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1 RELATÓRIO DE PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERVISIONADO PORTUGUÊS I Renato dos Santos Bezerra Petrópolis - RJ 2018.1 2 Renato dos Santos Bezerra RELATÓRIO DE PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERVISIONADO PORTUGUÊS I Este trabalho é pré-requisito para aprovação na disciplina Prática de Ensino e Estágio Supervisionado Português I, do Curso de Letras – Língua Portuguesa (modalidade EAD), ministrada pelo professor Alexandre da Silva Rocha, da Universidade Estácio de Sá. Petrópolis - RJ 2018.1 3 Sumário 1. INTRODUÇÃO 2. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA ESCOLA 2.1. Aspecto físico, humano e material da escola. 2.2. Projeto Político Pedagógico. 2.2.1. Dados de Identificação 2.2.2. Criação 2.2.3. Endereço 2.2.4. Clientela atendida 2.2.5. Modalidades de ensino 2.2.6. Equipe Diretiva 2.2.7. Marco Referencial 2.2.8. Marco Doutrinal 2.2.9. Marco Operativo 2.3. Recursos Humanos Comunitários - Posturas Sociais 2.3.1. Programação: A Proposta de Ação 2.4. A Escola como Grupo Social. 2.5. Atividades Docentes e Discentes. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 4. REFERÊNCIAS 5. ANEXOS 4 1. INTRODUÇÃO As atividades da disciplina Práticas de Ensino e Estágio Supervisionado Português I, foram realizadas e construídas a partir das observações e acompanhamentos diários na instituição de ensino Colégio Estadual Monteiro Lobato, localizada no endereço Rua Edir Barbosa, S/Nº - Mantiquira – Xerém – RJ, sob a direção de Ronaldo (diretor) e Márcia Mosser (diretora adjunta), com auxílio das professoras supervisoras pelo estágio na Unidade Escolar, Fernanda Tomaz e Fabrícia dos Santos de Língua Portuguesa do segundo segmento do Ensino Fundamental. A prática de ensino e estágio são ações diretas de total importância e inteiramente relevante na formação do profissional de Letras, para que possa aperfeiçoar e desenvolver aspectos que serão indispensáveis durante sua atuação quando professor. Este trabalho foi efetivado com base na realidade da educação atual, levando em consideração a grande carência de recursos e suporte para com a instituição de ensino, em contrapartida enfatizamos as perspectivas positivas, metodologias empregadas e compreendidas com vigor para que consigam estimular, motivar, incentivar e até mesmo, resgatar discentes. A apresentação e exposição deste relatório é parte das competências requeridas, em função das exigências determinadas pelo MEC, o cumprimento da carga horária mínima de 132 (cento e trinta e duas) horas enquanto estudante é substancial. 5 2. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA ESCOLA 2.1 Aspecto físico, humano e material. A instituição de ensino Colégio Estadual Monteiro Lobato foi fundada em 1967, o terreno tem 4.053m² aproximadamente, o primeiro prédio foi construído pela Fábrica Nacional de Motores, possui sua faixada nas cores branca, azul marinho e cinza, e o nome da escola, sua estrutura é compreendida em alguns blocos, logo ao entrar na instituição, temos o primeiro bloco que dispõe de 2 (dois) andares, composta por uma sala de aula e 1 (uma) sala de vídeo/auditório equipada com Data Show (Projetor), TV de 48’’, 1 (um) quadro branco para transmitir conteúdos escritos e projeções, caixas de som e microfone; no segundo andar, 4 (quatro) salas de aulas e 1 (um) laboratório de informática; um pequeno pátio coberto, com algumas exposições de cartazes realizados pelos próprios alunos, com mesas acompanhadas por 4 (quatro) bancos cada, e 1 (um) tabuleiro de xadrez em suas superfícies, 1 (um) grande bebedouro com água mineral, acesso a cozinha e ao refeitório da unidade escolar, que fornece aos alunos uma refeição de qualidade e excelência, 1 (um) cardápio específico para cada dia da semana controlado e acompanhado por uma nutricionista, o mesmo comporta aproximadamente uns 180 (cento e oitenta) alunos, todavia o turno matutino e o vespertino são divididos em dois horários: matutino, o primeiro horário somente as turmas de 1º ano do ensino médio e no segundo, as turmas de 2º e 3º ano; vespertino, o primeiro horário as turmas do 6º e 7º ano do ensino fundamental e no segundo, as turmas do 8º e 9º ano. À frente do colégio, porém dentro do terreno do mesmo, existem 3 (três) mastros de ferro para içar as bandeiras do Estado do Rio de Janeiro, Brasil e da própria em uma área aberta, 1 (um) bicicletário e 1 (um) jardim. O segundo bloco conta com 3 (três) salas de aulas, 1 (uma) sala da orientação e coordenação pedagógica, 1 (uma) sala do grêmio estudantil e almoxarifado, 6 onde é armazenado o material didático de todas as disciplinas para os alunos de ambos os segmentos organizados por séries, 2 (dois) sanitários femininos, sendo 1 (um) para as professoras, 2 (dois) sanitários masculinos, sendo 1 (um) para os professores exclusivamente. No terceiro bloco contém 1 (uma) sala da diretoria, 1 (uma) secretaria suprida com materiais que os professores possam usar, tais como: canetas, apagadores, impressoras, folhas de papel A4, grampeadores; arquivos, documentos organizados por turmas e/ou ano letivo, estruturada com duas janelas com visão para uma área externa gramada e arborizada, com acesso para atendimento ao público, garagem, 1 (uma) sala de professores apropriada para estudos, planejamentos de aula, correções de avaliações e testes, cada professor com o seu próprio armário pessoal para guardarem seus pertences e materiais de trabalho, sala climatizada, equipada com 3 (três) poltronas confortáveis, 1 (uma) grande mesa oval com 10 (dez) cadeiras, murais expositivos, prateleiras, 1 (uma) com livros e a outra com os diários das turmas para efetuar a chamada dos alunos em suas respectivas pastas e 1 (uma) pequena copa, 1 (uma) sala do Agente Pessoal, 4 (quatro) salas de aulas, totalizando 12 (doze) salas de aulas na instituição, 1 (um) departamento pessoal (Arquivo Morto) e 1 (um) pátio aberto. O quarto bloco possui 1 (um) laboratório de pesquisas biológicas, 1 (uma) sala de oficinas adaptada com jogos de raciocínio, estratégias, ornamentada e decorada com elementos das disciplinas trabalhadas, onde são realizadas as atividades do Programa de Reforço e Iniciação Científica de Língua Portuguesa, Matemática, Artes e Educação Física, 1 (uma) biblioteca – Casa de Monteiro, que recebeu esse nome porque o ambiente é dividido