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Unidade I - Fonética e Fonologia

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Prévia do material em texto

Mecanismo de produção da fala
APRESENTAÇÃO
Você sabia que a Fonética e a Fonologia, apesar de se caracterizarem como ciências distintas, 
estão fortemente relacionadas? De fato, o foco de ambas está nas distinções entre os sons, nos 
seus aspectos físicos (Fonética) e nas suas propriedades funcionais em uma dada língua 
(Fonologia). Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a diferença entre Fonética e 
Fonologia, e descobrir a importância dessas disciplina para a sua formação profissional. Você 
também vai identificar os mecanismos físicos de produção da fala, estudando o processo de 
produção dos sons, ao acompanhar a trajetória da corrente de ar desde os pulmões até o trato 
vocal. Ao percorrer esse caminho, vai estudar o importante papel da laringe e da propriedade de 
vozeamento para diferenciar os sons surdos (sem vibração de pregas vocais) dos sonoros (com 
vibração de pregas vocais). 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir os objetos de estudo das áreas de Fonética e de Fonologia, apontando aspectos 
convergentes entre as duas.
•
Reconhcer os mecanismos físicos de produção da fala, a fim de diferenciar vogais, 
consoantes e semivogais.
•
Identificar a propriedade de vozeamento e diferenciar segmentos surdos de sonoros.•
DESAFIO
A área da Fonética e Fonologia de Línguas Estrangeiras corresponde a um dos campos de 
estudo mais tradicionais da Linguística. Entretanto, são muitos os questionamentos que seus 
colegas e futuros alunos poderão ter a respeito da importância desta área. Além disso, opiniões 
sobre o papel do acento estrangeiro variam entre alunos e professores.
Imagine que, em sua futura sala de aula, você tem três alunos de perfis completamente 
diferentes:
 
Com base sobre o que você sabe sobre a importância e os objetivos do estudo da Fonética e da 
Fonologia do inglês como língua estrangeira, elabore as respostas que você daria para cada um 
desses alunos.
INFOGRÁFICO
No infográfico a seguir, aprenda sobre cada um dos quatro componentes principais do 
mecanismo de produção da fala.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
CONTEÚDO DO LIVRO
No trecho selecionado a seguir, você vai aprender ainda mais sobre as diferenças entre Fonética 
e Fonologia, acessando mais informações sobre os mecanismos físicos de produção da fala. 
Você irá se concentrar, sobretudo, no processo de fonação, a partir do qual se diferenciam os 
segmentos surdos e sonoros. Leia o capítulo Mecanismos de produção da fala, do livro Fonética 
e Fonologia do Inglês, que embasa esta Unidade de Aprendizado. 
Boa leitura.
FONÉTICA E
FONOLOGIA
DO INGLÊS
Ubiratã Kickhöfel Alves
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
Revisão técnica:
Monica Stefani
Bacharela em Letras – habilitação português/inglês
Mestra em Letras – Literaturas de língua inglesa/literatura australiana
Doutora em Letras – Literaturas de língua inglesa/estudos de tradução 
A474f Alves, Ubiratã Kickhöfel.
 Fonética e fonologia do inglês / Ubiratã Kickhöfel 
 Alves, Andressa Brawerman-Albini, Mariza Lacerda ; 
 [revisão técnica: Monica Stefani]. – Porto Alegre : SAGAH, 
 2017.
 164 p. : il. ; 22,5 cm.
 ISBN 978-85-9502-162-4
 1. Fonética. 2. Fonologia. I. Língua inglesa. II. 
 Brawerman-Albini, Andressa. III. Lacerda, Mariza. IV. 
 Título. 
CDU 37
Iniciais_Fonética e fonologia do inglês.indd 2 10/09/2017 12:31:37
Mecanismo de 
produção da fala 
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 De� nir os objetos de estudo das áreas de Fonética e Fonologia,
apontan do aspectos convergentes entre as duas áreas.
 Identi� car os mecanismos físicos de produção da fala, a � m de dife-
renciar vogais, consoantes e semivogais.
