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Módulo 1, 2, 3, 4 e 5 Planejamento, Contratação e Fiscal Obras Públicas Edif Saneamento - TCU - Instituto Serzedello Corrêa

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Prévia do material em texto

Instituto Serzedello Corrêa
Aula 1
Planejamento e Recursos 
Orçamentários
OBRAS PÚBLICAS DE 
EDIFICAÇÃO E DE 
SANEAMENTO
Módulo 1
Planejamento
RESPONSABILIDADE PELO CONTEÚDO
Tribunal de Contas da União
Secretaria Geral da Presidência
Instituto Serzedello Corrêa
Diretoria de Diagnóstico, Planejamento e Desenvolvimento de Ações Educacionais
Serviço de Planejamento e Projetos Educacionais
Secretaria de Métodos Aplicados e Suporte à Auditoria - SEAUD
CONTEUDISTAS
Bruno Martinello Lima 
Gustavo Ferreira Olkowski 
Marcelo Almeida de Carvalho 
Rafael Carneiro Di Bello 
Victor Hugo Moreira Ribeiro 
Rommel Dias Marques Ribas Brandao
REVISORES TÉCNICOS
Jose Ulisses Rodrigues Vasconcelos
Eduardo Nery Machado Filho
TRATAMENTO PEDAGÓGICO
Flávio Sposto Pompêo
RESPONSABILIDADE EDITORIAL 
Tribunal de Contas da União 
Secretaria Geral da Presidência 
Instituto Serzedello Corrêa 
Centro de Documentação 
Editora do TCU
PROJETO GRÁFICO
Ismael Soares Miguel
Paulo Prudêncio Soares Brandão Filho
Vivian Campelo Fernandes
DIAGRAMAÇÃO
Vanessa Vieira
© Copyright 2014, Tribunal de Contas de União 
<www.tcu.gov.br>
Permite-se a reprodução desta publicação, em parte ou no todo, sem alteração do conteúdo, desde que citada a 
fonte e sem fins comerciais.
Este material tem função didática. A última atualização ocorreu em setembro de 2014. As afirmações e 
opiniões são de responsabilidade exclusiva do autor e podem não expressar a posição oficial do Tribunal 
de Contas da União.
Atenção!
http://www.tcu.gov.br
[ 3 ]Módulo 1 - Planejamento / Aula 1 - Planejamento e Recursos Orçamentários
Módulo 1 - Planejamento
Aula 1 – Planejamento e Recursos Orçamentários
Como se inicia o planejamento para a execução de uma obra
pública?
Quais são os meios de se obterem recursos federais para essa
finalidade?
O que é o programa de necessidades?
Qual a importância dos estudos de viabilidade da construção??
Nesta aula começaremos o curso sobre Planejamento, Contratação e 
Fiscalização de Obras Públicas de Edificações e de Saneamento.
Todo o material foi desenvolvido por servidores do Tribunal de 
Contas da União (TCU) com o objetivo de capacitar servidores e gestores 
da Administração Pública de municípios com até 50 mil habitantes, que 
trabalham diretamente com a missão de construir obras públicas para 
benefício da população.
Na elaboração do material, buscou-se utilizar uma linguagem de 
entendimento comum, para ampliar o acesso a esse conhecimento. Além 
disso, todo o conteúdo foi pensado para a construção de obras de pequeno 
e médio portes, que são as mais comuns no dia-a-dia desses municípios.
Isso não impede que servidores públicos de outros entes da Federação 
ou ainda de municípios de maior população, que lidem com grandes obras, 
possam realizar o curso e utilizar este material. Nesse caso, no entanto, os 
alunos devem ficar atentos, pois obras maiores e mais complexas podem 
necessitar de estudos e projetos mais rigorosos e detalhados.
Neste módulo básico composto por cinco aulas, faremos uma 
abordagem geral por todas as principais etapas relacionadas à execução de 
uma obra pública: desde a assinatura de um convênio, passando pela fase 
de estudos preliminares, projetos, licitação, construção, até a conclusão e a 
operação do empreendimento. 
Ao final do curso, espera-se que o participante seja capaz de aplicar 
os principais conceitos sobre o tema estudado, em conformidade com a 
legislação federal e com as principais decisões do TCU, estando apto a 
utilizar adequadamente recursos do Orçamento Geral da União na melhoria 
da infraestrutura dos municípios.
[ 4 ] Obras Públicas de Edificação e de Saneamento
Módulo 1 - Planejamento .........................................................................................3
1.Introdução aos instrumentos de repasses de recursos federais ............6
1.1. Aspectos gerais sobre os termos de compromisso e os repasses fundo a 
fundo .....................................................................................................................7
Termo de compromisso ......................................................................................7
Fundo a Fundo .....................................................................................................8
1.2. Aspectos gerais sobres os instrumentos de transferências voluntárias .8
1.3 Fases do convênio e do contrato de repasse .............................................10
1.3.1 Proposição (proposta) ..............................................................................10
1.3.2 Celebração e Formalização ......................................................................11
1.3.3 Execução ....................................................................................................13
1.3.4 Prestação de Contas .................................................................................17
1.4 Legislação sobre o tema ..............................................................................18
1.5 Principais falhas ...........................................................................................19
2. Programa de Necessidades ................................................................................20
2.1 Definição .......................................................................................................20
2.2 Elementos Mínimos ....................................................................................22
2.3 Possibilidade de Construção em Etapas ou Módulos .............................24
3. Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) ......25
3.1 Objetivos do EVTEA ...................................................................................26
3.2 Conteúdo de um EVTEA ...........................................................................26
3.3 Escolha do terreno e análises de legalidade .............................................27
3.4 Levantamentos de informações para caracterizar o local ......................28
3.4.1 Levantamento topográfico e cadastral ...................................................29
3.4.2 Levantamento Geológico-Geotécnico ...................................................30
3.4.3 Levantamento climatológico e hidrológico ...........................................32
3.4.4 Levantamentos ambientais ......................................................................32
3.5 Análise da Viabilidade Técnica ..................................................................32
3.5.1 Análises de alternativas de engenharia ..................................................33
3.5.1.1 Possibilidade de utilização de projetos padronizados ......................34
3.5.1.2 Materiais e métodos executivos para estruturas ................................34
3.5.1.2.1 Estruturas de concreto pré-moldado ou moldado no local ..........35
Ao final de cada aula, será apresentado um pequeno dicionário 
(chamado de glossário) com a definição do que significam os principais 
termos técnicos tratados na ocasião. Assim, todas as palavras destacadas 
na cor azul no texto estão descritas nesse glossário.
Nesta primeira aula, iniciaremos nosso estudo com os principais 
meios para transferência de recursos federais para os municípios. Além 
disso, começaremos a etapa de planejamento das obras, com as fases de: 
programa de necessidade e estudos de viabilidade técnica, econômica e 
ambiental. 
Para facilitar o estudo, esta aula está organizada da seguinte forma:
[ 5 ]Módulo 1 - Planejamento / Aula 1 - Planejamento e Recursos Orçamentários
Ao final da aula, espera-se que o participante seja capaz de, no exercício 
de suas responsabilidades como gestor de obras públicas municipais de 
edificações e saneamento:
1. diferenciar os principais tipos de instrumentos de repasse de 
recursos federais;
2. preencher os requisitos mínimos dos planos de trabalho, para 
possibilitar a celebração de convênios e contratos de repasse 
com o Governo Federal;
3. elaborar as etapas iniciais de planejamento de obras, desdea definição das necessidades até os estudos que identificarão 
alternativas e selecionarão a mais viável alternativa de concepção;
4. definir os principais pontos dos estudos de viabilidade técnica, 
econômica e ambiental, que servirão para subsidiar as etapas de 
anteprojeto e projeto básico.
Pronto para começar? Então, vamos!
3.5.2 Análise da viabilidade econômica .......................................................... 36
3.6 Produtos esperados do EVTEA ................................................................. 37
3.7 Contratação do EVTEA .............................................................................. 38
Síntese ...........................................................................................................................39
Referências bibliográficas ...................................................................................40
Glossário ....................................................................................................................42
Anexo - Decisões importante do TCU sobre instrumentos de repasses de 
recursos federais ......................................................................................................49
[ 6 ] Obras Públicas de Edificação e de Saneamento
1.Introdução aos instrumentos de repasses de recursos 
federais
Iniciaremos nosso curso falando sobre convênios e contratos de 
repasse. Esses instrumentos são muito importantes, pois podem ser a solução 
para os municípios que não possuem recursos financeiros suficientes para 
construir as obras de que necessitam. Vamos entender, inicialmente, o seu 
funcionamento.
O Estado brasileiro é formado pelos seguintes entes da Federação: 
União, estados, Distrito Federal e municípios. Cada uma dessas unidades 
é autônoma, possuindo poderes de auto-organização, autogoverno, 
autoadministração e autolegislação.
Apesar disso, o Brasil concentra a maior parte da arrecadação de 
tributos (impostos, taxas e outros) na União, de forma a ser necessário 
repassar verbas aos estados e municípios para a realização de suas políticas 
públicas.
O repasse de recursos federais da União para os municípios pode ser 
feito de duas formas: transferências obrigatórias ou voluntárias.
As transferências obrigatórias são aquelas realizadas por 
determinação da Constituição e das leis, a exemplo das destinadas ao 
Sistema Único de Saúde (SUS), do Fundo de Participação dos Municípios 
(FPM) e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), entre elas os 
termos de compromisso e os repasses fundo a fundo.
Já as transferências voluntárias são aquelas realizadas principalmente 
por meio de convênios, de contratos de repasse, tendo por objetivo um 
interesse público comum (a construção de uma obra ou a elaboração de um 
projeto, por exemplo). 
O alvo desse nosso estudo inicial serão as transferências voluntárias.
Considerando que as receitas geradas pelos impostos arrecadados 
nos próprios municípios muitas vezes não são suficientes para execução de 
seus projetos, as transferências de verbas federais podem ser a solução para 
a falta de recursos financeiros.
Nesse sentido, os gestores municipais devem buscar conhecer e se 
enquadrar nas exigências feitas pela legislação, uma vez que a iniciativa 
para recebimento desses recursos deve ser do próprio município. 
