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Anatomia e Fisiologia Vegetal Aula 6: Anatomia e �siologia do desenvolvimento da raiz Apresentação O que é a anatomia da planta? Tendo uma função tão importante na absorção de água, que adaptações anatômicas as raízes possuem para tornar esta tarefa e�ciente? As raízes de uma árvore são iguais às raízes de uma erva? Ou as raízes de uma palmeira são iguais às raízes de uma goiabeira? Como a raiz sabe que precisa se enterrar e não vir para fora da terra? Veremos, nesta aula, que o estudo da anatomia vegetal, diferente da anatomia animal, é feito por meio do uso do microscópio. Conheceremos como os tecidos especializados na absorção e na �xação da planta ao solo estão organizados e distribuídos nas raízes de diferentes grupos vegetais. Sabemos que a raiz é um órgão que pode apresentar crescimento secundário. Logo, veremos que a ação do câmbio vascular in�uencia na formação de tecidos com características diferentes do corpo primário e mesmo na morfologia do órgão. Por �m, vamos conhecer os movimentos que as raízes são capazes de fazer e como tudo isso é controlado. Objetivo Reconhecer a anatomia como ferramenta para diferenciar raiz de Monocotiledônea de raiz de Eudicotiledônea e raiz primária de raiz secundária; Explicar os movimentos násticos e os tropismos que ocorrem na raiz; Descrever os hormônios produzidos pela raiz e que estão envolvidos com o seu desenvolvimento. Anatomia vegetal A anatomia vegetal é a área da botânica que estuda estrutura, características e organização dos tecidos dentro dos órgãos vegetais. Por meio da anatomia, somos capazes de identi�car o órgão que estamos visualizando e o estágio do seu desenvolvimento. A anatomia vegetal também possibilita a distinção entre Monocotiledôneas e Eudicotiledôneas, seja em estudos taxonômicos, �logenéticos ou no controle de qualidade de plantas medicinais. Ela está intimamente associada à função do órgão. As raízes são órgãos de absorção e de �xação com especializações na sua anatomia para o desempenho pleno das suas funções. A observação das características anatômicas da raiz permite a identi�cação do grupo taxonômico da planta, assim como o tipo de crescimento da região analisada. Para os nossos estudos, vamos conhecer as características diagnósticas de cada tipo de crescimento e a sua relação com as Eudicotiledôneas e as Monocotiledôneas. Desenvolvimento inicial da raiz. Clique no botão acima. Desenvolvimento inicial da raiz Para compreendermos as variações anatômicas encontradas nas raízes, é preciso relembrar como as raízes se originam. O surgimento inicial da raiz ocorre no embrião e é denominado raiz principal. Se a semente é de uma Eudicotiledônea, essa raiz principal vai se desenvolver continuamente através do meristema apical, formando rami�cações e se tornando maior na medida em que a planta vai crescendo. Este é o sistema pivotante, em que há um eixo formado pela raiz principal, mais espesso e mais longo. Na maioria das Eudicotiledôneas, observam-se duas organizações anatômicas distintas: uma de corpo primário e outra de corpo secundário. Quando a semente é de uma Monocotiledônea, também ocorre a formação da raiz principal embrionária, porém ela tem curta duração de vida, dando lugar a várias raízes que se originam da base do caulículo. Este é o chamado sistema fasciculado, formado por raízes adventícias, que apresentarão somente a organização de corpo primário. O fato de serem de grupos taxonômicos distintos e de apresentarem tipos de desenvolvimento e crescimento diferentes signi�ca que terão diferenças na organização dos seus tecidos, que podem ser observadas por meio dos estudos anatômicos. Estrutura primária: regiões anatômicas distintas As raízes são órgãos com alto grau de rami�cação. É importante compreender que a estrutura morfológica, assim como a anatomia, vai se repetir em qualquer grau de rami�cação que seja observado, tal como na/no: Epiderme; Córtex; Exoderme; Endoderme; Cilindro vascular; Coifa. Corte longitudinal e transversal do corpo primário da raiz mostrando a distriução dos tecidos. / Fonte: Pinterest.. Epiderme Epiderme é a região de corpo primário da raiz responsável pela absorção e, por