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Prévia do material em texto

1 
 
Universidade Salgado de Oliveira 
Curso de Direito 
 
 
 
 
 
 BRUNA COUTO LELLIS BACCI 
JAMESDEAM VIEIRA DOS SANTOS 
PEDRO HENRIQUE FERNANDES DE DEUS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: ADMISSÃO A 
CELEBRAÇÃO DE ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CÍVEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
2021 
 2 
BRUNA COUTO LELLIS BACCI 
JAMESDEAM VIEIRA DOS SANTOS 
PEDRO HENRIQUE FERNANDES DE DEUS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: ADMISSÃO A 
CELEBRAÇÃO DE ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CÍVEL 
 
 
 
 
 
 
Projeto de pesquisa apresentado à 
Disciplina Orientação Metodológica 
para Trabalho de Conclusão de 
Curso,visando à elaboração de artigo 
científico, requisito imprescindível à 
obtenção do grau de Bacharel em 
Direito pela Universidade Salgado de 
Oliveira. Orientador: Me. Antônia de 
Lourdes Batista Chaveiro Martins. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
2021 
 
 
 
 
 3 
 
 
AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: ADMISSÃO A 
CELEBRAÇÃO DE ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CÍVEL. 
 
 
Bruna Couto Lellis Bacci ¹ 
Jamesdeam Vieira Dos Santos ² 
Pedro Henrique Fernandes De Deus ³ 
ORIENTADOR: ME Antônia de Lourdes 
Batista Chaveiro Martins 
 
 
 
 RESUMO 
 
A Lei de Improbidade Administrativa foi sancionada com o objetivo de punir o agente 
público desonesto. Trata-se de um regime sancionatório que visa proteger a probidade no trato 
com a coisa pública. Considerando-se, que a forma de de apurar uma improbidade administrativa 
face aos entes públicos, é através da ação civil pública. 
O que é improbidade administrativa ? “1. A configuração de qualquer ato de improbidade 
administrativa exige a presença do elemento subjetivo na conduta do agente público, pois não é 
admitida a responsabilidade objetiva em face do atual sistema jurídico brasileiro, principalmente 
considerando a gravidade das sanções contidas na Lei de Improbidade Administrativa. 2. Assim, 
é indispensável a presença de conduta dolosa ou culposa do agente público ao praticar o ato de 
improbidade administrativa, especialmente pelo tipo previsto no art. 11 da Lei 8.429/92” (STJ – 
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RESP Nº 875.163 - RS (2009/0242997-0) - RELATOR: 
MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES - DJe 30/06/2010 – Decisão: 23/06/2010) 
 
Sendo assim o trabalho objetiva a pesquisa sobre a admissibilidade a acordo de não 
persecução cível em crimes de Improbidade Administrativa conforme a lei n. 13.964/19 – Lei 
Anticrime. A lei também conhecida como pacote anticrime trouxe uma atualização no ato de sua 
promulgação em dezembro de 2019, realizando mudanças substanciais na Lei de Improbidade 
Administrativa, a tal atualização passou a admitir o método primitivo de resolução de conflitos entre 
pessoas, a autocomposição, que denominou-se de “acordo de não persecução cível”. 
 Ponto significativo levado ao questionamento central reporta-se à lacuna 
deixada pelo legislador quanto aos aspectos procedimentais e materiais do acordo, 
considerando que os dispositivos que os disciplinavam foram vetados. Para isso, o 
 4 
trabalho demonstra que o acordo de não persecução cível, se apresenta como 
possibilidade viável e segura de autocomposição em matéria de improbidade 
administrativa. 
Entretanto, deve ser aplicado com cautela ante as circunstâncias do caso concreto, visto 
que indubitável é a preservação do interesse público, não podendo a celeridade ser um fim em si 
mesmo e absoluto. 
 
 
Palavras-chave: Improbidade Administrativa. Lei Anticrime. Autocomposição. Acordo de 
não persecução cível. 
 
