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Bactérias gram-positivas de interesse médico

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Bactérias gram-positivas de interesse médico
● Há dois gêneros de cocos gram-positivos de importância médica:
1. Staphylococus.
2. Streptococus.
Staphylococcus
● Cocos arranjados em forma de cachos – catalase positivos.
● São encontrados comumente no ambiente, sobre a superfície de objetos inanimados (fômites), e
algumas espécies são membros da microbiota normal de indivíduos saudáveis e às vezes são tornam-se
patogênicos ao homem.
● Contato: após o nascimento colonizam a pele e a mucosa, através do contato com o ambiente ou com
indivíduos portadores.
● Entrada: Penetram no organismo quando há descontinuidade do tecido.
● A Catalase degrada H2O2 a O2 e H2O. É um importante fator de virulência, uma vez que a H2O2 é
microbicida e sua degradação limita a capacidade de os neutrófilos.
● Imóveis, por vezes capsulados, não esporulados.
● Capazes de crescer em elevado teor de NaCl (10%).
● Toleram temperaturas de 18-40°C.
● Anaeróbios facultativos.
● Três espécies possuem importância médica:
○ S. aureus.
○ S. epidermidis.
○ S. saprophyticus.
Staphylococcus aureus
➔ Multiplicação:
● A colonização do tecido ocorre por divisão binária. Garantem estabilização da infecção e a sobrevivência
dos Staphylococcus no tecido e a sua disseminação para outros locais no organismo.
➔ Transmissão
● Os seres humanos são o reservatório de estafilococos.
● O Nariz é o principal sítio de colonização.
● O contato manual é um importante mecanismo de transmissão.
● 30% dos indivíduos são colonizados e também é encontrado na vagina de 5% das mulheres.
● Ambiente altamente contaminado, sistema imune comprometido e a imunidade humoral reduzida
predispõe a infecções por S. aureus.
➔ Manifestações clínicas
● Superficiais
○ Inflamação piogênica.
○ A lesão típica é o abscesso.
○ Terapia: antibióticos orais.
○ Foliculite, furúnculo, piodermite, carbúnculo, terçol, infecção da conjuntiva, impetigo bolhoso e
impetigo pustular.
OBS: A toxina esfoliatina que degrada a desmogleina, proteína de adesão dos epidermócitos.
● Profundas
○ Bacteremia: endocardite – válvulas.
○ Cardíacas Pneumonia e Empiema - UTI.
○ Osteomielite.
○ Artrite.
○ Meningite.
● Tóxicas
○ Síndrome da pele escaldada.
○ Síndrome do choque tóxico.
○ Enterotóxina.
○ Toxina alfa – necroso de tecidos in vivo.
○ Leucocidina P – V mata os leucócitos.
○ Enterotoxinas: causam intoxicação alimentar, caracterizada por vômito proeminente e diarreia
aquosa não sanguinolenta. Há 6 tipos A - F.
- O vômito é causado por citocininas, que estimula o sistema nervoso entérico a ativar o
centro de vômito no cérebro.
- Não é inativada pela cocção rápida e é resistente ao ácido gástrico e às enzinas do
estômago.
- Incubação de 1 – 8 horas.
★ Síndrome do choque tóxico
Causada pela Toxina -1, leva ao desenvolvimento de septicemia são
observados sintomas como febre alta, vômitos, diarréia, mialgia,
erupções na pele que se assemelham a uma queimadura de sol,
insuficiência cardíaca e renal, hipovolemia e choque.
★ Síndrome da pele escaldada.
Esfoliatina dispersa na corrente sanguínea é distribuída para toda a
superfície cutânea, causando descolamento de extensas áreas da
epiderme.
★ Síndrome de Kawasaki - SK
A SK caracteriza-se por febre alta, conjuntivite bilateral não purulenta, lesões nos lábios e mucosa oral
eritema e edemas nos pés e nas mãos. Comprometimento cardíaco – miocardite, arritmias e
regurgitação nas válvulas mitral e aórtica. A terapia é feita com altas doses de Imunoglobulinas.
Staphylococcus epidermidis e Staphylococcus soprophyticus
Estafilococos coagulase-negativos.