isso, possui revestimento especializado para tal função. A epiderme é uniestrati�cada, coberta por uma �na camada de cutícula. Em raízes assimiladoras ou fotossintetizantes de orquídeas e aráceas epí�tas tropicais, a epiderme é pluriestrati�cada, denominada velame. Inúmeras células epidérmicas alongadas, denominadas pelos absorventes, formam-se na região conhecida como zona pilífera. Os pelos absorventes aumentam a superfície de contato da raiz com o solo, elevando em até 60% a capacidade de absorção. Podemos resumir a epiderme da seguinte forma: É geralmente uniestrati�cada, especializada para absorção; Tem capacidade de absorção aumentada devido à presença de pelos; Há presença de cutícula �na na região jovem e nos pelos absorventes; Há formação de velame, uma epiderme pluriestrati�cada de orquídeas tropicais e aráceas epí�tas. (Fonte: Adaptado Biology-igcse). A – Corte longitudinal de uma raiz na região pilífera, mostrando a epiderme e a parte do córtex. B – esquema mostrando detalhes da estrutura da epiderme radicular. Cortex Quando observamos um corte transversal de raiz na região do corpo primário, conseguimos distinguir logo abaixo da epiderme a presença de um amplo córtex, formado totalmente de células parenquimáticas, com paredes primárias e espaços intercelulares. A epiderme radicular que reveste o corpo primário acima da zona pilífera possui células suberizadas, di�cultando a absorção de água. Em corte transversal desta região, é possível visualizar abaixo da epiderme suberizada uma ou duas camadas de células do córtex que sofrem uma suberização parcial, formando um elo de suberina em torno de cada célula, constituindo a exoderme. A exoderme tem função de redução da perda de água pela raiz e proteção contra os ataques de microrganismos. No fundo do córtex, antes de entrar no cilindro vascular, uma ou duas camadas de células corticais ganham espessamento ligni�cado em forma de �ta na parede primária, muitas vezes com acréscimo de suberina. Essas camadas de células organizam-se de forma compacta formando a região chamada endoderme. Esse espessamento ligni�cado da endoderme é denominado estria ou banda de Caspary, e tem a função de direcionar o movimento da água para o cilindro vascular apenas pela via simplástica. Podemos resumir o córtex da seguinte forma: É um tecido parenquimático com espaços intercelulares, acloro�lado; No córtex, o armazenamento de amido é comum em amiloplastos; Sua região mais externa, abaixo da epiderme, na região suberizada, é a exoderme, que possui: lamela de suberina presente na parede primária; células de passagem presentes para �uxo da água. Sua camada mais interna, anterior ao cilindro vascular, é a endoderme, que possui estrias ou faixa de caspary suberizada presente nas células, movimento simplástico obrigatório, selecionando o movimento de substâncias pelo protoplasto e células de passagem presentes, por onde a água absorvida �ui. Saiba mais O parênquima cortical caracteriza-se por possuir células acloro�ladas, e é comum ter grande quantidade de amiloplastos. Todas as células do córtex são conectadas por plasmodesmos, constituindo a via simplástica de passagem da água. Os espaços intercelulares do córtex radicular formam, junto com as paredes, a via apoplástica de �uxo da água absorvida. Atenção Dependendo do ambiente onde a planta vive, o parênquima cortical vai apresentar tipos celulares que o tornem adaptado às condições do ambiente. Deste modo, plantas de ambiente aquático ou de lugares alagados apresentam córtex do tipo aerênquima, enquanto as raízes de plantas de locais secos têm o córtex compacto. Raízes tuberosas, como a beterraba, a cenoura e a batata doce, têm um parênquima cortical de reserva. No córtex podem ser encontrados: esclereídeos; �bras; idioblastos contendo tanino, mucilageme cristais. Sua ocorrência e distribuição pode ter importância taxonômica. (Fonte: Adaptado Biology-igcse). Esquema de um corte transversal de raiz, na zona suberosa, mostrando a exoderme logo abaixo da epiderme. Repare o espassamento suberizado das paredes das células. A cálula de passagem da exoderme possui a parede �na e não suberizada. Fonte: Flickr Detalhe do corte transversal de raiz de Euditiledônea, mostrando