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MICROBIOLOGIa- @felipe.venas INFECÇÕES POR BACTÉRIAS GRAM POSITIVAS 1. ESTAFILOCOCOS: esses microorganismos se organizam em forma de cachos de uva e causam principalmente infecções na pele como furúnculos, carbúnculos e síndrome da pele escaldada, assim como abscesso, sepse, osteomielite, pneumonia endocardite, intoxicação alimentar e síndrome do choque tóxico. Patogenia→ S. aureus apresenta muitos fatores de virulência como proteínas de adesão enzimas e toxinas. As proteínas de adesão são fibrinogênio, fibronectina e vitronectina. → A lipase degrada os ácidos graxos da pele, e facilita formação de abscessos. → Produz toxinas hemolíticas e toxinas esfoliativas que destroem a desmogleína 1— quando a esfoliação é local, chama-se IMPETIGO, quando generalizada chama-se síndrome da pele escaldada). → Superantígenos podem induzir TSS - O S. epidermidis apresenta BIOFILME. - Os estafilocos apresentam proteína A que se liga porção FC da imunoglobulinas e impedem a resposta imune. - O tipo de inflamação é piogênica com destruição local, independente do sítio da inflamação (coração, pele, pulmão) 1.1. DOENÇAS DA PELE → IMPETIGO: esfoliação em local delimitado ao redor de folículos pilosos. Pequenas vesículas que evoluem para pústulas, e depois crostas serosas cor de mel, molhadas e escamosas. →FURÚNCULOS/CARNGEGÃO: inflamação supurativa focal da pele e tecido subcutâneo. Estão mais frequentes em regiões mais úmidas e com pêlos a exemplo da face, axila, virilha, pernas e dobras. Desenvolve-se em um abscesso que fistula pela ruptura da pele sobrejacente → CARBÚNCULO: infecção supurativa mais profunda que se espalha por baixo na fascia subcutânea e se superficializa em múltiplos seios cutâneos subjacentes mais comum na porção superior das costas e posterior do pescoço → HIDRADENITE: inflamação supurativa crônica das glândulas apocrinas, mais frequente nas axilas → PAROQUÍNIA: infecção no leito ungueal → FELONS: infecção na face palmar das pontas dos dedos → SD DA PELE ESCALDADA/DOENÇA DE RITTER: Há exantema semelhante a queimadura de sol, e evolui com formação de bolhas com perda parcial ou total da pele. Ocorre ao nível da camada granulosa. Distingue-se da necrose epidérmica tóximas (DOENÇA DE LYELL) pois nela a descamação é ao nível da junção epiderme-derme; →CELULITE INFECCIOSA: pele vermelha, inchada, brilhante e quente. MICROBIOLOGIa- @felipe.venas 1.2. DOENÇAS DO PULMÃO → Ricas em infiltrado polimorfonuclear similar ao causado por pneumococos. Por S. aureus geralmente é proveniente de fonte hematogênica—trombo—ou condição predisponente—influenza. Existe uma cepa bacteriana de S. aureus resistentes a meticilina (MRSA), pois produzem uma potente toxinas capaz de danificar a membrana, destruindo leucócitos. 2. ESTREPTOCOCOS E ENTEROCOCOS COCOS G+ que crescem em cadeia formando cordões, colonizam orofaringe, pele, pulmões e válvulas cardíacas. __ β-hemolíticos → GRUPO A— S. pyogenes: causa faringite, febre Escarlate, erisipela, impetigo, febre reumática, síndrome do choque tóxico e glomerulonefrite. Causam: 1 ) Streptococcal pharyngitis, 2) Streptococcal skin infections, 3) Scarlet fever, 4) Streptococcal toxic shock syndrome. Além de febre reumática e glomerulonefrite mediadas por anticorpos. 