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CENTRO UNIVERSITÁRIO TERESA D’ÁVILA ARQUITETURA E URBANISMO FORMAS DE ORGANIZAÇÃO ESPACIAL E CIRCULAÇÃO Janile Olímpio de Oliveira Lucimeire Faria de Carvalho Mariana Miranda de Souza Albino Raquel Pompeu Menezes Sabrina Lemes Ribeiro LORENA – SP Agosto de 2016 2 SUMÁRIO Resumo........................................................................................................................3 1.Introdução..................................................................................................................4 2.Desenvolvimento.......................................................................................................6 2.1.Forma e Organização Espacial....................................................................6 2.1.1.Centralizada...................................................................................7 2.1.2.Aglomerada....................................................................................9 2.1.3.Linear...........................................................................................10 2.1.4.Em Malha.....................................................................................11 2.1.5.Radial...........................................................................................12 2.2.Circulação..................................................................................................13 2.2.1.Horizontal.....................................................................................14 2.2.2.Vertical.........................................................................................18 3.Considerações Finais..............................................................................................20 Referências................................................................................................................21 3 RESUMO Em artes e projetos, usamos o termo forma para representar a estrutura de um trabalho, a organização e a disposição das partes ou elementos de um objeto. Modo pelo qual uma determinada coisa em um contexto se revela à nossa percepção. A forma se refere tanto à estrutura interna e ao perfil externo quanto ao princípio que proporciona unidade ao todo. São atributos de uma forma: seu formato, seu tamanho, sua textura, sua cor e sua localização. Essas propriedades são afetadas de acordo com a perspectiva ou o ângulo de visão, a distância entre a forma e o observador e a iluminação. Já o espaço é a extensão do campo tridimensional que abrange tudo o que nos cerca. É onde nos movemos, vemos as formas, ouvimos os sons. Sua forma visual, suas dimensões e escala, o tipo de luz, todas essas características dependem da nossa percepção dos limites espaciais definidos pelos elementos da forma. À medida que o espaço começa a ser apreendido, fechado, modelado e organizado pelos elementos da massa, a arquitetura começa a surgir. Palavras-chave: Forma; espaço; arquitetura. 4 1. INTRODUÇÃO O espaço é a extensão do campo tridimensional que abrange tudo o que nos cerca. É onde as coisas do mundo sensível existem, e no qual nos deslocamos em três dimensões: esquerda e direita, para frente e para trás e para cima e para baixo. Relações de posição entre corpos. Intervalo vazio entre corpos, partes de um corpo, ou entre objetos. Sua forma visual, suas dimensões e escala, o tipo de luz, todas essas características dependem da nossa percepção dos limites espaciais definidos pelos elementos da forma. As formas podem ser configuradas de maneira que sua manipulação possa definir um campo, ou um volume de espaço isolado. Essas configurações representam a distribuição da organização dos espaços de uma edificação. São classificadas em Organização Centralizada, Linear, Radial, Aglomerada e Malha. O percurso do nosso movimento pode ser concebido como a linha perceptiva que conecta os espaços de uma edificação ou uma série qualquer de espaços internos e externos. Também serão apresentados os principais componentes do sistema de circulação de uma edificação como os elementos marcantes que afetam nossa percepção das formas e espaços de uma edificação, eles elementos são: acesso, entrada, configuração de percurso, relações entre o espaço e percurso e formas de espaço e circulação. 