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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS E MEIO AMBIENTE PROF° DR° DENILSON DA SILVA COSTA CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA DISCIPLINA DE TECNOLOGIA MINERAL ANDERSON SOUZA SILVA (201840609004) CARACTERIZAÇÃO DE MINÉRIOS Marabá-PA 2020 1. INTRODUÇÃO O Brasil possui uma grande diversidade de formação geológica, o que lhe confere uma grande diversidade de minérios. Por conta disso, o país chega a produzir 72 substâncias minerais, incluindo minerais metálicos, não metálicos e energéticos (YOUNG, 2014). Um melhor aproveitamento desses recursos minerais tem como etapa primordial a caracterização mineralógica, cujo é empregado diversos métodos integrados e específicos. O objetivo principal da caracterizaçã mineralógica é ter uma identificação e quantificação dos minerais de interesse e de ganga, análise química elementar da assembleia mineralógica, estudo microestrutural da rocha, definir os tamanhos dos grãos, liberação dos minerais de interesse, bem como definir diversar propriedades físicas e químicas destes minerais, gerando informações potencialmente úteis na definição das rotas de processamento (CARIOCA & BRANDÃO, 2018; NEUMANN, et al., 2010). A caracterização dos minérios surgiu como uma alternativa/opção de demanda ambiental para reduzir a produção de resíduos poluentes. E foi esta preocupação que despertou as empresas do setor de mineração a buscar e entender melhor a matéria-prima dos minérios. Ademais, analisar somente as características geológicas destes materiais, como por exemplo, a estrutura da rocha e corpo do minério, não é suficiente para determinar os custos de um empreendimento mineiro. A etapa de caracterização tecnológica proporciona a diminuição de resíduos e alguns poluentes que são expostos na natureza que diminuirá os impactos ambientais. Dessa forma, há um aumento dos ganhos financeiros para todos os envolvidos nas etapas, englobando a mineralogia até a transformação de um bem mineral. É exatamente, nessa análise que há uma diferenciação da composição mineralógica de um bem mineral tais como, o teor, quantidade de um mineral entre outros. 2. CARACTERIZAÇÃO MINERALÓGICA A caracterização mineralógica é entender e averiguar a matéria-prima e a composição dos minérios. Este processo é essencial para as atividades de mineração, pois isto além de influenciar no melhoramento das rotas de beneficiamento dos minérios, também determina e quantifica todo o agrupamento mineralógico constituinte desses materiais. Ademais, a caracterização dos minérios define quais são os minerais de ganga e os minerais minérios presentes nesses materiais. O processo de caracterização geralmente segue quatro etapas: fracionamento da amostra, identificação das fases, quantificação dos minerais e seperação/liberação do mineral de interesse em relação aos de ganga. Entre os métodos de caracterização de minérios, temos: • Microscopia óptica/tradicional: Permite análise das amostras em grão, sem necessidade de se montar secções polidas ou delgadas. Os minerais são identificados por cor, brilho, hábito, clivagens, fratura, entre outras propriedades. • Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV): Permite a determinação de elementos químicos. O MEV se baseia na interação de um feixe de elétrons paralelo a amostra. Este método é capaz de produzir imagens de alta resolução/qualidade da superfície da amostra de determinado minério. Devido a maneira da produção da imagem, a imagem do MEV possui uma aparência tridimensional e essa aparência é super útil para avaliar a estrutura superficial da amostra. Além diss, este método pode ser utilizado para avaliar os aspectos topográficos, verificar a composição e outras características do material que compõem as amostras. • Método de Rietveld: O método de refinamento de espectro multifásico total de difração de raios X consiste em minimizar a diferença entre espectros medidos e calculados num difratograma digital. A quantificação por esse método se baseia em três considerações: I. Cada estrutura cristalina tem seu próprio espectro de difração caracterizado pelas posições e intensidades de cada pico de difração; II. A superposição dos espectros de difração é simplesmente adicionada, sem interferência; III. A integral da superfície do espectro de cada fase é proporcional à porcentagem da fase da mistura. É uma técnica