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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ESTÁGIO CLINICA

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ESTELITA: ESTÁGIO CLÍNICA NPP
1. Fundamentação Teórica
Quando falamos em Clínica Psicológica é bastante comum que se estabeleça uma relação direta com a Psicoterapia, tanto que, no Caderno de Deliberações do VIII CNP essa associação é explícita: 
“2.19 - Psicologias clínica/psicoterapia. Ampliar a discussão sobre teoria e prática em Psicologia Clínica, considerando as epistemologias não hegemônicas e as práticas emergentes. Retomar as discussões do Ano da Psicoterapia (2009) e expandir o diálogo com a categoria” (BRASIL, 2013, pág. 39).
Silva et al (2017) falam que a palavra psicoterapia tem origem grega, Psyche significa mente e therapeuein curar. Em vista disso, trata-se de uma terapia cuja finalidade é tratar questões relacionadas à mente e problemas psicológicos como depressão, ansiedade, dificuldades no relacionamento, problemas com filhos, no trabalho, entre outros. A psicoterapia é um tratamento colaborativo baseado na relação entre um indivíduo e um psicólogo. Baseado em diálogo, ele fornece um ambiente de apoio que permite falar abertamente com alguém que é objetivo, neutro e sem julgamento. Paciente-psicólogo trabalharão juntos para identificar e mudar os padrões de pensamento e comportamento. 
Lima (2015) ressalta que a psicoterapia tende a se concentrar na resolução de problemas e é orientada para objetivos. Isso significa que no início do tratamento, paciente-psicólogo decidem sobre quais mudanças específicas você gostaria de fazer em sua vida. Esses objetivos serão muitas vezes divididos em objetivos alcançáveis ​​menores e colocados em um plano de tratamento formal. A maioria dos psicoterapeutas hoje trabalha e se concentra em ajudar a alcançar esses objetivos. Isso é feito simplesmente através da conversa e discussão de técnicas que o terapeuta pode sugerir. Podem ajudá-lo a navegar melhor as áreas difíceis da sua vida. Muitas vezes, a psicoterapia também ajudará a ensinar as pessoas sobre sua desordem e sugerir mecanismos de enfrentamento adicionais que a pessoa possa encontrar mais efetiva. 
Algumas habilidades do psicoterapeuta se caracterizam como essenciais no atendimento direto ao cliente, a interpessoalidade é considerada por Sant'Ana (2014) base para formação de psicoterapeutas competentes. Essa opinião é corroborada por Magalhães e Murta (2013), que realizaram um trabalho com o objetivo de desenvolver as habilidades sociais de alunos de Psicologia durante o seu processo acadêmico.
Faz-se necessário refletir sobre quais habilidades são imprescindíveis para a formação acadêmica, mais especificamente, no contexto clínico dos futuros profissionais. Nesse sentido, Vasconcellos (2010) descreve alguns comportamentos indispensáveis para o terapeuta no processo de psicoterapia, tais como: empatia; aceitação; interesse genuíno; calor humano e compreensão; seguidos de apoio; aprovação; confirmação; reforçamento; diretividade; controle da organização; andamento das sessões; questionamentos de informações relevantes; clarificação e estruturação no que se refere ao processo de psicoterapia; interpretação; confrontação; crítica das discrepâncias no comportamento e no discurso do cliente.
Freitas e Noronha (2007) fizeram um estudo que segundo eles, as habilidades mais importantes para um psicoterapeuta clínico são: fazer terapia pessoal, ter postura ética, apresentar interesse pelo cliente, ter raciocínio clínico, pesquisar a teoria para compreender a prática, ser participativo nas supervisões, ser pontual às sessões e às supervisões, ser comprometido com as tarefas propostas, possuir observação apurada dos comportamentos do cliente, ter dedicação à prática clínica. Os resultados indicaram também, que a maior parte dos supervisores considerou a habilidade de "produzir cientificamente" como a menos importante, esse dado pode ser compreendido devido à pouca relevância que profissionais inseridos atribuem a ela. 
