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2009 3.ª edição Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br IESDE Brasil S.A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br Todos os direitos reservados. Capa: IESDE Brasil S.A. Imagem da capa: Domínio público © 2006-2009 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autoriza- ção por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. P324 Paula, Ercília Maria Angeli Teixeira de; Mendonça, Fernando Wolff. / Psicologia do Desenvolvimento. / Ercília Maria Angeli Teixeira de Paula; Fernando Wolff Mendonça. 3. ed. — Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2009. 292 p. ISBN: 978-85-387-0040-1 1. Psicologia do desenvolvimento. 2. Comportamento humano – desenvolvimento. 3. Aprendizagem. I. Título. II. Mendonça, Fernando Wolff. CDD 155 Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br Mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná – UFPR. Especialista em Pedagogia Terapêutica pela Universidade Tuiuti do Paraná. Fonoaudiólogo pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR. Fernando Wolff Mendonça Doutora em Educação pela Universidade Federal da Bahia – UFBA. Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo – USP. Pedagoga pela Universidade Es- tadual de Campinas – UNICAMP. Professora do Ensino Superior. Ercília Maria Angeli Teixeira de Paula Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br Sumário Aspectos históricos da Psicologia do Desenvolvimento ......................................... 13 A importância dos estudos do desenvolvimento infantil .......................................... 13 As diferentes linhas do pensamento psicológico .......................................................... 14 As primeiras correntes psicológicas ................................................................................... 14 Correntes teóricas da Psicologia no século XX ............................................................... 17 Corrente teórica da Psicologia voltada para os estudos do inconsciente e da afetividade ........................................................ 19 Correntes teóricas da Psicologia voltadas para as interações sociais ..................... 20 A criança como um ser que aprende e se desenvolve ................................................. 22 Vygotsky: vida e obra .............................................................. 27 Vygotsky e a sua visão da realidade ................................................................................... 29 Bases epistemológicas de Vygotsky .................................. 37 O processo de humanização ................................................ 47 A cultura ....................................................................................................................................... 50 A significação .............................................................................................................................. 51 Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br A função do instrumento, do símbolo e da linguagem no desenvolvimento humano ............. 57 A função instrumental ............................................................................................................. 58 O papel da linguagem e da fala no desenvolvimento humano ............................... 59 A formação de conceitos elementares ............................. 67 Os sujeitos de interação como mediadores de conceitos .......................................... 68 A tomada de consciência pela criança da organização social .................................. 70 O papel da linguagem na estruturação do pensamento infantil ............................ 72 A formação de conceitos científicos .................................. 79 O papel da escola e os conceitos científicos ................................................................... 80 O professor e os conhecimentos científicos .................................................................... 83 O desenvolvimento mental segundo Piaget .................. 89 Introdução ................................................................................................................................... 89 O desenvolvimento mental segundo Piaget ................................................................... 90 Estágios do desenvolvimento da teoria piagetiana .....103 O que são os estágios ............................................................................................................104 O estágio sensório-motor ....................................................................................................105 O estágio pré-operatório ......................................................................................................106 O estágio operatório concreto ...........................................................................................108 O estágio operatório formal ................................................................................................109 Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br O desenvolvimento da inteligência .................................115 Fatores de desenvolvimento ...............................................................................................116 Aprendizagem e conhecimento ........................................................................................118 Tipos de