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SISTEMA DE ENSINO CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II Livro Eletrônico 2 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro Sumário Conhecimentos Sobre o Piauí – Parte II ..................................................................................... 3 Introdução ao Tema ........................................................................................................................ 3 1. Região Nordeste .......................................................................................................................... 3 1.1. Regionalização do Nordeste ................................................................................................... 5 2. Atual Semiárido e o Polígono das Secas ................................................................................ 6 2.1. Polígono das Secas .................................................................................................................. 8 3. Relevo ............................................................................................................................................ 8 3.1. Depressão Periférica .............................................................................................................. 11 3.2. Entendendo uma Cuesta .......................................................................................................12 3.3. Chapadões do Alto-Médio Parnaíba .................................................................................. 14 3.4. Planalto Oriental da Bacia Sedimentar do Maranhão Piau ...........................................15 3.5. Relevo Ruiniforme ..................................................................................................................16 3.6. Baixos Planaltos do Médio – Baixo Parnaíba ...................................................................16 3.7. Tabuleiros Pré-Litorâneos .................................................................................................... 17 3.8. Planície Costeira ..................................................................................................................... 17 3.9. Considerações Finais ............................................................................................................ 18 4. Hidrografia ................................................................................................................................. 18 4.1. Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba....................................................................................20 4.2. As Bacias Difusas Litorâneas do Piauí .............................................................................. 27 5. Clima ............................................................................................................................................ 27 6. Vegetação do Piauí ................................................................................................................... 30 7. Recursos Naturais......................................................................................................................31 7.1. Bens Minerais para Construção Civil ................................................................................. 33 8. Problemas Ambientais no Piauí ............................................................................................. 35 9. Urbanização ............................................................................................................................... 37 Exercícios ........................................................................................................................................ 41 Gabarito ........................................................................................................................................... 54 Referências Bibliográficas .......................................................................................................... 55 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro CONHECIMENTOS SOBRE O PIAUÍ – PARTE II Introdução ao tema Querido(a) candidato(a), nesse momento iremos aprofundar nossos conhecimentos sobre os mais diversos aspectos geográficos da região piauiense. Esse módulo abrangerá em es- pecial os critérios referentes a vegetação, clima, recursos minerais, relevo, recursos hídricos, dinâmica populacional, rede urbana e organização do espaço. Mas para facilitar o estudo sobre tais assuntos, vamos iniciar nossa aula introduzindo as principais características do Nordeste. Dessa forma, partindo de uma escala macro para uma escala micro, poderemos ter uma compreensão melhor e facilitada sobre os aspectos referen- tes ao Piauí. Estudar o Nordeste é ter pela frente um espaço geográfico complexo com suas grandes variedades naturais e sociais. Inicialmente, é importante que você reconheça a localização do Nordeste dentro do territó- rio brasileiro e as dinâmicas que o envolvem. Formado por nove estados é a região com maior quantidade de Unidades Federativas do país, sendo que o menor estado da Federação se en- contra nessa área: o Sergipe. 1. regIão nordeste Disponível em: <https://www.infoescola.com/geografia/regiao-nordeste/>. Acesso em: 22 mar. 2021. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro Analisando o mapa você deve ter percebido que o Nordeste brasileiro está próximo a Linha do Equador. Lembre-se de que é nessa faixa terrestre que recebemos a maior incidência de raios solares, que determina os aspectos climáticos da região. Então você deve estar se perguntando, esse é o motivo de ter altas temperaturas e haver áreas semiáridas? E eu te respondo que de ter altas temperaturas sim, mas das áreas semiá- ridas não necessariamente. O Sertão será formado por dois grandes fenômenos naturais, pri- meiro a formação do planalto da Borborema e o segundo a dinâmica das correntes marítimas que ocorrem na região. Os elementos que compõem a região nordestina podem ser agrupados em diferentes níveis, formando assim sua regionalização. Um desses critérios são os elementos naturais como clima, vegetação, solo e relevo, que em conjunto produzem variadas paisagens. A ação humana também influencia na regionalização do Nordeste, pois o grau de desenvolvimento nas sub-regiões ocorreu de forma diferenciada. Algumas regiões se tornaram industriais e urbanizadas, enquanto outras se mantiveram na produção agrícola. Portanto, o conjunto dos fatores naturais e humanos criaram as sub-regiões nordestinas. As sub-regiões nordestinas são classificadas de leste a oeste em Zona da Mata, Agreste, Sertão e Meio Norte. O clima dessa região é caracterizado como apresentado no organogra- ma a seguir. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 57www.grancursosonline.com.brConhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro Das características climáticas apresentadas sobre as sub-regiões nordestinas, podemos encontrar no território piauiense as que se referem a Sertão e Meio Norte. Dessa forma a re- gião do estado do Piauí abrangem essas duas sub-regiões e apresentam diferentes paisagens. 