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APG’S PRIMEIRO PERÍODO – MEDICINA – UNIVAÇO Naiara Fernandes Pimentel BATIMENTOS CARDÍACOS ANATOMIA O coração é composto por 3 tipos de músculos: músculo atrial, músculo ventricular e fibras excitatórias e condutoras. Os músculos atrial e ventricular se contraem semelhante ao músculo esquelético, mas com duração muito maior. Já as fibras se contraem fracamente, por conterem poucas fibras contráteis. Elas possuem descargas elétricas rítmicas – ou potenciais de ação – que controlam o ritmo do batimento cardíaco. Contração do músculo esquelético/cardíaco Sarcômero: filamentos finos e grossos que se sobrepõem parcialmente. A contração deve-se ao deslizamento dos filamentos uns sobre os outros. A ATP liga-se à ATPase das cabeças de miosina. Ca2+ combina-se com a unidade TnC da troponina, o que muda a configuração espacial das 3 subunidades de troponina e empurra a molécula de tropomiosina mais para dentro do sulco da hélice de actina. A miosina e a actina interagem. ATP libera ADP, Pi (fosfato) e energia. Ocorre, então, deformação da cabeça e de parte do bastão da miosina. O movimento da cabeça da miosina empurra o filamento de actina, promovendo seu deslizamento sobre o filamento de miosina. A miosina, por sua vez, só retorna ao seu formato primitivo após se ligar novamente com ATP. Histologia do músculo cardíaco Endocárdio: envolve todo o coração; Miocárdio: tecido muscular estriado cardíaco. Contém miofibrilas com filamentos de actina e miosina. As células são alongadas e ramificadas e entre elas há junções: os discos intercalares; Epicárdio: Tecido adiposo. Visto principalmente na base do coração. O saco é formado por pericárdio fibroso e seroso. As células do miocárdio têm caráter sincicial (a conexão dessas células permite que haja influxo de íons de uma célula a outra, de forma que o impulso seja passado durante a polarização e despolarização), ou seja, são células individuais, mas que são conectadas entre si pelos discos intercalares. Nesses discos, há junções gap que permitem a passagem de potenciais de ação pela difusão de íons. Valvas: Ambas funcionam mantendo o fluxo cardíaco unidirecional; o Valvas atrioventriculares (tricúspide e mitral): evitam o refluxo de sangue dos ventrículos para os átrios. Se abrem e se fecham passivamente de acordo com o gradiente de pressão; o Valvas semilulares (aórticas e pulmonares): evitam o refluxo de sangue das artérias para os ventrículos. Sistema Cardiovascular Tem como função regular a pressão sanguínea arterial, regulação da temperatura corporal, etc. Artérias: função de levar o sangue originado para os órgãos e periferias. Possuem parede espessa, tecido elástico e bem desenvolvido. Suportam altas pressões (volume “estressado”); Arteríolas: São os menores ramos das artérias; Veias: São vasos que possuem alta capacitância, ou seja, capacidade de armazenar sangue em grande quantidade em baixas pressões (volume não estressado); Vênulas: Assim como os capilares, possuem a parede fina. Potencial de Ação do músculo cardíaco Trata-se de uma ativação elétrica para que o ventrículo seja uma bomba, ou seja, para haver contração (despolarização). Essa ativação elétrica normalmente é originada no Nodo Sinoatrial (NSA), que após o início da PA, irá seguir uma sequência cronometrada por todo o músculo cardíaco. Essa sequência é de extrema importância, pois é necessário que os átrios sejam contraídos antes (1/6 segundo antes) que os ventrículos. Sequência de passagem do PA: o NSA: serve como um “marcapasso” natural, que dá o início da ativação elétrica. As fibras desse nodo possuem capacidade de autoexcitação devido ao vazamento de íons Na+ para dentro das células; o Nodo atrioventricular: apresenta uma condução mais lenta que em outros tecidos, por isso assegura tempo necessário para que os ventrículos se encham antes de serem contraídos; o Feixe de His (comum); o Feixe de His (ramos direito e esquerdo); o Fibras de Purkinje. Fases do PA: o Fase 0 - curso ascendente: é a fase de despolarização rápida, que é causada pelo aumento de íons Na+ para dentro da célula; o Fase 1 – repolarização inicial: fechamento das comportas de Na+ e aumento da saída de K+ para fora da célula; o Fase 2 – platô: ocorrência de um longo período de potencial de membrana despolarizado e estável nas fibras ventriculares e de Purkinje. Para que isso ocorra, é necessário que as correntes de efluxo e influxo de Na+ e K+ sejam iguais. E para isso, há aumento na condutância de Ca2+ (corrente lenta de influxo). Portanto, há abertura dos canais de Ca2+; o Fase 3 – repolarização rápida: correntes maiores de efluxo de K+ do que as de influxo. Há diminuição de Ca2+e aumento de K+; o Fase 4 - potencial de membrana em repouso: estabilidade de influxo e efluxo. Ciclo Cardíaco É o conjunto de eventos cardíacos que ocorre do início até o fim de um batimento cardíaco. Inicia-se pela PA no NSA. Os átrios são considerados bomba de escorva, pois de contraem antes e bombeiam sangue para os ventrículos antes da contração ventricular; Sístole: período de contração e de esvaziamento; Diástole: período de relaxamento e enchimento. A duração do ciclo cardíaco é inversamente proporcional à frequência cardíaca (FC). Quando há aumento da FC, há diminuição do ciclo cardíaco, além de diminuição da duração da PA e do período de sístole (contração). Ou seja, quando o coração está com a frequência muito alta, ele não permanece relaxado tempo suficiente para que todas as câmaras encham por completo antes da próxima contração. Frequência Cardíaca O sistema nervoso autônomo (simpático e parassimpático) atuam no ajuste da FC para a manutenção da homeostase; A variabilidade da FC é condicionada por vários fatores: idade, sexo, capacidade funcional, enfermidades. O que é preciso avaliar: o Frequência do pulso – número de batimentos por minuto (BPM); o Volume (intensidade de pressão) – forte e cheio/fraco e fino; o Ritmo (regularidade do intervalo): regular ou irregular; o Valores normais: 60 a 100 BPM. Terminologia: o Bradicardia: FC abaixo do valor normal (60BPM); o Taquicardia: FC acima do valor normal (100BPM); o Taquisfigmia: pulso fino e taquicárdico; o Bradisfigmia: pulso fino e bradicárdico. CORAÇÃO DE ATLETA: HIPERTROFIA CARDÍACA Hipertrofia cardíaca Constitui-se num mecanismo adaptativo do coração em resposta a um aumento de sua atividade ou de sobrecarga funcional. Pode-se dizer que esta adaptação pode se dar em resposta a: o Aumento da necessidade metabólica que impõe um aumento do débito cardíaco (DC) (volume de sangue ejetado por minuto, é a intensidade com que o sangue é bombeado pelos ventrículos). Condição observada devido a exercícios físicos e/ou induções hormonais (tiroxina, isoproterenol); o Aumento de carga pressórica ou de volume, condição observada como resposta adaptativa a condições patológicas, como a hipertensão arterial, estenose (estreitamento da valva aorta) e etc; o Mecanismos intrínsecos de natureza genética. O resultado desse aumento de trabalho do coração traduz-se num aumento de massa cardíaca devido ao crescimento dos miócitos (célular que constituem o músculo). Tipos de hipertrofia o Hipertrofias concêntricas: aumento da massa ventricular devido ao aumento da espessura da parede e redução dos diâmetros cavitários (ventrículo desenvolve-se em alta pressão). Ocorre com o aumento de resistência à ejeção ou à sobrecarga de pressão; Crescimento dos miócitos pela adição de sarcômeros em paralelo (aumento da seção transversa); Força proporcional; Velocidade inversamente proporcional; Uso da força (judô, levantamento de peso). o Hipertrofias excêntricas: Aumento da massa ventriculare da espessura da parede ventricular, mas com aumento dos diâmetros cavitários; Ocorre com aumento da sobrecarga de volume; Crescimento dos miócitos pela adição de sarcômeros em série; Força inversamente proporcional; Velocidade proporcional. Características diferenciais de um coração de atleta 1. FC menor que a média considerada normal em repouso (bradicárdico); 2. Débito cardíaco mais elevado que o habitual; 3. Maior consumo máximo de O2; 4. Volume cardíaco acima do normal; 5. Dilatação e hipertrofia do coração, com valores acima dos normais, mas abaixo dos portadores de patologias cardíacas. Fatores que levam à hipertrofia no atleta No treinamento aeróbio de alta intensidade (longas corridas, ciclismo, natação): aumento do DC através da elevação do volume sistólico (volume de sangue bombeado pelo v. esquerdo) e da FC, associado ao provável caráter genético-racial e com fatores ambientais presentes (influência do tempo de treino e da qualidade do estímulo físico-esportivo em uma mesma modalidade -> diferentes funções do atleta na equipe). Riscos: Apesar de o coração do atleta manter suas funcionalidades intactas (e ser até mais eficiente que o coração de uma pessoa sedentária, por ter um batimento cardíaco com maior volume de sangue bombeado e em menor quantidade de número de BPM) a elevada intensidade e grande duração na solicitação do aparelho circulatório normal num treinamento, superando os limites fisiológicos seguros pode causar graves danos cardiológicos. O atleta que condiciona seu corpo ao overtraining pode apresentar sintomas, como irritabilidade, insônia, fadiga não usual em exercícios habituais, FC elevada no sono e em repouso, moderado edema nos tornozelos, presença de arritmias potencialmente danosas, etc. PRONTUÁRIO DO PACIENTE E ÉTICA MÉDICA Capítulo III – Deveres e proibições Art. 20 – Escrever de forma completa, clara e legível no prontuário do paciente; É