experiência ..............................................................................................................120 Desenvolvimento moral .......................................................................................................120 Wallon e a Psicologia genética ..........................................131 Aspectos biográficos ..............................................................................................................131 Método ........................................................................................................................................134 Fundamentos epistemológicos..........................................................................................134 Wallon e o desenvolvimento da consciência ...............145 As leis reguladoras dos estágios ........................................................................................145 Os estágios .................................................................................................................................146 A teoria psicanalítica de Sigmund Freud .......................157 Contextualização da Psicanálise ........................................................................................159 A construção do aparelho psíquico e o estágio do espelho .......................................171 Segunda teoria do aparelho psíquico..............................................................................171 Fase oral ......................................................................................................................................174 A fase anal ..................................................................................................................................175 Fase fálica ...................................................................................................................................176 Complexo e castração de Édipo .........................................................................................176Fase de latência ........................................................................................................................178 Fase genital ................................................................................................................................178 O estágio do espelho em Lacan .........................................................................................179 Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br Mecanismo de defesa ...........................................................185 Projeção ......................................................................................................................................186 Isolamento .................................................................................................................................187 Negação ......................................................................................................................................187 Anulação .....................................................................................................................................188 Introjeção ...................................................................................................................................188 Identificação ..............................................................................................................................188 Formação reativa .....................................................................................................................189 Deslocamento ..........................................................................................................................189 Idealização .................................................................................................................................190 Conversão ..................................................................................................................................190 Regressão ...................................................................................................................................190 Racionalização ..........................................................................................................................190 Sublimação ................................................................................................................................191 Princípio fundamental da teoria psicanalítica ..............................................................192 O professor e a teoria freudiana da aprendizagem ....................................................192 Erik Erikson: o desenvolvimento psicossocial ..............205 Formação da personalidade ................................................................................................206 Crise psicossocial .....................................................................................................................207 Desenvolvimento contínuo .................................................................................................208 Psicologia cognitiva: o processamento da informação ......................................221 A evolução das ciências cognitivas do século XX e XXI .............................................222 As áreas de desenvolvimento da pesquisa cognitiva ................................................224 