INTRODUÇÃO 
 
A responsabilidade dos agentes públicos, principalmente dos titulados agentes 
políticos, no trato da res publica é assunto da ordem do dia em nosso cenário 
sociopolítico atual. A capacidade do Estado de assegurar e garantir o cumprimento de 
suas leis e ratificar normas constitucionais é questionada constantemente, haja vista 
a sensação de impunidade experimentada pelos cidadãos em face das ações 
desonestas, perpetradas por agentes públicos ímprobo. Nesse contexto, mostra-se 
atualíssima a frase de Machado de Assis, que diz: Há uma série de fatores, que a lei 
não substitui, e esses são, o estado mental da nação, os seus costumes, a sua 
infância constitucional. 
O país está sempre atrelado a polêmicas, ligando a impunidade e indiferença 
com relação às atitudes praticadas por seus administradores públicos. A corrupção, a 
falta de ética e a má gestão pública são exemplos de atitudes comuns na sociedade 
brasileira. 
A corrupção, que é apenas uma das faces da improbidade, é um fenômeno social que se 
desenvolve com muita rapidez no país. Esse fenômeno não é atual, mas pelo contrário, existe há 
muito tempo em nossa sociedade. 
Oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece uma pessoa 
e se prejudica outra dentro da administração pública, é definição clássica da palavra 
corrupção, derivada do latim 'corruptus' que significa “tornar pútrido”. Os atos ilícitos 
cadenciados na Administração Pública são atrativos em capas de jornais, e tem 
destaque no jornalismo Brasileiro. 
 5 
A Lei de Improbidade Administrativa é um dos instrumentos de suma importância para o 
combate à corrupção, que rege sobre normas e sanções aplicáveis com o objetivo de punir maus 
gestores e agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito, que causem dano ao erário ou 
violação aos princípios que norteiam a administração pública no exercício do mandato, cargo, 
emprego ou função. 
Mesmo sendo considerada uma ação ilícita, esta não é um crime, conforme definido 
através da Lei nº 8.429, de 02 de junho de 1992, conhecida como "Lei da Improbidade 
Administrativa (LIA)", que apresenta as sanções que os agentes públicos devem ser submetidos 
caso estejam envolvidos em atos de improbidade. 
O artigo 17, §1º, da Lei 8.429/1992, em sua redação originária, vedava a celebração de 
qualquer espécie de transação, acordo ou conciliação em ações de improbidade administrativa, 
mas a partir do dia 23 de janeiro de 2020, entrou em vigor o Pacote Anticrime com o 
reconhecimento da força dos instrumentos de autocomposição. Desta forma, a possibilidade da 
realização de acordos em matéria de improbidade administrativa, que por longo tempo foi fato 
controverso, foi alterada pela Lei Anticrime (Lei nº 13.964/2019), que revogou o artigo supracitado 
e inseriu a autorização à celebração do que denominou “acordo de não persecução cível”. 
A proposta definida para o estudo busca trazer a breve compreensão da Lei 
Anticrime, alteração promovida na Lei de Improbidade Administrativa, a compreensão 
da mudança de paradigma sobre a vedação da autocomposição na lei de improbidade 
administrativa, que corroborou para o reconhecimento da revogação tácita da vedação 
à autocomposição até o seu reconhecimento normativo. 
 
1 O CONCEITO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
 
Conforme preceitua Marcelo Figueiredo, improbidade vem do 
latim improbitate, que significa desonestidade. Entende ele que a 
probidade é espécie do gênero “moralidade administrativa”, a que alude 
o art. 37, caput e seu § 4º, da Constituição Federal 4 : 
“A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da 
União,dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte:§ 4º Os atos de improbidade 
administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da 
função pública, a indisponibilidade de bens e ressarcimento ao erário, na 
forma e na gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.” 
 
Probidade administrativa é uma forma de moralidade administrativa que mereceu 
consideração especial da CRFB, que pune o ímprobo com a suspensão de direitos políticos, assimdescreve José Afonso da Silva e Segundo ele: 
 6 
“possuindo natureza civil e devidamente tipificados em lei federal, ferem 
direta ou indiretamente os princípios constitucionais e legais da 
administração pública, independentemente de importarem 
enriquecimento ilícito ou decausarem prejuízo material ao erário.” 
 