● S. epidermidis – infecções são adquiridas em hospitais. É membro da microbiota humana normal da
pele e membranas mucosas, pode atingir a corrente sanguínea (bacteriemia). Infecta cateteres
intravenosos e implantes prostéticos.
○ Causa sepse em neonatos e peritonite em pacientes com insuficiência renal submetidos a diálise
peritoneal por cateter de longa duração.
○ Os profissionais hospitalares são importantes reservatórios de linhagens resistentes a
antibióticos.
● S. Saprophyticus – são quase sempre adquiridas na comunidade.
○ Causa infecções do trato urinário, particularmente em mulheres jovens sexualmente ativas.
○ Após a E. coli esse organismo é a principal causa de infecções do trato urinário adquiridas na
comunidade em mulheres jovens.
➔ Diagnóstico laboratorial
● Cultivo de S. aureus em Agar sangue. Temperatura ótima de
crescimento entre 34-37°C. As 18-24 horas se observam colônias
de 1-3 mm.
● S. aureus detalle ampliado de aspecto macroscópico das colônias.
Colônias grandes, cremosas, e de bordas lisas. A maioria das
cepas de S. aureus producen β hemólisis dentro de las 24-36
horas de incubação em meios de Agar sangue.
● Produção de coagulase.
● Produção de catalase
○ 2H2O2 → 2H2O + O2
➔ Tratamento
● 90% das linhagens de S. aureus são resistentes à penicilina G – são tratados com penicilina resistentes
a -lactamase, por exemplo, nafcilina ou clocacilina, algumas cefalosporinas e vancomicina. Amoxicilina e
ácido clavulânico.
● 20% das linhagens de S. aureus são resistentes à meticilina ou à nafcilina, MRSA ou NRSA – o fármaco
de escolha é a avancomicina, algumas vezes associada à gentamicina.
● Linhagens de S. aureus de resistência intermediária, linhagens VISA – resistência total a vancomicina,
utiliza-se um fármaco experimental Synercid.
● A Síndrome do choque tóxico – reversão do choque com uso de fluidos, penicilina resistentes a
-lactamase como a nafcilina, debridação do sítio infectado e globulinas séricas contendo anticorpos
contra TSST.
Streptococcus
● Cocos Gram positivos, anaeróbios facultativos, imóveis e dispostos em cadeias (às vezes aos pares).
● Complexos do ponto de vista nutricional – fastidiosos em cultura, requerem suplementos como sangue
ou soro no meio de cultura.
● Apresentam metabolismo fermentativo – utilizam carboidratos sem a produção de gás, liberando como
produtos finais ácido lático, etanol ou acetato.
● São catalase negativo => distinção de Staphylococcus. Apresentam parede celular de Gram positivos.
● Possuem uma cápsula de polissacarídeo.
➔ Classificação taxonômica
● Três esquemas são utilizados para diferenciar as espécies do gênero Streptococcus:
1. Propriedades sorológicas: sorotipagem de Lancefild (grupos A até V).
2. Padrões hemolíticos Hemólise β- completa - formam uma zona clara ao redor das colônias,
Hemólise α- parcial - formam uma zona verde ao redor das colônias – lise incompleta das
hemácias Hemólise γ- sem hemólise – ausência de hemólise.
3. Propriedades bioquímico-fisiológicas.
● Rebecca Lancefield (1933) desenvolveu um sistema de sorotipagem para a classificação dos
estreptococos beta hemolíticos, baseado em antígenos específicos = carboidratos da parede celular.
➔ Classificação
● S. pyogenes – grupo A – hemólise beta - faringite e celulite, impetigo, fascite necrosante e síndrome do
choque tóxico estretocóccico. Fator incitador de doenças imunológicas: febre reumática e
glomerulonefrite aguda. Aderem ao epitélio da faringe por meio de um Pili revestido por ácido
lipoprotéico e proteína M. Algumas linhagens possuem cápsula de ácido hialurônico antifagocitária. O
crescimento é inibido por bacitracina - diagnóstico
● S. agalactiae – grupo B – hemólise beta – colonizam o trato genital feminino - sépsis e meningite
neonatais.
● Enterorococcus faecalis – grupo D – hemólise alfa, beta ou nenhuma – microbiota normal do cólon -
infecções do trato urinário, biliares e endocardite. Não são mortos pela Penicilina G. Surgiram os VRE –
resistentes a vancomicina.
