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INFECÇÕES SUPERFICIAIS E INFECÇÕES CUTÂNEAS CAUSADAS POR FUNGOS Micoses Superficiais -> limitadas as camadas mais externas da pele e pelos. Micoses Cutâneas -> envolvem camadas mais profundas da derme e seus tegumentos, cabelo e unha. 1. Infecção Superficial: Pityriasis versicolor -Agente etiológico: Malassezia furfur -Infecção crônica da camada córnea da pele, comum em países tropicais. -Sinonímia: pano branco, micose de praia. -O fungo Malassezia furfur é uma levedura da microbiota normal, lipodependente (secreta lipases e utiliza lipídios como nutrientes). -Patogenia: a Malassezia furfur produz ácido azelaico, que tem atividade enzimática/antitirosinase e interfere na melanogênese, causando hipocromia. -Exposição ao sol: estimula a produção de melanina no entorno da lesão -> revela a presença do fungo nas áreas hipocrômicas. O fungo secreta o ácido azelaico que impede que essa tirosinase processe a síntese de melanina. Manifestações clínicas -Lesões descamativas, geralmente assintomáticas, sem coceira nem dor. -Produzem lesões Hipocrômicas, coloração do marfim ao castanho-escuro. -Lesões predominam no tórax, face e antebraço. -Em alguns casos, tende a ser crônica e recorrente. -Fatores predisponentes: pele oleosa, sudorese intensa, fatores hereditários. Diagnóstico Laboratorial – Malassezia furfur 1. Exame direto: -Coleta nas lesões descamativas por raspado cutâneo. -Clarificação com KOH – hidróxido de potássio de 10-40%. -Observação de leveduras agrupadas e pequenos fragmentos de hifas septadas. 2. Cultivo: -Deve ser adicionado alguma fonte de lipídios ao meio de cultivo. Ex.: Agar-Sabouraud, suplementado com azeite de oliva. -Colônias com crescimento lento, 5-7 dias à 30°C, colônias cor creme brilhantes na placa de Petri, e quando observa o microscópio, vê-se a levedura. Nessa mostra até a levedura com o blastoconídio, mostrando que está em processo de divisão, de reprodução assexuada. Doenças associadas a Malassezia spp. -Dermatite Seborreica e caspa -Fungo produz lipase -> Degrada lipídios -> que é o nutriente para ele. -Tratamento com: sabonetes, xampus, loções capilares ou cremes com agentes antifúngicos associados a controladores de oleosidade. Tratamento da Pityriasis versicolor · Agentes uso Tópicos: preferencialmente -Shampoos e sabonetes a base de: Selênio, Zinco, Enxofre (elementos tóxicos para o crescimento fúngico). -Uso tópico de antifúngicos, tais como: terbinafina e cetoconazol. · Agentes uso Oral: Cetoconazol e Fluconazol -Cetoconazol oral deve ter uso moderado por ser hepatotóxico e interferir no metabolismo da testosterona. 2. INFECÇÕES CUTÂNEAS CAUSADAS POR FUNGOS: DERMATOFITOSES (TINEAS) · Micoses causadas por fungos dermatófitos · Fungos filamentosos · Fungos produtores de queratinase (enzima que degrada a queratina) · Fungos adaptados à colonização de tecidos queratinizados como: unhas, pelos, cabelos e estrato córneo da pele. A denominação das dermatofitoses (ou das tineas) tem a ver com a localização de onde ela ocorre: Evolução da dermatofitose Ex.: pé de atleta/frieira Vai num contínuo de invasão: Começa com a colonização da camada córnea -> adesão do fungo ao tecido -> proliferação do fungo -> secreção de queratinase -> invasão da derme/pelos. No caso, há o estabelecimento de uma resposta inflamatória com prurido e coceira, como o ápice da situação do estabelecimento dessa condição dessa dermatofitose. · Dermatófitos são agrupados em 3 gêneros, com espécies agrupadas dentro desses gêneros. 