Além destas habilidades, existem outras que devem ser olhadas com mais profundidade quando se trata de psicoterapia clínica, como o olhar sistêmico, as entrevistas sistêmicas e o uso do genograma como instrumento de avaliação do paciente e questões mais profundas como a discussão do problema principal do paciente. 
Gomes et al (2014) citam que o Pensamento Sistêmico, hoje disseminado nas diversas áreas do conhecimento, ganhou um arcabouço teórico e reconhecimento na primeira metade do século XX. Embora suas bases tenham sido formuladas entre as décadas de 30 e 40, o processo de mudança do paradigma mecanicista para o ecológico tem ocorrido de forma não linear há muitos séculos, com retrocessos e avanços nos vários campos da ciência. Quando se fala em Teoria ou Pensamento Sistêmico, geralmente se conhece apenas seus principais conceitos e aplicabilidades, de forma que seus fundamentos históricos e epistemológicos dificilmente são aprofundados nos artigos científicos. 
A teoria mecanicista, a ecologia a teoria cibernética e a teoria da comunicação foram pressupostos teóricos para o olhar sistêmico, Vasconcellos (2010) ressalta que o primeiro dos critérios fundamentais do Pensamento Sistêmico se refere à mudança das partes para o todo, a partir do entendimento de que as propriedades essenciais são do todo de forma que nenhuma das partes as possui, pois estas surgem justamente das relações de organização entre as partes para formar o todo. Outro critério diz respeito à capacidade de deslocar a atenção de um lado para o outro entre níveis sistêmicos.
Por fim, o último critério se refere à mudança da ciência objetiva para a epistêmica; o método de questionamento torna-se parte integral das teorias científicas. A compreensão do processo de conhecimento precisa ser explicitamente incluída na descrição dos fenômenos naturais, de forma que tais descrições não são objetivas (CAPRA, 2006; GRANDESSO, 2000; VASCONCELLOS, 2010).
Gomes et al (2014) falam que no campo da Psicologia Clínica, até a década de 1940, a prática terapêutica era orientada pela Psicanálise e a ideia hegemônica era a de que o comportamento humano era regido por forças intrapsíquicas. Como consequência da Segunda Guerra Mundial, houve um movimento de união das famílias e tornaram-se mais fortes as críticas à Psicanálise por não dar a ênfase necessária aos contextos ambientais. A Teoria Sistêmica passa a ganhar força trazendo a proposta de mudança no foco das teorias clínicas do indivíduo para os sistemas humanos, ou seja, do intrapsíquico para o interrelacional. Dessa forma, nas décadas de 50 e 60, ocorre um movimento de combinação entre abordagens já consolidadas, tais como a psicanalítica, e novos conceitos baseados na Teoria dos Sistemas, na Cibernética e na Teoria da Comunicação.
Os autores ainda ressaltam que dentro da Psicologia, o Pensamento Sistêmico pode ser utilizado tanto para o embasamento teórico de pesquisas quanto na intervenção clínica com indivíduos, famílias e grupos sociais. Pensar sistemicamente, embasando-se na ciência novo paradigmática, implica reconhecer o sujeito no seu contexto; o terapeuta ou pesquisador se inclui no sistema no qual intervém ou que estuda, entendendo que a realidade não é estática e nem presumível. Assim, pensar sistemicamente não significa negar os fenômenos intrapsíquicos, e sim buscar compreender e trabalhar os fenômenos psíquicos de uma complexa rede de relações interpessoais. Trabalham principalmente com os significados da família em relação ao sintoma e do paciente identificado com o objetivo de encontrar a presença e a ausência de consensos.