5 2. DESENVOLVIMENTO 2.1.Forma e Organização Espacial Em artes e projetos, usamos o termo forma para representar a estrutura de um trabalho, a organização e a disposição das partes ou elementos de um objeto. Modo pelo qual uma determinada coisa em um dado contexto se revela à nossa percepção. A forma se refere tanto à estrutura interna e ao perfil externo quanto ao princípio que confere unidade ao todo. São atributos de uma forma: seu formato, seu tamanho, sua textura, sua cor, sua localização, sua inércia e sua orientação. Formato: É o principal aspecto por meio do qual identificamos e classificamos as formas. Nossa percepção de formato depende do grau de contraste visual que existe entre o contorno que separa uma forma e seu campo. Na arquitetura, nos envolvemos com o formato dos planos de piso, parede e teto que configuram um espaço; com aberturas de portas e janelas e com silhuetas e contornos das formas edificadas. Tamanho: Embora as dimensões determinem as proporções de uma forma, sua escala é determinada por seu tamanho relativo a outras formas de seu contexto. Textura: Qualidade visual e especialmente tátil conferida a uma superfície pelo tamanho, formato, disposição e proporção das partes. A textura também determina o grau em que as superfícies de uma forma refletem ou absorvem a luz incidente. Cor: A cor é o atributo que mais claramente distingue uma forma de seu ambiente. Também afeta o peso visual de uma forma. Posição: A localização de uma forma em relação ao seu ambiente ou ao campo visual dentro do qual ela é vista. Orientação: A direção de uma forma em relação ao plano do solo, aos pontos cardeais, a outras formas ou ao observador. Inércia visual: O grau de concentração e estabilidade de uma forma. A inércia visual de uma forma depende de sua geometria, bem como de sua orientação em relação ao plano do solo, à força da gravidade e à nossa linha de visão. 6 Essas propriedades são afetadas de acordo com a perspectiva ou o ângulo de visão, a distância entre a forma e o observador e a iluminação. Na arquitetura e no urbanismo, a disposição dos elementos/edifícios no espaço possibilita a criação de organizações espaciais com condições similares. A maneira como esses espaços estão dispostos pode esclarecer sua importância relativa e seu papel funcional ou simbólico na organização de um edifício, dependendo das exigências do programa de necessidades, como proximidades funcionais, exigências dimensionais, classificação hierárquica dos espaços e necessidades de acesso, luz e vista; e condições externas do terreno, que podem limitar a forma ou o crescimento da organização ou mesmo encorajar a organização a aproveitar certas particularidades do terreno e a evitar outras. Em um típico programa de necessidades de uma edificação, geralmente são exigidos vários tipos de espaços, os quais podem: Ter funções específicas ou exigir formas específicas. Ter uso flexível e ser manipulados à vontade. Ser singulares e únicos em termos de função e importância dentro da organização da edificação. Ter funções similares e formar um agrupamento funcional ou se repetir em uma sequência linear. Exigir a exposição externa à luz, ventilação ou vistas ou ter acessos aos espaços externos. Ser separados, para maior privacidade. Ser facilmente acessíveis. Existem cinco tipos de organização espacial, sendo elas: organização centralizada, organização linear, organização radial, organização aglomeradae organização em malha. 7 2.1.1. Centralizada As formas centralizadas exigem o domínio visual de uma forma geometricamente regular e localizada no centro, como uma esfera, um cone ou um cilindro. Devido à sua centralidade essencial, essas formas compartilham as características centralizadoras do ponto e do círculo. São ideais como estruturas soltas e isoladas do contexto, dominando um ponto no espaço ou ocupando o cento de um campo definido. Elas são apropriadas para criar lugares sagrados ou honoríficos ou homenagear pessoas e celebrar eventos importantes. Planta baixa e foto do Pequeno Templo de São Pedro em Montorio, Roma, Itália, 1502-10, Donato Bramante. Uma organização centralizada é uma composição que consiste em vários espaços secundários agrupados ao redor de um espaço central grande e dominante. O espaço central da organização geralmente tem o formato de figuras primitivas, como o círculo, o triângulo e o quadrado e é grande o suficiente para reunir vários espaços secundários ao redor de seu perímetro. O espaço organizador central pode ser um espaço interno ou externo. Os espaços secundários da organização podem ser equivalentes entre si em termos de função, forma e tamanho e criar uma configuração global que seja geometricamente regular e simétrica em relação a dois ou mais eixos. 