1.1. regIonalIzação do nordeste Disponível em: <https://conhecimentocientifico.r7.com/regiao-nordeste/>. Acesso em: 22 mar. 2021. ZONA DA MATA: área litorânea que se estende do Rio Grande do Norte até o sul da Bahia. O verão é seco e o inverno com bastante chuvas, permitindo o desenvolvimento de vários rios permanentes. Foi o bioma mais devastado do Nordeste, pois foi na costa nordestina que se desenvolveram os latifúndios açucareiros, o cultivo do cacau, o desenvolvimento urbano e a indústria. AGRESTE: é uma faixa de transição climática entre o litoral úmido e o sertão seco. A forma de relevo que se destaca nessa sub-região é o Planalto da Borborema. Esse planalto impede a passagem das massar de ar úmidas provenientes do litoral nordestino causando em sua en- costa oriental a condensação das partículas de água e, consequentemente, as chuvas orográ- ficas (chuvas de relevo). No Agreste se desenvolveu ao longo dos anos a prática da pecuária e da agricultura de subsistência. SERTÃO: maior sub-região nordestina, o Sertão é caracterizado por um clima semiárido com a Caatinga como vegetação típica. As chuvas ocorrem de forma irregular ao longo do ano O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro e geram secas prolongadas. Essas longas de estiagem refletem várias consequências socioe- conômicas para a população sertaneja. MEIO NORTE: sub-região com clima tropical e intensas chuvas no verão. Nela é possível encontrar vários tipos de vegetação entre eles o Cerrado, Caatinga e Floresta Equatorial. As atividades econômicas se desenvolveram de acordo com a vegetação encontrada na região, destacando a policultura nas áreas mais úmidas e o extrativismo da mata dos cocais. Conhecer e entender a relação dos aspectos físicos da região foi extremamente importan- te para ocupá-la e desenvolvê-la. A organização do espaço nordestino está condicionada aos aspectos naturais e as atividades desenvolvidas desde a época colonial até as mais recentes políticas públicas. O povoamento do Nordeste teve como base uma economia primária vol- tada para o mercado externo que variou ao longo do tempo, destacando-se o extrativismo do pau-brasil no litoral, os canaviais na região da Zona da Mata, a pecuária no interior, algodão no Meio Norte e o cacau no Sudeste da Bahia. O PULO DO GATO Muitas questões podem ser resolvidas com o conhecimento prévio da região Nordeste. Assim como no contexto histórico, a geografia pode ser aplicada em várias situações que englobam a mesma região. Fica a dica! 2. atual semIárIdo e o Polígono das secas A maior parte da população brasileira associa o Nordeste com o clima seco do Sertão. Ao longo do nosso estudo, vimos que uma característica presente e marcante dessa sub-região são as chuvas distribuídas irregularmente e em pouca quantidade, gerando consequentemen- te, longas estiagens. Com o objetivo de desenvolver políticas públicas de apoio ao desenvolvimento da região, foi estabelecido em 2004 que novos critérios fossem criados para definir o que seria o Semiá- rido. A princípio, segundo a Lei n. 7.827/1989, só era considerado semiárido áreas com preci- pitações inferiores a 800 mm anuais, fato gerador para o Ministério da Integração considerar insuficiente para demarcar a região. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro Os novos critérios para delimitação do semiárido consistiu em três pilares: Com esses novos critérios foram incorporados ao semiárido mais 102 municípios, entre elas as cidades piauienses de Alto Longá, Altos, Amarante, Arraial, Barra D’Alcântara, Barras, Batalha, Boa Hora, Boqueirão do Piauí, Brasileira, Cabeceiras do Piauí, Campo Maior, Capitão de Campos, Cocal, Cocal de Telha, Cocal dos Alves, Coivaras, Elesbão Veloso, Floriano, Franci- nópolis, Francisco Ayres, Jardim do Mulato, Jatobá do Piauí, José de Freitas, Nossa Senhora de Nazaré, Novo Santo Antônio, Parnaguá, Passagem Franca do Piauí, Pau D’Arco do Piauí, Piripiri, Prata do Piauí, Regeneração, São Félix do Piauí, São Miguel da Baixa Grande, Sigefredo Pacheco e Várzea Grande. Já o polígono das secas é uma área delimitada por legislação própria que vai além do se- miárido, abrangendo o norte de Minas Gerais. Essa divisão é demarcada e agrupada por terem características próximas em relação a pluviosidade e as longas estiagens. Seu principal objeti- vo é orientar as políticas públicas que visam combater os efeitos da seca. PEGADINHA DA BANCA Candidato(a), não se esqueça que a área do polígono da seca é diferente do território do semi- árido. O examinador pode te induzir ao erro afirmando que essas áreas são sinônimas. Porém, com o polígono das secas e os investimentos surgiu um outro termo chamado “in- dústria da seca”. Esse termo se refere a atos de corrupção realizados por agentes públicos ou grandes fazendeiros das regiões que recebiam ajuda financeira do governo. O dinheiro desti- nado para amenizar os efeitos da seca passaram a ser desviados e utilizados para outros fins. Não é porque tem o termo indústria que está relacionado ao setor secundário. MUITA ATEN- ÇÃO CANDIDATO(A)! Ele recebe esse nome de forma sarcástica, já que também gera dinheiro para os envolvidos, porém de forma ilegal e corrupta. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro 2.1. Polígono das secas Disponível em: < https://www.researchgate.net/figure/Figura-16-Poligono-das-secas-Fonte-CARVALHO-2006-O- -semiarido-apresenta-ma_fig5_301354867>. Acesso em: 15 jun. 2021. 3. relevo As representações geomorfológicas do Piauí são desenvolvidas, normalmente, em uma escala bastante reduzida, o que gera uma generalização das formas de relevo da região. A dinâmica climática associada a estrutura geológica é responsável pela criação das formas de relevo que, constantemente, continuarão a evoluir em interação com os demais elementos naturais. Portanto o Piauí é reflexo de condições litológicas e de atuação tectônica no passado, o qual se submeteu toda a estrutura geológica do Nordeste. A análise do relevo do Piauí deve ser feita com a identificação por compartimento regio- nal, observando dentro de cada unidade morfoestrutural. Nessa forma, encontram-se essas bases geológicas por grandes unidades litoestruturais e sedimentos, distribuindo-se da se- guinte forma: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meiose a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro As regiões de embasamento cristalino, no Piauí, são datadas da era Pré-cambriana e são à faixa do Escudo Nordestino, localizado ao sul e sudeste da bacia sedimentar do Maranhão- -Piauí. Portanto, elas são a continuidade das depressões sertanejas regionais que ocorrem em todo leste nordestino. Já a bacia sedimentar do Maranhão-Piauí com a sua posição intracratô- nica favoreceu deposição sedimentar que, de acordo com as transgressões e regressões ma- rinhas, sofreu oscilações. O seu rebaixamento está ligado às perturbações da crosta a partir do Pré-cambriano. O que é uma posição intracatônica? Têm contorno oval ou arredondado, se formam em con- tinente devido o resfriamento de plumas. As regiões consideradas tectonicamente estáveis, os conhecidos crátons são onde se desenvolvem este tipo de bacia. Veja na imagem a seguir. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro Disponível em: <https://www.sobregeologia.com.br/2019/09/bacias-sedimentares-conceitos-basicos-e. html>. Acesso em: 10 jun. 2021. A partir da identificação das grandes unidades estruturais e de depósitos, podemos clas- sificar em grandes conjuntos de formas de relevo. Esse conjunto foi designado como com- partimentos regionais, por unidades estruturais, onde se individualizaram as formas locais de relevo. Dessa forma, os critérios para esta classificação são de ordem estrutural, topográfica e de evolução. Observe a tabela que representa os compartimentos regionais identificados no relevo do Piauí. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/308696661_RELEVO_PIAUIENSE _uma_pro posta_de_ classificacao. Acesso em: 10 jun. 2021. 3.1. dePressão PerIférIca Essa forma de relevo é presente em áreas ao sudeste e sul do Piauí. Segundo Lima, seus limites são ao norte com a porção sul da cuesta da Ibiapaba, conhecida como Serra Grande; ao leste com a chapada do Araripe; ao oeste com os Chapadões do Alto-Médio Parnaíba; ao sudeste com a Serra Dois Irmãos e ao sul com a Serra da Tabatinga (Lima, 1987). Essa região abrange uma área de aproximada de 39.000 km², em torno de 15,6% da área do estado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 12 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro 3.2. entendendo uma cuesta Disponível em: http://www.cuestaadventure.com.br/news/80-cuesta.html>. Acesso em: 10 jun. 2021. Sua topografia é característica de uma área deprimida, com um nível de base aproxima- do à 300 m de altitude, entre os bordos da bacia sedimentar e as Formações Cretáceas dos planaltos. A sua drenagem é realizada com interrupções, reflexo das condições do clima com baixos índices de chuvas mal distribuídas, associados às condições de impermeabilidade da estrutu- ra geológica que, consequentemente, vai gerar a não contribuição para o abastecimento inter- no de seus rios no período das estiagens. Os processos erosivos representados pelos “sertões” cristalinos da região Nordeste que surgiram no passado, iniciaram o fornecimento de sedimentos para a