Atenção!
Os convênios e contratos 
de repasse podem ser 
uma das soluções para 
a falta de recursos 
financeiros nos municípios, 
pois possibilitam o 
recebimento de verbas da 
União.
[ 7 ]Módulo 1 - Planejamento / Aula 1 - Planejamento e Recursos Orçamentários
Nesse curso, serão abordados alguns aspectos sobre a formalização 
desses contratos, a sua prestação de contas, as principais falhas que 
ocorrem e ainda as decisões do TCU sobre os principais instrumentos de 
transferência voluntária de recursos federais para municípios.
1.1. Aspectos gerais sobre os termos de compromisso e os 
repasses fundo a fundo
Termo de compromisso
As transferências da União para os estados, o Distrito Federal e os 
municípios, para execução do Programa de Aceleração do Crescimento 
(PAC), são do tipo obrigatórias, regidas pela própria lei de criação do PAC: 
Lei 11.578/2007. Essas ações são discriminadas pelo Poder Executivo, de 
acordo com o interesse da União.
O instrumento pelo qual é firmado esse ajuste para transferência de 
recursos é o Termo de Compromisso. De acordo com o art. 3º da citada 
lei, os estados e municípios a serem beneficiários deverão comprovar os 
seguintes requisitos, que devem constar desse termo de compromisso:
I. identificação do objeto a ser executado; 
II. metas a serem atingidas; 
III. etapas ou fases de execução; 
IV. plano de aplicação dos recursos financeiros; 
V. cronograma de desembolso; 
VI. previsão de início e fim da execução do objeto, bem como da 
conclusão das etapas ou fases programadas; e 
VII. comprovação de que os recursos próprios para complementar 
a execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o 
custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão 
descentralizador, quando a ação compreender obra ou serviço 
de engenharia.
Observa-se, então, que, enquanto as transferências realizadas 
por convênios são do tipo voluntárias, aquelas firmadas por termos de 
compromisso do PAC são do tipo obrigatórias, condicionadas apenas à 
aprovação prévia do termo por parte da União.
[ 8 ] Obras Públicas de Edificação e de Saneamento
Além disso, em convênios, as ações são definidas pelo próprio ente 
estadual ou municipal em seu plano de trabalho, enquanto que, nos termos 
de compromisso, a União é quem define as ações que deverão ser executadas 
pelos entes.
Fundo a Fundo
O Governo Federal, por meio do Fundo Nacional de Saúde (FNS), 
transfere anualmente a estados, municípios e Distrito Federal, recursos 
da ordem de 30 bilhões de reais para custear ações e serviços de saúde. 
A forma ou modalidade pela qual se dá essa transferência é denominada 
“repasse fundo a fundo”, na qual os recursos do Fundo Nacional de Saúde 
são alocados, de forma regular e automática, para os fundos de saúde 
estaduais, municipais e do Distrito Federal. 
Para isto, é obedecida a programação financeira do Tesouro Nacional, 
independentemente de convênio ou instrumento congênere e segundo 
critérios, valores e parâmetros de cobertura assistencial, de acordo com 
o estabelecido nas Leis Orgânicas da Saúde (Lei n. 8.080/1990 e Lei n. 
8.142/1990), e nas exigências contidas no Decreto 1.232/1994.
Apesar de não haver consenso sobre a natureza dessas transferências, 
de obrigatórias ou voluntárias, o TCU firmou entendimento de que os 
repasses fundo a fundo tem caráter convenial, ou seja, constituem recursos 
federais e, dessa forma, estão sujeitos à fiscalização por parte do Tribunal 
de Contas da União.
Os termos de compromisso e os repasses fundo a fundo possuem 
procedimentos próprios, que não serão estudados neste curso. Estudaremos 
com mais profundidades os convênios e contratos de repasse, que são os 
instrumentos mais comuns para execução de obras em estados e municípios.
1.2. Aspectos gerais sobres os instrumentos de 
transferências voluntárias
Antes de começarmos a falar sobre esses instrumentos de transferência 
de recursos, é necessário conhecer os seguintes conceitos relacionados a 
eles, que serão mencionados durante toda a aula:
Convênio: é o acordo que regula a transferência de recursos de um 
órgão público federal para um órgão público estadual ou municipal, com o 
objetivo de atender a um interesse público em comum.
[ 9 ]Módulo 1 - Planejamento / Aula 1 - Planejamento e Recursos Orçamentários
Proponente: é o órgão público estadual ou municipal que propõe a 
realização de um convênio com um órgão federal.
Concedente: é o órgão público federal que concede os recursos 
financeiros para os estados ou municípios, mediante um convênio.
Convenente: é o órgão público estadual ou municipal que recebe os 
recursos federais para a execução do projeto previsto noconvênio.
EXEMPLO
Em um convênio assinado entre o Ministério das Cidades e a Prefeitura Municipal de 
Goiânia/GO, para o repasse de recurso para o município, o Ministério é o Concedente 
e a Prefeitura é o Proponente e o Convenente.
EXEMPLO
Suponhamos agora um contrato de repasse assinado entre o Ministério das Cidades, 
com o auxílio da Caixa Econômica Federal, e a Prefeitura Municipal de Goiânia/
GO. Nesse caso, o Ministério será Contratante, a Caixa o Mandatário e a Prefeitura 
o Contratado.
Veja que a Prefeitura exerce a função de Proponente quando está 
propondo o convênio, na fase de negociação. Após assinado o contrato, 
a Prefeitura passa então a ser denominada de Convenente. A mudança de 
nomenclatura se refere somente ao momento da negociação.
Contrato de Repasse: similar ao convênio, é o instrumento de 
transferência de recursos financeiros de um órgão público federal para 
um órgão público estadual ou municipal com a diferença de que há a 
participação de uma instituição financeira pública federal.
Contratante: é o órgão público federal que fornecerá os recursos 
financeiros no contrato de repasse.
Mandatário: é a instituição financeira federal responsável pela 
transferência dos recursos financeiros.
Contratado: é o órgão da administração estadual ou municipal que 
receberá os recursos federais para a execução do projeto.
[ 10 ] Obras Públicas de Edificação e de Saneamento
Objeto: é o produto previsto no convênio ou no contrato de repasse 
(seria a construção de um posto de saúde ou elaboração de um projeto para 
construção de uma escola, por exemplo).
Plano de trabalho: é o documento que servirá de base para a assinatura 
do convênio/contrato de repasse. Deverá ser elaborado pelo município e 
apresentado ao órgão federal.
Contrapartida: é a verba disponibilizada pelo convenente/contratado 
que, somada aos recursos federais, comporá o valor total do acordo para 
a execução completa do objeto. Em um convênio de R$ 1,0 milhão, por 
exemplo, no qual o governo Federal repasse ao município R$ 900 mil, a 
contrapartida será de R$ 100 mil. O valor percentual da contrapartida não 
é fixo, varia em função do órgão federal e do programa de governo, sendo, 
usualmente, entre 5% a 15% do total do convênio.
Siconv: é o sistema de acompanhamento de convênios do Governo 
Federal, que funciona no Portal dos Convênios do Governo Federal (www.
convenios.gov.br). 
1.3 Fases do convênio e do contrato de repasse
Os convênios e contratos de repasse podem ser divididos nas seguintes 
fases: 
yy Proposição; 
yy Formalização; 
yy Execução; e
yy Prestação de Contas.
1.3.1 Proposição (proposta)
Para realizar a proposição do convênio, o município deve identificar 
as necessidades existentes em sua comunidade, com a elaboração de um 
programa de necessidades. Mais à frente nesta aula, veremos como elaborar 
esse programa. Com ele serão definidas as carências e as prioridades. 
O segundo passo é identificar os programas de governo 
disponibilizados pelos órgãos da administração federal 
Para realizar um convênio 
ou contrato de repasse, 
todos os procedimentos 
referentes à seleção, 
formalização, execução, 
acompanhamento e 
prestação de contas 
devem ser registrados no 
Siconv (www.convenios.
gov.br).
http://www.convenios.gov.br/
http://www.convenios.gov.br/
[ 11 ]Módulo 1 - Planejamento / Aula 1 - Planejamento e Recursos Orçamentários
Para ter maiores informações sobre todos os programas, de todos os 
órgãos federais que disponibilizam recursos para convênios e contratos 
de repasse, os municípios podem consultar o Portal de Convênios (www.
convenios.gov.br), bem como os endereços na internet dos diversos 
ministérios, onde são estabelecidas as regras, critérios, objetos e demais 
requisitos para obtenção dos recursos.
O município ou o estado deverá formalizar a proposta de trabalho 
diretamente no Portal de Convênios.
Deve-se ter em mente que o principal documento da proposta é 
o Plano de Trabalho, que deve ser bem elaborado e detalhado, pois irá 
orientar toda a execução do contrato.
O plano de trabalho deverá conter no mínimo1: 
a. as razões que justifiquem a sua celebração; 
b. a descrição completa do objeto a ser executado; 
c. a descrição das metas a serem atingidas; 
d. a descrição das etapas ou fases de execução do objeto; 
e. o cronograma de execução do objeto e o cronograma de 
desembolsos financeiro; e 
f. o plano de aplicação dos recursos a serem desembolsados pelo 
concedente e da contrapartida financeira do proponente.
1.3.2 Celebração e Formalização
A formalização dos convênios e dos contratos de repasse tem início 
com o cadastramento e credenciamento do órgão municipal ou estadual no 
Sistema de Gestão de Convênio (Siconv), via internet. 
Os órgãos também precisam cumprir os requisitos e exigências 
estabelecidos no art. 38 da Portaria Interministerial CGU/MF/MP 
507/2011, dos quais, entre outros, destacamos: 
yy respeitar os limites da dívida consolidada e mobiliária, das 
operações de crédito, da inscrição em restos a pagar e da despesa 
total com pessoal, conforme previsto na Lei Complementar 
101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal);
Para saber mais...
Para obter mais 
informações, você pode 
consultar, por exemplo, 
os seguintes endereços na 
internet:
FNDE: http://www.fnde.
gov.br/
Ministério da Saúde: 
http://portalsaude.saude.
gov.br/
Ministério das Cidades: 
http://www.cidades.gov.
br/index.php
Para saber mais...
