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CIRURGIA PEDIÁTRICA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.2 1 Patologias em Cirurgia Pediátrica Disciplina de Cirurgia Pediátrica FASM MAYARA SUZANO DOS SANTOS TURMA XIV A 6º Semestre – 2021.1 CIRURGIA PEDIÁTRICA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.2 2 HERNIA DIAFRAGMA TICA CONGE NITA (HDC) EPIDEMIOLOGIA ETIOLOGIA FISIOPATOLOGIA 1:3000 nascidos vivos ↑ prevalência na população rural Mais prevalente em meninos Desconhecida Genética: somente casos de síndromes Tipo de defeito do diafragma causado pela falha no fechamento do canal pleuroperitoneal (forame de Bochdalek) e do triangulo lombocostal entre a 8-10ª semana, antes do retorno do intestino para cavidade1 → forma solução de continuidade entre cavidade torácica e abdominal a nível do canal pleuroperitoneal (pósterolateral) → herniação → hipoplasia pulmonar ▪ Não fechamento → herniação das alças para o tórax, sem saco (85%) ▪ Fechamento apenas membranoso = forma herniações com saco (15%) Malformação inicial: teorias que tentam explicar a origem do defeito diafragmático e da hipoplasia pulmonar ▪ Defeito primário do diafragma → vísceras herniadas → comprime pulmão em desenvolvimento → causa hipoplasia pulmonar ▪ Defeito no brotos pulmonares → hipoplasia pulmonar → deficiência na formação diafragmática → herniação → ↑ hipoplasia pulmonar Forame de Bochdalek1: defeito do fechamento pleuroperitoneal → tamanho variável; 15% apresenta saco herniário Forame de Morgagni (paraesternal) Conteúdo herniário: ▪ À E → delgado (90%), estômago, cólon E e baço (60%), fígado, pâncreas, rim, ureter e adrenal (raro) ▪ À D → fígado, delgado, cólon D e outros Hipoplasia pulmonar: ↓ calibre, quantidade e elasticidade dos brônquios, bronquíolos e alvéolos, podendo estar ausente o pulmão ipisilateral ▪ ↓ ramos e diâmetros arteriais → ↓ vascularização e ↑ resistência vascular → ↓ trocas gasosas + hipertensão pulmonar → sobrecarga do VD → shunt D-E (PCA + forame oval patente) → hipoxia + hipercapnia = acidose respiratória (CICLO2) ▪ ↓ surfactante → ↓ VC e complacência pulmonar → ↓ ventilação → alteração nas pressões alveolares (alguns alvéolos se abrem com pressão 15-20 mmHg e outros permanecem fechados mesmo em pressões mais altas) → ↑ risco de barotrauma e ↓ trocas gasosas ▪ Período de lua de mel → precede a intensificação/perpetuação da hipertensão pulmonar CIRURGIA PEDIÁTRICA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.2 3 HERNIA DIAFRAGMA TICA CONGE NITA (HDC) QUADRO CLÍNICO DIAGNÓSTICO TRATAMENTO Período neonatal: ▪ Taquipnéia ▪ Desconforto respiratório precoce ▪ Cianose ou palidez ▪ ↓ apgar ▪ Abdome escavado ▪ Tórax em tonel ▪ Traqueia e mediastino deslocados ▪ Perfurações e/ou estrangulament o de vísceras Período pós- neonatal: ▪ Sub-oclusão ou oclusão intestinal ▪ Desconforto respiratório ▪ Morte súbita ▪ Retardo do crescimento ▪ IVAS e BCP de repetição ▪ Dor torácica e abdominal Realizado durante o pré- natal: ▪ USG (11ª semana) → precisão de 88-95% na identificação Diagnóstico pós-natal: ▪ RX2 c/ ou s/ SNG → desvio contralateral do mediastino, alças no tórax, ↓ área pulmonar ▪ EED ▪ Enema opaco ▪ TC3 → hipoplasia pulmonar bilateral > ipisilateral Anomalias associadas: ▪ Sd da HDC → Persistencia do canal arterial + Forame oval patente + Má rotação intestinal → pode ocorrer volvo gástrico, baço acessório, fibrose espênica, anomalias da lobulação hepática ▪ Podem ocorrer outras anomalias associadas Diagnóstico diferencial: hérnia hiatal, Morgani e pericárdica, malformação O ideal é a abordagem cirúrgica durante o período de Lua de Mel, porém algumas crianças que não