8 Os espaços secundários podem diferir entre si em forma ou tamanho, a fim de responder a diferentes requisitos funcionais, expressar sua função relativa ou reconhecer seu entorno. Essa diferenciação entre os espaços secundários também permite que a forma da organização centralizada responda às condições ambientais de seu entorno. Uma vez que uma organização centralizada é não direcional por sua própria natureza, o acesso e a entrada devem ficar evidentes no terreno e no tratamento dos espaços secundários por meio de um portal ou outro elemento marcante. O padrão de circulação e movimento dentro de uma organização centralizada pode ter forma radial ou espiral ou compor um circuito. Contudo, em quase todos os casos, o padrão terminará no espaço central ou ao seu redor. As organizações centralizadas cujas formas são relativamente compactas e geometricamente regulares podem ser empregadas para: Estabelecer pontos ou lugares no espaço. Criar o foco para o eixo. Servir como um objeto ou uma forma dentro de um campo bem definido e volume espacial. Planta baixa e foto da Villa Capra, Vicenza, Itália, 1552-67, Andrea Palladio. 9 2.1.2. Aglomerada Uma organização aglomerada consiste em relacionar os espaços de acordo com a proximidade física de cada um deles. Essa proximidade física são espaços celulares repetitivos que têm funções similares e compartilham uma característica visual, como formato ou orientação. Ou também por espaços com diferentes tamanhos, formas e funções. A forma da organização aglomerada é flexível e pode crescer ou mudar rapidamente sem que seu caráter seja afetado. Em uma edificação os espaços aglomerados podem ser organizados em relação a um ponto de entrada ou ao longo da circulação. Os espaços também podem ser organizados em relação a um grande campo bem-definido ou a volume de espaço, sendo assim similar a organização centralizada, porém não possui a compacidade e regularidade geométrica dele. A simetria e a condição axial podem ser utilizadas para reforçar e unificar partes de uma organização aglomerada. Dessa forma, auxilia destacar a importância de um espaço ou de um grupo de espaços dentro de uma composição. Diwan-i-Khas, Fatehpur Sikri, o Complexo do Palácio de Akbar, o Grande, Imperador Mongol da Índia, 1569-74. 10 2.1.3. Linear É uma sequência linear de espaços repetitivos, semelhantes em termos de tamanho, forma e função. Expressa uma direção devido ao seu comprimento. Uma forma Linear pode resultar de uma mudança proporcional das dimensões de uma forma originaria ou da distribuição de uma série de elementos separados ao longo de uma linha. Ela pode ser segmentada ou curvilínea, respondendo à topografia, à vegetação, a vistas ou a outras características do terreno. Pode estar de frente para um espaço interno, definir uma de suas arestas ou definir um plano de entrada para os espaços que estão atrás dele. Pode também ser orientada verticalmente, como uma torre estabelecendo ou sugerindo um ponto no espaço. Uma organização linear geralmente é composta de espaços repetitivos similares em tamanhos, forma e função. No entanto, ela pode consistir em apenas um espaço linear que organiza ao longo de sua extensão, uma serie de espaços que diferem em tamanho, forma ou função. Em ambos os casos, cada espaço ao longo da sequencia tem uma lateral voltada para fora. Os espaços importantes para o conjunto, em termos funcionais ou simbólicos, podem estar posicionados em qualquer lugar da sequência linear e ter sua importância ressaltada pelo tamanho ou pela forma. Seu significado também pode ser enfatizado por sua localização, podendo ser: Na extremidade da sequência linear Descolada da organização linear Em pontos de destaque Devido ao seu comprimento característico as organizações lineares expressam direção e transmitem as ideias de movimento, extensão e crescimento. 11 Conjunto Habitacional Marselha, França. 