 Caracterizar a propriedade de vozeamento e diferenciar segmentos
surdos de sonoros.
Introdução
Você sabia que a Fonética e a Fonologia, apesar de se caracterizarem como 
ciências distintas, estão fortemente relacionadas? De fato, o foco de ambas 
está nas distinções entre os sons, nos seus aspectos físicos (Fonética) e 
nas suas propriedades funcionais em uma dada língua (Fonologia). Então, 
para que estudamos Fonética e Fonologia do inglês? Você poderá se 
surpreender que, ao contrário do que muitos podem pensar, não é para 
“soar como um falante nativo”.
Neste capítulo, você vai estudar a diferença entre Fonética e Fonologia. 
Ao estudar essa diferença, vai descobrir a importância desta disciplina para 
a sua formação profissional. Você também vai identificar os mecanismos 
físicos de produção da fala, estudando o processo de produção dos sons, 
ao acompanhar a trajetória da corrente de ar desde os pulmões até o trato 
vocal. Ao percorrer esse caminho, estudará o papel importante da laringe 
e da propriedade de “vozeamento” para diferenciar sons surdos (sem 
vibração de pregas vocais) de sonoros (com vibração de pregas vocais).
U1_C01_Fonética e fonologia do inglês.indd 13 10/09/2017 10:21:17
Fonética e Fonologia: duas ciências altamente 
relacionadas
Talvez até um leigo saiba, ao ouvir as palavras “fonética” e “fonologia”, que 
ambas se tratam de áreas da Linguística (a ciência que estuda os sistemas 
linguísticos) que se relacionam, em linhas gerais, aos sons de uma língua. 
Entretanto, qual é a diferença entre Fonética e Fonologia? Se ambas lidam 
com os sons, existem diferenças entre essas duas ciências? Ou elas constituem 
uma única ciência com dois nomes?
Para que você consiga diferenciar as duas ciências, vale a pena pensarmos 
em um exemplo. Pense na palavra “tia”, do português brasileiro. Como você 
a pronuncia na sua variedade de português? O som inicial dessa palavra, 
representado pela letra <t>, pode ser pronunciado diferentemente em função 
do dialeto do português brasileiro em que ela é falada. Na variedade do Rio 
de Janeiro (capital), o // inicial é pronunciado como [ʃ] (ou seja, como um 
segmento africado, produzido com um ponto de articulação palatoalveolar). 
Por sua vez, na cidade de Recife, ele é, quase categoricamente, produzido 
como [] (ou seja, como uma plosiva alveolar). 
Independentemente da produção que ouvir, você, como falante nativo do 
português, saberá a que se refere essa palavra: à irmã do seu pai ou de sua 
mãe. No que diz respeito às características articulatórias, de produção do 
som, não há dúvida de que temos produções diferentes. Entretanto, na língua 
portuguesa, essas duas produções apresentam o mesmo status funcional, pois 
não diferenciam significado.
Agora vamos pensar nesses dois segmentos, [] e [ʃ], na língua inglesa. 
Será que a troca de um por outro causaria alterações de significado no inglês? 
Pense em palavras como tip (produzido com []) e chip (produzido com [ʃ]). 
Trata-se dos mesmos sons utilizados nas duas variantes de “tia”; porém, 
na língua inglesa, eles apresentam um status diferente: eles são capazes de 
diferenciar significado. 
A partir desse exemplo, fica clara a distinção entre Fonética e Fonologia. A 
Fonética se preocupa em descrever as propriedades físicas dos sons, indepen-
dentemente do caráter distintivo/não distintivo de tais sons em um determinado 
sistema linguístico. Nesse exemplo, caberia à Fonética apontar que o segmento 
[t] é produzido com a obstrução total da passagem de ar nos alvéolos, seguido 
de uma explosão; caberia também à Fonética dizer que [ʃ] é produzido com 
uma obstrução total da passagem de ar na região palatoalveolar, seguido de uma 
soltura de ar com fricção. Por sua vez, a Fonologia se volta ao funcionamento 
dos sons da língua: cabe a esta área do conhecimento dizer que, enquanto no 
Mecanismo de produção da fala14
U1_C01_Fonética e fonologia do inglês.indd 14 10/09/2017 10:21:18
português tais sons não têm caráter distintivo, o mesmo não ocorre no inglês. 