apresentam essa fase (88%) tem disfunção mais severa: ▪ Prognóstico5 → relação inversa entre o tempo de início dos sintomas e mortalidade; ↓ em RNPT, BP, ↓ apgar e outras anomalias associadas; pCO2 > 60, pO2 < 80 Índice pulmão-cabeça(LHR) → PC x diâmetro pulmonar < 1 IG < 24 semanas Presença de fígado herniado ▪ Cirurgia fetal: Fetoscopic Endotracheal occlusion (FETO) → Inserção de balão intratraqueal → mantém líquido amniótico no pulmão → melhor desenvolvimento ▪ Promove o crescimento pulmonar intraútero → ↑ sobrevida 50% ▪ ↑ riscos → indicado para crianças de ↑ gravidade Emergência clínica: compensação clínica e hemodinâmica 12-48h antes da abordagem cirúrgica ▪ IOT precoce → não ventilar com ambú (↑ risco de barotrauma) ▪ Sedação e, se necessário, curarização, quando má sincronização com VMI ▪ VMI → ventilação de ↓ pressão e ↑ frequência (↓ barotrauma); SpO2 pré-ductal > 90%, hipercapnia permissiva (acidose leve) ▪ Passagem de SNG → aberta → esvaziamento → ↓ pressão torácica ▪ CVC → a umbilical (pós-ductal) e a radial direita (pré-ductal) ▪ Sonda vesical → balanço hídrico ▪ ATB profilática → Amicacina + Ampicilina ▪ Ecodoppler → malformações cardíacas (63%) ▪ DVAs → Dobutamina ou Adrenalina + vasodilatador Óxido Nítrico endotraqueal ou Viagra VO ou Nitroprussiato/Tolazolina/Nitroglicerina (sistêmicos e menos indicados) ▪ ECMO → quando não funcionar a vasodilatação e ventilação de alta frequência no pré-operatório, geralmente, em casos de pior prognóstico Emergência cirúrgica: desvio intenso do mediastino, Sd de oclusão da VCS, estrangulamento/perfuração das alças Cirurgia eletiva: ▪ Acesso cirúrgico → via abdominal, subcostal ou VLP ▪ Redução cuidadosa das alças de dentro do tórax → melhora ventilação ▪ Reparo primário do defeito com fio inabsorvível6 (não tensionar pois prejudica função do diafragma) ou próteses (tela de polipropileno ou pericárdio bovino) ▪ Drenagem do hemitórax em selo d’água POi: algumas crianças melhoram, mas frequentemente ocorre deterioração da mecânica respiratória ▪ Distorções anatômicas do diafragma, hiperinsulflação pumonar e ↑ pressão intraabdominal ▪ Manejo → ventilação de ↑ frequencia ou ECMO, se necessário PO tardio → DRGE, déficit de crescimento, displasia pulmonar e DPOC, hipertrofia de VD (43%) e ADNPM; recidiva > se prótese CIRURGIA PEDIÁTRICA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.2 4 HERNIA DIAFRAGMA TICA CONGE NITA (HDC) DETALHES IMPORTANTES: QUADRO 3. TC de tórax-abdome QUADRO 2. RX simples e contrastado tóracoabdominal Alças intestinais ocupando a área pulmonar, desvio contralateral do mediastino e diminuição ou ausência das vísceras na cavidade abdominal. Na imagem contrastada, observa-se ainda a presença de SNG. QUADRO 1. Embriologia do Diafragma O diafragma tem origem mesodérmica e seu desenvolvimento tem início por volta da 3-4ª semana de vida, porém ainda não é completamente elucidade. Sabe-se que resulta da fusão do septo transverso com o mesentério dorsal do esôfago e das membranas pleuroperitoneais com os mm da parede abdominal bilateralmente. O fechamento do canal pleuroperitoneal ocorre por volta da 8-10ª semana, antes que as vísceras abdominal retornem para a cavidade. CIRURGIA PEDIÁTRICA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.2 5 HERNIA DIAFRAGMA TICA CONGE NITA (HDC) DETALHES IMPORTANTES: QUADRO 4. Defeito diafragmático QUADRO 5. Prognóstico QUADRO 6. Reparo primário com fio inabsorvível CIRURGIA PEDIÁTRICA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 6º Semestre – 2021.2 6 REFERÊNCIAS: MAKSOUD, João Gilberto. Cirurgia pediátrica/ vol II. [S.l: s.n.], 2003.
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