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Fonética e Fonologia da Língua Inglesa

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2017
Fonética e Fonologia 
da língua inglesa
Profa Carla Fernanda Nolli
Copyright © UNIASSELVI 2017
Elaboração:
Profª Carla Fernanda Nolli
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
421
N796f
 Nolli; Carla Fernanda
 Fonética e fonologia em língua inglesa / Carla Fernanda Nolli: 
UNIASSELVI, 2017.
 
 167 p. : il.
 
 ISBN 978-85-515-0068-2
 
 1.Língua Inglesa – Fonologia.
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
Impresso por:
III
apresentação
Você sabia que Fonética e Fonologia em língua inglesa é uma disciplina 
de extrema importância para um futuro professor de língua inglesa? Isso se 
deve ao fato de o professor entender as diferentes nuances dos sons da língua 
para poder ajudar seus futuros alunos a pronunciar corretamente as palavras 
na língua inglesa.
A Fonética e a Fonologia são estudos muito importantes dentro dos 
estudos da Linguística e têm como principal objetivo estudar os sons da 
fala humana e identificar como esses sons são produzidos. No entanto, a 
fonética não se refere a qualquer tipo de som, assim como o som de uma porta 
batendo. A fonética lida especificamente com os sons da linguagem humana 
falada. Acredita-se que os animais utilizam sons como latidos, no caso de 
um cachorro, para se comunicar. Contudo, nós, seres humanos, somos os 
únicos animais que utilizam a fala para a comunicação, e por isso o estudo da 
fala é tão importante. A fonética se assemelha muito à fonologia, por isso a 
diferença parece tão difícil de entender.
Você deve estar se perguntando: qual é a diferença de fonética e 
fonologia? 
A diferença é que a fonética se preocupa em como os sons são 
produzidos, transmitidos e ouvidos pelo ser humano, enquanto a fonologia se 
preocupa em como os sons se relacionam entre si em uma língua. Em outras 
palavras, a fonética lida com os sons em si. A parte mais complicada, que são 
as regras e o sistema fonético, é estudada através da fonologia. Toda língua 
tem um sistema de regras de som, nem sempre explícitas, mas elas existem, 
ou seja, isso é o que a fonologia estuda (ROACH, 2009).
Veja um exemplo para entender melhor a diferença. Pense na palavra 
ERRO nas duas frases abaixo:
1. Eu ERRO frequentemente.
2. O ERRO é uma oportunidade de aprender.
Perceba como o som do fonema “e” da palavra ERRO fica diferente 
nas duas frases. Na primeira, como verbo, o som do “e” se assemelha ao 
som (é). Falaríamos assim: “Eu érro frequentemente”. Veja agora a diferença 
do fonema “e” na palavra ERRO na segunda frase, visto como substantivo: 
Falaríamos esta frase assim: “o êrro é uma oportunidade de aprender”, na 
qual o som se assemelha ao (ê). Esses dois fonemas diferenciam as duas 
palavras. Isso é fonética, o estudo dos diferentes sons da língua.
IV
Sabemos que existem diferenças em palavras, tanto na sua escrita 
quanto em sua fala, pois a mesma escrita pode corresponder a vários sons. 
Por exemplo, as palavras em inglês escritas com “ough”. O som de ough pode 
ser diferente, dependendo de cada palavra. Por exemplo: through, although 
e bought, apesar de terem a mesma escrita, as palavras são pronunciadas de 
formas totalmente diferentes. A diferença da pronúncia depende muito de 
algumas regras de sons das palavras. Essas regras são feitas pela fonologia, 
que estuda o sistema de som e suas regras. 
Utilizaremos as palavras fonema e grafema neste caderno. Você sabe o 
que estas palavras significam? Veja a explicação:
Fonema é a menor unidade sonora de um sistema fonológico de uma 
língua, é o elemento fônico mínimo deste sistema munido de valor distinto. 
Grafema é um conceito linguístico da representação de uma unidade 
de determinado sistema de escrita, podendo – com determinadas diferenças 
– ser sinônimo de letra. 
Em várias palavras, o fonema corresponderá a um grafema. No 
entanto, é importante lembrar que o fonema é a representação sonora, 
enquanto o grafema é a representação gráfica. Em alguns casos, a mesma letra 
pode significar mais do que um fonema, de modo que nem sempre o número 
de letras é igual ao número de fonemas. Por exemplo, na linguagem oral, as 
palavras “manto” e “canto” se diferem somente pelos fonemas “m” e “c”. 
Neste exemplo, manto (m-ã-t-o) e canto (c-ã-t-o), devido à nasalização das 
vogais, cada palavra possui cinco grafemas e apenas quatro fonemas.
Você já deve ter percebido que a fonética e a fonologia estudam o som 
das palavras e não a sua grafia. Para você ter uma ideia, no inglês, temos 20 
(vinte) sons diferentes só de vogais, mas a grafia de apenas 6 (seis) = (a, e, i, o, 
u, y). Isso também acontece na língua portuguesa.
Para transcrevermos a pronúncia (ou sons) de uma palavra, precisamos 
utilizar o International Phonetic Alphabet (IPA), o Alfabeto de Fonética Internacional, 
criado para fazer a transcrição dos sons de uma palavra. Assim, as transcrições 
fonéticas serão mostradas neste caderno sempre entre barras invertidas, por 
exemplo, /pli:z/ para diferenciarmos o som da grafia da palavra “please”.
Nesta disciplina estudaremos todos os aspectos da fonética e fonologia. 
Estudaremos brevemente a história de como os sons da língua inglesa 
mudaram durante os anos e como isso quase resultou no desaparecimento 
dos estudos da fonética. Aprenderemos também o que é e como funciona o 
aparelho fonador. 
Analisaremos também algumas regras de pronúncia e como podemos 
ensinar nossos futuros alunos a pronunciar melhor as palavras em inglês. 
Você ensinará seus futuros alunos a entenderem os símbolos fonéticos quando 
utilizarem um dicionário. 
V
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades 
em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o 
material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato 
mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação 
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir 
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
Bem-vindo à disciplina de Fonética e Fonologia. Ao final deste caderno, 
você poderá entender o que o símbolo fonético abaixo quer dizer sem nem 
consultar o dicionário ou o alfabeto fonético!
Bons estudos!
fəˈnɛtɪks ænd fəˈnɑləˌʤi ɪn ˈɪŋglɪʃ
Profª Carla Fernanda Nolli
FONTE: Disponível em: <http://seven-e.com/tag/aparelho-fonador/>. 
 Acesso em: 28 jan. 2017.
UNI
VI
VII
UNIDADE 1 - CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E A DIFERENÇA ENTRE 
 FONÉTICA E FONOLOGIA ...................................................................................... 1
TÓPICO 1 - ESTUDOS DE FONÉTICA E FONOLOGIA ............................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................3
2 DIFERENÇA ENTRE FONÉTICA E FONOLOGIA ...................................................................... 3
3 BREVE HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA ................................................................................. 5
 3.1 COMO OCORRERAM AS MUDANÇAS LINGUÍSTICAS? .................................................... 7
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 10
RESUMO DE TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 16
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 17
TÓPICO 2 - O APARELHO FONADOR E O ALFABETO FONÉTICO (IPA) ............................. 19
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 19
2 O APARELHO FONADOR ................................................................................................................ 19
3 LUGAR DA ARTICULAÇÃO DO SOM ......................................................................................... 23
4 MODO DE ARTICULAÇÃO DO SOM .......................................................................................... 24
5 O ALFABETO FONÉTICO (IPA) ....................................................................................................... 25
6 VOZEAMENTO: CONSOANTES VOZEADAS E DESVOZEADAS ....................................... 32
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 40
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 41
TÓPICO 3 - SONS DIFERENCIADOS ............................................................................................... 43
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 43
2 SILENT LETTERS / LETRAS NÃO PRONUNCIADOS .............................................................. 43
3 PALAVRAS HOMÓFONAS E HOMÓGRAFAS ........................................................................... 46
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 49
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 53
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 54
UNIDADE 2 - CONHECENDO MELHOR OS SONS ..................................................................... 57
TÓPICO 1 - ESTUDO DAS VOGAIS E DITONGOS ..................................................................... 59
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 59
2 AS VOGAIS .......................................................................................................................................... 59
 2.1 CONHECENDO O SOM DO “SCHWA” /ə/ ou /ər/ .................................................................. 64
 2.2 DIFERENÇAS NOS SONS DAS VOGAIS /i:/ e /ɪ/ ..................................................................... 66
 2.3 DIFERENÇAS NOS SONS DAS VOGAIS /æ/ e /ɛ/ .................................................................... 69
 2.4 DIFERENÇAS NOS SONS DAS VOGAIS /ʊ/ e /ʊ:/ ................................................................... 72
 2.5 DIFERENÇAS NOS SONS DAS VOGAIS /ɑ/ e /ɔ/ .................................................................... 73
 2.6 DIFERENÇAS NOS SONS DAS VOGAIS /ʌ/ e /ɜr/ ................................................................... 76
3 DITONGOS .......................................................................................................................................... 78
sumário
VIII
 3.1 DIFERENÇAS NOS SONS DOS DITONGOS /eɪ/; /oʊ/ e /ɔɪ/ ................................................... 80
 3.2 DIFERENÇAS NOS SONS DOS DITONGOS /aɪ/ e /aʊ/ ........................................................... 80
 3.3 DIFERENÇAS NOS SONS DOS DITONGOS /iə/ ou /eə/ e /ʊə/ .............................................. 80
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 82
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 83
TÓPICO 2 - ESTUDO DAS CONSOANTES ..................................................................................... 87
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 87
2 SOM DE /θ/ e /ð/ .................................................................................................................................. 89
