Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Gabriela Gomes 1 Avaliação do risco cardiovascular • Identificar indivíduos assintomáticos que estão mais predispostos é crucial para a prevenção efetiva com a correta definição das metas terapêuticas • Avaliar fatores de risco tradicionais nos pacientes de 20-79 anos, a cada 4-6 anos ➢ Idade, sexo, colesterol total e HDL, pressão arterial sistólica, uso de anti-hipertensivos, diabetes, tabagismo • Avaliar todos os pacientes de 35-40 a 79 anos com o modelo de predição de risco de evento cardiovascular em 10 anos • A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda a utilização do ERG para avaliação do risco em 10 anos e do RTV para estimar o risco ao longo da vida em indivíduos acima de 45 anos. Embora todos os demais escores podem ser utilizados como ferramentas de estratificação de risco ALGORITMOS DE RISCO • Escore de risco de Framingham (ERF): risco de ocorrer infarto do miocárdio ou morte por doença coronariana no período de 10 anos em indivíduos sem diagnóstico prévio de aterosclerose clínica • Escore de risco de Reynolds (ERR): estima a probabilidade de infarto do miocárdio, AVC, morte e revascularização em 10 anos • Escore de risco global (ERG): estima o risco de IAM, AVC, insuficiência vascular periférica e IC em 10 anos • Escore pelo tempo de vida (RTV): avalia a probabilidade de um indivíduo, a partir de 45 anos, apresentar um evento isquêmico CLASSIFICAÇÃO DE RISCO • Risco muito alto → indivíduos que apresentam doença aterosclerótica significativa com ou sem eventos clínicos • Risco alto • Risco intermediário • Risco baixo FASE 1 • Avaliar a presença de doença aterosclerótica significativa ou de seus equivalentes • Indivíduos de alto risco cardiovascular de acordo com o departamento de aterosclerose da sociedade brasileira de cardiologia: ➢ Aterosclerose significativa (obstrução ≥ 50%) com ou sem eventos clínicos em território: ▪ Coronário ▪ Cerebrovascular ▪ Vascular periférico ➢ Homens com escore de risco global > 20% ➢ Mulheres com escore de risco global > 10% ➢ Aterosclerose subclínica documentada por: ▪ USG de carótidas com presença de placa ▪ ITB < 0,9 ▪ Escore de CAC > 100 U Agatston ▪ Placas ateroscleróticas na Angiotomografia coronária ➢ Aneurisma de aorta abdominal ➢ DCR definido por Taxa de Filtração Glomerular < 60 mL/min, em fase não-dialítica ➢ Pacientes com LDL-c ≥ 190 mg/dL ➢ Diabetes tipo 1 ou 2, com LDL-c entre 70 e 189 mg/dL e presença de estratificadores de risco ou doença aterosclerótica subclínica • Indivíduos assim identificados, possuem risco superior a 20% em 10 anos de apresentar novos eventos cardiovasculares ou de um primeiro evento cardiovascular. São considerados automaticamente de alto risco FASE 2 Gabriela Gomes 2 • Escore de risco • O escore de risco global (ERG) deve ser utilizado na avaliação inicial entre os indivíduos que não foram enquadrados nas condições de algum risco Gabriela Gomes 3 • Baixo risco → probabilidade < 5% de apresentar eventos cardiovasculares em 10 anos. Se histórico familiar prematuro, serão reclassificados para risco intermediário • Risco intermediário → homens com risco entre 5-20% e mulheres com risco entre 5-10% • Alto risco → homens com risco > 20% ou mulheres com risco > 10% FASE 3 • Fatores agravantes • Indivíduos de risco intermediário com pelo menos um fator agravante é reclassificados para condição de alto risco • História familiar de doença arterial coronariana prematura (parente de primeiro grau masculino < 55 anos ou feminino (65 anos) • Critérios de síndrome metabólica de acordo com a Internacional Diabetes Federation 24,25 • Microalbuminúria (30-300 mg/min) ou macroalbuminúria (> 300 mg/min) • Hipertrofia ventricular esquerda • Proteína-C reativa de alta sensibilidade > 3 mg/L • Evidência de doença aterosclerótica subclínica ➢ Estenose/espessamento de carótida (EMI) > 1mm ➢ Escore de cálcio coronário > 100 ou > percentil 75 para idade ou sexo ➢ Índice tornozelo braquial (ITB) < 0,9 FASE 4 • Estratificação do risco pelo tempo de vida • Permite estratificar de forma mais abrangente a carga de doença cardiovascular na população geral, no momento e no futuro, pois leva em conta o risco de doença cardiovascular enquanto o indivíduo envelhece Gabriela Gomes 4 TABAGISMO • Risco relativo de infarto do miocárdio duas vezes maior entre fumantes com idade superior a 60 anos e cinco vezes entre os com idade inferior a 50 anos, se forem comparados com os não fumantes • O consumo de tabaco vem diminuindo na população geral, mas apresentou incremento entre os indivíduos de baixo nível socioeconômico e entre mulheres Gabriela Gomes 5 • Nas mulheres, os efeitos deletérios do tabaco parecem ser maiores, relacionando-se ao metabolismo acelerado da nicotina, com maior relevância naquelas que fazem uso concomitante de contraceptivos orais DISLIPIDEMIA • Importante fator de risco cardiovascular • LDL é o fator de risco modificável mais relevante • Apolipoproteínas (ApoA1 e ApoB) → propriedades pró-trombóticas e pró-inflamatórias DIABETES E SÍNDROME METABÓLICA • O diagnóstico de DM2 impõe um risco de IC 2 a 5 vezes maior em comparação com indivíduos sem diabetes • Cardiomiopatia diabética → fibrose miocárdica e hipertrofia com disfunção diastólica do ventrículo esquerdo. Eventualmente pode manifestar-se por meio de arritmias e morte súbita • Medida do peptídeo natriurético cerebral (BNP) plasmático, a avaliação ecocardiográfica de disfunção diastólica e o uso de calculadoras de risco como Health ABC Heart Failure Score e Framingham Heart Failure Risk Score são os mais utilizados para estimar o risco futuro de IC sintomática Gabriela Gomes 6 HIPERTENSÃO ARTERIAL • É a doença crônica mais prevalente em todo mundo, afetando aproximadamente um terço da população adulta SEDENTARISMO • Fortemente relacionado à mortalidade por todas as causas e por DVC • O incremento da atividade física se relaciona com ganho de saúde, melhor qualidade de vida e maior expectativa de vida Gabriela Gomes 7 TAKE HOME MESSAGES • Avaliar o risco cardiovascular ajuda a identificar uma população de maior risco que pode se beneficiar de alguma medida para diminuir este risco • Adultos a partir de 20 anos devem ter o risco avaliado, sendo recomendado usar um modelo prognóstico em pacientes a partir dos 35-40 anos • O uso de biomarcadores não traz ganho efetivo no desempenho dos modelos prognósticos na maior parte das vezes
Compartilhar