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Administração e Planejamento Estratégico Professor Mestre Edson Luiz Flores - 1 - edsonluiz.flores@terra.com.br Tema Principal da Aula: Formulação da Estratégia Organizacional Agora que os estrategistas da organização já estudaram a consolidação dos insumos obtidos nas análises dos ambientes externo (macroambiente e ambiente setorial) e interno (cadeia de valor, FCS, pontos fortes e pontos fracos) no SWOT, desenvolveram os cenários (com a técnica GBN, por exemplo) e atualizaram a diretriz organizacional da empresa (negócios, missão, valores, visão e objetivos), chegou a hora de conceber as estratégias da organizações em seus três níveis: empresarial, unidade de negócios e funcionais. Porém, antes de iniciar a concepção e proposição das estratégias, convém refletir sobre a seguintes questões: 1. Por que é vital ter objetivos e que toda equipe esteja comprometida com eles? 2. Objetivos ou Estratégia? O que vem primeiro? Os objetivos vêm antes das Estratégias. A implementação (fase de execução) da Administração e Planejamento Estratégico começa com o estabelecimento e a compreensão dos objetivos e a serem alcançados. O estabelecimento de objetivos implica em rever e compreender a missão, os valores, a visão e o negócio da organização e sintonizá-los com a visão da mesma (é através dos objetivos atingidos que a visão da empresa se torna realidade). Mas, o que são objetivos? São postulados, ou seja, são alvos de longo prazo que se quer atingir e que contém uma substância qualitativa. Os objetivos determinam para onde a empresa deve dirigir seus esforços. Podem ser vistos como as pretensões ou propósitos da empresa. Um objetivo adequado deve ter seis características: 1) deve ser desafiante, porém viável; 2) deve ter prazo definido; 3) deve ser mensurável; 4) deve ser coerente com os outros objetivos da empresa; 5) deve ser consistente com os recursos internos; e 6) deve ser consistente com o ambiente externo. Objetivos definidos sem as características citadas anteriormente são, quase sempre, inúteis ao sucesso de uma organização. Neste momento sugere-se aos estrategistas que analisem os objetivos propostos na diretriz organizacional no sentido de verificar, sem sombra de dúvidas, que todos eles possuem as características listadas no parágrafo anterior. Caso um ou mais objetivos não Administração e Planejamento Estratégico Professor Mestre Edson Luiz Flores - 2 - edsonluiz.flores@terra.com.br sejam aprovados no “teste das seis características”, ele deve ser redefinido, suprimido ou adequado antes de prosseguir-se para a formulação das estratégias. No sentido de esclarecer o que são objetivos incompatíveis (incoerentes), seguem dois exemplos: objetivo de prestar os melhores serviços aos clientes é incompatível com o objetivo de diminuir os custos operacionais; o objetivo de reter os melhores talentos é incompatível com o objetivo de reduzir despesas com pessoal e treinamento. São quatro os norteadores na definição dos objetivos: em primeiro lugar, a definição do horizonte dos objetivos para acompanhar o horizonte do Planejamento Estratégico. Podem ter horizonte menor, mas não ultrapassar; em segundo, deve-se escolher temas pertinentes e não apenas “ter lucro” (não dá uma direção adequada a empresa); em terceiro, deve-se definir indicadores de desempenho do objetivo; por fim, é necessário a organização e controle tempestivo dos objetivos. A seguir alguns exemplos de objetivos com tema “crescimento”: • Empresa: Bradesco - Ter até dezembro de 2000, 10 milhões de clientes. Gazeta Mercantil 16/09/1999. • Empresa: Scania - Até o ano de 2002, ter 120 concessionários no Brasil. Revista Amanhã, fevereiro de 1999. • Empresa: Freios Bosch - Vendas externas representarem 50% do faturamento até 2001. Gazeta Mercantil Latino Americana 15/03/1999. • Empresa: Cia. Siderúrgica de Tubarão - Ampliar a capacidade de produção de 3,4 para 4,6 milhões de toneladas de placas de aço/ano até 2001. Gazeta Mercantil, Balanço anual, 30/06/1998. Alguns exemplos de objetivos com o tema “resultados”: • Empresa: Banco HSBC - Ser o banco mais lucrativo do mundo até 2002. Gazeta Mercantil 23/09/1999 • Empresa: Novartis AG (Defensivos agrícolas) - Ter até 2004, lucro superior a 20% na divisão de agrobusiness. Gazeta