um córtex bem amplo com parênquima de armazenamento de amigo (pontos roxos dentro das células) Fonte: Flickr Córtex de raiz aquática, com aerênquima bem desenvolvido. Fonte: Ilustração de Regina Moura. Esquema de endoderme de uma raiz. A – vista da endoderme em corte transversal. B – detalhe das células da endoderme em corte longitudinal. Cilindro vascular Observe a organização do cilindro vascular: Clique nos botões para ver as informações. Podemos resumir o periciclo da seguinte forma: Uma ou mais camadas de células avasculares, com características meristemáticas, que envolvem os tecidos vasculares; Originado no procâmbio; Delimita o cilindro vascular; Na maioria das plantas com sementes, tem função importante na origem de rami�cações das raízes; Nas Gimnospermas e Eudicotiledôneas, origina o câmbio vascular na região oposta ao protoxilema e dá origem ao primeiro felogênio. Periciclo Podemos resumir o xilema primário da seguinte forma: Nas Eudicotiledôneas, ocupa a região central do cilindro vascular; Apresenta projeções apontadas para o periciclo, chamadas raio; Apresenta região de protoxilema, visualizado como células menores, na região periférica, formando arcos em uma con�guração denominada exarca, e regiões de metaxilema, identi�cado pelas células maiores, na região central do cilindro. Xilema primário Nas raízes, está sempre intercalado com os raios de protoxilema. Floema primário De acordo com o número de raios de protoxilema, as raízes primárias de Eudicotiledôneas e Monocotiledôneas recebem as seguintes denominações: Nas Monocotiledôneas, as raízes são sempre poliarcas. Diferem das raízes principais poliarcas das Eudicotiledôneas porque possuem medula parenquimática no centro do cilindro vascular, característico de raízes adventícias. Nas raízes principais de Eudicotiledôneas, o centro do cilindro vascular é totalmente preenchido por metaxilema. Diarcas Triarcas Tetrarcas Poliarcas Cortes transversais de diferentes raízes: A- Arabidopsis Thatiana - diarca; B - Lotus japonica - triarca; C - Medicago truncatula - tetrarca; D-E - Oryza sativa - poliarca. Os asteriscos vermelhas indicam os raios de protoxilema; Fl - floema / Fonte: Adaptado de Mellor et al. (2019) disponível em: //dev.biologists.org/content/146/6/dev172411 Coifa Coifa ou caliptra é uma massa de células parenquimáticas localizada no ápice da raiz. É constituída por várias camadas de células, conferindo-lhe um formato de dedal. Desempenha as seguintes funções: proteção do meristema apical de raiz; produção de mucilagem pelas camadas mais externas durante a penetração da raiz no solo; controle da resposta à gravidade através da columela, coluna de células ricas em amiloplastos, denominados estatólitos, que atuam como sensores da gravidade. Esquema mostrando a região da coifa e sua estrutura. Todas as células da coifa são produzidas por um meristema especial, o meristema transversal. Fonte: Brigham et al. 1998. Estrutura secundária da raiz No corpo secundário da raiz, vamos encontrar os tecidos vasculares e de revestimento secundários. Se a raiz for tuberosa, o córtex de parênquima de reserva será mantido. Revestimento - Periderme Reserva, quando presente – Córtex Floema secundário ↘ Câmbio vascular ➝ cilindro vascular ou estelo Xilema secundário ↗ Periderme – Será produzida pelo felogênio após iniciar o espessamento com a presença de xilema e �oema secundários. Substituirá a epiderme no revestimento do órgão. Córtex – Presente apenas nas raízes de reserva. Constituído de parênquima de reserva, localiza-se entre a periderme e o �oema secundário. Câmbio vascular Começa a ser produzido entre �oema e xilema primários, a partir da diferenciação do procâmbio; Na sequência, é completado pela diferenciação do periciclo, na região oposta ao protoxilema; Produz xilema secundário para a região interna e �oema secundário para a periferia do cilindro vascular. Observamos na figura a sequência de eventos, desde a formação da raiz primária até a raiz secundária. Q- meristema apical de raiz; e- raiz primária; 3- início de crescimento secundário sa raiz, com o procâmbio já transformado em câmbio vascular; 4 - câmbio vascular completo e surgimento do feloGênio; 5 - corpo