● S. bovis – grupo D – hemólise alfa ou nenhuma – são menos resistentes e inibidos por NaCl 6,5% e
mortos pela penicilina G. Causam infecções como endocardite.
● Grupo viridians – hemólise alfa – microbiota normal da faringe humana e ao atingirem a corrente
sanguínea causam a endocardite infecciosa.
Streptococcus pyogenes
● Antígeno polissacarídeo específico do grupo A de Lancefield.
● São β-hemolíticos.
● A virulência dos estreptococos do grupo A é determinadapela habilidade da bactéria de aderir à
superfície das células hospedeiras, invadir as células epiteliais, evitar a opsonização e a fagocitose e
produzir uma variedade de toxinas e enzimas.
➔ Epidemiologia
● Microrganismo é ubíquo; colonizam assintomaticamente o trato respiratório superior e colonização
transitória na pele.
● Disseminação pessoa-pessoa ocorre através de perdigotos (faringite) ou através de abertura na pele
após contato direto com o indivíduo infectado ou através de fômites.
● Indivíduos com maior risco incluem crianças entre 2 e 15 anos com pouca higiene pessoal; crianças
pequenas e idosos com infecções preexistentes do trato respiratório ou de pele.
➔ Doenças clínicas
● São considerados importantes patógenos humanos, estão associados com diversos grupos de doenças
humanas incluindo processos supurativos (com formação de pus) e processos não supurativos.
● Doenças supurativas (ou piogênicas):
○ Faringite (tonsilite ou “dor de garganta”): inflamação da faringe.
○ Piodermite (impetigo): erupções purulentas e amareladas na pele.
○ Erisipela: Inflamação no tecido subcutâneo. Pode ocorrer na face e extremidades inferiores.
● Celulite: Envolvimento dos tecidos subcutâneos mais profundos com invasão e acometimento sistêmico.
Mais profunda do que a erisipela e está associada a traumatismos ou evolução de feridas superficiais.
● Fasciíte necrosante (“bactérias comedoras de carne”): Infecção nos tecidos subcutâneos profundos que
pode se espalhar rapidamente pela fáscia muscular, comprometendo músculos e gordura. Com alta taxa
de mortalidade, pode evoluir para gangrena com toxicidade sistêmica e falência múltipla de órgãos.
● Exotoxina B
➔ Doenças mediadas por toxinas
● Escarlatina: complicação da faringite estreptocócica quando infectada por linhagem lisogenizada por
bacteriófago específico (neste caso há a produção da Toxina eritrogênica).
● Síndrome do choque tóxico por estreptococos: Semelhante à toxina estafilocócica da síndrome do
choque tóxico. Sintomas inespecíficos de dor, febre, calafrios, mal estar, e a medida que a doença
progride pode evoluir para choque e falência dos órgãos. Exotoxina A.
○ A taxa de mortalidade chega a 27% - rápida evolução clínica.
● Outras doenças: Sepse puerperal, inflamação dos vasos linfáticos, pneumonia e bacteremia: ocorrência
e disseminação de bactérias no sangue.
➔ Sequelas não-supurativas das infecções por Streptococcus pyogenes:
● Febre reumática aguda: Esta inflamação é caracterizada por alterações inflamatórias envolvendo o
coração, articulações, vasos sanguíneos e tecidos subcutâneos. No coração, manifesta-se como uma
endocardite, podendo ocorrer dano crônico e progressivo das válvulas cardíacas.
○ A teoria para esta patogenia está relacionada à reação cruzada dos tecidos cardíacos com os
antígenos estreptocócicos. É uma doença de natureza imunológica. Streptolisina O – diagnóstico
● Glomerulonefrite aguda: inflamação aguda dos glomérulos renais. Formação de complexos
antígeno-anticorpo sobre a membrana glomerular (doença imunológica). Alguns pacientes podem
desenvolver a doença crônica, que evolui para insuficiência renal. Apenas linhagens nefritogênicas do
grupo A estão associadas a esta doença.D
Streptococcus agalactiea
● Antígeno polissacarídeo específico do grupo B de Lancefield e polissacarídeos capsulares. São
βhemolíticos. Produzem várias enzimas, incluindo DNAses, hialuronidases, neuraminidases, proteases,
hemolisinas, que facilitam a destruição tecidual e disseminação da bactéria.