Mercantil, 16/09/1999. • Empresa: Dana Brasil - Triplicar a lucratividade da operação brasileira até 2005. Exame, 10/01/2001. Administração e Planejamento Estratégico Professor Mestre Edson Luiz Flores - 3 - edsonluiz.flores@terra.com.br Outra definição muito importante é a atribuição de indicadores de desempenho para cada objetivo (sugere-se, no mínimo, três indicadores de desempenho para medir a evolução de cada objetivo). Afinal, como afirmou William Edwards Deming (estatístico, guru do gerenciamento da qualidade): “Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, não há sucesso no que não se gerencia”. No momento de escolher os indicadores de desempenho, deve-se optar por aqueles que apresente as características descritas na tabela abaixo: Característica Significado / Explicação Disponibilidade Facilidade de acesso para coleta Simplicidade Facilidade de ser entendido Baixo custo de obtenção Benefício maior que o custo de obtenção Adaptabilidade Capacidade de resposta às mudanças Rastreabilidade Fácil identificação da origem dos dados Representatividade Ser importante e abrangente A tabela apresentada a seguir, mostra alguns exemplos de indicadores de desempenho vinculados a várias temáticas de objetivos (comuns em grande parte das organizações): Tema do Objetivo Exemplo de indicador de desempenho Crescimento Faturamento em R$ Market Share Vendas da empresa * 100 Vendas do setor Produtividade Vendas por m². Vendas por caixa. Unidades produzidas por funcionário/dia. Taxa de ocupação (hotel, restaurantes, estacionamentos, ônibus, avião, etc.). Administração e Planejamento Estratégico Professor Mestre Edson Luiz Flores - 4 - edsonluiz.flores@terra.com.br Qualidade Satisfação da equipe e ou clientes. Certificações série ISO. Pontuação em Premiações de Qualidade. PGQP – Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade. PNQP – Programa Nacional da Qualidade e Produtividade. Inovação % do faturamento aplicado em P&D. Quantidade de novos produtos/serviços por ano. Quantidade de novas patentes registradas por ano. Clientes Quantidades de clientes fidelizados * 100 Quantidade de clientes totais Participação nas compras totais dos clientes. Processos Internos Itens em estoque versus planejado. Percentual de matérias primas de classe “A”. Percentual de informatização. Aprendizado e crescimento Percentual de habilidades disponíveis X necessárias. Percentual de funcionários treinados. Percentual de rotatividade. Econômico-financeiros Lucratividade = lucros / vendas Margem bruta = lucro bruto / ROL Onde ROL é Receita Operacional Líquida Para relembrar: Objetivos = Onde queremos chegar? O que fazer? Ou seja, são resultados quantitativos e qualitativos que a empresa deverá alcançar em determinado período. Por outro lado, Estratégias = Por onde vamos chegar? Como fazer? Ou seja, as formas através das quais se alcançarão os objetivos da empresa. São as alternativas para se sair de um estado atual e se chegar a um estado futuro, dentro de uma perspectiva de sucesso. Empresas de sucesso possuem estratégias competitivas que: a diferenciam a empresa em relação à concorrência; e constituem o que a empresa decide fazer e não fazer, considerando o ambiente para concretizar a visão e atingir os objetivos, respeitando os princípios, visando cumprir a missão no seu ambiente de negócio. Administração e Planejamento Estratégico Professor Mestre Edson Luiz Flores - 5 -edsonluiz.flores@terra.com.br 1. Níveis de Estratégias Como já comentado anteriormente, depois que a organização efetuou o diagnóstico do ambiente externo (macro ambiente e ambiente setorial), o diagnóstico interno, a análise SWOT, a influência de possíveis cenários, e atualizou a sua diretriz organizacional (o negócio, a missão, os valores, a visão e os objetivos), a alta administração pode formular as estratégias da empresa. As estratégias existem em três níveis: nível empresarial; nível de unidade de negócios e nível funcional. 