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MAPA MENTAL AGRÁRIO

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Direito 
 
SUMÁRIO 
1. Histórico Fundiário Brasileiro; 
2. Terrenos de Marinha 
3. Faixa de Fronteira; 
4. Introdução ao Direito Agrário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
brasileiro 
1500 – Descobrimento do Brasil 
CRIAÇÃO DA LEI SESMARIAS - A Lei de Sesmaria, promulgada no dia 26 de junho de 1375, determinava a todos 
os que detinham terras, a qualquer título, o dever de “lavrar e semear” as mesmas ou possibilitar seu uso por 
terceiros que fossem capazes de torná-las produtivas em troca do pagamento da sexta parte do que iria ser 
produzido. Ressalta-se que, o não cumprimento deste comando implicava na transferência da terra ociosa 
para a coroa. 
Conforme afirma Opitz e Opitz (2011, p. 49) a finalidade da Lei de Sesmarias era aumentar a produção, pois, 
se todas as terras que haviam no Reino fossem cultivadas, “haveria pão de sobejo para toda a gente, e não 
seria necessário trazê-lo de fora” 
1822 – Independência do Brasil EXTINÇÃO DE SESMARIAS – O regime sesmarial no Brasil, conquanto não tenha trazido resultados plenamente 
satisfatórios, mercê das distorções verificadas, vigorou até 17.7.1822, poucos meses antes da proclamação 
da independência política do país do jugo português. 
 
1824 – 1ª Constituição Federal 
Se absteve de falar sobre terra ----> assunto que foi tratado 28 anos depois. 
Esse período considerado anárquico gerou o seguinte quadro: 
1. PROPRIETÁRIOS LEGÍTIMOS , por títulos de sesmarias concedidas e confirmadas, com todas as 
obrigações adimplidas pelos sesmeiros. 
2. POSSUIDORES DE TERRAS ORIGINÁRIAS DE SESMARIAS , mas sem confirmação, por 
inadimplência das obrigações assumidas pelos sesmeiros. 
3. POSSUIDORES SEM NENHUM TÍTULO HÁBIL SUBJACENTE . 
4. TERRAS DEVOLUTAS, aquelas que, dadas em sesmarias, foram devolvidas, porque os sesmeiros 
caíram em comisso. 
O diploma legal teve ainda o mérito 
de definir o instituto de “terras 
devolutas”, bem como de 
estabelecer mecanismos para a sua 
discriminação, extremando-as das 
terras de particulares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1850– LEI DE TERRAS 
 Em resposta a inexistência de uma norma reguladora da propriedade que atendesse a realidade brasileira e, 
ao mesmo tempo, pudesse conter o caos gerado pelo regime de posse e permitir o ordenamento do espaço 
territorial brasileiro, foi editada a Lei n° 601 de 18 de setembro de 1850, a LEI DE TERRAS. 
 Principais aspectos PROIBIR NOVAS OCUPAÇÕES DE TERRAS PÚBLICAS. 
Regulamentou -→ posses conquistadas antes de 1850 
 
 Para isso o possuidor se dirigia até a igreja onde lhe era conferido o REGISTRO PAROQUIAL OU DO VIGÁRIO. 
 
 Para obter seria necessário à apresentação de um LAUDO DE AGRIMENSURA . 
 
OBSERVAÇÃO: vale destacar que o REGISTRO PAROQUIAL foi o primeiro documento a reconhecer a propriedade 
particular no Brasil. 
brasileiro 
PERGUNTA: Com a Carta de sesmaria e registros 
paroquiais, o titular destes títulos poderá abrir uma 
matrícula no cartório de registro de imóveis? NÃO, isso 
só será possível por meio de ação própria e se for 
comprovada a posse. 
A legislação obrigava os possuidores, a qualquer título, a registrar suas terras perante 
os vigários das paróquias. Por isso, estes documentos passaram a ser vulgarmente 
conhecidos como Registros Paroquiais ou Registros do Vigário (art. 97 do Decreto n° 
1318/1854). A fim de efetivar o comando previsto no Decreto nº 1.318/1854, os 
vigários teriam que transcrever a declaração dos donos ou possuidores das terras, 
que eram cobradas conforme número de palavras, assim, na maioria dos casos, as 
declarações transcritas eram resumidas e confusas, pois omitiam detalhes 
importantes sobre a exata localização dos imóveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
brasileiro 
1888– Abolição da Escravatura 
No ano de 1888, a Lei Áurea mostrou-se cética no tocante à distribuição de terras aos cativos. No 
seu artigo primeiro, declarava extinta a escravidão no Brasil, e no segundo, revogavam-se "as 
disposições em contrário". 
 