Assim, é correto definir quais são os princípios tipificados na CRFB como 
normas constitucionais e legais que, se lesados, importam em improbidade 
administrativa. Parece-nos que o único princípio que rege a probidade é o da 
moralidade. Todavia, não é o único, podendo-se dizer que a probidade absorve a 
moralidade. Improbidade é, em verdade, um conceito negativo. 
 É a ausência de probidade, palavra que deriva do vocábulo latino probitas, que significa 
retidão, honradez, honestidade, integridade de caráter. Ímprobo é, portanto, o comportamento 
desprovido destas qualidades. Quando um comportamento ímprobo agride a Administração 
Pública, tem-se caracterizada a improbidade administrativa 
No plano infraconstitucional, a Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, define o procedimento 
da Ação Civil por Atos de Improbidade Administrativa, instrumento para a persecução de ilícitos 
deste jaez, bem como minudencia a gradação das sanções aplicáveis, em cumprimento ao 
comando constitucional. 
Um dos focos da improbidade são os atos, as condutas. Os atos de improbidade 
administrativa encontram-se tipificados em três tipos: atos que causam enriquecimento ilícito (art. 
9º da Lei 8.429/92), atos que causam prejuízo ao erário (art. 10); e atos que atentam contra os 
princípios da administração pública (art. 11). 
 
2 PRINCÍPIOS QUE REGEM A PROBIDADE 
 
2.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 
Importante para a verificação da improbidade, o princípio da legalidade é a diretriz da 
conduta dos agentes da Administração Pública. 
Emerson Garcia diz que: não obstante o extenso rol de princípios, expressos e implícitos, 
que norteiam a administração pública, os princípios da legalidade e da moralidade são os que 
merecem maior realce. 
Hely Lopes Meirelles completa, dizendo que: 
“Além de atender à legalidade, o ato do administrador público deve conforma-
se com a moralidade e a finalidade administrativas para dar plena 
legitimidade à sua atuação. Administração legítima só é aquela que se 
reveste de legalidade e probidade administrativas, no sentido de que tanto 
atende às exigências da lei como os preceitos da instituição pública . 
 
 7 
2.2 PRINCÍPIO DA MORALIDADE 
 
Sendo a base para a aferição da probidade o princípio da moralidade, ele não 
so rege como impõe ao administrador o respeito a preceitos éticos obrigatórios na 
conduta. 
Diogo de Figueiredo Moreira Neto explica que: 
 “a moralidade administrativa enquadra-se em um sistema de moral 
fechada, própria da Administração Pública, que exige de seus agentes 
absoluta fidelidade à produção de resultados que sejam adequados a 
satisfação dos interesse públicos, assim por lei caracterizados e a ela 
cometido." 
 
Hely Lopes Meirelles explica: 
“A moralidade administrativa constitui, hoje em dia, pressuposto de validade 
de todo ato da Administração Pública (CF, art. 37, caput). Não se trata – diz 
Hauriou, o sistematizador de tal conceito – de moral comum, mas sim de uma 
moral jurídica, entendida como ‘o conjunto de regras de conduta tiradas da 
disciplina interior da Administração’. Desenvolvendo sua doutrina, explica o 
mesmo autor que o agente administrativo, como ser humano dotado de 
capacidade de atuar, deve, necessariamente, distinguir o Bem do Mal, o 
honesto do desonesto. E, ao atuar, não poderá desprezar o elemento ético 
de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, 
o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, mas também entre o 
honesto e o desonesto." 
 
Resumindo a dizer que, a falta da moralidade afeta diversas atividades da 
Administração publica e importa em improbidade administrativa. 
 