formação da bacia se- dimentar. Esse processo acontecia ora com maior intensidade, ora com menor intensidade às atividades tectônicas, oscilações do nível do mar e variações climáticas continentais. Os solos das regiões cristalinas do Piauí, apresentam pouco intemperizados, portanto, são pouco profundos, com algumas exceções. Ocorrem, também áreas com possibilidades de sa- linização, notadamente na bacia do rio Piauí, e com coberturas de cascalhos e seixos, observa- dos nas rampas pedimentares e nos antigos terraços fluviais. Devido as condições climáticas de pouca pluviosidade e grande amplitude térmica, ocorre o predomínio de intemperismo físico sobre o químico, interferindo na cobertura vegetal natural rarefeita, representada pelas caatingas. Essa vegetação não consegue proteger, eficientemen- te, as rochas e os solos contra os impactos causados pelas chuvas torrenciais, verificando-se a retirada de regolito e de solos pela erosão laminar, em relação ao aprofundamento dos solos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.cuestaadventure.com.br/news/80-cuesta.html 13 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro A erosão laminar ocorre através do escoamento superficial difuso da água da chuva. Quando o escoamento se concentra através de linhas de fluxo bem definidas, três tipos de feições line- ares podem ser geradas: sulcos, ravinas e boçorocas. Disponível Em: http://www.sigrh.sp.gov.br/public/uploads/documents/6997/Processos_ Erosivos_nas_E ncostas.html#:~:text=A%20eros%C3%A3º%20laminar%20ºcorre%20atrav%C3%A9s,%3A%20sulcos%2C%20 ravinas%20e%20bo%C3%A7ºrocas.&text=A%20erosividade%20%C3%A9%20a%20habilidade,eros%- C3%A3º%20(Hudson%2C%201961)>. Acesso em: 10 jun. 2021. Foram classificados nesse compartimento como as formas de relevo locais os inselbergs (morros residuais cristalinos realçados pela erosão diferencial), pedimentos no contato da ba- cia com as depressões periféricas e, ainda, vales encaixados por rios mais ativos no passado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro 3.3. chaPadões do alto-médIo Parnaíba Essa forma de relevo compreende extensos planaltos ao sul do Piauí, dentro da unidade estrutural da bacia sedimentar do Maranhão-Piauí. Começa com o contato em áreas de de- pressões cristalinas, sendo representada pelos planaltos que são chamados popularmente como “Serras” do Bom Jesus do Gurguéia, Semitumba, Vermelha, Uruçuí e Grande. Ele se limite com o Tocantins, o Maranhão e uma pequena parte da Bahia, precisamente no contato com as Serras Semitumba e Tabatinga. Topograficamente, os planaltos são superfícies tabularesde estrutura horizontal, que tem altitudes que decrescem de sul para norte, sendo identificado regiões com aproximadamente 700 metros ao sul e de 300 metros ao norte. Abrange uma área de aproximadamente 106.000 km², ou seja, 42% da área do Estado e 50% da porção piauiense da bacia sedimentar. Podemos identificar nesse ambiente três feições geomorfológicas diferentes, sendo elas: Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/308696661_RELEVO_PIAUIENSE_ uma_proposta_de_ classificacao. Acesso em: 10 jun. 2021. São nessas formas de relevo que se encontram o limite entre os rios perenes e temporá- rios, tanto da área que ocupa a bacia hidrográfica do Parnaíba como de toda a bacia sedimen- tar do Maranhão – Piauí. Limitado pelo rio Gurgueia, todos os rios à sua esquerda são perenes, enquanto os de sua direita são temporários. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro 3.4. Planalto orIental da bacIa sedImentar do maranhão PIau Essa forma de relevo localiza-se na bacia sedimentar do Maranhão – Piauí, no contato oriental com o Ceará. Tem uma área de aproximadamente 43.000 km², ou seja, 17,2% da área total do estado e 20,6% da porção piauiense da bacia sedimentar. Topograficamente, essa área representa uma estrutura de cuesta. As variações altimétri- cas são entre 900 metros nos pontos mais altos e um nível de base local em torno de 200 me- tros. Formando assim, uma grande linha de cuesta, cujo front está voltado para as depressões sertanejas cearenses e o reverso para o Piauí. Segundo Lima, apresenta-se mais uniforme ao norte, onde é denominada genericamente de “Serra da Ibiapaba” e ao sul, a partir do canyon ou boqueirão do rio Poti, é conhecida por “Serra Grande” (Lima, 1987). Interrompe-se nos limites físicos do sudeste piauiense, onde é encontra-se na Chapada do Araripe (Ceará/Pernambuco) que, em terras piauienses, faz-se re- presentar por uma estreita faixa de sedimentos. A sudeste limita-se com as depressões perifé- ricas e a oeste com os Baixos Planaltos do Médio-Baixo Parnaíba. A composição do solo é formada, predominantemente, por arenitos e folhelhos, que fazem parte da composição das Formações Serra Grande, Pimenteiras e Cabeças. Na área constituí- da pela Formação Serra Grande é a que se apresenta menos expressões de erosão areolar em relação às demais formações. Nessa região há presença de grandes falhamentos regionais que deslocaram grandes quantidades de sedimentos. As principais falhas são conhecidas como Urbano Santos/Oeiras (ou falha do rio Canindé), a de Guaraciaba (ou de Jaibara/Porto Nacional), e a de Curimatá. As formas de relevo estão representadas pelos reversos de cuestas, depressões e vales encaixados – destacando-se o canyon ou boqueirão do Poti. Importante destacar uma outra forma geomorfológica: a do tipo ruiniforme. Ela ocorre nos municípios de Castelo do Piauí/São Miguel do Tapuio e Picos, por exemplo, e representa afeição residual que se forma a partir do desgaste provocado pela erosão pluvial e/ou eólica. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro 3.5. relevo ruInIforme Disponível em: http://sigep.cprm.gov.br/sitio029/sitio029.pdf. Acesso em: 10 jun. 2021. A área do reverso da cuesta em terras piauienses apresenta baixa umidade em relação à porção do estado do Ceará, em função da predominância das chuvas de relevo, atingindo so- mente o seu front e reverso imediato (maiores altitudes do planalto). 3.6. baIxos Planaltos do médIo – baIxo Parnaíba Essa forma de relevo tem início com as Formações Serra Grande e Pimenteiras ao norte do Estado. A noroeste corresponde à planície fluvial do Parnaíba, a leste limita-se com o Planalto Oriental da Bacia Sedimentar e, ao sul, com os Chapadões do Alto-Médio Parnaíba. Compreen- de uma área de 61.000 km², em torno de 24,4% do total do Estado e 29,2% da bacia sedimentar na área piauiense. Segundo Lima, sua litologia é constituída predominantemente pelos: sedimentos Devonianos (arenitos e folhelhos) da Formação Longá; arenitos intercalados com folhe- lhos datados do Carbonífero (Formação Piauí); arenitos, folhelhos, siltitos e calcários, das Forma- ções Pedra de Fogo e Itapecuru, do Permiano ao Cretáceo; e uma mancha de sedimentos Terciários da Formação Barreiras, formando topo entre os rios Longá\Parnaíba. Destacam-se afloramentos de sill e diques Cretáceos de basaltos (alguns autores denomina-os como diabásio), na área sul desse compartimento, mapeados pelo RADAM (1973), como Formação Orozimbo, ocorrendo nos municí- pios de Água Branca, São Pedro e adjacências, em maior expressão espacial. Em direção ao sul, nos municípios de Amarante, Floriano e Valença, esses afloramentos se tomam mais esparsos, como se pode observar em campo, não se conhecendo ainda os mapeamentos detalhados dessas manchas O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro de rochas básicas. Nas áreas desses afloramentos observa-se maior ocupação agrícola, pois esses solos minerais escuros desenvolvidos nessas rochas básicas, pela sua fertilidade natural, adquirem maior valor para utilização agrícola, sendo considerados como os melhores de todo o Estado. LIMA, Iracilde Maria de Moura Fé. Relevo Piauiense: uma proposta de classificação. UFPI, 1987, p.21. Essas formas de relevo podem ser denominadas como agrupamentos de mesas, os pla- naltos rebaixados, os morros testemunhas tipo mesa e morrotes, as áreas deprimidas de acu- mulação inundáveis e as planícies flúvio-lacustres dos rios Parnaíba e Longá. Os planaltos rebaixados podem ser chamados popularmente como Serra Grande, Serra do Grajaú, Serra da Lagoa Funda, Chapada Grande, Serra de São Pedro e Serra do Tabuleiro, entre outras. Os rios nessas regiões apresentam um fluxo intenso, inundando periodicamente áreas nos cursos baixos onde têm seus fluxos represados pelo rio Parnaíba, em períodos de “cheias”. Representam a parte hídrica dessa área, os baixos cursos dos rios Canindé e Poti, de direção sudeste/noroeste, pequeno trecho (próximo à foz) do rio Itaueira, quase a totalidade da bacia do Longá e os trechos médio e baixo do rio Parnaíba (margem direita), que apresentam direção sul/norte. 