 
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FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia, saberes necessários à prática docente. São 
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MORAN, J. M. O que é educação a distância. Rio de Janeiro-RJ, 2002. Disponível em 
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