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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE GABRIELA RODRIGUES TURMA 3V CRÍTICAS DE MISES AO SOCIALISMO E SEUS BENEFICIOS AO LIVRE MERCADO SÃO PAULO 2021 Causando uma discussão que perdura até os dias atuais, o marxismo pode ser reconhecido como uma ideologia que tenta entender, decifrar e converter a organização política social vigente, o sistema capitalista, para a sistemática comunista, a qual seria alcançada por meio do socialismo, uma revolta do proletariado contra a burguesia. Ludwig Von Mises, um dos principais economistas e filósofos da Escola Austríaca do século XX, trouxe argumentos para a impossibilidade de o socialismo ser implementado na sociedade moderna a partir da ótica do subjetivismo. Seu discurso base tinha uma premissa na praxeologia, um estudo dos termos econômicos baseados pelas ações humanas e como agem, visando sempre melhorar a satisfação individual (utilidade marginal). “Mises foi capaz de demonstrar que (a) a expansão do livre mercado, a divisão do trabalho, e o investimento de capital privado é o único caminho possível para a prosperidade e o sucesso contínuo da raça humana; (b) o socialismo seria desastroso para a economia moderna porque a ausência de propriedade privada da terra e de bens de capital impediria qualquer tipo de precificação racional, ou de estimativa de custos, e (c) a intervenção governamental, além de obstruir e arruinar o mercado, seria contra produtiva e acumulativa, levando inevitavelmente ao socialismo, a não ser que todo o tecido intervencionista fosse repelido.” [2] Parafraseando Huerta de Soto, o argumento de Mises é teórico, relacionado ao erro intelectual nas ideias socialistas, já que é quase impossível o Estado ordenar a sociedade através de mandatos coercivos, pelo fato que lhe falta informações para de fato o fazer, ou seja, lhe falta o cálculo econômico. “[...] entendido como todo e qualquer juízo estimativo sobre o resultado em termos de valoração dos diferentes cursos alternativos de ação que se abrem ao agente, exige dispor de uma informação em primeira-mão e torna-se impossível num sistema que, como o socialista, se baseia na coação e impede, em maior ou menor grau, o intercâmbio voluntário (no qual se materializam, descobrem e criam as valorações individuais) e a livre utilização da moeda entendida como meio de intercâmbio voluntário e comumente aceito. [...] o problema radica no fato de o órgão de controle, ao emitir uma decisão a favor ou contra um determinado projeto econômico, carecer da informação necessária para saber se atua ou não de forma correta, pelo que não pode efetuar cálculo ou estimação econômica alguma.” [1] “Talvez o principal mérito de Mises neste campo radique em ter sabido estabelecer em termos teóricos qual a conexão que existe entre o mundo subjetivo das valorações individuais (ordinal) e o mundo externo das estimativas de preços de mercado fixados em unidades monetárias (mundo cardinal próprio do cálculo econômico).” [1]. Portanto, para Mises, “onde não existir liberdade de mercado, preços de mercado livre ou moeda, não é possível efetuar qualquer cálculo econômico “racional”, entendendo por racional o cálculo efetuado dispondo da informação necessária (não arbitrária) para o levar a cabo.” [1]. Já para outros pensadores austríacos, criticam a exceções de Marx que acabaram por serem tratadas como casualidades. Inicialmente, o socialismo era somente uma divisão e distribuição de renda, mas ao analisar, para chegar ao estado final, era necessário impor uma forma de ditadura, com um planejamento centralizado (falho), além de presumir que todos os problemas seriam resolvidos antes de fato chegar ao comunismo. Ao contrário de Marx, para Böhm-Bawerk e Menger, a troca de mercadorias não acontece pelo fato de ter o mesmo valor e Hayek refutou seja qual for a possibilidade de planejamento na ausência de preços. Essas divergências foram parte dos motivos em que socialistas criticavam os austríacos demasiadamente. Apesar das críticas, que vêm de todos os lados, os fundamentos austríacos acabaram estimulando as mudanças no pensamento socialista, mostrando que a descentralização e a ordem espontânea do mercado são essenciais para uma sociedade funcionar de maneira eficaz e prosperar economicamente. REFERÊNCIAS [1] HUERTA DE SOTO, Jesus. A Escola Austríaca. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises Brasil, 2010. [2] https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=33 [3] https://conteudo.brasilparalelo.com.br/filosofia/principais-ideias-de-karl-marx/ [4] Slides das aulas dos dias 13/09 e 14/09
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