3 SONS NASAIS: /m/, /n/ e /ŋ/ ............................................................................................................. 90
4 SOM DE /r/ e /h/ ................................................................................................................................... 93
5 SOM /l/ ................................................................................................................................................... 96
6 SONS COM PARADAS BRUSCAS: /p/ e /b/, /t/ e /d/, /k/ e /g/ .................................................... 97
7 SOM DE /ʃ/ e /ʧ/, /ʒ/ e /ʤ/, /f/ e /v/ ..................................................................................................... 100
8 SOM DE /s/ e /z/ .................................................................................................................................... 102
9 SOM DE GLIDES /w/ e /j/ .................................................................................................................. 105
10 SOM DAS PALAVRAS TERMINADAS EM S ............................................................................ 108
11 SOM DAS PALAVRAS TERMINADAS EM ED ......................................................................... 110
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 114
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 115
UNIDADE 3 - ESTUDO DA FONOLOGIA ...................................................................................... 117
TÓPICO 1 - SÍLABA TÔNICA, RITMO ............................................................................................ 119
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 119
2 SÍLABAS ................................................................................................................................................ 119
3 SÍLABAS TÔNICAS ........................................................................................................................... 127
 3.1 ACENTUAÇÃO TÔNICA EM SUBSTANTIVOS E ADJETIVOS ............................................ 131
 3.2 ACENTUAÇÃO TÔNICA EM VERBOS ..................................................................................... 133
 3.3 ACENTUAÇÃO TÔNICA EM PALAVRAS COMPOSTAS ...................................................... 134
 3.4 ACENTUAÇÃO TÔNICA DE AFIXOS .......................................................................................136
4 RITMO NAS FRASES (ÊNFASE) ..................................................................................................... 140
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 143
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 144
TÓPICO 2 - ENTONAÇÃO, ELISÃO E LIGAÇÃO DAS PALAVRAS ........................................ 147
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 147
2 ENTONAÇÃO DAS PALAVRAS ..................................................................................................... 147
 2.1 ENTONAÇÃO ASCENDENTE – DESCENDENTE (RISING-FALLING) .............................. 149
 2.2 ENTONAÇÃO ASCENDENTE (RISING) ................................................................................... 151
 2.3 ENTONAÇÃO NA POSIÇÃO NÃO FINAL DE FRASE .......................................................... 152
3 ELISÃO E LIGAÇÃO DAS PALAVRAS ......................................................................................... 155
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 158
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 161
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 162
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 165
1
UNIDADE 1
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA 
E A DIFERENÇA ENTRE FONÉTICA E 
FONOLOGIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
• diferenciar melhor fonética e fonologia;
• entender como funciona o aparelho fonador;
• perceber onde e como os sons são pronunciados em nosso organismo;
• reconhecer a transcrição fonética das palavras utilizando o alfabeto 
fonético internacional;
• entender a pronúncia das palavras, apenas considerando para a transcrição 
fonética;
• perceber as letras não pronunciadas nas palavras, chamadas de silent 
letters;
• diferenciar a escrita de uma palavra e seu som;
• diferenciar palavras homógrafas e homófonas.
Esta unidade está dividida em três tópicos. Ao final de cada um deles você 
encontrará atividades que auxiliarão no seu aprendizado.
TÓPICO 1 – ESTUDOS DE FONÉTICA E FONOLOGIA 
TÓPICO 2 – O APARELHO FONADOR E O ALFABETO FONÉTICO (IPA) 
TÓPICO 3 – SONS DIFERENCIADOS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
ESTUDOS DE FONÉTICA E FONOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos as diferenças entre fonética e fonologia através 
de exemplos práticos. Veremos também um pouco sobre como mudanças na língua 
inglesa fizeram com que os sons se modificassem e como a Fonética e a Fonologia 
evoluíram para transformar os estudos da Linguística.
2 DIFERENÇA ENTRE FONÉTICA E FONOLOGIA 
A língua é uma das características mais importantes do comportamento 
humano e sempre foi fruto de estudos no mundo acadêmico. Com o passar dos 
anos e com a tão famosa “globalização”, os estudos da língua não estão mais 
restritos somente ao inglês britânico ou americano. Hoje, todo o mundo fala inglês 
como segunda língua. Portanto, você encontrará diferentes pessoas com diferentes 
sotaques falando inglês, por exemplo, japoneses, irlandeses, espanhóis. Todos eles 
têm um sotaque característico da sua língua materna. Por isso, é tão importante 
saber conhecer os diferentes sotaques. Com o estudo da fonologia, você poderá 
reconhecer um sotaque mais facilmente.
Você se recorda qual é a diferença entre fonética e fonologia?
Vamos rever: a Fonética e a Fonologia fazem parte da área de Linguística 
Descritiva, disciplina que estuda as línguas em termos estruturais. A linguística é 
o estudo da linguagem como ela é estruturada e como ela funciona. Existem vários 
ramos da linguística que recebem seu próprio nome, como fonologia e fonética, 
morfologia, sintaxe, análise do discurso, semântica e sociolinguística (PRATOR, 
1957).
 
Fonética e Fonologia são os dois ramos da Linguística que estudam os sons 
da fala humana. Com o interesse atual em entender melhor as línguas faladas 
no mundo, houve uma mudança fundamental em como se ensina uma língua. 
Antigamente se ensinava apenas o inglês americano e britânico e o objetivo do 
professor era o de fazer o aluno se parecer com um nativo. Hoje, já é comum vermos 
livros didáticos com listening (atividades auditivas) usando o “inglês global”, ou 
seja, falado por chineses, japoneses, irlandeses e brasileiros como uma segunda 
língua, ou seja, nunca foi tão interessante estudar inglês, mas está mais difícil 
de entender o inglês falado por tantos sotaques diferentes. Por isso, temos que 
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E A DIFERENÇA ENTRE FONÉTICA E FONOLOGIA
4
ouvir mais exemplos de inglês, como em séries, filmes e músicas. Quanto maior a 
exposição do listening, mais entendimento teremos.
De acordo com Santos (2017), pode-se dizer que Fonética e Fonologia 
são estudos interligados, mas interdependentes dos sons produzidos pela fala 
humana. A diferença é que o estudo da fonética se dedica a estudar os sons da 
fala como entidades isoladas (aparelho fonador) e com os aspectos físicos dos 
fonemas (unidade mínima do som), enquanto a fonologia estuda as diferenças 
fônicas internacionais, ou seja, as diferenças e traços distintos e contrastivos dos 
fonemas, estabelecendo a relação entre esses elementos e as condições em que se 
combinam para formar morfemas, palavras e frases, ou seja, enquanto a Fonética 
preocupa-se com a natureza física da produção e da percepção dos sons da fala, 
a Fonologia concentra-se na maneira como os sons se organizam dentro de uma 
língua, classificando-os em unidades capazes de distinguir significados.
Você sabia que para produzir um som todos nós temos que utilizar o aparelho 
fonador? E você sabia que todos nós somos equipados com esse aparelho? Ele é composto 
pelos órgãos: pulmões; cordas vocais, glote (laringe) e traqueia, responsável pela fonação 
humana.
A maior dificuldade encontrada pelos alunos hoje é a oralidade, pois eles 
têm dificuldades em reconhecer o som de uma palavra nova, e nem sempre a grafia 
da palavra ajuda. Temos exemplos em inglês de palavras com a mesma escrita, mas 
com sons diferentes. Por exemplo, com as palavras escritas com “ough”, como em 
through /u:/, although /əu/, bought /bɔt/, cough /cɔf/ etc. Todas têm sons diferentes, 
apesar de ter a mesma grafia “ough”. Observamos então que as vogais ou o mesmo 
grafema (letra) não correspondem sempre ao mesmo fonema (som), isto é, não têm 
sempre a mesma pronúncia, o que os tornam diferentes da escrita. 
Por este motivo, no momento em que o estudante está envolvido em uma 
conversa, o contexto será importante para o entendimento de uma nova palavra, 
mas, para um nativo, se o estudante pronunciar uma palavra errada, ela perde todo 
o sentido e a comunicação pode falhar. É mais difícil para um nativo entender o que 
um estudante quer dizer, porque, às vezes, o estudante coloca uma sílaba a mais 
na pronúncia e acaba por inventar uma palavra nova, não reconhecida pelo nativo. 
Por exemplo, em algumas regiões do Brasil é comum o estudante pronunciar com 
um alongamento o final das palavras, ou ele pronuncia o “e” do final das palavras 
em inglês, observe, na frase “I live in Brazil” (pronunciado corretamente como /
liv/) o nativo entenderia, sem problemas, mas alguns brasileiros falam (livê) e para 
os ouvidos nativos é uma palavra totalmente diferente, portanto, ele teria mais 
dificuldades em compreender.
NOTA
TÓPICO 1 | ESTUDOS DE FONÉTICA E FONOLOGIA
5Com isso, vemos a importância de entendermos a pronúncia correta das 
palavras. Não somente a pronúncia é importante, mas também a maneira como a 
pronunciamos, ou seja, a entonação, o ritmo, o sotaque, entre outros aspectos que 
veremos com detalhes nos próximos capítulos.
3 BREVE HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA 
A história do inglês está ligada aos fatos históricos que permeiam a formação 
da Europa, e que ajudaram a formar os conceitos de cultura, economia, política e 
língua de cada país deste continente. Para o inglês ser a língua que é atualmente, 
muitas coisas aconteceram. O inglês de hoje é resultado de uma miscigenação de 
línguas, dialetos e culturas de muitas nações ao longo da história.
Tudo começa por volta de 700 a.C., quando o povo celta se estabelece na 
Europa. Em torno de 50 a.C., começa a invasão do Império Romano. Depois de 100 
anos, houve o enfraquecimento do poder dos romanos, e o povo celta remanescente 
na região, mas os anglo-saxões invadem essas terras e, com isso, a miscigenação, já 
existente na língua, é aumentada.