Na biblioteca do curso 
está disponível um modelo 
de plano de trabalho.
http://www.convenios.gov.br/
http://www.convenios.gov.br/
[ 12 ] Obras Públicas de Edificação e de Saneamento
yy não estar em dívida com os órgãos da administração pública 
federal;
yy cumprir as aplicações mínimas de recursos nas áreas de educação 
e saúde, em atendimento aos artigos 198 e 212 da Constituição 
Federal;
yy comprovar possuir os direitos de propriedade do imóvel, nos 
casos em que o convênio seja para realização de obras ou 
benfeitorias no local; e
yy realizar previsão, no orçamento do município ou do estado, da 
contrapartida a ser aplicada no convênio.
Além disso, registramos que o valor mínimo para a celebração de 
convênios é de R$ 100.000,00 para a execução de serviços diversos e, no 
caso de execução de obras e serviços de engenharia, de R$ 250.000,002. Isso 
significa que não poderão ser assinados convênios para realizar objetos 
com valores menores que esses.
Após a aprovação do plano de trabalho pelo órgão concedente/
contratante, e cumpridos todos esses requisitos descritos no art. 38 da 
Portaria Interministerial CGU/MF/MP 507/2011, o convênio ou contrato 
de repasse será formalizado. Tem-se aí a assinatura do contrato.
No caso de obra, uma atenção especial deve ser dada ao projeto. 
Como regra, o projeto básico deverá ser apresentado antes da assinatura 
do instrumento de repasse. Por outro lado, é permitido que o órgão 
concedente o exija somente depois dessa assinatura, mas sempre antes da 
liberação da primeira parcela dos recursos3. Em função disso, o gestor deve 
ficar sempre atento às exigências de cada órgão concedente.
De qualquer modo, o projeto básico deverá ser apresentado pelo 
município ou pelo estado no prazo fixado no convênio. 
É importante saber que esse projeto deve conter todos os elementos 
necessários e suficientes para caracterizar a obra, bem como demonstrar 
sua viabilidade, conveniência e custo. Na próxima aula estudaremos mais 
sobre o que é o projeto básico.
Uma das principais causas para a não aprovação das propostas de 
trabalho em convênios e contratos de repasse é a falta de detalhamento do 
2 - Art. 10 da Portaria Interministerial CGU/MF/MP 507/2011.
3 - Art. 37 da Portaria Interministerial CGU/MF/MP 507/2011.
[ 13 ]Módulo 1 - Planejamento / Aula 1 - Planejamento e Recursos Orçamentários
plano de trabalho, especialmente em virtude de projeto básico deficiente, 
razão pela qual deve ser dada a devida importância a esse documento.
As principais decisõesdo TCU sobre esse tema4 indicam que o projeto 
básico deve ser aprovado pelo órgão competente do Governo Federal antes 
da licitação da obra. Só há uma exceção para essa regra: caso o município 
queira aproveitar uma licitação já realizada. Nesse caso, deve-se garantir 
que o projeto básico utilizado na licitação atenda as exigências da Lei 
8.666/1993 e da Lei de Diretrizes Orçamentárias federal. 
A vigência do contrato de convênio/repasse é iniciada após sua 
assinatura e publicação no Diário Oficial da União. Caso não haja a 
publicação, o convênio perde a validade e torna-se nulo. Lembrando que o 
convenente ou contratado deve dar ciência da celebração do convênio ou 
do contrato de repasse à Assembleia Legislativa ou a Câmara Municipal, 
enquanto que o concedente/contratante deve informar à respectiva Casa 
Legislativa5.
1.3.3 Execução
A execução é a fase de realização da obra ou do serviço previsto no 
convênio/contrato de repasse. O andamento dessa fase deve coincidir com 
o cronograma aprovado no Plano de Trabalho, sendo proibida a realização 
de despesas antes do início e após o término de sua vigência.
Vejamos as principais etapas da execução. 
Liberação dos 
recursos
Execução do 
objeto
Pagamentos/
Fiscalização e 
Acompanhamento
4 - Acórdão 2.099/2011-TCU-Plenário.
5 - Art. 10 da Portaria Interministerial CGU/MF/MP 507/2011.
[ 14 ] Obras Públicas de Edificação e de Saneamento
Liberação dos recursos
A liberação dos recursos por parte do Governo Federal ocorrerá após 
a assinatura do convênio, de acordo com o cronograma de desembolso 
aprovado no Plano de Trabalho.
As verbas federais recebidas por meio de convênios ou contratos de 
repasse, bem como a contrapartida do município, devem ser movimentadas 
apenas em conta específica, aberta exclusivamente com esse fim. Essa conta 
nunca será a do tesouro da União ou do Município, uma vez que os recursos 
não devem se confundir6.
O valor total liberado deve ser aplicado7:
yy em caderneta de poupança de instituição financeira pública 
federal, se a previsão de seu uso for igual ou superior a um mês; 
e
yy em fundo de aplicação financeira de curto prazo, ou em título 
da dívida pública, quando sua utilização estiver prevista para 
prazos menores.
Os rendimentos das aplicações financeiras não podem ser considerados 
como contrapartida do município e devem ser aplicados obrigatoriamente 
no objeto do convênio ou do contrato de repasse ou devolvidos ao Governo 
Federal na prestação de contas final8. 
Quando a liberação dos recursos for dividida em três ou mais parcelas, 
haverá a necessidade de apresentação de prestação de contas parcial para 
a liberação das parcelas subsequentes. A primeira prestação de contas 
possibilitará a liberação da terceira parcela; a segunda prestação de contas 
possibilitará a liberação da quarta parcela e assim sucessivamente9.
Execução do objeto (construção da obra)
A execução do objeto deve ser realizada de acordo com as cláusulas 
do convênio/contrato de repasse. Além disso, as verbas não podem ser 
utilizadas em outro objeto que não aquele previsto no plano de trabalho. É 
proibida a substituição de um objeto por outro10.
6 - Art. 64 da Portaria Interministerial CGU/MF/MP 507/2011.
7 - Art. 54 da Portaria Interministerial CGU/MF/MP 507/2011.
8 - Art. 54 da Portaria Interministerial CGU/MF/MP 507/2011.
9 - Art. 55 da Portaria Interministerial CGU/MF/MP 507/2011.
10 - Art. 52 da Portaria Interministerial CGU/MF/MP 507/2011.
[ 15 ]Módulo 1 - Planejamento / Aula 1 - Planejamento e Recursos Orçamentários
É possível, no entanto, fazer uma readequação das metas do plano 
de trabalho, desde que seja previamente aprovada pelo órgão concedente/
contratante.
Qualquer alteração realizada sem prévia autorização e sem termo 
aditivo ao convênio pode ser considerada como desvio de finalidade e levar 
à rescisão do convênio e inscrição do convenente em inadimplência.
Caso o gestor municipal se depare com alguma impossibilidade de 
realizar o plano de trabalho após liberação dos recursos, deve entrar em 
contato imediatamente com o órgão concedente, a fim de renegociar os 
termos do convênio/contrato de repasse.
Ainda que haja uma situação emergencial no município ou se perceba 
que o objeto não é mais prioritário, é vedada a utilização dos recursos em 
despesas não previstas no plano de trabalho. Esse fato é considerado uma 
irregularidade grave pelo TCU e pode levar a instauração de Tomada de 
Contas Especial (TCE), para apuração de eventuais danos e ressarcimento 
aos cofres públicos11. Nesses casos, os gestores públicos serão notificados 
para reembolsarem esses valores. 
Na fase de execução do convênio, são realizadas: a) a licitação da obra 
e a contratação da empresa executora; b) os pagamentos, de acordo com 
o andamento da obra; e c) o efetivo cumprimento do objeto e das metas 
previstas. 
As licitações e contratações de empresas devem seguir o rito comum 
das demais compras e obras da administração pública. O aprofundamento 
desse conteúdo será feito ao longo do presente curso, especialmente na 
Aula 5.
Pagamentos
Para garantir a correta aplicação dos recursos recebidos pelo 
município na execução da obra ou do projeto, é fundamental que os 
débitos da conta específica do convênio sejam acompanhados de cada 
documento comprovante da despesa (empenhos, medições, notas fiscais, 
faturas e recibos), que devem ser emitidos em nome do convenente e 
conter expressamente o número do convênio a que se refere12.
11 - Exemplos de acórdãos do TCU sobre o tema: 2.189/2012-2ªCâmara, 11.472/2011-2ªCâmara, 10.551/2011-2ªCâmara, 
437/2012-1ªCâmara, 6.835/2011-1ªCâmara.
12 - Art. 54 da Portaria Interministerial CGU/MF/MP 507/2011.
[ 16 ] Obras Públicas de Edificação e de Saneamento
Isso significa que cada pagamento só poderá ser realizado diretamente 
à empresa contratada, após a inclusão de todos os documentos necessários 
no Siconv, os quais devem comprovar a efetiva execução das metas, etapas 
ou fases do plano de trabalho.
Esses cuidados devem ser tomados para assegurar a correspondência 
entre os recursos aplicados e o objeto, havendo um nexo de causalidade 
entre o pagamento e o serviço. Em outras palavras, o objetivo é garantir que 
os valores sejam corretamente utilizados na obra. 
Além disso, como regra, os pagamentos devem ser realizados por 
meio de crédito em conta bancária das empresas contratadas para execução 
do objeto13. 
Assim, considera-se irregularidade a realização de saques para 
pagamentos em espécie. De igual modo, a emissão de cheque para pagar as 
despesas incorridas é vedada pelo Decreto 6.170/200714.
Em julho de 2012, foi criada a ordem bancária de transferências 
voluntárias (OBTV). A partir de então, o pagamento ao fornecedor passou 
a ser realizado por meio de ordem bancária gerada no próprio Siconv, a qual 
é enviada para o Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) e, 
então, é creditada na conta corrente da empresa contratada, evitando o 
problema dos pagamentos em espécie.