 O latifúndio permaneceu intocável e estava garantida a hegemonia plantacionista. Ressaltamos 
que a Abolição foi precedida de embates entre os representantes dos escravistas e dos 
abolicionistas. A liberdade dos cativos não veio acompanhada da distribuição de terras. 
1889– Proclamação da República 
A República não alterou em nada a situação fundiária do passado colonial, pelo contrário, 
contribuiu para incorporar mais terras ao latifúndio e agravar o quadro do campesinato. 
 
Há quem diga que foi a "contrarrevolução" política, pois barrou a reforma da ordem 
fundiária, consolidando o poder oligárquico em todo o Brasil. 
 
A República não trouxe benefícios à população pobre, serviu para o reordenamento das elites 
nos postos de poder. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
brasileiro 
1891– Constituição da República 
Definiu questões que se mantem até hoje → transferiu a titularidade das terras devolutas ao Estado, 
ficando reservadas à União as terras devolutas localizadas em terrenos de marinha, faixa de 
fronteira, construções militares, estradas de ferro federais e áreas ambientalmente protegidas. 
CONCEITUAÇÃO DE TERRAS DEVOLUTAS AO LONGO DOS 
ANOS 
1500 A 1822 – Observe como se deu o surgimento 
das terras devolutas: o cumprimento das 
obrigações por parte do sesmeiro gerava a 
confirmação posterior do rei, momento em que o 
sesmeiro adquiria a propriedade da terra. Caso 
não cumprisse seus deveres, o sesmeiro sofria a 
pena de “comisso”, caducando a concessão da 
sesmaria e causando a devolução das terras ao 
patrimônio devoluto da Coroa. 
1850 – A Lei de Terra, em seu o artigo 3º, apresentou a 
definição de terra devoluta como a terra que não se 
destinava a um fim público, nem se tinha incorporado ao 
patrimônio particular. O artigo 10 do mesmo diploma legal 
determinou que todas as terras de domínio público fossem 
identificadas. 
Surgiu, assim, um dos mais importantes instrumentos de 
incorporação de terras no patrimônio público: o instituto 
da discriminação que será apresentado oportunamente. A 
imposição de estabelecer uma linha divisória entre as 
terras que pertenciam ao Estado e ao particular foi um dos 
mecanismos necessários para adequar a propriedade 
territorial aos moldes da nova concepção de propriedade, 
isto porque a mercantilização da terra a tornou, 
inevitavelmente, um bem sujeito a circulação. 
 
PERGUNTA: Podemos 
afirmar que as terras 
devolutas são bens públicos 
dominiciais ou dominiais? 
SIM, pois não são de bens 
público, mas não estão 
aplicadas ao uso público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
brasileiro 
DÉCADA DE 30 
1934 – ERA VARGAS – CF promulgada onde se conquistou várias ações populares, dentre elas: VOTO UNIVERSAL, CLT, AÇÃO 
POPULAR, HABEAS CORPUS, USUCAPIÃO PRO LABORE. 
 
1937 – GOLPE – todos os aspectos sociais alcançados em 1934 são suspensos em 1937. 
1946 – Constituição Promulgada 
 
Os aspectos sociais alcançados em 1934, retornaram com a promulgação da Constituição. 
1964 – GOLPE MILITAR 
 