1- Microsporum: M. canis e M. gypseum 2- Trichophyton: T. rubrum; T. mentagrophytes; T. tonsurans e T. violaceum 3- Epidermophyton: E. floccosum Eles apresentam o processo de conidiação, deles é diferente, então podem ser identificados a partir dessas estruturas: 1 foto: microsporum; 2 foto: trichophyton; 3 foto: epidermophyton. Habitat Natural -Classificados em: -Dermatófitos geofílicos -> encontrados no solo. Patógenos de animais e humanos. Transmissão via solo -> diretamente para o ser humano ou animal. Ex.: Microsporum gypseum. -Dermatófitos zoofílicos -> encontrados nos animais. Patógenos de animais e humanos. Transmissão via animais -> ser humano. Ex.; Microsporum canis. -Dermatófitos antropofílicos -> encontrados exclusivamente no ser humano. Transmissão via ser humano -> ser humano. Ex.: Epidermophyton floccosum e Trichophyton rubrum. Doenças e agentes mais frequentes: -Ocorrem em contato com escamas da pele infectada, ou com pelos parasitados, ou ainda, com areia ou terra contendo elementos fúngicos viáveis. -Fungos Antropofílicos causam infecções crônicas, não inflamatórias ou menos inflamatórias. -Fungos Geofílicos e Zoofílicos causam infecções mais agressivas, com presença de lesões inflamatórias. Coleta de material -Pode-se utilizar a lâmpada de Wood, que vai emitir raios UV (azul) e vai estimular a emissão de fluorescência azul-esverdeada pelo fungo -> facilita coleta do material que será levado para o exame. Geralmente a coleta é realizada nas bordas. Pois o crescimento do fungo ocorre do centro para as laterais, então na borda é o local provável que vou encontrar os elementos que estão causando a infecção/lesão. Diagnóstico laboratorial: Exame direto de pele, unha e pelos infectados: -Material é clarificado com hidróxido de potássio (KOH: 10-40%) no próprio consultório do dermatologista – na lamina. -Fungo apresenta glucanos insolúveis a KOH na parede celular, isso que dá a coloração azul de algodão. -Presença de hifas (micélio septado) e artroconídios (fragmentação do micélio) 1- Exame de cultura: cultivo em Meio Agar-Sabouraud. -Cultivo em Placa de Petri: colônias com crescimento lento (7 a 28 dias), observa-se esse crescimento da colônia. -Avaliam-se as características da cultura (macroscópicas e microscópicas). -Identificação gênero e espécie, quando necessário. Importante para que se faça o tratamento correto daquela dermatofitose. 2- Microcultivo em Lâmina - Auxilia a identificação do gênero e espécie: -Permite visualização de detalhes da formação de conídios (conidiogênese), em laboratórios especializados. -Vai auxiliar a conhecer melhor a características morfológicas (macroconídios e microconídios), e isso vai auxiliar pra que se chegue a gênero e espécie daquela amostra em questão. As características observadas pelo microcultivo vão auxiliar/ajudar na identificação do agente: 3- Testes adicionais para identificação de espécies de um mesmo gênero Ex.: Tricophyton mentagrophytes x Tricophyton rubrum -Prova de urease -Perfuração do cabelo “in vitro” -Cultivo em Meio BCP (meio Bromocresol Purple Agar) No final, através dos resultados chega-se a espécie. Tratamento - Dermatofitose: -Uso tópico (pomadas, loções, shampoo): preparados à base de enxofre, iodo, ácido salicílico, etc... -Azoles de uso tópico restrito: Miconazol; Clotrimazo; Econazol -Azoles de uso tópico ou oral: Cetoconazol; Fluconazol; Itraconazol -Outros Agentes: Griseofulvina; Terbinafina; Ciclopirox -Normalmente eles tem efeito fungistático, ou seja, diminui crescimento fúngico e com isso permite que o próprio organismo estabeleça a sua eliminação. Importante tratar focos de contágio: -Animais infectados; -Calçados; -Meio ambiente. É preciso conhecer como está para poder evitar a reinfecção. Prevenção de infecções fúngicas superficiais e cutâneas: -Manter, regularmente, a pele e pés limpos e secos; -Uso de shampoos e controladores de oleosidade; -Não compartilhar roupas, toalhas, barbeadores, escovas de cabelo e outros itens de uso pessoal; -Não andar descalço em academias, saunas, piscinas; -Lavar bem as mãos após contato com animais; -Evitar carícias em animais com lesões de pele; -Encaminhar animais para tratamento veterinário.
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