Contribuições para os dias de hoje ...................................................................................227 Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br As inteligências múltiplas de Howard Gardner ...........235 O que são as múltiplas inteligências? ..............................................................................236 Critérios e características para existência da inteligência ........................................236 Os tipos de inteligência de Gardner .................................................................................238 Perspectiva do estudo da inteligência segundo Gardner ........................................240 A inteligência triárquica de Robert Sternberg .............247 Teoria triárquica da inteligência e processo de resolução de problemas ...........248 As relações da inteligência com o sujeito e com o mundo ......................................250 Teorias psicológicas do desenvolvimento humano .....259 Teorias psicológicas do desenvolvimento .....................................................................259 Diferentes ideias e reflexões sobre a escola ..................................................................262 Gabarito .....................................................................................269 Referências ................................................................................281 Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br Apresentação Este livro foi preparado para que você acompanhe as aulas de Psicologia do De- senvolvimento e aprofunde seus conhecimentos sobre as mudanças de compor- tamento humano durante as mais diferentes fases da vida. Nele, você encontrará subsídios essenciais para sua prática profissional; ao longo das aulas, além de entrar em contato com o contexto histórico do surgimento dessa disciplina, conhecerá suas diferentes correntes, alguns dos principais estu- diosos e as contribuições contemporâneas a esse campo. Para que você possa fixar o que aprendeu, o livro traz atividades abertas, exercí- cios e também sugestões de leitura e filmes, os quais ilustram os debates e podem ajudá-lo a perceber a aplicação dos conceitos aprendidos na prática. Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br A construção do aparelho psíquico e o estágio do espelho Segunda teoria do aparelho psíquico De acordo com Bock (2002), Sigmund Freud remodelou a teoria do aparelho psíquico entre 1920 e 1923, por meio dos conceitos de id, ego e superego. Nas suas primeiras obras, ele considerava que o aparelho psí- quico é constituído do consciente, inconsciente e pré-consciente. Anos mais tarde, acrescentou os conceitos de id, ego e superego. Para Freud, o id é a parte mais primitiva do ser humano, sendo formado pelos instintos sexuais e agressivos. Para Fadiman e Frager (1986), as leis lógicas do pensamento não se aplicam ao id. Ele é o reservatório de ener- gia da personalidade e os seus conteúdos são quase todos inconscientes. Além disso, o id também é regido pelo princípio do prazer. Para Freud (apud SCHULTZ; SCHULTZ, 1992, p. 344), o id é “um caos, um caldeirão repleto de fervilhantes excitações e não conhece juízos de valor, nem o bem, nem o mal, nenhuma moralidade”. O ego serve de mediador entre o id e o meio exterior. Para Bock (2002), o ego proporciona o equilíbrio entre as exigências do id e as exigências da re- alidade, do ego e do superego. Essa estrutura do aparelho psíquico é regida pelo princípio da realidade. O ego representa o eu, a racionalidade, e ajuda as pessoas a pensarem, ajuda-as a não agirem pelos impulsos do id. O superego é a parte controladora do pensamento. Ele se desenvolve desde a infância, quando os pais repreendem as ações dos filhos, e é for- mado pelas restrições morais. Para Bock (2002, p. 77), o superego repre- senta “a moral e os ideais que são funções do superego. O conteúdo do superego refere-se às exigências sociais e culturais”. É no superego que aparece o sentimento de culpa quando a pessoa faz algo errado ou fica se punindo, mesmoque o ato incorreto não tenha ocor- rido. O superego é constituído pelos julgamentos que estão presentes na mentalidade dos indivíduos e são formados por meio de valores morais e sociais transmitidos pela cultura. Freud chamava atenção para o papel do Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br 172 Psicologia do Desenvolvimento Estado, da família e da igreja como formadores do superego na personalidade das pessoas. Em termos gerais, Bock (2002, p. 77) caracteriza a segunda teoria do aparelho psíquico descrita por Freud a partir das três instâncias: O id constitui o reservatório da energia psíquica, é onde se “localizam” as pulsões: a de vida e a de morte. As características atribuídas ao sistema inconsciente, na primeira teoria, são nesta atribuídas ao id. É regido pelo princípio do prazer. O ego é o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências do id, as exigências da realidade e as “ordens” do superego. Procura “dar conta” dos interesses da pessoa. É regido pelo princípio da realidade que, com o princípio do prazer, rege o funcionamento psíquico. É um regulador, na medida em que altera o princípio do prazer para buscar a satisfação considerando as condições objetivas da realidade. Neste sentido, a busca do prazer pode ser substituída pelo evitamento do desprazer. As funções básicas do ego são: percepção, memória, sentimentos, pensamento. O