É importante destacar que a família é um grupo primário mantido pelo parentesco e pelas relações interpessoais entre os familiares, as quais são sustentadas por afeição, apoio, partilha de tarefas domésticas, cuidados com a prole e cooperação mútua em várias outras atividades. Geralmente, a família é constituída pelas relações e transmissão de padrões, no Brasil, o modelo de família encontra suas origens na família romana, que, se estruturou e sofreu influencias do modelo grego (OSÓRIO, 1996; DESSEN; BRAZ, 2005 apudBECKER, 2021). 
Em vista disso, a Terapia Familiar Sistêmica compreende o ser humano no contexto de suas relações, nesta abordagem, a família é um sistema vivo que funciona como um conjunto coeso, inseparável e interdependente. Não existem relações unilaterais entre os seus componentes; as partes de um sistema estão relacionadas de tal modo que uma mudança em uma delas provocará uma mudança nas outras e, consequentemente, no sistema como um todo. Dessa forma, o problema não é mais do indivíduo, e sim do sistema familiar (OTTO; RIBEIRO, 2020). 
Bustamante et al (2019) também citam que a terapia familiar é reconhecida como uma orientação clínica para o trabalho com famílias, que, para os profissionais interessados em acompanhar o ser humano, torna-se a oportunidade de compreender e abordá-lo dento da complexidade das relações, que o caracterizam como sujeito social. A própria terapia em si, sob a ideia do reconhecimento do sofrimento e ao mesmo tempo do poder que relacionamentos, emoções e a complexidade do ser, é complementada pela possibilidade para processar, transcender, superar ou modificar o desconforto experimentado no relacionamento com os outros, particularmente aqueles "outros" considerados partes do mesmo ser: a família.
Dentro do pensamento sistêmico, é necessário que faça uma entrevista com o paciente a fim de conhecê-lo melhor. Zordan, Dellatorre e Wieczoreck (2012) falam que a estrutura de uma sessão dos adeptos desta modalidade terapêutica é a entrevista dividida em quatro fases: 1) reunião preparatória; 2) entrevista; 3) intervenção sistêmica e 4) reunião pós-entrevista. Dentro da entrevista encontra-se a técnica de questionamento circular, cujo objetivo é basicamente o de obter informações que irão confirmar ou não as hipóteses formuladas, envolver toda família e questionar as diferenças existentes entre seus membros e os sistemas da família.
Os autores ainda falam que essa técnica se estrutura de forma que, o terapeuta se coloque em uma postura neutra frente aos membros da família, e age como se quisesse apenas coletar dados sobre a convivência familiar, fazendo perguntas a todos os membros. Cada pergunta é formulada de acordo com as respostas obtidas da pergunta anterior, de maneira constante e criteriosa o terapeuta clarifica e amplia seu campo de exploração até ao ponto em que surge uma questão que move todo o grupo. O terapeuta deve estar atento também para a maneira como as informações são passadas a ele, e não somente pelo conteúdo, pois isso é um grande indicador de como ocorre a interação do sistema. 
O terapeuta deve utilizar a entrevista para explorar os triângulos cross-generacionais existentes, perguntas que contenham ou comecem com “se” ou “suponha” são muito utilizadas, para se lidar com a relutância em definir aspectos encobertos dos relacionamentos, também são úteis para fornecer ferramentas que remetam a família ao pensamento reflexivo sobre o problema. Após a realização da entrevista, o psicoterapeuta pode utilizar o genograma como ferramenta de avaliação do paciente.
Estudos apontam a importância de sua utilização como um instrumento de coleta de dados, propiciando uma ampla visibilidade das relações familiares, facilitando a compreensão dos resultados e a avaliação de intervenções. 
Por fim, o Código de Ética Profissional do Psicólogo (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2005) estabelece que o Psicólogo deve pautar sua conduta com base em princípios fundamentais, que versam sobre respeito, liberdade, dignidade, igualdade e integridade do ser humano. Este deve contribuir para eliminação da negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, atuar com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade, e buscar contínuo aprimoramento profissional. Também indica que o Psicólogo deve contribuir para a universalização do acesso da população às informações, ao conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e aos padrões éticos profissionais. Por fim, deve zelar para que o exercício profissional seja efetuado com dignidade e levar em conta as relações de poder nos contextos em que atua, bem como os impactos destas sobre suas atividades profissionais.