em cômodos, como se fosse a “nossa casa”, utilizada também como espaço para leituras e pesquisas, composta por livros de Literatura Portuguesa e Brasileira, clássica, contemporânea, moderna, infantil, dentre outras disciplinas, livros novos, conservados e organizados por letras e segmentos, entretanto não existe um funcionário responsável para supervisionar, orientar, organizar e fazer o controle da entrada e saída dos livros, são os próprios professores que acompanham os alunos para pegar o livro que deseja, cuidar para que cada um entregue na data prescrita e determinada. As leituras normalmente são feitas em suas próprias salas de aulas com o professor, em atividades de leitura e produção textual. A área final 7 da unidade conserva a quadra poliesportiva, medindo 18m x 36m, com arquibancadas totalmente coberta, gramas naturais preenchem o em torno da mesma, 2 (dois) vestiários, 1 (um) masculinos e o outro femininoe seus respectivos sanitários, 1 (um) hall com mesas de pingue-pongue e totó, 1 (uma) estrutura anexada, com 1 (um) palco para apresentações de peças teatrais, musicais, danças típicas nas gincanas e outras atividades elaboradas pelo colégio, 1 (um) camarim e 1 (um) depósito esportivo, objetos de Educação Física e instrumentos da Banda Marcial da instituição. O colégio preserva um estilo colonial, todo ele é coberto com telhas vermelhas, suas salas de aulas não contam com ares-condicionados, possuem 2 (dois) ventiladores de paredes cada, tetos rebaixados com lambri (madeira envernizada), paredes pintadas em branco e azul celeste com uma divisória em madeira na interseção das cores, 2 (duas) janelas de madeira em cada uma das salas, pintadas em azul marinho, chão vermelho encerado, 1 (um) mural expositivo ao fundo, 1 (um) quadro branco, carteiras regulares para os alunos e 1 (uma) mesa com 1 (uma) cadeira para o professor. A unidade escolar apresenta 1 (uma) sala ou atelier apropriado para as aulas de Educação Artística. A Unidade Escolar trabalhava com 3 (três) turnos: manhã, tarde e noite, mas devido ao baixo número de alunos matriculados e evasão, extinguiram o noturno. E estabeleceram a separação dos segmentos, o Ensino Médio do Fundamental II, estando vigente o turno da manhã apenas com o nível Médio, composto por 12 (doze) turmas, das 07h00min às 11h45min e o nível Fundamental II para o turno da tarde, das 12h45min às 17h45min, com 7 (sete), totalizando 19 (dezenove) turmas. Intervalos do 1º turno: das 09h45min às 10h00min, somente para as turmas do primeiro ano e o outro das 10h15min às 10h30min para as turmas do segundo e terceiro ano do nível médio, 2º turno: das 15h45min às 16h00min, somente para o 6º e 7º ano e o outro das 16h15min às 16h30min para as turmas do 8º e 9º ano do segmento II do ensino. Cada turma possui em média de 25 a 35 alunos, estimando para o turno da manhã 420 (quatrocentos e vinte) e para o da tarde 245 (duzentos e quarenta e cinco) alunos no total aproximadamente, todos portando seu material didático individual, fornecido e escolhido pela Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro. Com relação ao quadro de funcionários ativos na escola são: 1 8 (um) diretor, 1 (uma) diretora adjunta, 1 (uma) coordenadora, 2 (dois) orientadores pedagógicos, 1 (uma) inspetora de alunos, 2 (dois) colaboradores de limpeza, sendo um pela manhã e o outro à tarde, 2 (duas) cozinheiras, 2 (duas) copeiras, 1 (uma) assistente social, 3 (três) secretárias, equipe docente composta por 38 membros, quanto à divisão do corpo, 1 (uma) equipe de professores no turno manhã para o Nível Médio e outra no turno da tarde para o Nível Fundamental II que se reúnem entre si constantemente para a elaboração de projetos e pesquisas, tais como, feiras culturais, gincanas, exposições... A fim de despertar e estimular o interesse discente, dinâmicas paralelas de instruções e incentivos são confeccionadas dentro de sala de aula para um direcionamento vocacional, e a equipe pedagógica leva para o colégio profissionais palestrantes abordando temas do cotidiano, promovendo uma orientação social e educacional precisa, auxiliando e esclarecendo assuntos com mais consistência. Todas as equipes trabalham em conjunto, ajudando umas as outras, fazendo o administrativo e o âmbito educacional funcionarem como podem, já que na maioria das vezes não recebem o apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro. 2.2 P.P.P. - PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO. 2.2.1. Dados de Identificação Colégio Estadual Monteiro Lobato 2.2.2. Criação Lei nº 12.949 – D. O. 21/06/67, decreto lei Nº 35.946 de 27 de julho de 2004. 2.2.3. Endereço Rua Edir Barbosa, S/Nº, Mantiquira, Duque de Caxias – RJ – CEP: 25.245-360. 2.2.4. Clientela Atendida Alunos 2.2.5. Modalidades de ensino 9 Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) Ensino Médio (1º ao 3º ano) 2.2.6. Equipe Diretiva Ronaldo Ferreira da Silva (DIRETOR GERAL) Márcia Faustino Mosser dos Santos (DIRETORA ADJUNTA PEDAGÓGICA) 2.2.7. Marco Referencial São muitos os obstáculos a serem ultrapassados e desafios a serem vencidos na educação, principalmente num país de desigualdades econômicas como o Brasil. Diante da conjuntura coloca-se de que a educação não seja um fator suplementar de exclusão social, mas que contribua para promoção e integração de todos, voltando-se para construção da cidadania como prática efetiva a ser realizada no momento presente. A tarefa de educar não é impossível, é um desafio que passa não apenas pelos bancos escolares, mas que mobiliza o esforço comum e constante da sociedade como um todo. Em busca de uma educação voltada à construção do conhecimento e que reconheça a importância deste em relação à emancipação sujeitos e ao exercício da cidadania. Reforça-se desta forma a reorganização da escola, baseada numa concepção de conhecimento, operando com teorias de aprendizagem e forma de organização de ensino que superem as práticas pedagógicas tradicionais, centradas na memorização mecânica e na reprodução de informações descontextualizadas, anacrônicas ou sem utilidade prática. Assumir tal perspectiva significa solicitar o melhor de cada uma de todos nós e, assim, buscar a transformação de nossa realidade escolar, articulada à realidade social mais ampla, pois somos portadores da esperança de um projeto de futuro, pautada na responsabilidade solidária, onde não cabem procedimentos isolacionistas e individualistas. Forças: Boa participação nos projetos do colégio, equipe gestora completa, bom relacionamento aluno-escola e professores comprometidos. 