superego origina-se com o complexo de Édipo, a partir da internalização das proibições, dos limites e da autoridade. A moral, os ideais são funções do superego. O conteúdo do superego refere-se a exigências sociais e culturais. Como existem conflitos intermitentes no desenvolvimento humano, as pes- soas têm que conciliar os desejos do id, atender às demandas do ego e lidar com a perfeição e o controle do superego. A noção de id está relacionada aos instintos do homem, ou seja, a seus impul- sos. O homem possui diferentes instintos e impulsos. Existem movimentos do id na busca de satisfação libidinal. O ego também procura satisfazer sua libido e realizar uma relação consigo mesmo, esse processo é denominado de narcisismo primário. A noção de instinto de Freud também está relacionada com a ideia de defesa, alívio das tensões e satisfação das necessidades humanas. De acordo com Fadiman e Frager (1986), o termo instinto, quando utilizado por Freud, não está na mesma concepção empregada para os instintos animais. Para a interpretação psicanalíti- ca, no homem os instintos estão associados a desejos físicos e mentais. Freud considera que o homem possui dois instintos básicos que representam forças opostas. De um lado, está o instinto sexual e, de outro, o da agressividade, o instinto destrutivo. De certa forma, para sobreviver, o homem precisa da união desses dois polos. Ou seja, o homem precisa ser regido pelo princípio da vida, do prazer, mas também precisa direciona-se pelo princípio da realidade, pois não é possível se orientar somente pelo princípio do prazer, nem tampouco apenas pelo princípio da realidade. Na vida, são necessários momentos de fantasia, mas também de enfrentamento dos problemas e situações. Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br A construção do aparelho psíquico e o estágio do espelho 173 As pulsões de vida e de morte alternam-se no processo de desenvolvimento humano e também podem se repetir: as pessoas estão ora felizes, ora tristes. Existem processos de êxtase e descontentamento com a vida que se alternam e se repetem. Para Schultz e Schultz (1992), Freud classifica os instintos da vida como os da fome e os da energia sexual. Eles estão voltados para a auto-preservação e sobrevi- vência da espécie. Os instintos da morte estão voltados para a destruição e facilmen- te podem ser notados em condutas masoquistas, no suicídio, em reações de ódio e agressão. Os instintos de conservação não podem ser protelados por muito tempo. Os instintos sexuais podem ser adiados e concomitantemente a sua energia trans- formada em benefício de outras atividades. De acordo com Fadiman e Frager (1986), Freud considera que os instintos são os canais por meio dos quais a energia pode fluir. No caso dos instintos de conservação e preservação da vida, a sexualidade é uma maneira de liberar os instintos. Porém, quando as relações sexuais não ocorrem, as pessoas podem sublimar o ato sexual e satisfazer suas necessidades em outras atividades que lhes dão prazer. Por isso Freud considera que a libido é a energia aproveitável dos instintos da vida. Quanto à energia do instinto de morte ou agressão, Fadiman e Frager (1986) explicam que Freud não atribuiu um nome a essa energia. No entanto, ele con- sidera que ela segue as mesmas leis da energia sexual. Ou seja, quando um indi- víduo não consegue agredir uma pessoa que deseja, pode canalizar sua energia agressiva para outra coisa ou pessoa. Freud afirma que a energia sexual, a libido, é a grande promotora das ações dos indivíduos. A libido pode estar a serviço de funções não necessariamente sexuais. Um indivíduo pode realizar bem o seu trabalho movido por seu amor por esse traba- lho, o que pode ser uma forma de libido. Como também, quando está com a libido baixa, pode não querer se envolver com muitas atividades ou com uma pessoa. Em Psicanálise, o termo sexual não significa “genital”. Esse qualificativo, genital, deve ser utilizado somente para certas manifestações da sexualidade do sujeito. O prazer gerado por via da excitação ritmada de qualquer zona corporal deve ser, por- tanto, qualificado como sexual, mesmo quando não está associado à relação sexual. Freud procurou desenvolver sua teoria fundamentada nas considerações sobre o papel e a influência da sexualidade nas condutas humanas. Nesse processo, ele Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br 174 Psicologia do Desenvolvimento percebeu que o desenvolvimento da sexualidade ocorre através de diferentes fases, que se iniciam desde o nascimento do bebê. A fase do complexo de Édipo é uma fase importante para compreensão de como se forma o superego na crian- ça, o sentimento de culpa e a necessidade do castigo. Fase oral Nome dado à fase de organização libidinal que se estende desde o nascimen- to até o desmame. Essa fase poderia ser chamada também de fase bucal, posto que está sob a primazia da zona erógena bucal. A necessidade fisiológica de chupar surge nas primeiras horas de vida. Apesar de saciado, durante o sono o bebê permanece a sugar os lábios. O prazer da sucção é autoerótico e independe das necessidades alimentares. O sujeito não tem noção de um mundo exterior diferenciado dele. Gradativamente, a criança identifica-se com sua mãe e se desenvolve armazenando passivamente as pala- vras, os sons, as imagens, as sensações. Essa é a fase oral em sua primeira forma passiva. As primeiras