Em pleno golpe é publicado a EMENDA CONSTITUCIONAL N.º 10, que mais tarde se 
transforma na Lei 4.504/64, que é o ESTATUTO DA TERRA que se baseia em dois pontos: 1º 
CRÉDITO RURAL e 2º REFORMA AGRÁRIA. 
O Estatuto da Terra foi instituído pela Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, uma obra do 
regime militar que acabava de ser instalado no país, sendo fruto de uma reação às medidas 
tomadas pelo Presidente Goulart no campo da Reforma Agrária. 
A edição do Estatuto da Terra está diretamente ligada ao descontentamento que vigorava 
no meio rural e ao receio do governo brasileiro e da elite conservadora pelo 
desenvolvimento de uma revolução. O objetivo, com a criação do estatuto,era apaziguar os 
camponeses e tranquilizar os grandes proprietários de terras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
brasileiro 
CONTINUAÇÃO 1964 – 
ESTATUTO DA TERRA 
Os motivos políticos que ensejaram a criação da nova lei modificaram radicalmente 
o até então sistema agrário vigente. De um autonomismo de vontade, como era a 
estrutura do Código Civil de 1916, passou-se para um dirigismo estatal nitidamente 
protetivo. 
O Estatuto da Terra afastou o sistema de liberdade de ação das partes envolvidas 
em qualquer questão agrária, para uma forte e coercitiva tutela estatal de 
proteção absolutamente favorável ao trabalhador rural, num claro 
reconhecimento da existência de desigualdades no campo, a merecer intervenção 
desigual do Estado legislador. 
Nessa lógica, a ideia política embutida no Estatuto da Terra se revestiu, assim, de 
fator importante para melhor compreensão da estrutura sistemática do direito 
agrário. 
Foi assim então, que o primeiro governo militar se muniu dos instrumentos jurídicos 
indispensáveis para concretizar a reforma agrária, primeiro como a Emenda 
Constitucional nº 10, de 9 de novembro de 1964, que introduzia a possibilidade de: 
“promover a desapropriação de propriedade territorial rural, mediante pagamento 
de prévia e justa indenização em títulos especiais da dívida pública”. 
A Emenda baixou de dez para três mil o tamanho da área alienável pelo poder 
público sem a prévia autorização do Senado e introduziu a competência da União 
para legislar sobre “Direito Agrário” (Art. 5°, XV): nascia, desta maneira, o Direito 
Agrário como disciplina jurídica autônoma. 
 
 
O Decreto-lei no 9.760, de 5.9.1946, entre outros assuntos, 
trata dos terrenos de marinha, dando-lhes a seguinte 
definição: 
Art. 2º São terrenos de marinha, em uma profundidade de 33 
(trinta e três) metros, medidos horizontalmente, para a parte 
de terra, da posição da linha preamar média de 1831: 
a) os situados no continente, na costa 
marítima e nas margens dos rios e 
lagoas, até onde se faça sentir a 
influência das marés; 
b) os que contornam as ilhas situadas 
em zona onde se faça sentir a influência 
das marés. 
A influência das marés é caracterizada pela oscilação periódica de cinco 
centímetros pelo menos do nível das águas, que ocorra em qualquer 
época do ano. 
O mesmo diploma legal de 1946 também dispõe sobre os terrenos 
acrescidos de marinha, que são aqueles formados, natural ou 
artificialmente, para o lado do mar ou dos rios e lagoas em 
prosseguimento aos de marinha (art. 3º). 
Por ficção legal, também se consideram terrenos de marinha os 
chamados terrenos marginais, que são aqueles banhados pelas 
correntes navegáveis, fora do alcance das marés, e que vão até a 
distância de 15 metros medidos horizontalmente para a parte de terra, 
a contar da linha média das enchentes ordinárias (art. 4º do Decreto-
lei no 9.760/46). 
Vale esclarecer, neste passo, que essa categoria de terrenos de 
marinha é apenas para aqueles que se situam nas margens dos rios 
navegáveis federais, ou seja, aqueles que cortam mais de um Estado da 
Federação. 
 
Esses imóveis, por serem considerados públicos, 
PERTENCENTES À UNIÃO, SÃO INALIENÁVEIS. 
Podem ser objeto de aforamento ou de ocupação ou, ainda, 
de arrendamento. 
O seu controle é feito não pelo INCRA, mas pela Secretaria do 
Patrimônio da União (SPU). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
‘ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A SÚMULA Nº 496 DO STJ consolidou o 
entendimento de que os registros de propriedade 
particular de imóveis situados em terrenos de marinha não 
são oponíveis à União e, segundo a Jurisprudência, como no 
REsp 1183546, repetitivo, julgado pelo STJ em 2010, são 
considerados bens originários. 
 