1.1 Estratégias de Nível Empresarial São as estratégias que a alta direção formula para toda a empresa. No nível empresarial, a questão estratégia básica que a alta direção enfrenta é: Em qual setor a empresa deve operar? A resposta a essa questão depende dos pontos fortes e fracos da empresa, bem como das oportunidades e ameaças impostas pelo ambiente. Existem três tipos diferentes de estratégias empresariais: de crescimento (com oito subtipos), de estabilidade e de redução (com três subtipos). Estratégias de Crescimento: Devem resultar em aumento das vendas ou da participação de mercado. a. Crescimento Interno - Estratégia de crescimento de nível empresarial em que uma empresa se expande internamente aumentando seu tamanho e seu volume de vendas em vez de adquirir outras empresas. Exemplo: McDonald’s, American Airlines. b. Integração Horizontal - Forma de aquisição na qual uma empresa se expande adquirindo outras empresas em sua mesma linha de negócios. Exemplo: Magazine Luiza comprou as Lojas Arno. c. Diferenciação Horizontal Relacionada - Forma de diversificação em que uma empresa expande-se adquirindo uma outra empresa de um setor externo a seu campo atual de operações, mas que está relacionada a suas competências essenciais. Exemplo: Coca-Cola comprou a Minute Maid (empresa de sucos de frutas). Administração e Planejamento Estratégico Professor Mestre Edson Luiz Flores - 6 - edsonluiz.flores@terra.com.br d. Diferenciação Horizontal não Relacionada - Forma de diversificação em que uma empresa expande-se adquirindo outra de setor diferente do seu. e. Integração Vertical de Empresas Relacionadas - Forma de integração em que uma empresa expande-se adquirindo uma outra com competências essenciais semelhantes ou complementares no canal de distribuição. Exemplos: IBM, Ford quando compram fornecedores que fazem P&D em tecnologias promissoras. f. Integração Vertical de Empresas não Relacionadas - Forma de integração em que uma empresa expande-se adquirindo outra que proverá uma sinergia limitada em seu canal de distribuição. g. Fusões - Estratégia de crescimento de nível empresarial em que uma empresa se combina com outra por meio de permuta de ações. Exemplo: Itaú e Unibanco. h. Alianças Estratégicas - Estratégia de nível empresarial em que duas ou mais empresas formam parceria para realizar projeto específico ou cooperar em uma área escolhida de negócios. Exemplo: Dell e Microsoft. Estratégias de Estabilidade Estratégia de nível empresarial que tem o intuito de manter o tamanho e suas linhas de negócios atuais da empresa. Há dois motivos para se adotar a estratégia corporativa de estabilidade. Em primeiro lugar, essa estratégia permite que a empresa concentre seus esforços administrativos nas empresas existentes, com o objetivo de aumentar suas posições competitivas. Ou seja, em vez de continuar acrescentando várias unidades de negócios diferentes, a administração pode concentrar-se na melhoria da produtividade e na inovação das empresas existente. Em segundo lugar, os altos administradores podem perceber que o custo de acrescentar novas empresas pode ser superior aos benefícios potenciais. Com o passar do tempo, entretanto, a empresa pode abandonar a estratégia de estabilidade e, em circunstâncias favoráveis, voltar a adotar uma das estratégias de crescimento ou, em condições menos favoráveis, uma das estratégias de redução. Administração e Planejamento Estratégico Professor Mestre Edson Luiz Flores - 7 - edsonluiz.flores@terra.com.br Estratégias de Redução As estratégias de crescimento e de estabilidade são geralmente adotadas por empresas que ocupam posições competitivas satisfatórias. Mas, quando o desempenho das unidades de negócios de uma empresa é abaixo do esperado ou, na pior das hipóteses, quando coloca a sobrevivência da empresa em jogo, estratégias de redução podem ser adequadas. As estratégias de redução podem tomar uma destas três formas: a. Reviravolta (turnaround) - Estratégia de redução de nível empresarial que tem o intuito de tornar a empresa mais enxuta e eficaz reduzindo custos ou reconsiderando suas linhas de produtos e mercados-alvos. b. Desinvestimento - Estratégia de redução de nível empresarial em que uma empresa vende uma ou mais se suas unidades de negócio. c. Liquidação - Estratégia de redução de nível empresarial em que uma empresa fecha uma ou mais unidades de negócio pela venda de seus ativos. 