Fiscalização e acompanhamento
O órgão convenente, na qualidade de contratante da obra/serviço, é 
responsável por fiscalizar e garantir a regular execução do objeto pactuado. 
Além disso, pode ser responsabilizado pelos danos causados a terceiros na 
execução do convênio/contrato de repasse.
Sem prejuízo da fiscalização acima, o órgão concedente também 
deve realizar a fiscalização e comprovação da boa e regular aplicação dos 
recursos públicos; da compatibilidade da execução do objeto com o Plano 
de Trabalho; e da regularidade das informações registradas no Siconv. 
No caso de contratos de repasse, a instituição financeira mandatária 
também deverá acompanhar e fiscalizar os procedimentos relativos à 
aplicação dos recursos federais, previamente à liberação das parcelas15.
13 - Art. 64 da Portaria Interministerial CGU/MF/MP 507/2011.
14 - Art. 10 do Decreto 6.175/2007 e art. 64 da Portaria Interministerial CGU/MF/MP 507/2011.
15 - Art. 65 da Portaria Interministerial CGU/MF/MP507/2011.
[ 17 ]Módulo 1 - Planejamento / Aula 1 - Planejamento e Recursos Orçamentários
Ao verificar quaisquer irregularidades na execução do convênio/
contrato de repasse, o concedente suspenderá a liberação dos recursos e 
fixará prazo ao convenente para sanear as falhas ou esclarecer os fatos.
1.3.4 Prestação de Contas
A prestação de contas nada mais é do que a comprovação, por meio 
de documentos e informações, do cumprimento fiel e regular da execução 
do objeto. 
O órgão que recebe recursos por meio de convênio/contrato de 
repasse está obrigado a apresentar a prestação de contas nos prazos 
previstos. Os prazos para a apresentação das prestações de contas parciais e 
final são estabelecidos no próprio termo do convênio/contrato de repasse. 
Geralmente, o prazo para prestação de contas final é de 60 dias após o fim 
da vigência do convênio/contrato de repasse ou da conclusão do objeto.
A omissão no dever de prestar contas é considerada irregularidade 
grave e dá ensejo à instauração de Tomada de Contas Especial (TCE).
Importante notar que é competência do prefeito sucessor (nos 
convênios firmados com municípios) prestar contas dos recursos 
provenientes de convênios/contratos de repasse firmados por seus 
antecessores e, somente na impossibilidade de fazê-lo, deve apresentar 
justificativas que demonstrem seu impedimento e as medidas adotadas 
para resguardar o erário.
Caso sobre saldo financeiro na conta do convênio ao final da obra, ele 
deve ser devolvido ao órgão concedente, com reajuste monetário, no prazo 
estabelecido para a apresentação da prestação de contas.
A análise da prestação de contas deve ser realizada pelo concedente 
em até 90 dias. Havendo aprovação, será dada declaração expressa de que 
os recursos foram regularmente aplicados. Não sendo aprovada, serão 
adotadas as devidas providências para a regularização das pendências. Na 
hipótese de permanecer qualquer pendência, a autoridade competente 
registrará o fato no Siconv e adotará as medidas cabíveis para instauração 
da Tomada de Contas Especial.
Nessa situação, se o município for inscrito como inadimplente (ou 
seja, não tenha cumprido adequadamente a prestação de contas), não 
poderá receber novas transferências de recursos por meio de convênios/
contratos de repasse até que regularize suas contas.
[ 18 ] Obras Públicas de Edificação e de Saneamento
1.4 Legislação sobre o tema
Apresentaremos aqui as principais normas aplicáveis aos instrumentos 
de repasse de recursos. Caso necessite, o gestor poderá consultar 
essa legislação para solucionar dúvidas que apareçam no processo de 
planejamento e de execução de uma obra pública. Toda essa legislação será 
disponibilizada na biblioteca do curso.
Até 30/5/2008, a Instrução Normativa STN 1/1997 era o principal 
normativo aplicável sobre o tema. A partir dessa data, entrou em vigor 
o Decreto 6.170/2007, regulamentado posteriormente pela Portaria 
Interministerial MP/MF/MCT 127/2008, trazendo novas disposições 
sobre os convênios e os contratos de repasse. 
Atualmente a Portaria Interministerial CGU/MF/MP 507/2011 
constitui, juntamente com Decreto citado, a principal legislação reguladora 
das transferências de recursos da União firmadas a partir de 1/1/2012.
Cabe registrar que alguns órgãos editam seus próprios atos 
normativos internos para disciplinar pontos específicos da celebração, 
acompanhamento, fiscalização e prestação de contas de convênios e 
contratos de repasse. O Ministério da Justiça, por exemplo, possui a Portaria 
458/2011. O município ou estado convenente deve verificar essas normas. 
Como fonte de pesquisa adicional, indicamos:
yy Os manuais e a página na internet de perguntas e respostas 
do Portal dos convênios: http://www.convenios.gov.br/portal/
manuais.html;
A cartilha da Controladoria Geral da União (CGU): Transferências 
de Recursos da União, Perguntas e Repostas, que pode ser encontrada 
no seguinte endereço da internet: http://www.cgu.gov.br/publicacoes/
CartilhaGestaoRecursosFederais/Arquivos/TransferenciaRecursosUniao.
pdf
http://www.convenios.gov.br/portal/manuais.html
http://www.convenios.gov.br/portal/manuais.html
http://www.cgu.gov.br/publicacoes/CartilhaGestaoRecursosFederais/Arquivos/TransferenciaRecursosUniao.pdf
http://www.cgu.gov.br/publicacoes/CartilhaGestaoRecursosFederais/Arquivos/TransferenciaRecursosUniao.pdf
http://www.cgu.gov.br/publicacoes/CartilhaGestaoRecursosFederais/Arquivos/TransferenciaRecursosUniao.pdf
[ 19 ]Módulo 1 - Planejamento / Aula 1 - Planejamento e Recursos Orçamentários
1.5 Principais falhas
As principais falhas e irregularidades apuradas pelo Tribunal de 
Contas da União em convênios e contratos de repasse são:
Nas fases de proposição, celebração e formalização
yy Apresentação de plano de trabalho sem o devido detalhamento: 
ausência de justificativas que comprovem a necessidade de 
se realizar o contrato; descrição incompleta do objeto a ser 
executado; ausência ou insuficiência na descrição das metas, em 
qualidade e quantidade; ausência ou incompletude do projeto 
básico. 
yy Ausência de comprovação de contrapartida: deixar de depositar 
o valor relativo à contrapartida.
Na fase de execução financeira
yy Desvio de finalidade na aplicação dos recursos transferidos: 
aplicar os recursos financeiros do convênio em outras despesas 
que não as do plano de trabalho.
yy Transferir os recursos da conta específica do convênio para outra 
conta qualquer, perdendo-se a possibilidade de estabelecer o 
nexo causal entre os recursos transferidos pelo concedente e as 
despesas incorridas pelo convenente.
yy Realizar pagamentos em espécie à empresa contratada, sem 
que haja a identificação de sua destinação, perdendo-se a 
possibilidade de estabelecer o nexo causal entre os recursos 
transferidos pelo concedente e as despesas incorridas pelo 
convenente.
yy Realização de despesas antes ou após a vigência do convênio.
yy Alteração no objeto do convênio: realizar qualquer alteração no 
objeto do convênio sem autorização do órgão concedente.
yy Falhas na licitação e na execução dos contratos: não observar 
os procedimentos legais necessários para a licitação e para os 
contratos, nos termos das Leis 8.666/1993 e 12.462/2011.
yy Pagamento sem comprovação do recebimento do objeto: 
realizar os pagamentos sem que haja a respectiva medição e 
comprovação da conclusão dos serviços;
Para saber mais...
Na biblioteca do curso 
está disponível um modelo 
de plano de trabalho, 
para que os alunos 
possam verificar todos 
esses detalhes.
[ 20 ] Obras Públicas de Edificação e de Saneamento
yy Inexecução parcial ou total do objeto: deixar de executar o objeto 
parcialmente ou em sua totalidade.
Na fase de prestação de contas
yy Ausência de comprovação de nexo causal: não comprovar que os 
recursos financeiros do convênio foram aplicados regularmente 
nas despesas relacionadas ao objeto pactuado.
yy Omissão na apresentação da prestação de contas final: deixar de 
apresentar a prestação de contas final do convênio.
yy Apresentação da prestação de contas final incompleta ou com 
documentos inidôneos.
2. Programa de Necessidades
2.1 Definição
É comum imaginar que o planejamento da obra se inicia com o 
projeto básico. No entanto, esse não é o pensamento adequado. De acordo 
com a Lei de Licitações, o projeto básico deve ser elaborado com base nas 
indicações dos estudos técnicos preliminares16. Dessa forma, esses estudos 
preliminares é que compõem a primeira etapa do planejamento da obra. 
A Lei não apresenta detalhes de como eles devem ser elaborados, no 
entanto podemos obter essas informações em normas técnicas da ABNT – 
Associação Brasileira de Normas Técnicas17. Com base nisso, dividiremos os 
estudos preliminares em três grandes fases: a) o programa de necessidades; 
b) os estudos de viabilidade; e c) o anteprojeto (este último será visto na 
próxima aula). 
Com a figura a seguir, ilustramos as principais etapas a serem 
percorridas para se realizar uma obra pública. Todaselas serão estudadas 
nesta e nas próximas aulas deste curso.
16 - Lei 8.666/1993, art. 6º, inciso IX.
17 - ABNT NBR 13531/1995 – Elaboração de Projetos de Edificações – Atividades Técnicas. 
[ 21 ]Módulo 1 - Planejamento / Aula 1 - Planejamento e Recursos Orçamentários
Segundo a Norma ABNT 
13531/1995, o programa 
de necessidades é: a etapa 
destinada à determinação 
das exigências de 
caráter prescritivo ou de 
desempenho (necessidades 
e expectativas dos 
usuários) a serem 
satisfeitas pela edificação 
a ser concebida.