1. FARINGITE: mais comum na infância; dura cerca de 5 dias responde ao tratamento com penicilina; é manifestada por inflamação das tonsilas com inchaço, vermelhidão, dor e por inchaço de linfonodos, além de febre. Deve pedir um teste rápido de anticorpos. PELE: pode ser foliculite, celulite, pioderma, impetigo ou erisipela. O diagnóstico diferencial é infecções estafilocócicas, por S. aureus, por isso deve-se usar penicilina resistente à penicilinase a exemplo Dicloxalicina que combate os dois microrganismos. FEBRE ESCARLATE: decorrente de um EXOtoxina chamada de exotoxina pirogênica e causa rashcutâneo que começa no tronco e no pescoço se espalha para a extremidades e face. SÍNDROME DO CHOQUE TÓXICO: mediada pelo exotoxina piogênica, tratado com penicilina e clindamicina em altas doses FEBRE REUMATOIDE: é incomum em decorrência do tratamento com penicilina; ocorre em crianças de 5 a 15 anos; → As 6 manifestações mais comuns: Sindenham’s Chorea: caracterizada por uma dança involuntária exercida pelo paciente; poliartrite de característica aguda migratória; nódulos subcutâneos avermelhados; miocardite que tem potencial para evoluir em uma doença valvar mais grave; febre e um rash cutâneo de caráter marginal chamado de eritema marginal porque é centrífugo. Glomerulonefrite pós estreptocócica: comum em crianças que tiveram faringite por exemplo, e clinicamente é caracterizada por uma urina mais escura cor de Coca-Cola em decorrência da hematúria, retenção de líquido causando inchaço na face=edema periorbital ou hipertensão, e na anamnese deve-se questionar uma história prévia de infecção na pele ou faringite. __ Grupo B—S .agalatiae coloniza o trato genital feminino causa sepse em meningite neonatos e corioamnionite em gestantes → ao colonizarem o trato genital MICROBIOLOGIa- @felipe.venas feminino esses microorganismos podem ser passados para o bebê no momento do parto causando meningite. Essa meningite não apresenta os sinais clássicos de meningite na vida adulta ao invés disso causa sinais inespecíficos a exemplo de febre, vômito, inapetência e irritabilidade. Os antibióticos administrados devem cobrir 3 tipos de microrganismos E. coli, Listeria monocytogenes e Grupo B. O diagnóstico é mediante punção lombar. → Em gestantes podem causar bacteremia e sepse. Pode causar aborto espontâneo. α-hemolíticos— S. pneumoniae causa pneumonia, meningite em adultos. → Viridans Streptococcus: são tipo de estreptococos que causam 3 problemas: infecções dentárias, endocardite e abscessos. A endocardite é de caráter sub agudo e se manifesta por uma febre leve, murmúrios condizentes com doença valvar, fadiga e anemia. Isso evidencia uma evolução lenta da deterioração valvar enquanto na infecção por estafilococos aureus a endocardite é de rápida evolução. → S. mutans principal causa de caries dentárias. → Streptococcus lnterMeDius and AnginoSus IMeDiately ASsess for ABSCESS GRUPO D- podem ser alfa ou gama hemolíticos e são subdidividos em enterococos e não enterococos . ENTEROCOCOS (faecalis e faecium): são bactérias comensais do TGI, quando há um desequilíbrio, eles causam mais frequentemente ITUs, infecções do trato biliar, endocardite subaguda e bacteremia. Alguns enterococos se mostraram resistentes à vancomicina. A conduta agora é: dalfopristine/quinupristine, which only covers E. faecium, and daptomycin or linezolid which have activity against both E. faecium and E. faecalis . NÃO ENTEROCOCOS (S. bovis e S. equinus) BOVIS in the BLOOD: Better Beware, CANCER in the BOWEL . Pneumococo pneumoniae: principal causa de otite média em crianças, de pneumonia e meningite em adultos. Não possuem antígenos de Lancefield. São envoltos por uma cápsula, que confere a eles virulência significativa e determina a terapêutica das infecções. Otite media→ Streptococcus pneumoniae (=30% of cases), Haemophilus influenzae ( =25%) e Moraxella catarrhalis ( = 15-20%). ➔ A resistência desses agentes contra penicilina é um fato de importantes abordagens. Cefalosporinas são utilizadas para tratar nível intermediário de resistência. Vancomicina é associada para tratar níveis elevados de resistência. 