palavras são uma conquista que exige esforço, recompensado pela alegria e as carícias do meio familiar. Paralelamente, aparece a dentição, com sofrimentos que exigem ser aliviados pelo ato de morder. A criança encontra-se, agora, num período oral mais avançado, ativo, e morde tudo que lhe vem à boca: objetos, seio (se ainda é lactente). De acordo com Barros (1993), para a concepção psicanalítica, a passa- gem segura pela fase oral tem consequências muito importantes na vida dos indivíduos: Se as necessidades forem satisfeitas, a pessoa crescerá de maneira psicologicamente saudável, se não o forem, seu ego está imperfeito. Por exemplo, se as necessidades orais forem frustradas durante este período, por desmame prematuro, por afastamento rigoroso de todos os objetos para sugar (inclusive o polegar), o ego poderá ser incapaz de superar os desejos orais frustrados. Alguns psicanalistas atribuem o alcoolismo, por exemplo, às frustrações nafase oral. (BARROS, 1993, p. 82) Freud também considera que pessoas que fumam ou roem unhas e aquelas que têm obsessão por comer são fixadas na fase oral: elas utilizam a boca para aliviar suas ansiedades e tensões. Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br A construção do aparelho psíquico e o estágio do espelho 175 A fase anal Para o sujeito de um a três anos da idade, a maior parte dos relacionamentos com os adultos está circunscrita pela alimentação e a aprendizagem do asseio esfincteriano. No segundo ano de vida, sem destronar a zona erógena bucal, a maior importância está na zona anal. O sujeito atinge um maior desenvolvimento neuromuscular: a libido que pro- vocava a sucção lúdica da fase oral provoca agora a retenção lúdica das fezes e da urina. Parece ser essa a primeira descoberta do prazer autoerótico, que é um dos componentes normais da sexualidade. Os cuidados higiênicos que se seguem à excreção são proporcionados pela mãe. Portanto, a atuação materna determina a atmosfera agradável ou não no uso do banheiro pela criança. Após a fase de brincar com seus excrementos, a criança brincará com a su- jeira, brincará na lama, na água e em vários outros locais. Esse deslocamento inconsciente, a atitude mais ou menos severa dos hábitos de asseio, em geral favorecerá ou dificultará o desenvolvimento sadio da criança. Na fase anal, a criança teme de forma acentuada a aprovação ou rejeição dos pais se não conseguir controlar os esfíncteres. Muitos pais exageram e reprimem a criança por não conseguir ter autonomia para usar o banheiro. Em alguns casos, a ansiedade das crianças é tanta para não desagradarem os pais e não serem re- preendidas, que elas não conseguem executar essa tarefa. Dessa maneira, nessa fase é comum encontrar crianças com intestino preso, ou urinando na cama. Esses são alguns mecanismos que mostram que o psiquismo influencia no controle ou descontrole de questões biológicas. Para Barros (1993), as consequências futuras para uma criança que se fixa na fase anal é que esta traz dificuldades de desprendimento material que prejudi- cam o ego da pessoa adulta: Psicanalistas atribuem a avareza, a exagerada preocupação com a limpeza e a meticulosidade (no adulto) às frustrações ocorridas na fase anal. Esses traços constituem a personalidade anal. A avareza é o prazer pelo acúmulo e guarda de bens, poderia ter-se originado do prazer que a criança experimentou em reter as fezes. (BARROS, 1993, p. 83) Barros (1993) também adverte que, segundo a interpretação psicanalítica, a preocupação excessiva com limpeza e ordem na vida adulta pode ser reflexo das exigências dos pais quando os filhos eram crianças. Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br 176 Psicologia do Desenvolvimento Fase fálica A partir da fase oral, no bebê, assistimos o despertar da zona erógena fálica – o pênis no menino e o clitóris na menina. A causa fortuita será, provavelmente, a excitação natural da micção, somada aos contatos repetidos decorrentes da assepsia e de outros cuidados higiênicos. Todas as mães conhecem os jogos manuais dos bebês. Essas manifestações da criança se prolongam, apesar dos ‘‘tapinhas nas mãos’’ que ela recebe quando o adulto é mais severo. No entanto, geralmente essa masturbação primária é muito pouco acentuada e cessa espontaneamente, só reaparecendo no decorrer do terceiro ano. Os pais e professores ficam preocupados quando a criança começa a se tocar, a conhecer e explorar seu próprio corpo. Eles tendem ou a reprimir as atitudes das crianças ou a ignorar. É muito difícil encontrar pais e professores preparados para orientar a criança e compreender que essas características fazem parte do processo de desenvolvimento. Antes do terceiro ano, começa a curiosidade sexual, em pleno período sádi- co-anal. Essa curiosidade visa primeiramente a saber de onde vêm os bebês. Tal interesse pode ser despertado por diferentes razões: novo nascimento na famí- lia, identificação com companheiros de brincadeiras, descontentes ou satisfeitos com a chegada de um irmão ou irmã. Os “por quê?” aflitos e insistentes das crianças de quatro anos, que mal escu- tam as respostas do adulto, só aparecem após as primeiras reações às perguntas diretamente sexuais feitas aos adultos e da noção de “proibido” que as crianças extraem das respostas obtidas. Nessa fase, ocorre o período que Freud denominou complexo de Édipo nos meninos e complexo de Electra nas meninas. Freud gostava muito de utilizar