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* Tratamentos Térmicos Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen Tratamentos Térmicos Finalidade: Alterar as microestruturas e como consequência as propriedades mecânicas das ligas metálicas * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen Tratamentos Térmicos Objetivos : - Remoção de tensões internas - Aumento ou diminuição da dureza - Aumento da resistência mecânica - Melhora da ductilidade - Melhora da usinabilidade - Melhora da resistência ao desgaste - Melhora da resistência à corrosão - Melhora da resistência ao calor - Melhora das propriedades elétricas e magnéticas * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen MATERIAL + TRATAMENTO TÉRMICO O TRATAMENTO TÉRMICO ESTÁ ASSOCIADO DIRETAMENTE COM O TIPO DE MATERIAL. PORTANTO, DEVE SER ESCOLHIDO DESDE O INÍCIO DO PROJETO * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen Fatores de Influência nos Tratamentos Térmicos Temperatura Tempo Velocidade de resfriamento Atmosfera* * para evitar a oxidação ou perda de algum elemento químico (ex: descarbonetação dos aços) * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen Fatores de Influência nos Tratamentos Térmicos Tempo: O tempo de trat. térmico depende muito das dimensões da peça e da microestrutura desejada. Quanto maior o tempo: maior a segurança da completa dissolução das fases para posterior transformação maior será o tamanho de grão Tempos longos facilitam a oxidação * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen Fatores de Influência nos Tratamentos Térmicos Temperatura: depende do tipo de material e da transformação de fase ou microestrutura desejada * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen Fatores de Influência nos Tratamentos Térmicos Velocidade de Resfriamento: - Depende do tipo de material e da transformação de fase ou microestrutura desejada - É o mais importante porque é ele que efetivamente determinará a microestrutura, além da composição química do material * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen Principais Meios de Resfriamento Ambiente do forno (+ brando) Ar Banho de sais ou metal fundido (+ comum é o de Pb) Óleo Água Soluções aquosas de NaOH, Na2CO3 ou NaCl (+ severos) * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen Como Escolher o Meio de Resfriamento ???? É um compromisso entre: - Obtenção das caracterísitcas finais desejadas (microestruturas e propriedades), - Sem o aparecimento de fissuras e empenamento na peça, - Sem a geração de grande concentração de tensões. * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen Principais Tratamentos Térmicos * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen 1- RECOZIMENTO Objetivos: - Remoção de tensões internas devido aos tratamentos mecânicos - Diminuir a dureza para melhorar a usinabilidade - Alterar as propriedades mecânicas como a resistência e ductilidade - Ajustar o tamanho de grão - Melhorar as propriedades elétricas e magnéticas - Produzir uma microestrutura definida * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen TIPOS DE RECOZIMENTO Recozimento para alívio de tensões (qualquer liga metálica) Recozimento para recristalização (qualquer liga metálica) Recozimento para homogeneização (para peças fundidas) Recozimento total ou pleno (aços) Recozimento isotérmico ou cíclico (aços) * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen 1.1- RECOZIMENTO PARA ALÍVIO DE TENSÕES Objetivo Remoção de tensões internas originadas de processos (tratamentos mecânicos, soldagem, corte, …) Temperatura Não deve ocorrer nenhuma transformação de fase Resfriamento Deve-se evitar velocidades muito altas devido ao risco de distorções * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen Ex:RECOZIMENTO PARA ALÍVIO DE TENSÕES DOS AÇOS Temperatura Abaixo A1 nenhuma transformação (600-620oC) * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen INFLUÊNCIA DA TEMPERAT. DE RECOZIM/o NA RESIST. À TRAÇÃO E DUTILID/e Alívio de Tensões (Recuperação/Recovery) * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen 1.2- RECOZIMENTO PARA RECRISTALIZAÇÃO Objetivo Eliminar o encruam/o gerado pela deformação à frio Temperatura Não deve ocorrer nenhuma transformação de fase Resfriamento Lento (ao ar ou ao forno) * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen 1.3- RECOZIMENTO HOMOGENEIZAÇÃO Objetivo Melhorar a homogeneidade da microestruturade peças fundidas Temperatura Não deve ocorrer nenhuma transformação de fase Resfriamento Lento (ao ar ou ao forno) * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen 1.4- RECOZIMENTO TOTAL OU PLENO Objetivo Obter dureza e estrutura controlada para os aços * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen 1.5- RECOZIMENTO TOTAL OU PLENO Temperatura Hipoeutetóide 50 °C acima da linha A3 Hipereutetóide Entre as linhas Acm e A1 Resfriamento Lento (dentro do forno) implica em tempo longo de processo (desvantagem) Usado para aços * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen Resumo dos Tratamentos Térmicos para os Aços - Diagrama de Fases * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen 1.1- RECOZIMENTO TOTAL OU PLENO Constituintes Estruturais Hipoeutetóide ferrita + perlita