1.2 Estratégias de Nível de Unidade de Negócios Michael E. Porter identificou três estratégias genéricas que as organizações podem utilizar, individualmente ou em conjunto, para criar uma posição sustentável ao longo do tempo. São elas: 1) Liderança em Custos; 2) Diferenciação; e 3) Enfoque em Custos ou em Diferenciação. Empresas com estratégia indefinida em relação a produto e mercado certamente terão um pobre desempenho. A figura abaixo mostra as estratégias genéricas idealizadas por Porter, considerando o alvo e a vantagem estratégica imaginada. Administração e Planejamento Estratégico Professor Mestre Edson Luiz Flores - 8 - edsonluiz.flores@terra.com.br Liderança em custo - Posição que a empresa assume quando abre mão da diferenciação do produto / serviço. Assim, a única vantagem está em vender em grandes quantidades. Para se ter sucesso é necessário que o preço do produto / serviço esteja abaixo do praticado pelo concorrente. O preço é um dos principais atrativos para o cliente. O desafio é ser o fabricante ou prestador de serviço de menor custo do setor de mercado que atua. É muito aplicada em setores onde o produto em questão é uma “commodity”. Consiste em produzir um BOM produto ou serviço ao mais baixo custo possível. Para isso é preciso criar um “GAP” de custo sustentável face aos concorrentes, sendo necessário criar vantagem pela gestão superior dos direcionadores chaves de custos. Necessita obter rentabilidade acima da média com os preços médios da indústria. Mas, os líderes em custo (cost leaders) devem satisfazer um padrão adequado às necessidades do cliente e frequentemente implica “trade-offs” com a diferenciação. Para que uma organização tenha sucesso na estratégia de liderança em custo, ela deve prestar atenção nos direcionadores que influenciam nos custos que são: ganho de escala; experiência acumulada; grau de utilização da capacidade instalada; inter- relações, sinergia, integração; sincronismo; políticas de benefícios; localização; e fatores institucionais. Como conseguir “liderança em custo”? Executar com mais eficiência as atividades, reduzindo assim os custos, ou inovar, reinventando tais atividades. A estratégia de liderança em custo tem maior eficácia quando: • A competição é mais acirrada. • O produto é padronizado ou há muitos fornecedores. • Há poucas alternativas de diferenciar-se. • Trocar de fornecedores não envolve custos significativos. • Os compradores têm poder de barganha significativo. • Novos entrantes usam táticas de baixo preço para atrair clientes. Um exemplo clássico de empresas que se utilizam da liderança em custo são algumas redes de supermercados. Porém, existem algumas armadilhas na liderança em custos: não domínio dos custos reais; falsa percepção dos cost drivers; foco exclusivo na produção; falta na exploraçãodas ligações funcionais; níveis de custo próximos dos Administração e Planejamento Estratégico Professor Mestre Edson Luiz Flores - 9 - edsonluiz.flores@terra.com.br “diferenciadores”; ignorância do comportamento da concorrência; deficiente implementação; e no cost management program. O Wal-Mart é um exemplo clássico de organização que utiliza a liderança em custos. A referida empresa investe constantemente em novas tecnologias de automatização das vendas no varejo, minimizando o custo de estoque e propiciando quantidades exatas de produtos em hora e lugares corretos. Seus colaboradores que trabalham com laptops e palmtops permitindo executar novos pedidos e solicitações celeremente. Cada unidade negocial vincula-se a um sofisticado sistema de satélite. Além disto, há todo um sistema de distribuição física e logística amplamente conectados via satélite, constituindo-se no que se convencionou cognominar de milk run. Diferenciação - Agregar valor a um processo para torná-lo mais atrativo para o cliente, podendo envolver mudanças nas características ou no desempenho do produto / serviço. Principalmente em serviços, a diferenciação tem aderência com a velocidade em que é prestado ou com a personalização com que é oferecido. Organizações que optam pela diferenciação necessitam: • Dispor de bens ou serviços com características superiores, mais atraentes ou com maior valor para os clientes. • A diferenciação pode ser baseada no produto, no marketing de venda, no sistema de distribuição e entrega, na qualidade, na inovação e etc. • Selecionar uma ou mais necessidades que têm valor para o cliente. • Atingir e manter uma performance superior ao satisfazer tais necessidades de forma única. • Suportar alguns custos