vedado ao estudante de medicina: Art. 21 – Prestar assistência médica sob sua exclusiva responsabilidade sem a supervisão de um médico. Capítulo IV – Relação com o paciente São deveres do estudante de medicina: Art. 43 – Apresentar-se condignamente, cultivando hábitos e maneiras que façam ver ao paciente o interesse e o respeito de que ele é merecedor. Art. 44 – Respeitar o pudor do paciente. Capítulo V – O sigilo em medicina Art. 49 – O estudante deve manter sigilo e confidencialidade das informações e fatos, sobre o paciente, de que tenha conhecimento no exercício da atividade médico-estudantil. Capítulo Vii – Relação com instituições, profissionais da saúde, colegas, professores e orientadores Art. 68 – É dever do estudante de medicina agir com solidariedade e respeito mútuo entre colegas, professores, orientadores e outros profissionais da saúde visando o bom relacionamento entre todos. Art. 72 – O estudante de medicina deve dirigir-se ao seu superior imediato quando julga necessário fazer reclamações das atividades profissionais desenvolvidas por outros profissionais do setor da saúde. Capítulo VIII – Internato Art. 74 – O estudante de medicina, obrigatoriamente, deverá ter sempre a supervisão de preceptores em suas atividades práticas como interno. O Prontuário Médico Documento elaborado pelo profissional, ferramenta de trabalho. Nele constam, de forma organizada e concisa, todos os dados relativos ao paciente, como seu histórico familiar, anamnese, descrição e evolução dos sintomas e exames, além das indicações de tratamentos e prescrições. Seu principal objetivo é facilitar assistência ao paciente. Sem o prontuário, a continuidade no atendimento e tratamento fica comprometida. O prontuário eletrônico: possibilita o manuseio e atualização de forma mais prática e eficiente, além de seu amplo compartilhamento. MÁ FORMAÇÃO CARDÍACA O sistema circulatório é um dos primeiros a se formar no embrião e o coração é o primeiro órgão funcional, uma vez que a nutrição por difusão não satisfaz mais e o desenvolvimento pede, cada vez mais, oxigênio e nutrientes. Início: 18º ou 19º dia após a fertilização (metade da 3ª semana) se desenvolve no mesoderma lateral esplâncnico, numa área denominada área cardiogênica, cranial às pregas neurais. Em resposta a sinais vindos da endoderme, as células dessa região formam um par de cordões alongados, denominado cordões angioblásticos, que se fundem formando o tubo cardíaco. No 22º dia, o tubo cardíaco primitivo se desenvolve em 5 regiões distintas e começa a bombear sangue. Da extremidade caudal a cranial: seio venoso, átrio primitivo, ventrículo primitivo, bulbo cardíaco, tronco arterial. No 23º dia, o tubo cardíaco primitivo se alonga; como o bulbo cardíaco e o ventrículo primitivo crescem mais rapidamente do que as outras partes do tubo e como as extremidades arteriais e venosas do tubo estão confinadas pelo pericárdio, o tubo começa a se curvar e dobrar (dobramento dorsocefálico ventrocaudal). Por volta do 28º dia, os átrios e ventrículos já assumiram suas posições adultas finais. Além disso, é nessa fase que aparecem os coxins endocárdicos (crescem em direção oposto, fundem-se separando os átrios dos ventrículos. Além disso, o septo interatrial cresce em direção aos coxins fundidos): espessamento da mesoderme do revestimento interno do coração. Já a formação do septo interventricular ocorre pela separação entre o bulbo cardíaco (VD) e o ventrículo primitivo (VE): o assoalho ventricular cresce em direção, também, aos coxins. Fatores que podem predispor as má formações cardíacas o Hereditariedade: filhos nascidos com deformidade; genética; o Diabetes tipo 1 ou 2 durante a gravidez; o Uso de drogas teratogênicas (medicamentos, substâncias químicas, drogas, radioterapia, etc); o Exposição à radiação; o Infecções congênitas: rubéola, toxoplasmose; o Idade da mãe; o Síndromes cromossômicas (até 30% dos portadores de Síndrome de Down possuem cardiopatia). Principais tipos de mal formações cardíacas o Comunicação interventricular e interatrial; o Truncus arteriosus: artéria pulmonar e art. Aorta unidas num grande vaso; o Tetralogia de Falot: grande defeito do septo interventricular, obstrução da via de saíde do VD, estenose da valva pulmonar, excesso de cavalgamento da aorta (aorta posicionada diretamente sobre um defeito do septo ventricular); o Estenose valvar aórtica; o Coactação da aorta; o Anomalia de Ebsten da valva tricúspide; o Forame oval restritivo. AMIGDALITE E FEBRE REUMÁTICA Como a amigdalite pode evoluir para febre reumática A amigdalite bacteriana é causada pela bactéria Streptococcus pyogenes, mais conhecida como estreptococo do grupo A. Essas bactérias liberam várias proteínas diferentes, contra as quais o sistema reticuloendotelial das pessoas produz anticorpos. Os anticorpos reagem, não apenas com a proteína estreptocócica, mas também com outros tecidos proteicos do corpo, causando, muitas vezes, grave lesão imunológica, o que provoca a febre reumática. Funcionamento do sistema imune A função fisiológica do sistema imune é a defesa contra microrganismos infecciosos. Entretanto, mesmo substâncias estranhas não infecciosas podem elicitar respostas imunes. Além disso, mecanismos que normalmente protegem os indivíduos contra uma infecção e eliminam substâncias estranhas também são capazes de causar lesão tecidual e doenças em algumas situações. Portanto, uma definição mais inclusiva da resposta imune é uma reação aos componentes de microrganismos, bem como a macromoléculas, tais como proteínas e polissacarídios, e pequenos agentes químicos que são reconhecidos como estranhos, independentemente da consequência fisiológica ou patológica de tal reação. Sob certas situações,mesmo moléculas próprias podem elicitar respostas imunes (as chamadas doenças autoimunes). Consequências da amigdalite/febre reumática no coração. As lesões da febre reumática aguda ocorrem, com frequência, simultaneamente em folhetos valvares adjacentes, de modo que as bordas desses folhetos ficam presas umas às outras. Dessa forma, em semanas, meses ou anos, as lesões se transformam em tecido cicatricial, fundindo, permanentemente, partes dos folhetos valvares adjacentes. Além disso, as bordas livres dos folhetos, que em condições normais são delgadas e livres para se mover, passam a ser, muitas vezes, massas sólidas e fibróticas. A valva onde os folhetos aderem uns aos outros, de forma tão extensa que o sangue não consegue fluir através dela, é dita estar estenosada. Por outro lado, quando as margens valvares estão muito destruídas, pelo tecido cicatricial, impedindo seu fechamento enquanto os ventrículos se contraem, ocorre regurgitação (refluxo) do sangue quando a valva deveria estar fechada. A estenose costuma não ocorrer sem a existência de pelo menos algum grau de regurgitação e vice-versa. Células sanguíneas de defesa (relação antígeno-anticorpo) o Neutrófilo: fagocitose de bactérias e fungos; o Eosinófilo: defesa contra helmintos parasitos; modulação do processo inflamatório; participação em reações alérgicas; ação antiviral; o Basófilo: liberação de histamina e outros mediadores de inflamação; participação em reações alérgicas; imunomodulação de linfócitos T; o Monócito: diferenciação em macrófagos teciduais, que fagocitam, matam e digerem protozoários, certas bactérias, vírus e células senescentes; apresentação de antígenos para linfócitos; o Linfócito B: diferenciação em plasmócitos (células produtoras de anticorpos); o Linfócito T: destruição de células infectadas; modulação de atividades de outros leucócitos; o Linfócito NK: destruição de células tumorais e de células infectadas por vírus; Os plasmócitos são células derivadas dos linfócitos B e responsáveis pela síntese de anticorpos. Anticorpos são glicoproteínas da família das imunoglobulinas produzidas em resposta à penetração de moléculas estranhas ao organismo, que recebem o nome de antígenos. Cada anticorpo formado é específico para o antígeno que provocou sua formação e se combina especificamente com o mesmo, embora algumas vezes possa combinar-se com outro antígeno que tenha configuração molecular muito semelhante. Os efeitos da reação antígeno- anticorpo são muito variados, podendo neutralizar as ações prejudiciais que o antígeno teria sobre o organismo. Quando o antígeno é uma toxina (tetânica, diftérica), esta pode perder sua capacidade de causar dano ao organismo, ao se combinar com o respectivo anticorpo. A análise do complexo antígeno-anticorpo por cristalografia por raios X demonstrou que as alças hipervariáveis (regiões determinantes da complementaridade, DCRs) das regiões V das imunoglobulinas determinam a especificidade dos anti-corpos. No caso dos antígenos proteicos, a molécula do anticorpo faz contato com o antígeno sobre uma larga área de sua superfície, que é complementar à superfície antigênica reconhecida. Interações eletrostáticas, pontes de hidrogênio, forças de van der Waals e interações hidrofóbicas podem contribuir para a ligação. Dependendo do tamanho do antígeno, as cadeias laterais dos aminoácidos, na maioria ou em todas as CDRs, fazem contato com o antígeno e determinam a especificidade e a afinidade da interação. Outras partes da região V desempenham papel menos importante no contato direto com o antígeno, mas fornecem uma sustentação estrutural estável para as CDRs e ajudam a determinar sua posição e conformação. Os anticorpos produzidos contra proteínas nativas normalmente se ligam à superfície da proteína e estabelecem contato com resíduos descontínuos da estrutura primária da