2.3. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE 
 
José dos Santos Carvalho Filho diz : 
“a igualdade de tratamento que a Administração deve dispensar aos 
administrados que se encontrem em idêntica situação jurídica. Nesse 
ponto representa uma faceta do princípio da isonomia. Por outro lado, 
para que haja verdadeira impessoalidade, deve a Administração voltar-se 
exclusivamente para o interesse público, e não o privado, vedando-se, em 
consequência, sejam favorecidos alguns indivíduos em detrimento de 
outros e prejudicados alguns para favorecimento de outros. Aqui reflete a 
aplicação do princípio da finalidade, sempre estampado na obra dos 
tratadistas da matéria, segundo o qual o alvo a ser alcançado pela 
Administração é somente o interesse público, e não se alcança o 
interesse público se for perseguido o interesse particular, porquanto 
haverá nesse caso sempre uma atuação discriminatória." 
 
Emerson Garcia acredita que este princípio deve ser entendido em uma dupla perspectiva, 
pois entende ele que, que o autor dos atos estatais é o órgão ou a entidade, e não a pessoa do 
agente (acepção ativa), ja em outro sentindo acredita ter deve ser concebido sob a ótica de que 
 8 
os atos praticados devem gerar os mesmos efeitos e atingir a todos os administrados. 
 
2.4. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
 
Publicidade é a divulgação oficial do ato para conhecimento público e início de 
seus efeitos externos, este principio notório da Administração Pública tem por 
finalidade mostrar ao Poder Público o deve agir com o máximo de transparência 
possível, para o conhecimento de todos da população, sendo claro com as suas 
atuações e decisões, salvo os casos previstos na própria Constituição Federal. 
Devendo ser respeitado por todos os entes da administração pública, direta ou indireta, 
de qualquer dos poderes e de todas as esferas da Federação, podendo ser reclamado 
através do direito de petição (art. 5º, XXXIV, “a”, CF) e direito às certidões (art. 5º, 
XXXIV, “b”, CF). 
 
2.5. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA 
 
É o mais recente dos princípios constitucionais da Administração Pública, vindo de a 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998, quando se diz em eficiência, resumimos a administração 
com base em efetividade, economicidade, transparência e moralidade, cumprindo sempre metas 
pré estabelecidas. 
Celso Antônio Bandeira de Melo nos diz : 
"Quanto ao princípio da eficiência, não há nada a dizer sobre ele. Trata-
se, evidentemente, de algo mais do que desejável. Contudo, é 
juridicamente tão fluido e de tão difícil controle ao lume do Direito, que 
mais parece um simples adorno agregado ao art. 37 ou o extravasamento 
de uma aspiração dos que burilam no texto. De toda sorte, o fato é que 
tal princípio não pode ser concebido (entre nós nunca é demais fazer 
ressalvas obvias) senão na intimidade do princípio da legalidade, pois 
jamais suma suposta busca de eficiência justificaria postergação daquele 
que é o dever administrativo por excelência. Finalmente, anote-se que 
este princípio da eficiência é uma faceta de um princípio mais amplo já 
superiormente tratado, de há muito, no Direito italiano: o princípio da ‘boa 
administração’". [7] 
 
3 DOS SUJEITOS DOS ATOS DE IMPROBIDADE 
 
3.1 SUJEITO PASSIVO 
O sujeito passivo da ação de improbidade administrativa estará sempre ligado 
a administração pública direta e indireta, desde que componha qualquer um dos entes 
 9 
federados, quais sejam, a união, os estados, o Distrito Federal e os Municípios. Sendo 
assim toda e qualquer forma de lesão ao erário resguarda-se por este instituto, seja 
lesão de maneira direta ou indireta, praticada em face da administração direta e 
indireta, ampliando, de forma a englobar todo e qualquer bem ou recurso envolvendo 
o erário. Desta forma, revela o artigo 1º, § único da lei 8.429 de 02 de junho de 1992. 
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, 
servidor ou não, contra aadministração direta, indireta ou fundacional de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou 
de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra 
com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão 
punidos na forma desta lei, Desta forma, revela o artigo 1º, § único da lei 
8.429 de 02 de junho de 1992. 
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de 
improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba 
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem 
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou 
concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita 
anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do 
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. (BRASIL, Vade Mecum, 
2010,p. 1.477) 
 
 
3 .2 SUJEITO ATIVO 
 
Já o sujeito ativo, que segue sobre investigação de improbidade, é o agente 
público, conceituado no art. 327 do Código Penal, que diz em seu caput, 
“Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente 
ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.” (BRASIL, Vade Mecum, 2010, 
p.576) 
O rol é abrangido em seu parágrafo primeiro, considerando equiparado ao funcionário 
público: 
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou 
função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora 
de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da 
Administração Pública. (BRASIL, Vade Mecum, 2010, p.576). 
 
