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Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 1 EEIMVR Introdução Fluência é a deformação progressiva ao longo do tempo sob tensão ou carga constante, em temperaturas elevadas e abaixo da tensão de escoamento. Baixas Temperaturas σf ε .... sólido elástico/plástico Altas Temperaturas T t, σ,f ε .... fluência dos sólidos Altas Temperaturas ? • Metais: T > 0,4 Tfusão em Kelvin • Cerâmicos: T > 0,5 Tfusão em Kelvin • Polímeros: T > TG (transição vítrea) Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 2 EEIMVR Introdução • Trabalho a alta temperatura - Resistência à deformação diminui (maior mobilidade dos átomos / maior difusão) - Concentração e mobilidade de lacunas aumentam - Novos meios de deformação (sistemas de deslizamento / mecanismos) - Deformação dos contornos de grão - Alterações microestruturais (recuperação, recristalização, crescimento de grãos, transformações de fase, etc) - Oxidação e penetração intergranular • Aplicações críticas – principais tipos de falhas por fluência - Falha por alteração dimensional / forma (ex. rotores e palhetas de turbinas) - Falha por ruptura (ex. tubulações e vasos de pressão) - Falha por relaxação da tensão em juntas de fixação (ex. juntas parafusadas) Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 3 EEIMVR • Alta temperatura (Temperatura Homóloga TH = T/Tfusão em Kelvin) - deformação depende do tempo ( = f(t) ) - duração do ensaio deve considerar a “vida em serviço” do equipamento / componente • 2 principais tipos de ensaio (ensaios com carga ou tensão cte e T cte) - Ensaio de fluência (“creep” ) : deformação ao longo do tempo - Ensaio de ruptura por fluência (“stress rupture” ): tempo até a ruptura Introdução A análise do desempenho dos materiais em fluência utiliza equações que relacionam a taxa de deformação 𝜺 𝒎𝒊𝒏 (taxa mínima de fluência) ou o tempo até a ruptura tr com a tensão σ e a temperatura T. Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 4 EEIMVR Turbofan Rolls-Royce Trent XWB Palheta da região de alta pressão A região de alta pressão das turbinas dos atuais aviões (como o Airbus A350) trabalham em temperaturas muito elevadas, exigindo materiais com alta resistência à fluência. As palhetas da citada região, produzidas com superligas de níquel monocristalinas, são provavelmente os componentes estruturais de tecnologia mais sofisticada hoje em dia. Introdução Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 5 EEIMVR Equipamentos para o ensaio CP garras do CP forno extensômetro suporte de pesos braço de alavanca Sistema automatizado para ensaio de fluência Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 6 EEIMVR Equipamentos para o ensaio Detalhe do conjunto forno, extensômetro e CP de fluência Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 7 EEIMVR Equipamentos para o ensaio Extensômetro de alta temperatura acoplado ao CP Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 8 EEIMVR A curva de fluência A curva é obtida pela tração de um CP com carga ou tensão constante no interior de um forno que permanece com temperatura constante. • ensaio de fluência - carga ou tensão constante - temperatura constante - = f(t) - escala de tempo: 1.000 h / 10.000 h / 100.000 h • curva de fluência - 3 estágios - sob tensão cte não ocorre o estágio III (curva B tracejada) - curva A é para carga constante Inclinação no Estágio II 𝑑𝜀 𝑑𝑡 = 𝜀 𝑚𝑖𝑛 = taxa mínima de fluência Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 9 EEIMVR A curva de fluência Andrade: A curva de fluência sob tensão constante decorre da superposição de dois processos distintos, após a deformação instantânea inicial ε0. kte βt 1ε ε 1/30 • Equação de Andrade: β = cte da fluência transiente (K=0) K = cte da fluência viscosa • Equação de Garofalo: t e 1 rt mint0 εε εε ε0 = deformação instantânea gerada com o carregamento inicial εt = limite da fluência transiente r = razão entre a taxa de fluência transiente e a deformação na fluência transiente έmin = taxa mínima de fluência Fluência transiente Fluência viscosa Deformação instantânea Curva de fluência Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 10 EEIMVR A curva de fluência • Estágio I: fluência transiente (resistência aumenta com a deformação, predominando o encruamento); importante quando T e • Estágio II: equilíbrio entre “encruamento” e amolecimento (taxa mínima de fluência) • Estágio III: redução de área e/ou alterações microestruturais próximas à fratura min ε OBS: em geral, o Estágio II engloba a maior parte do tempo consumido em um ensaio de fluência. Esse é um dos motivos da taxa mínima de fluência (taxa de deformação do Estágio II) ser o principal resultado do ensaio. Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 11 EEIMVR Efeito de σ e T na curva de fluência A taxa mínima de fluência é o principal resultado do ensaio de fluência: min Os dois resultados padronizados mais usados em projetos de engenharia: Tempo (h) D ef o rm aç ão p o r f lu ê n ci a ( m m /m m ) h) 100.000 em (1% %/hora 0,00001 gera que Tensão h) 10.000 em (1% %/hora 0,0001 gera que Tensão min min ε ε σ σResistência à fluência OBS: 𝜀 𝑚𝑖𝑛= 0,0001 %/hora = 1% em 10.000 h = 10 -6 h-1 = 2,8 x 10-10 seg-1 Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 12 EEIMVR Efeito de σ e T na curva de fluência A taxa mínima de fluência 𝜀 𝑚𝑖𝑛 pode ser representada pela expressão geral abaixo. Os valores dos 3 parâmetros A, n e Q são típicos de cada material e condição de ensaio, sendo determinados experimentalmente. O seu conhecimento permite calcular 𝜀 𝑚𝑖𝑛 para diferentes valores de tensão σ e temperatura T empregados em solicitações de fluência. 𝜀 𝑚𝑖𝑛 = 𝐴𝜎 𝑛𝑒− 𝑄/𝑅𝑇 • A = constante função das características do material, incluindo constantes elásticas e tamanho de grão. • n = expoente de fluência, função do mecanismo atuando nas condições de tensão e temperatura de ensaio. • Q = energia de ativação do mecanismo de fluência nas condições de tensão e temperatura de ensaio. • R = constante dos gases (8,314 J/mol.K) Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 13 EEIMVR Gráfico log-log da tensão em função da taxa mínima de fluência para a liga S-590, em 4 diferentes temperaturas. Composição química da liga: 20,0 Cr; 19,4 Ni; 19,3 Co; 4,0 W; 4,0 Nb; 3,8 Mo; 1,35 Mn; 0,43 C; balanço Fe. Resultados de vários ensaios no mesmo gráfico Te n sã o σ (M P a) Taxa mínima de fluência 𝜺 𝒎𝒊𝒏 (h-1) 300 Ponto 1 Ponto 2 300 MPa é a resistência à fluência a 650 ºC para taxa mínima de fluência min= 1% em 100 horas = 0,0001 h-1. ε Ponto 2 Ponto 1 Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e MateriaisRogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 14 EEIMVR Uso dos resultados de ensaios de fluência Exemplo 1: Utilize o gráfico da página anterior para determinar o expoente de fluência “n” para a temperatura de 925 ºC, na equação geral da taxa mínima de fluência 𝜀 𝑚𝑖𝑛 abaixo. Solução : Aplicando a função logaritmo decimal nos dois lados da expressão acima, e mantendo a temperatura T constante, o expoente de fluência “n” será o coeficiente angular da reta obtida, conforme mostrado na figura da esquerda no slide 12. Como o gráfico do slide anterior tem abscissa e ordenada trocadas em relação à equação acima em escala log- log, o coeficiente angular de uma é o inverso do coeficiente angular da outra. Portanto: 𝜀 𝑚𝑖𝑛 = 𝐴𝜎 𝑛𝑒− 𝑄/𝑅𝑇 0,1287 )(10 log )(10 log (44) log (350) log X Y n 1 5-2 7,8 n Pontos da curva log σ x log 𝜀 𝑚𝑖𝑛 mostrada no slide anterior 𝑙𝑜𝑔 𝜀 𝑚𝑖𝑛 = 𝑙𝑜𝑔𝐾 + 𝑛 𝑙𝑜𝑔(𝜎) 𝜀 𝑚𝑖𝑛 = 𝐾𝜎 𝑛 T = cte n = coeficiente angular da reta log 𝜀 𝑚𝑖𝑛 x log σ Ponto 1: X1 = log (10 -5) ; Y1 = log (44) Ponto 2: X2 = log (10 2) ; Y2 = log (350) T = 925 ºC : Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 15 EEIMVR Uso dos resultados de ensaios de fluência Exemplo 2: Utilize o gráfico do slide 13 para determinar a energia de ativação “Q” da fluência secundária (Estágio II) da liga S-590. Use os dados para a tensão de 300 MPa nas temperaturas de 650 e 730 ºC, e considere que o expoente “n” não varie com a temperatura. Por fim, estime a taxa mínima de fluência 𝜀 𝑚𝑖𝑛 a 600 ºC (873 K) e 300 MPa. Solução : Aplicando a função logaritmo natural nos dois lados da expressão acima, e mantendo a tensão σ constante, o coeficiente angular da reta ln(𝜀 𝑚𝑖𝑛) x 1/T permite encontrar “Q” , como mostrado abaixo e na figura da direita do slide 12: 𝜀 𝑚𝑖𝑛 = 𝐴𝜎 𝑛𝑒− 𝑄/𝑅𝑇 𝜀 𝑚𝑖𝑛 = 𝐾𝑒 − 𝑄/𝑅𝑇 σ = cte 𝑙𝑛 𝜀 𝑚𝑖𝑛 = 𝑙𝑛𝐾 − 𝑄/𝑅𝑇 - Q/R = coeficiente angular da reta ln 𝜀 𝑚𝑖𝑛 x 1/T 10031 9231 )10 x (1,4 ln )(10 ln 8,314 T1 T1 )( ln )( ln R -2-4 21 2 min1 min Q molJ475.000 Q Ponto 1 (T1 = 650 ºC): X1 = 10 -4 ; Y1 = 300 Ponto 2 (T2 = 730 ºC): X2 = 1,4 x 10 -2 ; Y2 = 300 σ = 300 MPa na curva σ x 𝜺 𝒎𝒊𝒏 (slide 13) : • 𝜀 𝑚𝑖𝑛1 = X1 = 10 -4 • 𝜀 𝑚𝑖𝑛2 = X2 = 1,4 x 10 -2 • R = 8,314 J/mol.K 𝐾 = 𝑒𝑥𝑝 (𝑙𝑛 𝜀 𝑚𝑖𝑛 + 𝑄/𝑅𝑇) 𝐾 = 𝑒𝑥𝑝 (𝑙𝑛 10 −4 + 475.000/8,314 𝑥 923) = 7,63 𝑥 1022 = 𝐾 Para T= 600 ºC ou 873 K: 𝜀 𝑚𝑖𝑛 = 𝐾𝑒 − 𝑄/𝑅𝑇 = 7,63 x 1022 𝑒− 475.000/8,314𝑥873 = 2,89 x 10−6 ℎ−1 = 𝜀 𝑚𝑖𝑛 Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 16 EEIMVR Ensaios de ruptura por fluência • esse ensaio é