molécula; embora possam ocasionalmente ligar-se a fragmentos peptídicos da proteína e possam às vezes ser usados para detectar uma molécula de proteína nativa. Os peptídeos ligam-se ao anticorpo na fenda entre as regiões V das cadeias leves e pesadas, onde fazem contato específico com algumas, mas não necessariamente com todas as CDRs. Esse é também o modo usual de ligação com antígenos de carboidratos e com moléculas pequenas, como os haptenos. Anatomia e funcionamento das válvulas cardíacas O coração possui duas valvas atrioventriculares, cada uma situada entre um átrio e um ventrículo. A valva atrioventricular direita é composta por 3 válvulas (valva tricúspide). A valva atrioventricular esquerda é composta por duas válvulas (valva bicúspide ou mitral). As valvas atrioventriculares estão ancoradas nos músculos papilares por meio das cordas tendíneas, que impedem o prolapso das valvas. Além destas, existem, entre os ventrículos e os grandes vasos, a valva da aorta, à esquerda, e a valva do tronco pulmonar, à direita, formadas – cada uma – por 3 válvulas semilunares. Durante a fase de expulsão (sístole), na qual o sangue é ejetado dos ventrículos para os grandes vasos, as válvulas semilunares das valvas da aorta e do tronco pulmonar se abrem e as valvas atrioventriculares se fecham. Na fase de enchimento (diástole), as valvas atrioventriculares de abrem, de modo que o sangue dos átrios flua para os ventrículos. As valvas da aorta e do tronco pulmonar estão fechadas. Caso as valvas apresentem estreitamentos (estenoses) ou não se fechem adequadamente (insuficiência) originam-se sopros cardíacos. Se durante a sístole aparecer um sopro em relação a uma valva atrioventricular, isto é considerado insuficiência, uma vez que a valva nessa fase deve estar fechada. Caso o sopro seja ouvido na diástole com relação a uma valva atrioventricular, isto indica estenose, uma vez que a valva deve estar aberta na fase de enchimento. No caso das valvas da aorta e do tronco pulmonar, estas se comportam de modo exatamente inverso. As estenoses podem ser congênitas ou adquiridas (doenças reumáticas, endocardite bacteriana). As insuficiências são habitualmente adquiridas e também podem ser causadas por infarto do miocárdio, quando os músculos papilares – que ancoram as valvas atrioventriculares – são lesados. Agente etiológico da febre reumática Streptococcus pyogenes é uma espécie de bactérias Gram- positivas com morfologia de coco, pertencentes ao gênero Streptococcus beta-hemolítico do grupo A de Lancefield. ATEROSCLEROSE Morfologia das artérias Componentes estruturais básicos: endotélio, tecido muscular e tecido conjuntivo. Endotélio Superfície interna de todos os vasos sanguíneos e linfáticos; Única camada de epitélio pavimentoso; Originado do mesênquima; Barreira semipermeável interposta entre 2 compartimentos do meio interno: o plasma sanguíneo e o fluxo intersticial; Restringe o transporte de macromoléculas; Ação anti-trombogênica, impedindo a coagulação do sangue; Conversão de angiotensina I pra angiotensina II; Conversão de bradicinina, serotonina, prostaglandinas, norepinefrina, trombina, etc, em compostos biologicamente inertes; Lipólise de lipoproteínas por enzimas localizadas na superfície das células endoteliais para transformá-las em triglicerídeos e colesterol; Produção de fatores vasoativos, que influenciam o tônus vascular, como as endotelinas, os agentes vasoconstritivos, como óxido nítrico, e os fatores de relaxamento. Tecido muscular liso Localizado na túnica média; Camadas helicoidais/ Conectadas por junções GAP; Cada célula muscular é envolta por uma lâmina basal e tecido conjuntivo. Tecido Conjuntivo Fibras colágenas; Fibras elásticas; SFA; Glicosaminoglicanos; Durante o envelhecimento, a matriz extracelular torna-se desorganizada em consequência do aumento da secreção dos colágenos tipoI e III e de alguns glicosaminoglicanos. Alterações na conformação molecular da elastina e outras glicoproteínas também ocorrem e podem facilitar a deposição de lipoproteínas e cálcio nos tecidos, com subsequente calcificação. Modificações de componentes da matriz extracelular associadas a outros fatores mais complexos podem levar à formação de placas de ateroma na parede dos vasos sanguíneos. Túnica íntima Células endoteliais apoiadas em uma camada de tecido conjuntivo frouxo; Em artérias, está separada da túnica média por uma lâmina elástica interna; Fenestras: abertura que possibilita difusão de substâncias. Túnica média Camadas concêntricas de células musculares lisas; Matriz extracelular: fibras e lamelas elásticas, fibras reticulares (colágeno tipo III), proteoglicanos e glicoproteínas; Produção de moléculas da matriz extracelular. Túnica adventícia Colágeno tipo I + fibras elásticas; Vasa vasorum: proveem à adventícia e à média metabólitos (mais frequentes em veias). Grandes artérias elásticas Estabilizam o fluxo sanguíneo; Aorta e seus grandes ramos; A túnica média contém várias lâminas elásticas; Túnica íntima um pouco mais grossa. Corpos carotídeos Pequenos quimiorreceptores sensíveis à concentração de dióxido de carbono e oxigênio no sangue; Encontrados perto da bifurcação da carótida comum; Fibras aferentes. Seio carotídeo Pequenas dilatações das artérias caróticas internas; Barorreceptores: detectam variações na pressão sanguínea -> SNC; Camada média. Artérias musculares médias Lâmina elástica interna mais proeminente. Arteríolas Lúmen estreito; Lâmina elástica interna ausente (maioria das vezes); Não apresentam lâmina elástica externa. Causas da aterosclerose Decorrente inicialmente de 2 processos básicos: acúmulo de colesterol e proliferação de células musculares lisas na túnica íntima, desenvolvendo-se, portanto, sobre um substrato formado dessas células, leucócitos derivados do sangue e uma quantidade variável de tecido conjuntivo formando uma placa fibrosa que se projeta para dentro do lúmen modificando a túnica média e levando a uma série de complicações circulatórias. O acúmulo de LDL no compartimento plasmático pode ocorrer em virtude de uma dieta desbalanceada rica em gorduras, da síntese endógena de colesterol ou mesmo pela diminuição do catabolismo de LDL pelo fígado, causado por um defeito gênico que promove a deficiência na expressão ou na função de seus receptores, resultando na hipercolesterolemia. O tabagismo representa um fator de risco importante. A concentração sérica de tiocianato no sangue, marcador para o tabagismo, está fortemente associada à prevalência de lesões ateroscleróticas avançadas, principalmente na aorta abdominal de jovens necropsiados. Sedentarismo: além de melhorar a relação suprimento/demanda do miocárdio, a atividade física está associada à aquisição e manutenção do peso ideal, ao aumento da tolerância à glicose e à sensibilidade à insulina; à diminuição dos níveis pressóricos, à elevação dos níveis séricos de HDL-c e à redução dos níveis de TG; e à diminuição da agregação plaquetária. Diabetes mellitus: a hiperglicemia exerce um papel importante na patogênese da DAC, produzindo alterações estruturais e funcionais nas lipoproteínas, causando modificações na biologia vascular, acelerando os eventos moleculares e celulares que levam à aterosclerose. A hipertrigliceridemia modifica a composição das lipoproteínas e está associada não só a uma diminuição dos níveis séricos de HDL- c, como a formação de partículas de LDL-c pequenas e densas, de maior potencial aterogênico. Quando a hiperglicemia se torna evidente, as partículas de LDL se tornam mais aterogênicas por sofrerem glicosilação. Obesidade: presença de estrias gordurosas, lesões elevadas e calcificações na aorta e artérias coronárias. Hipertensão arterial: um dos fatores de risco mais importantes. Causa dano vascular direto, incluindo disfunção endotelial e transtornos cardiovasculares estruturais e hemodinâmicos. A hipertensão também apresenta ações pró-inflamatórias, aumentando a formação de peróxido de hidrogênio e de radicais livres no plasma, os quais reduzem a formação de óxido nítrico pelo endotélio, aumentando a adesão leucocitária e a resistência periférica. Além disso, há aumento do VE. História familiar positiva: parentes de 1º grau, sexo masculino idade < 55 e sexo feminino idade < 65. Sexo e idade: ocorrência de eventos clínicos ocorre mais tardiamente nas mulheres: • 30-34 anos: sexo masculino; • Retardo de 5 anos: sexo feminino. Consequências da aterosclerose • Infarto do miocárdio; • AVC; • Aneurismas da aorta; • Doença vascular periférica (gangrena das extremidades); • A oclusão de pequenos vasos que comprometem a perfusão dos tecidos; • A ruptura da placa aterosclerótica libera restos celulares, que podem evoluir para um quadro de trombose vascular aguda ou de embolização distal; • A destruição da parede vascular subjacente pode levar à formação de aneurismas, com ruptura secundária e/ou trombose; • Estenose aterosclerótica: isquemia intestinal, morte cardíaca súbita, DCI crônica, encefalopatia isquêmica e claudicação intermitente (sensação dolorosa na perna). Colesterol e Aterosclerose Principal componente do colesterol associado ao aumento do risco: lipoproteína de baixa densidade (LDL). O HDL retira as placas e transporta para o fígado, diminuindo os riscos da aterosclerose. Prevenção e Promoção da Saúde • Redução de peso; • Redução da ingestão de AG saturados; • Redução da ingestão de AG trans; • Aumento da atividade física; • Redução de peso; • Redução da ingestão de açúcar/carboidratos; • Cessar tabagismo; • Ingestão moderada de bebidas alcoólicas. Aterosclerose Lesões na camada íntima (ateroma) -> Compostos principalmente por colesterol e ésteres de colesterol, com restos necróticos. Onipresente entre as nações mais desenvolvidas, sendo menos prevalente nas Américas Central e Sul, África e partes da Ásia. Fatores ambientais (consumos alimentares) são cruciais para o desenvolvimento da doença. As placas tendem a ocorrer nos óstios de saída dos vasos, nos pontos de ramificações e ao longo da parede posterior da aorta abdominal. Células espumosas: macrófagos ingerem LDL-o. Hipótese da resposta à lesão: Resposta inflamatória crônica da parede arterial à lesão endotelial. A progressão da lesão envolve a interação de lipoproteínas modificadas, macrófagos e derivados de monócitos, linfócito T e constituintes celulares da parede arterial. 