➔ Epidemiologia
● Colonizam assintomaticamente o trato respiratório superior e o trato geniturinário.
● A maioria das infecções em recém-nascidos é adquirida da mãe durante a gravidez ou na hora do parto;
na ausência de anticorpos maternos, os neonatos apresentam risco de contrair a doença.
● Mulheres com colonização no trato genital estão em risco para sepse puerperal.
➔ Doenças clínicas
● Doença Neonatal: Infecção pode ocorrer dentro do útero, no momento do nascimento ou durante os
primeiros meses de vida. Os neonatos infectados desenvolvem sinais e sintomas de pneumonia,
meningite e sepse (doença neonatal precoce) ou sintomas de bacteremia com meningite (doença
nenonatal tardia).
● Infecções em mulheres grávidas: mais frequentemente presente como infecções do trato urinário;
bacteremia e complicações disseminadas podem ocorrer (amnionite, endometrite).
● Infecções em pacientes adultos: bacteremia, pneumonia, infecções dos ossos e articulações; infecções
de pele e tecidos moles.
Streptococcus Grupo viridians
● Grupo heterogêneo de espécies alfa e gama-hemolíticas.
● O nome do grupo é derivado de viridis => verde em latim, pelo fato das bactérias produzirem o
pigmento verde em agar sangue (resultado da alfa hemólise).
● Como as demais espécies de estreptococos, são nutricionalmente fastidiosas, requerem meios
suplementados com sangue e atmosfera com menos O2 e mais CO2.
● Colonizam a cavidade oral, a orofaringe, o TGI e o trato geniturinário, sendo raramente encontrados na
pele, pois os ácidos graxos da superfície são tóxicos para eles.
➔ Doenças clínicas
● Cárie dental: S. mutans => produção de um polímero extracelular insolúvel (polímeros de glicano a
partir da sacarose da dieta do hospedeiro) – permite a aderência destes e outros microrganismos na
superfície dental (biofilme placa bacteriana) com produção de ácido. O baixo pH favorece a sucessão
ecológica com a colonização posterior de bactérias acidófilas.
● Endocardite bacteriana sub-aguda: aderência e colonização de S. mutans e S. sanguis em válvulas
cardíacas previamente danificadas, pela produção do polímero extracelular.
● Formação de abscessos supurativos intra-abdominais.
Streptococcus pneumoniae
● Diplococos Gram positivos, dispostos aos pares ou cadeias curtas.
● As linhagens virulentas apresentam cápsula polissacarídica, que permite a tipagem com anti-soros
específicos (90 tipos).
● São anaeróbios facultativos (embora prefiram ambientes microaerofílicos).
● São fastidiosos, requerem suplementos nutricionais no meio de cultura, como sangue, sendo
alfa-hemolíticas.
● Metabolismo predominantemente fermentativo , com produção de ácido lático.
● Como os estreptococos do grupo viridans não sofrem lise facilmente, esta é considerada uma
característica diferencial. Além disso, em meio sólido o crescimento dos pneumococos é inibido pela
optoquina, enquanto os estreptococos viridans são resistentes (teste de identificação muito útil).
➔ Epidemiologia
● O microrganismo é ubíquo, e é um habitante comum da orofaringe e da nasofaringe de indivíduos
saudáveis.
● A maioria das infecções é causada pela disseminação endógena a partir da nasofaringe ou orofaringe,
para outros locais (pulmões, seios paranasais, ouvido, etc.).
● A disseminação pessoa-pessoa através de perdigotos é rara.
● Os indivíduos com doença viral antecedente do trato respiratório ou outras condições que interfiram na
eliminação bacteriana do trato respiratório apresentam risco aumentado para a doença pneumocócica.
● Crianças e idosos apresentam maior risco para meningite.
● Perda da imunidade natural: 40 a 70% das pessoas são, em algum momento da vida portadores sadios
de pneumococos virulentos na mucosa respiratória. Entre os fatores que diminuem esta resistência e
predispõe a doença, destacam-se:
○ Anormalidade no trato respiratório - infecções virais, acúmulo de muco, lesão, DPOC, etc;
○ Intoxicação por álcool ou drogas – diminuem a atividade fagocítica e o reflexo da tosse,
facilitando a aspiração de partículas estranhas.