À Fonologia também cabe dizer que, no inglês, esses dois sons são distintivos 
tanto em posição inicial(tip – chip) quanto final (cat – catch) de palavras. 
Dada essa diferença, você já deve ter notado que ambas as ciências estão 
fortemente relacionadas. Ainda que a Fonética tenha um caráter mais físico 
e a Fonologia apresente um caráter mais abstrato, é praticamente impossível 
entender Fonologia sem compreender minimamente um pouco de Fonética, 
e vice-versa. É por isso que, neste curso, você estudará Fonética e Fonologia 
de maneira integrada.
Produções fonéticas são representadas com colchetes: [ ]. Fonemas, por sua vez, são 
representados por barras / /. 
A importância do estudo da Fonética e Fonologia do 
inglês
Ao estudar Fonética e Fonologia, você aprenderá como articular os sons do 
inglês, bem como poderá entender as possibilidades de variação e as distinções 
de signifi cado que podem ocorrer, em sua produção em língua inglesa, a partir 
de diferentes pronúncias.
Uma vez que o inglês é uma língua não nativa para os brasileiros, é natural 
que o sistema fonológico do português exerça influência sobre as produções 
nesse novo idioma. É por esse motivo que o aprendiz estrangeiro apresenta 
sotaque. Falar com acento estrangeiro (ou sotaque) é algo frequente e natural. 
Conforme apontam Derwing e Munro (2015), o objetivo do estudo da Fonética 
e Fonologia da língua estrangeira não é fazer com que o aprendiz fale como 
um “nativo”. De fato, ter sotaque não é problema; o problema é quando o 
sotaque afeta a “inteligibilidade em língua estrangeira”.
Retomando o exemplo da seção anterior, é possível que falantes de dialetos 
como o do Rio de Janeiro ou Porto Alegre, por exemplo – por produzirem 
o // como [] em sua língua materna –, acabem produzindo a palavra cat 
como catch, soando como se estivessem produzindo outra palavra. O mesmo 
15Mecanismo de produção da fala
U1_C01_Fonética e fonologia do inglês.indd 15 10/09/2017 10:21:18
pode acontecer na produção, em inglês, da letra “D” [] como “G” [], que 
também pode ocasionar problemas de inteligibilidade. 
Podemos definir inteligibilidade como “[...] o grau de relação entre a men-
sagem pretendida pelo falante e o conteúdo compreendido pelo ouvinte [...]” 
(DERWING; MUNRO, 2015, p. 5). Isso é diferente de se ter acento estrangeiro. 
Pode-se ter acento estrangeiro e, ao mesmo tempo, ser inteligível, contanto 
que o ouvinte consiga “decodificar” o que estamos falando. Ou seja, nem todo 
acento estrangeiro pode causar problemas de inteligibilidade, mas problemas 
de inteligibilidade da fala surgem, em grande parte, em função do grau de 
acento estrangeiro.
Fica clara, assim, a importância do estudo da disciplina de Fonética e Fo-
nologia da língua inglesa. O objetivo desta disciplina não é fazer o aluno falar 
como um “falante nativo” do inglês (até porque, assim como no português, há 
diferentes variedades da língua, cada uma com suas peculiaridades fonéticas). 