Programa de Necessidades
Escolha do Terreno
Estudo de Viabilidade
Estudo Preliminar ou Anteprojeto
Projeto Básico
Projeto Executivo
Licitação
Contrato
Fiscalização da Obra
Recebimentoda Obra
O programa de necessidades é o estudo no qual o órgão deve 
levantar suas principais demandas e prioridades, definindo o universo 
de empreendimentos que são de seu interesse. Em seguida, devem 
ser elaboradas as primeiras avaliações para apontar as características 
fundamentais da obra. Não é uma etapa expressamente exigida por lei, mas 
é recomendável que seja realizada.
Imagine, por exemplo, que o município somente possua verbas para 
construir uma escola e um hospital, ao passo que a demanda da população 
seja por três escolas e dois hospitais. A escolha dos locais em que as unidades 
serão implantadas e a definição de suas principais características, com base 
na melhor relação entre custos e benefícios, poderão ser determinadas com 
o programa de necessidades.
Assim, primeiramente deverá ser elaborado o programa de 
necessidades geral do órgão. Esse é o documento que tem por objetivo 
fundamentar a escolha de como bem utilizar os recursos públicos, de 
acordo com as decisões tomadas pelo formulador das políticas locais. 
[ 22 ] Obras Públicas de Edificação e de Saneamento
 Para isso, é recomendável que o gestor tenha em mãos o conjunto 
de obras que necessita construir, acompanhado da estimativa do custo e 
do benefício esperado de cada uma. Com essas informações, será definida 
a ordem de prioridades para construção, levando em consideração as 
maiores demandas e os maiores benefícios. O resultado será uma lista como 
a exemplificada na tabela a seguir:
O Programa de 
Necessidades é composto 
por duas etapas: a) a 
geral, na qual se avaliam 
as obras prioritárias; b) 
a específica, na qual se 
estudam as características 
necessárias para a obra.
ORDEM DE PRIORIDADE OBJETO LOCAL
1º Unidade de Pronto Atendimento Bairro A
2º Escola Infantil Bairro B
3º Estação de Tratamento de Água (ETA) Bairro C
4º ... ...
Dessa lista, serão eleitas as obras efetivamente necessárias para atender 
ao interesse da população. Com a escolha do empreendimento que se deseja 
construir, deverá ser elaborado o programa de necessidades específico da 
obra. 
Essa será a etapa destinada a determinar o local de sua construção, 
as exigências, necessidades e expectativas dos futuros usuários do 
empreendimento, assim como as características básicas necessárias para a 
construção. 
2.2 Elementos Mínimos
Para construção do programa de necessidades deverão ser 
respondidas ao menos as seguintes questões: a) quem e quantos serão os 
usuários do empreendimento? b) qual o melhor local (bairro, região) para 
sua instalação? c) há terrenos disponíveis com as características necessárias 
para a construção? d) há disponibilidade de recursos financeiros para 
construir a obra? 
O objetivo é que se obtenham informações essenciais para caracterizar 
a construção e definir a ordem de grandeza dos recursos orçamentários a 
serem obtidos. Assim, recomenda-se que os elementos mínimos a serem 
apresentados no programa são: 
yy tipo da obra (hospital, escola, rede de abastecimento de água 
etc.);
yy população a ser atendida (número de famílias, condição social, 
região do município em que se encontram etc.);
yy local em que será construído o empreendimento;
[ 23 ]Módulo 1 - Planejamento / Aula 1 - Planejamento e Recursos Orçamentários
yy principais características (número de leitos em um hospital, 
números de salas de aula em uma escola etc.); 
yy dimensionamento simplificado da obra:
yy estimativa da área total de construção (por exemplo: quantos 
metros quadrados terá o edifício ou quantos quilômetros terá a 
rede de esgoto);
yy estimativa do custo total para a construção da obra;
yy possibilidade de construção em etapas, módulos, ou blocos, 
caso haja restrição orçamentária para a construção total;
yy origem dos recursos para construção e manutenção.
Na aula 3, veremos com mais detalhes como elaborar o orçamento 
da obra. Nesta fase de definição do Programa de Necessidades, no entanto, 
para avaliar de maneira simplificada os custos do empreendimento, o 
gestor pode utilizar valores de custo do m2 de construção como o Custo 
Unitário Básico (CUB), disponibilizado nos sites na internet dos sindicatos 
da construção civil dos estados (Sinduscon), ou ainda o Índice Nacional da 
Construção Civil do Sinapi (encontrado no site: http://www1.caixa.gov.br/
gov/gov_social/municipal/programa_des_urbano/SINAPI/index.asp).
Aqui cabe um alerta. Esses índices de custos não consideram 
várias despesas envolvidas em uma construção, tais como fundações, 
equipamentos ou instalações especiais. Por isso, uma dica prática para 
estimar de maneira simplificada e expedita o custo da obra nesta etapa: 
o gestor pode somar 30% ao custo do m2 apresentado pelo CUB ou pelo 
índice do Sinapi. Repare que isso é apenas uma estimativa, fundamentada 
em dados ainda pouco detalhados sobre as características da obra. Na fase 
de projeto básico, deverá ser elaborado um orçamento detalhado.
Vejamos um exemplo de como estimar preliminarmente os custos de 
construção. Suponha que um município do Piauí deseja construir a sede 
de sua prefeitura. De acordo com o programa de necessidades, o prédio 
possuirá 1.000 m2 de área construída. O CUB do estado, no mês de janeiro 
de 2014 é de R$ 1.137,23/m2. Já o índice do Sinapi, para a mesma região e 
data, é de R$ 905,29/m2. Quanto seria o custo estimado da construção? A 
tabela a seguir detalha essa resposta. 
Para saber mais...
Na biblioteca do 
curso está disponível 
exemplo de programa de 
necessidades, que pode 
servir de inspiração para 
a elaboração de outros 
estudos. Além disso, na 
biblioteca do curso há 
exemplos de tabelas CUB e 
do Índice do Sinapi
http://www1.caixa.gov.br/gov/gov_social/municipal/programa_des_urbano/SINAPI/index.asp
http://www1.caixa.gov.br/gov/gov_social/municipal/programa_des_urbano/SINAPI/index.asp
[ 24 ] Obras Públicas de Edificação e de Saneamento
A B = (A x 0,3) C = (A + B) D E = (C x D)
Custo do m2
Custos extras 
(30%)
Custo total 
do m2
Área de 
Construção 
(m2)
Custo total 
estimado
CUB 1.137,23 341,169 1.478,40 1.000,00 1.478.399,00
Índice Sinapi 905,29 271,587 1.176,88 1.000,00 1.176.877,00
Assim, segundo os cálculos, os custos para construção da sede dessa 
prefeitura seriam estimados entre R$ 1,2 milhão e R$ 1,5 milhão.
Por fim, além dos custos, é desejável verificar desde logo as eventuais 
restrições legais quanto ao terreno, quanto aos órgãos ambientais e quanto 
ao Código de Obras Municipal. Cabe ainda avaliar a possibilidade de a 
localidade (bairro, região) ser atendida por serviços como água, luz, esgoto, 
coleta de lixo e telefonia.
2.3 Possibilidade de Construção em Etapas ou Módulos
Vejamos agora uma situação com a qual o gestor pode se deparar. 
Suponha que o município necessite construir uma escola com 12 salas 
de aula, porém só tenha recursos para construir uma escola com 6 salas. 
Em outra situação, imagine que, atualmente, a escola necessária para o 
município seja uma com 6 salas, no entanto os estudos mostram que em 5 
anos serão necessárias 12 salas. 
Como proceder nessas situações?
Uma possível solução para esses problemas é projetar a obra para que 
seja construída em diferentes etapas ou ainda em módulos separados.
Na construção em etapas, a escola do exemplo pode ser divididaem 
dois blocos. Cada bloco poderia conter 6 salas de aula. Assim, o município 
poderia construir em uma primeira etapa somente um bloco, e o restante 
em momento posterior, de acordo com a disponibilidade de recursos e com 
a sua necessidade.
Além da construção em etapas, há no mercado diversas novas 
tecnologias que permitem a construção em módulos, o que também 
pode ser uma solução para os problemas relatados acima. Os módulos são 
cômodos pré-fabricados - de materiais como concreto, chapas de aço ou até 
plástico reforçado - que permitem uma grande flexibilidade na construção, 
com ampliações e mudanças de layout. 
[ 25 ]Módulo 1 - Planejamento / Aula 1 - Planejamento e Recursos Orçamentários
As construções modulares possuem a vantagem de uma rápida 
execução quando comparadas a edificações convencionais de concreto e 
alvenaria.
Os Ministérios da Saúde e da Educação tem realizado construções 
modulares em obras de creches do programa Pró-infância e nas Unidades 
de Pronto Atendimento (UPAs). As figuras abaixo mostram exemplos de 
algumas construções modulares em PVC.
A possibilidade de construção em etapas ou módulos é outro aspecto a 
ser observado no programa de necessidades e pode ser melhor aprofundada 
nos estudos de viabilidade.
Para saber mais...
Na biblioteca do curso 
estão disponíveis modelos 
desses projetos.
Fonte: http://www.modularis.com.br/
salas-de-aula-modularis.asp
Fonte: http://www.embraloc.com.br/
produtos/modulos-pre-fabricados/
3. Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental 
(EVTEA)
No tópico anterior estudamos os requisitos desejáveis para o Programa 
de Necessidades. Vimos que esse programa contempla a definição de 
prioridades pelos gestores. Superada a definição sobre em qual obra investir, 
é hora de escolher a melhor alternativa para a sua construção, dessa vez sob 
os aspectos técnico, econômico e socioambiental. 
O EVTEA parte do programa de necessidades e contempla a análise de 
viabilidade do empreendimento. Por meio dele, elabora-se o anteprojeto de 
engenharia para o desenvolvimento da melhor solução técnica da alternativa 
selecionada, bem como para a definição dos principais componentes da 
obra.
[ 26 ] Obras Públicas de Edificação e de Saneamento
Para saber mais...
Na biblioteca do curso 
estão disponíveis 
materiais complementares 
com exemplo de relatórios 
de EVTE e de fontes de 
consulta para apoiar o 
acompanhamento dos 
estudos.
Avançar para as demais fases da obra sem a sinalização positiva da 
sua viabilidade pode trazer riscos e complicações para sua execução e 
conclusão. 