2.1.4. Em Malha Uma organização em malha consiste em formas e espaços cujas posições no espaço e relações entre si são regulada por um padrão ou campo reticulado tridimensional. Uma malha é criada por meio do lançamento de dois conjuntos de retas paralelas geralmente perpendiculares entre si, que estabelecem um padrão regular de pontos em suas interseções. Projetado a terceira dimensão, o padrão em malha se transforma em um conjunto de módulos e espaços repetitivos. Na arquitetura, uma malha costuma ser estabelecida por meio de um sistema estrutural independente de pilares e vigas. Dentro do campo desta malha, os espaços podem ser eventos isolados ou repetições do modulo. Seja qual for sua disposição dentro do campo, esses espaços, quando vistos como formas positivas, criarão um segundo conjunto de espaços negativos. Uma vez que uma malha tridimensional consiste em módulos espaciais repetitivos, estes podem ser subtraídos, adicionados ou sobrepostos sem afetar a identidade da malha como uma estrutura de organização de espaços. Tais manipulações na forma podem ser utilizadas para adaptar uma malha do seu terreno, definir uma entrada ou um espaço externo ou mesmo permitir o crescimento e a expansão da malha. Uma malha também pode sofrer outras transformações, partes da malha podem ser deslocadas, alterando a continuidade visual e espacial do conjunto. Ela pode ser interrompida para configurar um espaço principal ou acomodar um acidente 12 topográfico. Ao longo de seu campo, pode transformar sua imagem, passando de um padrão de pontos para um de planos e, finalmente, volumes. Edifício de Escritórios Central Beher Museu Gandhi Ashram 2.1.5. Radial Uma organização de espaço radial combina elementos de organizações centralizadas e lineares. Ela consiste em um espaço central dominante no qual uma serie de organizações lineares se estende de maneira radial. Enquanto uma organização centralizada é um esquema introvertido, por se voltar para o espaço central, uma organização radial é uma planta extrovertida voltada para seu contexto. Por meio de seus braços lineares, ela consegue se estender e se conectar a características ou elementos específicos de seu terreno. Os braços irradiados também podem ser diferentes entre si, a fim de responder as exigências individuais de função e contexto. Uma variação específica da organização Radial é o padrão em cata-vento, no qual os braços do conjunto se desenvolvem dos lados do espaço centralquadrado ou retangular. Esse arranjo resulta em um padrão dinâmico, que sugere visualmente um movimento de rotação em relação ao espaço central. 13 Hotel Dieu (Hospital), Paris França. Penitenciária de Moabit Berlim, Alemanha. 2.2. Circulação “Os espaços de circulação formam uma parte integral de qualquer organização arquitetônica e ocupam uma porção significativa do volume de um edifício. Se consideradas meramente como recursos funcionais de ligação, as vias de circulação podem constituir espaços sem fim, semelhantes a corredores. A forma e o espaço de um espaço de circulação, entretanto, devem acomodar o movimento de pessoas que caminham, se detêm, descansam ou observam uma vista ao longo de uma via.” (CHING, 2003, p. 269). Um espaço de circulação pode ser variado, de acordo com a maneira que: sua forma se relaciona à dos espaços que conecta; seus limites são definidos; suas qualidades de escala, proporção, luz e vista são articuladas; as entradas dão para esse espaço; manipula as mudanças de nível com escadas e rampas. Um espaço de circulação pode ser: Fechado: formando uma galeria pública ou corredor privativo, que se relacionam aos espaços que conectam através de entradas em um plano de parede. Aberto em um dos lados: como uma sacada ou galeria, criando continuidade visual e espacial com os espaços que os conectam. 14 Aberto dos dois lados: passagem com colunas, tornando-se extensão física do espaço que se atravessa. A largura e altura de um espaço de circulação devem ser proporcionais à quantidade de movimento que haverá no local. 