10 Fraquezas: Casos de Bullying, avaliação interna, aulas pouco atrativas, salas sem climatização e ausência de registros das práticas pedagógicas. Fatores externos: Oportunidades: FAETEC e FUNDEC próximas ao colégio e Unidade Escolar bem localizada, fora de quaisquer áreas de risco. Ameaças: Alunos residindo longe da escola, dificuldade de transporte, greve de funcionalismo público, ausência de oportunidades profissionais no bairro e índice alto de casos de Dengue e Zika na região. Estratégias: Promover palestras sobre Bullying, combate ao mosquito Aedes Aegypti, uso consciente da água, Programa de Reforço e Iniciação Científica. Incentivar os professores a realizarem aulas mais atrativas e dinamizadas, assim como seus registros. Mudanças no sistema de avaliação interna (simulado no 2º e 4º bimestres). Características do bairro Escolar: O bairro Escolar é constituído por três setores econômicos: o setor primário, o setor secundário e o setor terciário. Setor primário: Caracterizado pela presença de pequenos lavradores com agricultura de subsistência e sítios de pequeno e grande porte. Neste temos uma presença significativa de alunos que são filhos de colonos ou caseiros que, por não terem assegurado uma moradia fixa, migram periodicamente, dificultando a sua permanência (frequência) junto às atividades pedagógicas da Unidade Escolar. Setor secundário: Caracterizado na presença da INMETRO, CEDAE, PHILLIPE MARTIN, Q- ODOR, VETEC, IBF, MARCOPOLO e etc. Devido ao avanço tecnológico, essas indústrias vêm renovando e enxugando seu quadro de pessoal e, com isso desempregando a mão de obra semiqualificada do bairro. 11 Setor terciário: Caracterizado por 8 (oito) mercados; lojas variadas, bares, restaurantes, farmácias, padarias, hortos e etc. Xerém é exuberante em sua beleza natural preservando parte da Mata Atlântica Nativa, contrastam suntuosas moradas de fina arquitetura com casebres de alvenaria inacabada, carros de últimos modelos contracenando com carroças puxadas por pangarés, tecnologia de ponta competem com o rudimentar processo agrícola que danifica o solo produtor de condições para o plantio. O local é servido por seis linhas de transportecoletivo (Viações: Fácil, Flores, Santo Antônio, Trel, União e Única), que ligam Xerém a Magé, Duque de Caxias, Petrópolis, Central do Brasil e Nova Iguaçu. Os transportes alternativos complementam o oficial existente, mas a bicicleta é o transporte de maior uso devido às condições econômicas da clientela, sua durabilidade, comodidade e as condições geográficas (área de planície). Embora a oferta de vagas tenha crescido consideravelmente na região, a inclusão dos Ensinos Fundamental e Médio, permanece elevada devido à necessidade dos jovens ingressarem no mercado de trabalho para contribuir com o orçamento doméstico. Com isso a mão de obra é na maioria das vezes desqualificada, tornando-se explorada nos seguintes aspectos: desvinculo empregatício entre empregado e empregador, sobre carga de horário, ausência do descanso semanal, férias e sua devida remuneração, ausência de décimo terceiro salário, licença médica e etc. Muitos alunos solicitam a troca de horário na escola para que possam organizar-se junto as suas funções domésticas: ajuda no trabalho de casa ou no seu ambiente de trabalho. Parte desse grupo acaba desistindo da escola por cansaço ou inadaptação a nova turma. A Unidade Escolar conseguiu diminuir o número expressivo de alunos fora de faixa etária no diurno. Depois do trabalho com palestras e diálogo reduziu bastante o número de alunos com problemas de drogas e gravidez precoce e evasão escolar. 2.2.8. Marco Doutrinal 12 Indignados com o rumo que vem tomando o homem e a sociedade no atual contexto, percebemos que se faz necessário reestruturá-los filosoficamente para que possamos reunir elementos modificadores dessa realidade. Uma sociedade que reconheça o homem como um ser em permanente processo de desenvolvimento físico e social e que possa assumir a educação como um processo de emancipação, de apropriação dos bens culturais acumulados pela humanidade e de construção do conhecimento a serviço de uma continua transformação. Que essa sociedade se faça democrática e pluralista, criando espaços e mecanismos, para garantir às crianças e jovens o acesso à escolaridade básica, em especial, àqueles que vêm sendo, historicamente excluídos do processo: a população de rua, os sem terra, as prostitutas, os portadores de necessidades especiais, os idosos. Essa sociedade organizada possibilitará, deste modo, mais dignidade e respeito aos direitos dos cidadãos, pois está aberta às mudanças relacionadas às melhorias na qualidade de vida. Sendo assim, o homem dessa sociedade é um ser que respeita o como a si mesmo; é solidário, justo sensível, tem identidade social e cultural, pois é autônomo, prima pelo trabalho coletivo, é participativo. Enfim é um cidadão em sua plenitude, cujos pensamentos, palavras e ações: contribuem para existência de menor egocentrismo e na partilha. 2.2.9. Marco Operativo Políticas Permanentes: Sendo a educação um dos principais adjuvantes do processo de formação desse homem e dessa sociedade, alguns princípios se fazem norteadores das ações nos níveis pedagógicos, comunitário e administrativo. A partir desses princípios traçamos como missão dessa Unidade Escolar promover uma educação que sensibilize o cidadão a intervir na transformação da sociedade. ¨Na verdade, nenhuma sociedade se organiza a partir da existência prévia de um sistema educativo, o que implicaria na tarefa de compreender um certo perfil, ou tipo de ser humano, que na sequência, colocaria a sociedade em marcha. Pelo contrário, o sistema educativo se faz e se refaz, mesmo, no seio da experiência. ¨ (Freire, 1998, p.47) 13 2.3. RECURSOS HUMANOS COMUNITÁRIOS - Posturas Sociais O 4° Distrito é bastante rico em potencial humano. Aqui é recanto de artistas, políticos, ecologistas, jornalistas, médicos, profissionais liberais e outras pessoas que, embora sejam de formação humilde, muito têm a contribuir com a postura político-pedagógica da Unidade Escolar e, simultaneamente, a Unidade Escolar organiza-se quanto ao espaço propiciador de novas posturas