○ Dinâmica circulatória anormal – congestão pulmonar, insuficiência cardíaca; Desnutrição,
anemia falciforme ou debilidade geral devido a outras doenças crônicas.
➔ Doenças clínicas
● A pneumonia pneumocócica se desenvolve quando as defesas do hospedeiro estão diminuídas.
● As bactérias se multiplicam nos alvéolos, provocando uma resposta inflamatória. A maioria dos casos é
endógena, seguindo-se as aspirações de secreções orais.
● A infecção provoca extravasamentode líquido (edema) no interior dos alvéolos, seguido de eritrócitos,
leucócitos e macrófagos alveolares. Muitos pneumococos são encontrados no exudato e podem atingir a
corrente sanguínea através da circulação linfática.
● Manifestações clínicas: o surgimento da doença é abrupto e consiste em calafrios intensos com
tremores, febre alta (39 a 41°C), tosse produtiva com escarro sanguinolento e dor torácica.
● A resolução da doença ocorre quando se desenvolvem anticorpos específicos anti-capsulares, facilitando
a fagocitose do microrganismo e sua morte.
● O anticorpo é específico e não confere imunidade cruzada.
● Doenças relacionadas:
○ Meningites (disseminação para o SNC).
○ Otites (infecção nos ouvidos).
○ Sinusites (infecção nos seios paranasais).
○ Bacteremia.
➔ Tratamento e controle das infecções estreptocócicas
● Os estreptococos do grupo A (S. pyogenes) são geralmente sensíveis à penicilina G. A eritromicina é
recomendada para pacientes alérgicos à penicilina.
● O debridamento cirúrgico e a drenagem devem ser prontamente iniciados em pacientes com infecções
sérias de tecidos moles (fasciíte necrosante).
● Pacientes com histórico de febre reumática necessitam profilaxia antibiótica prolongada para evitar
recorrência da doença, principalmente antes de sofrerem procedimentos que possam induzir
bacteremias temporárias (ex.: procedimentos dentários).
● Doenças pós-estreptocócicas como a febre reumática e a glomerulonefrite não devem ser tratadas com
drogas antimicrobianas, por sua natureza auto-imune. Nas infecções agudas é importante a eliminação
do estímulo antigênico antes do oitavo dia, para se evitar estas sequelas.
● Os estreptococos da grupo B (S. agalactiae) são susceptíveis a penicilina G, que é a droga de escolha.
Uma combinação de penicilina e um aminoglicosídeo é frequentemente usada no
● controle das infecções neonatais.
● Mulheres grávidas colonizadas com estreptococos do grupo B devem fazer profilaxia com penicilina G
intravenosa pelo menos 4 horas antes do parto.
● Infecções por estreptococos do grupo viridans podem ser tratadas com uma combinação de penicilina e
um aminoglicosídeo.
● Para o tratamento das infecções por S.pneumoniae, a penicilina é a droga de escolha, e a eritromicina e
cloranfenicol é recomendada para pacientes alérgicos à penicilina.
● Para prevenir e controlar a doença pneumocócica, uma vacina polissacarídica 23-valente (com 23
diferentes polissacarídeos capsulares podem proporcionar até 90% de proteção.
Bacillus
● Esse gênero compreende bacilos Gram positivos, formadores de esporos, resistentes a condições
ambientais adversas, tais como, calor e baixos níveis de umidade.
● Seu metabolismo é facultativo e crescem bem em agar sangue, produzindo colônias grandes, branco
acinzentadas, de bordas irregulares.
● E algumas espécies são beta-hemolíticas.
● As espécies de importância médica são: Bacillus anthracis, Bacillus cereus.
Bacillus anthracis
● Bacillus anthracis: causa antraz e exibe 3 formas : cutânea, pulmonar e gastrintestinal.
● A transmissão se da por via cutânea em contato com os esporos que persistem no solo por anos. Os
esporos também pode ser inalados.
● Patogênese: produção de 2 exotoxinas: fator de edema e fator letal.
● O fator de edema: causa extravasamento do fluido celular para o espaço
extracelular, causando o edema.