secundário da raiz, com os tecidos vasculares e de revestimento secundários. Observe o córtex e a epiderme sendo descartados. Fonte: ilustração der Regina Moura Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Movimentos na raiz Chamamos de movimentos das plantas as respostas a estímulos do ambiente que geram mudança na direção em que os órgãos das espermató�tas estão se desenvolvendo ou em repouso. São observados especialmente em raízes, caules, folhas e �ores. Os movimentos podem ser de dois tipos: tropismos e nastismos . Saiba mais O tipo de movimento que tem sido bastante estudado e conhecido é o gravitropismo. É o movimento em resposta à ação da gravidade, ocasionando como resposta o desenvolvimento contínuo em direção ou perpendicularmente à força da gravidade. Aprendemos que os estatólitos são amiloplastos que funcionam como sensores da força da gravidade, fazendo gerar a resposta gravitrópica. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Hormônios produzidos pela raiz Hormônio é um composto orgânico endógeno, sintetizado em baixas concentrações, que regula a promoção, inibição ou modi�cação de processos morfológicos e �siológicos do vegetal. A planta sintetiza os seguintes grupos de hormônios vegetais: Auxinas; Giberelinas; Citocininas; Etileno; Ácido Abscísico; Brassinosteróides; Jasmonatos; Salicilatos. Nas raízes, são sintetizados os seguintes hormônios: citocininas (CK) e ácido abscísico (ABA). Comentário Alguns destes hormônios já foram estudados anteriormente e os outros estudaremos de acordo com os órgãos e seus processos �siológicos. Hormônios que regulam o desenvolvimento das raízes Clique no botão acima. http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0264/aula6.html http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0264/aula6.html Hormônios que regulam o desenvolvimento das raízes O desenvolvimento em resposta ao gravitropismo que ocorre nas raízes tem ação da auxina (AX). O balanço auxina- citocinina, dependendo da concentração de cada um, pode inibir ou estimular o desenvolvimento de raízes. Citocinina e auxina podem promover a diferenciação dos tecidos vasculares. A dominância apical nas raízes é regulada pela citocinina. A produção de raízes laterais (rami�cação) é regulada pela citocinina junto com a auxina e o etileno. A especialização das células epidérmicas tem início sob ação do ABA. Os pelos absorventes ou radiculares têm a sua formação e alongamento regulados pelo etileno e pela auxina. O ácido jasmônico interage com o etileno para promover a formação de pelos radiculares. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Nutrição mineral das plantas A água que é absorvida pelas raízes do solo não está pura, mas forma uma solução contendo diferentes solutos. O solo, além de armazenar água, também reserva minerais que são formados a partir da decomposição de rochas e de matéria orgânica por microrganismos. Dessa forma, os minerais absorvidos junto com a água são fundamentais para o desenvolvimento pleno e vigoroso da planta. Nutrientes minerais Os nutrientes minerais: São constituídos principalmente de íons inorgânicos extraídos do solo; Passam a fazer parte da biosfera a partir das raízes das plantas e circulam entre todos os tipos de organismos; Após serem absorvidos,são transportados para as partes das plantas onde exerçam a sua função; Têm sua absorção aumentada a partir da associação simbiótica entre plantas e fungos micorrízicos ou bactérias �xadoras de nitrogênio; Quando usados em fertilização sintética, podem trazer produção agrícola, ao mesmo tempo em que também trazem riscos ao ambiente; Possuem algumas essencialidades. Essencialidade dos nutrientes Clique no botão acima. Essencialidade dos nutrientes São determinados como nutrientes ou elementos essenciais aqueles que representam simultaneamente três critérios: Estão envolvidos diretamente no metabolismo da planta (são constituintes de molécula, participam de alguma reação etc.); Sua ausência não permite que o ciclo de vida da planta seja completado; Não podem ser substituídos por nenhum outro elemento, devido à sua especi�cidade na função. Os nutrientes essenciais são obtidos do solo, da água ou do ar. Todos os obtidos do