Depois, o cristianismo começa a ter importante ascensão e inicia a 
propagação de sua doutrina por toda a Europa. Isso faz com que o pouco que 
restava da cultura celta seja praticamente engolido pelos preceitos cristãos e, até 
mesmo, demonizado pela Igreja Católica. Com isso, a língua começa a sofrer 
influências do latim utilizado por Roma. 
FONTE: Disponível em: <http://www.culturainglesacuritiba.com.br/historia-lingua-inglesa/>. 
Acesso em: 2 fev. 2017.
Neste tópico, vamos entender os motivos pelos quais uma língua muda. 
Já vimos acima que uma língua pode mudar por várias razões. Primeiro, ela 
muda porque as necessidades de seus falantes mudam. Novas tecnologias, 
novos produtos e novas experiências exigem novas palavras para se referir a 
eles de forma clara e eficiente. Fax, cable TV, celular phone são palavras que foram 
adicionadas em todas as línguas desde que seu uso ficou em evidência. Podemos 
ver essas mudanças também na língua portuguesa. Começamos em português a 
usar a palavra “deletar” por causa da tecla delete do computador. Antes, usávamos 
“apagar”, não é mesmo?
Outra razão para a mudança é que as pessoas tiveram experiências 
diferentes de linguagem. Todos nós sabemos um conjunto de palavras e 
construções diferentes, dependendo da nossa idade, emprego, nível de educação, 
região e outros fatores. Nós ouvimos e utilizamos essas novas palavras e frases, 
fazendo assim com que elas se combinem para fazer algo novo e diferente do modo 
particular de falar de outra pessoa. Ao mesmo tempo, vários grupos da sociedade 
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E A DIFERENÇA ENTRE FONÉTICA E FONOLOGIA
6
usam a linguagem como forma de marcar sua identidade de grupo e deixar claro 
quem não faz parte daquele grupo. É assim que uma língua vive, assim criam-se 
as gírias e figuras de linguagem (SCHÜTZ, 2013). 
 
De acordo com Birner (2012), recebemos palavras novas de muitos 
lugares diferentes. Podemos fazer várias coisas com as novas palavras. Pegamos 
emprestados os vocábulos de outras línguas, por exemplo, sushi, que já utilizamos 
no português. Também podemos criar novas palavras encurtando palavras mais 
longas, por exemplo, gym de gymnasium, ou combinando palavras, por exemplo, 
brunch, que é uma forma de fazer um breakfast mais tarde próximo ao lunch 
(almoço). Às vezes, até mesmo criar uma nova palavra por estar errado sobre a 
análise de uma palavra existente, como a forma como a palavra pea (ervilha) foi 
criada (pease era uma forma plural, então pea ficou como sendo o singular e assim 
nasceu a palavra pea). 
A ordem das palavras também muda de língua para língua, embora 
esse processo seja muito mais lento. Conforme Birner (2012), a antiga ordem de 
palavras em inglês era muito mais "livre" do que a do inglês moderno, e mesmo 
comparando o inglês moderno precoce da Bíblia King James com o inglês de hoje, 
verifica-se diferenças na ordem das palavras. Por exemplo, a Bíblia King James 
traduz Mateus 6:28 como: "Consider the lilies of the field, how they grow; they toil 
not”. (Considere os lírios do campo, como eles crescem, eles trabalham não). Em 
uma tradução mais recente, a última frase é traduzida como "eles não trabalham", 
porque o inglês já não coloca “não” depois do verbo em uma frase (BIRNER, 2012).
Assim como os vocábulos e a gramática, os sons de uma língua também 
mudaram ao longo do tempo (NORDQUIST, 2016). Cerca de 500 anos atrás, a 
palavra “geese” (ganso) rimaria com “face” (rosto) e “mice” (ratos) rimaria com 
peace. Entretanto, a Grande Mudança Vocálica (Great Vowel Shift) ocorreu, 
representando uma transformação na pronúncia da língua inglesa ocorrida no sul 
da Inglaterra entre 1200 e 1600. Nesta época, o inglês começou a sofrer uma grande 
mudança no modo como suas vogais foram pronunciadas. 
Para ver as mudanças nas vogais que aconteceram com a “Great Vowel Shift”, 
acesse o site: <https://www.thoughtco.com/great-vowel-shift-gvs-1690825>. Acesso em: 10 
dez. 2016.
DICAS
TÓPICO 1 | ESTUDOS DE FONÉTICA E FONOLOGIA
7
3.1 COMO OCORRERAM AS MUDANÇAS LINGUÍSTICAS?
Temos que voltar um pouco na história da formação da língua inglesa 
para entender como os sons ficaram diferentes da escrita. De acordo Prator (1957), 
houve três momentos importantes nas mudanças fonéticas da língua inglesa: o 
inglês antigo ou anglo-saxão (entre o ano 449 e o 106 ou 1066); o inglês médio 
(entre os anos 1066 ou 1100 até o 1500); e o moderno, com duas etapas: a clássica 
(desde 1500 até o 1660) e a contemporânea (desde o ano de 1660 até nossos dias). 
Vamos conhecer um pouco destas etapas: 
a) Inglês antigo (Old English)
De acordo com o site BBC (2014), no artigo “Anglo-Saxons: Who were they?”, 
o inglês antigo, também conhecido como anglo-saxão, foi uma forma primitiva da 
língua inglesa, falada entre meados do século V e meados do século XII. O que se 
tinha não era uma única língua, mas um conjunto de diferentes dialetos. Os últimos 
soldados romanos deixaram a Grã-Bretanha em 410 AD, e então, novos povos 
vieram nos navios através do Mar do Norte. Os historiadores chamam estes povos 
de anglo-saxões. Os novos colonizadores eram uma mistura de povos do norte da 
Alemanha, Dinamarca e Holanda do Norte. A língua que foi se configurando como 
idioma nacional sofreu influência do latim em um período de aproximadamente 
700 anos, das migrações anglo-saxãs que criaram a Inglaterra no século V até um 
momento posterior à invasão da Normandia na Inglaterra, em 1066. 
O alfabeto usado para escrever os textos no inglês antigo foi adotado do 
latim, que foi introduzido pelos missionários cristãos. Infelizmente, a ortografia 
foi nunca totalmente padronizada: o alfabeto, usado por monges escribas para 
soletrar palavras "foneticamente" de cada dialeto, foi feito de maneira diferente 
e inconsistentemente ao longo do tempo, devido à evolução dialetal e/ou 
diferenças de escribas (escriba, na antiguidade, era a pessoa encarregada por 
escrever textos). Era uma língua flexível porque seu vocabulário era limitado e, 
por isso, tomou vários empréstimos das línguas com as quais se relacionava. As 
invasões vikings no século VIII também contribuíram para uma série de palavras 
relacionadas com o mar e a navegação, e outras relativas à organização social, 
como “law”, “take”, “cut”, “both” e “are”, forma conjugada do verbo to be. 
FONTE: Disponível em: <http://reference.yourdictionary.com/dictionaries/old-english-
words-and-modern-meanings.html>. Acesso em: 10 dez. 2016.
Podemos ver exemplos de palavras usadas no inglês antigo nos livros de 
literatura. São alguns exemplos, conforme o Your Dictionary (1996-2017):
• Eald - que significa “old” (velho)
• Brodor - que significa “brother” (irmão)
• Hus - que significa “house” (casa)
• Nett - que significa “net” (rede)
• Riht - que significa “right” (certo)
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E A DIFERENÇA ENTRE FONÉTICA E FONOLOGIA
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b) Inglês médio (Middle English)
Data-seo período do inglês moderno a partir da conquista normanda em 
1066 até 1650. De acordo com Slocum e Lehmann (2017), durante o período do 
inglês médio, a Inglaterra era essencialmente uma cultura trilíngue: (1) francês era 
a língua da administração, cultura, da corte e na culinária; (2) o latim era a língua 
da igreja, educação e filosofia, e (3) inglês era a língua de expressão popular e 
reflexão pessoal.
 Gradualmente o inglês antigo se transformou em inglês médio, mas ainda 
a língua oficial de Inglaterra era o francês. De acordo com Santana (2016), em 
1399, o rei Henrique IV tornou-se o primeiro rei da Inglaterra desde a conquista 
normanda cuja língua materna era o inglês. No entanto, o inglês era ainda uma 
língua de baixo status, especialmente quando se tratava de escrever poesia e 
literatura. Durante o século 14, os italianos e franceses estavam experimentando 
uma explosão de criatividade, grandes poetas como Dante, Petrarca e Boccaccio 
estavam escrevendo de maneira inteiramente nova. Foi então que o escritor, filósofo 
e diplomata inglês Geoffrey Chaucer, considerado por muitos o pai da literatura 
inglesa, ficou famoso pela publicação da obra “Os contos da Cantuária”, onde 
ele usou a linguagem do homem da rua e transformou-a em uma série de obras-
primas. 
Conforme Schütz (2013), a conquista normanda em 1066 trouxe vários 
nobres e soldados que falavam francês para a Inglaterra, incorporando assim um 
novo vocabulário para a língua inglesa. Muitas das palavras francesas que entraram 
em inglês naquela época têm finais tais como – “íon” - ioun, - ment, - encen, - aunce, 
e -our. Grafias que incluem “ei”, “ey” e “oy” também indicam um empréstimo 
do francês. Classes mais abastadas da Normandia falavam francês e contribuíram 
para acrescentar aproximadamente novecentas palavras ao anglo-saxão, por 
exemplo, “baron” e “nobre”, termos que as classes populares desconheciam, 
mas que deviam usar em seu trato com os novos senhores. Schütz (2013) afirma 
que alguns nobres e o clero também aprendiam o inglês e introduziram palavras 
francesas relacionadas com o governo, a igreja, o exército e outras que se referiam 
às artes, ao ensino e à medicina. A língua dos anglos adquire prestígio no século 
XIV, surgem as universidades e se amplia uma próspera vida econômica. É a zona 
conhecida por Midland, cujo centro hoje é Londres. 