3.7. tabuleIros Pré-lItorâneos Essa forma de relevo está localizada ao norte do Piauí, fazendo limite com a planície cos- teira ao norte, o rio Parnaíba a oeste, a bacia sedimentar ao sul e os afloramentos cristalinos a leste. As áreas com maiores altitudes atingem 60 metros. A sua abrangência é de aproximada- mente 1.700 km², ou seja, 0,7% do total do Piauí. Os sedimentos que se acumulam no litoral brasileiro são denominados de Série Barreiras. Esta série representa uma área de sedimentos de origem continental, que tem uma variação de seixos a argila. Ela recobre uma faixa de 50-30 km de largura entrea bacia sedimentar e o litoral como um glacis de acumulação, designado como tabuleiros em todo Norte e Nordeste do Brasil. 3.8. PlanícIe costeIra Corresponde a uma faixa litorânea com pouca extensão e está localizada entre a baía das Canárias (foz do Parnaíba, limite com o Maranhão) e a barra do Timonha (limite com o Ceará). A faixa paralela à costa é composta pelo delta do Parnaíba, por dunas móveis e planícies, que resultam do trabalho combinado dos agentes marinho, eólico e fluvial. As formações praiais entre o delta do Parnaíba e a Ponta de Anel na área de dunas móveis e restingas, apresenta-se alagada onde se encontram alguns mangues de pequena expressão. Também precisamos destacar os recifes areníticos de Itaqui, junto à praia do Coqueiro, que aparecem devido à baixa da maré. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro 3.9. consIderações fInaIs Podemos concluir que o relevo piauiense pode ser assim descrito como uma formação de rochas cristalinas do Pré-cambriano, correspondendo a aproximadamente 39.000 Km², ou seja, 15% da área piauiense e uma grande área da bacia do Maranhão-Piauí, formada por ro- chas sedimentares que representam cerca de 209.000 Km², ou seja, 35% da bacia sedimentar e 83,5% da área piauiense. O relevo do Piauí tem duas formações em destaque. A maior parte do território, nas regiões Sul, Sudeste, Sudoeste e Leste piauiense, apresentam as elevações de planaltos e chapadas, denominadas como Planalto da Bacia do Parnaíba. Já na porção norte do estado, predomina- -se a Planície Costeira. A topografia do Piauí é regular, apresentando 92% da sua extensão territorial com altitude inferior a 600 metros. 4. hIdrografIa Inicialmente, é importante lembrar que o conhecimento e a conservação sobre a água, tornaram-se fundamentais para a sociedade, aliás ela é vital para a manutenção dos ecossis- temas. Além de ser um bem indispensável para a humanidade, ela se constitui por ser um im- portante suporte aos aspectos socioeconômicos. Infelizmente, o atual período histórico tem caracterizado por escassez, desperdício e redução da qualidade das águas principalmente em decorrência de seus usos de forma inadequada. Atualmente, os recursos hídricos tornam-se limitantes ao desenvolvimento socioeconômi- co não somente em relação à quantidade disponível, mas também pela sua qualidade. Aliás, nem toda a água presente na Terra está disponível para o consumo direto, uma vez que aproxi- madamente 97,5% do seu volume é de águas salgadas, presentes nos oceanos e mares, e que apenas cerca de 2,5% são de água doce, encontrada nos lençóis subterrâneos, nos rios e lagos, na atmosfera e nas geleiras das altas montanhas e das regiões polares. No Brasil, encontra-se uma grande quantidade de água doce que representam um volume aproximado de 12% do total mundial. O nosso país é destaque pela grande descarga de água doce de seus rios, que é estimada em cerca de 53% da água doce do continente Sul- Americano. O estado de Piauí, geograficamente, está localizado numa faixa de transição entre as ca- racterísticas climáticas da zona úmida da Amazônia e a semiaridez do Nordeste Oriental, ocor- rendo, consequentemente, variações na ocorrência e na circulação das águas em seu território. No território piauiense a ocorrência e a circulação das águas doces no meio ambiente es- tão ligadas ao volume de águas subterrâneas, à presença de lagoas naturais, açudes e lagos de barragens geralmente construídos em vales fluviais. O sistema de redes fluviais em sua maior parte é interligado com o rio Parnaíba e, em pequena expressão espacial, por um conjun- to de pequenos rios litorâneos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro A quantidade de águas subterrâneas existente no estado é considerada grande, por estar localizado na Bacia Sedimentar do Parnaíba em mais de dois terços de sua área. Ela é supera- da, no espaço brasileiro, apenas pela Bacia Sedimentar do Paraná e pela Bacia Sedimentar do Amazonas. No Estado do Piauí, o aquífero Poti-Piauí que está na bacia Sedimentar do Parnaí- ba, detém a maior reserva explorável: 130 m3/s. Disponível em: http://files.iracildefelima.webnode.com/200000130-6d7826e7ca/Cap.%203_livro%20Hid rogra- fia%20do%20Piau%C3%AD.pdf. Acesso em: 13 jun. 2021. Estudos recentes divulgados pelo Plano Estadual de Recursos Hídricos (PIAUI/SEMAR, 2010), sobre à disponibilidade das reservas de águas subterrâneas do Estado do Piauí, apre- senta que poderá ser utilizado um volume de até 10 bilhões de m³/ano sem que comprometa ou rebaixe as águas dos aquíferos, num prazo de 50 anos seguidos. O número de lagoas existentes no Piauí, localizadas desde o sul ao norte do estado, é considerado grande, sendo que algumas apresentam um armazenamento de água a partir de 20.000 m³ de água e várias outras menores, com tamanhos variados. Quando nos referimos a barragens construídas nos vales fluviais, identifica-se no Piauí vários reservatórios com capacidade para armazenamento de milhões de metros cúbicos de água. Destacando os que apresentam médio e grande porte, ou seja, que têm capacidade de armazenamento acima de 10.000.000 m3, foi contabilizado um total de 25 barragens, sendo a maior delas o da Boa Esperança, que barra o rio Parnaíba. Seu principal objetivo é a geração de energia elétrica e sua capacidade de armazenamento de água é estimada em 5.000.000.000 m3, sendo quatro os municípios piauienses beneficiados por serem banhados por ela formado: Guadalupe, Porto Alegre do Piauí, Antônio Almeida e Uruçuí. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro Disponível em: http://files.iracildefelima.webnode.com/200000130-6d7826e7ca/Cap.%203_livro% 20Hidrogra- fia%20do%20Piau%C3%AD.pdf. Acesso em: 13 jun. 2021. 4.1. bacIa hIdrográfIca do rIo Parnaíba A Bacia Hidrográfica do rio Parnaíba é uma das 12 Regiões Hidrográficas do Brasil, segun- do o Conselho Nacional de Recursos Hídricos (Resolução n. 32, de 2003). Os estudos sobre essa bacia apresentam vários valores para a sua área, sendo que para o Piauí o valor aproxi- mado é de 249.497 Km². O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro Disponível em: http://files.iracildefelima.webnode.com/200000130-6d7826e7ca/Cap.%203_livro% 20Hidrogra- fia%20do%20Piau%C3%AD.pdf. Acesso em: 13 jun. 2021. Observar as áreas de abrangência dessa baciahidrográfica apresenta sua importância em possibilitar a identificação das águas que vão abastecer a maioria dos rios que compõem os sistemas de drenagem do espaço piauiense e todo o sistema hidrográfico do rio Parnaíba. O Parnaíba é o maior rio perene da região nordeste do Brasil, tendo seu curso totalmente na região Nordeste. Sua extensão é de aproximadamente 1.450 Km, considerando suas nascen- tes principais até a foz, no Oceano Atlântico, onde forma um grande delta em mar aberto. Em todo o seu curso Sul-Norte, forma-se o limite territorial com o estado do Maranhão, tornando- -se, assim, um rio federal para efeito de gestão de suas águas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro Disponível em: http://files.iracildefelima.webnode.com/200000130-6d7826e7ca/Cap.