solo são classi�cados em Macronutrientes e Micronutrientes. Macronutrientes e Micronutrientes São classi�cados segundo a sua concentração relativa necessária no tecido ou conforme a concentração necessária para o pleno crescimento da planta. Portanto, a classi�cação refere-se a uma relação quantitativa do nutriente. Em outras palavras, os macronutrientes são necessários em maior quantidade, enquanto os micronutrientes são necessários em baixas quantidades, para o pleno desenvolvimento da planta. Quais são os elementos essenciais? Mas a água não é retirada do solo? Sim, mas o oxigênio e o hidrogênio são provenientes da quebra da água, e não da decomposição de matéria orgânica ou rochosa do solo. Níveis adequados de elementos essenciais nos tecidos vegetais Macronutrientes Micronutrientes Elementos essenciais Origem C, O, H* Água e ar N, P, K, Si, Ca, Mg, S (macronutrientes) solo Fe, Cu, Zn, Mn, Mo, B, Cl, Ni, Na (micronutrientes) * Embora requeridos em altíssimas concentrações, C, O e H não são classi�cados como macronutrientes porque sua origem não é o solo. Apenas aqueles que são retirados diretamente do solo pelas raízes são classi�cados em macronutrientes e micronutrientes. Elemento Símboloquímico Concentração na matéria seca (%) Número relativo de átomos em relação ao Molibdênio Obtidos da água ou do dióxido de carbono Hidrogênio H 6 60.000.000 Carbono C 45 40.000.000 Oxigênio O 45 30.000.000 Obtidos do solo Nitrogênio N 1,5 1.000.000 Potássio K 1,0 250.000 Cálcio Ca 0,5 125.000 Magnésio Mg 0,2 80.000 Fósforo P 0,2 60.000 Enxofre S 0,1 30.000 Silício Si 0,1 30.000 Micronutrientes Cloro Cl 100,0 3.000 Ferro Fe 100,0 2.000 Boro B 20,0 2.000 Manganês Mn 50,0 1.000 Sódio Na 10,0 400 Zinco Zn 20,0 300 Cobre Cu 6,0 100 Níquel Ni 0,1 2 Molibdênio Mo 0,1 1 Fonte: Epstein, 1972, 1999 apud Taiz et al., 2017. Classi�cação dos nutrientes minerais segundo o papel bioquímico e �siológico Grupo1 Nutrientes que fazem parte de compostos de carbono: N, S. Grupo 2 Nutrientes importantes no armazenamento de energia e integridade estrutural: P, Si, B. Grupo 3 Nutrientes que permanecem na forma iônica: K, Ca, Mg, Cl, Mn, Na. Grupo 4 Nutrientes envolvidos em transporte de elétrons: Fe, Zn, Cu, Ni, Mo. Técnicas de estudo sobre a nutrição das plantas O estudo da nutrição adequada das plantas tem importância especial para a Agronomia. Dessa forma, ensaios sob condições controladas são realizados para se conhecer a essencialidade de um elemento para o desenvolvimento adequado da planta. Há diferentes técnicas de experimentação em que a planta é submetida à ausência do elemento essencial alvo ou ao aumento gradual de concentração do elemento. Por ter uma composição muito complexa, o solo não oferece as condições adequadas à experimentação. Técnicas utilizadas nos estudos sobre nutrição das plantas: (A) Hidroponia - as plantas ficam suspensas sobre um tanque e as raízes ficam mergulhadas em uma solução nutritiva. O oxigênio é bombeado através da pedra porosa, que gera pequenas bolhas; (B) cultivo em película de nutrientes - a solução nutritiva passa pelas pontas das raízes, que não permanecem totalmente mergulhadas; (C) aeroponia - a solução nutrittiva é pulverizada na raízes; (D) subirrigação - a câmara onde ficam as raízes recebe em períodos controlados a solução nutritiva, que depois retorna ao reservatório; logo, as raízes não ficam em contato permanentemente com os nutrientes. Fonte: adaptado de De Epstein e Bloom, 2005 apus Talz et al., 2017 De�ciências minerais nas plantas Representam a falta completa ou a insu�ciência de um elemento essencial para o desenvolvimento pleno da planta. As consequências são: Os sintomas observados nas plantas têm relação direta com as funções dos elementos essenciais no metabolismo e no funcionamento normal da planta. Sintomas mais comuns de de�ciências minerais observadas nas folhas Sintomas Elementos Clorose uniforme N, S, Fe* Clorose entre nervuras Mg, Zn, Mn, Mo Clorose (amarelecimento ou branqueamento dos tecidos clorofilados) e necrose na margem foliar K Clorose e necrose entre nervuras Mg, Mn, Mo, P Deformações Zn, Mo, B, Ca, Cu * Inicialmente as nervuras permanecem verdes. Fonte: Adaptado de Fontes, 2006. Principais