Ao avaliar se uma obra é viável, o gestor público age de acordo com 
a técnica de engenharia e cumpre a exigência legal quanto aos estudos 
preliminares. Tais exigências são previstas tanto na Lei Geral de Licitações 
quanto no Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC)18.
É importante registrar que o município poderá contratar uma empresa 
projetista para realizar esses estudos, caso não possua pessoal suficiente e 
qualificado para fazer essa tarefa. Os detalhes sobre como realizar essa 
contratação serão estudados na Aula 2.
3.1 Objetivos do EVTEA
A norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 
13531/1995 estabelece que o EVTEA de uma edificação tem como objetivo 
a “elaboração de análises e avaliações para seleção e recomendação de 
alternativas para a concepção da edificação e de seus elementos, instalações 
e componentes”19. 
Dessa forma, veremos nos tópicos a seguir, passo a passo, os conceitos 
relevantes para atingir o objetivo dessa norma.
3.2 Conteúdo de um EVTEA
Primeiramente, o gestor deve saber qual é o conteúdo mínimo dos 
trabalhos de EVTEA.
Sob o aspecto técnico, é desejável que se avaliem as alternativas 
possíveis para a construção da obra, selecionando a mais viável. Já a 
avaliação ambiental dessas alternativas envolverá o exame preliminar dos 
impactos do empreendimento sobre o meio ambiente em que se encontra. 
A análise econômica, por sua vez, inclui o exame das melhorias que 
a construção da obra trará para a região, confrontando-as com os gastos 
necessários para sua realização. O resultado será uma análise de custo/
benefício para cada uma das alternativas identificadas.
18 - Exigências de estudos preliminares para as obras públicas:
a) Lei 8.666/1993: art. 6º, inciso IX, e art. 12;
b) RDC, Lei 12.462/2011: art. 2º, inciso IV, ou art. 9º, §2º, inciso I e art. 74, §1º, do Decreto Federal 7581/2011.
19 - A Lei 4.150/1962 indica a observância das normas técnicas da ABNT nos contratos de obras públicas, inclusive por 
Estados e Municípios.
[ 27 ]Módulo 1 - Planejamento / Aula 1 - Planejamento e Recursos Orçamentários
Essa avaliação de custo/benefício não se limita a calcular números, mas 
também deve levar em conta questões como aquelas ligadas à qualidade de 
vida da população, à saúde, à educação e a outros aspectos relevantes. Por 
isso, a experiência e a formação da equipe técnica que elabora o EVTEA e 
os demais estudos de projeto são de grande importância.
Passamos então a discriminar as principais etapas esperadas do 
EVTEA, que auxiliarão o gestor a tomar a melhor decisão sobre os próximos 
passos da obra.
3.3 Escolha do terreno e análises de legalidade
Antes mesmo de iniciar qualquer outra atividade do EVTEA, é 
necessário selecionar o terreno para a construção. Aqui podemos separar 
nossa explicação em dois tipos de obras distintas: as de edificações e as de 
saneamento.
Iniciemos pelas edificações.
As alternativas de terrenos disponíveis devem ser comparadas, por 
meio de uma tabela simples, que indique as vantagens e desvantagens de 
cada um. Nessa comparação, os estudos devem levar em conta a população 
e a região a serem beneficiadas. Do mesmo modo, precisam ser observadas 
quaisquer restrições relacionadas com o empreendimento, isto é, deve ser 
consultado o Código de Obras Municipal e outras normas que possam 
interferir no projeto a ser desenvolvido posteriormente.
É importante que o gestor busque ajuda da assessoria jurídica do 
órgão para verificar toda a documentação do terreno. 
Deve ser verificado se o terreno é de propriedade do ente responsável 
pela obra (estado ou município). Não sendo, deve ser regularizada tal 
situação ou estudada a possibilidade de realizar o empreendimento em 
outro local. É importante o gestor verificar todas as possibilidades, pois a 
compra de um terreno pode envolver elevados custos. 
É necessário verificar ainda a acessibilidade – ou seja, os meios para 
que a população chegue ao local, a pé ou por outros meios de transporte.
Tratemos agora das obras de saneamento. Ao contrário das edificações, 
que se concentram em terrenos de áreas delimitadas, murados e isolados 
de outras edificações, as obras de saneamento costumam ser executadas 
de forma dispersa, espalhadas por grandes áreas. É o caso dos sistemas de 
distribuição de água tratada e dos sistemas de coleta de esgotos sanitários, 
que entram em várias ruas de um bairro, ou vários bairros de uma cidade.
[ 28 ] Obras Públicas de Edificação e de Saneamento
Enquanto o assentamento de tubos costuma ser embaixo de ruas e 
avenidas, as outras estruturas necessárias à operação do sistema precisam 
ser colocadas em terrenos, impedindo outros usos da propriedade. Como 
exemplo, podemos citar as estações elevatórias para bombeamento de 
esgoto; os reservatórios intermediários de água tratada (caixas d’água, 
com bombas); as estações de tratamento de água (ETA); ou as estações de 
tratamento de esgoto (ETE). Por esse motivo é importante que o EVTEA 
avalie a disponibilidade dos terrenos para implantação dessas obras.
Além disso, é importante que o EVTEA analise, além do já mencionado 
Código de Obras Municipal, se está sendo cumprido o Plano Diretor e o 
Código de Posturas Municipal. Por exemplo, não é recomendado instalar 
uma estação de tratamento de esgoto (ETE) bem ao lado de uma escola. 
Alguns estados possuem um Conselho de Desenvolvimento Regional, 
que deveser consultado, particularmente no caso de obras de redes de 
saneamento. 
3.4 Levantamentos de informações para caracterizar o local
Escolhido o terreno, é hora de conhecê-lo melhor. Uma obra pode ser 
entendida como uma intervenção humana sobre a natureza, por isso é 
necessário conhecimento sobre o ambiente no qual ela se insere.
Por exemplo, para a construção de uma creche utilizando recursos do 
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), é necessário 
que o município tenha disponibilidade de terreno em localização, condições 
de acesso e características geotécnicas e topográficas adequadas para a 
implantação das unidades20. Mas o que significa isso? 
Vejamos agora essas definições e o que esperar dos principais tipos de 
levantamentos necessários para a realização de uma obra pública.
Plano Diretor
É instrumento de 
planejamento para 
implantação da política 
de desenvolvimento e de 
ordenamento da expansão 
urbana do município, 
orientando a prioridade 
de investimentos, 
conforme Lei Federal 
10.257/2001 – Estatuto 
das Cidades.
Código de Posturas 
Municipal
É conjunto de normas que 
regulam o uso do espaço 
urbano pelos cidadãos, 
regulamentando a melhor 
convivência entre as 
pessoas; a utilização 
de passeios públicos, a 
instalação de mobiliário 
urbano, o exercício de 
atividades profissionais 
ao ar livre e a instalação 
de faixas e cartazes de 
publicidade em locais 
públicos, por exemplo.
[ 29 ]Módulo 1 - Planejamento / Aula 1 - Planejamento e Recursos Orçamentários
Fonte: http://noticias.r7.com/blogs/nicolau-marmo/2012/08/14/o-nivelamento-do-ensino/
curvas-de-nivel/
3.4.1 Levantamento topográfico e cadastral
Os levantamentos topográficos definem a forma da superfície do 
terreno, ou seja, o estudo deve dizer se a superfície é relativamente plana, 
ou se é acidentada, com declividades suaves ou acentuadas, e que tipo de 
interferências existem nela. 
Em um desenho de projeto, esse levantamento é representado pelas 
curvas de nível do terreno21. Veja o exemplo da figura abaixo:
20 - Fonte: http://www.fnde.gov.br/programas/proinfancia/proinfancia-perguntas-frequentes 
21 - As normas da ABNT sobre o levantamento topográfico são: NBR 12.722/1992 - Discriminação de serviços para 
construção de edifícios; e NBR 13.133/1994 - Execução de levantamento topográfico. 
22 - [Fonte: http://www.fnde.gov.br/programas/proinfancia/proinfancia-perguntas-frequentes]
Na construção de uma creche para 120 crianças do Programa 
Proinfância do FNDE, por exemplo, é necessário que o terreno para a obra 
tenha no mínimo as dimensões de 45 metros por 35 metros, e inclinação 
máxima de 3% (nesse caso, considerando a maior dimensão, de 45 metros, 
a diferença de nível entre os extremos do terreno deverá ser no máximo 
1,35 metro)22. 
Já o levantamento cadastral define interferências visíveis existente 
na superfície do terreno, como: a) postes de energia, b) árvores de maior 
porte, c) rochas na superfície; além de interferências enterradas, como 
tubulações e bueiros. 
A documentação fotográfica do terreno também é muito importante, 
e é desejável que conste no processo de estudo da obra.
Esses levantamentos têm como objetivo verificar se a construção 
no terreno não será muita cara, com gastos excessivos em terraplenagem, 
remanejamento ou ampliação da rede de energia, telefone, água e esgoto. 
Assim, pode se verificar se a construção no local é viável. 
http://noticias.r7.com/blogs/nicolau-marmo/2012/08/14/o-nivelamento-do-ensino/curvas-de-nivel/
http://noticias.r7.com/blogs/nicolau-marmo/2012/08/14/o-nivelamento-do-ensino/curvas-de-nivel/
[ 30 ] Obras Públicas de Edificação e de Saneamento
23 - NBR 12.722/1992, NBR 8.036/1983 e NBR 13.531/1995.
3.4.2 Levantamento Geológico-Geotécnico
Para avaliar a viabilidade de uma obra é importante ter um 
conhecimento inicial sobre as condições do solo do local – as chamadas 
condições geológico-geotécnicas. 
No caso de obras de edificações de pequeno porte, para a fase de 
EVTEA, o processo de conhecimento do solo pode ser simplificado, a 
critério do profissional de engenharia responsável pelos estudos. 
Uma técnica para avaliações rápidas é a exploração do solo por meio 
de poços. São escavações manuais, com diâmetro em torno de 60 cm, 
que avançam até que se encontre o nível de água ou um solo muito rígido 
(impenetrável). Esses poços permitem o exame do tipo de material nas 
paredes e no fundo da escavação (se argila, silte, areia etc.).