sociais. Num espaço geográfico bem próximo a Unidade Escolar, temos um Posto Médico e uma Maternidade, três Escolas Municipais, Quatro Escolas de Ensino Médio, sendo uma delas particular e quatro da Rede Estadual, dois Bancos, uma Agência dos Correios e uma Multinacional de fabricante de ônibus coletivos. Ao longo da Rodovia Washington Luís, encontramos algumas empresas de Alimentação, um Polo Gráfico de Jornalismo e uma das maiores Refinarias de Petróleo de nosso País. Como já foi sinalizada, (relações comunitárias - criações de parcerias) deste Projeto Político Pedagógico, buscaremos estabelecer parcerias para atender as seguintes necessidades: - Criação de um departamento de Marketing. - Atualização do acervo sala de leitura. - Instalação da “Radio Escola Informada” - Participação nos jornais do bairro. - Criação de cursos (oficinas) para e pela comunidade. - Passeios culturais e ecológicos. - Criação de um balcão informativo para empregos e montagem de currículo. 2.3.1. PROGRAMAÇÃO: A PROPOSTA DE AÇÃO A programação é a proposta de ação para satisfazer as necessidades apresentadas no diagnóstico. Percebemos que, para que a programação se construa como proposta de ação é necessário que se proponham ações, comportamentos, normas e atividades permanentes, para modificar a realidade existente, ou seja, para diminuir a distância entre o marco operativo e o diagnóstico. 14 I - Ações Curriculares Permanentes A Meta: Melhoria de qualidade de ensino como estratégia básica, adotou a atuação dos professores definidas em áreas curriculares, tendo em vista a necessidade de formação integral do aluno, onde os conteúdos se darão em rede (interdisciplinar) e obedecendo a uma relevância social para a clientela atendida. Nesse, sentido as ciências que mais se assemelham quanto às suas necessidades básicas, foram organizadas num grande conjunto denominado áreas curriculares, perfazendo um total de três áreas curriculares: - Área curricular da comunicação (ou ciência da linguagem). - Área curricular das relações humanas (ou ciências sociais). - Área curricular da lógica. - Área curricular das Ciências Naturais. Com base no Currículo Mínimo desenvolvido em 2012 pelo Estado, temos: a) LINGUAGEM, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS. Área Curricular de Comunicação - Língua Portuguesa - Língua Estrangeira - Educação Física - Educação Artística a.1) Visão de Área Curricular Em seu livro Linguagem e Escola, uma perspectiva social, Soares (1986) afirma que a escola que temos no Brasil é antes contra o povo que para o povo, por ser insatisfatória do ponto de vista quantitativo, principalmente do qualitativo. O alto índice de repetência e evasão no Brasil comprova que, apesar de estar havendo uma progressiva democratização do acesso à escola, a mesma acaba por acentuar as desigualdades sociais, legitimando-se. 15 Ainda segundo a referida autora, essa incompetência da escola tem suas raízes nos problemas da linguagem, à medida que não percebe a linguagem enquanto função social. Encabresta-a como subserviência da padronização alfabética. “Grande parte da responsabilidade por essa competência deve ser atribuída a problemas de linguagem: o conflito entre a linguagem e uma escola fundamentalmente a serviço das classes privilegiadas, cujos padrões linguísticos usam e quer ver usada, e a linguagem das camadas populares, que essa escola censura e estigmatiza, é uma das causas do fracasso dos alunos pertencentes a essas camadas, na aquisição do saber escolar”. Soares (1986, p. 6) Fica claro, pois que a questão da linguagem se insere no âmbito escolar de forma complexa, evidenciando que o problema de ensino da língua materna constitui-se numa questão não só linguística, mas também social.E evidente, pelo viés da teoria da violência simbólica, que existe uma distância gritante entre a linguagem das crianças das classes populares e a linguagem exigida pela escola, que se traduz em forma de opressão de uma pela outra. Na tentativa de redirecionar o rumo da linguagem, os professores desta área curricular desta Unidade Escolar, assim definiram-na: a ciência da linguagem é vista como área que orienta a sistematização dos símbolos verbais (imagem, cores, desenhos, sons, música e ritmo). Caracteriza-se como um campo de conjunção dos processos de criação, a comunicação, expressão e interpretação do mundo, priorizando objetivos gerais que proporcionam o desenvolvimento das capacidades expressivas, comunicativas e cognitivas que sejam linguísticas, artísticas e corporais, próprias do ser humano. Quando nos expressamos falamos a linguagem das nossas emoções. Essa diversidade de linguagem são formas de expressões que devem ser desenvolvidas, pois irá capacitar o indivíduo a expressar de forma criativa a sua vida, sua cultura, seu universo. 16 a.2) Objetivos Curriculares - Apropriar-se da linguagem, percebendo-a como instrumento de expressão de ideias, sentimentos e valores, que possibilitará compreensão crítica das diferentes relações de poder existentes na sociedade. - Utilizar as diferentes linguagens reconhecendo sua funcionalidade na construção de seu próprio discurso e sua identidade sociocultural. - Ampliar sua linguagem de forma diversificada: expressão corporal, oral, gestual e escrita, respeitando suas variantes, mas utilizando seus conhecimentos adquiridos através da apropriação da mesma; - Consolidar o hábito de ler e escrever como fonte de prazer e necessidade à participação consciente na defesa de seus pontos de vista no exercício da cidadania. - Posicionar-se criticamente utilizando as diversas formas de expressão oral, corporal, escrita, usando criatividade, a imaginação e o raciocínio. - Fazer uso da linguagem como instrumento de integração com o meio, objetivando a construção de uma sociedade mais ética, solidária e igualitária. b) CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Área Curricular das Relações Humanas - História - Geografia - Sociologia - Filosofia b.1) Visão da Área Curricular O ensino da História e Geografia há muito tem se dado de forma nada envolvente entre aquelas e a realidade das relações humanas, nem em nível de mundo, e tampouco, em nível comunitário. Fora de contexto para o aluno e sem harmonia entre si, arrolam-se enquanto disciplinas, mas enrolam-se enquanto ciência das relações humanas, passando, senão despercebidas, pelo menos, pouco da dinâmica da vida atual. 