A importância desse tema para o Direito Agrário está em que são imóveis que se 
prestam para o exercício das atividades agrárias. Como foi dito atrás, a legislação 
permite que esses imóveis sejam objeto de aforamento, ocupação e 
arrendamento. 
Talvez se possa dizer que não há impedimento legal para serem objeto também 
de concessão de uso real, nos termos do art. 7o do Decreto-lei no 271, de 
28.02.67. 
Qualquer que seja a forma utilizada, o que importa é o 
objeto da utilização desses terrenos. Se forem 
explorados com atividades agrárias, é evidente que se 
aplicam as normas de Direito Agrário. E aí reside a 
importância do assunto no presente trabalho. Não se 
pode negar que há muitas atividades agrárias 
desenvolvidas tanto nos terrenos de marinha 
propriamente ditos, como nos terrenos acrescidos de 
marinha e nos terrenos marginais. 
Para exemplificar, citam-se as de hortifrutigranjeiros de 
grande ocorrência na Ilha de São Luís, capital do Estado 
do Maranhão, bem como nos outros dois municípios 
que compõem aquela ilha marítima, São José de 
Ribamar e Paço do Lumiar. 
De grande significado foi o Decreto-lei no 2.398, de 
21.12.1987, que dispôs sobre foros, laudêmios e taxas 
de ocupação relativos a imóveis de propriedade da 
União, entre os quais se incluem os terrenos de 
marinha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com efeito, podem ser 
destacados os seguintes 
pontos, a saber: 
 
Com efeito, podem ser destacados os seguintes pontos, a saber: 
1. A possibilidade de alienação dos bens imóveis da União, sob administração da secretaria do Patrimônio 
da União (SPU), de acordo com a Lei no 9.636, de 15.5.98, em leilão público, podendo adquiri-los, em 
condições de igualdade com o lance vencedor, o ocupante ou locatário. O mesmo procedimento 
também poderá ser adotado para a hipótese de alienação do domínio útil, quando não houver 
preferência ao aforamento. 
 
2. A proibição de realização de aterros para a formação de acrescidos de marinha ou nas margens de 
lagos, rios e ilhas fluviais e lacustres de propriedade da União, sem prévia autorização do órgão 
competente, sob pena de remoção do aterro e demolição das eventuais benfeitorias, à conta de quem 
as houver efetuado, e sob pena de suportar a aplicação de uma multa mensal a ser cobrada sobre cada 
m2 das áreas aterradas ou construídas. Essas mesmas sanções serão aplicadas nas hipóteses de 
edificações em praias marítimas e oceânicas e ainda nas praias formadas em lagos, rios e ilhas fluviais 
e lacustres de propriedade da União. 
 
3. A dependência de pagamento prévio do laudêmio, em quantia correspondente a 5% do valor 
atualizado do domínio pleno e das benfeitorias, das transferências onerosas, entre vivos, do domínio 
útil de terrenos da União ou de direitos sobre benfeitorias neles construídas, bem assim a cessão de 
direitos a eles relativos. 
É oportuno consignar, finalmente, que os terrenos de marinha e seus acrescidos estão incluídos entre os bens da União, no art. 20, inc. VII, da 
atual Constituição Brasileira. Também está preconizada uma nova lei sobre o instituto da enfiteuse em imóveis urbanos (art. 49, caput, ADCT), 
prevendo-se a continuação de sua aplicação aos terrenos de marinha e seus acrescidos, situados na faixa de segurança a partir da orla marítima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A natureza jurídica da faixa de fronteira é bem de 
uso especial da União, afetada a serviço público 
federal relevante, SENDO CONSIDERADO 
INDISPENSÁVEL À DEFESA DO PAÍS CONTRA O 
INIMIGO EXTERNO. 
A Lei 601 de 1850, Lei de Terras, também instituiu 
o que mais tarde viria a ser conhecido como faixa 
de fronteira – inicialmente 10 léguas (equivalente a 
66 km). 
Porém, com as mudanças legislativas ao longo dos 
anos houve a expansão da faixa de fronteira, que 
atualmente está estabelecida em 150 km de 
largura, mas o domínio da União sobre as terras 
localizadas nesta faixa não se expandiu da mesma 
forma. 
Pela CONSTITUIÇÃO DE 1891 não mencionava a largura da faixa de 
fronteira, entende-se que houve recepção da Lei de Terras, que 
estabelecia a LARGURADESTA FAIXA EM 66 KM . 
 
