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FONTES OBRIGACIONAIS DO DIREITO II

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Da gestão de negócios: 
De acordo com a doutrina contemporânea de Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona, “entende-se por 
gestão de negócios a atuação de um indivíduo, sem autorização do interessado, na 
administração de negócio alheio, segundo o interesse e a vontade presumível de seu dono, 
assumindo a responsabilidade civil perante este e as pessoas com que tratar” (Novo curso..., 
2003, v. II, p. 361). 
A posição do gestor é delicada, pois, além de não ter direito a qualquer remuneração pela 
atuação (negócio jurídico benévolo), deve agir de acordo com a vontade presumível do dono do 
negócio, sob pena de responsabilização civil (art. 861 do CC). 
Deve-se lembrar que se a gestão for iniciada contra a vontade manifesta ou presumível do dono, 
responderá o gestor por caso fortuito (evento totalmente imprevisível) e força maior (evento 
previsível, mas inevitável), conforme a regra constante do art. 862 do CC 
Se os prejuízos da gestão excederem o seu proveito, poderá o dono do negócio exigir que o gestor 
restitua as coisas ao estado anterior, ou que indenize o valor correspondente à diferença (art. 
863 do CC). 
Exemplo: para ilustrar, imagine-se o caso de alguém que viaja para outro País, permanecendo 
fora de sua residência por cerca de quinze dias. Na prática, quando a pessoa viaja não deixa uma 
procuração para o vizinho apagar eventual incêndio que acometer a sua casa. O pior acontece e 
o vizinho, agindo como gestor ao perceber o incêndio, invade a casa lindeira arrebentando a 
porta. Para apagar o fogo que começa a consumir um dos dormitórios, o vizinho pega um tapete 
e consegue abafar as chamas, tendo sucesso em sua empreitada, sem a intervenção do corpo de 
bombeiros. 
 
 Do pagamento indevido: 
De acordo com o art. 876 do CC/2002, “todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica 
obrigado a restituir; obrigação que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de 
cumprida a condição”. Desse modo, quem paga indevidamente pode pedir restituição àquele 
que recebeu, desde que prove que pagou por erro (art. 877 do CC). 
 Do enriquecimento sem causa: 
Nesse sentido, preceitua o art. 884 do Código Civil brasileiro que “aquele que, sem justa causa, 
se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a 
atualização dos valores monetários”. Em complemento, prevê o parágrafo único do dispositivo 
que se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é obrigado a 
restitui-la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na época em 
que foi exigido. 
 
Seria a atuação de um indivíduo acerca de um obrigação em um bem material de um terceiro alheio.
Exemplo: Você avista a casa de seu vizinho em chamas, no primeiro momento, presume que a vonatde de seu dono seria de salvar-la, então você adentra no imóvel, sem autorização prévia do dono, medinate a presunção de salvar aquele ambiente. 
Ou seja, aquele que intervém não possuí o direito de remuneração pelo seu feito, visto que não lhe era obrigado aquela ação, agiu sob o pretexto de presunção.
Evento totalmente imprevisível (furacão, tsunami, terremoto);
Evento previsível, mas inevitável (inundações)...
Ou seja, se da influência do gestor em seu negócio causar prejuízos maiores que as ações benéficas, este poderá exigir um restituiçãoao estado anterior, ou indenização.
Anotações importantes: 
Art. 865. Enquanto o dono não providenciar, velará o gestor pelo negócio, até o levar a cabo, esperando, se aquele falecer durante a gestão, as instruções dos herdeiros, sem se descuidar, entretanto, das medidas que o caso reclame. Ou seja, se durante a gestão do negócio o dono venha a falecer, deve o gestor esperar instruções acerca do herdeiros sobre o negócio administrado.
Art. 867. Se o gestor se fizer substituir por outrem, responderá pelas faltas do substituto, ainda que seja pessoa idônea, sem prejuízo da ação que a ele, ou ao dono do negócio, contra ela possa caber. Parágrafo único. Havendo mais de um gestor, solidária será a sua responsabilidade. Ou seja, se haver uma substituição o gestor responderá pelas ações indevidas do substituto. Havendo mais e um gestor, eles reponderão de forma unificada, solidária.
Art. 869. Se o negócio for utilmente administrado, cumprirá ao dono as obrigações contraídas em seu nome, reembolsando ao gestor as despesas necessárias ou úteis que houver feito, com os juros legais, desde o desembolso, respondendo ainda pelos prejuízos que este houver sofrido por causa da gestão. 
Art. 877. Àquele que voluntariamente pagou o indevido incumbe a prova de tê-lo feito por erro.
Art. 879. Se aquele que indevidamente recebeu um imóvel o tiver alienado em boa-fé, por título oneroso, responde somente pela quantia recebida; mas, se agiu de má-fé, além do valor do imóvel, responde por perdas e danos. 
Ou seja, se o indivíduo recebe o imóvel é o vende, agindo de boa fé, deverá responder apenas pela quantia recebida, não obstante, deverá, agindo de má-fé responder pelo primeiro e perdas e danos.
Art. 879. Se aquele que indevidamente recebeu um imóvel o tiver alienado em boa-fé, por título oneroso, responde somente pela quantia recebida; mas, se agiu de má-fé, além do valor do imóvel, responde por perdas e danos.
Art. 885. A restituição é devida, não só quando não tenha havido causa que justifique o enriquecimento, mas também se esta deixou de existir. 
Exemplo: o indivíduo ganha na loteria e não recebe o prêmio, como combinado.
*Art. 886. Não caberá a restituição por enriquecimento, se a lei conferir ao lesado outros meios para se ressarcir do prejuízo sofrido. 
O atual Código Civil brasileiro valoriza aquele que trabalha, e não aquele que fica à espreita 
esperando um golpe de mestre para enriquecer-se à custa de outrem. O Código Civil de 2002 é 
inimigo do especulador, daquele que busca capitalizar-se mediante o trabalho alheio. 
Mas, segundo o Enunciado n. 35, aprovado na I Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça 
Federal, “a expressão se enriquecer à custa de outrem do art. 884 do novo Código Civil não 
significa, necessariamente, que deverá haver empobrecimento”. Ou seja, o enriquecimento 
disposto no CC não abrange ao empobrecimento da parte. 
Preconiza o art. 885 do CC que a restituição é cabível não só quando não existir causa para o 
pagamento, mas também quando esta deixar de existir. Como exemplo pode ser citada uma 
situação em que a lei revoga a possibilidade de cobrança de uma taxa. A partir do momento 
desta revogação, o valor não pode mais ser cobrado, pois caso contrário haverá conduta visando 
ao enriquecimento sem causa, tornando possível a restituição.

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