17 O ensino de História e de Geografia deve apontar para a formação do cidadão e o fortalecimento dos laços que a vida em sociedade proporciona aos homens. É importante ressaltar que nas Ciências Humanas, ou Ciências Sociais encontram-se os seus fundamentos principais (dentro do Ensino Fundamental) na Geografia e na História onde o conceito de espaço e de tempo, fruto da relação natureza e homem, homem e sociedade, precisa ser estudada no seu processo de transformação. Então, podemos conceituar as Ciências Sociais como as Ciências que estudam a natureza, o homem no passado, seu relacionamento com o presente e sua interferência no espaço em que vive e atua: agente integrador, entendedor e modificador desse mesmo espaço. A realidade social e a vida em sociedade são elementos que devem orientar o ensino das Ciências Sociais, familiarizando-o e capacitando-o ao pensamento sobre a realidade social existente. E preciso que as Ciências Sociais façam perceber que as existências de diversos grupos sociais num determinado Espaço e Tempo produziram suas próprias condições de vida através das relações sociais, históricas e produtivas, ora através de dominação (conflito), ora através do trabalho coletivo (consenso). O conceito de espaço será desenvolvido através da localização de referenciais físicos e sociais determinados, resultantes da ação do homem com a natureza, transformada pelo trabalho e articulada às ações socioeconômicas e culturais. O conceito de tempo será desenvolvido a partir do estabelecimento do diálogo entre o presente e o passado desenvolvido nos acontecimentos ocorridos, de modo a possibilitar ao educando a ideia de que tanto o espaço como os grupos sociais se transformam através do tempo fazendo sua história. O conceito de grupo social será desenvolvido a partir da compreensão das vivencias do próprio dia a dia, buscando ampliar sua compreensão de outras experiências, construindo sua identidade social e cultural. A própria noção de grupo e a percepção de que as regras elaboradas por um determinado grupo podem ser mudadas de acordo com o interesse e a necessidade do próprio grupo. b.2) Objetivos Curriculares 18 - Posicionar-se enquanto ser integrante do seu grupo social, situado como ser transformador do seu meio e de sua condição econômica, política e social. - Conhecer as transformações ocorridas na sociedade, respeitando e reconhecendo as lutas travadas entre as diferentes classes sociais ao longo da história. - Comparar as características físicas, sociais e econômicas de seu país, com os outros países do mundo, descobrindo semelhanças e diferenças e suas inter-relações (desenvolvimento e subdesenvolvimento). - Compreender causas e consequências socioambientais geradas pelas diferentes formas de ocupação espacial em seu bairro, estado, país e mundo. - Reconhecer as causas de desigualdade social através da comparação e análise das injustiças das relações de produção e trabalho entre os diferentes grupos que formam o bairro, o Estado, o país e o mundo, percebendo suas contradições, distribuição de renda, salário mínimo, relação patrão-empregado. - Conhecer e respeitar o modo de vida dos diferentes grupos em diversos tempos e espaços, em suas manifestações culturais, econômicas, políticas e sociais, resgatando a dignidade humana. - Posicionar-se contra qualquer forma de discriminação, adotando atitudes de solidariedade e respeito mútuo como forma de garantir fortalecimento da democracia. - Compreender histórica e geograficamente o mundo do trabalho e suas implicações econômicas, sociais e políticas, combatendo as injustiças e contradições presentes nas relações de trabalho e de produção de riquezas. c) MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS Área Curricular da Lógica Em uma sociedade cada vez mais baseada no desenvolvimento tecnológico a matemática assume um papel fundamental para o pleno acesso dos sujeitos à cidadania. Os conhecimentos matemáticos tornam-se imprescindíveis para as diversas ações humanas, das mais simples as mais complexas, tais como compreensão de dados em gráficos, realização de estimativas e percepção do espaço que nos cerca, dentre outras. 19 c.1) Visão da Área Curricular Embora presente e atuante em cada momento de nossas vidas, a Matemática (enquanto Ciência da Lógica) pouco nos ajudam a contextualizar a dinâmica da nossa própria existência visto que, a interpretação de contexto, a resolução de uma situação problema, galgou nossas vidas muito mais como ciências abstratas que a concretização de uma interpretação do mundo real. Hoje, ao longo de querer permanecer existindo enquanto as Ciências do medo (a Matemática: a simulação da compreensão do incompreensível), ela prefere colocar-se a serviço da formação da cidadania, ressaltando seu papel funcional, instrumental de aplicação à resolução dos Problemas do Cotidiano ou conceito de Vida, Ambiente e de Tecnologia para, novamente, aplicá-los no seu bem estar e na melhor maneira de usufruir dos produtos da modernidade. Nesse sentido, a Matemática é um conhecimento lógico de um processo construtivo, e o aluno, o sujeitoativo do processo, onde a descoberta, a experimentação, a comparação e a verbalização colocam-se enquanto pressupostos simbólico-dedutivos das situações problematizadoras que favorecerão a criatividade, o trabalho coletivo e a sistematização de estratégias significativas para a aquisição do conhecimento proposto. c.2) Objetivos Curriculares - Estabelecer conexões entre os eixos da matemática e entre essa e outras áreas do saber; - Resolver problemas, criando as próprias estratégias para sua resolução, desenvolvendo imaginação e criatividade; - Raciocinar, fazer abstrações com base em situações concretas, generalizar, organizar e representar; - Comunicar-se, utilizando as diversas formas de linguagens empregadas em matemática; - Utilizar a argumentação matemática apoiada em vários tipos de raciocínio. d) CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS Área Curricular da Lógica e da Natureza - Ciências Físicas 20 - Ciências Biológicas - Química - Física d.1) Visão da Área Curricular As Ciências Físicas, Químicas e Biológicas serão encaradas como um processo contínuo, onde o indivíduo possa contribuir com um pensamento cientifico sobre os fenômenos naturais, desmistificar crendices e estar aberto aos avanços tecnológicos