adicionais se for necessário. • Diferenciação conduz a uma rentabilidade acima da média desde que os custos se mantenham próximos aos dos concorrentes. • Diferenciação implica quase sempre “trade-offs” com a posição de custo. • Diferenciação torna difícil um elevado market-share. Administração e Planejamento Estratégico Professor Mestre Edson Luiz Flores - 10 - edsonluiz.flores@terra.com.br No longo prazo, para ser sustentável e lucrativa, a estratégia de nível de unidade de negócios do tipo diferenciação necessita: • De produtos ou serviços inovadores e/ou; superioridade técnica e/ou; qualidade e confiabilidade e/ou. • Atendimento amplo e eficaz ao cliente. • Durabilidade das fontes de diferenciação. • Múltiplas fontes de diferenciação. • Outras capacidades competitivas únicas. A diferenciação funciona melhor quando houver mais possibilidades de diferenciação do produto ou serviço. Houver diferenças de necessidades e/ou usos. Não existir movimentos dos concorrentes na mesma direção. E as mudanças tecnológicas e os novos produtos forem frequentes. Na adoção da diferenciação, deve-se evitar armadilhas usuais como: • Criar diferenciação que os clientes não valorizam. • Cobrar um prêmio de preço excessivo. • Falhar em compreender os custos de diferenciação. • Ignorar os “sinais de valor” para o cliente. • Falhar na identificação dos segmentos de cliente. • Criar diferenciação que os concorrentes podem imitar facilmente com pouco custo. Um exemplo de empresa que se utiliza da diferenciação é a Gillette. Empresa do ramo de barbeadores que possui forte investimento em P&D, sempre lançando novos modelos. Seus produtos com características físicas diferenciadas dos outros barbeadores, promovendo um melhor corte no uso, sem irritação na pele. Custam de 30% a 60% mais caros que os das concorrentes. A empresa possui boa parte da fatia de mercado de barbeadores no país e construiu uma marca forte que fideliza parte dos consumidores, que optam por pagar mais pelos produtos. Outros exemplos: Administração e Planejamento Estratégico Professor Mestre Edson Luiz Flores - 11 - edsonluiz.flores@terra.com.br • SADIA � Praticidade de Qualidade • FEDEX � Serviço superior e entrega rápida • 3M � Liderança Tecnologia • Mercedes-Benz � Engenharia e Performance Enfoque em Custos ou em Diferenciação - Significa a escolha de um alvo restrito, no qual, utilizando-se da diferenciação ou da liderança em custo, a organização se especializa no atendimento de segmentos ou nichos específicos. Assim, não busca uma vantagem competitiva em relação à concorrência em geral. Tem como base a identificação de nichos de mercado, restringindo a competição a um segmento específico que a empresa tenha condições de atender melhor e/ou com preços mais baixos do que a concorrência. Um nicho é atrativo quando: • Tem dimensão e potencial de crescimento. • Não for fundamental para os líderes do setor. • Os concorrentes não conseguem atender às necessidades específicas dos clientes. • Os recursos e capacidades da empresa possam atender efetivamente o nicho. • Poucos concorrentes dedicam-se ao nicho. • For possível atender melhor os clientes e defender-se das mudanças. No momento de adotar a estratégia de nível de unidade de negócios, deve-se observar as bases para o enfoque que consideram: a variedade de produto; o tipo de cliente; o canal de distribuição; e a área geográfica. A PROXIS Contact Center é uma empresa que adotou a estratégia de unidade de negócios de enfoque em diferenciação. A empresa é um call center de luxo, que cresceu 43% em 2006, depois de enxergar um nicho desprezado pelos grandes centros de Administração e Planejamento Estratégico Professor Mestre Edson Luiz Flores - 12 - edsonluiz.flores@terra.com.br atendimento telefônico. Isso mostra como uma pequena empresa (nicho) pode inverter a lógica dos líderes de seu mercado. Ao oferecer serviços especializados - mais demorados e com atendentes talhados para o tipo de atividade. A empresa cobra até 100% a mais que a média do mercado. A PROXIS atende 3 das 6 marcas mais valiosas do mundo como a Microsoft, GE e Toyota, sendo que a empresa também teve em seu rol de clientes a IBM. 1.3 Estratégias de Nível Funcional São as estratégias buscadas pelas áreas funcionais de uma unidade de negócio. Os administradores