1. Lesão endotelial: aumento da permeabilidade, adesão leucocitária e trombose; 2. Acúmulo de lipoproteínas: LDL-oxidada e cristais de colesterol; 3. Adesão plaquetária; 4. Adesão de monócitos ao endotélio: diferenciação em macrófagos e células espumosas; 5. Acúmulo de lipídeos: liberação de citocinas inflamatórias pelos macrófagos; 6. Recrutamento de células musculares lisas devido aos fatores liberados pela ativação de plaquetas, macrófagos e células da parede muscular; 7. Proliferação de células musculares lisas e produção MEC. Tratamentos e exames • Teste ergométrico; • Cintilografia; • Tomografia; • Cateterismo; • Tratamento medicamentoso com uso de anti-agregantes, estatinas, vasodilatadores; • Angioplastia; • Ponte de safena. CONDUTA MÉDICA X ATENDIMENTO AO PACIENTE Código de ética médica II – O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional; É vedado ao médico: Art. 1º Causar dano ao paciente, por ação ou omissão, caracterizável como imprudência, imperícia ou negligência. Art. 56 Utilizarde sua posição hierárquica para impedir que seus subordinados atuem dentro dos princípios éticos. Art. 78 Deixar de orientar seus auxiliares e alunos a respeitar o sigilo profissional e zelar para que seja por eles mantido. De acordo com o portalmedico.org.br, “o tempo ideal para uma consulta é aquele que o médico necessitar para realizar a anamnese, exame físico, diagnóstico e prescrever o tratamento. O CEM confere como direito do médico, para este fim, utilizar o tempo que a sua experiencia e capacidade profissional recomendarem.” O CFM estabelece os seguintes critérios: • É dever do médico atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando assistência, ainda que o mesmo ocorra fora do ambiente hospitalar, exceto quando tratar-se de morte violenta ou suspeita. • Entende-se por morte suspeita aquela que decorre de falecimento inesperado e sem causa evidente. ELETROCARDIOGRAMA – ECG POTENCIAIS DE MEMBRANA E POTENCIAIS DE AÇÃO Potenciais de membrana causados pela concentração de íons Diferenças de uma membrana permeável seletivamente • Nas fibras nervosas normais de mamíferos, a diferença de potencial é cerca de 94 mV, com negatividade na face interna da membrana. • O potencial de membrana aumenta o suficiente, dentro de milissegundos, para bloquear a difusão efetiva dos íons sódio para dentro; entretanto a esse tempo nas fibras nervosas de mamíferos, o potencial fica em torno de 61 milivolts, positivo dentro da fibra. Origem do potencial de repouso normal das membranas • Contribuição da bomba Na+K+: Bombeamento contínuo de três ions sódio para o exterior para cada dois íons potássio bombeados para o lado interno da membrana; essa perda contínua de cargas positivas pelo lado interno da membrana cria um potencial adicional de negatividade no lado interno, além da produzida pela difusão. Potenciais de ação dos neurônios • Os sinais nervosos são produzidos por potenciais de ação, que são rápidas alterações do potencial de membrana que se propagam com grande velocidade por toda a membrana da fibra nervosa. I • Estágio de Repouso: potencial de repouso da membrana, antes do início do potencial de ação. • Estágio de Despolarização: A membrana fica subitamente muito permeável aos íons sódio, permitindo que grande número de íons sódio se difunda para o interior do axônio, tornando o potencial de membrana positivo. • Estágio de Repolarização: Os canais de sódio começam a se fechar e os canais de potássio se abrem mais que o normal, então a rápida difusão dos íons potássio para o exterior restabelece o potencial de repouso negativo da membrana. Os canais de sódio e potássio regulados pela voltagem • Ativação do canal sódio: Quando o potencial de membrana se torna menos negativo que durante o repouso, aumentando de -90 até 0, ocorre uma alteração conformacional abrupta da comporta de ativação, fazendo com que o canal fique totalmente aberto. • Inativação do canal sódio: A comporta é desativada em poucos décimos de milésimos de segundo após ter sido ativada. Isto é, a alteração conformacional que provoca o fechamento da comporta de ativação é um processo mais lento que a alteração conformacional que abre a comporta de ativação. • Ativação do canal de potássio: ocorre um pequeno retardo na abertura dos canais de potássio, em sua maioria eles só abrem exatamente no mesmo momento em que os canais de sódio estão começando a se fechar em função de sua inativação. Os papéis de outros íons no potencial de ação • Cálcio: A membrana de quase todas as células do corpo contém a bomba de cálcio semelhante à bomba de sódio, e o cálcio, em algumas células, junto com (ou no lugar do) sódio causa a maior parte do potencial de ação. • A principal função dos canais de cálcio regulados pela voltagem é a de contribuir para a fase de despolarização do potencial de ação, em algumas células. Todavia, a regulação dos canais de cálcio é lenta, levando 10 a 20 vezes mais tempo que a ativação dos canais de sódio. Por essa razão, eles com frequência são chamados canais lentos, em contraste com os canais de sódio, chamados canais rápidos. Início do potencial de ação • Limiar: o potencial de ação só vai ocorrer se o aumento inicial do potencial de membrana for suficientemente intenso para gerar o feedback positivo. Isso acontece quando o número de íons sódio, que entra na fibra, fica maior que o número de íons potássio que sai dela. Propagação do potencial de ação • Princípio do tudo ou nada: Uma vez que o potencial de ação foi gerado em algum lugar da membrana da fibra normal, o processo de despolarização trafega por toda a membrana, se as condições forem adequadas, ou não se propaga de qualquer modo, se as condições não forem adequadas. O platô em alguns potenciais de ação • A membrana estimulada não repolariza imediatamente após a despolarização; • Fibras musculares do coração; • 0,2 a 0,3 segundo – duração da contração dos músculos cardíacos; • Canais dependentes de voltagem de sódio rápidos e canais dependentes de voltagem de cálcio lentos; O influxo de íon cálcio é um dos principais responsáveis pelo platô; Abertura dos canais dependentes de voltagem do potássio é mais lenta que o usual. Ritmicidade de alguns tecidos excitáveis – descarga repetitiva • Batimento ritmado do coração, peristaltismo rítmico dos intestinos e alguns eventos neurais; • O processo de reexcitação necessário para a ritmicidade espontânea: a membrana, mesmo em seu estado natural, deve ser suficientemente permeável aos íons sódio (ou aos íons cálcio e sódio, pelos canais lentos de cálcio-sódio), para permitir a despolarização automática da membrana. Alguns íons cálcio e sódio fluem para o interior; essa atividade aumenta a voltagem da membrana na direção positiva, o que aumenta ainda mais a permeabilidade da membrana; ainda mais íons fluem para dentro; a permeabilidade aumenta mais e mais até que o potencial de ação seja gerado. • Hiperpolarização: perto do término de cada potencial de ação e persistindo por um breve período após, a membrana torna-se mais permeável ao íon potássio. O aumento do efluxo dos íons potássio transfere um número enorme de cargas positivas para fora da membrana, deixando o interior da fibra muito mais negativo do que deveria acontecer. Essa condição desloca o potencial de membrana para mais próximo do potencial de Nernst do potássio, causando a hiperpolarização. Enquanto persistir esse estado, a autoreexcitação não vai ocorrer. Características especiais da transmissão dos sinais nos troncos nervosos • Fibras nervosas mielinizadas e não-mielinizadas: A bainha de mielina é depositada em torno do axônio pelas células de Schwann da seguinte maneira: a membrana das células de Schwann primeiro envolve o axônio. Em seguida, as células de Schwann giram muitas vezes em torno do axônio, formando camadas múltiplas de membrana celular de Schwann, contendo a substância lipídica esfingomielina. Essa substância é excelente isolante elétrico, reduzindo o fluxo iônico através da membrana por cerca de 5.000 vezes. Na junção entre duas células de Schwann sucessivas, ao longo do axônio, existe área não isolada, com comprimento de 2 a 3micrômetros, por onde os íons ainda podem passar facilmente através da membrana do axônio, do líquido extracelular para o intracelular, dentro do axônio. Essa área forma o nodo de Ranvier. • Condução saltatória de nodo a nodo nas fibras mielinizadas: potenciais de ação só ocorrem nos nodos de Ranvier. a corrente elétrica flui pelo líquido extracelular que circunda a parte externa da bainha de mielina, assim como pelo axoplasma dentro do axônio, de nodo a nodo, excitando os nodos sucessivos, um após o outro. Período Refratário Absoluto: período durante o qual o segundo potencialde ação não pode ser produzido mesmo com estímulo muito intenso. EXCITAÇÃO RITMICA DO CORAÇÃO Sistema