De acordo com Birner (2012), a transição do inglês médio ao 
moderno vem marcada por uma rigorosa evolução fonética na pronunciação 
das vogais, feito que ocorreu entre os séculos XV e XVI. O linguista 
dinamarquês Otto Jespersen denominou-o a grande mutação vocálica (The Vowel 
Shift), que alterou a articulação das vogais em relação com as posições dos lábios e 
a língua, que elevou em um grau. Isso fez com que mudassem de 20 para 18 vogais. 
A grafia permaneceu inalterada em consequência do aparecimento da imprensa. 
A mudança iniciou-se no século XV, quando todas as vogais longas (aquelas que 
são pronunciadas por mais tempo, por exemplo, o som de “i” da palavra me) se 
pronunciaram com um grau maior de elevação da língua e o fechamento da boca. 
TÓPICO 1 | ESTUDOS DE FONÉTICA E FONOLOGIA
9
Essa alteração foi a razão da mudança na pronúncia de forma diferente das vogais 
em relação às demais línguas europeias ocidentais. 
c) Inglês moderno
No começo desse período, iniciado em 1500, há um acréscimo do léxico 
tanto pela difusão do idioma como pelos empréstimos que recebe de outras 
línguas. Pouco depois são os viajantes e comerciantes que trazem novos termos 
à língua: por exemplo, do italiano tomam-se stanza e violin, e do português e do 
espanhol vêm as palavras alligator e sombrero.
De acordo com Tobias (2012), entre os séculos XVII e XVIII vemos as 
mudanças gramaticais mais importantes. Introduz-se o pronome its, que substitui 
ao genitivo his, única forma que empregam os tradutores da Bíblia (1611) do 
rei Jacobo I. A partir do emprego do particípio, como se fosse um nome, precedido 
da preposição on, surgem os tempos progressivos; pouco a pouco a preposição 
substitui-se e depois desaparece.
O desenvolvimento e a difusão da língua tiveram início no século XIX e, 
como toda língua “viva”, continua em desenvolvimento. Incorporaram-se ao inglês 
inúmeras palavras como consequência da expansão colonial britânica. Assim, 
são americanismos, canoe, raccoon, wigwam, chama, quinine e potato, entre outras 
muitas; africanismos, chimpanzee e zebra; procedem da Índia bandanna, curry e punch; 
e da Austrália, kangaroo e boomerang.
Para conhecer mais sobre a Batalha de Hastings, na conquista dos normandos 
contra a Inglaterra, onde a língua inglesa começou a se formar, veja os três episódios do 
documentário que a BBC gravou no YouTube: 
Episódio 1: The Normans 1 - Men from the North <https://www.youtube.com/
watch?v=R7SX3ulV_tk>. Acesso em: 10 fev. 2017.
Episódio 2: The Normans 2 – Conquest <https://www.youtube.com/watch?v=aZ0Ny0jTiGc>. 
Acesso em: 10 fev. 2017. 
Episódio 3: The Normans 3 - Normans of the South <https://www.youtube.com/
watch?v=SSnXsYdJ9uo>. Acesso em: 10 fev. 2017. 
Agora que você já sabe um pouco sobre a história de como a língua inglesa e 
seus diferentes sons evoluíram durante os anos, vamos estudar a fundo o aparelho 
fonador e o alfabeto fonético. Sabendo como ler o alfabeto fonético você poderá 
saber a pronúncia de qualquer palavra sem mesmo ouvi-la. 
lɛt´ɛs ˈstʌdi sʌm mɔr!
DICAS
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E A DIFERENÇA ENTRE FONÉTICA E FONOLOGIA
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LEITURA COMPLEMENTAR
FONÉTICA VERSUS FONOLOGIA?
Cláudia Regina Brescancini e Christina Abreu Gomes
A relação entre Fonética e Fonologia é capturada diferentemente nas 
diversas vertentes teóricas da Linguística, de modo que diferentes limites para 
esses, ao mesmo tempo, níveis e campos de estudo são estabelecidos. As diversas 
propostas podem ser sumarizadas em duas abordagens, a de uma separação nítida 
entre Fonética e Fonologia, e a de uma relação de entrelaçamento, que envolve 
continuidade e dependência. A primeira teve sua origem no Estruturalismo, 
na postulação dicotômica entre conhecimento linguístico abstrato (langue) 
e a manifestação desse conhecimento através da fala (parole). A organização 
do conhecimento sonoro ficaria circunscrita a unidades abstratas discretas e 
invariantes. Malmberg (1954, p. 169) tributa à Escola de Praga a separação nítida 
entre Fonética e Fonologia. Assim, Fonética e Fonologia são entendidas como 
duas dimensões independentes e que se desenvolveram, na medida do possível, 
independentemente, muito embora antecedam ao século XX, e à Linguística, 
estudos que focalizaram aspectos físicos dos sons linguísticos (VAGONES, 1980).
A segunda proposta, de incorporação da Fonética à Fonologia, baseia-se em 
diversas evidências de estudos psicolinguísticos de acesso lexical, processamento 
etc., que se desenvolveram a partir dos anos 80 nos estudos experimentais e na 
análise de grandes bancos, apontando para a importância do detalhe fonético no 
processamento, no acesso e memória de itens lexicais (FLEGE; HILLENBRAND, 
1996, PISONI, 1990; GOLDINGER, 1996, JONHSON, 1997), na aquisição (JUSCZYK, 
1997) e na diferenciação entre línguas (BRADLOW, 1995, KEATINGS, 1984). Bybee 
(2001) também atribui aos desenvolvimentos fora da Linguística a possibilidade 
de outra postulação sobre o conhecimento implícito do falante a respeito da 
organização sonora de sua língua e da própria natureza do conhecimento 
linguístico, como os estudos de Rosch (1973, 1978) sobre categorizaçxão natural, 
os quais mostraram que os seres humanos categorizam tanto entidades não 
linguísticas quanto entidades linguísticas através da comparação com um membro 
central e não em função de presença ou ausência de características.
O percurso da relação entre Fonética e Fonologia começa então no modelo 
estruturalista (fonêmica), segundo o qual a representação sonora abstrata da 
forma das palavras se baseia em segmentos com função distintiva com diferentes 
graus deespecificação (fonema ou arquifonema). As diferentes formas fonéticas 
são resultantes da possibilidade de os sons serem modificados pelo ambiente em 
que se encontram, dado ao caráter contínuo da fala. Assim, ao lado da diversidade 
dos sons como unidades físicas manifestas nas línguas humanas existe um 
conjunto menor de unidades sonoras cuja função é distinguir os itens lexicais da 
língua. Assim, o estabelecimento de fonemas implica em um determinado grau de 
abstração em relação aos sons reais.
TÓPICO 1 | ESTUDOS DE FONÉTICA E FONOLOGIA
11
A abordagem formalista que se desenvolveu a partir de Chomsky (1957) 
ratificou e redimensionou a perspectiva modular estabelecida no Estruturalismo. 
De uma maneira geral, do ponto de vista formal, a Fonética, em todos os seus 
aspectos gradientes, contínuos e redundantes, é derivada da interpretação e 
implementação de estruturas fonológicas, que por sua vez são interpretações de 
unidades mais abstratas. As diversas teorias desenvolvidas desde então procuram 
dar conta das unidades abstratas que melhor capturam a organização abstrata 
e como esta interface se estabelece, isto é, como informações sonoras abstratas 
como traços, sílabas etc., são instanciadas nos outputs produzidos pelos falantes. 
É tarefa da Fonologia dar conta das unidades básicas do contraste lexical, bem 
como das diversas estruturas e suas relações. A teoria que se seguiu à fonologia 
estrutural ficou conhecida como Fonologia Linear. A representação abstrata das 
informações sonoras dos itens lexicais foi traduzida na noção de traços distintivos, 
introduzida na Linguística pelos estruturalistas (JACKOBSON; FANT; HALLE, 
1952), inicialmente com ênfase em propriedades acústicas dos sons, e depois, 
no formalismo, contemplando majoritariamente características articulatórias. A 
representação da estrutura fonológica de uma palavra foi concebida como uma 
série de segmentos em sequência horizontal, cada um deles representado por uma 
coluna vertical de traços fonéticos não ordenados (CHOMSKY; HALLE, 1968). 
Os diversos outputs fonéticos eram gerados a partir de regras que especificavam 
mudanças nos valores dos traços, algumas obrigatórias e outras opcionais.
O modelo formulado por Chomsky e Halle não estabelecia limites para 
a formulação das abstrações e assim o alto grau de abstração das representações 
resultante foi questionado por Kiparsky (1973) e também nos modelos subsequentes 
da Fonologia Gerativa Natural (VENNEMANN, 1972, 1973; HOOPER, 1972, 
1976) e da Fonologia Natural (STAMPE, 1980). A crítica residia na formulação 
de hipóteses de representação abstrata sem referência na base fonética. Assim, 
as duas teorias subsequentes procuraram dar conta da relação entre formas 
abstratas e substância fonética de maneira que, para a Fonologia Gerativa Natural, 
a representação subjacente é igual à forma fonética de superfície, cabendo ao 
componente fonológico dar conta dos processos motivados foneticamente, 
tendo em sua formulação somente informação fonética (segmentos, fronteira de 
sílaba etc.) e processos definidos como não produtivos, isto é, que se relacionam 
a generalizações léxico semânticas, como as alternâncias morfofonológicas, 
capturados via regras, que contêm informação de traços morfológicos e lexicais 
em sua formulação. Já a Fonologia Natural de Stampe focalizou a naturalidade dos 
processos fonológicos, fazendo uma distinção entre processos, que se baseiam em 
aspectos inatos do funcionamento do aparelho fonador, e regras, que se relacionam 
às especificidades das línguas em seu desenvolvimento histórico.