devem estar cientes de que essas funções são inter-relacionadas. Cada área funcional, para realizar seu propósito e agregar valor, deve mesclar suas atividades com as de outros departamentos funcionais. Compras e Materiais A estratégia de compras de uma unidade de negócios varia dependendo de qual estratégia genérica ela adota. Empresas que utilizam a estratégia de liderança em custos ou de enfoque em custos enfatizam as compras ao menor custo possível. As empresas que utilizam a estratégia de diferenciação ou de enfoque em diferenciação valorizam a busca de insumos de alta qualidade, mesmo que custem mais caro que outras ofertas alternativas. As compras são o primeiro passo do processo de administração de materiais, sendo seguidas pelas funções de armazenamento e controle de estoque. A última tendência em administração de materiais, o sistema just in time (JIT), une estas três funções. Produção / Operações Pequenas UN (Unidades de Negócios) que competem com a estratégia de enfoque em custos enfatizam um pequeno investimento inicial em suas fábricas, equipamentos e pontos de saída, no intuito de manter baixos seus custos fixos, e tentam também manter seus custos operacionais variáveis no nível mínimo. Pequenas UN que competem com a estratégia de enfoque em diferenciação enfatizam estratégias de administração de produção/operações que geram qualidade superior. Administração e Planejamento Estratégico Professor Mestre Edson Luiz Flores - 13 - edsonluiz.flores@terra.com.br Grandes UN, por outro lado, são capazes de obter vantagens com a curva da experiência, utilizando o aprendizado, economias de escala. Mas a utilização da curva de experiência acarreta riscos,como a empresa ficar presa a tecnologia que se tornou obsoleta. Finanças As UN que escolhem as estratégias genéricas de liderança em custos ou enfoque em custos buscam estratégias financeiras que têm por objetivo reduzir seus custos financeiros. Assim, na medida do possível, elas tentam manter seus custos dentro dos limites dos fundos que podem gerar com suas operações. Empréstimos preferencialmente em épocas que o custo do crédito é relativamente baixo. Venda de ações ordinárias para gerar fundos são feitas com muito cuidado em momentos que coincida com o mercado em expansão. Além disso, essas empresas tentam programar suas compras de equipamentos importantes dos produtores estrangeiros quando o câmbio estiver favorável. As UN que escolhem as estratégias genéricas de diferenciação ou de enfoque em diferenciação buscam estratégias que possam financiar as melhorias da qualidade. Com o propósito de se manterem atualizadas com as melhorias ou inovações dos concorrentes, elas orientam seus esforços financeiros para incrementar seus resultados atuais e futuros. Se os fundos internos não são suficientes, elas tentam levantar dinheiro ou vendendo ações ordinárias ou fazendo empréstimos. As ações podem ser vendidas mesmo que os preços das ações em geral estejam baixos e empréstimos podem ser feitos mesmo que as taxas de juros estejam altas. Isso porque as UN fixam sua mais alta prioridade na manutenção da melhoria da qualidade e não em considerações financeiras. Pesquisa e Desenvolvimento A área de P&D tem dois componentes básicos: P&D de produtos/serviços e P&D de processos. P&D de processos tem como objetivo reduzir custos de operações e também torná-las mais eficientes. Quanto mais dinâmico o setor, mais importante tornam- se os esforços de P&D dos dois tipos. Peter Drucker enfatiza a importância tanto do P&D de processos como do P&D de produtos/serviços. Ele insiste em que as empresas japonesas “abandonam” seus novos produtos assim que eles chegam ao mercado. Administração e Planejamento Estratégico Professor Mestre Edson Luiz Flores - 14 - edsonluiz.flores@terra.com.br Essa decisão de minimizar o ciclo de vida de cada novo produto força os japoneses a desenvolver novos produtos imediatamente para substituir os que estão atualmente no mercado. Com ciclos assim tão curtos acreditam eles, proporciona-lhes uma considerável vantagem. Gestão de Pessoas As estratégias de administração de gestão de pessoas incluem atividades principais como: Planejamento de necessidades futuras de RH; Recrutamento de funcionários; Atribuições de cargos; Compensações; Avaliações de desempenho; Desenvolvimento