Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Metalurgia da Soldagem Universidade Federal Fluminense Engenharia Metalúrgica Data: Junho/2009 Alunos: Bruno Vieira Lopes Celso Luiz Moraes Alves Emanoel do Nascimento Ferreira Junior Verona Biancardi Oliveira Soldabilidade de Aços Inoxidáveis Roteiro 1. Introdução 2. Classificação e Tipos de Aços Inoxidáveis 3. Aços Inoxidáveis Ferríticos 4. Aços Inoxidáveis Austeníticos 5. Aços Inoxidáveis Martensíticos 6. Aplicações dos Aços Inoxidáveis Ferríticos, Austeníticos e Martensíticos 7. Aços Inoxidáveis PH (Precipitation-Hardening) 8. Aços Inoxidáveis Duplex 9. Soldabilidade Aços Inoxidáveis 10. Processos de Soldagem 11. Recomendações na Soldagem de Aços Inox 12. Principais defeitos de Ocorrência na Soldagem de Aços Inoxidáveis 13. Conclusão Aços Inoxidáveis Aços inoxidáveis são ligas a base de ferro contendo aproximadamente 10,5%Cr. Poucos aços inoxidáveis contem mais que 30%Cr ou menos que 50%Fe. Características Inoxidáveis: • Invisível e aderente filme superficial rico em óxido de cromo. • Ni, Mo, Cu, Ti, Al Si, Nb, N, S e Se, são adicionados para melhorar determinadas características desejadas nas ligas. • Carbono de 0,03% podendo chegar a 1,0% em aços inoxidáveis martensíticos. É aplicado quando requer-se: - Aparência; - Resistência à corrosão; - Resistência a oxidação; - Propriedades mecânicas. Aplicações dos Aços inoxidáveis Classificação e Tipos de Aços Inox São classificados em cinco grupos, respeitando: • Microestrutura; • Composição Química; Tipos: • Aços inoxidáveis ferríticos; • Aços inoxidáveis austeníticos; • Aços inoxidáveis martensíticos; • Aços inoxidáveis duplex (ferrítico-austenítico); • Aços inoxidáveis PH (Precipitation-Hardening). Aços Inoxidáveis Ferríticos •Essencialmente Ligas binárias ferro-cromo, contendo cerca de 12 a 30% Cr; •Denominados ferríticos, porque a sua estrutura mantém-se essencialmente ferrítica (CCC), após os tratamentos térmicos normais; •Não podem ser endurecidos por tratamentos térmicos e, portanto, são utilizados basicamente em condições de recozido; •Por resfriamento desde temperaturas elevadas obtêm-se soluções sólidas de cromo no ferro- α . •São relativamente baratos, não contêm níquel. •São usados principalmente como materiais gerais de construção, em que se requer boa resistência à corrosão e ao calor. Microestrutura Aço Inoxidávei Ferrítico Aços Inoxidáveis Austeníticos • Ligas ternárias ferro-cromo-níquel, contendo cerca de 16 a 25% Cr e 7 a 20% Ni. •Presença de níquel, que tem uma estrutura cristalina CFC, permite que a estrutura CFC se mantenha a temperatura ambiente, conferindo elevada capacidade de deformação. • Não podem ser endurecidos por tratamento térmico mas sua resistência a tração e dureza podem ser aumentadas por encruamento. • Possuem melhor resistência a corrosão do que os aços ferríticos e martensíticos. • Tornam-se suscetíveis de corrosão intergranular quando soldadas ou resfriadas lentamente, a partir de temperaturas elevadas, no intervalo de 870 a 600 ºC. • São dúcteis e apresentam excelente soldadibilidade. Microestrutura Aço Inoxidável Austenítico Aços Inoxidáveis Martensíticos • Essencialmente ligas Fe-Cr, contendo 12 a 17% de cromo, com carbono suficiente elevado (0,15 a 1,0%); • Designam-se martensíticas, porque tem a capacidade de desenvolver uma estrutura martensítica; • Composição é ajustada para otimizar a resistência mecânica e a dureza, a resistência a corrosão é relativamente baixa quando comparada aos outros aços inox. Microestrutura Aços Inoxidáveis Martensíticos Aplicações dos Aços inoxidáveis Ferríticos, Austeníticos e Martensíticos Aços Inoxidáveis PH (Precipitation-Hardening) • Também conhecidos como aços inoxidáveis endurecíveis por precipitação têm sua dureza, limite de escoamento e limite de resistência aumentado por tratamento de envelhecimento. • São aços de alta resistência, fáceis de deformar, com ótima resistência à corrosão e soldáveis; • São processados mecanicamente no estado solubilizado e posteriormente feito o tratamento de envelhecimento; • Os aços PH têm boa ductilidade e tenacidade; •São utilizados em peças de válvulas do ramo petrolífero, equipamento de processo químico, eixos da bomba, componentes de reatores nucleares, engrenagens, equipamento do moinho, peças de motor de aeronaves, etc. Aços inoxidáveis Duplex (ferrítico-austenítico) • É composto pela combinação de dois tipos de microestrutura: Ferrítica e austenítica; • Combinação de elevadas propriedades mecânicas e de resistência à corrosão; • Possui resistência à corrosão em meios agressivos