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Resumo do Capítulo 6 – A água no solo, Permeabilidade, Fluxo unidimensional e Tensão de percolação 6.1 – A água no solo A água frequentemente ocupa os espaços ou até a totalidade dos vazios dos solos. Submetida a diferença de potenciais a água se desloca por estes vazios. O estudo da percolação é importante na Mecânica dos Solos, em problemas do dia a dia do engenheiro, como os seguintes: a) Calculo de vazões, por exemplo em águas que se infiltram em escavações; b) Na análise de recalques de estruturas, pois com frequência está relacionado com a expulsão da água dos vazios e conseguinte diminuição dos vazios; c) No estudo da estabilidade dos solos. A figura 6.1 representa uma camada de areia (L) com uma coluna de água (z), o gráfico ao lado indica as pressões neutras (u), que são causadas pela água, e pressões efetivas (σ), causadas pelos grãos da areia. A tensão efetiva é determinada pela subtração da tensão total (σ’) com a tensão neutra, também chamada Poro-pressão. 6.2 – A Permeabilidade dos solos Lei de Darcy: Q =k. i . A Q= vazão A= área K = coeficiente de permeabilidade i = gradiente hidráulico = h/L Ambos termos dividido pela área temos: v=k. i (velocidade de percolação) A atenção na ordem de grandeza dos coeficientes de permeabilidade dá-se ao expoente do valor. Exemplo: 2 x 10-7 m/s ~ 10-7 ~ -7 Para determinação do Coeficiente de permeabilidade: a) Permeâmetro de carga constante, para materiais com vazios como areias K = Q /i. A b) Permeâmetro de carga variável c) Ensaios de campo – ensaios de campo são menos precisos que de laboratório devido ao grande número de variáveis presentes ao ensaio. d) Métodos indiretos – como ensaio de adensamento. Valores típicos de k Correlação de Hazen, para areias com CNU<5: k = Defet² Onde Defet = D10 Variação do k de cada solo Taylor ajustou a formulação de Darcy assimilando o fluxo pelo solo à percolação de água por um conjunto de tubos capilares: D = diâmetro dos grãos; γw = peso específico do líquido; e = índice de vazios; C = coeficiente de forma; µ = Viscosidade do líquido. a) Influência do estado do solo (Taylor) Relacionando com índices de vazios, Taylor verificou que quanto mais fofo o solo, ele será mais permeável. Essa equação é boa para areias, para argilas a correlação é do índice de vazios e o logaritmo do k. b) Influência do grau de saturação A permeabilidade de um solo não saturado é menor que a de um totalmente saturado, devido às bolhas de ar nos vazios, mas a diferença não é muito grande. c) Influência da estrutura e anisotropia A permeabilidade não só depende dos vazios do solo, mas também da disposição dos vazios. Solos compactados tem menor permeabilidade. Compactação no ramo seco permite a passagem de água maior que no ramo úmido, sendo mais permeável mesmo com o mesmo número de vazios. Os solos tendem a ser mais permeáveis no sentido horizontal do que no sentido vertical. d) Influência da temperatura Como visto na formula de Taylor para determinar o coeficiente de permeabilidade, existem as variáveis como a viscosidade e o peso específico do líquido, as duas dependem intrinsicamente da temperatura. O peso específico varia pouco, entretanto a viscosidade varia e o efeito é sentido nos resultados. Para uniformizar usa-se a temperatura a 20°C ou o coeficiente relativo pela formula: K20 = K . µ / µ20 Para calcular permeabilidade de outro líquido que não seja a água também se utiliza equação semelhante com o peso específico dos líquidos. 6.3 – A Velocidade de descarga e a Velocidade real da água As velocidades de PR e ST são conhecidas como velocidade de aproximação ou descarga. Através do solo, no segmento RS, a velocidade é maior, porque a área disponível é menor. Representado pelo esquema a direita. Com vazão igual, temos: Q = A . v = Af . vf A relação entre área de vazios e área total é porosidade da areia, então: Vf= v. A / Af = v / n 6.4 – Cargas hidráulicas Carga Total = carga altimétrica + Carga Piezométrica + Carga Cinética No estudo de percolação a carga cinética é desprezada por ter valores inexpressivos, ficando: Carga Total = carga altimétrica + Carga Piezométrica Carga altimétrica: é a diferença de cota entre o ponto considerado e qualquer cota definida como referência. Carga piezométrica: é a pressão neutra no ponto, expressa em altura de coluna d’água. 6.5 – Força de percolação F = h . γw. A – j = F / V j= h. γw. A / A. L j= h/L. γw j= i. γw 6.6 – Tensões no solo submetido a percolação A tensão efetiva varia linearmente com a profundidade e vale na faze inferior (peneira) – Figura 6.7: σ’ = (z. γw + L.γn) – (z. γw + L. γw. H. γw) σ’ = L. (γn – γw) – h. γw σ’ = L. γsub – L. i. γw σ’ = L. (γsub – j) Para fluxo ascendente. σ’ = L. (γsub + j) Para fluxo descendente. 6.7 – Gradiente crítico O gradiente crítico quando a tensão efetiva é zero. O fenômeno da areia movediça acontece com gradiente crítico e fluxo ascendente. σ’ = L. γsub – L. i. γw = 0 icrit = γsub/γh 6.8 – Redução do gradiente de saída hA + hB = h, no caso da Figura 6.10 - hA + hB = 0,15 A vazão é a mesma: QA = QB hA = 0,12 e hB= 0,03 – iA= 1,2 e iB= 0,3 Coeficiente de segurança = F = icrit/i Antes F = 1,2 e depois F = 3, aumentando o Fator de segurança com a inclusão da areia B. 6.9 – Levantamento de fundo Acontece quando a carga h é aumentada além do equilíbrio de pressões, fazendo um levantamento dos grãos de areia e sua completa dispersão. Possibilitando o fenômeno de entubamento, ou “piping”. 6.10 – Filtros de proteção São dispositivos colocados à jusante, para trabalhar como a areia B da Figura 6.10 diminuindo as forças de percolação. 6.11 Permeâmetros horizontais O uso de permeâmetros verticais foram para fins didáticos para apresentar situações especificas, como no caso das areias movediças no permeâmetro ascendente. Problemas como o de percolação da água pela areia grossa de fundação de barragem podem ser associadas a um permeâmetro horizontal. Não há possibilidade de areia movediça em forças de percolação horizontal.
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