robusta para a análise quantitativa de fases minerais, através da difração de raios x. Pode ser usando por exemplo na quantificação de minérios de ferro com duas ou mais fases é possível de ser realizada em uma pequena fração de tempo. Esse método é baseado na comparação do padrão de difração de raios x observado, com um padrão calculado dos dados de estruturas (parâmetros cristalográficos) das fases existentes. Após a preparação das amostras, todas as medidas e todos os cálculos podem ser feitos automaticamente. • Difração de Raios X: É uma das ferramentas mais utilizadas para caracterização de minérios. Este método se baseia na interação das ondas de frequência de raios X com os planos de repetição do retículo cristalino. A difratometria de raios X corresponde a uma das principais técnicas de caracterização de estruturas em materiais cristalinos, tendo aplicação em diversas áreas do conhecimento como geociências, engenharias metalúrgica, química e de minas, ciências dos materiais, e várias outras. Este método é empregado principalmente na caracterização de minérios de materiais geológicos, ou seja, na identificação dos minerais. Os feixes de raios X são produzidos pelo bombardeio do anodo por elétrons do catodo acelerados por alta voltagem. O feixe monocromático de raios X incidente na amostra é difratado em cada plano cristalino, provocando uma interferência construtiva, detectada pelo contador de radiação e traduzida em termos de sinal eletrônico para um registrador gráfico (ZUSSMAN, 1977). O material analisado pode ser um simples cristal ou uma substância mono ou policristalina sob a forma de pó. Esta técnica é empregada para a identificação de 95% das substâncias inorgânicas e da mesma forma para os estudos das estruturas cristalinas e é utilizada na determinação da composição de soluções sólidas ou séries isomórficas dos grupos das olivinas, piroxênios e plagioclásios. Além disso, é a técnica que mais se aplica à investigação dos argilominerais, devido à baixa granulometria natural que eles apresentam. • Fluorescência de raio X: É uma técnica analítica qualitativa capaz de identificar elementos com número atômico maior ou igual a 12 através dos raios X. Neste método o material analisado é atingido por um feixe de raios que interage com os átomos da amostras, provocando a ionização das camadas mais internads dos átomos. Esse método permite identificar os elementos presentes em uma amostra (análise qualitativa) assim como estabelecer a proporção (concentração) em que cada elemento se encontra presente na amostra. • Microssonda Eletrônica: O equipamento combina os princípios do microscópio eletrônico, microscopia óptica e da fluorescência de raios X, permitindo a determinação da composição química de um material em uma selecionada região com aproximadamente 1m de diâmetro. A microssonda eletrônica é um instrumento eficaz para identificação e caracterização química dos minerais, fornecendo uma estreita correlação entre a composição e a morfologia. É uma técnica que permite a determinação de fases coexistentes, lamelas, inclusões, alterações e zoneamentos e tem sido utilizada com êxito em análises modais e até mesmo em análises químicas de rochas. 3. CONCLUSÃO Torna-se evidente portanto que a etapa de caracterização de minérios é substancial paratoda e qualquer tipo de atividade de mineração, pois é fundamental para um aproveitamento otimizado dos recurso minerais e, além disso, esta fornece a os subsídios mineralógicos e texturais necessários e outras informações necessárias ao correto dimensionamento das rotas de processos. 4. REFERÊNCIAS CARIOCA, A.C.; BRANDÃO, P. R. G. Caracterização Mineralógica de Minérios de Ferro Itabiríticos Principalmente por Mineral Mineration Analyzer (MLA). Tecnol. Metal. Mater. Min. v.15, p. 415-421, 2018. NEUMANN, R.; SCHENEIDER, C. L.; ALCOVER, A. N. Caracterização tecnológica de minérios. In Luz ABD, Sampaio JA, França SCA, editores. Tratamento de minérios. Vol. 1. Rio de Janeiro: CETEM; 2010. p. 85-139. YOUNG, J. Importância da Mineração. Disponível em: < http://portaldamineracao.com.br/artigo-importancia-da-mineracao/>. Acesso em: 7 de out. de 2020. ZUSSMAN, J. X-Ray diffraction. In: Physical methods in determinative mineralogy. 2 nd ed. London: Academic Press, 1977, p. 391-473 http://portaldamineracao.com.br/artigo-importancia-da-mineracao/
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