Outra técnica simplificada seria o uso de trados, que são instrumentos 
manuais, em formato de cavadeira, que agem como uma espécie de “saca-
rolhas”, retirando amostras do solo. Assim como os poços, são limitados 
pelo nível d’água ou por solo impenetrável.
Exemplo de poço:
Fonte: http://media.unitins.br/unitinsnuta/
GaleriaFotosSaltfens3.aspx
Exemplo de trado:
Fonte: http://www.ccpassianoto.com.br/
servicos/sondagem
Para o caso de obras de edificações maiores, as quais podem exigir 
estudos de viabilidade mais acurados para a escolha do tipo de fundação, 
podem ser realizadas sondagens de simples reconhecimento, conforme 
recomendação das Normas da ABNT23. Essas sondagens consistem na 
exploração do solo com o uso de aparelhos denominados de sondas. As 
mais comuns são as sondagens à percussão (por pancadas para cravar a 
sonda no solo), capazes de ultrapassar o nível d’água e atravessar solos mais 
duros.
[ 31 ]Módulo 1 - Planejamento / Aula 1 - Planejamento e Recursos Orçamentários
As sondagens que forem realizadas na fase de EVTEA são consideradas 
uma investigação preliminar. Uma investigação complementar deve ser 
solicitada na etapa de Projeto Básico. 
As normas da ABNT definem a quantidade de furos necessária, bem 
como seu espaçamento de acordo com a área de projeção em planta do 
edifício24. Por exemplo, o engenheiro responsável pode seguir a norma, 
que recomenda a quantidade de dois furos para áreas de até 200 m2. Para 
edificações maiores, a indicação é acrescentar um furo a cada 200 m2 de 
área de projeção em planta.
Vejamos dois exemplos práticos:
a. em uma escola de ensino fundamental de uma sala de aula, o 
FNDE informa que a área de projeção em planta é de 111,03 m². 
Nesse caso, optando o engenheiro por seguir a NBR 8.036/1995 
já na etapa de EVTEA, deverão ser realizados ao menos dois 
furos de sondagem.
b. em uma creche do Tipo “C” do Programa Proinfância, o FNDE 
informa que a área construída será de 781,26 m². De acordo com 
a NBR 8036/1983 é indicado realizar três furos de sondagem 
(um para cada 200 m²). Caso a área fosse de 800 m2, seriam 
necessário quatros furos.
Como produtos esperados do levantamento geotécnico, para obras 
maiores, tem-se:
yy relatório de apresentação e descrição dos serviços com: perfil 
geotécnico do solo, tipos de solos e resistências encontradas; e
yy desenho de localização das sondagens no terreno;
No caso das obras de saneamento, por serem muito espalhadas, seria 
difícil e oneroso realizar sondagens em toda a região por onde passará a obra 
já na fase de EVTEA. Assim, é interessante que o gestor faça uma pesquisa 
nos arquivos dos órgãos locais para ver se há resultados de sondagens de 
outras obras recentes nas proximidades do terreno. Essa informação pode 
ajudar a ter um bom conhecimento do solo local. 
Na prática, o conhecimento do solo para os serviços de assentamento 
de tubos não precisa determinar a capacidade de resistência do terreno 
quando dos estudos do EVTEA. Contudo, nessa etapa, ter uma boa ideia 
Para saber mais...
A área de projeção em 
planta representa a 
área do terreno que será 
ocupada pela edificação. 
Assim, o desenho que 
representa essa área, 
chamado de planta, 
apresenta uma vista 
de cima para baixo 
(projeção) desse edifício.
24 - NBR 12.722/1992, NBR 8.036/1983 e NBR 13.531/1995.
[ 32 ] Obras Públicas de Edificação e de Saneamento
da resistência do solo e do nível d’água certamente contribuirá para o 
levantamento dos custos de escavação.
3.4.3Levantamento climatológico e hidrológico
Esses levantamentos levam em consideração a influência das águas no 
terreno. Essas águas podem ser tanto das chuvas quanto de rios e córregos 
próximos. Assim, é importante avaliar: se o terreno pode sofrer alguma 
inundação ou alagamento, ou se há algum córrego ou nascente que poderá 
ser afetada pela construção. Nesses casos é recomendável que esse lote não 
seja utilizado. 
Outros pontos a serem lembrados são a temperatura e a umidade no 
local da obra, para que o projeto básico apresente soluções adequadas de 
ventilação, proporcionando conforto aos usuários do edifício.
3.4.4 Levantamentos ambientais
Nem todas as obras necessitam da realização de estudos ambientais. 
Nas obras de edificações, são pouco comuns, mas nas obras de saneamento 
podem ser necessários. Por isso, a primeira providência a ser tomada pelos 
gestores é consultar o órgão ambiental da região, que pode ser a secretaria 
estadual de meio ambiente, o conselho municipal de meio ambiente ou 
outro. 
Dessa forma, o conteúdo desses levantamentos vai depender das 
exigências desses órgãos. 
Para se aprofundar mais sobre esse tema, o gestor pode consultar o 
portal na internet do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), 
além de verificar as Resoluções 1/86 e 237/97 desse órgão. Na Aula 2, esse 
tema será tratado com mais detalhes.
3.5 Análise da Viabilidade Técnica
Vimos que o EVTEA tem por objetivo avaliar e selecionar alternativas 
para a construção de uma obra. Para isso, é desejável que a análise técnica 
desses estudos apresente:
yy conclusão sobre a possibilidade de executar ou não a obra, 
de acordo com as diretrizes estabelecidas no programa de 
necessidades;
[ 33 ]Módulo 1 - Planejamento / Aula 1 - Planejamento e Recursos Orçamentários
yy verificação quanto à segurança, o conforto e o acesso dos 
usuários;
yy necessidades de desempenho (durabilidade e manutenção) e 
de sustentabilidade (redução no consumo de água e energia e 
impacto ambiental);
yy verificação das possibilidades de materiais, tecnologias, métodos 
construtivos e da melhor época para início da obra.
Todos esses estudos servirão para auxiliar a contratação e a execução 
do Projeto Básico. 
Passaremos a detalhar os estudos de engenharia no âmbito do EVTEA, 
que conduzirão a uma concepção mais avançada da obra desejada.
3.5.1 Análises de alternativas de engenharia
Nessa fase, deverão ser elencadas as alternativas técnicas possíveis 
para execução da obra, dentre elas as soluções de estruturas e de materiais 
de construção. Ao final dos estudos, deverá ser escolhida a proposta mais 
promissora, que será explorada em maior detalhe no anteprojeto e no 
projeto básico.
O processo das análises técnicas do EVTEA pode ser resumido nos 
passos:
yy analisar as soluções possíveis: nessa etapa, a equipe pode elaborar 
cálculos simples para caracterizar cada alternativa;
yy documentar as soluções: o relatório final deverá descrever a obra 
e os critérios utilizados na escolha da solução de engenharia; 
yy indicar a solução que se mostra mais viável, para ser estudada e 
detalhada nas fase de anteprojeto e projeto básico;
A solução escolhida deve observar sempre a realidade local, 
identificando o padrão construtivo da vizinhança e a situação 
socioeconômica da localidade. A análise também deve avaliar a possibilidade 
de utilização de novas tecnologias, os espaços destinados ao canteiro de 
obras e a disponibilidade local de materiais e da mão de obra necessários à 
construção.
Na sequência, apresentamos alguns exemplos de decisões técnicas 
que podem ser tomadas na fase de EVTEA.
[ 34 ] Obras Públicas de Edificação e de Saneamento
3.5.1.1 Possibilidade de utilização de projetos padronizados
Nas análises técnicas, boa parte do trabalho de estudo das alternativas 
pode ser economizado se considerarmos que algumas obras podem ser 
padronizadas.
Os Ministérios da Saúde e da Educação, por exemplo, possuem 
projetos e normas padronizadas que podem ser usadas como parâmetros 
de arquitetura para obras municipais similares. São exemplos postos de 
saúde, escolas infantis e de ensino fundamental:
os projetos arquitetônicos para construção de creches do Programa 
Proinfancia podem ser encontrados no portal: http://www.fnde.gov.
br/programas/proinfancia/proinfancia-projetos-arquitetonicos-para-
construcao;
já os projetos padronizados para construção de Unidades Básicas 
de Saúde (UBS) pode ser localizados no site: http://dab.saude.gov.br/
portaldab/ape_requalifica_ubs.php.
Na etapa de estudos de viabilidade, os projetos padrão de 
arquitetura podem ser quase integralmente aproveitados, mas os projetos 
complementares serão indicativos, e deverão ser apreciados por um 
profissional de engenharia para ver se são adequados às características 
particulares do terreno, em especial no caso das fundações.
3.5.1.2 Materiais e métodos executivos para estruturas
O EVTEA deve comparar alternativas e, para tanto, é importante 
destacar as vantagens e desvantagens de cada um dos principais materiais 
usados em estruturas, conforme exemplificado a seguir.
Estrutura de Concreto Armado (concreto + aço)
É uma das formas de estrutura mais conhecida e mais fácil de executar. 
Em relação ao aço é mais barata. É resistente ao choque mecânico e sua 
resistência aumenta com o passar do tempo. É também muito segura contra 
incêndio e altas temperaturas.
O concreto armado, quando executado de forma correta, exige pouco 
cuidado após concluída a execução, isto é, a manutenção das peças é 
pequena e seu custo é baixo. 
A principal desvantagem em relação às demais estruturas é que as de 
concreto não podem ser modificadas depois de prontas e o aproveitamento 
do material é muito pequeno na demolição.
http://www.fnde.gov.br/programas/proinfancia/proinfancia-projetos-arquitetonicos-para-construcao
http://www.fnde.gov.br/programas/proinfancia/proinfancia-projetos-arquitetonicos-para-construcao
http://www.fnde.gov.br/programas/proinfancia/proinfancia-projetos-arquitetonicos-para-construcao
http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_requalifica_ubs.php
http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_requalifica_ubs.php
[ 35 ]Módulo 1 - Planejamento / Aula 1 - Planejamento e Recursos Orçamentários
Estrutura de Aço
As estruturas de aço são montadas rapidamente, podendo ser 
indicadas para obras com prazo de construção curto. 