2.2.1. Horizontal Elementos de Circulação são: Acesso – a vista distante Entrada – de fora para dentro Configuração da via – a sequência de espaços Relações Via-Espacial – bordas, pontos centrais e terminações das vias. Acesso A via de acesso constitui a primeira fase do sistema de circulação, na qual somos preparados a ver, experimentar e utilizar os espaços internos de um edifício. O acesso a um edifício e a sua entrada pode variar, em duração, de alguns passos por um espaço comprimido a uma via extensa e tortuosa. Pode se dar perpendicularmente à fachada principal de um edifício ou ser oblíqua a ela. A natureza do acesso pode contrastar com o que está a sua frente e com sua terminação ou pode se prolongar pela sequência interna de espaços do edifício, obscurecendo a distinção entre o interior e o exterior deste. Os tipos de Acesso são: Frontal – conduz diretamente à entrada de um edifício através de uma trajetória reta, axial. A meta visual que remata o acesso é clara, podendo constituir a frente inteira de um edifício ou uma entrada elaborada dentro do plano. Oblíquo – acentua o efeito de perspectiva na fachada e na forma de um edifício. A via pode ser redirecionada uma ou mais vezes para retardar ou prolongar a sequência do acesso. Se o acesso a um edifício se dá por um 15 ângulo extremo, sua entrada pode se projetar para além de sua fachada, a fim de se tornar mais claramente visível. Espiral – prolonga a sequência do acesso e enfatiza a forma tridimensional de um edifício à medida que nos movemos ao redor de ser perímetro. A entrada do edifício pode ser vista intermitentemente durante o trajeto de acesso para esclarecer sua posição ou pode ser escondida até o momento da entrada. Entrada Entrar envolve o ato de penetrar em um plano vertical que distingue um espaço do outro e separa o “aqui” do “ali”. Pode constituir uma passagem através de um plano implícito pelo estabelecimento de dois pilares ou uma viga superior. Em situações em que uma maior continuidade visual e espacial entre dois espaços é desejada, mesmo uma mudança de nível pode estabelecer um limiar e marcar a passagem de um local para o outro. Quando uma entrada é acomodada através de uma abertura na parede, a forma da abertura pode variar de um simples furo a uma passagem elaborada e articulada. Independente da forma do espaço ou da forma de sua delimitação, a entrada é expressa com mais adequação ao se estabelecer um plano real ou implícito perpendicular à via de acesso. Categorias de agrupamentos das Entradas: Em nível – mantém a continuidade da superfície da parede e pode ser, se desejado, deliberadamente obscurecidas. Projetadas – forma um espaço transicional, anuncia sua função ao acesso e proporciona um abrigo superior. Recuadas – também propicia abrigo e recebe uma porção do espaço externo no domínio do edifício. 16 A forma da entrada pode ser semelhante ou contrastar com a forma do espaço que se adentra. A localização de uma entrada relativamente à forma do espaço que se adentra determinará a configuração da via de acesso e o padrão de atividades internos. A identificação de uma entrada pode ser visualmente reforçada ao se fazer com que a abertura seja mais baixa, ampla ou estreita do que o esperado; profunda ou tortuosa; ornamentada. Varandas, pórticos e marquises se projetam a partir do volume principal de um edifício a fim de propiciar abrigo, receber e anunciar o ponto de entrada. Configuração da Via Todas as vias de circulação, sejam de pessoas, automóveis, mercadorias ou serviços, são de natureza linear. Todas têm um ponto de partida, a partir do qual somos conduzidos através de uma sequência de espaços até nossa destinação. O contorno de uma rota depende de nosso meio de transporte. Embora um veículo de rodas necessite de uma rota com contornos suaves que reflitam seu raio de rotação, a largura de uma via pode corresponder estritamente àquela dos veículos. Pedestres, por outro lado, embora capazes de tolerar mudanças abruptas de direção, requerem um maior volume de espaço do que as suas dimensões corporais e maior liberdade de escolha ao longo de uma vida. A intersecção ou cruzamento de vias constitui sempre um ponto de tomada de decisão por parte da pessoa que a percorre. A continuidade e escala de cada via pode nos ajudar a distinguir entre vias principais, que nos conduzem a espaços principais, e trajetórias secundárias, que nos conduzem a espaços de menor importância. Quando essas vias são equivalentes umas às outras, deve ser proporcionado espaço suficiente para permitir que as pessoas se detenham e se 17 orientem. A forma e a escala de entradas e vias devem também transmitir a distinção funcional e simbólica entre passeios públicos, salões primitivos e corredores de serviços. A configuração de uma via pode reforçar uma organização espacial ao tomar seu padrão paralelo ou pode contrastar com a forma da organização espacial e servir como um