sintomas observados nas plantas quando há de�ciência de alguns minerais. Clique no botão acima. Principais sintomas observados nas plantas quando há de�ciência de alguns minerais De�ciência de nitrogênio (N) – diminuição no crescimento; clorose das folhas mais velhas; folhas menores com baixo teor de cloro�la e senescência precoce; acúmulo de antocianina em estágios mais críticos. e�ciência de fósforo (P) – plantas pequenas com pouco crescimento; folhas mais velhas com coloração verde escura, seguida de surgimento da cor púrpura, causado pelo acúmulo de antocianina (pigmento armazenado no vacúolo das células vegetais) ; necrose entre nervuras; folhas jovens avermelhadas. De�ciência de enxofre (S) – são observados sintomas semelhantes aos da de�ciência de nitrogênio, como redução do crescimento, clorose e acúmulo de antocianina. De�ciência de potássio (K) – mostra como primeiro sintoma a clorose nas margens das folhas mais velhas, que se desenvolve para necrose, a começar pelo ápice. Pode proporcionar pontos brancos nas margens das folhas e frutos e sementes enrugados. Folha de citrus com deficiência de nitrogênio (Fonte: manejebem). Planta de milho com deficiência de fósforo (Fonte: agrolink). Diferenças nos aspectos das plantas sob condições diferentes de enxofre (Fonte: agrolink). De�ciência de cálcio (Ca2+) – gemas apicais caulinares e radiculares sofrem necrose, como sintoma da carência de cálcio, além de limitação do crescimento De�ciência de magnésio (Mg2+) – um sintoma característico observado é a clorose entre as nervuras, que ocorre primeiro nas folhas mais velhas, e é seguido de necrose. De�ciência de ferro (Fe) – o primeiro sintoma observado para carência de ferro é o surgimento de clorose entre as nervuras das folhas jovens. De�ciência de cobre (Cu) – a de�ciência de cobre é diagnosticada pela formação de folhas verde escuras, podendo conter pontos de necrose. De�ciência de zinco (Zn) – a diminuição do crescimento dos entrenós é diagnóstico da carência de zinco. De�ciência de manganês (Mn2+) – a de�ciência de Mn2+ é caracterizada pelo surgimento de clorose entre as nervuras foliares e de pequenos pontos de necrose, estes últimos sendo distintivos entre a carência de Fe e de Mn. Pode ocorrer em folhas velhas ou jovens, dependendo da espécie. Evolução na deficiência por Potássio (Fonte: brasil.ipni). Deficiência de cálcio em meristema apical de feijão (Fonte: stoller ). Folha de um maracujazeiro deficiente em Mg (Fonte: Adaptado de Freitas et al. - 2011). De�ciência de sódio (Na) – plantas C4 e CAM são as que estão relacionadas à de�ciência de sódio. O diagnóstico é feito pela observação de clorose e necrose foliar e da falta de �orescimento. Acúmulo de cloro (Cl-) – a de�ciência de cloro não éobservada em campo. No entanto, é observado o acúmulo de cloro em tecidos foliares de plantas de ambiente salino, chegando a níveis tóxicos, resultando em necrose da lâmina foliar. Deficiência em manganês evidenciada em folhas jovens de feijão (Fonte: stoller). Mobilidade de elementos no corpo da planta, quando ocorre de�ciência Vimos, anteriormente, que alguns sintomas são percebidos primeiro nas folhas velhas e outros em folhas jovens. Isso se dá devido ao grau de mobilidade dos elementos no corpo das plantas. Assim, a característica da mobilidade representa os seguintes processos para a nutrição vegetal: Quando começa a haver a carência de elementos móveis, estes são translocados via �oema das folhas mais velhas para as mais jovens; Quando a de�ciência é de elementos móveis, percebe-se primeiro nas folhas mais velhas; Quando a de�ciência é de elementos imóveis, percebe-se primeiro nas folhas mais jovens; A Citocinina parece ser o hormônio envolvido na mobilização de nutrientes. Quais são os elementos móveis e os elementos imóveis? Elementos minerais classificados com base em sua mobilidade dentro da planta e suas tendências de translocação durante a deficiência MÓVEIS IMÓVEIS Nitrogênio Cálcio Potássio Enxofre Magnésio Ferro Fósforo Boro Cloro Cobre Sódio Zinco Molibdênio Fonte: Taiz et al., 2017. Como é possível conhecer as de�ciências de nutrientes? Análise de solo É realizada uma determinação química ou biológica do solo na