os mitos para composição de sua teoria. Nesse caso, ele utilizou personagens da tragédia grega para apresentar a sua teoria. Complexo e castração de Édipo Freud gostava muito de utilizar os mitos gregos para explicar aspectos de sua teoria. No complexo de Édipo, ele baseou-se na tragédia de Sófocles, Édipo Rei para explicar o tabu do incesto. Segundo a mitologia, Édipo, quando nasceu, Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br A construção do aparelho psíquico e o estágio do espelho 177 foi abandonado por sua família, pois uma vidente teria previsto que Édipo iria matar seu pai, Laio, e casar com sua mãe, Jocasta. Ao saber dessa previsão, Laio abandona o filho que foi criado por uma outra família em um lugar distante. Anos se passaram e Édipo cresceu longe de sua cidade natal. Porém, quando jovem, ao consultar o oráculo, recebeu a mesma previsão. Sentiu necessidade de sair do vilarejo onde morava para fugir do seu destino. Em uma das cidades pela qual passava encontrou com Laio e discutiu com o mesmo. Sem saber que era seu pai, ele o matou. Continuando suas caminhadas, ele vai para sua cidade onde está sua mãe Jocasta. Para entrar na cidade ele teve que decifrar o enigma da esfinge conseguindo com isso casar-se com Jocasta por quem se apaixonou. Após casar-se com a mãe, anos depois, o cego e sábio Tirésias revela a verdadeira estória de Édipo. Com isso, Édipo sente-se culpado da situação, fura os olhos e torna-se andarilho e Jocasta se enforca. No decorrer da fase anal, sucedem-se vários processos e ocorrências. Desses eventos, destaca-se o complexo de Édipo, pois em torno dele se dá a estrutura- ção da personalidade do indivíduo. Acontece entre os dois e os cinco anos de idade. Nele, a mãe é o objeto de desejo do menino e o pai é o rival que impede seu acesso ao objeto desejado. Nesse período, o menino busca competir com o pai para conseguir o amor da mãe. Ele fica muito envolvido com ela, têm ciúmes da mãe, e procura imitar algumas características do pai. É solícito com a mãe, tenta resolver os problemas e ajudá-la. Ele procura então se assemelhar ao pai para ter a mãe, escolhendo-o como modelo de comportamento, passando a internalizar as regras e as normas sociais representadas e impostas pela autoridade paterna. Posteriormente, por medo do pai, desiste da mãe, isto é, a mãe é trocada pela riqueza do mundo social e cultural e o garoto pode, então, participar do mundo social, pois tem suas regras básicas internalizadas por meio da identificação com o pai. Esse processo também ocorre com as meninas, sendo invertidas as figuras de desejo e de identificação. Para a teoria freudiana, o medo do pai manifesta-se por meio do medo e da angústia da castração. Ou seja, Freud considera que o menino, ao tentar se asse- melhar ao pai, começa a temer que, por ciúme, o pai lhe retire os órgãos sexuais. Dessa maneira, ele se sente culpado e retorna ao seu estado de origem. Segundo Freud, a passagem do menino pelo complexo de Édipo e da menina pelo complexo de Electra são momentos importantes na vida das crianças, pois tanto os meninos como as meninas precisam se identificar com os pais para ad- quirir os seus padrões e valores. Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASILS/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br 178 Psicologia do Desenvolvimento Fase de latência A fase de latência é empregada na aquisição dos conhecimentos necessários à luta pela vida, iniciando um aspecto mais racional dessa luta. Progressivamen- te, as faculdades de sublimação entram em jogo. Tendo em vista a repressão do interesse sexual, evidencia-se o aspecto cultural da fase de latência: as crianças se interessam por atividades culturais, por lazer e atividades escolares, são ativas nessas áreas, mas em relação à sexualidade ficam passivas. O valor e a importância das sublimações da fase de latência são muito gran- des. Não só porque é nessa época que se esboçam as características sociais do indivíduo, mas igualmente porque o modo como a criança utiliza esse período faz com que ela fixe ou não, exagere ou elimine os componentes arcaicos e os componentes perversos da sexualidade. Na fase de latência, que corresponde ao período de 7 a 12 anos de idade, a criança reprime os seus impulsos e se volta mais para as questões escolares e de socialização com seus amigos da escola. Nessa fase, aparecem barreiras mentais que impedem que a criança manifeste sua libido. Ela tem vergonha de mostrar suas emoções e os impulsos sexuais são sublimados para outras atividades, e sente prazer em brincar com os colegas, em realizar atividades escolares, espor- tivas, de lazer e artísticas. Fase genital Essa fase depende do desenvolvimento saudável da fase anterior – a da latên- cia. Com o aparecimento da ejaculação no rapaz, bem como do fluxo menstrual e do desenvolvimento mamário da menina, a puberdade proporciona elementos que faltam para a compreensão do papel do homem e da mulher na concepção. Nessa fase, dos 12 aos 16 anos de idade, os adolescentes começam a se conscientizar de suas identidades sexuais. Há um retorno à energia sexual e aos órgãos sexuais. Os adolescentes procuram se relacionar uns com os outros e pro- curam satisfazer suas necessidades eróticas e interpessoais. Em todas essas fases do desenvolvimento, desde a infância até a adolescência, está presente a descoberta do eu e dos traços da personalidade. A seguir, serão