excitatório e condutor especializado do coração • Nodo sinoatrial (NSA): São gerados os impulsos rítmicos normais; as membranas são, por natureza, mais permeáveis ao cálcio e ao sódio; em virtude da alta concentração de íons sódio no líquido extracelular por fora da fibra nodal, além do número razoável do número de canais sódio já abertos, os íons positivos de sódio tendem a vazar para o interior dessas células. Basicamente, é o vazamento inerente das fibras do NSA que causa a autoexcitação; o influxo de íons positivos (cálcio e sódio) cessa, enquanto ao mesmo tempo, grandes quantidades de íons positivos de potássio se difundem para o exterior da fibra. Esses dois efeitos negativam o potencial de membrana que volta a seu valor de repouso e, portanto, põe fim ao potencial de ação. Na sequência, os canais de potássio permanecem abertos por mais alguns décimos de segundo, permitindo, temporariamente, a saída de cargas positivas do interior da célula, resultando em excesso de negatividade dentro da fibra. Esse fenômeno se chama hiperpolarização. • Vias internodais: Conduzem os impulsos do nodo sinual ao novo A-V; • Nodo A-V: Os impulsos vindos dos átrios são retardados antes de passar para os ventrículos; Esse retardo permite que os átrios se contraiam e esvaziem seu conteúdo nos ventrículos antes que comece a contração ventricular; A condução lenta pode ser explicada pelo reduzido número de junções comunicantes entre as sucessivas células das vias de condução. • Feixe A-V: Conduz os impulsos dos átrios para os ventrículos e os ramos esquerdo e direito dos feixes de purkinje; uma característica especial do feixe A-V é a incapacidade, exceto em estados anormais, dos potenciais de ação de serem conduzidos retrogradamente para os átrios a partir dos ventrículos. Essa característica impede a reentrada de impulsos cardíacos por essa via, dos ventrículos para os átrios, permitindo apenas condução anterógrada dos átrios para os ventrículos. • Fibras de Purkinje: Conduzem os impulsos cardíacos para todas as partes do ventrículo; Permeabilidade muito alta das junções comunicantes nos discos intercalados; Uma vez que estímulo tenha atingido o sistema condutor de Purkinje, ele se dispersa de modo quase imediato por toda a massa muscular dos ventrículos. CONTROLE DA EXCITAÇÃO E DA CONDUÇÃO NO CORAÇÃO • O nodo sinusal é o marcapasso normal do coração: cada descarga sinusal, seu impulso é conduzido para o nodo A-V e para as fibras de Purkinje, causando, assim, a descarga de suas membranas excitáveis. Entretanto, o nodo sinusal pode de novo atingir seu limiar antes que o nodo A-V ou as fibras de Purkinje atinjam seus próprios limiares de autoexcitação. Portanto, o novo estímulo sinusal descarrega o nodo A-V e as fibras de Purkinje antes que suas autoexcitações ocorram. Assim, o nodo sinusal controla o batimento cardíaco porque sua frequência de descargas rítmicas é mais alta que a de qualquer outra porção do coração. • O papel das fibras de purkinje na sincronia da contração do músculo ventricular: A rápida condução do sistema de Purkinje permite normalmente que o impulso cardíaco chegue a quase todas as porções do coração dentro de pequeno intervalo de tempo, excitando a primeira fibra muscular ventricular apenas 0,03 a 0,06 segundo antes de excitar o último cardiomiócito ventricular. Isso faz com que a eficiência do bombeamento cardíaco seja muito maior. O ELETROCARDIOGRAMA NORMAL Quando o impulso cardíaco passa através do coração, uma corrente elétrica também se propaga do coração para os tecidos adjacentes que o circundam. Pequena parte da corrente se propaga até a superfície do corpo. Se eletródios forem colocados sobre a pele, em lados opostos do coração, será possível registrar os potenciais elétricos gerados por essa corrente: esse registro é conhecido como eletrocardiograma (ECG). Características do eletrocardiograma normal • Composição: onda P, complexo QRS e onda T. • Onda P: produzida pelos potenciais elétricos gerados quando os átrios se despolarizam, antes de a contração atrial começar. Complexo QRS: produzido pelos potenciais gerados quando os ventrículos se despolarizam, antes de sua contração. Onda T: produzida pelos potenciais gerados enquanto os ventrículos se restabelecem do estado de despolarização, ou seja, onda de repolarização. • Nenhum potencial é registrado no ECG quando o músculo ventricular está completamente polarizado ou despolarizado. Somente quando o músculo está em parte polarizado e em parte despolarizado é que a corrente flui de uma parte dos ventrículos para outra e, consequentemente, flui também até a superfície do corpo, permitindo o registro do ECG. • • Os átrios se repolarizam cerca de 0,15 a 0,20 segundo, após o término da onda P, coincidindo aproximadamente com o momento em que o complexo QRS está sendo registrado no ECG. Como consequência, a onda de repolarização atrial conhecida como onda T atrial é em geral encoberta pelo complexo QRS que é muito maior. Por essa razão, raramente se observa uma onda T atrial no ECG. • A frequência dos batimentos cardíacos pode ser determinada com facilidade no ECG, visto que a frequência cardíaca corresponde ao inverso do intervalo de tempo entre dois batimentos cardíacos sucessivos. O fluxo da corrente ao redor do coração durante o ciclo cardíaco • O fluxo médio da corrente é negativo em direção à base do coração e positivo em direção ao ápice. Derivações eletrocardiográficas • O ECG é registrado com dois eletródios posicionados em lados diferentes do coração, para formar um circuito; • Derivação I – O terminal negativo do eletrocardiógrafo é conectado ao braço direito, e o terminal positivo, ao braço esquerdo. Derivação II – terminal negativo do eletrocardiógrafo é conectado ao braço direito, e o terminal positivo, a perna esquerda. Derivação III – o terminal negativo do eletrocardiógrafo é conectado ao braço esquerdo, e o terminal positivo, a perna esquerda. Triângulo de Einthoven – os dois braços e a perna esquerda formam os ápices de um triângulo que circunda o coração. Os dois ápices da parte superior do triângulo representam o ponto pelos quais os dois braços se conectam eletricamente aos líquidos situados ao redor do coração, e o ápice inferior é o ponto pelo qual a perna esquerda se conecta a esses líquidos. Derivações Torácicas (Derivações precordiais) • Em geral, faz-se o registro de 6 derivações torácicas padrão, uma por vez, na parede anterior do tórax, colocando-se o eletródio torácico de forma sequencial nos seis pontos, conhecidos como V1, V2, V3, V4, V5, V6. • Pelo fato de as superfícies do coração estarem próximas da parede do tórax, cada derivação torácica registra principalmente o potencial elétrico da musculatura cardíaca situada imediatamente abaixo do eletródio. Por essa razão, anormalidades relativamente pequenas dos ventrículos, em especial na parede do ventrículo anterior, podem provocar alterações acentuadas nos ECGs registrados pelas derivações torácicas. As derivações unipolares aumentadas nos membros Nesse tipo de registro, dois dos membros são conectados ao terminal negativo do eletrocardiógrafo por meio de resistências elétricas, e o terceiro membro é conectado ao terminal positivo. Quando o terminal positivo está conectado no braço direito, a terminação é denominada aVR; quando está no braço esquerdo, aVL; e quando está na perna esquerda, aVF. VARIZES X FATORES DE RISCO O que acontece nos vasos em níveis citológicos: A distensão das veias aumenta suas áreas de seção transversa, masos folhetos das válvulas não aumentam de tamanho. Portanto, os folhetos passam a ficar incapazes de se fechar completamente. Quando isso ocorre, a pressão das veias das pernas aumenta muito em virtude da falência da bomba venosa, o que aumenta ainda mais o calibre das veias e, por fim, destrói de forma total a função das válvulas. Consequências das varizes e da cirurgia: As sequelas mais incapacitantes incluem edema persistente da extremidade e alterações cutâneas isquêmicas secundárias, incluindo dermatite de estase e ulcerações. A cicatrização inadequada e a infecção concomitante causam como consequências as úlceras varicosas crônicas. Notavelmente, o embolismo das veias superficiais é muito rato, entretanto, êmbolos nas veias profundas trombosadas são relativamente frequentes. As veias que são retiradas, por estarem doentes, não colaboram para a circulação; ao contrário, sua retirada causa melhoria na drenagem venosa dos membros inferiores, aliviando sintomas e prevenindo as implicações da evolução da doença (Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular). Meia de compressão: A compressão ameniza o edema, diminui o volume do sistema venoso superficial, aprimora a fração da panturrilha, reduz o diâmetro das veias e restaura a competência válvula (Jornal Vascular Brasileiro). Válvulas venosas: As válvulas das veias estão dispostas de modo que o único sentido possível do fluxo sanguíneo venoso seja em direção ao coração. Consequentemente, cada vez que uma pessoa move as pernas ou até mesmo tensiona seus músculos, certa quantidade de sangue venoso é propelida em direção ao coração. Esse sistema de bombeamento é conhecido como “bomba venosa”. Quando pessoas com veias varicosas permanecem de pé por mais de alguns minutos, as pressões capilares e venosas ficam muito mais altas, e a saída de líquido dos capilares provoca edema nas pernas. Esse edema, por sua vez, impede a difusão adequada de nutrientes dos capilares para as células musculares e cutâneas; assim, os músculos ficam doloridos e fracos, e a pele frequentemente se