2. Referências
BECKER, A. P. S. Família: Conceitos, funções e desenvolvimento. 2021. Disponível em: file:///C:/Users/Downloads/Aula%204%20-%20Aula%20sobre%20Fami%CC%81lia_compressed.pdf. Acesso em: 13 set. 2021.
BRASIL, Conselho Federal de Psicologia (CFP) – VII Congresso Nacional da Psicologia, Caderno de Deliberações. Brasília: CFP, 2013. Disponível em: http://site.cfp.org.br/wpcontent/uploads/2013/08/MinutaCadernodelibera%C3%A7oes14.08.pdf. Acesso em: 09 set. 2021.
BUSTAMANTE, A. et al. Terapia familiar sistémica. Sobre el self del terapeuta. Revista Latinoamericana de Estudios de Familia, v. 11, n. 1, p. 89-108, 2019.
CAPRA, F. A teia da vida: Uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo: Cultrix. 2006.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Código de ética profissional do Psicólogo. Brasília, 2005.
FREITAS, F. A; NORONHA, A. P. P. Habilidades do psicoterapeuta segundo supervisores: diferentes perspectivas. Periódicos de Psicologia, São Paulo, v. 8, n. 2, p.159-166, dez. 2007. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psic/v8n2/v8n2a06.pdf>. Acesso em: 09 set. 2021.
GOMES, L. et al. As Origens do Pensamento Sistêmico. Pensando Famílias, Florianópolis, v. 2, n. 18, p.1-14, dez. 2014.
GRANDESSO, M. A. Sobre a reconstrução do significado: Uma análise epistemológica e hermenêutica da prática clínica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.
LIMA, L. P. Psicoterapia para psicoterapeutas: luxo, obrigação ou necessidade? Igt na Rede, São Paulo, v. 13, n. 24, p.60-84, set. 2016. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/igt/v13n24/v13n24a05.pdf>. Acesso em: 09 set. 2021.
MAGALHÃES, P. P; MURTA, S. G. Avaliação de um programa de Treinamento em Habilidades Sociais (THS). Anais da XXXIII Reunião Anual Sociedade Brasileira de Psicologia (Org.). Minas Gerais: Belo Horizonte, p. 240. 2013.
OTTO, A. F. N; RIBEIRO, M. A. Contribuições de Murray Bowen à terapia familiar sistêmica. Pensando famílias, v. 24, n. 1, p. 79-95, 2020. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2020000100007. Acesso em: 13 set. 2021
SANT’ANA, V. L. P. A formação do Psicoterapeuta. Psicologia em Estudo, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, p. 61-65, 2014.
SILVA, E. Z. P et al. ESTUDO DE CASO CLÍNICO: PSICOTERAPIA DE ORIENTAÇÃO ANALÍTICA, TENDO COMO BASE A TERAPIA DE APOIO. 2017. Disponível em: <https://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0396.pdf>. Acesso em: 09 set. 2021.
VASCONCELLOS, M. J. E. Pensamento sistêmico: O novo paradigma da ciência. 9. ed. Campinas: Papirus. 2010.
ZORDAN, R.; DELLATORRE, E. P.; WIECZOREK, L. A ENTREVISTA NA TERAPIA FAMILIAR SISTÊMICA: PRESSUPOSTOS TEÓRICOS, MODELOS E TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO. Perspectiva, Erechim, v. 36, n. 136, p.133-142, dez. 2012. Disponível em: <http://www.uricer.edu.br/site/pdfs/perspectiva/136_314.pdf>. Acesso em: 09 set. 2021.

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