● O fator letal: inibe o crescimento celular
● Tratamento: ciprofloxacino
● Diagnóstico: meio de cultura – colônias não hemolíticas, PCR, anticorpos
fluorescentes na lesão, Teste ELISA - soro.
● Prevenção: vacinas – 6 doses em 18 meses.
Bacillus cereus
● Bacillus cereus: causa intoxicação alimentar.
● A transmissão se da por esporos presentes em Grão de arroz que resistem a rápida cocção e fritura.
● Patogênese: produção de 2 entertoxinas: náuseas, vômitos (4 horas de incubação) diarreia não
sanguinolenta (18 horas de incubação).
● Diagnóstico: não é realizado.
● Tratamento: sintomático.
● Prevenção: manter o arroz aquecido.
Clostridium
● As espécies de importância médica são: C. botulinum, C. Tetani, C. perfingens e C. difficile.
● Todos são bacilos Gram positivos, formadores de esporos.
● Doença: tétano.
● Transmissão:esporos que persistem no solo por anos, através de ferimento.
● Patogênese: a exotoxina (tetanopasmina) se liga a receptores no sitema nervoso central e bloquei a
liberação de mediadores inibitórios nas sinapses. Causando fortes contrações musculares.
● Diagnóstico: organismos são isolados no ferimento.
● Tratamento: Imunoglobulina tetânica.
● Prevenção: vacina na infância e reforço a cada 10 anos.
Clostridium botulinum
● Doença: Botulismo Prevenção: esterilização apropriada de todos os
alimentos enlatados e embalados à vácuo.
● Transmissão: esporos que persistem no solo, contaminam vegetais
e carnes através de ferimento
● Patogênese: a toxina botulínica é absorvida no intestino e
transportada pela corrente sanguínea e bloqueia a liberação de
acetilcolina.
● Tratamento: antitoxina trivalente tipos A, B e E
● Diagnóstico: o soro do paciente é testado em camundongos.
● Prevenção: esterilização apropriada de todos os alimento enlatados
e embalados à vácuo.
Clostridium perfringens
● Doença: pode causar 2 doenças: gangrena gasosa e intoxicação alimentar.
1. Gangrena gasosa
● Transmissão: esporos que persistem no solo, microbiota normal do cólon e da vagina Patogênese: a
toxina alfa (lectinase) danifica as membranas celulares, resultando em hemólise e produz gás. Morte e
choque.
● Tratamento: penicilina G e ferimentos devem ser debridados.
● Diagnóstico: cultivados e exibem uma zona de dupla hélice no agar sangue.
● Prevenção: não há vacina.
2. Intoxicação alimentar
● Transmissão: esporos que persistem no solo contaminam os alimentos.
● Patogênese: a enterotoxina causa diarréia.
● Tratamento: sintomático.
● Diagnóstico: não é realizado.
● Prevenção: alimentos bem cozidos.
Clostridium difficile
● Transmissão: trato gastrintestinal em 3% das pessoas, via
fecal-oral.
● Patogênese: a exotoxina B causa a desmineralização da actina
e apoptose e morte dos enterócitos.
● Tratamento: metronidazol ou vancomicina.
Bacilos Gram-positivos não formadores de esporos
● As espécies de importância médica são: Corynebacterium diphtheriae e Listeria monocytogenes
Corynebacterium diphtheriae
● Doença: difteria
● Transmissão: humanos são os hospedeiros, encontrados no trato
respiratório superior, sendo disseminadas por gotículas pelo ar
● Patogênese: a exotoxina invade e se mantém na garganta. A
toxina inibe a síntese proteica.
● Diagnóstico: isolamento do organismo e comprovação pela
produção da toxina, PCR.
● Tratamento: antitoxina, penicilina G ou eritromicina
● Prevenção: vacina aos 2, 4 e 6 meses de idade e reforço aos 1 e 6
anos. Reforço a cada 10 anos.
Listeria monocytogenes
● Doença: meningite e sepse em recém nascidos, grávidas e adultos imunossuprimidos
● Patogênese: 1 – via transplacentária ou durante o parto, 2 - grávidas e adultos imunossuprimidos.
● Diagnóstico: coloração de Gram e por cultura.
● Tratamento: trimetoprim-sulfametoxazol, combinações de ampicilina e gentamicina.
● Prevenção: muito difícil, uma vez que não há imunização

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