torna gangrenada e ulcerada. O melhor tratamento para essa condição é a elevação contínua das pernas em nível no mínimo tão alto quanto o do coração. Bandagens apertadas sobre as pernas podem contribuir consideravelmente para a prevenção do edema e suas sequelas. Retorno Venoso: É quantidade de sangue que flui das veias para o AD a cada minuto. Os diversos fatores da circulação periférica que afetam o fluxo sanguíneo de retorno pelas veias para o coração, referido como retorno venoso, são os principais controladores do débito cardíaco. Quando quantidades elevadas de sangue fluem para o coração, essa maior quantidade de sangue distende as paredes das câmaras cardíacas. Como resultado da distensão, o músculo cardíaco se contrai com mais força, fazendo com que seja ejetado todo o sangue adicional que entrou na circulação sistêmica. Desse modo, o sangue que flui para o coração é automaticamente bombeado sem demora para a aorta para fluir de novo pela circulação. Fatores de risco para as varizes Sexo, idade, obesidade e ocorrência de ortostatismo prolongado durante atividade laboral. “As veias varicosas são anormalmente dilatadas e tortuosas, produzidas por aumento crônico da pressão intraluminal e enfraquecimento da parede dos vasos. As veias superficiais superiores e inferiores da perna estão tipicamente envolvidas. Aproximadamente 20% dos homens e um terço das mulheres desenvolvem varizes nas extremidades. A obesidade aumenta o risco, entretanto, a maior incidência em mulheres é reflexo da elevação prolongada da pressão venosa causada pela compressão da veia cava inferior pelo útero durante a gravidez. É válido ressaltar que existe tendência familiar para as varicosidades prematuras.” “As veias que são retiradas, por estarem doentes, não colaboram para a circulação; ao contrário, sua retirada causa melhoria na drenagem venosa dos membros inferiores, aliviando sintomas e prevenindo as implicações da evolução da doença” (Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular). A Escleroterapia, popularmente conhecida como aplicação, parece um procedimento simples e meramente estético, mas não é. O médico Vascular estudou o sistema circulatório do corpo humano e realiza um diagnóstico detalhado da sua saúde, apontando, com segurança, a melhor técnica a ser empregada em cada caso, uma vez que os vasinhos e varizes podem ser sinais de um problema maior do que aparentam e, inclusive, requerer tratamento cirúrgico. Há riscos ao realizar aplicação? A injeção para secar as indesejadas veias é um tratamento invasivo e muito delicado para ser efetuado em qualquer ambiente e por quem não estudou o sistema vascular. A doença varicosa pode desencadear desdobramentos e até a perda de membros caso não seja adequadamente tratada. Ao realizar o tratamento com o método de aplicação, o paciente pode apresentar reações e amargar efeitos indesejados, como manchas escuras na pele, flebites superficiais ou trombose venosa profunda, formação de coágulo em uma veia superficial ou veia profunda. Quando isso ocorre, há a possibilidade de um fragmento se desprender e, deslocando-se pela circulação venosa, chegar ao pulmão, causando embolia, que requer providências imediatas. As varizes podem acarretar também flebite, inflamação dolorosa das veias, levar ao escurecimento da pele com o passar dos anos, eczema e hemorragias (sangramentos espontâneos), culminando com a úlcera varicosa (feridas de difícil cicatrização). Por esses motivos, antes de iniciar o tratamento, o médico Vascular avaliará todas as suas condições físicas, metabólicas e cardiovasculares, levantará seu histórico familiar e solicitará exames de imagem, como o Ecodoppler, para apontar a melhor técnica para o seu caso que, inclusive, poderá não ser a Escleroterapia. Há outros tratamentos para secar vasinhos e varizes além da Escleroterapia? Sim. Atualmente, há diferentes técnicas que podem ser combinadas para gerar o melhor resultado. Saiba mais: Escleroterapia com substância líquida – consiste na aplicação de uma injeção com produto esclerosante diretamente nas varizes. Escleroterapia com espuma – indicada para casos específicos, consiste em aplicar uma substância, em forma de espuma densa, diretamente nas varizes, que provoca uma reação nas paredes dos vasos fechando-os. Escleroterapia a laser – o laser trata as varizes por cauterização enquanto a escleroterapia líquida ou espuma trata por inflamação do vasinho. É realizada em associação com a escleroterapia líquida ou espuma. A escleroterapia a laser não é recomendada para pessoas de pele negra ou muito bronzeada. Sangue Ralo x Fatores de Coagulação CÉLULAS DO SANGUE Sangue • Movimento regular e unidirecional; • Compartimento fechado: sistema circulatório; • Constitui 7% do peso corporal de um indivíduo (aprox.. 5L); • Mistura heterogênea; • Formado por glóbulos sanguíneos + plasma; • Os glóbulos sanguíneos são os eritrócitos ou hemácias, as plaquetas (fragmentos do citoplasma dos megacariócitos da medula óssea) e diversos tipos de leucócitos ou glóbulos brancos; • Eritrócitos = 35% a 50% do volume sanguíneo; leucócitos = 1%; • Função: transporte, além de papel regulador; • Diapedese: saída ativa de leucócitos do sistema circulatório por movimentos ameboides; Composição do plasma • Plasma é uma solução aquosa contendo proteínas plasmáticas, sais inorgânicos, aminoácidos, vitaminas, hormônios e glicose; • Principais proteínas: albuminas (manutenção da pressão osmótica, logo sua deficiência causa edema generalizada); alfa, beta e gamaglobulinas (anticorpos, também chamadas de imunoglobulinas); lipoproteínas; proteínas envolvidas na coagulação do sangue(ex.: protrombina, fibrinogênio...); Eritrócitos • Anucleados; • Contêm grande quantidade de hemoglobinas, ou seja, proteínas transportadoras de O2 e CO2; • A forma bicôncava facilita as trocas de gases; Proteínas envolvidas: espectrina, anquirina, actina, proteína 4.1 e banda 3; • Não saem do sistema circulatório; • São acidófilos: coram-se pela eosina; • Formados na medula óssea vermelha; • Reticulócitos: eritrócitos imaturos; • A hemoglobina (proteína conjugada com ferro) é formada por 4 subunidades, cada uma contendo um grupo heme (derivado porfirínico que contém Fe) ligado a um polipeptídio. Existem hemoglobinas A1, A2 e F, devido a variações nas cadeias peptídicas; • Quantidade normal em um indivíduo adulto: 4 a 5,4mm3 em mulheres; 4,6 a 6mm3 em homens. Leucócitos • Função: proteger o organismo contra infecções; • Produzidos na medula óssea ou em tecidos linfoides e permanecem temporariamente no sangue; • Classificados em dois grupos: o Granulócitos: apresenta núcleo irregular e grânulos específicos envoltos por membrana. São divididos em: neutrófilos, eosinófilos e basófilos; o Agranulócitos: núcleo regular e não forma grânulos. São divididos em: linfócitos/// e monócitos. • Quantidade normal em um indivíduo adulto: 4500mm3 a 11500mm3; • Quando os indivíduos são invadidos por micro-organismos, os leucócitos são atraídos por quimiotaxia, isto é, por substâncias originadas dos tecidos, do plasma sanguíneo, de outros leucócitos e dos micro-organismos que provocam nos leucócitos uma resposta migratória, dirigindo-se estas células para os locais onde existe maior concentração dos agentes quimiotáticos. Neutrófilos • Quantidade normal em um indivíduo adulto: 2300 a 8100mm3; • Célula em estado final de diferenciação; • Função: fagocitose de bactérias e fungos; • Possui núcleos formados por 2 a 5 lóbulos; • Grânulos azurófilos (lisossomos) contém proteínas e peptídeos destinados à digestão e morte de micro- organismos; • Os grânulos específicos, além de apresentar enzimas importantes no combate a micro-organismos, também tem componentes para reposição de membrana e auxiliam na proteção da célula contra agentes oxidantes; • Grânulos atípicos ou vacúolos no citoplasma podem sugerir condições patológicas, como infecções bacterianas e inflamações sistêmicas. Eosinófilos • Quantidade normal em um indivíduo adulto: 0 a 400ml; • Núcleo bilobulado; • Granulações ovoides que se coram pela eosina; • Função: defesa contra helmintos parasitos, modulação do processo inflamatório, participação em reações alérgicas e ação antiviral; • Digerem complexos antígeno-anticorpo que aparecem em casos de alergia. Basófilos • Quantidade normal em um indivíduo adulto: 0 a 100ml; • Função: liberação de histamina e outros mediadores da inflamação, participação em reações alérgicas, imunomodulação de linfócitos T; • Núcleo, em geral, com aspecto de letra S; • Seus grânulos contêm histamina e heparina, além de receptores para a imunoglobulina E (IgE); • Secretam citocinas (IL-4, IL-3, entre outras) e leucotrienos (mediadores inflamatórios); • Ação imunomoduladora; • Basofilia: aumento persistente de basófilos no sangue. Pode estar associado a leucemia mieloide crônica, hipotireoidismo ou doença renal. Linfócitos • Quantidade normal em um indivíduo adulto: 800 a 4800ml; • Função: Defesa imunológica do organismo = B (diferenciação em plasmócitos, células produtoras de anticorpos), T (destruição de células infectadas, modulação da atividade de outros leucócitos), NK (destruição de células tumorais e de células infectadas por vírus); • Os linfócitos voltam do tecido para o sangue, recirculando continuamente; • Linfocitose: aumento de linfócitos no sangue. Geralmente está associado a infecções virais; • Linfopenia ou linfocitopenia: número reduzido de linfócitos. Associado a terapia farmacológica prolongada ou imunodeficiência. Monócitos • Quantidade normal em um indivíduo adulto: 90 a 1300ml; • Há