que possam interferir nas condições de vida, aplicando tecnologia adequada a cada meio, conscientizando-se de seu papel na preservarão do Meio-Ambiente e principalmente, identificando-se como parte integrante da NATUREZA. A partir dessa análise, perceberá melhor o mundo que o cerca e reunirá condições mais favoráveis, compreensão dos fenômenos físicos, químicos e biológicos; das teorias científicas que explicam os fenômenos naturais, da importância do conhecimento do corpo, da valorização da autoestima e do compromisso do homem com a qualidade de vida. d.2) Objetivos Curriculares - Conhecer as teorias que procuram explicar a formação do universo, a origem da vida, o surgimento do homem no Planeta Terra percebendo que a humanidade produz conhecimento ao longo do tempo na busca de solução dos problemas cotidianos. - Conhecer os principais fenômenos que ocorrem no Planeta Terra relacionada ao sistema e suas influências na vida dos seres. - Compreender a ciência como um empreendimento humano, construído histórica e socialmente; - Apropriar-se de conhecimentos das ciências da natureza como instrumento de leitura do mundo; - Interpretar e discutir relações ente a ciência, a tecnologia, o ambiente e a sociedade; - Realizar uma leitura de mundo apoiada em conhecimentos das ciências da natureza; 21 e) LINHA DE AÇÃO - Planejamento dos conteúdos específicos por área curricular (visando sempre à qualidade do ensino e a relevância dos conteúdos) onde a reflexão constante sobre a realidade seja elemento de promoção do senso crítico. - Construção dos projetos em forma de rede podendo abranger uma ou mais áreas curriculares onde o motivo de sua realização verse a realidade circundante. - Que o incremento da participação gere uma decisão eficaz de transformação social. f) DETERMINAÇÃO - O professor se organizará com seu aluno para que construam ou tomem conhecimento dos objetivos e dos critérios de avaliação do conteúdo a ser ministrado. - Professores, alunos e outros funcionários proporão aos grupos quaisquer situações que necessitem de estudos para solução. - A comunidade escolar estará engajada nos diversos processes de planejamento, execução e avaliação da Unidade Escolar. - A Unidade Escolar, se organizará para garantir ao corpo docente e demais funcionários capacitação político-pedagógica através de grupo de estudos mensal. - A Unidade Escolar, implementará o Grêmio Estudantil e outras atividades que deem ao aluno condições do desenvolvimento de seu senso crítico e criativo. - A Unidade Escolar, assinará revistas e jornais que tratem de questões pertinentes à educação. - A Unidade Escolar, buscará com outras entidades e instituições condições para melhor atender seus trabalhadores e alunos. g) ORIENTAÇÃO PARA EXECUÇÃO - Os planos ou projetos específicos estabelecerão os objetivos específicos, bem como metodologia, periodicidade e justificativa. 22 - A Direção e a Equipe Pedagógica serão responsáveis pelo impulsionamento inicial de execução das atividades propostas. - Cada projeto a ser desenvolvido na Unidade Escolar, terá coordenador curricular responsável cuja indicação será feita através da disciplina curricular que mais se aproxime ao objeto em estudo. - As políticas serão levadas em conta por todos os setores da Unidade Escolar, em seus planos específicos e por todos os professores em quaisquer de seus trabalhos. - Adotamos como proposta político-pedagógica todas as ações em nível pedagógico, comunitário e administrativo do Marco Operativo, deste Projeto Político Pedagógico. - Anualmente, a avaliação incluirá também o questionamento sobre todas as propostas deste Projeto Político Pedagógico. A fim de verificar a validade de sua continuação. “A escola será cada vez melhor, na medida em que cada ser se comportar como colega, como amiga, como irmão”. Poesia “A Escola” - Folha de S50 Paulo, 08/01 de 1997. h) PROJETOS RELEVANTES DA UNIDADE ESCOLAR h.1) Protagonismo Juvenil A palavra protagonismo juvenil vem de “prontos”, que em latim significa o primeiro, e de “agonistas”, que quer dizer lutador. Este termo, muito utilizado pelo teatro para definir o personagem principal de uma encenação, foi incorporado à Educação por Antônio Carlos da Costa, educador mineiro que vem desenvolvendo uma nova prática, desde a elaboração, execução até a avaliação das ações propostas. A ideia é que o protagonismo juvenil possa estimular a participação social dos jovens, contribuindo não apenas com o desenvolvimento pessoal dos jovens atingidos, mas com o desenvolvimento das comunidades em que os jovens estão inseridos. Dessa forma, segundo o educador, o protagonismo juvenil contribui para a formação de pessoas mais autônomas e comprometidas socialmente, com valores de solidariedade e 23 respeito mais incorporados, o que contribui para uma proposta de transformação social. “Protagonismo juvenil é a participação do adolescente em atividades que extrapolam os âmbitos de seus interesses individuais e familiares e que podem ter como espaço a escola, os diversos âmbitos da vida comunitária: igrejas, clubes, associação e até mesmo a sociedade em sentido mais amplo, através de campanhas, movimentos e outras formas de mobilização que transcendem os limites do seu entorno sócio comunitário.” (Costa, 1996:90) O educador dentro da proposta de desenvolvimento do protagonismo juvenil deve ceder seu espaço “cênico” ao jovem, passando a ter uma função de “bastidor” ou de suporte. Isso, de forma alguma significa abandonar a função educativa, mas ao contrário, significa colocar jovens em posição de destaque no que diz respeito aos processos decisórios, adotando uma postura de apoio e colaboração. Isso requer uma presença constante junto aos jovens, numa posição do educador tradicional, estabelecendo uma relação mais “horizontal” junto aos jovens sem, contudo, perder o seu papel de educador. Uma relação mais “horizontal” entre educador e educando pressupõe estar de acordo com o contexto atual, em que não são mais toleradas as formas hierárquicas dentro e fora das instituições, que tiveram origem em períodos de repressão e ditadura. Vivemos, ao contrário, um momento de abertura à diversidade a ao diálogo, em que o respeito às diferenças e a busca do bem comum são agora valorizados e estimulados. “Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível muda-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidadeque tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes.” (Paulo Freire) i) EQUIDADE RACIAL 24 A equidade racial é um conceito baseado na ideia de que todos são iguais e de que não existem diferentes raças humanas. Todos os grupos étnicos devem ter os mesmos direitos e deveres enquanto cidadãos. A ideia de equidade racial só começou a ser fortalecida após a abolição da escravatura, no final do século XIX (no Brasil). Os indivíduos categorizados enquanto de “raça negra”, oriundos de países africanos, eram escravizados por serem considerados inferiores aos de “raça branca”. No Brasil, o Estatuto de igualdade Racial está previsto na Lei nº 12.228, de 21 de julho de 2010, que tem objetivo de impedir a discriminação racial no país, com punições judiciais; além de criar ou incentivar programas educacionais de conscientização da população contra a desigualdade entre diferentes grupos raciais. A educação brasileira tem sido apontada, pelas pesquisas oficiais e acadêmicas, assim como pelos movimentos sociais e, em especial pelo Movimento Negro, como um espaço/tempo no qual persistem históricas desigualdades sociais e raciais. Esta situação exige do Estado a adoção de políticas e práticas de superação do racismo e da desigualdade racial na educação, as quais começam a ser implantadas de forma amis sistemáticas nos anos 2000. Nesse contexto, o debate sobre inclusão, diversidade e equidade na educação começa a ocupar um lugar mais destacados, possibilitando indagações, problematizações, desafios e redirecionamentos das políticas e das práticas realizadas pelo Ministério da Educação, pelos sistemas de ensino e pelas escolas. A abordagem desses assuntos: Protagonismo Juvenil e Equidade Racial, estão sendo trabalhados em nossa escola, através de projetos pedagógicos, com objetivos de proporcionar aos nossos educandos uma maior participação nos processos de discussão, decisão, desenho e execução de ações, visando, através do seu envolvimento na solução de problemas reais, desenvolver o seu potencial criativo e sua força transformadora, contribuindo com a construção de uma sociedade menos violenta e desigual. 25 “Nossa pretensão é de uma sociedade não racial... estamos lutando por uma sociedade em que o povo deixará de pensar em termos de cor... não é uma questão de raça; é uma questão de ideia.” (Nelson Mandela) j) HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA Com a modificação da Lei n. 10.639, de 2003, pela Lei n. 11.645, sancionada no dia 10 de março de 2008, as escolas brasileiras passam a incluir em seus currículos, além da história e da cultura afro-brasileira, também a história e a cultura indígena, tanto para os alunos do ensino fundamental quanto para os alunos do ensino médio, nas escolas públicas e privadas. De acordo com essa lei, os temas deverão ser ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, mas, em especial, nas disciplinas de Artes, Literatura e História do Brasil. Denomina-se cultura afro-brasileira o conjunto de manifestações culturais do Brasil que sofreram algum grau de influência da cultura africana desde os tempos do Brasil Colônia até a atualidade. A cultura da África chegou ao país, em sua maior parte, trazida pela escravidão africana na época do tráfico transatlântico de escravos. No Brasil a cultura africana sofreu também a influência das culturas europeia e indígena, de forma que características de origem africana na cultura brasileira encontram-se em geral mescladas a outras referências culturais. Traços fortes da cultura africana podem ser encontrados hoje em variados aspectos da cultura brasileira, como a música popular, a religião, a culinária, o folclore e as festividades populares. Os estados do Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul foram os mais influenciados pela cultura de origem africana, tanto pela quantidade de escravos recebidos durante a época do tráfico como pela migração interna dos escravos após o fim do ciclo da cana-de-açúcar na região Nordeste. Ainda que tradicionalmente desvalorizados na época colonial e no século XIX, os aspectos da cultura brasileira de origem africana passaram por um processo de revalorização a partir do século XX que continua até os dias de hoje. 26 k) HISTÓRIA E CULTURA INDÍGENA Os povos indígenas têm trajetórias, organização, línguas e práticas culturais distintas. Admitir isso é fundamental para o reconhecimento dos indígenas enquanto agentes históricos. Historiadores afirmam que antes da chegada dos europeus à América havia aproximadamente 100 milhões de índios no continente. Só em território brasileiro, esse número chegava 5 milhões de nativos, aproximadamente. Estes índios brasileiros estavam divididos em tribos, de acordo com o tronco linguístico ao qual pertenciam: tupi-guarani (região do litoral), macro-jê ou tapuia (região do Planalto Central), aruaque (Amazônia) e caraíba (Amazônia). Atualmente, calcula-se que apenas 400 mil índios ocupam o território brasileiro, principalmente em reservas indígenas demarcadas e protegidas pelo governo. São cerca de 200 etnias indígenas e 170 línguas. Porém, muitas delas não vivem mais como antes da chegada dos portugueses. O contato com o homem branco fez com que muitas tribos perdessem sua identidade cultural. Diante do conteúdo programático a que se refere este artigo, a Unidade Escolar irá abordá-los juntamente com as atividades relacionadas ao PLE, que este ano fala sobre Martinho da Vila. Um tema muito pertinente para trabalhar a Cultura Afro-Brasileira. A Cultura Indígena será trabalhada, pela sua diversidade, ao decorrer do ano de acordo com o planejamento desenvolvido pelos professores das diferentes disciplinas. 