Ao estudar da Fonética e Fonologia do inglês, a intenção é que você apresente 
uma fala mais inteligível não somente para ouvintes nativos do idioma, mas, 
também, para qualquer usuário de língua inglesa, independentemente de sua 
língua materna. Pelo estudo desta disciplina, você conhecerá as diferenças 
de sons entre os sistemas de L1 (português) e de L2 (inglês) e aprenderá mais 
sobre as articulações dos sons da língua estrangeira. Além disso, você será 
capaz de prever as dificuldades enfrentadas pelo aprendiz brasileiro de inglês 
na aquisição de sons, sobretudo aquelas que podem implicar problemas de 
inteligibilidade da fala. Trata-se, pois, de uma disciplina fundamental para 
todo profissional que trabalhará com a língua inglesa.
Para saber mais sobre inteligibilidade e a sua relação com grau de acento estrangeiro, 
leia Pronunciation Fundamentals (DERWING; MUNRO, 2015). 
Os mecanismos físicos de produção da fala
Ao iniciar seu estudo de Fonética e Fonologia da língua inglesa, você deverá 
ser capaz de responder algumas das mais basilares questões da Fonética: “O 
Mecanismo de produção da fala16
U1_C01_Fonética e fonologia do inglês.indd 16 10/09/2017 10:21:19
que é o som?”, “Como o produzimos?”, “Qual é o caminho da corrente de ar 
para a produção dos sons do português e do inglês?”.
Acusticamente, o som é um deslocamento das partículas de ar (LADEFO-
GED, 1996). Dessa forma, ao produzirmos sons da fala, estamos realizando 
deslocamentos das colunas de ar. O mecanismo de produção da fala tem quatro 
componentes principais que acarretam quatro processos: (i) o processo de saída 
de ar; (ii) o processo de fonação; (iii) o processo oronasal; e (iv) o processo 
articulatório (LADEFOGED; JOHNSON, 2011).
No que diz respeito ao primeiro processo, o ar em movimento tem início 
nos pulmões, no processo de expiração do processo de respiração, e percorre o 
aparelho fonador; A principal fonte de energia da produção dos sons é, portanto, 
o sistema respiratório. Em outras palavras, expulsamos ar dos pulmões para 
produzir os sons distintivos tanto do português quanto do inglês. 
Existem, em outras línguas do mundo, sons que não são produzidos com a expulsão 
do ar dos pulmões. Para saber mais sobre esses sons, leia o Capítulo 6 do livro A course 
in phonetics (LADEFOGED; JOHNSON, 2011).
O processo de fonação diz respeito à ação das pregas vogais. É nessa 
etapa que se caracterizam as diferenças entre os sons surdos (sem vibração 
das pregas vogais) e sonoros (com vibração das pregas vocais). Ao sair dos 
pulmões, o ar vai se deslocando pela traqueia até chegar à laringe (Figura 1). 
A laringe se encontra na parte superior da tranqueia, sendo composta por 
cartilagens que constituem as pregas vocais (ou, popularmente, “cordas” 
vocais), que se parecem com dois lábios. Além da função clássica de válvula, 
impedindo a passagem de ar durante a deglutição e impedindo que alimentos 
caiam na via respiratória (GUYTON, 2000), tal órgão tem importante papel 
na produção dos sons. 
17Mecanismo de produção da fala
U1_C01_Fonética e fonologia do inglês.indd 17 10/09/2017 10:21:19
Figura 1. O aparelho vocal humano 
Fonte: Bear, Connor e Paradiso (2017, p. 687).
O espaço entre as duas pregas vocais é chamado de glote, e as cordas 
vogais podem assumir configurações distintas para as formações dos sons. 
Quando as cordas vogais estão distanciadas entre si, o ar dos pulmões poderá 
passar sem maiores dificuldades pela glote, passando dos pulmões para a 
faringe e a boca. Nessa configuração, são produzidos os sons surdos. Por 
outro lado, se houver apenas uma estreita distância entre as pregas, o ar que 
estiver vindo dos pulmões, ao ter que atravessar tal passagem estreita, fará 
com que as pregas vibrem. Essa vibração ocorre por um jogo aerodinâmico. 
A propriedade de vozeamento é bastante importante para a caracterização 
dos sons e fonemas de uma língua; por isso, estudaremos essa característica 
a fundo na próxima seção.