levado até a ruptura • cargas mais elevadas • tempo de ensaio: até 1.000 h • resultado: tempo até a ruptura Gráfico log-log da tensão em função do tempo até ruptura para a liga S-590, em 4 diferentes temperaturas. Composição química da liga: 20,0 Cr; 19,4 Ni; 19,3 Co; 4,0 W; 4,0 Nb; 3,8 Mo; 1,35 Mn; 0,43 C; balanço Fe. Tempo até ruptura (h) Te n sã o ( M P a) mudanças na inclinação das retas são devidas a alterações microestruturais no material, tais como mudança de fratura transgranular para intergranular, recristalização, crescimento de grão, oxidação, esferoidização de fase, grafitização, formação de fase sigma, entre outras. as retas ao lado são obtidas com pontos gerados em vários ensaios de ruptura por fluência (1 ponto = 1 ensaio). Os vários pontos (tensão, tempo até ruptura e temperatura) podem ser usados em conjunto nos métodos de previsão de desempenho, como o de Larson-Miller, apresentados mais a frente. Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 17 EEIMVR Características dos dois tipos de ensaio Características Ensaio de Fluência Ensaio de Ruptura por Fluência Objetivo principal do ensaio Medir com precisão e registrar/armazenar as deformações em função do tempo Medir e armazenar o tempo total do ensaio até a ruptura Resultado gerado por um ensaio Taxa mínima de fluência ou curva de fluência Um único ponto a ser usado para compor a curva de tensão em função do tempo de ruptura Nível de tensão no ensaio Baixo Mais alto do que no ensaio de fluência Deformação total no ensaio Para taxa mínima: 0,5 a 1,0 % Para curva de fluência: acima de 50% Em torno de 50% Tempo total de ensaio Em geral de 2.000 a 10.000 horas (cerca de 3 meses a 1 ano) Em torno de 1.000 horas (42 dias) Equipamentos para o ensaio Mais sofisticados, pela precisão das medições de deformações Mais simples de operar e manter, em geral formando conjuntos para vários ensaios simultâneos Aplicação Casos onde não se pode ultrapassar pequenas deformações Desenvolvimento de novas ligas resistentes a altas temperaturas Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 18 EEIMVR Alterações microestruturais e mecanismos variação de entre os estágios alterações microestruturais, já que T e σ são ctes. principais mecanismos de deformação: • deslizamento de discordâncias : T => novos sistemas de deslizamento atuando (deslizamento múltiplo) / muitos sistemas + pequenas distâncias • fluência de discordâncias ou lei de potência: difusão de lacunas interagindo com discordâncias; equilíbrio entre geração e aniquilação de discordâncias; escalagem permite que discordâncias ultrapassem obstáculos • fluência difusional: fluxo de lacunas e átomos intersticiais / Nabarro-Herring e Coble • formação de sub-grãos: - rearranjo de discordâncias em contornos de baixo ângulo - estágio II => densidade de discordâncias = cte - efeito da energia de defeito de empilhamento (EDE): Alta EDE => formação de sub-grãos Baixa EDE => recristalização • escorregamento dos contornos de grão (pode ser até 50% da deformação total) Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 19 EEIMVR Alterações microestruturais e mecanismos Ao lado, um esquema da escalagem de uma discordância em aresta. Sob tensões de compressão, lacunas se concentram abaixo da linha de discordância, deslocando-a para cima. Assim, ela pode alcançar planos de deslizamento em níveis superiores e ultrapassar um obstáculo ao seu movimento. A linha de discordância pode também se deslocar para baixo, quando tensões de tração afastam as lacunas da região abaixo da linha. Na faixa de tensões 10-4 < σ/G < 10-2 , especialmente em temperaturas elevadas (maior difusão), a fluência ocorre pelo movimento de discordâncias auxiliado pela difusão de lacunas. Assim, a escalagem gera maior mobilidade das discordâncias. É a chamada fluência de discordâncias ou lei de potência. O deslizamento cruzado num cristal CFC é mostrado ao lado. Um anel de discordância se expande de (a) para (b) num plano (111) sob tensões cisalhantes. A região z do anel é uma discordância espiral pura, e passa a se movimentar noutro plano (figura (c)), chamado de plano de deslizamento cruzado. Em (d), o anel alcança outro plano (111), e prossegue seu movimento em deslizamento cruzado duplo. Destaque: só a componente espiral do anel se movimenta no plano de deslizamento cruzado. Esse mecanismo possibilita maior facilidade para as discordâncias ultrapassarem obstáculos ao seu movimento. Crescentes temperaturas favorecem a ativação de novos sistemas (combinação de plano e direção na rede cristalina) para o deslizamento de discordâncias,contribuindo para a fluência. Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 20 EEIMVR Alterações microestruturais e mecanismos Formação de sub-grãos pelo rearranjo de discordâncias em contornos de baixo ângulo. Mecanismo também conhecido como “poligonização”, que ocorre durante a recuperação do material. Típico dos Estágios I e II de fluência. A figura ao lado mostra a deformação por fluência difusional. A aplicação de tensões em altas temperaturas pode intensificar a difusão de lacunas, e portanto de átomos. Os átomos dos contornos de grãos paralelos à tensão de tração difundem na direção das setas para os contornos normais ao esforço de tração, promovendo o alongamento plástico visto na figura (linhas tracejadas). Se a difusão ocorrer predominantemente através da rede cristalina, o mecanismo é conhecido como Nabarro-Herring, sendo mais importante em baixas tensões e temperaturas elevadas. Quando a difusão se dá através do contorno de grão, tal processo é chamado Mecanismo de Coble, predominando em baixas tensões e temperaturas menores do que no caso anterior. Condição inicial Poligonização σ σ Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 21 EEIMVR A figura abaixo mostra esquematicamente o mecanismo de deformação plástica por “deslizamento de contornos de grãos”. Tal mecanismo atua sempre associado a outro mecanismo, em geral aos da fluência difusional (Nabarro-Herring e Coble). Tem pouca importância nos Estágios I e II de fluência. A deformação plástica ocorre na sequência de (a) até (c), gerando deformação de até 0,55. Alterações microestruturais e mecanismos Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 22 EEIMVR Mapas dos mecanismos de deformação • Os mapas em questão são gráficos do espaço tensão versus temperatura (ou tensão normalizada pelo módulo de cisalhamento versus temperatura homóloga), onde predominam os diferentes mecanismos de deformação num determinado material. • As fronteiras entre as regiões indicadas no mapa dependem da taxa de deformação adotada e da microestrutura do material (por exemplo, do seu tamanho de grão), conforme indicado no canto superior direito da figura abaixo (mapa do Níquel). • A região superior do mapa mostra a linha horizontal referente à resistência teórica ao cisalhamento, em torno de σ/G = 10 -1 . • Para σ/G entre 10 -1 e 10 -2 , a deformação através do deslizamento de discordâncias predomina em todas temperaturas. • Abaixo de σ/G=10 -2 e em maiores temperaturas, o mecanismo de fluência de discordâncias (lei de potência) é o predominante. • Os mecanismos de fluxo difusional, (Coble e Nabarro-Herring) também são mostrados no mapa do Níquel. A região de Nabarro-Herring se apresenta em temperaturas mais altas do que a região de Coble. • Nesse mapa, o regime elástico ocupa grande região de menores tensões e temperaturas. Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 23 EEIMVR Mapas dos mecanismos de deformação Deformação por deslizamento de discordâncias Deslizamento de discordâncias Fluência pela lei de potência Trabalho da palheta de turbina Trabalho da palheta de turbina • As figuras abaixo permitem verificar o efeito dos vários fatores de aumento de resistência presentes na superliga de níquel MAR-M200 nos seus mecanismos de deformação, quando é comparado o seu mapa com o do níquel puro. Também se vê a típica região de trabalho de uma palheta de turbina. Os dois mapas são para um mesmo tamanho de grão. • É possível notar que, nos níveis de tensão e temperatura de trabalho da palheta de turbina, a superliga não atinge a região de deslizamento de discordâncias nem a de fluência de discordâncias presentes no caso do mapa do níquel puro. Além disso, a região de trabalho na superliga está sujeita ao fluxo difusional com taxas de deformação bem menores do que no mapa do níquel. Fica evidente o melhor desempenho em fluência da superliga em relação ao níquel puro. Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 24 EEIMVR Mapas dos mecanismos de deformação • Além de indicar os mecanismos de deformação dominantes nas diferentes regiões, os mapas também permitem determinar uma das três variáveis básicas de fluência (tensão, taxa mínima de fluência e temperatura) a partir do conhecimento das outras duas. • Por exemplo, o mapa abaixo de um aço inox com tamanho de grão 10 μm indica que a temperatura de 740 ºC associada à tensão de 10 MPa resultam na taxa mínima de fluência 𝜀 𝑚𝑖𝑛 de 10 -10 seg-1. Além disso, os dados podem ser usados na equação básica, como abaixo: Exemplo 3: Os dois pontos vistos no gráfico permitem encontrar as constantes A e Q para a região de fluência difusional, onde n=1: 740 2,40 900 𝑙𝑛 𝜀 𝑚𝑖𝑛 = 𝑙𝑛𝐴 + 𝑙𝑛σ − 𝑄/𝑅𝑇 𝑄 = 𝑙𝑛10 − 𝑙𝑛2,4 8,314 /(1 1013 − 1 1173) 𝑙𝑛 10−10 = 𝑙𝑛𝐴 + 𝑙𝑛10 − 𝑄/(8,314 𝑥 1013) 𝑙𝑛 10−10 = 𝑙𝑛𝐴 + 𝑙𝑛2,4 − 𝑄/(8,314 𝑥 1173) ........ (1) ........ (2) (1) – (2): 𝑄 = 88.116 J/mol Substituindo em (1) : 𝑙𝑛𝐴 = −14,87 𝐴 = 3,498 𝑥 10−7 Calcule agora 𝜀 𝑚𝑖𝑛 para σ = 3 MPa e T= 800 ºC: 𝜀 𝑚𝑖𝑛 = 𝐴 σ 𝑒 −𝑄/𝑅𝑇 = 3,498 𝑥 10−7 𝑥 3 𝑥 𝑒−88.116/(8,314 𝑥 1073) 𝜀 𝑚𝑖𝑛 = 5,385 𝑥 10 −11 𝑠𝑒𝑔−1 Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 25 EEIMVR Algumas equações • Cotrell: 'nAt n’ = 0 => estágio II (estacionário) : = A = cte n’ = 1 => estágio I (transiente) : = α ln t n’ = 2/3 => eq. de Andrade p/ transiente : = t1/3 • estágio II (TH > 0,5) : fluência controlada por processos termicamente ativados eq. de Arrhenius: RTHAe H: energia de ativação do processo • determinação de H: 21 21 2 1 RTH 2 RTH 1 TT TT lnRH eecteA 21 21 21 1 2 RTH 2 RTH 121 RTH TT TT t t lnRH etette 21 • Dorn: tempo compensado pela temperatura • Sherby (estado estacionário em metais puros): 5 2 s E DSL Onde: S = cte L = diâmetro do grão D = coef. de auto difusão = tensão de fluência E = módulo de elasticidade Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 26 EEIMVR Ligas resistentes a altas temperaturas Composições de algumas ligas utilizadas em altas temperaturas • resistência à fluência - T de fusão do metal - coef. de auto-difusão - EDE - precipitados finos e duros - estabilidade térmica dos precipitados • OBS: (1) dificuldade para processamento a quente e frio e para soldagem (2) Fabricação por fundição ou metalurgia do pó (3) Resistência à oxidação em temperaturas elevadas (Mo) Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 27 EEIMVR Ligas resistentes a altas temperaturas Designação da Liga Limite de Escoamento (MPa) Tensão de Ruptura em 100 hr (MPa) Tensão de Ruptura em 1000 hr (MPa) 21˚C 760˚C 982˚C 760˚C 982˚C 760˚C 982˚C B1900 825 808 415 505 170 380 105 IN-100 850 860 370 625 170 515 105 MAR-M-200 840 840 470 635 179 580 130 MAR-M-200 (DS)b 860 925 620 725 200 660 140 TRW-NASA VI A 940 945 520 725 215 585 140 MAR-M 509 570 365 180 345 105 260 79 Astroloy 1050 910 275 540 105 430 55 Hastelloy X 360 260 110 145 26 100 14 Waspalloy 795 675 140 415 45 290 ̶ MA 6000 (ODS) c 1069 781 344485 210 410 180 Alloy 51 (ODS)c 903 972 517 600 221 469 186 a : Hertzberg, R.W., Deformation and Fracture Mechanics of Engineering Materials, 4th ed., John Wiley, 1996. b : DS = liga solidificada direcionalmente ; c : ODS = liga endurecida por dispersão de óxido adicionado mecanicamente Propriedades mecânicas de algumas superligas a Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 28 EEIMVR Aplicações de materiais em altas temperaturas Metais refratários: Mo, W, Ta Ligas de Nb, Mo, W, Ta Cerâmicas: - Óxidos: Al2O3 , MgO, etc. - Nitretos: Si3N4 - Carbonetos: SiC Aços inoxidáveis austeníticos Nichromes, nimonics Superligas de níquel Superligas de cobalto Superligas de ferro Superligas de ferro Aços inoxidáveis ferríticos Aços inoxidáveis austeníticos Inconels e nimonics Aços baixa liga Ligas de titânio (até 450 ºC) Inconels e nimonics Polímeros reforçados com fibras Ligas de cobre (até 400 ºC) Níquel, monels e níquel-prata PEEK, PEK,PI, PPD, PTFE e PES (até 250 ºC) Polímeros (temp máx: 60 a 150 ºC) Ligas de magnésio (até 150 ºC) Ligas de alumínio (até 150 ºC) Monels e aços Aços inoxidáveis austeníticos Ligas de alumínio Ligas de cobre Ligas de nióbio Materiais Aplicações T (K) T (ºC) Tubeiras de foguetes Fornos especiais Turbinas experimentais Turbinas a gás Indústrias químicas Reatores petroquímicos Componentes de fornos Construção nuclear Turbinas a vapor Superaquecedores Trocadores de calor Trocadores de calor Turbinas a vapor Compressores de turbinas Processamento de alimentos Automotivas (motores) Construção civil Utilidades domésticas Automotivas Aeroespaciais Carcaças de foguetes Tubulações Tanques de O2 e N2 líquidos Supercondução • A principal característica dos materiais para trabalho em altas temperaturas é a sua temperatura de fusão. • Apesar dos seus elevados pontos de fusão, tungstênio e molibdênio só devem ser usados se forem protegidos do contato com o ar. Os dois metais se oxidam rapidamente em temperaturas elevadas, e tais óxidos são voláteis, inviabilizando sua aplicação. • As superligas metálicas, principalmente aquelas a base de níquel e de cobalto, mostram características que propiciam bom desempenho em temperaturas altas: alto LE, elevada resistência à fadiga de baixo e alto ciclo, elevada resistência à fluência e fluência associada à fadiga e alta resistência à corrosão a quente (oxidação, cloração, sulfatação e carbonização). • Alguns materiais cerâmicos de alto desempenho também se destacam em temperaturas elevadas, como é o caso de SiC, Si3N4 e MoSi2. Outra cerâmica a citar é ZrO2 + Y2O3 (zircônia estabilizada com óxido de ítrio), usada na barreira térmica cerâmica (TBC) revestindo as palhetas de turbinas na região de altas temperaturas. • Merecem citação alguns materiais de menor custo do que as superligas, quando a temperatura de trabalho não for tão alta. É o caso dos aços inoxidáveis, inconel e ligas de titânio. Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 29 EEIMVR Superligas de Níquel • As principais características do material a ser usado nas citadas palhetas são as seguintes: Resistência à fluência; Resistência à oxidação em alta temperatura; Rigidez (elevado módulo de elasticidade); Resistência à fadiga térmica; Estabilidade térmica; Baixa densidade. • As superligas de níquel são os materiais que apresentam as melhores combinações dessas características. • Tais superligas apresentam endurecimento por solução sólida através de elementos de liga como Co, W e Cr. Também são formados precipitados duros e estáveis de compostos intermetálicos para dificultar o movimento de discordâncias, tais como Ni3(Al, Ti, Ta). Deve ainda gerar passivação através de uma camada superficial de óxido de cromo Cr2O3, de modo a proteger a palheta do ataque do oxigênio. LP system 1 fan stage 5 turbine stages > 3000 rpm HP system 6 compressor stages 1 turbine stage > 10000 rpm IP system 8 compressor stages 1 turbine stage > 7500 rpm LP turbine 900 ºC IP turbine 1200 ºC HP compressor 300-650 ºC IP compressor 50-300 ºC Fan (LP compressor) -50 to 40 ºC HP turbine 1500 ºC • A otimização da eficiência no consumo de combustível e da potência gerada pelas turbinas do tipo Turbofan das grandes aeronaves comerciais exige elevadas temperaturas de combustão, atingindo valores próximos a 1.600 ºC. Essa é a temperatura dos gases em contato com as peças na região de alta pressão e altas temperaturas da turbina, sendo também chamada temperatura de entrada na turbina (TET). • As palhetas da região de alta pressão da turbina são as peças mais críticas, pois giram a mais de 12.000 rpm e suportam tensões de até 250 MPa, além da elevada temperatura de trabalho. ../Material para trabalhos/Journey through a jet engine1.mp4 ../Fotos/Turbofan 3.pdf Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 30 EEIMVR Superligas de Níquel • As turbinas tipo Turbofan de última geração, como a Rolls-Royce Trent XWB, empregam palhetas de superliga de níquel monocristalina, com canais internos de refrigeração e revestimento externo com isolante térmico cerâmico (TBC). • As palhetas monocristalinas são produzidas em fornos a vácuo, e trabalham em temperaturas efetivas de até 900 ºC. Elas apresentam elevada resistência à fluência por não estarem sujeitas aos importantes mecanismos de deformação por fluência via difusão ou deslizamento nos contornos de grão, e também pela ação dos precipitados de alta dureza. • A figura ao lado mostra a palheta da região de alta pressão de uma turbina de avião, cujo material permite o emprego de TET acima da própria temperatura de fusão da liga (TET>1.550 ºC e temperatura de fusão da liga=1.350 ºC). γ-matriz γ’-cuboides • A microestrutura típica de uma superliga de níquel é formada por duas fases: γ e γ’ . A fase γ é a matriz, e os precipitados da fase γ’ (com a forma de cubos) atuam como endurecedores (figura abaixo). • A fase γ corresponde ao níquel com estrutura cristalina CFC com elevados teores de Co, Cr, W, Mo, Ru (rutênio) e Re (rênio). Re, W e Mo promovem endurecimento por solução sólida e também melhoram a resistência à fluência da liga. • A fase γ’ é um composto intermetálico e também tem estrutura CFC, com átomos de Ni no centro das faces e átomos de Al, Ti ou Ta nos vértices do cubo. Ela é representada por Ni3(Al, Ti, Ta), em geral com frações volumétricas entre 60 e 70% nas superligas. • As superligas de níquel apresentam limite de escoamento entre 900 e 1300 MPa, na temperatura ambiente. Uma característica marcante de várias superligas é o aumento do LE com a temperatura, atingindo valor máximo em torno de 800 ºC. Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 31 EEIMVR Fratura em altas temperaturas • A temperatura equicoesiva (TEC) é aquela na qual o interior dos grãos (planos de deslizamento) e os contornos dos grãos apresentam a mesma resistência. • A TEC varia com a tensão σ e também com a taxa de deformação έ. A figura (a) indica que os metais sofrem transição de fratura transgranular para intergranular, quando a temperatura ultrapassa a TEC. • A figura (b) mostra que uma menor taxa de deformação reduz a resistência dos contornos, reduzindo assim a TEC, já que a resistência do interior dos grãos é menos afetada. • As usuais condições de fluência (altas T e baixas έ) explicam a sua típica fratura intergranular. • Acima da TEC, maior TG (menor área de contorno) implica em maior resistência do material. • Materiais de elevada pureza mostram pequena diferença entre aresistência do interior e a do contorno dos grãos. Nesses casos, é considerado o intervalo de variação da TEC, como visto na figura (c), podendo ocorrer fratura transgranular mesmo em temperaturas elevadas. Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 32 EEIMVR Grão Grão Grão Vazio Fratura em altas temperaturas A fratura por fluência ocorre no Estágio III, a partir de trincas e cavidades formadas nos contornos de grãos, evoluindo como fratura intergranular. As trincas em cunha (tipo w) da figura inferior, surgem em temperaturas moderadas e níveis altos de tensão. As cavidades arredondadas (tipo r) se formam pela interação de deslizamento dos contornos com inclusões, partículas de 2ª fase, e extremidades de bandas de deslizamento, como mostrado na figura ao lado. Essas cavidades crescem, coalescem e geram fratura intergranular, sendo relacionadas a maiores temperaturas e tensões mais baixas do que no caso das trincas em cunha nos pontos triplos. As segregações de impurezas nos contornos de grãos reduzem a temperatura de fusão nesses locais, tornando-os mais frágeis do que o interior dos grãos em temperaturas elevadas. Fica claro que um melhor desempenho em fluência é obtido com tamanho de grão grande (menor área da superfície de contornos) e mais ainda com material monocristalino (sem contornos de grãos) . Formação de trincas nos pontos triplos (contato entre 3 grãos), através do escorregamento dos contornos de grãos. Tais trincas se propagam pelos contornos de grãos, gerando fratura intergranular. Mecanismo típico do Estágio III de fluência. Cavidades Contorno de grão Banda de deslizamento σ σ Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 33 EEIMVR Fratura em altas temperaturas • Estágio III => formação de trincas e cavidades Trincas em cunha do tipo w formadas nos pontos triplos: L ν) (1 8 G γ π3 τ b 21 b 21 dν) (1 G γ4 d c 2 π τ Cavidades do tipo r nos contornos de grão (cavidades e partículas de 2ª fase): 21 2 s r dG ν)(1 π8 γL ε 1 t Tensão cisalhante necessária para nuclear uma trinca do tipo w Tempo de ruptura gerada por uma trinca do tipo w b = energia superficial do contorno de grão G = módulo de cisalhamento L = distância de escorregamento do contorno de grão (igual ao diâmetro do grão) L = comprimento do contorno ≈ d d = diâmetro do grão έs = taxa de fluência secundária = energia superficial efetiva de fratura Tensão cisalhante necessária para nuclear cavidades do tipo r em partículas do contorno 2c = tamanho da partícula 2d = espaçamento entre partículas Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 34 EEIMVR Fratura em altas temperaturas (a) (b) (c) 18 μm 10 μm 1 μm As fratografias abaixo (MEV) mostram exemplos de fratura intergranular por fluência: (a) Fratura intergranular a partir de trincas em cunha (tipo w) em Inconel 625. (b) Fratura intergranular a partir de trincas em cunha em Incolay 800. (c) Fratura intergranular por fluência a partir de cavidades arredondadas (tipo r) na liga PE-16. Esse mecanismo é também conhecido por “cavitação” em contornos de grão. Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 35 EEIMVR Métodos de previsão de desempenho • 1% de deformação a 100.000 h (11,4 anos) tempo muito longo para se avaliar um material • extrapolação confiável: ausência de alteração estrutural nas condições de t, T e σ a serem extrapoladas • T => alterações acontecem mais rápido; T = 100°C é condição segura para 10.000 h c/ teste de 1.000 h • Parâmetro de Larson-Miller = PLM (tratamento dos dados do ensaio de ruptura por fluência) θ log C1onde T ΔH R M C1 t log e log Monde RT ΔH M t log θ loget θ RTΔH , , Supondo que θ e H só dependem de : log t x 1/T é uma reta σ = cte θ = cte - C1 = cte = log t para 1/T=0 (intercepto) OBS: C1 varia entre 17 e 22 para a maioria das ligas Operação Ensaio c/ mesmo PLM 10.000 h a 540°C 14 h a 650°C 1.000 h a 650°C 15 h a 730°C 1.000 h a 730°C 20 h a 810°C PLM p/ C1 = 