apre- Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br A construção do aparelho psíquico e o estágio do espelho 179 sentados os conceitos de busca desse próprio eu na perspectiva de Jacques Lacan (1901-1981), um psicanalista francês que fez uma re-leitura da obra de Freud. O estágio do espelho em Lacan Lacan estava preocupado em observar o comportamento humano através de diferentes áreas como: a Psicologia, Linguística e a Antropologia. Lacan afirmava que o inconsciente se estrutura com a linguagem. Dessa maneira, ao contrário de Freud, nas suas investigações com os pacientes, ele preferia não interferir nos seus discursos a fim de que eles descobrissem as suas próprias questões e o seu “eu”: Lacan faz sua entrada no meio psicanalítico com uma tese completamente diferente: o eu, escreveu ele, constrói-se à imagem do semelhante e primeiramente da imagem que me é devolvida pelo espelho – este sou eu. O investimento libidinal desta forma primordial, “boa”, porque supre a carência de meu ser, será a matriz das futuras identificações. Assim, instala-se o desconhecimento em minha intimidade e, ao querer forçá-la, o que irei encontrar será um outro; bem como uma tensão ciumenta com esse intruso que, por seu desejo, constitui meus objetos, ao mesmo tempo em que os esconde de mim, pelo próprio movimento pelo qual ele me esconde de mim mesmo. É como outro que sou levado a conhecer o mundo: sendo, desta forma, normalmente constituinte da organização do “je” (eu inconsciente, Isso, Id), uma dimensão paranoica. O olhar do outro devolve a imagem do que eu sou. O bebê olha para a mãe buscando a aprovação do Outro simbólico. (PSICANÁLISE lacaniana, 2008, p. 1) Sales (2005) considera que Lacan, ao estudar o estágio do espelho dedica-se à noção de narcisismo, um conceito que teve uma força expressiva no seu pensa- mento. Dessa maneira, na teoria de Lacan, a criança, ao olhar-se no espelho, capta a imagem de si e também do mundo a seu redor. Nesse processo, ela constrói a noção do seu eu, sua identidade e inicia o processo de diferenciação do outro. Ela aprende também sobre as noções de ausência e presença do outro: A criança reconhece sua imagem no espelho com uma manifestação de júbilo e com a efetuação de uma operação de identificação entendida como “[...] a transformação produzida no sujeito quando ele assume uma imagem [...]” (LACAN, 1966, apud Sales, 2005). A identificação é, então, a parcela de atividade que cabe à criança mediante a percepção de uma imagem que lhe vem do exterior. Essa assunção da própria imagem pela criança é o que originalmente precipita a construção do “eu” conferindo-lhe sua forma primordial: o “eu” ideal, forma que será a fonte de todas as identificações secundárias responsáveis pela função de normalização libidinal e que representa o caráter estático e permanente do eu, “[...] a armadura enfim assumida de uma identidade alienante, que vai marcar com sua estrutura rígida todo o seu desenvolvimento mental” (LACAN, 1966, apud Sales, 2005, p. 118) O estágio do espelho, portanto, foi um conceito desenvolvido por Lacan para apresentar o processo de formação do indivíduo através da sua identificação a uma imagem e perceber tanto o sentimento de presença, ausência e de organi- zação corporal. Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br 180 Psicologia do Desenvolvimento Texto complementar Complexo de Édipo e orientação sexual (DESCHAMPS, 2008) Para falar de investimentos sexuais dentro da psicanálise de Freud te- remos que passar, necessariamente, pelo estudo do complexo de Édipo. O complexo de Édipo faz parte da teoria montada por Sigmund Freud e fala de investimentos afetivos que fazemos em nossos primeiros anos de vida, ligados aos nossos “cuidadores” (que cumprem a função de cuidados com a criança) e que nos ajudam a estabelecer os vínculos afetivos e o investimento no outro (objeto externo). Com o receio da castração, retraímos esses investi- mentos, entramos em período chamado de latência, de onde só sairemos na entrada na adolescência para então buscar novos objetos de investimento, agora totalmente sexualizados e priorizados pela primazia do genital. Vejamos que não se fala mais em pai ou mãe, e sim naqueles que cum- prem essa função. O aspecto principal do Édipo em nossa formação está na interdição, na impossibilidade de se investir a libido em qualquer uma das funções, uma vez que o incesto é proibido por nossa civilização, e sendo, segundo Freud, aquilo que a funda. Partimos para a vivência do complexo de Édipo munidos de nossa ener- gia bissexual e será então que tornaremos como prioritária uma das duas correntes. O complexo de castração envolve uma leitura mais literal e outra mais simbólica. Pode ser no Édipo a ameaça que faz com que o menino abando- ne o desejo pela função mãe e retraia a libido, entrando na fase de latência, onde será constituído o superego, ou seja, a ameaça de perder o pênis ope- rada pela função pai (lei), o interdita. No sentido simbólico dá lugar ao sujei- to psíquico, retirando-o da relação dual (simbiótica) e inscrevendo-o em um mundo onde passa a existir enquanto sujeito psíquico ou sujeito desejante em busca do outro (não sou da mamãe e a mamãe não é minha). No lacanis- mo, quando não há a castração teríamos o sujeito preso à relação simbiótica e falaríamos na psicose, porque não estará inscrito no mundo simbólico fi- cando preso ao mundo do imaginário; já no chamado de segundo