devido à sua habilidade em se passivar; • Devido ao refino de grão obtido pela estrutura austenítica-ferrítica e ao endurecimento por solução sólida, apresentam resistência mecânica superior aos aços inoxidáveis austeníticos e ferríticos; • Aplicado principalmente no ramo da indústria petroquímica, papel e celulose, siderúrgicas, alimentícias e de geração de energia. Microestrutura Aços Inoxidáveis Duplex(Ferrítico-Austenítico) Soldabilidade dos Aços Inoxidáveis • A soldabilidade de qualquer material indica a capacidade desse material em ser soldado mantendo suas propriedades físicas, químicas e metalúrgicas similares ao metal base. • A soldabilidade envolve tanto a questão operacional envolvendo as particularidades de um processo de soldagem, quanto aspectos relacionados com a habilidade do soldador ou do operador até o controle correto de todas as etapas envolvidas no processo de fabricação. Soldabilidade dos Aços Inox Soldabilidade dos Aços Inox Ferríticos • Os aços inoxidáveis ferríticos são considerados materiais de baixa soldabilidade; • Sua solda é caracterizada por ductilidade e tenacidade baixas, além da sensibilidade à corrosão intergranular; • Trincas de solidificação também podem ocorrer na zona fundida; • A fragilização da solda é mais intensa para aços com maiores teores de cromo e intersticiais; Soldabilidade dos Aços Inox Austeníticos • Como não se fragiliza apresenta baixo limite de escoamento. • Nível de tensões residuais de soldagem costuma ser baixo e o risco de trincamento é muito menor. • Durante posterior serviço (com tensões externas atuantes) o material como soldado vai se deformando e aliviando a tensão interna, de forma que na “maioria” das aplicações os aços austeníticos não necessitam de tratamento térmico de alívio de tensões. • Aços de "alta liga“ alívio somente ocorre em temperaturas muito elevadas, quando é necessário realizar o alívio, utiliza-se à temperatura de solubilização do material. Soldabilidade dos Aços Inox Austeníticos • Quando soldados com material similar (consumível austenítico) são muito susceptíveis ao trincamento a quente, que ocorre devido à baixa solubilidade das impurezas na estrutura austenítica. • Impurezas permanecem em contornos de grão e apresentam ponto de fusão mais baixo, criando um filme líquido que se abre facilmente. • Para minimizar as trincas solda-se com consumível austeno-ferrítico, onde a estrutura bifásica diminui a concentração de impurezas e diminui o risco de trincamento. • Os aços austeníticos não são susceptíveis ao trincamento a frio pois dissolvem o hidrogênio e não endurecem no resfriamento. Soldabilidade dos Aços Inox Austeníticos Estrutura austeno-ferrítica diminuindo a susceptibilidade ao trincamento a quente Soldabilidade dos Aços Inox Martensíticos • A estrutura martensítica induz tensões que causam o trincamento; • Pior Aço Inox para soldagem devido ao elevado teor de carbono; • Cuidados que são comuns a todos os aços martensíticos, que são: • evitar soldar um material que já sofreu serviço(em manutenção) sem antes aliviar as tensões; • não soldar estes materiais com chuva ou com consumíveis úmidos, pois um dos problemas dos martensíticos é a trinca a frio; • evitar a soldagem com processos/procedimentos de aporte de calor muito elevado,pois as juntas soldadas podem sofrer uma perda de resistência mecânica (amaciamento) devido ao calor excessivo; •determinar a temperatura de pré-aquecimento em função do tipo de aço, evitando que na transformação ocorra com alto tensionamento de contração da peça, o que levaria a trincas. Processos para Soldagem de Aço Inox • Soldagem a arco gasoso com tungstênio (TIG) • Soldagem a arco de plasma • Soldagem a arco com eletrodo revestido • Soldagem a arco gasoso com arame continuo (MIG/ MAG) • Soldagem a arco com eletrodo Revestido • Solda de arco submerso • Soldagem por resistência elétrica (SRE) • Soldagem a laser Comparação Eletrodos para Soldagem Inox - Carbono Tabela de Secagem de Eletrodos Parâmetros de Soldagem Regras gerais e Recomendações na Soldagem dos Aços Inox • O aporte térmico deve ser o mais baixo possível, principalmente em caso de aços inoxidáveis que não apresentem teores de carbono extra-baixos; • Um baixo aporte térmico minimiza o risco de baixa resistência à corrosão na zona termicamente afetada e também a distorção causada pelas tensões de contração. Um aporte térmico excessivo causará uma distorção maior no aço inoxidável do que no aço de baixo carbono; • Soldar aços inoxidáveis de grande espessura com eletrodos sintéticos Melhora Resist. Corrosão fornecem