 
 
4 A LEI ANTICRIME 
 
A Lei Anticrime (n. 13.964/2019) foi promulgada em dezembro de 2019, e 
entrou em vigor em 23 de janeiro de 2020, fazendo com que tivéssemos mudanças 
significativas alterando a legislação penal e processual penal, com um único objetivo 
 10 
de dar mais punição a corrupção, ao crime organizado e ao crime violento. 
Não obstante, no âmbito do direito administrativo sancionador, realizou 
mudanças substanciais na LIA, ao autorizar expressamente a possibilidade da 
autocomposição na forma da nova redação do §1º do artigo 17 da Lei n. 8.429/1992, 
do que denominou “acordo de não persecução cível” (ANPC), à semelhança do que 
já ocorre no processo penal. 
Com a Lei Anticrime, o acordo de não persecução cível é uma possibilidade de 
punição eficaz e célere, mas com o diferencial de ostentar o caráter consensual, 
seguindo a mesma premissa aplicada na seara criminal para delitos de diversas 
potencialidades 
 
4.1. A ALTERAÇÃO PROMOVIDA PELA LEI ANTICRIME NA LEI DE IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA: A AUTORIZAÇÃO À AUTOCOMPOSIÇÃO 
 
A protagonista principal nesse cenário é a LIA, concebida como principal 
instrumento garantindo o interesse público, aperfeiçoando a tutela do patrimônio 
público, notadamente na esfera administrativa e política, com intuito de coibir a 
impunidade dos agentes ímprobos, com a implantação de formas eficazes de proteção 
da moralidade administrativa. 
 Artigo 17, § 1º, da LIA acontecia em decorrência da imposição existente na 
esfera penal, que afastava qualquer possibilidade de celebração convencional. 
Conseguinte, a possibilidade da realização de acordos nas ações de improbidade 
administrativa, que por longo tempo foi vedada pelo artigo 17, §1º foi modificada pela Lei Anticrime, 
que inseriu a autorização à autocomposição e denominou de “acordo de não persecução cível”, 
revogando, por fim, o antigo instituto. Pode-se dizer que a Lei n. 13.964/2019 concretizou, de uma 
vez por todas, o princípio da consensualidade punitiva no Direito Brasileiro. 
 Com a Lei Anticrime, o acordo de não persecução cível surge como mais uma possibilidade 
de punição, mas com o diferencial de ostentar o caráter consensual, seguindo a mesma premissa 
aplicada na seara criminal para delitos de diversas potencialidades. 
 