de pessoal; Melhoria do ambiente de trabalho. Empresas que adotam a diferenciação ou o enfoque em diferenciação tem o objetivo é formar uma força de trabalho que possibilite à organização atingir seus objetivos. A força de trabalho moderna é frequentemente caracterizada como “diversificada”. Essa diversidade crescente da força de trabalho exige a mudança das práticas e políticas organizacionais, no sentido de responder as necessidades dos funcionários. Atrair o que há de melhor na nova força de trabalho é pré-requisito para reduzir custos e/ou aumentar a diferenciação. Empresas que adotam a liderança em custo ou o enfoque em custos devem recompensar funcionários que ajudam a reduzir seus custos operacionais. Empresa que adotam a diferenciação ou o enfoque em diferenciação devem estabelecer sistemas de recompensas que encorajem melhorias ou inovações em produtos/serviços. Marketing A função do marketing consiste em quatro dimensões: Produtos/Serviços; Fixação de Preços; Canais de Distribuição/Localização de Revendas; e Promoção. UN que adotam a liderança em custos ou o enfoque em custos costumam oferecer produtos/serviços sem diferenciação, porém de boa qualidade (relação custo/benefício). A rede “Motel 6”, por exemplo, oferece poucos serviços. Todavia, seus quartos são limpos, contendo peças e móveis confortáveis, mas de preço baixos. Também não há restaurantes nem salas de conferência. O nome simples tem uma marca tem a intenção de passar a impressão de serviços baratos. Administração e Planejamento Estratégico Professor Mestre Edson Luiz Flores - 15 - edsonluiz.flores@terra.com.br UN que optam pela estratégia genérica de diferenciação ou enfoque em diferenciação fazem o marketing de seus produtos/serviços com foco na qualidade e na diferenciação. Por exemplo, o Holiday Inn oferece quartos maiores que o Motel 6. Além disso, seus hotéis também possuem restaurantes, lojas, piscinas e salas de conferência. A localização dos hotéis também é diferenciada em relação ao Motel 6. Assim, pelos apartamentos do Holiday Inn, são cobrados preços medianos e altos, dependendo da situação competitiva e os esforços promocionais passam uma imagem de qualidade diferenciada. Sistemas de Informação Unindo todas as funções está o sistema de informações da organização. Sistemas de informações bem estruturados são capazes de cortar custos internos e ao mesmo tempo promover a diferenciação e a qualidade por meio de respostas mais rápidas às necessidades do mercado. No setor de entrega de encomendas, por exemplo, a UPS e algumas de suas concorrentes como a Federal Express utilizam suas competências essenciais em administração de sistemas de informação para manter seus custos baixos e ao mesmo tempo oferecer aos clientes um serviço excelente (diferenciação). Sintetizando ... Administração e Planejamento Estratégico Professor Mestre Edson Luiz Flores - 16 - edsonluiz.flores@terra.com.br Grupo nº ________ Sala: ________ Data: _____/_____/ ______ Componentes do Grupo: 1___________________________________ 2___________________________________ 3___________________________________ 4___________________________________ 5___________________________________ 6___________________________________ 7___________________________________ Formulação da Estratégia Organizacional - Exercício Caso Analisado: ______________________________________________________________________ Estratégia de Nível Empresarial escolhida: _____________________________________________ Justificativa: ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ Estratégia Genérica escolhida: _______________________________________________________ Justificativa: ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ Administração e Planejamento Estratégico Professor Mestre Edson Luiz Flores - 17 - edsonluiz.flores@terra.com.br Área Funcional 1: ______________________________ Descrição da Estratégia Funcional: ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ÁreaFuncional 2: ______________________________ Descrição da Estratégia Funcional: ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ Área Funcional 3: ______________________________ Descrição da Estratégia Funcional: ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________
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