momento, Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br A construção do aparelho psíquico e o estágio do espelho 181 ele percebea castração, mas nega que ela exista, tendo assim as perversões e no terceiro momento ele percebe e aceita a castração (teme) e teremos a neurose, e, se existe isso, a “normalidade” do funcionamento neurótico. Tudo isso se tornará mais complexo no que diz respeito às meninas, porque a castração seria na verdade não a resolução do Édipo, mas aquilo que a lança nele, separa-a da relação com o seu primeiro objeto de amor que é igual ao dos meninos – a mãe; e a lança na relação triangular fazendo investimento e identificações nas duas direções (feminino e masculino) até priorizar uma das correntes, para bem depois, de alguma forma, desistir e entrar em latência também. Chegam a afirmar que a mulher só resolveria a castração na vida adulta, quase sempre com a gravidez. Isso porque toda essa questão envolve ter o phalo (poder, pênis), quem tem ou quem não tem. O menino desistirá da mãe (ou do pai), que se constituem em “objeto incestuoso”, por medo da castração (ameaça da função pai) e entrará no chamado período de latência onde o interesse sexual permanece meio que adormecido. É aquela fase que para quem lida ou já lidou com crianças en- contrar-se-á o clube do Bolinha e da Luluzinha, eles não se topam muito, e implicam uns com os outros o tempo todo. Essa fase é importante porque nela se estará constituindo o superego, que representará todas as normas e leis que seguiremos. “O superego é o herdeiro do complexo de Édipo” uma vez que é nele que viveremos a primeira grande lei ou corte representada pelo tabu do incesto. O Édipo, segundo o método apontado pela teoria freudiana, seria um fe- nômeno universal, aconteceria em todo ser humano inscrito em qualquer cultura, tendo no tabu do incesto seu principal postulado. Muitos antropó- logos estruturalistas se empenharam em demonstrar o tabu do incesto em outras culturas. Então somos levados a ver que o que importa são as funções parentais (dos cuidadores) onde se localizarão o investimento e a identifica- ção. No Édipo mais comum, descrito à larga até em tablóides, o menino se apaixona pela mãe, sofre a ameaça de castração pelo pai e desiste da mãe e passa a se identificar com o pai. (ponto) Essa é a forma mais simplista de se abordar esse complexo, que para rigor do método deverá sempre ser enca- rado nas duas direções de investimento e de identificação. Na verdade, desde o início todo sujeito psíquico fará investimento nos dois sentidos (bissexualidade), acabará priorizando uma das correntes de Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br 182 Psicologia do Desenvolvimento investimento (hetero ou homoerótico) e se identificando com um dos pro- genitores (função pai ou função mãe). Todas as formas de investimento ou identificações são saídas possíveis para o complexo de Édipo, não constituin- do qualquer anormalidade nisso. A importância da função paterna será muito sublinhada pela corrente lacaniana, já que opera a castração que lança o sujeito no mundo simbóli- co e na relação objetal. Essa função passa pela mãe necessariamente, pela aceitação que ela tem da lei imposta pelo pai (tabu do incesto). Esse corte da função pai não necessariamente virá de uma figura masculina paterna, mas de tudo aquilo que separa o desejo da mãe daquela criança, liberando a criança como ser desejante, ou como sujeito psíquico. Nesse caso as insti- tuições sociais (como o trabalho da mãe, atividades de prazer etc.) poderão cumprir muito bem essa função. Atividades 1. Freud considerava que a noção de instinto para os homens era diferente da noção de instinto nos animais. Explique essa afirmativa. Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br A construção do aparelho psíquico e o estágio do espelho 183 2. Quais foram as modificações realizadas por Freud da primeira teoria do apa- relho psíquico para a segunda teoria? Dicas de estudo GAY, Peter. Freud: uma vida para nosso tempo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. Indicação de filme: A Máfia no Divã (EUA, 1999). Direção de Harold Ramis. Após entrar em crise, um poderoso chefão da Máfia nova-iorquina decide pro- curar a ajuda de um psiquiatra. Com Robert De Niro, é uma comédia que retrata conceitos da Psicanálise, principalmente o complexo de Édipo. Vale a pena conferir. Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br A construção do aparelho psíquico e o estágio do espelho 1. Freud considera que o homem possui dois instintos básicos que re- presentam forças opostas. De um lado, está o instinto sexual e, de outro, o da agressividade, o instinto destrutivo. De certa forma, para sobreviver, o homem precisa da união desses dois pólos. Ou seja, o homem precisa ser regido pelo princípio da vida, do prazer, mas também precisa se direcionar pelo princípio da realidade, pois não é possível se orientar somente pelo princípio do prazer, nem tam- pouco apenas pelo princípio da realidade. Na vida, são necessários momentos de fantasia, mas também de enfrentamento dos proble- mas e situações. 2. Nas suas primeiras obras, ele considerava que o aparelho psíquico é constituído do consciente, inconsciente e pré-consciente. Anos mais tarde, acrescentou os conceitos de id, ego e superego. Gabarito Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br
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