20 = cte de Larson-Miller: PLM = T (20 + log truptura) , em K e h Um mesmo valor do PLM pode ser obtido por diferentes combinações de T e truptura , e que corresponde a um único valor de σ que causa a fratura do material no ensaio de ruptura por fluência. = PLM O PLM é o coeficiente angular das retas Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 36 EEIMVR Métodos de previsão de desempenho Manson - Haferd σa > σb > σc Sherby - Dorn σa > σb > σc Larson - Miller σa > σb > σc - C • Existem muitos métodos desenvolvidos para extrapolar os dados dos ensaios de ruptura por fluência para tempos mais longos em serviço do que nos ensaios. As figuras abaixo mostram três dos principais métodos, dos quais o mais utilizado é o de Larson-Miller (slide anterior). • O método Manson-Haferd usa o gráfico log(truptura) x T, onde as retas para as diferentes tensões adotadas nos ensaios se cruzam no ponto indicado na figura. O parâmetro “m” é o coeficiente angular de cada reta, e pode ser usado de modo similar ao de Larson-Miller. • O método Sherby-Dorn usa o mesmo gráfico do Larson-Miller, mas considera que as retas para as diferentes tensões são paralelas, como observado nos ensaios de certa ligas. Nesse caso, o parâmetro “m” é a interseção de cada reta com o eixo das ordenadas (intercepto). Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 37 EEIMVR Métodos de previsão de desempenho PLM = T (20 + log truptura) , T em K e t em h 580 620 660 700 740 780 820 21000 22000 23000 24000 25000 26000 27000 28000 T e n s ã o (M P a ) 300 200 170 130 100 70 50 30 Temperatura (ºC) para truptura = 100.000 h • A figura mostra o gráfico da tensão adotada no ensaio de ruptura por fluência em função do Parâmetro de Larson-Miller (PLM), para vários aços da família HTUPS (high temperature ultrafine precipitation strengthened steels ), para alguns aços inoxidáveis austeníticos tradicionalmente usados em altas temperaturas e para a liga de Níquel 617. Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 38 EEIMVR Exercício 1 Considere os dados de Larson-Miller do aço-liga S-590, apresentados no gráfico abaixo, de modo a prever o tempo de vida até a ruptura de um componente submetido a uma tensão de 140 MPa (20.000 psi) e trabalhando a 750ºC (1023 K). T (20 + log tr) x 10 -3 , em K e h Te n sã o (M P a ) Te n sã o (1 0 3 p si ) T (20 + log tr) x 10 -3 , em ºR e h 140 Solução : O gráfico indica para a tensão de 140 MPa um parâmetro de Larson-Miller igual a 24,0 x 103, com o tempo tr em horas e a temperatura T em Kelvin. Portanto: 24 = T (20 + log tr) x 10 -3 24 = 1023 (20 + log tr) x 10 -3 23,46 = (20 + log tr) 3,46 = log tr tr = 2884 horas ou 120 dias Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 39 EEIMVR Exercício 2 (exemplo 13.3 dolivro de Meyers e Chawla) Ensaios Mecânicos Engenharia Metalúrgica e Materiais Rogério Itaborahy Tavares Aula 11 Ensaio de Fluência Slide 40 EEIMVR Principais referências para essa aula • Dieter, G. E., Mechanical Metallurgy, McGraw-Hill Book Company, 1988. • Callister Jr., W.D., Rethwisch, D.G., Materials Science and Engineering – An Introduction, 8th ed., John Wiley & Sons, 2010. • Meyers, M.A., Chawla, K.K., Mechanical Behavior or Materials, Cambridge University Press, 2nd ed., 2009. • Hosford, W.F., Mechanical Behavior or Materials, Cambridge University Press, 2nd ed., 2010. • Hertzberg, R.W., Deformation and Fracture Mechanics of Engineering Materials, 4th ed., John Wiley, 1996. • Ashby, M., Shercliff, H., Cebon, D., Materials: engineering, science, processing and design, 2nd ed., Elsevier, 2010. • Sérgio Augusto de Souza, Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos, Ed. Edgard Blücher Ltda, São Paulo, SP, 1982. • Amauri Garcia, J.A. Spim & C.A. dos Santos, Ensaios dos Materiais, LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., Rio de Janeiro, RJ, 2000. • ASM Metals HandBook Vol 8 - Mechanical Testing and Evaluation. • MTS - http://www.mts.com. • INSTRON - http://www.instron.com.br/. • Spittle, P., Gas Turbine Technology, Physics Education 38 (6), IOP Publishing Ltd, p. 504, 2003. http://www.mts.com.br/ http://www.mts.com.br/ http://www.mts.com.br/ http://www.mts.com.br/ http://www.mts.com.br/ http://www.mts.com.br/ http://www.mts.com.br/ http://www.mts.com.br/ http://www.instron.com.br/ http://www.instron.com.br/ http://www.instron.com.br/ http://www.instron.com.br/ http://www.instron.com.br/ http://www.instron.com.br/ http://www.instron.com.br/ http://www.instron.com.br/ http://www.instron.com.br/
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