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Legislação Jornalística AVD III TRABALHO II

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Legislação Jornalística – AVD III – TRABALHO II 
Estudo Dirigido – Legislação Jornalística
Alunos (as): Laíz Sales e Matheus Souza
Considerando a Imprensa no Brasil a partir de um histórico como estrutura hegemônica de controle de acesso à informação, este estudo dirigido analisa a necessidade de discutir a prática do Jornalismo e do Direito, sobretudo, nos assuntos de interesse público e sociais, evolução dos meios comunicacionais e o papel do jornalismo no processo de transformação do indivíduo. 
Os interesses públicos e sociais, somado com liberdade de imprensa funcionam como uma via de mão dupla, visto que a prática jornalista deve contribuir para assegurar à sociedade o direito à informação, dando voz a quem não tem, sendo responsável por informar à população o que é de interesse público. Segundo ‘Cânones de Jornalismo da Sociedade Norte-Americana dos Redatores de Jornais’, “a principal função dos jornais é comunicar à raça humana o que seus membros fazem, sentem e pensam” (KUNCZIK, 2001, p.109). 
A Constituição Brasileira garante o direito da liberdade de expressão e opinião, mas na prática falta oportunidade de utilização dos meios de comunicação mais democráticos. As rádios comunitárias detêm um histórico importante nesse sentindo, o trabalho de informar, contra quanto ao uso de drogas, violências, campanhas de vacina, preservação do meio ambiente e etc, são grandes lutas cidadãs que a comunicação comunitária sempre esteve presente. 
Os agentes do direito nesta relação deve resguardar o acesso à informação com a criação de leis que viabilizem os meios de comunicação, além da questão da sustentabilidade financeira. A luta pela democratização da informação passa pela ideia do coletivo, é nesse espaço que os assuntos de interesses públicos e sociais adquiri mais sentido.
O termo “aldeia global” utilizado por McLuhan, na década de 60 fala exatamente de uma comunicação global, onde a recepção instantânea de imagens e vozes distantes mudava o conteúdo do acesso à informação, essa questão da globalização desses meios tem uma finalidade muito grande por conta primeiramente do desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação proporcionando, que vários grupos, bandeiras, movimentos sociais fossem disseminados globalmente. Ianni (2002), ao tratar sobre a noção de aldeia global, explicita que essa é uma expressão da globalidade das ideias padrões, valores socioculturais e imaginários. 
As grandes corporações de mídia têm trabalhado em uma lógica concentrando poucos grupos que controlam a produção midiática e cultural no mundo todo, mas não controlam no sentindo de impor uma norma única, e sim no sentindo de produzir todas as produções, inclusive essas que vem da diversidade, observando assim que existe um controle da corporação da diversidade, existente e permanente.
O capitalismo global se organiza por redes produtivas globais a partir dos meios de comunicação, condicionando as pessoas a se capacitarem para manejar essas tecnologias de informações e comunicações, por essa razão há a existência dessa disseminação na medida em que as pessoas se apropriam dessa tecnologia, começando a construir alternativas de comunicação, onde as pessoas se manifestam, compartilham informações, a partir de veículos próprios e independentes. 
A participação popular pode significar o avanço da qualidade participativa no jornalismo, a Constituição Federal Brasileira em seu artigo 14 garante o direito político, através da soberania popular a legitimação da participação popular de formas mais simples.
O grande desafio dessa participação está em avançar no processo de facilitação da participação das pessoas na produção e elaboração de conteúdos de forma ativa nessa comunicação. Posto isto, a importância das oportunidades efetivas como emissor, produtor, no planejamento do meio de comunicação, na linha editorial, possibilitando assim a cooperação no exercício comunitário. 
Há uma relação recíproca que implica nos descobrimentos de vínculos e identidades. A comunicação deve ser pensada como um enfoque do direito, como forma de desejar exercer a cidadania, de um indivíduo trabalhar para ele e para os seus para que a sociedade seja justa, no sentindo de desenvolver o senso de civilidade, sendo o interesse público acima do individual. 
Para Freire (1981), a democratização da cultura é reconhecer que o povo também é produtor da cultura e que devem ser incorporados às práticas sociais e às políticas, valorizando o saber e a arte do povo. A partir da reflexão de Freire, pensando no mundo atual, entende-se como é significante a existência de veículos comunitários para a democracia, identidade cultural, expressão popular e oportunidades.
Freire (1981) diz que a pessoa “é um ser de relações” (não de contatos). Está no mundo e com o mundo, destacando assim, a relevância de grupos sociais reivindicarem e serem responsáveis pela construção de uma comunicação com qualidade enquanto meio de produção. 
Paulo Freire estabeleceu seu conceito geral e mais objetivo de Comunicação em 1971: “Comunicação [é] a co-participação dos Sujeitos no ato de pensar (...) [ela] implica uma reciprocidade (...) comunicação é diálogo na medida em que não é transferência de saber, mas um encontro de Sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significados.” (FREIRE, 1971:67-9)
Entretanto, não se deve esquecer que é responsabilidade do Estado assumir o papel de democratizar o acesso à informação e liberdade de expressão, bem como investir na criação de novas produções culturais e de acesso à informação. É importante ressaltar que o dever do Estado não deve ser substituído por empresas com lucros e interesses particulares.
Segundo Traquina (2005), o jornalismo constitui um “quarto poder”, entendendo sua habilidade de buscas por respostas e informações e que no sistema de poder das democracias a função, o papel da informação dos meios de comunicação é fundamental, não é à toa que o jornalismo funciona como um quarto poder.
 A importância que os veículos de mídia têm desde o ponto de vista de impacto ou da política, reflete até que ponto os grandes veículos seguem a mídia de maneira obsessiva tentando condicionar a maneira em sujeito vai receber a comunicação. No exercício desse papel social, ao sair para a sociedade “[...] para rastrear o maior número possível de versões, na busca incessante de uma verdade inatingível, na solidariedade aberta a todos que tenham alguma coisa a falar” (MEDINA, 1982, p. 23).
A ação da função social no jornalismo resguardada pelo direito auxilia na transformação do sujeito como dotados de capacidades e ocorre pelo movimento de conscientização de uma mudança cultural, transformando toda a estrutura social através da valorização do indivíduo, entendendo ainda através de uma análise critico-estrutura/cultural, como é precário o acesso à informação, que nos faz mais autômatos do que autônomos.
REFERÊNCIAS 
KUNCZIK, Michael. Conceitos de Jornalismo: Norte e Sul. 2. ed. São Paulo: Edusp, 2001. 
TRAQUINAS, Nelson. Teorias do Jornalismo. In: Traquina, Nelson, Teorias do Jornalismo. Florianópolis: insular, 2004-2005. 2. ed. Florianópolis: insular, 2008, 2v.:il. 
FREIRE, Paulo (1971) Papel da Educação na Humanização, Revista Terra e Paz, Rio de Janeiro.
PAULO FREIRE FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. 12ª Edição. Paz e Terra. Rio de Janeiro, 1979. 
IANNI, Octavio. Teorias da Globalização. 10ª Ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

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