 
5 ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CÍVEL 
 
Após a contextualização histórica da evolução da consensualidade no âmbito da 
 11 
Administração Pública, realizada no capítulo anterior, observa-se que a legislação brasileira possui 
um microssistema jurídico composto por uma série de normas jurídicas difusas e esparsas que 
sofreram alterações consideráveis em busca de um funcionamento harmônico e eficiente. 
Entre as mais diversas alterações, a LIA com o advento da Lei Anticrime, passou a admitir 
no bojo dos procedimentos administrativos e judiciais transações ou acordos, através do 
denominado “acordo de não persecução cível”, com notória concretização do princípio da 
consensualidade punitiva. 
A modificação que era aguardada há certo tempo por parte da doutrina e bem-vinda ao 
cenário atual, seja de reflexão e comprometimento para aplicação condizente com a importância 
deliberada no cenário da probidade administrativa, haja vista que através da autorização à 
celebração do denominado “acordo de não persecução cível”, a possibilidade de realização de 
acordos em matéria de improbidade administrativa tornou-se reconhecidamente viável, pela 
modificação do dispositivo de lei. 
André Cavalcante, com base na análise e integração de todas as normas do sistema 
brasileiro anticorrupção, conclui: 
A celebração do acordo por parte da pessoa jurídica lesada pressupõe 
procedimento administrativo formal, que poderá ser para investigar/punir 
ou especifico para resolução consensual, suspendendo a prescrição e 
retroagindo à data da formalização da resolução consensual; No caso de 
tratativa para acordo extrajudicial entre a pessoa jurídica de natureza 
pública lesada pelo ato de improbidade e seu autor/responsável, deve 
garantir a participação obrigatória do Ministério Público em toda o 
contexto da negociação; Ultimado o acordo extrajudicial, o mesmo terá 
eficácia título executivo extrajudicial, dispensando a homologação judicial; 
No caso de acordo a ser celebrado pelo Ministério Público no bojo de 
procedimento formal (notícia de fato, inquérito civil público etc), deve-se 
utilizar a sistemática do TAC [...]. 
 
Ou seja, quando o acordo for feito para evitar o ajuizamento da respectiva ação de 
improbidade, não há qualquer necessidade de homologação pelo Poder Judiciário, seguindo o 
mesmo trâmite do TAC, ou seja, a homologação pelo CSMP. 
 
5.1 A CONSTITUCIONALIDADE DO ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CÍVEL 
Em analise do artigo 37, §4º da CRFB, no qual diz que: 
“os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos 
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens 
e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem 
prejuízo da ação penal cabível” 
 
 Seguimos a linha de que não há qualquer tipo de vedação ao acordo punitivo no 
texto constitucional em vigor, delegando claramente ao legislador escolher a forma e 
o modo de punição, sendo, o consenso uma opção valida e viável. 
A regra com grau de importância é aquela que autoriza a celebração do ANPC visando 
 12 
uma representação que seja vantajosa- não somente econômica - para o desfecho da ação, como 
estatui o art. 2º da a resolução 1.193/20 - CPJ, que editou o Colégio dos Procuradores de Justiça 
de São Paulo, por seu Órgão Especial: 
"Constitui pressuposto do acordo em matéria de improbidade 
administrativa a verificação de que este meio é mais vantajoso ao 
interesse público do que o ajuizamento da ação civil por ato de 
improbidade administrativa ou seu prosseguimento, levando-se em 
consideração, dentre outros fatores, a possibilidade de duração razoável 
do processo, a efetividade das sanções aplicáveis e a maior abrangência 
de responsabilização de agentes públicos, de terceiros envolvidos no 
ilícito ou que dele tenham auferido vantagem indevida de qualquer 
natureza" 
 
 Sendo assim, o art. 5º, inciso V obrigao acordante a assumir sua responsabilidade 
pelos atos ilícitos praticados ate então e deverá constar descrito no ANP, obrigações 
certas e líquidas (art. 1º, § 4º) pois deverão ser exigidas em caso de não cumprimento 
justificado pelo acordante, seja total ou parcial (art. 5º, § 4º). 
 
5.2 LEGITIMIDADE PARA CELEBRAÇÃO 
 
Em observância ao artigo 17, §1°, em sua nova redação, dispõe que “as ações 
de que trata este artigo admitem a celebração de acordo de não persecução cível, nos 
termos desta Lei”. Porém na Lei Anticrime no artigo 17-A da Lei 8.429/1992 (LIA), 
houve um veto pelo Presidente da Republica. 
Esse vetou gerou preocupação, pois a norma que por ora vigorava vetada a 
exclusividade ao MP para a celebração do acordo, por fim gerou uma incógnita em 
lógica com o artigo 17, caput, da LIA, que se mantém inalterado prevendo então 
legitimidade tanto para o MP quanto para pessoas jurídicas interessadas ajuizarem 
ação de improbidade administrativa. 
Em preocupação com a vetação, o CNMP pode regulamentar a tal matéria, em 
nível nacional, sendo feito as edições de normas a serem complementadas pelos 
Ministérios Públicos dos Estados e da União. Sendo assim, por ora entendemos que, 
também, a própria Administração Pública poderá definir procedimentos e matérias 
sendo observados sempre por seus entes na celebração dos acordos de não 
persecução cível. 
 