muitas mitocôndrias pequenas e o complexo de golgi é grande; • Monocitose: aumento do número de monócitos circulantes. Pode sinalizar uma doença hematológica, infecção causada por alguns tipos de bactérias e parasitos ou doença autoimune; • Macrófago: estágio avançado do monócito. A transformação ocorre após a entrada em órgãos. • Função: diferenciação em macrófagos teciduais, que fagocitam, matam e digerem protozoários, certas bactérias, vírus e células senescentes; Plaquetas • Também chamadas de trombócitos; • Quantidade normal em um indivíduo adulto: 150.000 a 450.000ml; • Anucleados; • Função: promovem a coagulação do sangue e auxiliam na manutenção das paredes dos vasos sanguíneos, evitando a perda de sangue; • Aglutinação: grupo de plaquetas; • Possuem um sistema de canais que facilitam a liberação de moléculas ativas que são armazenadas nas plaquetas; • Os grânulos alfa contêm fibrinogênio e fator de crescimento plaquetário, que estimulam as mitoses no músculo liso dos vasos sanguíneos e a cicatrização das feridas; os grânulos densos armazenam ADP e ATP; os grânulos delta contêm serotonina; • Proteínas encontras: actina, miosina, trombostenina, fator estabilizador de fibrina, fator de crescimento; • Possui grande reserva de íons cálcio; • Possuem sistemas enzimáticos que sintetizam prostaglandinas; • A membrana possui glicoproteínas que impedem a adesão da plaqueta na parede endotelial e auxilia na adesão quando há lesão; além disso, possui fosfolipídios que ativam estágios do processo de coagulação do sangue. HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO SANGUÍNEA Eventos na Hemostasia Hemostasia significa prevenção de perda sanguínea: 1. Constrição vascular: A musculatura lisa do vaso cortado ou rompido é contraída, resultante de espasmo miogênico local, fatores autacoides locais dos tecidos traumatizados e das plaquetas e reflexos nervosos. Para os vasos menores, as plaquetas são responsáveis por grande parte da vasoconstrição pela liberação da substância tromboxano A2. 2. Formação de tampão de plaquetas: Se o corte no vaso for muito pequeno, ele é reparado pelo tampão de plaquetas. Processo: superfície vascular lesada → plaquetas → fibras de colágeno da parede vascular → mudança na forma das plaquetas → pseudópodos → contração das proteínas contráteis → liberação de grânulos (fatores ativos) → adesão ao colágeno do tecido e à proteína chamada fator de von Willebrand → secreção de ADP → formação de tromboxano A2 → ativação das plaquetas vizinhas → tampão plaquetário solto → formação de filamentos de fibrina → tampão plaquetário compacto. Importância: o tampão plaquetário é usado em lesões que acontecem centenas de vezes ao dia nas paredes nos vasos sanguíneos. 3. Formação de coágulo sanguíneo. 4. Crescimento de tecido fibroso no coágulo para o fechamento permanente do orifício do vaso: Assim que o coágulo se forma, ele pode seguir dois cursos: pode ser invadido por fibroblastos, subsequentemente formando tecido conjuntivo por todo o coágulo (mais comum em pequeno orifício de vaso); ou, pode se dissolver. CASCATA DE COAGULAÇÃO Conversão de protrombina em trombina Ruptura do vaso sanguíneo → formação do ativador da protrombina → Ca2+ → conversão da protrombina em trombina → polimerização das moléculas de fibrinogênio em fibras de fibrina. OBSERVAÇÃO: o fator limitante da coagulação sanguínea é usualmente a formação do ativador da protrombina. • A protrombina é formada continuamente no fígado e requer a presença de vitamina K para sua ativação. Conversão do fibrinogênio em fibrina O fibrinogênio também é formado no fígado; Trombina → retira 4 peptídeos do fibrinogênio → monômero de fibrina → Ca2+ → polimeriza → fibras de fibrina → trombina ativao fator estabilizador de fibrina → fibras de fibrina com ligações cruzadas → retículo do coágulo sanguíneo. O coágulo é formado por malha de fibras de fibrinas que retêm células sanguíneas, plaquetas e plasma. • Após a formação do coágulo, ele começa a se contrair e a expelir grande quantidade de líquido, chamado soro, pois não contém nenhum fator ativador de coagulação. Além disso, as plaquetas são necessárias para a retração do coágulo, pois elas ajudam na contração do coágulo ao liberar ativadores da trombostenina, actina e miosina. Com a retração do coágulo, as bordas da abertura do vaso sanguíneo são tracionadas, contribuindo ainda mais para a hemostasia. Desencadeamento da coagulação: formação do ativador da protrombina Possui duas vias: • Extrínseca: começa com o trauma da parede vascular e dos tecidos vizinhos; • Intrínseca: começa no próprio sangue. A maioria dos fatores de coagulação são enzimas inativas. Quando convertidas em suas formas ativas, causam as sucessivas etapas de coagulação. 1. Via Extrínseca Trauma da parede vascular → liberação do fator tecidual → se combina com o fator VII + cálcio → ativação do fator X → se combina com o fator V e fosfolipídios → complexo ativador da protrombina → Ca2+ → trombina. 2. Via Intrínseca Exposição do sangue ao colágeno → ativação do Fator XII + liberação dos fosfolipídios das plaquetas → ativação do Fator XI → ativação do Fator IX → Fator IX + Fator VIII + Fator III → ativação do Fator X → Fator X + Fator V + plaquetas = complexo ativador da protrombina → protrombina ativada → trombina. OBSERVAÇÃO: o Fator VIII é o fator ausente na pessoa com hemofilia clássica, motivo pelo qual ele também é chamado de fator anti-hemofílico. A coagulação ocorre de forma simultânea, ou seja, pelas duas vias ao mesmo tempo; A via extrínseca é mais rápida, sendo realizada em segundos; já a via intrínseca pode demorar alguns minutos. Prevenção da coagulação sanguínea • Uniformidade da superfície das células endoteliais; • Camada de glicocálice que repele os fatores de coagulação; • Proteína ligada à membrana endotelial, trombomodulina que liga a trombina. A ligação da trombina com a trombomodulina não apenas lentifica o processo de coagulação pela remoção da trombina, mas também o complexo trombomodulina-trombina ativa a proteína plasmática, a proteína C, que atua como anticoagulante ao inativar os Fatores V e VIII ativados; • A trombina que não é adsorvida nas fibras de fibrina, logo se combina com a anti-trombina III (ou alfa-globulina ou cofator anti-trombina-heparina) que bloqueia ainda mais o efeito da trombina sobre o fibrinogênio, além de também inativar a própria trombina durante os próximos 12 a 20 minutos; • A heparina por si própria tem pouca ou nenhuma propriedade anticoagulante, mas quando se combina com a anti-trombina III a eficácia da anti-trombina para a remoção de trombina aumenta por 100 a 1000x e, dessa forma, ela atua como anticoagulante; Remove também os Fatores XII, XI, X E IX ativados; • A plasmina digere as fibras de fibrina, fibrinogênio, Fatores V, VIII e XII e a protrombina; CONDIÇÕES QUE CAUSAM SANGRAMENTO EXCESSIVO EM HUMANOS • Diminuição dos níveis de protrombina, Fatores VII, IX e X causada pela deficiência de vitamina K; • Hemofilia: o Ocorre quase que exclusivamente em homens; o 85% dos casos: anormalidade ou deficiência do Fator VIII (hemofilia clássica ou hemofilia A); Caracteriza-se por equimoses fáceis e hemorragias maciças após traumatismos ou procedimentos cirúrgicos; O tratamento acontece a partir da infusão de Fator VIII; o 15% dos casos: deficiência do Fator IX (hemofilia B); Clinicamente idêntico à hemofilia A; o Fatores VIII e IX = transmitidos pelo cromossomo feminino; o Doença de von Willebrand: ausência do componente maior do Fator VIII; Facilita a adesão das plaquetas às paredes vasculares danificadas; Caracteriza-se por sangramento espontâneo das membranas mucosas, sangramento excessivo de feridas e menorragia; • Trombocitopenia: o Presença de concentrações muito baixas de plaquetas no sangue circulante; o Ocorre em geral em muitas vênulas diminutas ou em capilares em vez de ocorrer nos grandes vasos, como na hemofilia; o Púrpura trombocitopênica: pele da pessoa fica com várias manchas arroxeadas; o Por motivos desconhecidos são formados anticorpos específicos que destroem as plaquetas; o Esplenectomia é útil, pois o baço remove grandes quantidades de plaquetas do sangue. Anemia Falciforme HEMOGLOBINA • Principal proteína das hemácias; • Função: transporte de O2 e CO2; • Formada por 4 subunidades, iguais 2 a 2. Cada subunidade é composta de duas partes: a globina, cadeia polipeptídica que varia muito geneticamente, e a heme, grupo prostético que consiste em um átomo de Fe situado no centro de um anel de porfirina, sendo semelhante em todas as formas geneticamente diferentes de hemoglobina. • Fórmula: α2β2; • A Hb F predomina no oitavo mês de vida fetal (em torno de 90%), diminuindo seu conteúdo para 50% a 80% ao nascimento, após o qual continua a baixar, até atingir cerca de 1% aos seis meses de vida pós natal. A Hb A atinge concentrações próximas a 10% ao nascimento, passando a aumentar, até que, no 6º mês de vida, constitui mais de 95% do conteúdo total de hemoglobina de um indivíduo. A Hb A2 aumenta lentamente até esse mesmo mês, até atingir cerca de 2 a 3%, que corresponde ao total no adulto; HEMOGLOBINA S • A única diferença estrutural entre a Hb S e Hb A ocorre na posição 6 da cadeia β da globina, onde o ácido glutâmico é substituído por valina devido a uma mutação no 6º códon do gene β do grupamento da β’’’-globulina da Hb A; • Essa mutação afeta a solubilidade e causa a cristalização dessa hemoglobina em condições de hipóxia. Com um grau relativamente baixo de hipóxia, Hb S polimeriza dentro de filamentos de alto peso molecular, que se associam, formando