 Nas CONSTITUIÇÕES DE 1934 (art. 20) e 1937 (art. 36) ficou estabelecido 
que pertenciam à União os bens que esta já possuía, nos termos das leis 
em vigor. 
 
Na CONSTITUIÇÃO DE 1934 foi estabelecida a faixa de segurança nacional, 
COM 100 KM DE LARGURA (art. 166), englobando assim a faixa de fronteira, 
tendo a CONSTITUIÇÃO DE 1937 (art. 165) posteriormente alargado a 
FAIXA DE SEGURANÇA PARA 150 KM . 
 
Porém, a criação da faixa de segurança em 1934 teve início a mais uma 
desordem legislativa fundiária no Brasil. Pois, até 66 km as terras 
pertenciam à União, entretanto esta tinha ingerência em toda a faixa de 
segurança nacional, subordinando o uso de todas as terras desta faixa, 
quer devolutas, públicas em sentido estrito, ou particulares, ao interesse 
nacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São vários os casos em que estados concederam 
indiscriminadamente terras em faixa de fronteira, cujas áreas são 
reconhecidas como de domínio federal, caracterizando alienações 
realizadas a non dominio pelos. 
 
Pois, o legislador de 1850 estabeleceu que na faixa de 10 léguas (66 
km) ao longo da fronteira nacional as terras devolutas poderiam ser 
concedidas a título gratuito a nacionais que as quisessem habitar e 
cultivar durou até a CONSTITUIÇÃO DE 1946 que atribuiu 
expressamente à União o domínio das terras devolutas 
indispensáveis à defesa das fronteiras, mas reservou à lei ordinária 
a especificação de quais seriam estas zonas indispensáveis à defesa 
nacional. 
 
A Base legal encontra-se na Lei 6.634/1979, que alterou o 
Decreto-lei 1.135/1970. 
A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 manteve a largura da área 
indispensável à defesa do território nacional em 150 km, mas 
desta vez menciona expressamente que tal área de 150 km se 
refere à faixa de fronteira (art. 20, §2°). 
Logo, não faz mais sentido distinguir a faixa de fronteira e zona de 
segurança. Pode –se dizer que ambas se confundem, coincidem na 
faixa de 150 Km localizadas “ao longo das fronteiras terrestres, 
designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental 
para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização 
serão reguladas em lei.” 
Em função do inciso II do artigo 20 da CF/88, a União possui apenas 
a propriedade das terras devolutas nessa área, podendo haver 
domínio privado, pois segundo o art. 4º, da Lei no 9.871/1999, 
ficaram ratificados, de ofício, os títulos de alienação ou de 
concessão de terras feita pelos Estados na Faixa de Fronteira, 
referentes a pequenas propriedades rurais, devidamente 
registrados no Registro de Imóveis até 26.2.99, desde que o seu 
proprietário não seja titular do domínio de outro imóvel rural, 
assim como os títulos concernentes a média propriedade situada 
nas regiões Sul, Centro-Oeste e Norte. 
 
 
C O N C E I T O 
DIREITO AGRÁRIO é o conjunto 
sistemático de normas jurídicas que 
visam disciplinar as relações do 
homem com a terra, tendo em vista 
o progresso social e econômico do 
rurícola e o enriquecimento da 
comunidade (BORGES, P. Torminn, 
ob. cit., p. 17). 
 
DIREITO AGRÁRIO é o conjunto de 
princípios e de normas, de Direito 
Público e de Direito Privado, que 
visa a disciplinar as relações 
emergentes da atividade rural, com 
base na função social da terra 
(SODERO, F. Pereira, ob. cit., p. 32). 
 