São mais leves que as estruturas de concreto, as peças são mais finas, 
possibilitando economia de espaço no prédio. Podem ser padronizadas e, 
assim, fabricadas em outro local e transportadas para o canteiro da obra. São 
mais fáceis de modificar, consertar ou reforçar, e podem ser desmontadas 
e reutilizadas.
Como principais desvantagens, destaca-se que elas são mais frágeis 
à ação do tempo e do fogo, além de exigirem pessoal especializado para 
montagem.
Estrutura de Madeira
São as mais fáceis de montar. Assim como as estruturas de aço, as de 
madeira não exigem tempo de endurecimento (que é o caso das de concreto 
armado). Podem ser desmontadas com o reaproveitamento de material.
Como principais desvantagens, registra-se que são combustíveis e, 
portanto, muito sujeitas a incêndio; exigem manutenção maior que as de 
aço e de concreto; e podem sofrer ataques de fungos e insetos, caso não 
sejam adequadamente tratadas.
3.5.1.2.1 Estruturas de concreto pré-moldado ou moldado no local
As estruturas de concreto armado podem ser construídas de duas 
maneiras: 
a. moldadas no local da obra: método tradicional em que são 
construídas fôrmas na obra e o concreto é lançado já no local 
em que ficará; ou
b. pré-moldadas: método em que as estruturas são criadas em um 
local fora do canteiro de obras (um fábrica de peças de concreto) 
e posteriormente levadas para obra para montagem.
Atualmente, as estruturas em concreto pré-moldado têm se mostrado 
bastante vantajosas. Elas tendem a ser mais econômicas que as moldadas no 
local, proporcionam canteiros mais limpos, menor necessidade de retrabalho 
na instalação desistemas elétrico e hidráulico e redução das infiltrações25. 
25 - Fontes: http://compactapremoldados.com.br/vantagens/, http://www.leonardi.com.br/aspectos-pre-moldado.html e 
http://www.matpar.com.br/vantagens-dos-pre-fabricados/.
http://compactapremoldados.com.br/vantagens/
http://www.leonardi.com.br/aspectos-pre-moldado.html
http://www.matpar.com.br/vantagens-dos-pre-fabricados/
[ 36 ] Obras Públicas de Edificação e de Saneamento
3.5.2 Análise da viabilidade econômica
A análise econômica é muito importante dentro do EVTEA. É nela que são 
estimados os custos de cada possível alternativa, para escolha da mais vantajosa. 
Nesta etapa, a estimativa de custos ainda é uma avaliação simplificada. Pode 
ser realizada nos mesmos moldes daquela elaborada na fase do programa de 
necessidades, ou ainda com comparações entre outras obras. O objetivo é ter 
uma noção da ordem de grandeza do custo do empreendimento. 
Assim, pode-se verificar a relação custo/benefício de cada alternativa, 
levando em consideração os recursos disponíveis e as necessidades da 
população a ser beneficiada.
No caso de obras de saneamento, o Ministério das Cidades possui a 
Nota Técnica SNSA 492/2010, que contém indicadores de custos globais 
para obras de abastecimento de água e de esgotamento sanitário.
No caso de edificações, conforme já destacado nesta aula, o valor 
do Custo Unitário Básico (CUB) é uma das maneiras para cálculos 
simplificados de orçamentos. Contudo, há que se lembrar que nem todos 
os serviços necessários a uma obra estão inclusos no CUB, especialmente 
se a obra for de maior porte, a exemplo da terraplanagem, das fundações, 
eventuais muros de contenção, instalações de climatização, urbanização, 
recreação e ajardinamento, dentre outros. Caso aplicáveis à obra em estudo, 
esses serviços deverão ter seu preço estimado no EVTEA por alguma 
metodologia paramétrica, mas ainda assim expedita, evoluindo em relação 
à estimativa de custos realizada na etapa de Programa de Necessidades. 
Por exemplo, imaginemos uma escola em uma localidade muito 
quente, o que exige a instalação de um ar condicionado ao menos em uma 
das salas. As estimativas na etapa de EVTEA podem partir da área a ser 
refrigerada, digamos 50 m² (1º parâmetro), para calcular uma quantidade 
de BTUs (unidade inglesa de temperatura) por meio de tabelas estimativas 
que indicam um aparelho com capacidade para refrigerar 30.000 BTUs 
(2º parâmetro), chegando-se a um custo adicional de R$ 4.000 para o 
ar condicionado (sendo R$ 3.8000 de aquisição e R$ 200 de instalação, 
conforme pesquisa em lojas online, na internet). 
Lembramos que a avaliação econômica não deve se restringir aos custos. 
Cabe considerar também questões como a melhoria na qualidade de vida da 
população, a melhoria nos indicadores de saúde, de educação, a preservação 
do meio ambiente, além da valorização cultural e turística da localidade. 
Devemos refletir: qual é o valor de uma vida saudável proporcionada 
pela implantação de uma rede de esgoto sanitário, que substitui uma vala a 
céu aberto? Qual é o valor da educação na vida de uma pessoa?
Para saber mais...
A Nota Técnica SNSA 
492/2010 está disponível na 
biblioteca do curso.
Veja um caso interessante,
A construção de mais de 3 
mil edificações residenciais 
para cerca de 12 mil famílias 
desabrigadas em Barreiros-
PE. O exemplo demonstra 
como os cálculos econômicos 
viabilizam soluções criativas, 
reduzindo custos de obras. 
Sob dois grandes balões de 
lona plástica branca, com 
3.000 m² e 18 m de altura 
cada um, os trabalhadores 
erguem até 20 casas 
simultaneamente, para não 
interromper os trabalhos no 
período de chuva na região. 
A análise de viabilidade 
econômica indicou que os 
galpões alugados custam R$ 87 
mil por mês. Se a obra fosse 
paralisada, a empreiteira, 
que é responsável pelo custo 
extra, gastaria cerca de R$ 
1,2 milhão somente com a 
folha de pagamento dos 750 
empregados.
Fontes:http://www.
cimentoitambe.com.br/
galpoes-inflaveis-otimizam-
cronograma-de-obras
http://blogdopetcivil.com/
tag/tendas/.
[ 37 ]Módulo 1 - Planejamento / Aula 1 - Planejamento e Recursos Orçamentários
3.6 Produtos esperados do EVTEA
Concluídos os estudos e indicada a alternativa mais viável, é hora de 
preparar o relatório final com a descrição e a avaliação da opção selecionada, 
suas características principais, os critérios e os parâmetros utilizados para 
sua definição. É desejável que o relatório contenha ainda uma estimativa 
das principais dimensões da obra, assim como de seus custos. 
Em síntese, pode ser elaborado um memorial descritivo preliminar 
da obra com:
yy Informações sobre o terreno escolhido;
yy Projeto de arquitetura preliminar, com desenhos esquemáticos, 
como na figura (esboço da planta baixa, com indicação da 
posição da edificação no terreno, das áreas de cada cômodo, em 
m², e dos ambientes climatizados);
[ 38 ] Obras Públicas de Edificação e de Saneamento
yy Estimativa de dimensões da edificação ou da rede de saneamento;
yy Tipos de estruturas e de instalações a serem construídas; e
yy Estimativa do custo da obra.
Alertamos que EVTEA não é suficiente para licitar a obra. Ele apenas 
fundamentará a concepção do empreendimento e estabelecerá as diretrizes 
a serem seguidas no anteprojeto e no projeto básico.
Apesar disso, a documentação gerada nesta etapa deve fazer parte do 
processo licitatório da obra, para proporcionar o melhor conhecimento 
possível do empreendimento.
3.7 Contratação do EVTEA
A execução dos estudos de viabilidade técnica econômica e ambiental 
pode ser contratada com uma empresa privada, por meio de uma licitação 
própria. Isso deve ocorrer principalmente quando o município não possuir 
equipe técnica suficiente para realizar diretamente esses estudos. 
O tema de contratação de serviços de engenharia (consultorias, estudos 
e projetos) será estudado na próxima aula e as informações apresentadas 
podem ser aplicadas à contratação do EVTEA. 
[ 39 ]Módulo 1 - Planejamento / Aula 1 - Planejamento e Recursos Orçamentários
Síntese
Na aula de hoje estudamos as etapas inicias para a execução de uma 
obra pública, relacionadas à captação de recursos e ao planejamento. 
Vimos aspectos sobre os principais meio de transferências voluntárias 
de verbas federais para os municípios: os convênios e os contratos de 
repasse. Verificamos a importância desses instrumentos, que possibilitam 
a construção de obras que o município muitas vezes não conseguiria 
financiar por conta própria, em função de dificuldades financeiras. 
Assim, destacamos as principais etapas do andamento dessas 
transferências: a proposição, a formalização, a execução e a prestação de 
contas.
Iniciando o planejamento e o projeto da obra, verificamos as fases de 
Programa de Necessidades e de Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica 
e Ambiental (EVTEA).
Aprendemos que o Programa de Necessidades destina-se à 
verificação das prioridades do município e das principais características 
da obra: tipologia, população a ser atendida, local em que será construída; 
dimensionamento simplificado, além da possibilidade de construção em 
etapas ou módulos.
Quanto ao EVTEA, observamos que ele é a etapa de estudo da melhor 
alternativa para o projeto, na qual serão realizadas as definições iniciais 
relacionadas às características do terreno, do solo e das estruturas. Além 
disso, deverá ser estimado o custo de construção.
 Na próxima aula veremos a etapa de elaboração de projetos, que 
corresponde ao passo seguinte para a concretização de uma obra pública. 
Veremos de que forma a alternativa escolhida a partir dos estudos iniciais 
será desenvolvida e detalhada, mostrando os principais pontos que devem 
ser observados para garantir uma boa execução dos projetos.
[ 40 ] Obras Públicas de Edificação e de Saneamento
Referências bibliográficas 
Obras Públicas, Licitação, Contratação, Fiscalização e Utilização. Cláudio 
Sarian Altounian. 3ª Edição. Editora

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