contraponto visual para ela. Tipos de Configurações da Via: Linear – todas as vias são lineares. Pode ser reta, curvilínea ou segmentada, interseccionar outras vias, ter ramificações ou descrever uma volta completa. Radial – vias lineares que se estendem a partir de um ponto central, comum ou que terminam neste. Espiral – constitui uma via simples, contínua, que se origina de um ponto central, gira em torno deste e se torna cada vez mais distante dele. Malha – consiste em vias que conectam pontos determinados no espaço. Composta – Combinação dos padrões anteriores. Os nodos (pontos importantes em qualquer padrão) pontuam as vias de circulação através de um edifício e proporcionam oportunidades para pausa, descanso e reorientação. A fim de evitar a criação de um labirinto desorientador, é preciso estabelecer uma ordem hierárquica entre as vias e os nodos de um edifício, através da diferenciação de sua escala, forma, comprimento e localização. Relações Via-Espaço As vias de circulação podem estar relacionadas aos espaços que conectam: Passando pelos espaços – a integridade de cada espaço é mantida; a configuração da via é flexível; espaços intermediários podemser utilizados para ligar a via aos espaços. 18 Passando através dos espaços – a via pode passar através de um espaço axialmente, obliquamente ou ao longo de sua borda. Terminando em um espaço – a localização de um espaço estabelece a via; esta relação é utilizada para o acesso e a entrada funcional ou simbólica em espaços importantes. 2.2.2. Vertical A circulação vertical tem a função de vencer desníveis em geral e ou entre pavimentos consecutivos. Pode ser dividida em três tipos: rampas, escadas e elevadores. A escada é uma série de degraus e pode ser feita de materiais diversos. Sua inclinação é determinada pelas dimensões dos pisos e espelhos de seus degraus, devendo ser proporcionada para se adequar ao movimento e capacidade do corpo humano, para que não haja cansaço. Enquanto o ato de subir a escada sugere privacidade, afastamento ou separação, o processo de descida é mais parecido com o movimento em direção ao solo seguro, protegido, estável. Os patamares interrompem o percurso de uma escada, permitindo a mudança de direção e proporcionando descanso e observações a partir da escada. O espaço ocupado por uma escadaria é grande, mas sua forma pode ser ajustada de várias maneiras a um interior. Patamares que são visíveis no acesso convidam à subida, assim como pisos alargados na parte inferior de uma escada. Por outro lado, para oferecer acesso a um lugar privativo ou indique inacessibilidade, a escada pode ter uma inclinação maior e com estreito vão entre as paredes. Existem também escadas e esteiras rolantes, muito comuns em shoppings e grandes lojas. Rampas também são uma ótima opção e exemplo de circulação 19 vertical, acessibilidade e variação de formas, porém necessitam de mais espaço. Elevadores são mais compactos e por isso, ocupam menos espaço, porém não há diferentes formas para eles, como há para as rampas e escadas, tornando o espaço mais comum e com menos identidade. 20 3.CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo da forma de organização do espaço possibilita um entendimento mais amplo a respeito da importância da Arquitetura tanto em ambientes restritos quanto na configuração das cidades. Desde o conhecimento dos elementos primários geométricos, com suas especificidades e combinações, até a análise da circulação de pessoas e organização das vias urbanas, é essencial aprofundar os conteúdos para aumentar a diversidade de projetos e solucionar problemas de habitação e convivência humana. O arquiteto, profissional sensível às artes, torna-se artista cientista ao encher sua bagagem de conhecimentos e um agente social de excelência ao executar seus projetos de qualidade. 21 REFERÊNCIAS CHING, Francis D. K. Arquitetura: Forma, Espaço e Ordem. 3ª edição, 2013. BRAIDA, Frederico. FIGUEIREDO, Juliane. Organização da Forma. UFJF, 2013. Site: http://www.ufjf.br/estudodaforma/files/2013/05/AULA011_Organiza%C3%A7ao- da-forma.pdf, acesso em 08/08/2016 às 15h21min. POMPONET, Roger. Organização da Forma e do Espaço Arquitetônico. Site: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABAB0AG/planejamento-organizacao- espacial-das-partes, acesso em 07/08/2016 às 10h46min.
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