feixes de fibras. Esses cristais de hemoglobina anormal torcem a membrana da hemácia, dando-lhe uma forma característica de foice; • Onde a circulação é mais lenta, a polimerização é mais intensa; • Elas ficam menos flexíveis, acumulando nos pequenos vasos; • A vida média de uma hemácia homozigota para Hb S é de aproximadamente 20 dias, comparada com 120 dias da Hb A; • Alfa – perna curta do cromossomo 16, beta – perna curta do cromossomo 11. Consequências • Algumas células permanecem irreversivelmente falciformes, após episódios repetidos de hipóxia e reoxigenação, sendo destruídas prematuramente em crises hemolíticas; • Podem ocorrer crises aplásticas, por exaustão da medula óssea, durante as quais há um agravamento da anemia, diminuindo a quantidade de eritoblastos e reticulócitos no sangue periférico; • As células falciformes aumentam a viscosidade do sangue e impedem a circulação normal nos pequenos vasos sanguíneos. A hipoxia resultante leva a mais falciformação, com episódios característicos de crise falcêmica, dor abdominal e musculoesquelética. A viscosidade aumentada pela elevada concentração de hemoglobina e a rigidez da membrana, possivelmente, diminuem a capacidade das células falciformes irreversíveis para atravessarem os vasos capilares. Com o passar do tempo, a obstrução recorrente da circulação (crises vaso-oclusivas) acarreta dano significativo para os órgãos internos, especialmente coração, pulmões e rins. Os acidentes vasculares cerebrais constituem outra complicação grave; • As hemácias falciformes costumam acumular-se em alguns órgãos, principalmente no baço e no fígado, aumentando-os de volume. A manifestação mais grave desse acúmulo de hemácias anormais é a crise de sequestramento, que pode levar o paciente à morte em poucas horas. Durante essa crise,o indivíduo apresenta anemia aguda e choque, sem as manifestações características de uma crise hemolítica. A necropsia mostra vasos periféricos vazios, isquemia generalizada e grande quantidade de hemácias falciformes sequestradas pelo baço; • Traço falcêmico: são normais clinicamente, mas suas células adquirem a forma de foice in vitro ou em condições de baixa tensão de oxigênio. Diagnóstico O ideal é que toda criança, na primeira semana de vida, seja levada ao posto de saúde, para tomar as vacinas de BCG e hepatite B, e para que sejam colhidas as gotinhas de sangue do pé, para se fazer o teste do pezinho. Esse teste não é feito somente para a anemia falciforme; ele é utilizado também para a detecção precoce de mais duas doenças: a fenilcetonúria e o hipotireoidismo congênito. Para os que não fizeram o teste do pezinho, existem o teste de afoiçamento e o teste da mancha, como exames de triagem, e a eletroforese de hemoglobina, como exame confirmatório. Tratamento Envolve imunização contra infecções pneumocócicas, antibioticoterapia para evitar infecções, suplementação de ácido fólico, pois a deficiência de folato pode exacerbar a anemia; e transfusões em pacientes com alto risco de oclusão de vasos. Transfusões intermitentes reduzem o risco de acidentes vasculares cerebrais, mas podem ocorrer hemossiderose (sobrecarga de ferro), infecções sanguíneas e complicações imunológicas. As crises são tratadas com hidratação, oxigênio e analgésicos. O uso de hidroxiureia (droga antitumoral aprovada especificamente para o tratamento da anemia falciforme) aumenta os níveis circulantes de Hb F, diminuindo a indução de células falciformes, o que leva à diminuição das crises dolorosas e reduz a mortalidade. Segundo alguns autores, o transplante de medula óssea em número reduzido de pacientes obteve sucesso em 90% dos casos, e existem perspectivas de futuramente se tornarem possíveis o tratamento com células-tronco e a terapia gênica. Frequência nas populações africanas Os altos índices falcêmicos das populações africanas e algumas populações brasileiras coincidem com áreas endêmicas do Plasmodium falciparum, o qual provoca um tipo de malária que é fatal, na maioria dos casos, entre 6 meses e 3 anos. Nessas regiões, a frequência do gene HbS é bastante alta, apesar da intensa seleção a que estão sujeitos os homozigotos HbA/HbS, porque os heterozigotos HbA/HbS, com o traço falcêmico, são mais protegidos do que os homozigotos HbA/HbA (normais) contra a malária causada pelo P. falciparum. Isso ocorre porque, quando esse protozoário se encontra no interior das hemácias, consome mais oxigênio, diminuindo a quantidade desse elemento nas hemácias, o que faz com que elas tomem a forma de foice. Esse tipo de célula é destruído pelos leucócitos, junto aos parasitas que estão no seu interior, de modo que o P. falciparum não consegue se espalhar pelo organismo dos heterozigotos. Além disso, o nível de oxidação da Hb S nos heterozigotos é 2,5 vezes superior ao dos eritrócitos com hemoglobinas normais, e certamente a contínua oxidação causada pela metemo-globina S (meta Hb S) deve ser deletéria ao protozoário em questão. Intoxicação por Monóxido de Carbono TRANSPORTE DE OXIGÊNIO E DIÓXIDO DE CARBONO NO SANGUE E NOS LÍQUIDOS TECIDUAIS Transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos corporais O oxigênio se difunde dos alvéolos para o sangue dos capilares pulmonares porque a pressão parcial de oxigênio (PO2) nos alvéolos é maior do que a PO2 no sangue capilar pulmonar; O inverso explica o fenômeno do CO2. Difusão do oxigênio dos alvéolos para o sangue capilar pulmonar • PO2 no alvéolo = 104 mmHg; PO2 nos capilares sanguíneos = 40 mmHg; Diferença de pressão = 64 mmHg; • A capacidade de difusão de oxigênio praticamente triplica durante o exercício, o que resulta basicamente do aumento da área da superfície dos capilares que participam da difusão e também de proporção ventilação-perfusão mais próxima do ideal na parte superior dos pulmões. Além disso, o sangue normalmente permanece mais tempo que o necessário para causar a oxigenação total. Portanto, durante o exercício, mesmo com o tempo de exposição menor nos capilares, o sangue, ainda assim, fica totalmente oxigenado, ou quase isto; • Quando o sangue que vem da circulação brônquica (fluxo de derivação) entra em contato com o sangue das veias pulmonares (mistura venosa de sangue), a PO2 do sangue que chega no coração esquerdo e é bombeado para a aorta diminui para cerca de 95mmHg; • A PO2 é determinada pelo balanço entre a intensidade do transporte de oxigênio para os tecidos no sangue e a intensidade da utilização do oxigênio pelos tecidos; Difusão de dióxido de carbono das células teciduais periféricas para os capilares e dos capilares pulmonares para os alvéolos • Em cada ponto da cadeia de transporte gasoso o CO2 se difunde em direção oposta à difusão de O2; • O CO2 consegue se difundir cerca de 20x mais rápido que o O2; • PCO2 do sangue que entra nos capilares pulmonares = 45mmHg; PCO2 do ar alveolar = 40mmHg; Diferença de pressão = 5 mmHg; • A redução do fluxo sanguíneo aumenta a PCO2 tecidual periférica; O aumento da intensidade metabólica eleva a PCO2; O papel da hemoglobina no transporte de oxigênio • 97% do oxigênio transportado dos pulmões para os tecidos são transportados em combinação química com a hemoglobina das hemácias; • O oxigênio se combina frouxamente e de maneira reversível com a porção heme da hemoglobina; • Saturação usual de oxigênio do sangue arterial sistêmico é em média 97%; Saturação de hemoglobina é em média 75%; • Efeito tampão da hemoglobina na PO2 tecidual: a hemoglobina no sangue é responsável por estabilizar a pressão do oxigênio nos tecidos; o A hemoglobina no sangue automaticamente libera oxigênio para os tecidos em pressão que é mantida razoavelmente controlada entre 15 e 40mmHg; o Quando a concentração atmosférica de oxigênio muda acentuadamente, o efeito tampão da hemoglobina ainda mantém a PO2 tecidual constante; • Fatores que desviam a curva de dissociação de oxigênio- hemoglobina: variações do pH, maior concentração de dióxido de carbono, aumento da temperatura corporal, aumento da 2,3-bifosfoglicerato (BPG); Utilização metabólica do oxigênio pelas células • Quando a PO2 celular está acima de 1 mmHg, a disponibilidade de oxigênio não representa mais fator limitante na velocidade das reações químicas; • Sob condições funcionais normais, a utilização de oxigênio pelas células é controlada basicamente pelo consumo de energia pelas células, ou seja, pela intensidade ou velocidade com que o ADP é formado a partir de ATP; • Ocasionalmente, a célula se encontra distante dos capilares, e a difusão de oxigênio para essas células fica tão lenta que a PO2 intracelular cai abaixo do nível crítico necessário para manter o metabolismo intracelular máximo (limitada pela difusão – condições patológicas); • Fluxo sanguíneo: quanto menor, menor a disponibilidade de oxigênio; • Intoxicação por oxigênio: ocorre quando a pessoa respira oxigênio em nível alveolar muito elevado; pode levar a convulsões cerebrais e óbito; Transporte de CO2 no sangue • Mesmo nas condições mais anormais de dióxido de carbono, usualmente pode ser transportado em quantidades bem maiores do que o oxigênio; • Pequena parte é transportado no estado dissolvido para os pulmões; • O efeito da anidrase carbônica: O dióxido de carbono dissolvido no sangue reage com a água formando ácido carbônico. Nas hemácias, a enzima anidrase catalisa a reação, tornando-a 5000x mais rápida; • Em outra fração de segundo, o ácido carbônico, formado nas hemácias (H2CO3), se dissocia em íons hidrogênio e íons bicarbonato (H+ e HCO3-); Por sua vez, grande parte dos íons
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