2.4 A ESCOLA COMO GRUPO SOCIAL. a) A função social da Escola. A escola deixa de ser pura e simplesmente o lugar onde se transmite conhecimento e onde se preza a hierarquia técnica-ocupacional. A escola é um espaço vivo, espaço de luta, espaço voltado para garantir e colaborar com o preparo para a vida pública nas sociedades. A escola por ser um lugar que se 27 recebe diferentes concepções políticas e filosóficas, deverá levar em conta a identidade pessoal e coletiva de seus alunos, profissionais e comunidade, reconhecendo sua diversidade e peculiaridades básicas. Essa escola respeita e reconhece as variedades religiosas, socioeconômicas, psicológicas e culturais presentes na sua população. Essa Escola está comprometida e compromissada com a promoção da justiça, da solidariedade e dignidade humana. A mesma entende que a sua função é preparar os indivíduos para o mundo, desenvolvendo neles o senso crítico sem deixar de prepará-los para o avanço tecnológico e cientifico. Enfim, essa escola percebe-se importante e necessária ao saber fazer, ao fazer saber ser, pois é um espaço de trocas coletivas, onde diversos conhecimentos propiciam transformações pessoais e coletivas. Enfim, o conhecimento deve ser construído a partir do objeto já existente e o aluno enquanto autor desta relação deve participar e compartilhar desta construção através de um currículo interdisciplinar e temas transversais como éticas, cidadania, racismo e outros. b) Currículo Assim como a Escola, o currículo é vivo e concreto. É um plano de aprendizagem que transcende as paredes da escola e invade o contexto social. O currículo é todo organizado decorrente de uma sólida filosofia de educação, de uma clara visão de homem, de mundo e sociedade onde a perspectiva crítica está vinculada ao contexto social exigindo o compromisso de uma prática educativa mediadora entre o educativo e o modelo social. c) Objetivo Objetivo Geral: Formar o aluno que acredita na Escola como um dos modos de ampliar seus conhecimentosde compreender, transformar e melhorar o mundo baseando-se nos princípios de valorização da pessoa humana, destacando a dignidade, singularidade, liberdade, responsabilidade e ética. Nosso trabalho educativo busca a formação de cidadãos com sentido pátrio, capaz de valorizar sua própria cultura e despertar culturas diferentes. 28 Objetivo específico: Garantir a aquisição de conhecimentos que oportunizem a continuidade de seus estudos e a sua entrada no mercado de trabalho. E dentro deste contexto socioeconômico tem o compromisso de fornecer ao aluno seu pleno desenvolvimento bem como promover a consciência Escola versus ser Humana e torna-lo participativo, consciente, crítico, ou seja, um cidadão detentor de direitos e deveres, perante a sociedade e o grupo ao qual está inserido. d) Conteúdos: Os conteúdos devem estar relacionados às necessidades do aluno, articulados interdisciplinarmente (em rede), possuir relevâncias sociais, estarem vinculados aos valores humanos fundamentais: respeito mútuo, justiça, dignidade e solidariedade. Eles devem oferecer uma metodologia que leve o aluno a atribuir sentido àquilo que aprende de forma ativa e investigativa. Eles contribuirão para o desenvolvimento intelectual e social do educando indo da exploração do meio sociocultural aos conhecimentos universais (da cínclise e síntese). Deste modo os conteúdos serão todos aqueles que possibilitarão no futuro o desenvolvimento das capacidades motoras afetivas de relação pessoal e de inserção social, constituindo-se enquanto ele essencial no processo de concretização das intenções educativas. 2.5 ATIVIDADES DOCENTES E DISCENTES. Os professores que realmente se preocupam com os alunos, personalizam as aulas variando o modo de aplicação dos conteúdos, utilizam ferramentas diferenciadas, tais como: aparelhos de som, televisão, projetores... Desenvolvem aulas com auxílio de música que esteja relacionada ao tema a se trabalhar e explorar, vídeos e filmes instrutivos e reflexivos, a fim de garantir e resgatar o interesse discente, a metodologia que a Unidade Escolar emprega, é alternar atividades teóricas e práticas, para as aulas de Língua Portuguesa o corpo discente tem um ambiente apropriado para realizar leituras, estruturado e abastecido com livros de diversos temas, os alunos participam de eventos, 29 lançamentos de livros em outras Escolas, para a Educação Física são realizados gincanas, torneios e competições, em Educação Artística os mesmos são impulsionados a criar artesanatos, pinturas, desenhos, colagens, desenvolvem exposições lúdicas com cores efetivamente bem combinadas, para História e Geografia quando há possibilidade, passeios a museus, a patrimônios históricos, são concebidos pra que eles possam absorver conhecimento de maneira prática e prazerosa, com a entrada do “Projeto Mais Educação”, a Unidade Escolar estabeleceu um Programa de Reforço e Iniciação Científica onde a Matemática, a Biologia, a Química e a Física contam com o apoio de jogos de raciocínio, estratégias, metodologia específica e mais dinâmica com o intuito de estimular e exercitar o racional contribuindo no desempenho e aprendizado dos alunos. "Não há docência sem discência." (FREIRE, 2003, p. 21-46) 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em virtude dos fatos mencionados, e de todas as observações e práticas efetivamente realizadas durante o período vigente do Estágio Supervisionado de Português I, nos deparamos com a realidade atual, à defasagem em todo o quadro educacional físico e social, a falta de suporte financeiro estadual e a ausência do apoio no âmbito moral. Ao longo dos dias na Unidade Escolar, foi possível sentir e visualizar a supressão do comprometimento de alguns profissionais de educação, uns por não poderem trabalhar como gostariam e outros simplesmente por não quererem, entretanto reflete direto no aluno. O desinteresse incessante dos discentes aumentando consideravelmente, e é preocupante saber que muitos desses alunos não recebem o apoio básico de suas famílias dentro dos seus próprios lares, impossibilitando uma condução e direcionamento aos mesmos com mais precisão. É imprescindível que todos se sensibilizem, que se conscientizem de que precisamos suprir as carências dentro das possibilidades, podemos transformar e inverter o quadro da 30 atualidade com o mínimo de boa vontade e perseverança, o mundo precisa de pessoas determinadas a melhorar aspectos fragilizados, ter empatia, ser visionário, ser racional e conseguir enxergar um futuro com dignidade. Embora não se tenha devidamente um suporte para otimizar a educação como um todo, é exequível metamorfosear esta veracidade com um pouco atitude e boas práticas. "Somos seres condicionados, mas não determinados." (FREIRE, p.17, 2003) 4 REFERÊNCIAS “Pedagogia da Autonomia” - Paulo Freire, 1966. 5 ANEXOS 31 32 33 34 35 COLÉGIO ESTADUAL MONTEIRO LOBATO Rua Edir Barbosa, S/Nº - Mantiquira – Xerém - RJ 36 37 38 39 40 41 42 43 44 Declaração de Horas, Ficha de Frequência e Avaliação.
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