À representação linear da estrutura fonológica da palavra, seguem-
se os chamados modelos não lineares, fundamentados na proposta de que os 
traços, libertos das matrizes, passam a ser representados em níveis autônomos, 
como autossegmentos (GOLDSMITH, 1979). Dentre as teorias que compõem a 
Fonologia Não Linear (Fonologia Autossegmental, Geometria de Traços, Teoria da 
Sílaba, Fonologia Métrica, Fonologia Prosódica, Fonologia Lexical, dentre outras), 
a Geometria de Traços (CLEMENTS; HUME, 1995) aproxima substancialmente 
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E A DIFERENÇA ENTRE FONÉTICA E FONOLOGIA
12
a teoria fonológica dos eventos de fala real ao considerar a organização interna 
do segmento através da adoção de uma representação em que as camadas 
autossegmentais estão arranjadas em uma estrutura hierárquica baseada em uma 
taxonomia de traços. A distância maior entre os níveis fonético e fonológico é 
verificada na Fonologia Lexical (KIPARSKY, 1982, 1985), que promove a integração 
entre regras fonológicas e morfológicas no componente lexical, central à gramática, 
e reserva ao componente pós-lexical a introdução de segmentos não contrastivos e 
a aplicação conjuntiva de regras.
A proposição alternativa à visão modular entre Fonética e Fonologia 
estabelece uma relação oposta, ou seja, não modular, entre esses campos, de 
maneira que a Fonética é trazida para dentro da gramática e as unidades abstratas 
definidas em função de uma base fonética. A Fonologia Articulatória ou Gestual 
(BROWMAN; GOLDSTEIN, 1992) propõe um modelo unificado que tem como 
base representacional o gesto, o qual corresponde a eventos articulatórios definidos 
espaço-temporalmente. Essa abordagem permitiu capturar o aspecto dinâmico e 
gradual de fenômenos definidos como categóricos como inserção, apagamento e 
assimilação, entendidos como instanciações de relações contínuas entre gestos, 
que podem ocorrer temporalmente.
A Fonologia de Uso (BYBEE, 2001; PIERREHUMBERT, 2003; MUNSON; 
EDWARDS; BECKMANN, 2005) propõe um modelo em que diversos níveis 
de abstração são estabelecidos. Os diferentes níveis de representação capturam 
desde aspectos fonético-finos (acústicos e articulatórios), prosódicos, assim como 
unidades mais abstratas que deem conta de unidades segmentais e suas relações 
fonotáticas, sílabas, moldes lexicais e relações morfofonológicas. Pierrehumbert 
(2000) defende uma base fonética para a fonologia, isto é, as entidades ou 
instâncias abstratas são emergentes de fatores articulatórios e perceptuais que, 
por sua vez, fornecem a base para os processos e restrições. Em outras palavras, 
os diferentes níveis de conhecimento implícito da estrutura sonora envolvem 
generalizações sobre diferentes tipos de eventos e entidades. O conhecimento do 
detalhe fonético, que inclui distribuições probabilísticas de parâmetros fonéticos, 
constitui generalizações sobre eventos de fala. Estudos sobre aquisição mostram 
a importância do domínio de esquema vocais motores (Vocal Motor Schemes) e 
sua relação com as primeiras palavras (VIHMAN; VELLEMAN, 2000; MCCUNE; 
VIHMAN, 2001). Por outro lado, o conhecimento implícito das restrições fonotáticas 
que permitem aos falantes adultos fazerem julgamentos de boa formação de novas 
palavras e que subjazem à adaptação de empréstimos constituem generalizações 
sobre as representações das palavras no léxico. Relações mais abstratas como as 
relações morfofonológicas entre as palavras são emergentes de relações entre as 
palavras organizadas em um léxico em redes. Enfim, nessa abordagem, uma escala 
de abstrações se estabelece a partir da fonética em direção à morfofonologia. Para 
Pierrehumbert, o desafio para a teoria linguística, e especificamente para a teoria 
fonológica, é acomodar tanto evidências que dão conta da importância do detalhe 
fonético quanto evidências que apontam para a importância de categorias mais 
abstratas em um construto teórico capaz de capturar detalhe fonético e abstração.
TÓPICO 1 | ESTUDOS DE FONÉTICA E FONOLOGIA
13
A representação do detalhe fonético é estabelecida de acordo com a 
formulação da Teoria de Exemplares proposta por Johnson (1997). De acordo 
com essa proposta, os exemplares são representações detalhadas abstraídas da 
experiência do falante em ouvir e produzir itens lexicais em diversos contextos 
linguísticos e de uso. Essas memórias são organizadas em um mapa cognitivo em 
quesão estabelecidas relações de proximidade entre as instâncias representadas 
em função de sua frequência de ocorrência. Instâncias com maior frequência de 
ocorrência estão mais próximas, ao passo que as menos frequentes estão mais 
distantes. Assim, a Fonologia de Uso postula que a representação do detalhe fonético 
se dá de acordo com a proposta da Teoria de Exemplares (PIEREHUMBERT, 2001). 
O pressuposto é o de que o detalhe fonético esteja representado, mas não se definiu 
ainda tanto quanto o detalhe do sinal acústico está representado, embora não haja 
uma limitação para a representação.
Esse modelo pressupõe a utilização de um vasto espaço de memória em 
contraposição à visão modular, que exclui o detalhe fonético das representações, e 
propõe representações livres de redundância e gradualidade, não onerando assim 
a memória. Silva e Gomes (2007) observam que, se de um lado a Fonologia de 
Uso, ou Modelos Multirrepresentacionais, propõem uma representação complexa 
e mapeamento mais simples, por outro lado, nos modelos formais, a representação 
é menos complexa, uma vez que contém somente informação relacionada com 
propriedades distintivas, mas o mapeamento é complexo. Em cada caso um tipo 
de memória é mais requerido, no primeiro, a memória declarativa, e, no último, a 
memória procedural.
O percurso das diferentes abordagens da relação entre Fonética e Fonologia 
precisa ser entendido de forma mais ampla em função da evolução do pensamento 
linguístico nas diversas definições do objeto da Linguística traduzido nas diferentes 
concepções de gramática. Essas questões envolvem o grau de autonomia da 
gramática, a relação entre gramática e uso, o papel do input.
O debate que tem se desenvolvido nas últimas duas décadas em torno 
dessa questão e o rico espectro de abordagens teóricas são tentativas de apreender 
a complexa relação entre a manifestação física, o sinal acústico, e o conhecimento 
implícito do falante. No final desta seção, como sugestão, indicamos um 
conjunto de trabalhos que abordam as perspectivas mencionadas ao longo desta 
apresentação. Ao apresentar artigos desenvolvidos em diferentes enfoques teóricos 
sobre a interface Fonética x Fonologia e/ou sua aplicação em diferentes ramos 
da Linguística, o presente volume temático da revista Letras de Hoje pretende, 
portanto, estimular esse debate, ainda nascente entre os linguistas brasileiros.
O dossiê inicia-se pela investigação do ditongo, tema dos quatro primeiros 
artigos. De autoria de Adelaide Hercília Pescatori Silva e intitulado Organização 
temporal de encontros vocálicos no Português Brasileiro e a relação entre Fonética 
e Fonologia, o primeiro artigo aborda, com base na Fonologia Gestual, a diferença 
entre ditongos e hiatos a partir da relação entre duração e acento, apontando para 
a relevância da organização temporal nas análises fonológicas, a partir da proposta 
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E A DIFERENÇA ENTRE FONÉTICA E FONOLOGIA
14
de uma análise fonológica que incorpore informação fonética fina. O segundo 
artigo, de Thais Cristófaro Silva e Ingrid Faria, Percursos de ditongos crescentes 
no Português Brasileiro, ao analisar as diversas possibilidades de produção da 
sequência de duas vogais finais em ditongos crescentes (hiato, ditongo, monotongo 
e apagamento de vogal), sugere, com base nos pressupostos dos Modelos 
Multirrepresentacionais, a emergência de consoantes diversas em posição final de 
palavra, caracterizada como um novo padrão fonológico na língua. Também sobre 
ditongos crescentes, o artigo seguinte, intitulado Ditongos crescentes: um conceito 
fonológico ou fonético? de Lurdes Ferreira, ao examinar a percepção de estudantes 
portugueses quanto ao ditongo crescente ou ao hiato a partir da realização da divisão 
silábica de vocábulos com vogal alta sujeita à semivocalização, oferece argumentos 
para a inexistência de glides no nível fonológico da língua portuguesa. O quarto 
artigo, A palavra como lócus de análise da variação fonético fonológica, de Carine 
Haupt, analisa, com base na Fonologia de Uso e Teoria dos Exemplares, o impacto 
da frequência de tipo e da frequência de ocorrência de vocábulos com ditongo 
decrescente terminado por glide coronal no processo variável de monotongação. 