5.6 A LIMITAÇÃO DAS SANÇÕES NO ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CÍVEL 
 
 13 
A doutrina deixa lacunas que levam a questionamentos ainda não resolvidas, pondera-se 
questionar, se haveria a existência de critérios para a celebração no que concerne ao menor 
potencial ofensivo no acordo versus o cabimento irrestrito do TAC. 
Podemos levar em conta tal questionamento com base no estudo que o Conselho da 
Moralidade Administrativa do Ministério Público de Santa Catarina realizou, este anterior à 
promulgação da Lei Anticrime, concluindo: 
A Resolução CNMP 179/2017 e o Ato PGJ 395/2018 não vinculam de forma 
explícita o cabimento do TAC à reduzida gravidade do ato ímprobo. Dentre 
os atos regulamentares estaduais pesquisados, apenas o ato produzido no 
Estado do Paraná associa ao TAC ao conceito de ato de “menor potencial 
ofensivo”, conquanto praticamente todos os outros atos estaduais 
condicionem a assinatura do termo à avaliação quanto à “gravidade” ou a 
“repercussão” do ato, o que de certa forma restringe o cabimento do TAC. 
[...]sobre a defesa do cabimento do TAC em face da improbidade “bagatelar”, 
nos artigos pesquisados, os defensores da tese relacionam a resolução do 
conflito na fase pré-processual como antídoto necessário à morosidade 
característica das demandas deduzidas perante o Poder Judiciário [...]Para 
os atos ímprobos graves, restaria a ação punitiva da Lei 8.429/92. 
 
CONCLUSÃO 
 
Este trabalho de conclusão de curso objetivou a verificação de autocomposição 
em crimes de improbidade administrativa, denominado de “acordo de não persecução 
cível”, as matérias em que divergem sobre a possibilidade de acordos em crimes de 
improbidade administrativa estariam em sua completude, sanadas. 
Para estruturação do trabalho em conclusão foram abordados métricas 
influenciadores da Lei Anticrime na Lei de Improbidade Administrativa e 
reconhecimento legislativo da possibilidade de autocomposição nesta matéria, tão 
almejada e desejada por doutrinadores e aplicadores do fato em si. 
No sentindo de uma compreensão melhor foi feito um alinhamento dos vetos realizados no 
projeto de lei, que trouxeram controvérsias e deixou um ponto de interrogação quanto a atuação 
do Ministério Público, deixando lacunas no que tange à aplicação do Acordo de Não Persecução 
Cível e a legislação que modificou o dispositivo de lei, possibilitando a concretização da 
autocomposição em matéria de improbidade administrativa 
Em meio a um judiciário sobrecarregado, as ações que tramitam em 
possibilidade de ANPC promove uma celeridade processual, obedecendo princípios 
norteadores, como razoabilidade, eficiência, legalidade e proporcionalidade das 
sanções que podem caminhar para uma recusa de homologação. Concluindo-se, que, 
ANPC ta consolidado jurisdicionalmente que a matéria primitiva de autocomposição, 
ainda é eficaz, segura e célere. 
 14 
Aponta-se por fim que não houve esgotamento da matéria controvertida, 
apenas enfase para abordagem a temas de maiores destaque. Sendo indicado a 
continuidade de estudos e pesquisas a respeito de novos estudos doutrinários e 
jurisprudenciais da matéria. 
 
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possibilidade de realizar Acordo de Não Persecução Cível nas hipóteses 
configuradoras de improbidade administrativa e estabelece parâmetros 
procedimentaise materiais serem observados para a celebração, nos termos das 
Leis no 7.347/1985, 8.429/1992, 12.850/2013 e 13.964/2019, no âmbito do Ministério 
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