um aporte térmico menor ao metal de base do que eletrodos com alma ligada. • Por isso, menos passes são necessários com os eletrodos sintéticos as distorções de contração são menores do que ao soldar com eletrodos de alma ligada; • Utilizar apenas escovas e picadeiras de aço inox. • Grandes poças de fusão devem ser evitadas Levam à formação de trincas de solidificação no metal de solda; • O esmerilhamento durante a contra-solda deve ser realizado com muito cuidado porque um pequeno superaquecimento da superfície pode facilmente causar trincas de esmerilhamento; • As superfícies goivadas devem ser esmerilhadas para livrar o metal da borra resultante da goivagem, que pode causar baixa qualidade da solda. • Usar material de adição com composição química o mais próximo possível do material a ser soldado; • As juntas devem ser limpas, por processo de escovamento, esmerilhamento, decapagem química (Álccol isopropílico ou acetona). Regras gerais e Recomendações na Soldagem dos Aços Inox Tratamentos Pós Soldagem • A superfície da chapa adjacente à solda normalmente se oxida em uma largura de aproximadamente 5 mm. Por sua vez, o óxido reduz a resistência à corrosão do material, porém não traz grandes prejuízos para seu uso em ambientes agressivos, onde a corrosão pára após uma fina camada superficial ser atacada e formar um filme oriundo do processo de passivação do metal. • O pós-tratamento é necessário quando a resistência à corrosão nas áreas adjacentes à junta tem que ser a máxima possível. Este tratamento pode ser de limpeza mecânica ou química ou uma combinação de ambas. Defeitos de Soldagem dos Aços Inox • Sensitização • Trincas a Frio Induzidas pelo Hidrogênio • Crescimento de Grão • Trincas a Quente Abordagem Defeitos de Soldagem dos Aços Inox •Sensitização • Caracterizada por um ataque localizado de contornos de grão. • Locais apresentam regiões adjacentes empobrecidas em cromo devido a precipitação de fases tais como os carbonetos de cromo. • Ocorre quando o teor de cromo desta região fca abaixo de 11%, elas serão corroídas preferencialmente. • Ocorre quando o material fica exposto na faixa de temperatura de 600 a 900°C. Nesta condição, a precipitação de carbonetos é bastante favorecida, produzindo a região sensitizada. Defeitos de Soldagem dos Aços Inox •Sensitização Defeitos de Soldagem dos Aços Inox •Sensitização Como evitar? -Utilizar um aço inox com teor mais baixo de carbono; -Utilizar elementos que possuam uma afinidade maior com o carbono que o cromo (aços inoxidáveis estabilizados ao titânio e ao nióbio); - Fazer tratamento de solubilização dos carbonetos, após a soldagem. Defeitos de Soldagem dos Aços Inox • Fragilização Por Hidrogênio - TFIH • Acontece a temperaturas próximas da ambiente, sendo mais comumente observada na ZTA. • O hidrogênio é introduzido na poça de fusão através da umidade ou do hidrogênio contidos nos compostos dos fluxos, nas superfícies dos eletrodos, arames ou do metal de base, em que a poça de fusão e o cordão de solda já solidificado tornam-se um reservatório de H2 dissolvido. • O hidrogênio se difunde do cordão de solda para as regiões adjacentes da ZTA que foram reaquecidas suficientemente para formar austenita. À medida que a solda se resfria a austenita se transforma e dificulta a difusão posterior do hidrogênio. O hidrogênio retido nessa região adjacente ao cordão de solda pode causar fissuração. Defeitos de Soldagem dos Aços Inox •Trincas a Frio Induzidas pelo Hidrogênio TFIH em uma ZTA numa junta em ângulo feita com eletrodo rutílico. Defeitos de Soldagem dos Aços Inox • Fragilização Por Hidrogênio – TFIH Como evitar? - A única forma de garantir o não aparecimento da trinca a frio é a TPA – Temperatura de Pré-Aquecimento, pois está dita a Taxa de Resfriamento, definindo a microestrutura e favorece a remoção do H2 por difusão. Defeitos de Soldagem dos Aços Inox Aços inoxidáveis comparados com aços de baixo carbono possuem menor soldabilidade, em função dos teores de elementos de ligas mais elevados e da microestrutura que os constituí. Porém, alterando os parâmetros de soldagem como por exemplo reduzir a energia de soldagem, gerando menor quantidade de calor adicionado, utilizando materiais e consumíveis com baixo teor de impurezas, geometria de juntas de forma que reduzam as tensões induzidas e técnicas que reduzam a velocidade de resfriamento da junta, possibilitam a soldagem de praticamente qualquer tipo de aço inoxidável, utilizando o processo de soldagem que mais se adapte ao tipo de junta e espessura que necessita o projeto. Conclusão
Compartilhar