rizosfera. Determina quais são os elementos potencialmente disponíveis no solo; Análises de tecidos vegetais É a mais precisa, porque vai determinar as quantidades de elementos essenciais que a planta necessita. O conhecimento a respeito da relação entre o crescimento da planta e a concentração de nutrientes nos tecidos permite especi�car os teores ideais: Nem sempre as raízes estão sozinhas na tarefa de absorver água e minerais do solo. A associação de bactérias �xadoras de nitrogênio ou fungos micorrízicos em simbiose com as raízes, formando as micorrizas, torna mais e�ciente a absorção de água e de minerais. As micorrizas estão presentes na maioria das espermató�tas . 83% das Eudicotileôoneas; 79% das Monocotiledôneas; 100% das Gimnospermas; Não formam micorriza: Apiaceae, Chenopodiaceae, Proteaceae, aquáticas. Zona de de�ciência É quando a concentração é baixa, ocasionando crescimento reduzido. A correção com o aumento na concentração leva à resposta no crescimento. Zona adequada É a concentração ideal, que leva ao crescimento máximo da planta. Zona de toxidez É causada pelo excesso; a continuidade do aumento da concentração nos tecidos leva à paralização do crescimento. Quando se detecta a de�ciência de minerais, que correções podem ser feitas? Naturalmente, há uma reciclagem natural dos minerais do solo, que levam algum tempo para serem processados. Entretanto, o uso permanente do solo com as mesmas culturas, sem fertilização, e a lixiviação caracterizam- se como as principais causas de perda de nutrientes. http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0264/aula6.html http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0264/aula6.html Atividade 1. A região de maior absorção da epiderme das raízes primárias é a: a) Região dos pelos absorventes. b) Região da exoderme. c) Região da endoderme. d) Região do periciclo. e) Região da medula. 2. Uma das funções do periciclo é: a) Absorver água do solo. b) Originar ramificações de raízes. c) Bloquear o fluxo de água e minerais do solo. d) Armazenar amido. e) Armazenar proteínas. 3. Observe a �gura a seguir de uma raiz e identi�que os seus tecidos, numerados de 1 a 6. 4. A coifa, além de ter importância na proteção do meristema apical, formando uma barreira de células e produzindo mucilagem, tem outra função no desenvolvimento da planta, especi�camente através das células da columela. Qual é esta função? 5. Ferro, manganês, molibdênio e zinco são alguns dos micronutrientes e nitrogênio, fósforo e potássio são alguns dos macronutrientes indispensáveis para o desenvolvimento das plantas. Sobre os micronutrientes e os macronutrientes, é correto a�rmar que: a) Estão relacionados entre si de forma quantitativa de acordo com as necessidades das plantas. b) Estão relacionados entre si de forma qualitativa de acordo com as necessidades das plantas. c) Estão relacionados entre si de acordo com o peso molecular de cada nutriente. d) Estão relacionados entre si de acordo com o tamanho de cada molécula. e) Estão relacionados entre si de acordo com o tamanho da célula em que eles agem. Notas Tropismos O tropismo é o movimento-resposta em direção ao estímulo. Nastismos O nastismo é o movimento-resposta que não é associado com a direção ao estímulo. fungos micorrízicos São fungos que se associam a raízes de plantas. Na micorriza, a planta hospedeira fornece carboidratos aos fungos micorrízicos associados e recebe em troca nutrientes deles. Essa associação parece também bene�ciar a planta contra doenças e as tornar tolerantes à seca. Espermató�tas São plantas que produzem sementes: Angiospermas e Gimnospermas Ga-Sur 2 Cientistas acreditam que a localidade que recebia este nome no passado é atualmente o Iraque. quem faz o mapa 3 O pro�ssional que elabora as cartas geográ�cas é chamado de “cartógrafo”. Na época dos Descobrimentos era denominado "cosmógrafo" e considerado muito importante. Idade Média 4 Período da história da Europa entre os séculos V e XV. Antiguidade Clássica 5 Período da história da Europa que se estende aproximadamente do século VIII a.C. e vai até a queda do Império Romano do Ocidente no século V d.C. Referências ALONI, R. et al. 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