grosseira Eutetóide perlita grosseira Hipereutetóide cementita + perlita grosseira * A perlita grosseira é ideal para melhorar a usinabilidade dos aços baixo e médio carbono * Para melhorar a usinabilidade dos aços alto carbono recomenda-se a esferoidização * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen 1.5- RECOZIMENTO ISOTÉRMICO OU CÍCLICO A diferença do recozimento pleno está no resfriamento que é bem mais rápido, tornando-o mais prático e mais econômico, Permite obter estrutura final + homogênea Não é aplicável para peças de grande volume porque é difícil de baixar a temperatura do núcleo da mesma Esse tratamento é geralmente executado em banho de sais Usado para aços * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen 2- ESFEROIDIZAÇÃO OU COALESCIMENTO ESFEROIDITA Objetivo: Produção de uma estrutura globular ou esferoidal de carbonetos melhora a usinabilidade, especialm/e dos aços alto carbono facilita a deformação a frio Ceq = ou > 0,5 há a necessidade de esferoidização * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen CICLOS ESFEROIDIZAÇÃO * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen Usada para aços 3- NORMALIZAÇÃO Objetivos: Refinar o grão Melhorar a uniformidade da microestrutra **É usada antes da têmpera e revenido * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen NORMALIZAÇÃO * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen 3- NORMALIZAÇÃO Temperatura Hipoeutetóide acima da linha A3 Hipereutetóide acima da linha Acm* *Não há formação de um invólucro de carbonetos frágeis devido a velocidade de refriamento ser maior Resfriamento Ao ar (calmo ou forçado) * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen 3- NORMALIZAÇÃO Constituintes Estruturais resultantes Hipoeutetóide ferrita + perlita fina Eutetóide perlita fina Hipereutetóide cementita + perlita fina * Conforme o aço pode-se obter bainita Em relação ao recozimento a microestrutura é mais fina, apresenta menor quantidade e melhor distribuição de carbonetos * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen 4- TÊMPERA Objetivos: Obter estrutura matensítica promovendo: - Aumento na dureza - Aumento na resistência à tração - redução na tenacidade *** A têmpera gera tensões deve-se fazer revenido posteriormente * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen 4- TÊMPERA MARTENSITA * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen 4- TÊMPERA Temperatura Superior à linha crítica (A1) * Deve-se evitar o superaquecimento, pois formaria matensita acicular muito grosseira, de elevada fragilidade Resfriamento Rápido de maneira a formar martensíta (ver curvas TTT) * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen 4- TÊMPERA Meios de Resfriamento Depende muito da composição do aço (% de carbono), elementos de liga e da espessura da peça * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen Tensões de Têmpera * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen TEMPERABILIDADE CAPACIDADE DE UM AÇO ADQUIRIR DUREZA POR TÊMPERA A UMA CERTA PROFUNDIDADE EX. COMPARATIVO DA TEMPERABILID/ UM AÇO 1040 E DE UM AÇO 8640 A CURVA QUE INDICA A QUEDA DE DUREZA EM FUNÇÃO DA PROFUNDIDADE RECEBE O NOME DE CURVA JOMINY QUE É OBTIDA POR MEIO DE ENSAIOS NORMALIZADOS * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen TEMPERABILIDADE Ensaio Jominy no site: www.cimm.com.br/material didático - ALTURA DO JATO LIVRE É METADE DO CP * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen CURVAS JOMINY - AÇOS P/ CONSTRUÇÃO MECÂNICA * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen TABELA DE CLASSIFICAÇÃO DE AÇOS LIGADOS PARA CONSTRUÇÃO MECÂNICA NORMA ABNT * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen TEMPERABILIDADE DOS AÇOS EM FUNÇÃO DO TEOR DE CARBONO CURVAS JOMINY PARA AÇOS CARBONO * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen 5- REVENIDO *** Sempre acompanha a têmpera Objetivos: - Alivia ou remove tensões - Corrige a dureza e a fragilidade, aumentando a dureza e a tenacidade * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen 5- REVENIDO Temperatura Pode ser escolhida de acordo com as combinação de propriedades desejadas * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen 5- REVENIDO * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen 5- REVENIDO 150- 230°C os carbonetos ε (Fe2,4C) começam a precipitar Estrutura: martensita revenida (escura, preta) Dureza: 65 RC 60-63 RC 230-400°C os carbonetos Fe3C continuam a precipitar em forma globular (invisível ao microscópio) TROOSTITA Dureza: 62 RC 50 RC * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen 5- REVENIDO 400- 500°C os carbonetos crescem em glóbulos, visíveis ao microscópio SORBITA Dureza: 20-45 RC 650-738°C os carbonetos formam partículas globulares ESFEROIDITA Dureza: <20 RC * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen MICROESTRUTURAS DO REVENIDO TROOSTITA E MARTENSITA SORBITA * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen FRAGILIDADE DE REVENIDO Ocorre em determinados tipos de aços quando aquecidos na faixa de temperatura entre 375-475 °C ou quando resfriados lentamente nesta faixa. A fragilidade ocorre mais rapidamente na faixa de 470-475 °C A fragilidade só é revelada no ensaio de resist. ao