O quinto e sexto artigos apresentam descrições do sistema sonoro de línguas na 
linha de Pike (1947). Em Descrição sonora da língua pomerana, Shirlei Conceição 
Barth Schaeffer considera a língua pomerana falada no município de Santa 
Leopoldina-ES e oferece seu inventário fonético, fonêmico e silábico. Em Descrição 
fonético fonológica do Kyikatêjê, Marília de Nazaré Ferreira Silva apresenta a 
descrição fonética, fonêmica e silábica da língua indígena falada no sudeste do 
Pará, com destaque para os aspectos comparáveis a outras línguas geneticamente 
aparentadas. O sétimo artigo, intitulado Respostas evocadas de incongruência a 
categorias na percepção da fala, de autoria de Daniel Márcio Rodrigues Silva e Rui 
RotheNeves, realiza uma revisão crítica sobre o papel de medidas da atividade 
neuronal relacionadas ao processamento perceptivo no córtex cerebral quanto à 
sensibilidade aos aspectos físicos dos sons fala e à categorização desses aspectos 
pelos falantes.
Os dois artigos que encerram o dossiê envolvem pesquisas na área de 
Aquisição. O artigo A influência grafo-fônico-fonológica na produção oral de 
multilíngues e o papel da proficiência: uma abordagem dinâmica, de Cintia Avila 
Blank e Márcia Cristina Zimmer, ao examinar, com base na Teoria dos Sistemas 
Dinâmicos, o papel da proficiência linguística e da características grafo-fônico 
fonológicas na produção de vogais orais por indivíduos multilíngues, falantes 
de português, espanhol e inglês, encontra indícios em favor da possibilidade de 
sincronia ou sintonia incompleta entre os osciladores envolvidos na produção da 
fala. Em O efeito da anterioridade e da altura na identificação das vogais médias 
altas e médias baixas do português brasileiro por falantes de espanhol, Juliana 
Andrade Feiden, Ubiratã Kickhöfel Alves e Ingrid Finger investigam, com base no 
Modelo Perceptual de Assimilação-L2, em conformidade com a Fonologia Gestual, 
os efeitos da altura e da anterioridade na percepção da distinção entre vogais 
médias do português brasileiro (L2) por falantes do espanhol.
A seção livre deste volume apresenta dois artigos e uma resenha. O artigo 
Caracterização acústica de vogais orais na fala infantil: o falar florianopolitano, de 
TÓPICO 1 | ESTUDOS DE FONÉTICA E FONOLOGIA
15
Lilian Elisa Minikel Brod e Izabel Christine Seara, focaliza as vogais orais tônicas 
do português brasileiro a partir de dados de crianças florianopolitanas com idade 
entre 10 e 11 anos, buscando descrevê-las a partir de parâmetros de duração relativa, 
F1 e F2, trazendo contribuições relativas à caracterização acústica das vogais em 
função da idade e do sexo das crianças analisadas. O segundo artigo, Investigando 
processos de solução de problemas e tomada de decisão no desempenho de 
tradutores profissionais durante tarefas de tradução direta e inversa, de Norma 
Barbosa de Lima Fonseca, aborda os processos cognitivos presentes na execução 
de uma tarefa de tradução relativos à tomada de decisão e solução de problemas 
dentro de uma abordagem psicolinguística a partir da gravação de oito tradutores 
profissionais durante a execução de quatro tarefas tradutórias e do monitoramento 
oferecido pelo software Translog, que registrou todos os pressionamentos de 
teclas realizados, e pelo rastreador ocular Tobbi T60, que gravou as sequências 
de ações realizadas pelos sujeitos. Os eventos gravados foram analisados pelos 
próprios sujeitos, que refletiram sobre seus próprios desempenhos. Esse conjunto 
diferenciado de ferramentas permitiu a investigação das pausas observadas durante 
o processo tradutório em que ocorrem os processos de solução de problemas e 
tomadas de solução. Os resultados trazem contribuição para analisar o papel da 
direcionalidadeda tradução (português↔inglês) no processo tradutório analisado 
em função da duração e natureza das pausas. Finalmente, Alessandra Baldo 
comenta o trabalho de Norbert Schmitt, Researching vocabulary – a vocabular 
research manual, publicado por Palgrave Macmillan em 2010, sobre pesquisa na 
área de estudos a respeito do léxico, que inclui desde questões centrais até aspectos 
da metodologia de pesquisa, principalmente no que diz respeito à aquisição de 
vocabulário em língua estrangeira.
Gostaríamos de agradecer a todos os pesquisadores que contribuíram para 
a elaboração deste volume. Boa leitura!
FONTE: Disponível em: <http://www.sk.com.br/sk-pron.html> Acesso em: 2 fev. 2017.
No próximo subtópico, veremos como os sons saem do nosso organismo, 
aprenderemos o que é o aparelho fonador e como ele funciona. Aprenderemos também a ler 
a descrição fonética de uma palavra, o que pode parecer a parte mais difícil e, no entanto, mais 
interessante da fonética. Para você ter um “gostinho” do que está para vir...
Você consegue entender o que a frase a seguir significa em inglês? 
kənˈtɪnju ˈstʌdiɪŋ hɑrd
Resposta no próximo capítulo.
ESTUDOS FU
TUROS
16
Neste tópico, você aprendeu:
• A língua é uma das características mais importantes do comportamento humano.
• Fonética e Fonologia são os dois ramos da Linguística que estudam os sons da 
fala humana.
• A história do inglês está ligada aos fatos históricos que permeiam a formação da 
Europa, e que ajudaram a formar os conceitos de cultura, economia, política e 
língua de cada país deste continente.
• A diferença entre fonética e fonologia.
• A diferença de morfema e grafema.
• A língua inglesa e seus diferentes sons evoluíram durante os anos.
• A história de como a língua inglesa se desenvolveu ao longo dos anos.
RESUMO DO TÓPICO 1
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1 (ENADE, 2014) Invitation to the Jenny Cheshire Lecture 2014
English in Paradise?: a new variety in the Pacific
Friday 13 June 2014 at 6.30pm
Maths Lecture Theatre, School of Mathematical Sciences, Mile End 
Campus The talk aims to provide a holistic sociohistorical, political as well 
as linguistic account of the process by which a new English emerges in a 
colonial environment. Taking the case of the Republic of Palau in Micronesia 
as an example, I will examine, first, the emergence of English in the context of 
the country’s complex colonial past. Second, I attempt to apply Schneider’s 
‘Dynamic Model’ of postcolonial English formation to this community. Palau 
provides an interesting and important testing ground for the model, because 
few communities in which English has emerged as a result of American as 
opposed to British colonialism have been examined to date. Finally, I present, 
based on analyses of recordings of informal conversations among Palauans, 
an initial portrait of the main linguistic characteristics of Paluan English, and 
assess the extent to which English is nativising in this small community.
If a foreign language teacher attends the lecture by David Britain, its 
subject might help him/her prepare a class about:
a) Language variation, dialects and “Englishes”.
b) Lexical similarities and differences between world Englishes.
c) Grammatical aspects of the English language used by non-native speakers.
d) Differences between American and British English variations around the 
world.
e) Dialects of the English language as a mother tongue and as a foreign 
language.
2 As habilidades de produção na língua inglesa, também conhecidas como 
habilidades ativas, são aquelas nas quais o falante precisa efetivamente 
produzir linguagem. São elas:
a) ( ) Speaking e listening
b) ( ) Writing e reading
c) ( ) Speaking e writing
d) ( ) Reading e listening
e) ( ) Listening e writing
AUTOATIVIDADE
18
19
TÓPICO 2
O APARELHO FONADOR E O ALFABETO 
FONÉTICO (IPA)
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Aprenderemos, neste tópico, como os sons são emitidos em nosso 
organismo. Você saberá diferenciar os lugares de articulação dos sons, ou seja, em 
que lugar da boca os sons são produzidos. Também poderá diferenciar os sons pelo 
modo como eles são produzidos. Você aprenderá o alfabeto fonético internacional 
(IPA), que serve para transcrever o som de uma palavra. Também estudaremos a 
diferença entre consoantes vozeadas e desvozeadas e praticaremos todo o novo 
conhecimento através de exercícios. Durante este tópico, você terá muitas dicas de 
estudos para aprimorar os seus conhecimentos.
2 O APARELHO FONADOR
O homem se diferencia de outros animais pelo fato de ter um mecanismo 
que faz com que ele emita sons e os transforme em palavras. Este mecanismo é 
chamado de aparelho fonador. Podemos afirmar que aprendemos a falar sem 
saber que este aparelho existe e até mesmo como ele funciona, mas percebemos 
que temos este aparelho quando pegamos um resfriado ou temos uma dor de 
garganta. Nestes casos, percebemos que nosso desempenho na fala muda tanto no 
volume e timbre de voz quanto na quantidade de fala, por conta da dificuldade em 
respirar. Veja na figura a seguir as articulações do aparelho fonador.
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E A DIFERENÇA ENTRE FONÉTICA E FONOLOGIA
20
FONTE: Disponível em: <http://itafono.blogspot.com.br/2013/01/fonetica-e-
fonologia.html>. Acesso em: 10 jan. 2017.
FIGURA 1 - O APARELHO FONADOR – AS ARTICULAÇÕES
A figura acima é frequentemente utilizada nos estudos da fonética. Ela 
representa a cabeça humana, vista de lado como se tivesse sido cortada pela 
metade. Você vai estudar com cuidado as articulações descritas nela. Para ter um 
conhecimento maior sobre o aparelho fonador, sugiro que você olhe sua boca em 
um espelho em um lugar bem iluminado, assim conseguirá aprender melhor.
Linguistas estudam em detalhes como o corpo humano produz os sons das 
palavras. É um campo de estudos bem vasto. Mas será que sabemos as maneiras 
como utilizamos os pulmões para respirar, como produzimos sons com vibrações 
na laringe e como usamos a boca, dentes e lábios para modificar os sons?