3. BACILO-formadores de esporos a. AERÓBICOS: Bacillus anthracis and Bacillus cereus ➔ O Bacillus antracis > É contraído pelocontato com solo, alimentos, animais contaminados com o Bacilo ou com os esporos. Os esporos podem germinar em abrasões cutâneas, no pulmão e no TGI. > Mecanismos de virulência: cápsula proteica que previne fagocitose; esporos estáveis resistentes á agua, calor, raios UV e desinfetantes, e que podem sobreviver por anos no solo, quando no corpo humano podem germinar e liberar as exotoxinas—só são ativadas na MICROBIOLOGIa- @felipe.venas temperatura, [PROTEÍNAS] e [CO2] do corpo humano; a exotoxina causa necrose tecidual, evidenciada por área circular preta indolor com bordas edemaciadas—pústula maligna >Antraz Cutâneo: começa com uma pápula indolor pruriginosa que se desenvolve em uma vesícula em poucos dias. Ao se desenvolver a vesícula, observa-se edema ao redor, e se desenvolve linfanodenopatia regional. Isso evolui para uma escara negra característica > Antraz Pulmonar, também chamada de Doença de WoolSorter: os esporos são levados pelos macrófagos para linfonodos hilares e mediastinais, onde eles germinam. Isso gera hemorragia mediastinal, evidenciada em RX como área alargada acima e em volta do coração, além de efusões pleurais. Após uma doença prodrômica de 1-6 dias marcada por febre, tosse, dor torácica e ou abdominal, há início abrupto de febre elevada, hipóxia, e sudorese. Leva ao choque facilmente, podendo levar a morte em 1-2hs. > Antraz no TGI: incomum; apresenta quadro de diarreia sanguinolenta, vômito, dor abdominal. Mortalidade>50% > EXOTOXINA codificado por plasmídeos pXO1 possui 3 proteínas que só funcionam em conjunto. -- 1) FATOR DE EDEMA (EF): Subunidade A, adenilato-ciclase calmodulina dependente. EF aumenta o AMPc de modo a dificultar a função de neutrófilos e causa edema massivo -- 2) ANTÍGENO DE PROTEÇÃO (PA): promove a entrada de EF nas células fagocíticas -- 3) FATOR LETAL (LF): metaloproteinase de zinco que inativa proteína quinase. LF estimula o macrófago a liberar TNF alfa e IL-1 beta > O plasmídeo pXO2 codifica 3 genes necessários para a síntese da cápsula. > O antibiótico a ser utilizado é o CIPROFLOXACINA ou DOXYCICLINA. ➔ O Bacillus cereus > Móvel, não encapsulado, resistente a penicilina > Frequentemente causa intoxicação alimentar (náusea, vômito e diarreia), que dura 12-24horas. Essa condição é causada pelos esporos presentes no alimentos. > 2 tipos de enterotoxinas: 1. Toxina Instável aos Calor—similar a enterotoxina da cólera; 2. Toxina Estável ao Calor produz uma clínica semelhante a intoxicação alimentar do S. aureus, causando náusea grave e vômito além de diarreia b. ANAERÓBICOS: ➔ Clostridium botulinum > Produz uma neurotoxina letal que causa intoxicação alimentar fatal. Essa neurotoxina bloqueia a liberação de ACh pelo neurônio pre sináptico, causando paralisia muscular flácida. > BOTULISMO NO ADULTO: peixes defumados ou vegetais enlatadas costumam ser os vetores dos esporos. A clínica é diploplia e disfagia, seguida por fraqueza muscular generalizada, que leva a parada respiratória e morte. O paciente deve ser tratado com a antitoxina > BOTULISMO NA CRIANÇA: a clínica começa com constipação de 2-3 dias seguida de disfagia e fraqueza muscular. Big-IV (botulismo immunoglobulin intravenous) MICROBIOLOGIa- @felipe.venas > BOTULISMO DO FERIMENTO: apresentação clínica semelhante ao botulismo do adulto, exceto pela ausência de sintomas GI prodomonicos e período de incubação longo. O tratamento é cirúrgico, por debridamento do tecido ➔ Clostridium tetani > Libera uma exotoxina: TETANOSPAMINA. Ela causa uma contração sustentada do músculo esquelético chamada de TÉTANO > O tétano é levado para JNM e depois para o SNC por transporte retrógrado. Lá, a toxina age em interneurônios inibitórios de Renshaw, prevenindo liberação