choque, não há alteração na microestrutura. * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen AÇOS SUSCEPTÍVEIS À FRAGILID/e DE REVENIDO Aços -liga de baixo teor de liga Aços que contém apreciáveis quantidades de Mn, Ni, Cr, Sb*, P, S Aços ao Cr-Ni são os mais suceptíveis ao fenômeno *é o mais prejudicial * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen COMO MINIMIZAR A FRAGILID/e DE REVENIDO Manter os teores de P abaixo de 0,005% e S menor 0,01% Reaquecer o aço fragilizado a uma temperatura de ~600 °C seguido de refriam/o rápido até abaixo de 300 °C . * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen 6- SOLUBILIZAÇÃO SEGUIDA DE PRECIPITAÇÃO OU ENVELHECIM/o Consiste na precipitação de outra fase, na forma de partículas extremamente pequenas e uniformemente distribuídas. Esta nova fase enrijece a liga. Após o envelhecimento o material terá adquirido máxima dureza e resistência. O envelhecimento pode ser natural ou artificial. * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen 6- Tratamento térmico de solubiliz. seguido de envelhecim/o Chamado de envelhecimento que pode ser natural ou artificial A ppt se dá a T ambiente A ppt se dá acima da T ambiente por reaquecim/o * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen EXEMPLO: Sistema Al-Cu A fase endurecedora das ligas Al-Cu é CuAl2 () Solubiliz/o 5,65% * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen * 7- Outros Tratamentos Térmicos * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen TRATAMENTO SUB-ZERO Alguns tipos de aços, especialmente os alta liga, não conseguem finalizar a transformação de austenita em martensita. O tratamento consiste no resfriamento do aço a temperaturas abaixo da ambiente Ex: Nitrogênio líquido: -196 oC Nitrogênio + álcool: até - 78 oC * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen AÇO AISI 1321 cementado as linhas Mi e Mf são abaixadas. Neste aço a formação da martensita não se finaliza, levando a se ter austenita residual a temperatura ambiente. * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen AUSTÊMPERA E MARTÊMPERA Problemas práticos no resfriamento convencional e têmpera A peça/ parte poderá apresentar empenamento ou fissuras devidos ao resfriamento não uniforme. A parte externa esfria mais rapidamente, transformando-se em martensita antes da parte interna. Durante o curto tempo em que as partes externa e interna estão com diferentes microestruturas, aparecem tensões mecânicas consideráveis. A região que contém a martensita é frágil e pode trincar. Os tratamentos térmicos denominados de martempera e austempera vieram para solucionar este problema * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen MARTÊMPERA O resfriamento é temporariamente interrompido, criando um passo isotérmico, no qual toda a peça atinja a mesma temperatura. A seguir o resfriamento é feito lentamente de forma que a martensita se forma uniformemente através da peça. A ductilidade é conseguida através de um revenimento final. * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen AUSTÊMPERA Outra alternativa para evitar distorções e trincas é o tratamento denominado austêmpera, ilustrado ao lado Neste processo o procedimento é análogo à martêmpera. Entretanto a fase isotérmica é prolongada até que ocorra a completa transformação em bainita. Como a microestrutura formada é mais estável (alfa+Fe3C), o resfriamento subsequente não gera martensita. Não existe a fase de reaquecimento, tornando o processo mais barato. * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen MARTÊMPERA E AUSTÊMPERA Alternativas para evitar distorções e trincas * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen COMPARAÇÃO DE PROPRIEDADES MECÂNICAS EM DIFERENTES TRATAMENTOS * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen CASO PRÁTICO 1 Faça uma análise do seguinte procedimento adotado por uma empresa. Peça: eixo (10x100)mm Aço: SAE 1045 Condições de trabalho: solicitação à abrasão pura Tratamento solicitado: beneficiamento para dureza de 55 HRC Condição para têmpera: peça totalmente acabada * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen CASO PRÁTICO 2 Qual o tratam/o térmico que você acha mais apropriado para um dado eixo flangeado para reconstituir a homogeneid/e microestrutural, a finalid/e de posteriorm/e efetuar a têmpera? Informações: A região flangeada apresenta granulação fina e homogênea, resultante do trabalho à quente; já o restante do eixo, não conformado, apresenta microestrutura grosseira e heterogênea, devido ao forjam/o. * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen CASO PRÁTICO 3 Porta insertos de metal duro são usados em estampos progressivos, confeccionados em aço AISI D2 e temperados para 60/62 HRC. Este tipo de aço costuma reter até 50% de austenita em sua estrutura à temperatura ambiente. Há algum inconveniente disto? Comente sua resposta. * RESUMOS * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen Resfriamento Lento (dentro do forno) Resfriamento ao ar * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen * Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen OBRIGADO A TODOS * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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