De acordo com Prator (1957), todos os sons que produzimos quando 
falamos são resultado dos músculos contraindo. Os músculos no peito que usamos 
para respirar produzem o fluxo de ar que é necessário para quase todos os sons de 
fala. Os músculos da laringe produzem muitas modificações diferentes no fluxo 
de ar do peito para a boca. Depois de passar pela laringe, o ar passa pelo que 
chamamos de trato vocal, que termina na boca e nas narinas. Chamamos a parte 
que compreende a boca de cavidade oral e a parte que leva ao nariz de cavidade 
nasal. Aqui o ar dos pulmões escapa para a atmosfera. 
Temos um conjunto grande e complexo de músculos que podem produzir 
mudanças na forma de produzir sons, e para aprender como os sons da fala são 
produzidos é necessário se familiarizar com as diferentes partes do trato vocal. 
Estas são as chamadas articulações, é aqui que começaremos nossos estudos sobre 
lugar e modo de articulação dos sons (PRATOR, 1957).
Vamos estudar o que cada articulação faz? 
TÓPICO 2 | O APARELHO FONADOR E O ALFABETO FONÉTICO (IPA)
21
1. A faringe é um tubo que começa logo acima da laringe. Tem cerca de 7 cm de 
comprimento nas mulheres e cerca de 8 cm nos homens, e na sua extremidade 
superior é dividido em dois, sendo um a parte de trás da cavidade oral e o outro 
sendo o início do caminho até a cavidade nasal. Se você olhar em seu espelho 
com a boca aberta, pode ver a parte de trás da faringe.
2. O palato mole ou úvula é visto no diagrama na posição que permite que o ar 
passe através do nariz e através da boca. Durante a fala, a úvula é levantada de 
modo que o ar não possa escapar através do nariz. Outra coisa importante sobre 
o palato mole é que é um dos articuladores que podem ser tocados pela língua. 
Quando fazemos o som /k/ e /g/, a língua entra em contato com o lado inferior 
do palato mole. 
3. O palato duro ou véu palatino é popularmente chamado de “céu da boca”. Você 
consegue sentir que ele é uma superfície suavemente curvadacom sua língua. 
A consoante feita com a língua próxima ao palato duro é chamada de palatal, 
assim como o som de /j/ da palavra “yes”.
4. O alvéolo pode ser encontrado entre os dentes frontais superiores e o palato 
duro. Você pode sentir sua forma com sua língua. Sua superfície é realmente 
muito mais áspera do que sente e é coberta com elevações. Você só pode ver o 
alvéolo se tiver um espelho pequeno o suficiente para entrar em sua boca, como 
os usados pelos dentistas. Os sons feitos com a língua tocando no alvéolo são /t, 
/d/ e /n/ e eles são chamados “alveolar”.
5. A língua é o articulador mais importante e pode ser movida em diferentes 
lugares e de formas diferentes. 
6. Os dentes (superiores e inferiores) são mostrados sempre nessas figuras na 
frente da boca e apenas atrás dos lábios, não dos lados. Sabemos que temos 
dentes na boca toda, mas a foto apenas mostra os dentes que importam para a 
produção da fala. A língua está em contato com os dentes superiores na maioria 
dos sons. Sons feitos com a língua tocando os dentes da frente são os θ (como 
em “thing”) e ð (como em “father”), chamados de dental.
7. Os lábios são importantes na fala. Eles podem ser juntados quando produzimos 
os sons de /p/ e /b/, podem ser colocados entre os dentes quando produzimos 
os sons de /f/ e /v/ ou podem ser arredondados para produzir o som de /u/. O 
som produzido quando os lábios estão em contato são chamados de bilabial, 
enquanto o som produzido quando os lábios tocam os dentes chama-se de 
labiodental.
Estas sete articulações descritas são as principais usadas na fala, mas temos 
outras ainda, assim como a laringe, a mandíbula e o nariz. Vários órgãos também 
estão envolvidos na produção de sons. Podemos dividir o aparelho fonador em 
três partes, de acordo com Roach (2009): 
• Respiratório: constituído pela traqueia, pulmões, brônquios e diafragma. 
Encontra-se na cavidade infraglotal, ou seja, parte inferior à glote (glote é o 
espaço livre entre as pregas vocálicas). Sua função principal é a respiração. 
• Articulatório: é constituído pela língua, faringe, nariz, lábios e dentes; são 
estruturas que se encontram na parte superior da glote. O sistema articulatório 
é responsável por várias funções primárias, principalmente ao ato de comer – 
morder, mastigar, sentir o paladar, cheirar, sugar e engolir.
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E A DIFERENÇA ENTRE FONÉTICA E FONOLOGIA
22
• Fonatório: constituído pela laringe. Na laringe encontramos músculos estriados 
que podem obstruir a passagem da corrente de ar – as cordas vocais, ou pregas 
vocálicas. A glote é o espaço decorrente da não obstrução dos músculos laríngeos. 
A função primária da laringe é atuar como válvula que obstrui a entrada de 
alimentos nos pulmões por meio do abaixamento da epiglote. 
A figura a seguir tenta esclarecer melhor como isso tudo funciona em nosso 
organismo.
FIGURA 2 - APARELHO FONADOR 
FONTE: Disponível em: <http://fonticaarticulatria.blogspot.com.br>. Acesso em: 10 fev. 2017.
Yavas e Blackwell (2016) afirmam que utilizamos principalmente o ar 
que está saindo de nossos pulmões (ar de transição) para falar. Na laringe, as 
cordas vocais produzem vibrações no ar de transição. O ar vibratório passa por 
outras cavidades que podem modificar o som que é finalmente articulado pelos 
articuladores passivos e ativos.
• articuladores passivos (imobilizados): são compostos pelo palato duro (que é o 
céu da boca), o rebordo alveolar e os dentes superiores;
• articuladores ativos (móveis): são a faringe, o velo (ou palato mole), a mandíbula 
e dentes inferiores, os lábios e, acima de tudo, a língua. 
Yavas e Blackwell (2016) ainda definem que a língua é um órgão tão 
importante e tão flexível que os linguistas identificam diferentes regiões da língua 
por nome, uma vez que estas estão associadas a sons particulares, mas não é o caso 
do nosso estudo.
TÓPICO 2 | O APARELHO FONADOR E O ALFABETO FONÉTICO (IPA)
23
De acordo com a fonética articulatória, os sons produzidos na linguagem 
humana são chamados fones ou segmentos. Esses sons podem ser divididos 
basicamente em três grupos: consoantes, vogais e semivogais (ou glides). Yavas e 
Blackwell (2016, p. 5) definem que:
As consoantes, ou segmentos consonantais, são sons 
produzidos com algum tipo de obstrução no trato vocal, de forma que 
há impedimento total ou parcial da passagem de ar. Esses sons são 
classificados de acordo com os seguintes critérios, que veremos a seguir:
1. lugar de articulação 
2. modo de articulação
3. vozeamento
Vamos estudar cada um deles!
3 LUGAR DA ARTICULAÇÃO DO SOM 
Yavas e Blackwell (2016, p. 6) esclarecem que o lugar de articulação de uma 
consoante é a descrição pelo lugar onde a obstrução consonantal ocorre no trato 
vocal de acordo com a posição da língua ou lábios. Uma definição bem sintetizada 
de alguns movimentos fonéticos que produzem os sons da fala: 
• Bilabial – os sons são produzidos com ambos os lábios juntos nos sons de /p/, 
/b/ e /m/, assim como em “pay” (pagar), “bay” (baia), “may” (poder).
• Labiodental – os sons são produzidos com os dentes superiores e lábios 
inferiores como em /v/ e /f/; como em “veal” (vitela) e “feel” (sentir).
• Interdental - os sons são produzidos com os dentes superiores e dentes 
inferiores como em /θ/ e /ð/; como em “thing” (coisa) e “father” (pai). Veremos 
estes símbolos com mais detalhes no Tópico 5.
• Alveolar – os sons são produzidos com a ponta da língua tocando na parte 
superior dos dentes como em /t/, /d/, /s/, /n/, /l/ e /z/. Assim como em “tip” 
(dica), “dip” (mergulhar), “sip” (gole), “zip” (fecho), “nip” (beliscar) e “lip” 
(lábio).
• Palatal alveolar – é produzido com uma parte da língua tocando no fundo dos 
alvéolos, como em /ʃ/, /ʒ/,/ʧ/ e /ʤ/, como em “fish” (peixe), “garage” (garagem) 
e “rich” (rico).
• Palatal – /j/ é o único som produzido com a língua perto do céu da boca, como 
em “yes”, “yellow”.
• Velar – os sons são produzidos com a língua próxima ao palato mole, também 
chamado velum, como em /k/, /g/ e /ŋ/ nas palavras “back” (atrás), “bag” (bolsa) 
e “sing” (cantar).
• Glotal – os sons são produzidos pelo ar passando ou parando nas cordas vocais, 
como em “home” (lar) produzindo o som de /h/.
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E A DIFERENÇA ENTRE FONÉTICA E FONOLOGIA
24
Leia cada palavra dada como exemplo acima nos lugares de articulações e sinta 
como os sons destas palavras saem do seu aparelho fonador. Articule bem as palavras!
4 MODO DE ARTICULAÇÃO DO SOM
O modo de articulação dos sons é o degrau e o tipo de obstrução de uma 
consoante no trato vocal. Por exemplo, se compararmos os primeiros sons das 
palavras “tip” e “sip”, vemos que o ar é obstruído na mesma área (alveolar), e em 
ambos os casos, /t/ e /s/, a configuração das cordas vocais é a mesma (desvozeado). 
A diferença entre os dois sons é no tipo de obstrução do fluxo do ar. Enquanto 
em /t/ nós paramos o ar completamente antes de liberar o som, em /s/ nós apenas 
obstruímos, mas não paramos o fluxo de ar. Em inglês, os sons são caracterizados 
da seguinte maneira: 
• Oclusivos – São sons que sofrem fechamento dos articuladores (como lábios, 
arcada dentária, língua, palato etc.) durante a passagem de ar. Estes sons são 
vistos em /p/, /b/, /t/, /d/, /k/, /g/.