Mecanismo de produção da fala18
U1_C01_Fonética e fonologia do inglês.indd 18 10/09/2017 10:21:20
Os caminhos para o fluxo de ar acima da laringe (supraglotais) formam 
parte do trato vocal. É nessa parte que ocorrem os últimos dois processos: (iii) 
o processo oronasal e (iv) o processo articulatório. O trato vocal é caracterizado 
pelo trato (ou cavidade) oral ou pelo trato (ou cavidade) nasal (Figura 1). Dessa 
forma, o ar tem duas opções de passagem. Se o véu palatino estiver abaixado, 
o ar poderá sair pelo trato nasal – disso resultarão consoantes e nasais velares. 
Por sua vez, se o véu palatino estiver levantado, a saída de passagem de ar 
pelo nariz é impedida, e o ar seguirá pelo trato oral, de modo a formar os 
chamados sons orais (não nasais). 
É importante salientar que a forma do trato vocal é importantíssima para 
a produção dos sons. A forma do trato varia em função das posições dos 
articuladores. Dessa forma, o local do trato em que é feita a obstrução à 
passagem da corrente de ar, bem como o modo pelo qual tal corrente de ar 
será liberada, ocasionam as diferenças entre os sons das línguas do mundo. 
Otrato vocal funciona como uma caixa de ressonâncias para a produção dos 
sons. Assim, a depender das articulações, essa caixa de ressonância pode 
assumir diferentes formas, o que exercerá efeitos nas propriedades acústicas 
dos sons produzidos. No capítulo seguinte, verificaremos cada um desses 
lugares (pontos) e modos de articulação. 
Diferenciando vogais de consoantes
Ao considerar a produção de sons no trato oral, você também poderá fazer 
outra distinção fundamental em Fonética: diferenciar sons consonantais de 
vocálicos. Em princípio, tal tarefa pode parecer óbvia – sobretudo se consi-
derarmos o sistema alfabético. Entretanto, qual seria a diferença, em termos 
fonéticos, entre uma consoante e uma vogal em inglês?
Acesse o link ou código a seguir e assista ao vídeo 
das pregas vocais vibrando.
https://goo.gl/BfnN2c
19Mecanismo de produção da fala
U1_C01_Fonética e fonologia do inglês.indd 19 10/09/2017 10:21:21
Um segmento consonantal é aquele caracterizado por alguma forma de 
obstrução da passagem de ar no trato vocal. Essa obstrução pode ser: total 
(como no caso das plosivas [], [], [], [], [], []), em que o ar é impedido 
completamente de sair até o momento da explosão; ou parcial (como nos seg-
mentos fricativos [], [], [], [], [], [], [], [], []), em que há uma estreita 
passagem pela qual o ar ainda consegue escapar. Por outro lado, em termos 
fonéticos, segmentos vocálicos são aqueles nos quais o ar sai pelo trato vocal 
praticamente sem impedimentos. O sistema de vogais do inglês é bem maior 
do que o do português. É, portanto, um desafio para o aprendiz de inglês fazer 
a distinção entre as vogais das palavras sheep [] e ship [], bed [] e bad [] 
ou pool [] e pull [], por exemplo. 
Letras e fonemas não são a mesma coisa! No sistema alfabético, temos 5 grafemas 
vocálicos. Entretanto, em português, por exemplo, temos 7 fonemas vocálicos: //, 
//, //, //, //, //, //. 
Há, também, as semivogais (também chamados de glides). As semivogais 
são foneticamente semelhantes às vogais, mas tendem a ser mais curtas. Ape-
sar de serem foneticamente muito semelhantes às vogais, elas se comportam 
como consoantes, em termos de distribuição dentro da palavra. No inglês, 
elas sempre antecedem uma vogal, como // em yet, //, e // em one, //.
Semivogais são consideradas segmentos consonantais. É por isso que, em inglês, 
dizemos an umbrella, mas a university. Isso ocorre porque o fonema inicial de umbrela, 
//, é vocálico. Entretanto, em university, //, o fonema inicial é justamente o do glide 
// (consonantal).