%203_livro%20 Hidrogra- fia%20do%20Piau%C3%AD.pdf. Acesso em: 13 jun. 2021. Durante o século XVI, esse rio recebia os nomes de Rio Grande dos Tapuios e Rio das Gar- ças, porém o nome Parnaíba é atribuído ao bandeirante Domingos Jorge Velho, quando esteve na região no século XIX, supostamente em homenagem à sua cidade natal. Esse rio é considerado historicamente importante para os piauienses, estando presentes nos símbolos oficiais do Estado do Piauí, como o hino e o brasão, no surgimento de muitas cidades e atividades ribeirinhas e na navegação por suas águas. Ao longo da história, esse rio foi um eixo do processo de colonização do Piauí e, também, integração comercial. No estado do Piauí, os principais rios que compõem o sistema de drenagem da bacia hidro- gráfica do rio Parnaíba são considerados como sistemas hidrográficos sub-regionais, devido a sua abrangência espacial e complexidade ambiental que caracterizam suas bacias hidrográfi- cas. Na imagem a seguir são classificadas as sub-bacias hidrográficas do rio Parnaíba. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro Disponível em: http://files.iracildefelima.webnode.com/200000130-6d7826e7ca/Cap.%203_livro%20 Hidrogra- fia%20do%20Piau%C3%AD.pdf. Acesso em: 13 jun. 2021. Os rios são classificam seus trechos em alto, médio e baixo cursos, reconhecido de acordo com sua dinâmica. São observados indicadores como gradiente do leito, rupturas, quantidade O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro dos sedimentos transportados, entre outras que podem identificar o tipo de dinâmica fluvial que caracteriza cada trecho do rio. A classificação do rio Parnaíba ocorre da seguinte forma: A vazão do rio Parnaíba recebe influência de fatores naturais que o torna perenes. Pode- mos destacar localização de seu vale na faixa de alto regime pluviométrico, apresentando médias anuais em torno de 1.200 a 1.400 mm; o abastecimento por afluentes perenes em seu alto curso; em partes do trecho do médio e do baixo cursos o seu canal corta as rochas sedimentares, formando um dos maiores aquíferos regionais da bacia do Parnaíba. Mas, nos trechos do médio e do baixo cursos alguns de seus afluentes da margem piauiense apresenta regime temporário, principalmente porque têm suas nascentes e/ou a área do seu alto curso na faixa de clima semiárido e, ainda, porque parte de sua área se encontra na estrutura do em- basamento geológico cristalino. Podemos descrever um perfil geral das sub-bacias do Estado do Piauí, tendo como afluen- tes do rio Parnaíba. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 25 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro Disponível em: http://files.iracildefelima.webnode.com/200000130-6d7826e7ca/Cap.%203_livro%20 Hidro- grafia%20do%20Piau%C3%AD.pdf. Acesso em: 13 jun. 2021. O rio Parnaíba apresenta uma grande variação no seu volume de água em seus diferentes trechos como em relação aos meses do ano mais chuvosos e mais secos. As principais nascentes do rio Parnaíba estão na faixa próxima à linha da divisa territo- rial dos estados do Piauí, Maranhão, Tocantins e Bahia, na Chapada das Mangabeiras. Essa Chapada é importante como uma área de recarga hídrica, não somente para o rio Parnaíba, também para os rios Tocantins e São Francisco, pois ela representa o divisor de águas dessas bacias hidrográficas, além de representar a divisa desses Estados. Em sua nascente o rio recebe o nome de Riacho Água Quente, sendo chamado de Rio Par- naíba a partir da foz do seu afluente denominado Riacho Curriola. Este riacho foi definido como o principal formador do rio Parnaíba, ao invés do riacho Curriola (ou Surubim). As característi- cas do riacho Curriola são semelhantes ao riacho Água Quente. Somente a partir do encontro dos dois rios é que se forma o Rio Parnaíba. A bacia conjunta desses dois riachos é chamada de área das nascentes principais do rio Parnaíba. Nessa região encontra-se a Chapada das Mangabeiras, com altitudes de 780 m. Em estu- dos foi observado que nas estruturas dessas escarpas, formam-se muitas veredas, entre elas os três olhos d’água que dão início a formação do riacho Água Quente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro Disponível em: http://files.iracildefelima.webnode.com/200000130-6d7826e7ca/Cap.%203_livro%20 Hidrogra- fia%20do%20Piau%C3%AD.pdf. Acesso em: 13 jun. 2021. Para preservar o patrimônio ambiental e seus recursos naturais, foi criado nesta área de nascentes em 2002 o Parque Nacional das Nascentes do rio Parnaíba, envolvendo vários mu- nicípios dos Estados do Piauí, Maranhão e Tocantins, com uma área de 724.324,61 hectares (MMA/ICMBIO, 2011). A foz do rio Parnaíba corresponde a um delta em mar aberto, através da formação de cinco largos canais. Esses canais formam quatro grandes ilhas: Grande de santa Isabel, das Canárias, do Caju e Grande do Paulino. Esses canais apresentam sedimentos arenoargilosos, mangues e dunas, surgindo cerca de 70 ilhas, através da interação entre o rio Parnaíba e o mar. A área do delta é de aproximadamente de 2.700 km², A maior parte está localizada no Ma- ranhão e apenas 35% na região do Piauí, formando pequenas ilhas e a Ilha Grande de SantaIsabel. Esta ilha está entre o canal principal do rio Parnaíba e o canal secundário do rio Igaraçu, enquanto do lado maranhense encontram-se as outras ilhas formadas entre esse canal princi- pal e o rio Santa Rosa. Os canais do rio Parnaíba que formam este delta no espaço piauiense e os rios que têm suas bacias hidrográficas nessa área litorânea e, também, desembocam no Oceano Atlânti- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro co, fazem parte dos sistemas fluviais dessa região do estado e são classificados como “rios litorâneos”. Preocupado com a preservação do Delta, foi criada no litoral a Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba (APA), pelo Decreto Federal de 28 de agosto de 1996, que englobam municí- pios maranhenses, piauienses e cearenses. Os municípios piauienses que fazem parte dessa APA são os de Parnaíba, Luíz Correia, Ilha Grande de Santa Isabel e Cajueiro da Praia. 4.2. as bacIas dIfusas lItorâneas do PIauí Os rios mais extensos que têm suas bacias na faixa litorânea piauiense e suas desemboca- duras diretamente no Oceano Atlântico são o Portinho, o São Miguel, o Cardoso, o Camurupim e o Ubatuba. O divisor de águas desses rios litorâneos faz limite com a bacia hidrográfica do rio Parnaíba nos topos do relevo da margem direita do Rio Piranji. Esse divisor de direção geral leste-oeste, permanece para o norte continuando a criar o limite entre a bacia do rio Portinho e os riachos que desaguam diretamente no rio Parnaíba, no trecho de jusante da foz do Piranji até a foz do rio Portinho, área considerada como final do Baixo Parnaíba (LIMA, 2017). 5. clIma O Piauí está situado entre as sub-regiões meio norte e o sertão, que apresentam respec- tivamente os climas úmidos e semiárido. Também ocorrem na região variações altimétricas diferenciadas como as altas chapadas do sul-sudoeste, sendo que a altitude é aproximada- mente de 600 metros e vai diminuindo conforme se aproxima do Norte até chegar ao mínimo no litoral. Nesse percurso encontram-se chapadas tubulares, com vertentes íngremes, vales interpla- nálticos e superfícies de erosão. São 2.650 km de rios perenes, 68 lagoas perenes e 54 açudes de médio e grande porte e 50 açudes pequenos, além do lago de Boa Esperança que tem como principal objetivo à geração de energia. Candidato(a), todas essas características são fatores importantes para influenciar no clima do estado. Os elementos climáticos que favorecem as precipitações no Piauí são complexos e man- tém relação com vários sistemas de circulação atmosférica, agindo separadamente nas dife- rentes regiões do estado. A esses fatores que dependem diretamente da circulação atmosféri- ca geral se relacionam outros, como a proximidade do mar. No sul do estado, o principal fenômeno que causa as chuvas são as entradas de frentes frias, formação das linhas de instabilidade auxiliada pelos Vórtices Ciclônicos do Atlântico Sul (VCAS), Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), Linha de Instabilidade (LI) e os ventos alísios provenientes do Sudeste. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro Na região norte o elemento principal que provoca as chuvas é a Zona de Convergência In- tertropical (ZCIT), as brisas marítimas e terrestres, os ventos alísios de nordeste e os vórtices ciclônicos de altos níveis. Na região central as chuvas são ocasionadas pelas junções dos sistemas atuantes nas regiões sul e norte. FONTE: MEDEIROS, R. M. CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA DE KÖPPEN PARA O ESTADO DO PIAUÍ – BRASIL. Revista de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Piauí., Vol.09, N.3, p.85. Querido(a) aluno(a), é importante lembrar que alguns fatores climáticos são fundamentais para o clima do Piauí, como por exemplo, a radiação solar, a latitude e a altitude. A radiação solar é a fonte de energia mais importante para todos os tipos de climas, a latitude é decisiva, pois ela determina as características dos elementos climáticos do Piauí, tendo em vista a sua posição latitudinal. E a altitude é importante devido ao seu papel no comportamento da pres- são, dos ventos e de sua temperatura ambiente. Entre os fatores climáticos locais, destacam-se os naturais e os antrópicos. Os naturais, são importantes os seguintes: a vegetação, no controle da umidade do ar, da irradiação solar e das temperaturas do ar próximas à superfície. Outros fatores locais importantes são os rios e lagos, fator relevante na produção de conforto ambiental. A topografia, também deve ser con- siderada como um fator climático local, pois interfere diretamente no padrão da temperatura do ar produzindo microclimas. Os fatores antrópicos são aqueles que estão diretamente interligados com a ação humana. Podemos citar como exemplos dessas ações, o volume edificado, o traçado urbano e a imper- meabilidade do solo. Porém, as influências de cada um desses fatores ocorrem a partir de sua interação com os elementos climáticos, típicos de cada espaço a ser considerado. Cada ação O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro antrópica, em um tempo e em um espaço específico, possibilita a ocorrência de uma nova re- alidade microclimática. Portanto, podemos concluir que as regiões do oeste e sudoeste do Piauí estão sob influ- ência do clima Tropical (quente e úmido). As temperaturas nessas regiões variam entre 18ºC e 30ºC. O índice pluviométrico anual tem uma variação entre 1000 mm e 1800 mm. Esse tipo climático apresenta duas estações bem definidas: uma chuvosa que ocorre entre os meses de dezembro e maio e a seca que acontece entre junho e novembro. Nas regiões leste e sudeste do Piauí encontra-se a maior parte dos municípios, aproxima- damente 62% do estado, e tem como clima característico o semiárido. As precipitações variam de 500 a 800 mm, chovendo menos que o restante do território piauiense. As chuvas são irregu- lares durante o ano, ocorrendo longos períodos de estiagem e altas temperaturas, que variam de 23ºC a 40ºC. As chuvas ocorrem durante o verão, entre os meses de dezembro e março. FONTE: Mapa de precipitação do Piauí. Fonte: EMBRAPA (2004) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 30 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro Infelizmente, o Piauí registrou um aumento nas áreas secas de 79,29% para 92,11%, entre agosto e setembro de 2020. O percentual foi o maior desde novembro de 2014 (99,94%) e dei- xou o estado com a maior áreacom seca grave do Nordeste, 7,19%. Ocorreu uma expansão da classificação seca fraca para o norte do estado e sua intensificação no extremo sul, onde pas- sou à categoria de seca moderada. Os impactos continuam de curto e longo prazo no centro e sul e apenas de curto prazo nas demais áreas. 6. vegetação do PIauí Por apresentar uma variedade climática, as formações vegetais do Piauí sofrem a influ- ência dos domínios da Amazônia, do Planalto Central e do Nordeste. Dessa forma, a região é caracterizada por uma diversidade de ecossistemas, já que é uma zona de transição entre a floresta amazônica, os cerrados e o semiárido. As formações vegetais do Piauí que se destacam são os Cerrado, Caatinga, Mata dos Co- cais e Vegetação Litorânea (manguezais). As áreas dos cerrados são encontradas geografica- mente em vários pontos do Piauí, porém a sua maior ocorrência é na região sudoeste e parte do sul piauiense, ampliando-se através de várias manchas na área de transição, nas regiões centro-leste e norte do Estado. A caatinga compõe 28,4% da vegetação do Piauí e se encontra em 63 municípios piauien- ses. Sua vegetação apresenta adaptações ao ambiente seco do Sertão Nordestino, com folhas grossas e pequenas e presença de espinhos em sua estrutura, que tem o objetivo de evitar a perda de água pela transpiração. No bioma encontra-se a presença de cactos, bromélias, arbustos e árvores de pequeno porte. Atualmente, a Caatinga é considerada um Patrimônio Nacional brasileiro. A vegetação de Caatinga, típicas do semiárido nordestino, ocorrem a leste, no centro norte e no sudeste do Estado. Ela pode ser classificada como caatinga arbórea, arbustiva/arbórea ou arbustiva. Nas regiões de transição há contato do cerrado com a caatinga, mata seca decídua, mata estacional subdecídua, mata de babaçu e carnaúba. Os manguezais e a vegetação litorânea estão presentes no litoral piauiense e são as for- mações vegetais em menor número no estado. Essa baixa abundância dessas vegetações é explicada pela pequena extensão do litoral piauiense. Essas vegetações se desenvolvem em solos salinos, em ambientes inundados e com baixa quantidade de oxigênio. São adaptadas a esse tipo pedológico, e inclui raízes áreas, crescimento rápido das copas das árvores e espé- cies retentoras de água. Outro domínio existente na região é o do cerrado. Encontra-se nas regiões Sul e Norte do Estado, tem uma formação vegetal caracterizada pela presença de árvores de médio e peque- no porte, que em geral, possuem troncos retorcidos e cascas grossas. Nas áreas próximas a rios, a vegetação se altera, apresentando árvores de grande porte e com folhas mais verdes. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/oxigenio/ 31 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro Porém, a área vem passando por uma grande degradação ambiental, consequência da expan- são agrícola, como por exemplo a região do MATOPIBA. A mata dos Cocais está localizada na região Noroeste do Estado, próxima à divisa com o Maranhão, ela é considerada uma mata de transição entre a Floresta Amazônica e a Caatinga. Nela encontra-se palmeiras e árvores estacionais, com predomínio de carnaúba e babaçu, sen- do essenciais para o sustento da população local. Disponível em: https://www.preparatoriopodium.com.br/portal/wp-content/uploads/2020/04/SLIDES-HUDSON. pdf. Acesso em: 15 jun. 2021. 7. recursos naturaIs De uma maneira geral o Estado do Piauí é formado por duas regiões geológicas bem dife- rentes. A primeira, encontra-se em menos de 20% do território do Piauí, é formada por um con- junto de rochas ígneas e metamórficas. Vários tipos de rochas são encontradas nessa região, especialmente formados por rochas cristalinas como granitos, granito-gnaisses, migmatitos, xistos, quartzitos, mármores e calcários, filitos e ardósias. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 32 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro A segunda região é representada, em sua quase totalidade, pela grande Bacia Sedimentar do Piauí-Maranhão e pela pequena parte da borda ocidental da Chapada do Araripe e faixa marginal atlântica de rochas Tércio-Quaternárias. Muitos jazimentos minerais, alguns já em fase de exploração, comprovam a sua potencia- lidade, como as seguintes: Jazidas de calcário dolomítico, encontradas em José de Freitas, Barro Duro, Antônio Almeida, Porto Alegre do Piauí e Santa Filomena; Jazidas de argilas especiais, exploradas nos Municípios de Jaicós, Campo Grande do Piauí, São José do Piauí, Oeiras e Colônia do Piauí; Jazidas de siltito e folhelhos (comercialmente conhecidos, respectivamente, como quartzito e ar- dósia), para pisos e revestimento ornamental nos Municípios de Juazeiro do Piauí, Castelo do Piauí, Campo Maior, Piripiri, Pedro II e Piracuruca Jazidas de opalas para adorno e artesanato, em Pedro II e Buriti dos Montes; jazidas de diamantes, encontradas nos garimpos de Gilbués e Monte Alegre do Piauí; Jazidas de calcário, em Parnaíba e Buriti dos Lopes; Jazida expressiva de Minerais Pesados, em Luís Correia; Jazidas de argilas para cerâmica vermelha, que fornecem as matérias-primas para as diversas cerâ- micas em Teresina, Parnaíba, Altos, Valença do Piauí, Picos, Jaicós, Oeiras, Floriano, Canto do Buriti, Bom Jesus, Corrente, Campo Maior e muitos outros municípios piauienses; Materiais de construção como areias, seixos, pedra para fundação, brita, etc., encontrados e explo- rados principalmente no entorno das grandes cidades como Teresina, Parnaíba, Picos, Floriano e outras; jazidas de caulim, nos Municípios de Luzilândia e Palmerais. Disponível em: http://www.cepro.pi.gov.br/download/200804/CEPRO16_6695f7c23c.pdf. Acesso em: 13 jun. 2021. Mas, as mais importantes jazidas desta região, como também de todo o Piauí, são as re- servas de água mineral, água potável de mesa e de água subterrânea. No Piauí, a geologia apresenta um grande potencial mineral, em que se encontram minerais metálicas e não metálicas, ferrosas e não ferrosas, além de minerais gemológicos, todos de grande aplicação industrial. Também apresenta um imenso potencial de água subterrânea que pode e deve ser utilizado de forma sustentável no processo de desenvolvimento econômico e social do Estado do Piauí. Entre as décadas de 1960 e começo da década de 1970, o Piauí não realizava grandes atividades mineralógicas em seu território, tal era o desconhecimento do seu subsolo. Tanto que até 1974/1975 as únicas substâncias minerais exploradas no Estado eram água mineral, argila, diamante e opala, e ainda assim com produções oficiais insignificantes. Nos anos seguintes até os dias atuais, com a participação do governo, outras jazidas mi- nerais vieram a ser exploradas, tornando o estado do Piauí com diversas minas em atividade. Mármore: diversas jazidas de mármore estão localizadas na parte leste do Piauí, nas regi- ões de Pio IX e Fronteiras. Estudos concluíram pela existência de reservas economicamente O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.brhttps://www.grancursosonline.com.br 33 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro exploráveis e comprovaram sua excelente qualidade. Porém, devido a diversos problemas, a produção dessas minas foi insignificante nos últimos anos. Calcário: quando destinado para uso de insumo agrícola, para corrigir a acidez dos solos, é objeto de uma classificação que tem por base a porcentagem de óxidos de cálcio e magnésio contidos na rocha total. O primeiro moinho de calcário para fins agrícolas no Piauí foi instala- do em 1975, no município José de Freitas. Em função da grande demanda, criaram mais dois moinhos nos Municípios de Demerval Lobão e São Raimundo Nonato. Porém, na segunda me- tade da década de 1980 e durante a década de 1990, esses novos moinhos de calcário foram desativados e, nos dois últimos anos, o terceiro foi desativado no ano de 2004. Atualmente, as explorações de calcário para agricultura se processam nos Municípios de Antônio Almeida, Santa Filomena, Porto Alegre do Piauí, José de Freitas e Curimatá. 7.1. bens mIneraIs Para construção cIvIl Areia: devido a sua grande utilidade, por ter um preço relativamente baixo e por ter em gran- de abundância é a matéria-prima de maior consumo mundial na construção civil. São larga- mente usadas junto ao concreto, argamassa e pavimentação. Tem inúmeras outras aplicações industriais, destacando-se a fabricação de vidros, cerâmica e cimento. Ocorrem ao longo dos principais cursos d’água, sendo os mais importantes aqueles situados nos terraços marginais, planícies aluviais e leitos dos rios Poti e Parnaíba. Seixos: normalmente ocorrem nas rochas da Formação Pedra de Fogo, na forma de de- pósitos tabulares, principalmente nos interflúvios entre os rios Poti e Parnaíba. As jazidas da Grande Teresina foram estimadas em 12.515.000 m³. Brita: destacam-se no estado do Piauí as minas localizadas nos Municípios de Buriti dos Lopes, Lagoa do Piauí, Teresina, Monsenhor Gil, Floriano e Picos. A produção do estado girou, aproximadamente, no valor de 600.000 m³ entre os anos de 2001 a 2003, movimentando por volta de R$15 milhões/ano. Argilas Plásticas e Refratárias: são conhecidas no Piauí, desde 1958, com jazida localiza- das no Povoado Buriti do Rei, Município de Oeiras. Atualmente, está jazida encontra-se inexplo- rável. O Município de Campo Grande vem explorando regularmente a argila ali existente para a fabricação de isoladores elétricos e produtos cerâmicos nobres. Atapulgita: segundo estudo do CEPRO/PI: Atapulgita é um mineral encontrado em determinado grupo de argilas na proporção de 70% a 80% e, por isso mesmo, empresta-lhe o nome. Trata-se de um silicato hidratado alumino-magnesiano, com uma estrutura peculiar que lhe confere propriedades especiais coloidais e sorcivas. É o mem- bro principal de um Grupo de Argilas clarificantes, conhecido como “terra fuller”. Alguns represen- tantes deste mineral apresentam-se fibrosos, com aspecto de papel ou mesmo couro, em função do entrelaçamento de suas fibras, enquanto outros se mostram compactos ou criptocristalinos. A atapulgita é um mineral relativamente raro. No Brasil são relatadas ocorrências em Minas Gerais, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 34 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro em São Paulo, no Maranhão e no Piauí. As atapulgitas encontradas no Piauí situam-se no Município de Guadalupe e são conhecidas desde o início da década de 80, quando foram realizadas algumas análises sobre essas argilas, confirmando as suspeitas originais. Disponível em: http://www.cepro.pi.gov.br/download/200804/CEPRO16_6695f7c23c.pdf. Acesso em: 13 jun. 2021. Água mineral: é a água que possui em sua composição sais minerais desenvolvidos e que são saudáveis. Apresentam propriedades terapêuticas e são consideradas seguras por não conterem germes patogênicos. A facilidade em encontrar água em grande parte do território do Piauí, fez com que proliferassem pequenos perfuradores, de forma despreparada tecnica- mente, que perfuram poços desordenadamente na região. São necessárias ter medidas de controle, com o objetivo de diminuir o aumento destes “poços” clandestinos. Porém, o cadas- tramento exigido pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais – SEMAR – nem sem- pre é obedecido, tendo em vista que a fiscalização não é feita como deveria. Vermiculita: as jazidas localizam-se no sudeste do Estado, no Município de Queimada Nova, próximas ao limite com Pernambuco. É um mineral do grupo das micas, utilizada como insumo agrícola, devido a sua propriedade de retenção de água e, também na construção civil, pelas suas características de expansão e de não ser inflamável. Fosfato: a jazida no Piauí encontra-se no extremo Sul do estado, na região de Caracol, no limite com a Bahia, onde também ocorrem outras concentrações elevadas dessa substância mineral. Nessa região as reservas são consideradas de pequeno porte, pois foram detectadas apenas 1,5 milhão de toneladas, aproximadamente. Quartzito/Ardósia: são encontrados em Juazeiro do Piauí, Castelo do Piauí, Piripiri e Pedro II e já são utilizados desde 1950. A comercialização da produção com o exterior tornou-se uma grande atividade, com bons resultados para o estado municípios. Porém, não só de recursos minerais metálicos e não metálicos vive o Piauí. Há anos são realizadas pesquisas para a exploração de gás natural na Bacia do Parnaíba. Recentemente, os planos da Parnaíba Gás Natural para os anos seguintes estão se tornando realidade com a conclusão do sistema de exploração de 8,5 milhões de metros cúbicos de gás natural e a criação de um gasoduto de 70 quilômetros no estado do Maranhão, por parte de um consórcio liderado pela Fluor Corporation. A empresa anunciou o fim dos serviços e disse que os trabalhos colocam o campo de Ga- vião Branco em condições de operar comercialmente, além de permitir que o Gavião Branco Sudeste ainda opere no primeiro trimestre deste ano e os campos de Gavião Caboclo e Gavião Branco Norte no futuro. As atividades realizadas pela Parnaíba Gás Natural são consideradas peças importantes para o desenvolvimento futuro da bacia da Parnaíba. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 35 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro 8. Problemas ambIentaIs no PIauí As preocupações com a destruição do meio ambiente tornaram urgente a compreensão da temática ambiental. O aumento no índice de consumo e o processo de industrialização es- gotam ao longo do tempo os recursos naturais, que levam milhões de anos para se recompor. Além de vários desastres naturais serem causados ou intensificados pela ação humana. É im- portante que o processo seja participativo e sustentável, com cada um realizando a sua parte e respeitando o ciclo de cada ser existente no planeta. Nas últimas décadas, as fontes hídricas têm sido ameaçadas pelas ações antrópicas, pois tornando-se parte dominante dos sistemas, têm uma tendência em sentido contrário à conser- vação e manutenção do equilíbrio ambiental. Nas áreas urbanas, principalmente nas grandes e médias cidades, é nítido o aumento do índice de poluição. A fumaça de veículos, lixo nas ruas e grandes lixões, rios,lagoas e córregos contaminados por resíduos, chaminés de fábricas despejando gases tóxicos, essas e outras são causas do desequilíbrio ambiental (FEITOSA, sem data). O Rio Parnaíba, por exemplo, já desempenhou um papel na navegação importante no pas- sado. A partir de 1940, começou a passar por uma intensa degradação ambiental devido aos graves problemas ecológicos, como o uso inadequado das áreas ribeirinhas, o desmatamento de suas matas ciliares, as pressões exercidas nas nascentes, a ação de queimadas, lançamen- to de substâncias poluentes em seu curso e o despejo de esgotos domésticos, problemas que vem cada vez mais se agravando. Importante lembrar que as matas ciliares sofrem pressão pelo desenvolvimento das áreas urbanas, na construção de hidrelétricas, na abertura de rodovias, assim como para o cultivo de culturas agrícolas e de pastagens. Este processo de degradação, além de desrespeitar a legis- lação, gera vários problemas ambientais. Elas servem como filtros, retendo defensivos agríco- las, poluentes e sedimentos que seriam levados para o rio, afetando diretamente a quantidade e a qualidade da água, além da fauna e a população humana. Outro problema que merece ser estudado é o assoreamento, que é derivado dos outros problemas mencionados. A extração da mata ciliar e da vegetação em torno do rio, favorecem para acabar com a perenidade do rio, intensificando o processo erosivo, resultando no assore- amento do rio Parnaíba. A emissão de esgotos in natura no rio Parnaíba é uma forma de degradação preocupante, inclusive sendo apontada por vários autores como uma das principais responsáveis pela con- taminação das águas superficiais, resultando em sérios prejuízos à qualidade da água. O lan- çamento de esgotos no rio gera um risco potencial para a população usuária das águas assim como para quem consome pescado deste recurso hídrico. O processo de desertificação é outro problema que afeta milhares de piauienses, segundo levantamento governamental já são 15 municípios afetados no estado e é considerada a maior O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 36 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro área de solo degradado do país. A extensão da degradação equivale a cinco vezes o tamanho da cidade de São Paulo, segundo pesquisas da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Porém, os dados demonstram que o processo é reversível e que é possível o cultivo responsável na região. O fenômeno concentra-se no Sul do Piauí pelo menos desde quando o homem começou a explorar a pecuária e agricultura na região. Sua ocorrência está relacionada ao solo que é extre- mamente frágil, sofre com chuvas intensas e tem muitos animais pastoreando na mesma área. A desertificação leva à perda da área agricultável e ao assoreamento de riachos e rios, cau- sando o abandono da terra e a migração do homem do campo para a cidade. A erosão pode chegar a tal nível que deixa o solo irrecuperável, tornando a terra imprestável para a agricultura. Uma experiência realizada com sucesso no combate à desertificação foi a implementação do Projeto Viva Sucuruiú, em 2006, que revitalizou mananciais, recuperou áreas degradadas, além de capacitar agricultores e implementar o uso de tecnologia no manejo do solo. O desmatamento também é uma das formas de degradação, principalmente nos biomas da Mata Atlântica, Mata dos Cocais e no Cerrado. Dois motivos principais podem ser destaca- dos, sendo eles o desenvolvimento urbano e o crescimento de atividades agrícolas. São cidades do Piauí que lideram o ranking de áreas destruídas na Mata Atlântica, segundo o relatório anual do instituto SOS Mata Atlântica. Destaca-se a cidade de Manoel Emídio, no Sul do Piauí e o município piauiense de Canto do Buriti também aparece no ranking, em ter- ceiro lugar. Também são duas cidades do Piauí que lideram o ranking dos municípios que mais des- mataram o Cerrado, de acordo com relatório do Ministério do Meio Ambiente. Baixa Grande do Ribeiro (PI) e Uruçuí (PI) serão fiscalizados pela vigilância e medidas de recuperação das áreas degradadas. Porém o Piauí, também tem suas ações preservacionistas. Ele foi o primeiro a regulamen- tar o Acordo de Paris sobre os compromissos com a redução dos efeitos das mudanças cli- máticas. Importante lembrar que fora da Amazônia, o Piauí é o estado que mais tem florestas naturais preservadas. Uma lei estadual obriga que os proprietários de áreas rurais preservem 30% da área, dez pontos percentuais do exigido pela legislação federal, que é de 20%. No Piauí encontram-se 32 parques com aproximadamente 3.200.000 hectares de preser- vação obrigatória pelo setor público e há o programa Ativos Verdes, que tem o objetivo do desenvolvimento de ações pelos países signatários para diminuição da emissão de gases que provocam o efeito estufa. Atualmente, ele possui hoje mais de três milhões de hectares pro- tegidos através da criação das Unidades de Conservação (UC), que representam mais de 12% do seu território. Esse percentual demonstra um aumento de 300%, só nos últimos dois anos. Podemos destacar também a Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba, que é o único Delta das Américas que deságua em mar aberto. Localizado na divisa entre Piauí e Maranhão, ele é o 3º maior do mundo. São mais de 70 ilhas, em uma área de 309.593,77 hectares, repletos de espelhos d´água, mangues, dunas, lagos e animais silvestres. Um rico ecossistema costeiro no estado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 37 de 57www.grancursosonline.com.br Conhecimentos sobre o Piauí – Parte II CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO PIAUÍ Cleber Monteiro 9. urbanIzação A cidade tem sido o ambiente para onde migram grande parte das atividades e oportunida- des, econômicas, sociais, e ou, culturais, fazendo com que a sociedade se torne cada vez mais urbana. O conceito de urbanização está atrelado a maior concentração de pessoas na zona urbana do que na zona rural, sendo considerado um fenômeno recente. Ele se intensificou, principalmente, após a Segunda Guerra Mundial, caracterizando como uma realidade global desde a segunda metade da década de 2000, quando a população urbana ultrapassou a popu- lação rural. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Piauí tem a segun- da menor taxa de urbanização do país, com um índice de 67%, ficando atrás apenas para o Maranhão que teve um índice de 58,9% da população em áreas urbanas. O Brasil apresentou um índice de 84,8%, sendo a região Nordeste quem apresentou menor taxa, 73,4%. Em relação a capital Teresina, é uma cidade regionalmente importante devido à sua loca- lização estratégica. Ela se localiza próximo as rodovias federais que interligam o Ceará, Mara- nhão e Pará, e à capital federal, Brasília, e ao estado do Tocantins. Está próxima às margens do rio Parnaíba na confluência com o rio Poti. Sua população de 814.230 habitantes é classificada como 767.557 habitantes residentes na zona urbana e 46.673 habitantes na área rural. Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Localizacao-do-Estado-do-Piaui-com-desta que-para-o-municipio-de-Teresina_fig1_312657808. Acesso em: 14 jun. 2021. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LAURENT PABLO SILVA PUGAS - 07390523301, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia,
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