Octávio Mello Alvarenga “DIREITO AGRÁRIO é o 
ramo da ciência jurídica, composto de normas 
imperativas e supletivas, que rege as relações 
emergentes da atividade do homem sobre a terra, 
observados os princípios de produtividade e 
justiça social”. 
 
Joaquim Luís Osório “DIREITO RURAL OU AGRÁRIO 
é o conjunto de normas reguladoras dos direitos 
e obrigações concernentes às pessoas e aos bens 
rurais”. 
 
Malta Cardozo “DIREITO AGRÁRIO é o conjunto de 
normas que asseguram a vida e o 
desenvolvimento econômico da agricultura e das 
pessoas que a ela se dedicam profissionalmente”. 
Raymundo Laranjeira “DIREITO AGRÁRIO é o conjunto 
de princípios e normas que, visando a imprimir função 
social à terra, regulam relações afeitas à sua pertença 
e uso, e disciplinam a prática das explorações agrárias 
e da conservação dos recursos naturais”. 
Oswaldo Opitz e Sylvia Optiz “DIREITO AGRÁRIO é o 
conjunto de normas jurídicas concernentes à 
economia agrária”. 
Alcir Gursen de Miranda “DIREITO AGRÁRIO é o ramo 
jurídico que regula as relações agrárias, observando se 
a inter-relação homem/terra/produção/sociedade”. 
Antonino Vivanco “DIREITO AGRÁRIO é o 
ordenamento jurídico que rege as relações sociais e 
econômicas, que surgem entre os sujeitos 
intervenientes na atividade agrária”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C O N C E I T O 
A partir dos conceitos acima é possível extrair pontos de convergência, quais sejam: 
● Conjunto de normas e princípios 
● Atividade de homem com a terra de forma profissional 
● Cumprimento da função social, inclusive observando a conservação dos recursos naturais 
● Progresso social e econômico do produtor 
● Enriquecimento da sociedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
princípios 
FUNÇÃO SOCIAL DA TERRA 
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, 
simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em 
lei, aos seguintes requisitos: 
 I - aproveitamento racional e adequado; 
 II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação 
do meio ambiente; 
 III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; 
 IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos 
trabalhadores. 
 
PRIMEIRO PILAR: PRODUTIVIDADE 
 
PERGUNTA: O QUE É UMA TERRA 
PRODUTIVA? No Brasil, para uma terra ser 
considerada produtiva, deverá esta 
cumprir os níveis satisfatórios de 
produtividade estabelecidos na lei 
8629/93, art 6º: 
A) GRAU DE UTILIZAÇÃO NA 
TERRA (GUT), deverá ser maior ou 
igual a 80%; 
 
B) GRAU DE EFICIÊNCIA NA 
EXPLORAÇÃO (GER), deverá ser 
maior ou igual a 100% 
 
- o 100% é abaixo da média, calculado 
pelo agrônomo 
- se não cumpre gera 
DESAPROPRIAÇÃO para fins de reforma 
agrária 
 
Art. 6º Considera-se propriedade produtiva aquela que, explorada 
econômica e racionalmente, atinge, simultaneamente, graus de utilização da 
terra e de eficiência na exploração, segundo índices fixados pelo órgão 
federal competente. 
§ 1º O grau de utilização da terra, para efeito do caput deste artigo, deverá 
ser igual ou superior a 80% (oitenta por cento), calculado pela relação 
percentual entre a área efetivamente utilizada e a área aproveitável total do 
imóvel. 
§ 2º O grau de eficiência na exploração da terra deverá ser igual ou superior 
a 100% (cem por cento), e será obtido de acordo com a seguinte sistemática: 
I - para os produtos vegetais, divide-se a quantidade colhida de cada 
produto pelos respectivos índices de rendimento estabelecidos pelo 
órgão competente do Poder Executivo, para cada Microrregião 
Homogênea; 
II - para a exploração pecuária, divide-se o número total de Unidades 
Animais (UA) do rebanho, pelo índice de lotação estabelecido pelo órgão 
competente do Poder Executivo, para cada Microrregião Homogênea; 
III - a soma dos resultados obtidos na forma dos incisos I e II deste artigo, 
dividida pela área efetivamente utilizada e multiplicada por 100 (cem), 
determina o grau de eficiência na exploração.

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