Mecanismo de produção da fala20
U1_C01_Fonética e fonologia do inglês.indd 20 10/09/2017 10:21:22
O vozeamento: diferenciando segmentos 
surdos e sonoros
Nas línguas do mundo, conforme já visto, existem segmentos consonantais 
surdos (sem a vibração das pregas) e sonoros (com a vibração), distinção 
que é importantíssima para diferenciarmos os sons. É possível que dois sons 
tenham exatamente a mesma articulação e se distingam unicamente em fun-
ção da propriedade de sonoridade. Em muitos casos, não é difícil identifi car 
a diferença entre surdos e sonoros – podemos sentir a diferença entre eles! 
Tente fazer um som de [] bastante longo. Agora, faça um som de [] com 
a mesma articulação. Você perceberá que ambos foram produzidos com a mesma 
articulação, mas [] tem a vibração das pregas vocais, e [] não tem. Logo, 
[z] é um som sonoro, enquanto [] é um som surdo.
É bastante fácil verificar a diferença de fonação em pares de segmentos 
fricativos (produzidos com fricção e com continuidade ao longo do tempo). 
Tente comparar os membros dos pares [] e []: você perceberá que os membros 
de cada par têm exatamente a mesma articulação, mas o primeiro membro do 
par é sempre surdo, e o segundo elemento, sonoro.
Já nos pares de segmentos plosivos (produzidos por um fechamento total 
da passagem de ar, seguido por uma explosão), diferenciar os segmentos 
surdos [], [] e [] dos sonoros [], [] e [], ao tentarmos reparar a vibração 
de nossas pregas vocais, pode vir a ser uma tarefa mais difícil. Em português, 
a vibração das pregas vocais que caracteriza os segmentos sonoros nesses 
segmentos ocorre durante o bloqueio total da passagem de ar pelos articula-
dores (e, portanto, não é audível). Já no inglês, considerando-se as plosivas 
em posição inicial de palavra, tal como em bat, a vibração das pregas vocais é 
opcional. Há, entretanto, uma outra pista acústica que leva os ouvintes nativos 
do inglês a diferenciarem sons surdos de sonoros nessa posição: a presença 
de aspiração em consoantes surdas. A aspiração pode ser definida como uma 
soltura forte de ar após a explosão de um segmento plosivo e ocorre somente 
em sons surdos, em inglês. É importante que, ao produzir palavras como pet, 
você produza com aspiração para não ser interpretado como bet.
21Mecanismo de produção da fala
U1_C01_Fonética e fonologia do inglês.indd 21 10/09/2017 10:21:22
A aspiração não ocorre somente na posição inicial (ainda que, nessa posi-
ção, a sua ausência possa causar problemas de inteligibilidade). Os segmentos 
plosivos surdos devem ser aspirados, também, em posição medial de palavra, 
desde que tal segmento plosivo esteja iniciando uma sílaba tônica (forte).
Preste atenção à pronúncia de /p/ nas palavras rapid e rapidity. O que você nota?
Em rapidity, /p/ é produzido com aspiração ([]), pois tal consoante se encontra em 
início de sílaba tônica. Em rapid, não há aspiração. Caso tenha dúvidas, ouça os áudios 
dessas palavras em um dicionário on-line. 
A distinção entre consoantes sonoras e surdas, em inglês, ocorre nos seg-
mentos plosivos (caracterizados pelo bloqueio total da passagem de ar, seguido 
de uma explosão), fricativos (produzida com uma saída de ar caracterizada 
como uma fricção) e africados (cujo início da produção lembra um segmento 
plosivo, e o final, um segmento fricativo). Esses três grupos de sons formam 
uma classe chamada de “obstruentes”. Dentre as consoantes obstruintes, //, //, 
//, //, //, //, //, //, // são surdas, e //, //, //, //, //, //, //, // são sonoras.