de GABA e Glicina. > Clínica: espasmo muscular grave—trismo ou mandíbula bloqueada gera o SINAL DO RISUS SARDONICUS, por paralisia dos músculos da face > PROCOLOS EM EMERGÊNCIA 1. Pacientes imunizados na infância mas que não tomam doses periódicas (10 anos)= adiminstrar uma dose 2. Pacientes não imunizados→ administrar dose + anticorpos contra o tétano, chamados de imunoglobulinas humanas para tétano 3. Pacientes com tétano: eliminar a toxina e a bactéria produtora do corpo do paciente e mantê-lo vivo. a. Neutralizar circulação da toxina com imunoglobulinas b. Administrar dose de vacina para estimular sistema imune do paciente c. Limpar a ferida lançando fora o tecido devitalizado para remover as fontes da bactéria d. Administrar antibióticos— metronidazole ou penicilina e. Promover cuidados em medicina intensiva. Relaxantes musculares podem ser utilizados, assim como ventiladores. ➔ Clostridium perfringens gangrena gasosa > CELULITE/ferimento infeccioso: palpação revela uma consistência úmida, esponjosa e crepitante na pele devido a bolsas de gás; isso é chamado de crepitação. >MIONECROSE: destruição do tecido muscular adjacente por exotoxinas. Pode ser fatal, se não trata com câmara hiperbárica ou penicilina. > DIARREIA: diarreia aquosa por intoxicação alimentar. Situações mais graves dessa infecção podem levar a necrose hemorrágica do jejuno. ➔ Clostridium difficile enterocolite pseudomembranosa > diarreia grave, cólicas abdominais e febre > exotoxinas: A➔ causa diarreia; B➔ é citotóxica para células colônicas. > colonoscopia revela áreas hiperemiadas inflamadas e áreas com exsudato branco chamado pseudomembrana na superfície do intestino grosso > quando o paciente desenvolve diarreia em tratamento com antibiótico, deve-se levantar a possibilidade de C. difficile. > PCR para avaliar genes das toxinas A e B é utilizado como diagnóstico, além do EIA (imunoensaio de enzima) > tratamento: metronidazole via oral ou intravenoso, e vancomicina para casos severas via oral; fidaxomicina (recente). 4. BACILO- não formadores de esporos: CORYNEBACTERIUM DIPHTHERIAE E LISTERIA MONOCYTOGENES a. CORYNEBACTERIUM DIPHTHERIAE: > coloniza faringe, formando uma pseumembrana cinzenta composta de fibrina, leucócitos, células MICROBIOLOGIa- @felipe.venas epiteliais necróticas e células do C. diphtheriae. Essa bactéria libera uma potente exotoxina na corrente sanguínea que danifica o coração e células nervosas, ao intervir na síntese proteica. > Coletar secreção da garganta da criança e enviar para cultura de ‘potassium tellurite agar’ e ‘Loeffler’s coagulated blood sérum media’ > O tratamento é feito a base de Antitoxina + Penicilina/Eritromicina/ vacina > EXOTOXINA: a subunidade B se liga ao alvo celular e permite a subunidade B entrar na célula; dentro da célula, a subunidade A bloqueia síntese proteica pela inativação do fator de alongamento (EF2) envolvida na translação do RNAm eucariótico nas proteínas. > O tratamento deve ser com vancomicina IV > Uma forma da C. diphteriae, é a Rhodococcus equi, que infecta animais como veados, gados, ovelhas, ursos, cachorros e gatos. Tem potencial para formar lesão pulmonar de cavitação— pneumonia necrotizante—a infecção forma infiltrados únicos ou múltiplos nodula que cavitam ou efusões pleurais. Particularidade: há formação de nódulos e cavitações, no lobo superior, com níveis de fluido de ar b. LISTERIA MONOCYTOGENES > anaeróbico facultativo, apresenta flagelos > fator de virulência: Listeriolisina O→ permite escapar de fagocitose por macrófagos e evita morte Intracelular > Acomete gestantes, neonatais e causa meningite em imunossupressos e idosos. >Tratamento deve ser com Ampicilina ou Trimetoprim- sulfametoxazol
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