• Fricativos – São sons feitos com uma pequena abertura entre os articuladores, 
permitindo que o ar escape com fricção audível, como em /θ/, /ð/, /f/,/v/, /s/, /z/, 
/ʃ/ e /ʒ. Assim como em “brother” (irmão), “frog” (sapo), “vet” (veterinário).
• Africados – Acontece quando à oclusão segue-se uma fricção. Os africados 
começam com paradas (fechamento completo) e terminam como as fricativas. 
Ambos /ʧ/ e /ʤ/ são produzidos no palato alveolar. Estes símbolos são usados 
nos sons das combinações de /t/ e /d/ com fricativos /ʃ/ e /ʒ/, respectivamente. 
São sons como em “church” (igreja) e “judge” (juiz).
• Nasais – São sons que, em sua pronúncia, o ar expirado ressoa na cavidade 
nasal por encontrarabaixados a úvula e o véu palatino. Encontrados em /m/, /n/ 
e /ɲ/. Se compararmos o som inicial de /b/ como em “beat/ e em /m/ como em 
“meat”, vemos que eles compartilham o mesmo lugar da articulação (bilabial) 
e vozeamento (vozeado). A diferença entre eles reside na abertura velofaríngea 
e nos canais do fluxo de ar de saída. Na produção de /m/, o velum é abaixado 
e a passagem velofaríngea é aberta. Assim, após a libertação do fecho, o ar sai 
através da cavidade nasal, bem como através da cavidade oral. Na produção de 
/b/, ao contrário, o velum é levantado e a passagem fechada. Consequentemente, 
a única saída para o fluxo do ar é a cavidade oral.
• Laterais – São sons pronunciados ao fazer passar a corrente de ar nos dois cantos 
da boca ao lado da língua. /l/ e /r/. 
• Glides – São sons pronunciados com pouca circulação de ar. Na verdade, a 
circulação é tão pequena que são considerados semivogais e não consoantes, 
como em /w/ e /j/ (YAVAS; BLACKWELL, 2016 p. 6-7).
DICAS
TÓPICO 2 | O APARELHO FONADOR E O ALFABETO FONÉTICO (IPA)
25
Veja no próximo tópico o Alfabeto Fonético, que mostra o modo e lugar de 
articulação das vogais e consoantes para entender melhor o exposto aqui. 
Assista ao vídeo para entender um pouco sobre como nosso aparelho fonador 
produz nossa voz: <https://www.youtube.com/watch?v=auzYrSpez8Y>. Acesso em: 22 fev. 
2017.
5 O ALFABETO FONÉTICO (IPA) 
Antes de falarmos sobre o alfabeto fonético, você saberia dizer quantas 
vogais e consoantes existem no nosso alfabeto? Você diria que a quantidade é a 
mesma no alfabeto em inglês? Saberia também comparar a quantidade de sons 
diferentes do alfabeto americano e do português? Vejamos se você acertou. 
Em português existem cinco vogais e dezoito consoantes. No inglês, 
temos cinco vogais também, mas vinte e uma consoantes. A diferença 
está no número de sons que as vogais e consoantes possuem nas duas 
línguas. Em português, para as cinco vogais, podemos emitir sete 
sons. Já no inglês, as cinco vogais produzem doze sons diferentes. Nas 
consoantes, o português tem dezoito consoantes com dezenove sons 
diferentes. Já no inglês, as vinte e uma consoantes têm vinte e quatro 
sons diferentes (GODOY; GONTOW; MARCELINO, 2006, p. 34).
 Como podemos ver, no alfabeto americano temos um número maior de sons 
do que em português. Assim, para não errar na representação dos sons da língua 
humana, fonólogos e foneticistas empregam alfabetos fonéticos, construídos para 
caracterizar precisamente cada símbolo. O mais conhecido deles e o atualmente 
utilizado é o Alfabeto Fonético Internacional, conhecido como IPA (International 
Phonetic Alphabet). 
Você conseguiria imaginar quem inventou o primeiro alfabeto fonético? 
Você vai ficar surpreso ao saber que quem inventou o primeiro desses alfabetos foi 
Alexander Melville Bell (em 1867). 
Does it ring a bell? (Expressão utilizada em inglês para dizer, “Isso te lembra 
algo?”, é uma brincadeira com a palavra “bell” e o sobrenome “Bell”). Ele foi o pai 
do inventor do telefone, Alexander Graham Bell. Incrível, não é mesmo? De acordo 
com o site International Phonetic Association, Alexander Melville Bell chamou este 
alfabeto de Visible Speech e ele tinha uma qualidade incrível em mostrar a estrutura 
dos símbolos e como os sons eram produzidos. Esse alfabeto foi depois melhor 
desenvolvido por Henry Sweet, um foneticista britânico, aluno de Bell. Henry 
chamou seu alfabeto de “Romic Alphabet”. Em 1886, a Associação Internacional de 
Fonética, a International Phonetic Association, foi fundada e baseou seu alfabeto no 
DICAS
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E A DIFERENÇA ENTRE FONÉTICA E FONOLOGIA
26
alfabeto de Henry. O IPA, mencionado acima, teve várias modificações, mas ainda 
é o que está em uso e que será alvo dos estudos deste caderno. 
Conhecer e entender o Alfabeto Fonético em inglês, em que cada símbolo 
representa um som, é muito importante para aprender a pronúncia correta das 
palavras. Aliás, a pronúncia das palavras em inglês tem relação com a separação 
silábica, que veremos na Unidade 3. 
Você sabia que a separação de sílabas em inglês é bem diferente da 
separação de sílabas em português?
Em inglês, a separação tem relação com o número de sílabas que a palavra 
tem. Portanto, cada sílaba é um som. Veja no exemplo a palavra ORIGINAL, em 
inglês – se usarmos nossa experiência de falantes de língua portuguesa, podemos 
dizer que a palavra “original” se separa em quatro sílabas (o - ri - gi - nal), certo? 
Sim, são quatro sílabas em inglês também, mas as sílabas em inglês se separam de 
acordo com o seu som. 
Portanto, a palavra original em inglês se separa assim: (or – ig – in – al). 
A transcrição fonética desta palavra é /ə-rĭj′ə-nəl/. Para saber isso, você precisa 
conhecer os símbolos fonéticos. Os melhores dicionários já apresentam as palavras 
com sua representação fonética e com a separação de sílabas, representada pelos 
pontos (or.ig.in.al) no meio das sílabas. 
Como os dicionários já estão mais acessíveis hoje na internet e em celulares, 
seguem algumas sugestões de dicionários para vocês utilizarem durante nossos estudos. 
Os melhores são o The Free Dictionary <http://www.thefreedictionary.com>, Merriam-
Webster (https://www.merriam-webster.com) e o dicionário de Cambridge <http://dictionary.
cambridge.org>.
ðə fənɛ́tɪk ǽlfəbɛ̀t ɪ́z nát dɪ́fəkəlt tú lə́rn
A frase acima parece bem difícil de entender, mas assim que você ficar mais 
familiarizado com os símbolos fonéticos, verá que não é tão complicado quanto 
parece. Depois de estudarmos o alfabeto fonético internacional, volte nesta frase e 
tente decifrá-la.
O alfabeto IPA – International Phonetic Alphabet – é um sistema de símbolos 
fonéticos, baseado no alfabeto latino, criado como uma forma de representação 
padronizada dos sons do idioma falado. Estes símbolos foram feitos para 
DICAS
TÓPICO 2 | O APARELHO FONADOR E O ALFABETO FONÉTICO (IPA)
27
representar apenas as características da fala que podem ser distinguidas nos 
fonemas, na entonação e na separação de palavras e sílabas. Embora a maioria dos 
alfabetos seja projetada para representar apenas uma língua, o IPA representa os 
sons de qualquer uma das línguas do mundo (ROACH, 2009). 
Você sabia que a palavra ALPHABET vem das letras gregas alpha e beta, e 
das letras hebraicas aleph ebet?
O IPA surgiu em 1886, quando um grupo de professores de línguas reuniu-
se em Paris para ajudar as crianças a aprender a ler e a melhor pronunciar línguas 
estrangeiras. O grupo tornou-se eventualmente conhecido como a Associação 
Fonética Internacional. O grupo determinou-se a criar um alfabeto universal para 
descrever os sons de qualquer língua no mundo. De acordo com Roach (2009), 
depois de 125 anos de trabalho e numerosas revisões, surgiu com a sofisticada 
versão do IPA.
O IPA é dividido em seis partes diferentes, que serão vistas aqui em forma 
de quadros e figuras. Cada parte representa diferentes aspectos da classificação de 
som. Não veremos todos em detalhes, somente os que mais são importantes para 
nossos objetivos. Veja como é o alfabeto fonético do IPA:
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E A DIFERENÇA ENTRE FONÉTICA E FONOLOGIA
28
FIGURA 3 - ALFABETO FONÉTICO
FONTE: Disponível em: <https://www.internationalphoneticassociation.org/redirected_home>. 
Acesso em: 2 jan. 2017.
TÓPICO 2 | O APARELHO FONADOR E O ALFABETO FONÉTICO (IPA)
29
Cada um dos símbolos do IPA representa o vozeamento (se as pregas ou 
cordas vocais estão ativas durante a produção de som), o lugar de articulação 
(onde o som é produzido) e o modo de articulação (como um som é produzido) 
para as consoantes. Para as vogais, cada símbolo do IPA representa a altura 
(posicionamento vertical da língua), avanço (posicionamento horizontal da língua) 
e especificações de arredondamento dos lábios (se os lábios são abertos ou fechados 
para a produção de som).
A primeira parte da figura acima representa os sons das consoantes

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