Cabe ressaltar, por fim, que todas as vogais do inglês são produzidas com 
a vibração das pregas vocais (sonoros), bem como as consoantes nasais (//, 
//, //) e líquidas (// e //).
Na página do famoso foneticista Peter Ladefoged, 
você pode comparar a produção de // inicial em 
espanhol (sem aspiração, como no português) e em 
inglês (com aspiração). Ouça os áudios e verifique a 
diferença!
https://goo.gl/XW27J1
Mecanismo de produção da fala22
U1_C01_Fonética e fonologia do inglês.indd 22 10/09/2017 10:21:23
1. Escolha a alternativa correta.
a) A fala com acento estrangeiro 
deve ser erradicada, pois 
acarreta problemas de 
inteligibilidade da fala.
b) Quando estudamos Fonética e 
Fonologia do Inglês, devemos 
estudar ou o dialeto norte-
americano ou o dialeto britânico.
c) O foco do estudo da Fonética 
e Fonologia do Inglês é a 
percepção das variedades 
nativas da língua.
d) O estudo de Fonética e 
Fonologia do Inglês é 
importante para que os 
alunos possam soar como 
falantes nativos desta língua.
e) O estudo da Fonética e 
Fonologia do Inglês inclui 
não somente a produção 
por parte dos nativos, mas, 
também, as dificuldades 
de aprendizes de Inglês de 
diferentes nacionalidades.
2. Considerando que sons e letras não 
são a mesma coisa, quantos sons 
têm as palavras ‘have’, ‘brought ’, 
‘chip’ e ‘thank ’, respectivamente?
a) 4 – 7 – 4 – 5
b) 4 – 3 – 4 – 4
c) 3 – 3 – 3 – 4
d) 3 – 4 – 3 – 4
e) 3 – 4 – 4 – 4 
3. Qual alternativa apresenta as 
três sequências corretas? 
a) a one-week course – a 
young boy – a university 
b) an one-week course – a 
young boy – a university 
c) a one-week course – an 
young boy – a university 
d) a one-week course – a young 
boy – an university 
e) an one-week course – an 
young boy – an university 
4. Em qual das alternativasos 
sons consonantais iniciais de 
todas as palavras são surdos? 
a) tank, those, pat, kill
b) nose, limb, rat, watch
c) think, them, thought, thumb
d) knife, pneumonia, cart, physics 
e) chair, case, tear, kill 
5. Em qual das alternativas todos os 
fonemas /p/ devem ser aspirados?
a) computation – computer – rapidity
b) rapid – rapidity – report
c) computer – rapidity – report
d) computation – rapitidy – report
e) computer – rapid – report 
23Mecanismo de produção da fala
U1_C01_Fonética e fonologia do inglês.indd 23 10/09/2017 10:21:24
BEAR, M. F.; CONNORS, B. W.; PARADISO, M. A. Neurociências: desvendando o sistema 
nervoso. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 
DERWING, T.; MUNRO, M. J. Pronunciation fundamentals: evidence-based perspectives 
for l2 teaching and research. Amsterdam: John Benjamins Publishing Company, 2015.
GUYTON, A. C. Fisiologia humana. São Paulo: Saraiva, 2000.
LADEFOGED, P. Elements of acoustic phonetics. 2nd ed. Chicago: The University of 
Chicago Press, 1996. 
LADEFOGED, P.; JOHNSON, K. A course in phonetics. 6th ed. Boston: Wadsworth Cen-
gage Learning, 2011.
Leituras recomendadas
CALLOU, D.; LEITE, Y. Iniciação à fonética e à fonologia. 11. ed. Rio de Janeiro: Jorge 
Zahar, 2011.
CRISTÓFARO-SILVA, T. Pronúncia do Inglês: para falantes do português brasileiro. São 
Paulo: Contexto, 2012. 
LAMPRECHT, R. R. et al. Consciência dos sons da língua: subsídios teóricos e práticos 
para alfabetizadores, fonoaudiólogos e professores de língua inglesa. 2. ed. Porto 
Alegre: EDIPUCRS, 2012.
Mecanismo de produção da fala24
U1_C01_Fonética e fonologia do inglês.indd 24 10/09/2017 10:21:24
Conteúdo:
 
 
DICA DO PROFESSOR
Neste vídeo, de forma resumida, você receberá mais detalhes sobre a fonação, processo através 
do qual se diferenciam os segmentos surdos e sonoros. Você vai poder verificar vários exemplos 
de pares mínimos diferenciados apenas em função da sonoridade dos seus segmentos iniciais. 
Preste atenção nos exemplos, ouça-os e repita-os caso julgue necessário.
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EXERCÍCIOS
1) Escolha a alternativa correta: 
A) A fala com acento estrangeiro deve ser erradicada, pois acarreta problemas de 
inteligibilidade na fala.
B) Quando se estuda a Fonética e a Fonologia do inglês, é preciso estudar ou o dialeto Norte-
Americano ou o dialeto Britânico.
C) O foco do estudo da Fonética e da Fonologia do inglês é a percepção das variedades 
nativas da língua.
D) O estudo de Fonética e Fonologia do inglês é importante para que os alunos possam soar 
como falantes nativos dessa língua.
E) O estudo da Fonética e da Fonologia do inglês inclui, não somente a produção por parte 
dos nativos, mas também as dificuldades de aprendizes de inglês de diferentes 
nacionalidades.
Considerando que sons e letras não são a mesma coisa, quantos sons têm as palavras 2) 
have, brought, chip e thank, respectivamente? 
A) 4, 7, 4, 5.
B) 4, 3, 4, 4.
C) 3, 3, 3, 4.
D) 3, 4, 3, 4.
E) 3, 4, 4, 4.
3) Qual alternativa apresenta as três sequências corretas? 
A) A one-week course – a young boy – a university.
B) An one-week course – a young boy – a university.
C) A one-week course – an young boy – a university.
D) A one-week course - a young boy - an university.
E) An one-week course - an young boy - an university.
4) Em qual das alternativas os sons consonantais iniciais de todas as palavras são 
surdos? 
A) Tank, those, pat, kill.
B) Nose, limb, rat, watch.
C) Think, them, thought, thumb.
D) Knife, pneumonia, cart, physics.
E) Chair, case, tear, kill.
5) Em qual das alternativas todos os fonemas /p/ devem ser aspirados? 
A) Computation, computer, rapidity.
B) Rapid, rapidity, report.
C) Computer, rapidity, report.
D) Computation, rapidity, report.
E) Computer, rapid, report.
NA PRÁTICA
A definição de segmentos surdos (sem vibração de pregas vocais) e sonoros (com vibração) é 
bastante simples. Entretanto, ensinar esta diferença com exemplos do inglês é uma tarefa 
desafiadora. Aqui, você vai ver um passo-a-passo de como ensinar esta diferença.
 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Phonemes and Allophones
Para revisar os conceitos de Fonema e Alofone, veja este vídeo, que deixará ainda mais clara a 
diferença entre as áreas da Fonética e da Fonologia.
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Speech-Language Pathology: The Vocal Cords in Action
Nesta Unidade, você estudou a ação das pregas vocais. Mas você já as viu em ação? Neste 
vídeo, você poderá ver as pregas vocais vibrando, na produção da fala!
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A comparison of English and Spanish /b/ e /p/
Na página do Professor Peter Ladefoged, você poderá ouvir produções das plosivas iniciais em 
Inglês e em Espanhol. Note que, em Inglês, as plosivas surdas são produzidas com aspiração. 
Em Espanhol, assim como em Português, as plosivas iniciais surdas não são aspiradas. Ouça e 
repita as produções em Inglês!
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Voiced and Voiceless Consonants
Leia este texto, que lhe ajudará a revisar a diferença entre consoantes surdas e sonoras. Após 
isso, assista ao vídeo, que vai lhe ajudar a entender a diferença entre os artigos 'a' e 'an', que 
você estudou nesta unidade.
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